Agosto 2010 - Oportunidade Inteligente
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Agosto 2010 - Oportunidade Inteligente
Informativo e Treinamento em Marketing Multinível - Ano II - Nº 25 - AGOSTO 2010 - Preço: 3,90 O MARKETING BRASILEIRO NO PÓS-CRISE A quantas anda a situação do Marketing no Brasil depois da crise mundial em 2008 e da recuperação iniciada em 2009? Leia entrevista exclusiva com um dos maiores especialistas no assunto, o Prof. José Luiz Tejon, conhecido como “o mago do marketing”. Página 3 Ricardo Castro vem da Venezuela comandar a Amway A Amway já definiu o nome que vai suceder André Raduan no comando da operação brasileira. Será o atual gerente-geral da empresa na Venezuela, Ricardo Castro. Página 14 VEJA promove vendas diretas A maior revista semanal brasileira dedicou oito páginas para promover as vendas diretas e o multinível. A reportagem está sendo mostrada nas reuniões de oportunidade das empresas de MMN. Página 14 Dentro das comemorações de segundo aniversário reapresentamos nesta edição as reportagens que tiveram maior repercussão no mercado. Carl Rehnborg– Página 4 Allyson Santos – Página 7 Andres Postigo - Pág. 9 João Maggioli – Página 10 Direto da Redação 2 Estrelas Brasileiras Que motivos levariam a maior revista semanal brasileira e quinta do mundo, a nossa Veja, a investir meses na elaboração de matéria de muitas páginas sobre as vendas diretas e o Marketing Multinível? Falta de assunto? É mais provável que seja devido aos números expressivos do setor. Num vertiginoso crescimento nos últimos anos, sempre na casa dos dois dígitos, este movimento criou uma nova geração de milhares de profisionais bem pagos. Seja no modelo simples de vendas diretas ou no modelo multinível,mais elaborado com a criação das redes, a ascenção social de um grande contingente chamou a atenção da imprensa e virou notícia. Digno de menção é o fato de que dos depoimentos apresentados na reportagem, dois deles são de profissionais de marketing multinível, não por coincidência, os que declararam os maiores ganhos. São as novas estrelas brasileiras, brilhando no céu da prosperidade. Boa leitura! O Editor Cartas à Redação Mensagens recebidas pelo 2°Aniversário do LPM Agradecemos a todas as mensagens de congratulações enviadas por leitores, clientes e mantenedores pelo nosso segundo aniversário em julho. Na impossiblidade de publicar todas, selecionamos uma amostragem cobrindo diferentes setores. DE DILSO J.SANTOS, PRESIDENTE DA DINASTIA SOLUÇÕES FINANCEIRAS Olá Paulo Agradeço pelo envio e parabenizo pelo 2º aniversário do LPM. Que este segundo ano, seja apenas o segundo passo, dos muitos que com certeza virão, tendo você a frente dessa missão valiosa. Através desta ferramenta, você tem a oportunidade de transmitir uma mensagem positiva a todos os brasileiros, proporcionando um melhor entendimento, sobre o que é o marketing multinivel e o que ele pode significar em nossa sociedade, especialmente quando administrado por pessoas sérias, éticas e interessadas em realmente levar algo de valor para outras pessoas, sem ter apenas o dinheiro como único objetivo. Atenciosamente Dilso j. Santos DE MARGARETE SZABO REPRESENTANTE DO LPM EM SÃO PAULO PARABÉNS ao nosso querido e grande Editor e Amigo, Paulo de Tarso Aragão, pelo excelente profissionalismo de seu trabalho, criatividade e qualidade dedicados nestes 2 Anos do Jornal Loucos Por Marketing! Sinceramente, nos congratulamos com todos os que tem contribuído para o crescimento e excelência do Jornal! Nossos PARABÉNS também para VOCÊ que é LOUCO POR MARKETING e faz parte deste nosso grande time, pois o LPM na versão digital somada à física já atinge um universo de mais de 40.000 leitores/mês!!! Margarete Szabo DE ELAINE BASSACO, GERENTE-GERAL DA TIENS DO BRASIL Parabéns ao Jornal Loucos Por Marketing Ao Paulo de Tarso Aragão e todos os que fazem o jornal Loucos Por Marketing, os meus parabéns. Agora é o parabéns oficial.. Eu sei a luta que é manter o jornal mas você persiste e jamais desiste.Conte comigo! Elaine Bassaco DE BRUNO COELHO, PUBLICADA NO SEU SITE DE MULTINÍVEL, www.brunocoelhommn.com Parabéns aos 2 anos do Jornal Loucos Por Marketing E s t e mês foi um marco para a indústria do Marketing de rede nacional visto que a única publicação específica atualmente impressa do setor completou 2 anos. Isso demonstra sinais de evolução do mercado e de que existe uma demanda por informações e por conhecimento, mesmo na era de digital em que as publicações impressas estão perdendo espaço. Antes de mais nada neste aniversário de 2 anos desejo muito sucesso ao grande empreendedor e idealizador desta ideia que desde seu início apoiei, ao grande amigo editor do LPM, Paulo de Tarso Aragão. Em um cenário em que outras publicações já haviam fracassado em se manter no mercado, Paulo de Tarso é um homem de visão que acreditou em sua idéia e que hoje se tornou um grande sucesso que já completa 2 anos em 24 edições. Precisamos de líderes como Paulo de Tarso que não apenas pensam em desenvolver seus planos de Marketing nas empresas em que atuam, mas que criem ações e parcerias para a evolução da indústria de network marketing brasileira como um todo. E por isso devemos apoiar iniciativas como esta, e como muitas que estão surgindo como por exemplo a ABRAMMN (Associação Brasileira de Marketing Multinível). Expediente Publicação mensal produzida pela Comunigraf Editora - CNPJ 01060404/0001-33 Jornalistas responsáveis: Carlos Garcia DRT-PE 365 e Olbiano Silveira DRT-PE 626 Editoração eletrônica: Lourdes Duarte - [email protected] Editor: Paulo de Tarso Aragão - E-mail: [email protected] * Diretor de Marketing: Roberto Portela - [email protected] * Colunistas: (em ordem alfabética) Edmundo Roveri-Edson Frank das Flores Gatto-Gutemberg Santos-Lair Ribeiro - Leila Navarro-Paulo de Tarso Aragão - Marcelo Pinheiro - Roberto Shinyashiki - Sérgio Buaiz - Wagner Quintana - Wanderley Lourenço - Wanderson Carneiro * Secretária-Executiva: Dinah Duarte de Lucena Aragão * Secretários-Assistentes: Dennis Edward Lucena de Oliveira e David Wesley Lucena de Oliveira * Assessor Especial: Douglas Vinícius Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Logística: Denise Duarte Lucena de Oliveira. * Coordenadora de Expedição: Judite Duarte de Lucena * Representante em São Paulo: Margarete Rose Szabo • Correspondente nos EUA: Gutemberg Santos Endereço para correspondência: Praça Floriano, 55 - Conj. 807 - Cinelândia , CEP: 20031-050 - Rio de Janeiro-RJ. Telefones: (021) 2524-0236 / 81230214 - E-mail: [email protected] As colunas e matérias assinadas não refletem, necessariamente, a posição do jornal. www.comunigraf.com.br [email protected] 3 CAPA Prof. Tejon e o Marketing Brasileiro O Prof. José Luiz Tejon, um nome de prestígio internacional, abriu espaço em sua concorrida agenda para receber o LPM e falar sobre a sua especalidade, o Marketing. Suas colocações vão ajudar a compreender as mudanças que estão acontecendo nesse período posterior à grande crise mundial de 2008 que eclodiu nos EUA com desdobramentos inimagináveis em todo o mundo. __________ Entrevista __________ 1- Qual a leitura que o sr. faz do momento econômico atual do Brasil? O pior já passou? A leitura que faço do momento econômico brasileiro é de uma grande vitória do empreendedorismo no país, alargando fronteiras rumo ao centro oeste, nordeste, norte e interior, mesmo com os dramas de infraestrutura e burocracia. Os programas de suporte à construção, eletrodomésticos, automóveis e agronegócio mantiveram o mercado aquecido e a dose de confiança alta. Os paises emergentes alteraram o rumo da economia global, sob o comando da China. Piores e melhores momentos irão conviver o tempo todo, num mundo 100% conectado...O Brasil seguirá com sua vocação de pais gigante. 2- Nosso jornal cobre o universo das vendas diretas, que teve um crescimento de 13% no primeiro trimestre de 2010 e há muito vem tendo crescimento anual na casa de dois dígitos. Qual a leitura que o sr. faz dessa curva ascendente deste canal? Vendas diretas crescem e continuarão crescendo mais do que antes no mundo. Bilhões de pessoas precisam ser acessadas pelo novo consumo e o canal da venda porta a porta, face to face, com eventos, reuniões, ou seja : pessoal, é insubstituível, tanto para o consumidor,quanto para micros,pequenas e médias empresas. 3- Em 2009, o ano da crise, o sr. notou alguma mudança nas estratégias de marketing no Brasil, como se fosse uma correção de rumo nas empresas? Ou, em outras palavras, na cri- se, o marketing brasileiro deu conta do recado? Em 2009 vimos gente que se amedrontou e se escondeu, e outros que viram a oportunidade, e cresceram. Os que cresceram na crise foram os que saíram dos escritórios, procuraram novos fornecedores, ampliaram a gama de clientes, investiram em vendas, produtos, inovações, comunicação. O mundo não dá mais tempo para o medo. Para quem usou o lado certo do marketing, a realidade revela os dígitos superiores do crescimento dos seus negócios. 4- O povo brasileiro é apontado como sendo criativo. O sr. se recorda de alguma estratégia de marketing que justifique essa fama? O povo brasileiro é extraordinariamente criativo, quando um farmacêutico no Maranhão criou o seu refrigerante, e o batizou com seu nome Jesus, tomava conta de um dos mercados mais competitivos do mundo, sendo posteriormente adquirido pela Coca Cola, que manteve o famoso Guaraná Jesus; quando o Sr Antonio da empresa Josapar, 40 anos atrás criava e embalava um arroz especial sob a marca Tio João, agregava valor extraordinário a uma das maiores commodities agrícolas da época o arroz. Quando pelo agronegócio dominamos e domamos todo o Brasil central, Oeste da Bahia, sul do Piauí, com tecnologia de ponta da EMBRAPA, totalmente tropicalizada, demos outro show de criatividade em ação. Quando o Sr Dantas, na cidade de Barreiras na Bahia é líder no varejo, com a sua arte de fechar negócios batendo com o martelo na mesa, temos outra prova da capacidade nacional para a alegria e a criação. São gigantescos os exemplos. 5- Como o sr. vê essa variante das vendas diretas chamada de marketing de rede, ou network marketing, que não usa a mídia dos meios de comunicação e sim apenas o boca-a-boca? Vejo toda ação de venda pessoal de maneira muito positiva. Redes, reuniões, eventos, incluindo o suporte das redes virtuais, toda essa ação configura o boca a boca e o novo boca a boca viral.... é essencial em qualquer empresa prestar atenção e usar parte desses canais humanos e interativos. 6-Mudando de assunto, o que o sr.acha da estratégia de marketing de associar a imagem da empresa a famosos na música ou no esporte? Associar a imagem da empresa a famosos, se a escolha for bem feita amplia consideravelmente o nível de prestígio e de reconhecimento da marca.. Os riscos podem existir em associações impróprias por valores e virtudes.... 7-Para ter um bom marketing pessoal - fundamental no nosso canal vendas diretas que se utiliza do contato pessoal- o que deve ser feito? O bom marketing pessoal significa ética. Construção de relacionamentos sérios ao longo do tempo. Qualquer coisa fora disso é truque que se desmorona com o tempo. Respeito às relações, isso é sagrado. 8-No nosso canal de vendas diretas e marketing multinível, a força de vendas está nos revendedores, que não são funcionários da empresa e sim distribuidores independentes. Que estratégias de marketing uma empresa poderia utilizar para fidelizar esse contingente, diminuindo o risco deles irem vender os produtos em outra empresa? As forças de vendas terceirizadas existem e existirão cada vez mais. Isso é ótimo. Para fideliza-los é importante tratá-los como seres humanos de valor, respeitá-los, reconhecer o trabalho sensacional que fazem, estar presente, ao lado das equipes, de formas diretas e indiretas, muitos encontros, reuniões, palestras, motivação, e um ótimo database de cada membro. Como regra, as pessoas só nos abandonam por sentirem ausência de contato e de carinho. 9- Para finalizar, o que é para o sr. um empresário de visão e com faro para o sucesso, seja no mercado tradicional ou no mundo das vendas diretas? Um empresário com faro é aquele que atua de forma focada, com fé pensada ( ausência de dúvida ), apaixonado e compreende as forças do mercado, os desejos, vontades e necessidades dos outros, compondo a melhor estruturação da sua empresa para satisfazer esses sonhos dos clientes. Clientes não compram aquilo que vendemos. Clientes compram aquilo que desejam e sonham. Compreender os sonhos dos clientes e dos seus colaboradores é tudo....e, claro.. ter uma gestão financeira saudável. Um bom empresário sabe que não cresce sozinho... precisa de fornecedores, estruturas e gente, o tempo todo... Mini-currículo de José Luiz Tejon Iniciou sua experiência como vendedor de balcão, depois oferecendo produtos porta a porta e nas operações de listas telefônicas da LTB. É professor de Pós-graduação da FGV (Fundação Getulio Vargas) e da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) em São Paulo. É diretor da TCA Internacional, em parceria com Studio Panzarani, Roma–Itália. Foi diretor geral da Oesp Mídia do Grupo O Estado de S.Paulo, diretor de Marketing e Vendas do Grupo Agroceres e executivo da Jacto S/A. Tem especialização em Harvard, Insead, Pace University e MIT, e densa experiência em negociações internacionais e diversos mercados. Possui 14 livros publicados entre eles: As 7 descobertas para construir uma poderosa máquina de vendas, O beijo na realidade e O voo do cisne, todos editados pela Editora Gente (www.editoragente.com.br). 4 MELHORES MOMENTOS Reveja agora as matérias de maior repercussão nestes dois anos do LPM ABEVD e o Comitê de Multinível Carl Rehnborg R eveja a história da criação do marketing multinível, nos anos quarenta nos EUA, pelo médico-químico-industrial Carl Rehnborg, que deu origem a um livro de sucesso. Empreendedor Individual J urista com Mestrado e Doutorado, Dr. Alysson Santos conta tudo sobre como se beneficiar com o MEI-Empreendedor Individual. C onheça o funcionamento do Comitê de Multinível dirigido empresário Andres Postigo na ABEVD, o órgão máximo das vendas diretas no Brasil. Mais antigo do mundo E mocione-se com a história de João Maggioli, ex-presidente da Avon e considerado como o mais antigo executivo de vendas diretas do mundo. A REDESCOBERTA DO DR. CARL REHNBORG Ele criou o Sistema de Marketing Multinível em 1941, nos EUA. Médico, químico e industrial, Dr. Carl Rehnborg estava muito L ançado em março de 2009, o livro Pequena História do Marketing Multinível, terceira obra de Paulo de Tarso Aragão, está despertando o interesse do mundo multinível em torno da figura do criador dessa modalidade de distribuição de produtos e serviços. Assim como todo médico sabe que Hipócrates é o Pai da Medicina, todo profissio- à frente do seu tempo, lançando uma nova modalidade de distribuição que se tornou um sucesso mundial. Quebrando paradigmas Mas a importância do legado do Dr. Carl Rehnborg transcende qualquer visão paroquiana de concorrência entre empresas. Isto porque ele conseguiu realizar a proeza de quebrar dois paradigmas existentes à época, entre os anos 20 e 40, referentes a alimentação e negócios. O legado do Dr. Carl Rehborg transcende qualquer visão paroquiana de concorrência entre empresas. nal de Marketing Multinível deveria saber que o Dr. Carl Rehnborg foi o criador desta atividade. Barreira Talvez o desinteresse no mundo multinível em promover a figura do seu criador se deva ao fato de que a empresa criada por ele em 1934 e introdutora do MMN em 1941 exista até hoje, como “player” de peso no mercado internacional, a Nutrilite. Ora pílulas O primeiro paradigma quebrado pelo Dr. Carl Rehnborg refere-se à saúde. Ele foi o primeiro cientista do mundo a desenvolver um processo eficaz de colocar nutrientes em forma de cápsulas e em tabletes (veja o Box “Quem foi Carl Rehnborg?”). O segundo paradigma quebrado por ele refere-se à criação de um sistema de rede profissional, para a distribuição de produtos. Psicologia humana Dr. Carl Rehnborg era um gênio e captou como poucos a essência do comportamento humano. Querer ganhar e não querer perder faz parte, intrinsecamente, da natureza humana. Os treinadores e motivado- res de marketing sabem disso como ninguém. E procuram tirar proveito desses fatos para direcionar as pessoas sob sua responsabilidade. Dr. Carl Rehnborg captou essa nuance da psicologia humana e ofereceu um “plus” aos seus distribuidores. 5 Além de ganhar bônus com as pessoas cadastradas diretamente, o que já era conhecido na época, ele foi muito mais além. O seu distribuidor passou a ganhar bônus também com as pessoas que seus diretos traziam para a empresa, o que foi uma revolução completa na época, nos anos 40. Mais grana Isso gerou uma remuneração maior, porque atingia vários níveis advindo daí o termo multinível. Até então só existia o sistema mononível, onde você só ganhava com as pessoas diretamente ligadas a você. Mais ou menos como uma promotora da Avon, Natura ou Enciclopédia Barsa, hoje em dia. Atualmente, mais de 60 anos depois, cerca de 95% das vendas diretas nos Estados Unidos são geradas através do sistema em multinível, chamado lá de “network marketing”, também traduzido em português como marketing de rede. No Brasil ain- da estamos muito longe disso, com índices em torno de 10%. Mas vemos a cada dia mais e mais empresas que operavam com vendas diretas simples passarem a adotar o sistema multinível. Novos termos Este novo paradigma ocasionou o nascimento de novos termos técnicos para a atividade, como Lateralidade e Profundidade, por exemplo. Lateralidade são as pessoas da rede ligadas diretamen- te a você.; Profundidade são as pessoas ligadas aos seus diretos, em todos os níveis abaixo de você. A experiência em mais de 60 anos de marketing multinível mostrou que a lateralidade dá dinheiro e a profundidade dá segurança. Daí, surgiu a Engenharia de Rede, que é a arte de administrar a entrada das novas pessoas na rede, segundo os critérios de lateralidade e profundidade, visando a construção de uma rede produtiva. QUEM FOI CARL REHNBORG? Após iniciar sua carreira como representante de vendas de companhias americanas na China, na década de 20, e fazer observações criteriosas sobre os diferentes hábitos culturais nutricionais, Carl Rehnborg decidiu se dedicar ao estudo da nutrição para ajudar as pessoas a atingir uma ótima saúde por meio de dieta balanceada. Em seus estudos, Carl Rehnborg concluiu que os seres humanos não consomem quantidades adequadas de vegetais, os quais, já naquela época, acreditava conter muitos componentes para a melhoria da saúde. As teorias de Rehnborg estavam à frente de seu tempo. Suas convicções o levaram a desenvolver um processo de desidratação e concentração dos materiais das plantas ricos em nutrientes que podiam ser colocados em cápsulas ou ter a forma de tabletes. Em 1939, Rehnborg dá à sua companhia o nome de Nutrilite. A filosofia e as teorias básicas de Rehnborg resistiram ao teste do tempo e foram validadas por pesquisas científicas avançadas. Carl Rehnborg foi sucedido no comando da empresa por seu filho, Dr. Sam Rehnborg. (Fonte: Revista Nutrilite, 2008) 6 Revival 2008-2010 Empreendedor Individual chega como evolução do Trabalho Autônomo A figura jurídica do Empreendedor Individual entrou em vigor em 1 de julho deste ano, apenas no Distrito Federal, com o nome de MEI, onde o “m” vinha do prefixo “micro”, que em seguida foi retirado. Em agosto e setembro expandiu-se para diversos estados, e continua em expansão gradual para chegar a todo o Brasil. A lei que criou o programa foi aprovada em dezembro de 2008 e beneficia mais de 260 profissões. Várias categorias selecionadas poderão ser utilizadas pelos revendedores de ven- A SOCIEDADE EM REDE O sistema de comercialização de produtos e serviços avançou bastante nos últimos cinqüenta anos, principalmente do ponto de vista tecnológico. A logística integrada e as novas tecnologias da informação contribuíram sensivelmente para que o Just in time, por exemplo, pudesse constituir uma realidade. Tal conceito, desenvolvido no Japão, consiste na entrega do produto ao cliente no tempo certo, dispensando os altos custos do estoque, o que representou uma das bandeiras dessa nova era de comercialização. O foco deixou de estar concentrado no produto, na produção em escala, modelo chamado de fordismo, e passou a concentrar-se no cliente. Essa quebra de paradigma oportunizou adaptação dos produtos aos gostos e escolhas dos mais variados clientes. Todavia, as reformas dos sistemas de comercialização não ocorreram apenas no ambiente das novas tecnologias. Essas se desenvolveram especialmente no locus das relações humanas. As novas formas de interação humana a exemplo das: associação de consumidores, de pais, moradores, e etc, permitiram a formação efetiva do que Manuel Castells mais tarde veio chamar de “sociedade em rede”. A esse contexto, adicionamos a internet, que ajudou a produzir e acelerar a formação de novas redes de relacionamentos, particularmente com as tecnologias do Blog, Twitter, Facebook, Orkut e entre outras. A sociedade em rede viabilizou também, a revitalização do sistema de comercialização. A partir da percepção de que todo cidadão potencialmente dispunha de uma rede de relaciona- mento, que possivelmente se reverteria em um potencial canal de distribuição de produtos. Essa lógica estimulou os chamados negócios em rede. Com a vantagem de não despender os pesados custos do mercado tradicional com propaganda, aliado ao potencial das redes sociais já formadas, surgiu nos E.U.A., o Marketing de Rede. O livro A Pequena História do Marketing de Rede, do autor Paulo de Tarso, trata essa questão com precisão e riqueza detalhes. O PROFISSIONAL DE MARKETING DE REDE E O EMPRESÁRIO O número de cidadãos comuns que passou a utilizar sua rede de relacionamento para vender os produtos de Empresas de Venda Direta cresceu bastante nos últimos vinte anos. Por vários fatores: desemprego, insatisfação com as limitações dos ganhos do seu trabalho, forte desejo de realização, etc. Importante destacar que, esse crescimento não se deu apenas das diretas e pelos empreendedores de marketing multinível, que quiserem usufruir dos benefícios oferecidos, como aposentadoria por idade, licença-maternidade e auxílio-doença. O empresário inscrito no EI está dispensado ainda de prestar contabilidade e poderá contratar um empregado. O jurista Dr. Alysson Santos (foto) apresenta os diversos aspectos da nova lei em relação ao mundo das vendas diretas e MMN. Experiente empresário e consultor de Multinível participa da indústria desde 1996. vendedor, passava então, a ser chamado de “Profissional de Marketing de Rede”. Esse profissional que reúne as características de iniciativa, ética no trabalho, motivação, liderança e cuidado com os seus Distribuidores e clientes, passou a alcançar o topo dos planos de compensação das empresas de rede e mostrar que é possível tornar-se bem-sucedido ajudando outras pessoas a fazer o mesmo. Estudos recentes, nos E.U.A., mostram que as indústrias que têm levado mais profissionais ao patamar de ganhos superiores a um milhão de dólares por ano são as empresas de Marketing Multinível. Destaco que esse sucesso deve-se essencialmente ao trabalho duro e ético de verdadeiros profissionais O número de cidadãos comuns que passou a utilizar sua rede de relacionamento para vender os produtos de Empresas de Venda Direta cresceu bastante nos últimos vinte anos. do ponto de vista numérico, ocorreram também avanços na qualidade da prestação dos serviços. Por meio dos sistemas de treinamentos implantados pela Indústria do Marketing de Rede, foi possível implantar programas de acompanhamento aos clientes estabelecendo o objetivo maior do acirrado mundo concorrencial: “a fidelização dos clientes”. Os sistemas de treinamento, característica indispensável para identificação se a empresa é realmente do ramo de multinível, trouxe a profissionalização desse mercado. O antigo que atuam em empresas sérias com produtos verdadeiramente diferenciados. Não há mágica nesse setor, mas há trabalho árduo, um sistema de ganhos que proporciona a motivação necessária ao sucesso, além de tecnologias que não estão disponíveis em prateleiras dos supermercados, ou seja, um produto ou serviço que você só encontre nas mãos de um Distribuidor da empresa. Do ponto de vista práticoconceitual esse é o Profissional de Marketing Multinível, um cidadão que se diferencia pela ati- tude profissional. É persistente, sem ser insistente, é ambicioso, sem ser anti-ético, é líder, sem ser manipulador, é corajoso, sem ser inconseqüente. É copiado pelo que faz e não pelo que diz fazer. Sem embargos às definições trazidas, traremos, em termos jurídicos, a definição do Profissional do Marketing de Rede. Assim, iniciamos pela seguinte indagação: “Quem é o Profissional de Marketing de Rede, do ponto de vista jurídico? Na verdade qualquer pessoa maior de idade, dotado de plena capacidade civil, poderá com um investimento muito pequeno, via de regra, ingressar como um Distribuidor de produtos ou serviços de determinada Empresa de Venda Direta. Caso essa empresa adote um plano de compensação que remunere o Distribuidor pelo volume de compras de sua rede de Distribuidores, em vários níveis, estaremos diante de uma Empresa de Venda Direta que se utiliza do Sistema de Marketing de Rede para a comercialização de seus produtos ou serviços. A condição de Profissional de Marketing de Rede implica 7 em vários benefícios, quais sejam: baixo investimento, o custo operacional para o trabalho realizado é baixo (em boa parte dos casos os Distribuidores têm seus escritórios em casa), não gera vínculos trabalhistas (pois todos são Distribuidores independentes), etc. Em paralelo, temos a figura do empresário individual, uma figura juridicamente estabelecida pelo Novo Código Civil, em seu art. 966. Portanto, o conceito legal de empresário é o sujeito que exerce profissionalmente atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens ou serviços, equiparado a Pessoa Jurídica para fins tributários, por isso ele adquire um CNPJ. O Novo Código Civil, art. 967, estabelece também que antes do início da atividade de empresa é obrigatório o seu registro no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial). As vantagens da condição de empresário são: maior autonomia negocial, possibilidade de se estabelecer, adquirir crédito, e etc. Assim, podemos dizer que o Profissional de Marketing de Rede legalmente é um empresário? Via de regra, não é empresário, pois na maioria dos casos optam pelo cadastro no sistema de rede como pessoa física. Isso tem um lado muito positivo, o da acessibilidade. Em outras palavras, tal fato torna o sistema de rede mais acessível aos cidadãos em geral, e por isso duplicável. Em sistemas de rede que focalizam mais o consumo individual do Distribuidor, chamados de Marketing de Rede de Consumo, realmente é mais apropriado à condição de Distribuidor pessoa física. Porém em sistemas que trabalham com volumes maiores, chamados de Marketing de Rede de Vendas, a condição de pessoa física, não permite, ao Distribuidor, por exemplo, o seu estabelecimento (fixação em determinado local). Deve-se, portanto, ponderar que boa parte dos profissionais de marketing multinível não são legalmente empresários, sob o aspecto de Direito, porém o são sob o aspecto de fato, pela capacidade de empreender (iniciativa), de correr risco e de mobilização e criação de riquezas, visando a obtenção de lucro. O Profissional de Marketing de Rede e o Empreendedor Individual segundo a Lei Complementar N. 128/08 Importante destacar que, a concepção de empresário pressupõe também a iniciativa e a capacidade de correr risco calculado. Tudo isso a partir do capital, pois sem este, na concepção jurídica, não é possível empresariar. Esse último elemento (o capital) é em verdade o que diferencia a condição de empresário para a condição de empreendedor. Não se concebe o empresário sem o elemento capital, enquanto que o empreendedor caracteriza-se essencialmente pela iniciativa ou atitude, capaz de mobilizar recursos e criar riquezas. Nesse contexto, pode-se afirmar com toda a convicção que os Profissionais de Marketing de Rede deverão enquadrar-se dentro do conceito de Empreendedor. Tal conceito guardou por muito tempo Imagine você Profissional do Marketing de Rede, com direito a aposentadoria, aos benefícios do INSS, em caso de acidente, ou mesmo, requerer a licença de estabelecimento junto a Prefeitura para desenvolver seu negócio com mais autonomia na venda dos produtos ou prestação serviços com os mesmos. Aproveitamos para citar alguns exemplos da aplicação da Nova Lei ao Marketing de Rede: quem trabalha com cosméticos, poderá montar um centro de estética; quem trabalha com produtos de nutrição, poderá montar um centro de venda de refeições; ou mesmo quem trabalhe com produtos de limpeza, poderá montar um centro de serviços de higienização e limpeza. E antes da lei o Distribuidor de rede poderia realizar tais ati- Boa parte dos profissionais de marketing multinível não são legalmente empresários, sob o aspecto de Direito, porém o são sob o aspecto de fato. apenas uma concepção de fato, e sobretudo instrumental para caracterizar àqueles que tem feito a diferença na dinâmica capitalista. A exemplo, dos que com a atitude empreendedora mudaram o mundo: Bill Gates, criador do sistema operacional Windows, Henry Ford, criador da Ford, Muhammad Yunus, também conhecido por banqueiro dos pobres, incentivador do programa de microcrédito para as populações de baixa renda. Em boa parte dos casos partiram de uma idéia e mobilizaram recursos até então inexistentes e construíram verdadeiros impérios. O marketing multinível é o sistema por excelência de mobilização de recursos humanos, e consequentemente de capital (pelas compras para consumo e venda dos Distribuidores). Recentemente, em 19 de Dezembro de 2008, foi incorporado ao sistema jurídico brasileiro a Lei Complementar n. 128 que dentre outras inovações trouxe a Legalização do conceito de Empreendedor. O chamado Empreendedor Individual, com todas as vantagens do empresário, porém desprovido das burocracias e dificuldades de sua legalização. Fato que vem permitir uma maior acessibilidade à condição de Pessoa Jurídica, e com isso uma maior autonomia para o desenvolvimento e expansão dos negócios, incluindo a possibilidade de se estabelecer e obter crédito. vidades? Sim, porém restrito a condição de empresário ou como sócio de sociedade empresária. Entretanto, com a Lei do Empreendedor Individual, isso se torna mais fácil, na medida em que, o Profissional de Marketing de Rede poderá sem custo algum, via escritório de contabilidade credenciado, cadastrarse no portal do empreendedor individual, e rapidamente, sem burocracias adquirir seu CNPJ, e consequentemente obter a sua licença junto a Prefeitura Municipal para o seu devido estabelecimento. Além do que, o CNPJ facilita a obtenção do crédito junto aos órgãos credenciados. Esses são alguns benefícios do ponto de vista empresarial. Entretanto, há benefícios no aspecto pessoal, que fazem do Empreendedor Individual um cidadão de fato e com direitos. Com direito, por exemplo, a aposentadoria por tempo de trabalho ou invalidez, ao benefício do INSS, em caso de acidente de trabalho, e etc. Por exemplo, você está indo comprar os seus produtos ou mesmo está se dirigindo à casa de um cliente para vendê-los. No percurso um veículo chega a atropelá-lo, isso seria na condição de Profissional de Marketing de Rede apenas, um acidente de trânsito. Porém, se você Profissional de Marketing de Rede, estiver enquadrado como EI – Empreendedor Individual, isso será tratado como um acidente de trabalho. Uma pergunta que pode decorrer dessa explicação. Isso não é tratar o Profissional de Marketing de Rede como empregado? De forma alguma, esse Profissional na qualidade de Empreendedor Individual é como se Empresário fosse, não há vinculação hierárquica, ou seja, não há nenhum poder de mando da empresa de rede sobre ele, que faz os próprios horários de trabalho, vende quando quer e a quantidade que desejar, enfim não há nenhum tipo de ordens funcionais a serem cumpridas por essa figura jurídica. A limitação para o enquadramento com EI está nas atividades praticadas e no valor máximo de faturamento mensal e anual. Quanto às atividades praticadas temos nessa matéria quais são elas, e boa parte dos produtos vendidos por essa indústria permite o enquadramento dos seus Distribuidores. Quanto ao valor máximo mensal de faturamento temos R$ 3.000,00 (três mil reais), e quanto ao valor anual este é de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais). Obviamente que se o Distribuidor já dispõe de renda formal (seja por emprego ou vínculo empresarial) maior que os R$ 36.000,00 ano ou R$ 3.000,00 mês não poderá se valer do enquadramento jurídico de empreendedor individual. Por fim enfatizo que há vários Distribuidores do sistema de rede que já optaram pelo modelo jurídico de empresário, principalmente pelo fato de perceberem acima dos R$ 3.500,00, e poderem desfrutar de uma incidência tributária de Imposto de Renda menor que os 27,5 %. Em outras palavras, o modelo jurídico empresarial não é estranho ao Sistema de Rede. Com efeito, o Empreendedor Individual torna-se uma alternativa viável e duplicável pela facilidade de realização, e um caminho recomendável para o Distribuidor de Marketing de Rede que esteja na informalidade e desprovido de outra atividade, garantindo-lhe uma tutela jurídica protetiva, que lhe oferece maior autonomia negocial, além de garantias individuais à sua integridade. Trata-se de uma nova era para os profissionais que atuam no setor, viabilizando uma atitude empresarial menos informal, e por isso mais profissional. Alysson Santos é advogado, professor universitário, consultor de Marketing, empreendedor de Multinível e sócio-fundador da Zero Água International. [email protected] 8 O QUE É EMPREENDEDOR INDIVIDUAL ? Considera-se EI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, que tenha auferiCOMENTÁRIOS: O perfil das pessoas que podem se enquadrar como Empreendedor Individual depende não apenas dos ganhos brutos auferidos no ano anterior, incluindo a soma de todos os valores individuais que possam ser devidamente comprovados, mas também, em virtude da atividade que o candidato pretenda desempenhar. Por exemplo: pessoa que tenha no ano passado (2008) declarado em seu imposto de renda do receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 e que seja optante pelo Simples Nacional. ganhos mensais superiores a R$ 3.000,00 (três mil reais), ou mesmo pessoa que pretenda desempenhar atividade de venda de medicamentos ou prestar serviço de representação comercial, em ambas as situações o candidato está fora do enquadramento, no primeiro caso pelo valor de ganhos mensais e no segundo caso pelo fato de tais atividades não estarem contempladas pela Lei do Empreendedor Individual. COMO E ONDE POSSO ME FORMALIZAR? A formalização é feita pela internet no endereço www.portaldoempreendedor.gov.br. Há um considerável número de empresas contábeis espalhadas pelo Brasil que poderão realizar esse trabalho de graça. Para saber quem são essas empresas consulte a relação constante dos endereços no portal do empreendedor na Internet. Lembre-se de que toda atividade a ser exercida, mesmo na residência, necessita de autorização prévia da Prefeitura que nesse caso será também de graça. O SEBRAE é outro parceiro que oferecerá orientação de graça sobre a formalização. COMENTÁRIOS: Deve-se destacar que o cadastro do Empreendedor ainda não está liberado para todos os Estados brasileiros, atualmente são apenas nove, quais sejam: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Espírito Santo. Eles se juntam ao Distrito Federal e aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A idéia de ade- são para os demais Estados é gradual, entretanto, há uma expectativa para o dia primeiro de outubro de uma adesão maciça. Os escritórios de contabilidade que estão credenciados e deverão fazer a formalização gratuita do EI são encontrados no site: http://www.fenacon.org.br/escsimples.php QUE ATIVIDADES PODEM SER ENQUADRADAS COMO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL APLICÁVEIS AOS PROFISSIONAIS DE MARKETING DE REDE? ESTETICISTA LAVADOR DE CARRO LAVADOR DE ESTOFADO E SOFÁ PROFESSOR PARTICULAR VENDEDOR DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS VENDEDOR DE COSMÉTICOS E ARTIGOS DE PERFUMARIA COMENTÁRIOS: Lembramos que as atividades enquadradas no regime jurídico do EI são várias, que podem ser encontradas na Resolução n. 58 que regulamentou a Lei do EI, contudo restringimos tais atividades, destacando apenas aquelas que se adequam a Indústria de Marketing de Rede no Brasil. Por exemplo: os líderes treinadores da Indústria de Rede poderão se registrar com Empreendedor Individual Professor Particular; uma indústria que vende cosméticos, dará base para o Distribuidor poder se registrar como Empreendedor Individual Vendedor de Produtos Cosméticos, como também, ou mesmo como Empreendedor Individual Esteticista; uma indústria que vende produtos de nutrição, permitirá ao Distribuidor optar pelo registro como Empreendedor Individual Vendedor de Produtos Alimentícios; como também, uma indústria que comercialize produtos de limpeza oportunizará ao Distribuidor montar uma prestadora de serviço de limpeza, seja um lava-jato ou limpeza de sofá a domicílio, registrando-se como Empreendedor Individual Lavador de Carro ou Empreendedor Individual Lavador de Estofado e Sofá. QUAIS OS BENEFÍCIOS DA FORMALIZAÇÃO? Cobertura Previdenciária para o Empreendedor e sua família, traduzida nos seguintes benefícios. Para o Empreendedor: 1. Aposentadoria por idade : mulher aos 60 anos e homem aos 65. É necessário contribuir durante 15 anos pelo menos e a renda é de um salário mínimo; 2. Aposentadoria por invalidez : é necessário 1 ano de contribuição; 3. Auxílio doença: é necessário 1 ano de contribuição; 4. Salário maternidade (mulher): são necessários 10 meses de contribuição; Para a família: 5. Pensão por morte: a partir do primeiro pagamento em dia; 6. Auxílio reclusão: a partir do primeiro pagamento em dia; Obs. Se a contribuição do Empreendedor Individual se der como base em um salário mínimo, qualquer benefício a ele que vier a ter direito também se dará como base em um salário mínimo. G. Acesso a serviços bancários, incluindo crédito. H. Apoio técnico do SEBRAE sobre a atividade exercida; I. Possibilidade de crescimento em um ambiente seguro; J. Desempenhar a atividade de forma legal, sabendo que não sofrerá ações do Estado; K. Formalização simplificada e sem maiores burocracias; L. Baixo custo da formalização em valores mensais fixos M. Simplificação no processo de baixa e ausência de pagamento de taxas. COMENTÁRIOS: Para maiores esclarecimentos sobre os benefícios do Lei do Empreendedor Individual, Sebrae: 0800 5700800, Previdência: 135, [email protected]. CONHEÇA A NOVA ACADEMIA DE MARKETING MULTINÍVEL NO BRASIL Cadastre-se e tenha acesso ao melhor conteúdo para treinamento e crescimento pessoal. A MOTIVAMMN é um projeto do empresário, escritor, consultor, treinador e líder de MMN Humberto Mendes. www.motivammn.com Sistema Pay-per-view: taxa de adesão+mensalidade 9 Revival 2008-2010 A Por dentro do Comitê de Marketing Multinível da ABEVD s vendas diretas no mercado brasileiro passaram ao largo da crise mundial desencadeada em 2008 nos EUA. Em 2009, as V.D. mantiveram no Brasil o crescimento na casa dos dois dígitos e aumentaram tanto o faturamento como o número de revendedores e empreendedores. Este “boom” atingiu também as empresas de Marketing Multinível, as quais integram o mesmo canal de distribuição. Uma delas, por exemplo, uma famosa multina- As empresas de MMN Empresas de distribuição multinível são aquelas que comercializam produtos por intermédio de comerciantes ou distribuidores que, por sua vez, patrocinam outros, recebendo pagamentos baseados sobre as vendas realizadas pelos patrocinados. As leis brasileiras não proíbem tal sistema de distribuição, sujeitando-se quem dele se utiliza às normas legais a que estão sujeitas as empresas em geral. Os pagamentos correspondentes às vendas feitas pelos patrocinados estão sujeitos ao recolhimento do imposto de renda na fonte, bem como, no caso de pessoa física, à contribuição para o Instituto Nacional de Seguridade Social. Sobre o comitê de multinível A missão do comitê de multinível é discutir assuntos relativos à venda direta com foco no marketing de rede como tendência mundial. O comitê é formado pelas empresas associadas a ABEVD que têm inte- cional americana apresentou em junho um crescimento recorde de 103% em relação ao mesmo mês no ano passado. O órgão máximo do setor, a ABEVD, tem um Comitê específico para o modelo Multinível, que é presidido pelo empresário Andres Postigo (foto). Nesta conversa com o LPM Andres primeiramente situa para o leitor as empresas de MMN no contexto comercial e em seguida explana as atividades do Comitê que preside na ABEVD. resse no assunto. Em 2009 o comitê tem discutido as melhores práticas no mercado de multinível e as possíveis ações no sentido de levar informação correta aos interessados sobre nosso modelo comercial. O comitê discute amplamente as questões vividas pelas empresas associadas bem como a situação do mercado de multinível como um todo. Paralelamente às reuniões do comitê cada empresa associada se esforça em combater ruídos gerados por informações incorretas em suas redes. As empresas entendem que a comunicação rápida e clara com as lideranças é fundamental para eliminar mal entendidos além de inibir a ação de distribuidores que não hajam em consonância com os objetivos da empresa e do grupo. As empresas associadas também assumem o compromisso de divulgar e difundir o código de ética entre seus distribuidores. Nosso código foi criado à luz do código de ética da WFDSA e já incorpora as últimas tendências de nosso seg- mento. É consenso entre as empresas participantes do comitê de multinível que o melhor caminho para o combate ao esquemas ilegais é a disseminação do conhecimento. Nesse sentido, não só o comitê de multinível, mas a ABEVD como um todo, vem estudando maneiras de se levar este conhecimento ao público em geral. Na opinião de Andres Postigo o mercado passa por um amadurecimento natural, assim como aconteceu com os EUA e outras economias que viveram o “boom” do Multinível antes do Brasil. O importante é aprender as lições vividas por esses países e diminuir essa curva de aprendizado que pode demorar algumas décadas. Todas as ações são válidas e importantes, não só do comitê da ABEVD mas também das empresas do setor e de outras entidades que defendem a causa. Todavia o assunto é delicado e merece cuidado pois acusar uma empresa de prática ilegal é algo, no mínimo, de muita responsabilidade. Exem- plo recente foi o episódio que envolveu equivocadamente o nome de uma das associadas da ABEVD, a empresa Mix Phone Club, a um esquema fraudulento que aconteceu em Goiânia e outras cidades. Como é sabido por todos a Mix é uma empresa que trabalha e defende o modelo multinível e é conhecida em nossa comunidade. Mas por falta de informação das autoridades envolvidas no processo, foi tratada como um esquema ilegal. A solução é levar conhecimento à população orientando sobre o que é uma empresa de marketing multinível e quais são as melhores práticas, tanto por parte das empresas quanto por parte dos distribuidores. A disseminação desse conhecimento deve acontecer através de cursos profissionalizantes, instituições de ensino superior, empresas, distribuidores e veículos de comunicação. Todas as empresas, por sua vez, são convidadas a se associarem à ABEVD colaborando com os esforços das associadas a valorizar o mercado de vendas diretas. TÚNEL DO TEMPO A Reveja o depoimento histórico do fundador André Raduan publicado em 2008 na primeira reportagem do LPM sobre o Comitê de Marketing Multinível da ABEVD. ndré Raduan foi testemunha ocular e participante ativo de todo o processo de criação do Comitê de Multinível da ABEVD. Atualmente Presidente da Amway, é dele o depoimento: “Quem fez o comitê fui eu e o Marcelo Zalcberg ( foto), mais ou menos há dois anos atrás. O objetivo é reunir na mesa os interesses, as dificuldades e as necessidades comuns às empresas de multinível. Então, com isso, através desse grupo de reuniões, nós atuamos de forma conjunta e única em todas essas frentes. Discutindo problemas, dificuldades, fortalezas, o que deve ser mantido, o que está dando certo, e atuar em conjunto como uma voz única perante as empresas e a imprensa. Fazer com que a ABEVD tivesse uma representação por igual, onde a diretoria sempre seria constituída de empresas de Mononível e Multinível. André Raduan Isso foi obtido, tanto que agora uma das vice-presidências da ABEVD é de uma das empresas de marketing multinível. A segunda coisa foi como se posicionar sobre o que é marketing multinível. Então essa descrição do que é foi construída por todas as empresas e assim veiculada por elas, sendo hoje encontrada no website da ABEVD. Existia e ainda existe uma certa con- fusão sobre o que é marketing multinível. Então nós quebramos essa pedra e demos um passo para esclarecer o que é ou não multinível. O número de empresas de multinível no mundo é basicamente de 80% das empresas de vendas diretas. No Brasil esse gráfico está de ponta cabeça. Existe uma tendência natural desse gráfico ir se invertendo. Tanto é que existem diversas empresas entrando em vários segmentos da economia, como turismo, telefonia de voz sobre IP, venda de cartão de crédito e, em estudo, existem concessionárias de veículos. Ou seja, está ampliando cada vez mais o leque da participação de vendas em multinível dentro da economia brasileira. É uma tendência irreversível. Uma outra grande oportunidade, em parceria com o Comitê de Relações Acadêmicas, é o trabalho que a ABEVD está começando junto às universidades, visando que, no futuro, uma das cadeiras seja o marketing de vendas diretas. Com foco de explicar o que é a venda direta, detalhando o que é o Multinível e o Mononível, com uma transparência que permita que cada um escolha aquêle com o qual se identifica mais. Marcelo Zalcberg 10 Revival 2008-2010 A lenda viva das vendas diretas João Maggioli T ivemos que utilizar três edições do LPM para apresentar a trajetória do mais antigo Executivo de vendas diretas do mundo, iniciada em 1959, o brasileiro João Maggioli. Depois de se aposentar na Avon onde terminou como Presidente, recusou convite para assumir a Presidência da Coca-Cola. Preferiu deixar sua marca no Marketing Multinível, onde formou toda uma geração de Executivos que hoje brilha em muitas empresas. O nome João Maggioli virou “grife” e lenda viva no mundo das vendas diretas/multinível. Depoimento histórico de João Maggioli ao Museu da Pessoa IDENTIFICAÇÃO João Bosco Maggioli. Nascido em março de 1935, em São Paulo, aqui na região de Pinheiros. muito grande. Todos os irmãos são muito responsáveis até hoje. E dos dez, eu fui o que tive mais sorte, se podemos dizer que foi sorte. FAMÍLIA Eu sou um dos dez filhos da minha família. São sete mulheres e três homens. Minha mãe, extremamente religiosa, colocou o nome de Maria em todas as filhas e José, João ou Antônio, nos homens. Dos dez, só tem uma irmã falecida. Por ser uma família grande e humilde era muito difícil, na época, o meu pai poder assistir ou dar um tipo de bem estar à família. Foi uma vida muito dura, muito difícil. Eu nem sei como a minha mãe conseguiu educar dez filhos, todos dignos de muito respeito, com pouca possibilidade de educação, mas muito responsáveis. E todos, até hoje, sem nenhum tipo de problema. Mais ou menos aos 12 anos, todo mundo tinha que se mexer. Todo mundo tinha que arranjar um jeito ou de ajudar a família ou de sobreviver, porque era muito difícil mesmo. Não dá nem para a contar o que é difícil. A geração de hoje não sabe o que é dificuldade, apesar de a gente ouvir muito sobre o problema social no Brasil. Mas eu acredito que por se gostarem, e pelo meu pai e a minha mãe conseguirem, na época, manter os filhos muito próximos, fomos criados com essa responsabilidade TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Logo aos dez, 12 anos todos os irmãos começaram a se mexer. Eu estudava num colégio na Rua João Moura, um colégio público, e na saída de colégio eu procurava o que fazer. Comecei a ser entregador de farmácias do bairro. Cheguei a ser “camelô”, vender uva-passa na porta do Mappin, na Praça Ramos de Azevedo [centro de São Paulo], sem a minha mãe saber. Desgraçadamente, fui vender uva-passa para uma senhora que era vizinha, e que contou para minha mãe. Eu fui corrigido, muito fortemente, e deixei de fazer isso. existia eram os jornais que publicavam as oportunidades. E eu desesperado para querer achar um emprego, não queria esperar o jornal circular, porque os poucos empregos que apareciam em jornais, fatalmente, se eu chegasse meia hora mais tarde, eu não teria a mínima chance. Então o que eu fiz? Eu fui na porta do jornal que publicava o maior número de oportunidades, de empregos, que na época era o Diário Popular. Localizava-se na Rua Três de Setembro, travessa da XV de Novembro, na cidade [centro de São Paulo]. O jornal saia às três da tarde; às duas horas, eu estava lá esperando. Eu era um garoto - como sempre fui arrumadinho, ajeitadinho. Eu estava ali esperando, um senhor chegou próximo de mim e disse: “O que você Naquela época, para os padrões do Brasil, era uma coisa de cinema, entrar na Avon. Continuei sendo entregador de farmácia. Dali achei que aquilo não ia dar resultado. Todo mundo, até os donos da farmácia, achava que eu devia estudar para ser farmacêutico, mas não era o meu caso. Fui procurar emprego. Essa foi uma passagem muito interessante porque não se achava emprego como se acha hoje, ou por uma agência de emprego, ou recomendação de um amigo. Não existia isso. O que está fazendo aqui?” Eu digo: “Estou esperando o jornal sair para a ver se eu arranjo um emprego.” E ele disse: “Você não quer trabalhar comigo?” Eu digo: “Bom, o senhor está me falando agora, eu não sei quem é o senhor, não sei o que o senhor faz.” Jamais se faria isso hoje. Ele disse: “Então me acompanhe. Vamos ao meu escritório”. Vê se alguém pode fazer isso hoje? Eu saí com o homem. Ele andou, andou, andou, fomos parar lá na Santa Ifigênia. O escritório dele era lá, um escritório de publicidade, de comunicação, pequeno. Naquela época, as empresas que faziam esse tipo de trabalho se comunicavam entre elas, então você tinha que pegar toda manhã e toda tarde, fazer distribuição de material que eles usavam na agência deles pras outras agências. Eu fiquei com esse homem um ano, um ano e meio. Registrado, esse foi o meu primeiro emprego. Eu tinha 13 anos, uma carteira de trabalho vermelha ainda, carteira de menor que eu tirei em 1948. Fiquei com ele um tempo, mas era pouco dinheiro e eu continuava olhando uma outra oportunidade. Até que eu tive a chance de trabalhar numa empresa em Pinheiros, na Cardeal Arco Verde, que era uma empresa de material agrícola chamada Avisco. Ela existe até hoje. Fui lá para trabalhar em contabilidade. Dali eu recebi um convite para trabalhar no mesmo tipo de máquina de contabilidade. Hoje é computador, mas naquele tempo, eram umas máquinas contábeis, grandes, enormes e eu comecei a ficar bom naquilo. Recebi um convite para trabalhar num magazine na Rua São Bento. Era um dos maiores magazines de São Paulo. Dali, um amigo me convidou para trabalhar no Klabin, mas não o Klabin papelão, o Klabin Fósforos e Propaganda, que estava na Avenida Ibirapuera. Eu vim trabalhar com eles no mesmo tipo de trabalho. Fiquei ali uns quatro, cinco anos. Foi aonde eu conheci a minha mulher, que morava no Ibirapuera. Eu morava na Joaquim Floriano, no Itaim, e trabalhava na Avenida Ibirapuera, então era tudo pertinho. Estudei até o colegial. Primeiro porque custava dinheiro, e segundo porque eu não era muito disso. Só o dinheiro não é razão. Eu era muito mais ambicioso de fazer negócio, eu já olhava as coisas, naquela época, como eu olho hoje. Tanto é que todas as empresas em que eu trabalhei, essas pequenas que eu citei, os chefes sempre me escolhiam para fazer coisas que tinham a ver com comércio. Por exemplo, na Klabin, eu montei um restaurante de empregados e administrei uma cooperativa. Eu era menino, era garoto. E lá, nesse Klabin, era indústria de fósforos de propaganda, esses de papelão, e era um negócio meio grande. Havia uma área de promoção e marketing, diretores de promoção, de marketing ali dentro. Eu 11 era muito amigo desse pessoal, porque a parte boa da empresa era essa área de criação. E aí a companhia resolveu fazer uma redução e algumas pessoas saíram. Os chamados artistas, diretor de arte. Saíram e depois de um tempo eu encontrei um deles, que se chamava Cleônidas Simões. Eu disse: “Ué, onde você está?” Ele disse: “Ah, eu estou numa empresa nova que está abrindo, uma empresa americana. Estou lá há quase um ano.” Eu digo: “Que bom.” Aí ele disse: “Por que você não aparece lá?” Eu digo: “Como é que eu vou aparecer lá? Vou fazer o quê numa empresa dessas?” Ele disse: “Ué, por que você não vai, conversa, quem sabe você pode ter uma oportunidade?” Essa empresa era a Avon. Então por um convite de conhecer a empresa por esse rapaz que se tornou diretor de arte da Avon, eu fui até a Avenida João Dias. Passei um dia lá dentro sendo entrevistado para trabalhar na área de contabilidade, na área de custo industrial. Naquele dia mesmo acabei ganhando uma oportunidade. Isso era agosto de 59. Eu comecei em setembro de 59 como auxiliar de custo, na área industrial da Avon. AVON/PRIMEIRAS IMPRESSÕES A Avon começou em 58, mas de verdade, começou a vender, mais ou menos, em maio de 59. Eu entrei em setembro de 59 e já era um movimento brutal, não tinha nenhuma companhia de venda direta no Brasil. A Avon era única. E começou com um sucesso estrondoso, porque a quantidade de mulheres que já entraram para a Avon no primeiro ano, e de volume de vendas... Eu ia passear na expedição e via as caixas correndo, era uma coisa espantosa. Todo mundo trabalhava quase 24 horas por dia. De 59 até 62, 63 era uma coisa impressionante o que se trabalhava. Eu estava casado há, mais ou menos, um ano quando eu entrei na Avon. Eu casei em 58, fiz agora 50 anos de casado. Em 59, eu fui trabalhar nessa empresa e deixei a Klabin. Quando contei para o meu pai que eu ia trabalhar numa empresa americana, ele disse: “Imagina! Você vai deixar o Klabin?” Porque o Klabin tinha nome, era uma das maiores empresas do Brasil. “Você vai trocar o Klabin por uma empresa que você não sabe nem o que é, de americano?” Eu disse: “Não, eu não vou trocar, eu já troquei”. Ele ficou assustado: “Você está casado há pouco tempo, começa a trocar de emprego, cuidado, isso pode prejudicar sua vida com a família.” Eu digo: “Não, eu vou porque a oportunidade é boa”. Eu adorei a Avon naquele dia que eu passei lá. Naquela época, para os padrões do Brasil, era uma coisa de cinema, entrar na Avon. PRIMEIRO DIA DE TRABALHO Era deslumbrante. Eu entrei na recepção, tinha lá um estande da linha de produtos, mais a linha de maquiagem, batom. Eu olhava aquelas meninas alegres, muito bem arrumadas, bem maquiadas, só tinha menina bonita lá dentro. Eu disse: “Ah, essa empresa deve ser maravilhosa!” Daí comecei a circular lá dentro, a ser entrevistado por um, ser entrevistado por outro. E eu digo: “Se eu não entrar nessa empresa, eu vou ficar doente porque ela é linda demais.” Eu não sabia quanto ia ganhar porque não falamos em dinheiro até essa hora. Até que eu cheguei, na última entrevista, e acabei conseguindo uma oportunidade. Havia muitas oportunidades, a empresa estava crescendo demais, era uma coisa como fermento e eu acabei entrando. TRAJETÓRIA AVON Fiquei na área industrial de 59 a, mais ou menos, 62. Eu era simplesmente um auxiliar de custo industrial, mas trabalhava dia e noite. Trabalhava no primeiro do ano; no dia primeiro, nós trabalhávamos o dia inteiro. O chefe, como era bonzinho, nos pegava e nós íamos almoçar no restaurante do aeroporto, que era o top de São Paulo. Restaurante novo; era uma beleza! Nós íamos almoçar lá para quebrar um pouco a tristeza. Eu não tinha carro, era pobre. Meu chefe morava num bairro que era mais para cima do meu e nós marcávamos um encontro com ele às seis horas da manhã, na Avenida Santo Amaro. Ele me pegava toda a manhã, às seis horas. A gente trabalhava até dez, 11, meia-noite comendo sanduíche porque tinha muito trabalho. Uma empresa americana do porte da Avon que começou no Brasil com este volume de negócios não tinha quantidade de gente que dava conta daquilo. Não tinha equipamento, não tinha informatização, era tudo feito na mão. Imagine a quantidade de pedidos sendo feitos em máquina de escrever, na mão, nem me lembro mais como era feito... Eu passei esses três primeiros anos, trabalhando muito. Nunca reclamei de trabalhar a quantidade de começamos a ter a vida um pouquinho melhor. Eu ganhando um pouco mais e conseguindo esse segundo salário com as horas extras. A vida era tão difícil que quando aparecia uma data especial, para querer comemorar num sábado, a gente ia comer uma pizza no Paulino, na Avenida Santo Amaro. Todo mundo vê hoje a minha vida e não lembra os tombos que eu levei (risos). Quer dizer, o chique, naquela época, quem podia comer uma pizza no Paulino... Ia com a minha primeira filha, Denise, que nasceu aqui em São Paulo. E todo mundo pergunta: “Pôxa, João, mas você entrou numa posição tão insignificante na Avon, como é que você chegou a ser presidente da Avon?” As coisas acontecem, se a gente pudesse passar essa experiência para os jovens de hoje, dizer: “Olha, você não só precisa ter cabeça, não só precisa ter força para trabalhar, mas você precisa se dar conta a cada minuto que você tem da sua vida, cada tipo de contato que você tem, você tem que cuidar porque você nunca sabe o que vai acontecer. Você despreza um momento dentro da sua empresa não A Avon começou em 58, mas de verdade, começou a vender, mais ou menos, em maio de 59. tempo que trabalhei, e foi violento, porque tinha as duas vantagens: uma que eu atendia a necessidade da empresa e outra que ganhávamos um bom dinheiro. Era o meu segundo salário. A minha mulher era professora, trabalhava e ganhava um salário para pagar o aluguel e eu, com esse trabalho, mantinha as despesas da casa. Logo no primeiro ano que eu entrei na Avon nasceu a minha primeira filha, a Denise, daí começou a tornar a vida mais difícil. A minha mulher lecionava muito longe da cidade; ela ia até Santo Amaro, tomava um outro ônibus, era quase uma área rural; perdia o dia no trânsito e dando aula; saía às dez da manhã, voltava seis, sete horas da noite para poder ganhar os três mil e 500 reais que era o aluguel que nós pagávamos num apartamento no Ibirapuera, travessa da Afonso Brás. O prédio está lá até hoje, pequenininho. Com isso nós tendo um comportamento adequado, mas você nunca sabe o que vai te acontecer”. Acabei chegando a ser presidente, obviamente, com a força de trabalho e com a cabeça para fazer o trabalho. Mas, às vezes, você ouve muita gente dizer: “Ah, mas o rapaz é inteligente, se dedica.” Não adianta ele ser inteligente, se dedicar, se ele não aproveitar os momentos que vão fazer a carreira dele. Num casamento é a mesma coisa, é coisa de momento, se você não tiver o momento de equilíbrio, você desfaz um casamento. Então, a minha senhora sendo professora e eu trabalhando na Avon com essa vida modesta, indo no supermercado junto, essa coisa que todas as pessoas mais simples fazem eu também já fiz. E num desses trabalhos puxados, de sábado, por exemplo, que eu ia todo sábado trabalhar, eu estava na minha mesa trabalhando como todo dia, dali pras dez, 11 horas aparece o vice-presidente da Avon, que era o presidente da área de vendas. Ele tinha que fazer uma apresentação nos Estados Unidos, estava preparando essa apresentação. Ele não sabia fazer, trabalhar com cálculos, ele precisava preparar um material para apresentar e estava, eu acho, com dificuldade para fazer alguns cálculos. Aí ele chegou para mim e disse: “Você não pode me ajudar?” Ele em pé na minha mesa, eu ali trabalhando, eu disse: “Pois não, o que o senhor quer?” Ele disse: “Eu queria fazer isso, isso, isso, isso.” Me explicou o que era e eu era muito bom de cálculo, de número, como sou até hoje. Hoje enquanto alguém está falando comigo usando máquina, eu dou o resultado para ele do que deve ser o negócio. E fiz um trabalho para ele de cálculos; dois, três cálculos e eu era ligeiro, falava com ele e mexia na máquina. Nem olhava para a máquina. Ele se chamava Paul Warner. E fiz os cálculos para a ele, ele agradeceu, foi para a sala dele e eu continuei trabalhando. Isso num sábado. Na segunda-feira, tipo nove, dez horas da manhã, esse homem me chama na sala dele, eu digo: “Puxa, eu acho que eu errei tudo pro homem lá, esse homem vai me mandar embora.” Cheguei lá, sentei e ele disse: “Gostei muito do jeito que você fez o trabalho para a mim no sábado, e queria te convidar para ser gerente de vendas da companhia”. De pequenininho para a gerente de vendas! Aí me explicou o que era o trabalho: “Olha, esse trabalho é muito complicado. Você sabe que a Avon é uma companhia só de mulheres. Você tem que saber como se comportar, você é muito jovem, eu estou me arriscando a te convidar para ser um gerente de vendas. E você pode trabalhar em São Paulo, amanhã você pode trabalhar numa outra cidade, você tem que viajar.” E eu, com essa vida modesta que eu tinha, digo: “Puxa, isso aí vai ser complicado para a mim.” Eu ouvi e não respondi para ele. Ele disse: “Você vai, conversa com a sua esposa e depois você volta a falar comigo”. Saí dali já não conseguia mais nem sentar na minha mesa. Eu, normalmente, não almoçava em casa. Esse dia, eu corri em casa para almoçar. O predinho que eu 12 morava não tinha elevador, era escada. A minha mulher até hoje conta que eu nunca subi aquela escada tão depressa como subi aquele dia, porque eu tinha que conversar com ela sobre viagens e tudo isso. Essa foi uma das grandes ajudas e compreensão que a minha mulher teve na época porque, geralmente, a mulher já começa a dizer: “Ah não, viajar não! Trabalhar com mulher? Não, eu não vou querer que você faça isso!” Ela entendeu, eu disse: “Olha, se nós quisermos progredir na vida nós temos que assumir algumas coisas difíceis na vida se quisermos levar uma vida como levamos. Hoje estou em casa todo dia às cinco horas, vou ao supermercado. Fim de semana. Estou aqui e nós vamos comer pizza com as meninas. Eu não sei como vai ser essa vida, até quando vai. Então, para se progredir, tem que se tomar esses riscos que nos aparecem.” E era uma mudança brutal para mim. Imagina! Viajar o Brasil, eu não sabia nem onde era mais do que Santos [litoral de São Paulo], que foi a viagem que eu fiz. E ela acabou concordando. No outro dia cedo, voltei com ele e disse: “Olha, expliquei para a minha mulher e nós estamos muito contentes de poder ter essa oportunidade”. Isso foi 1963. Em maio de 1963 eu comecei a fazer um treinamento de gerente de vendas para saber como era, o que eu iria fazer e já no treinamento eu pude ver a mudança de vida que eu iria ter: viajando para a todo o estado de São Paulo, Rio de Janeiro, que era aonde a Avon tinha mais volume de negócios. Todo o estado de São Paulo, Rio de Janeiro e um pouco no estado de Minas Gerais. Então treinei de maio até dezembro de 63 que culminou meu primeiro treinamento do grupo de gerentes de setor no Rio Grande do Sul. Eu passei três meses no Rio Grande do Sul indo e voltando sexta ou sábado, domingo e segunda, e voltando sexta ou sábado. Passava um dia aqui em São Paulo para treinar naquele primeiro grupo. Eu era um trainee, naquele tempo. E terminado o treinamento, eu acho que eu participei bem do treinamento, a companhia disse que eu ia ser gerente de vendas da região Sul. Iria abrir o Rio Grande do Sul com aquele grupo que foi treinado. Fui morar em Porto Alegre, já tinha a minha segunda filha, pequenininha que foi num cesto, a outra tinha quatro anos, fomos morar em sabe que nós estamos pensando em fazer uma casa aqui em Porto Alegre, do tanto que nós gostamos daqui.” Ele disse: “Não faça isso! Não faça isso porque você não sabe quanto tempo você vai ficar aqui. É melhor você ficar mais um pouco como está. Não pense em fixar residência em Porto Alegre”. E este homem, Paul Warner, que foi o homem que me deu a oportunidade de me tornar um gerente de vendas, ele devia gostar muito de mim porque ele, a todo instante, inventava uma maneira de chegar em Porto Alegre para trabalhar um dia comigo, para se envolver com o grupo de gerente de setor. Ele adorava o meu estilo de trabalhar, estilo brincalhão, eu tirava grandes resultados das mulheres mas sempre com muita leveza e com muita brincadeira. Na hora em que eu tinha que falar sério, falava; mas na hora que precisava tirar um esforço maior eu tinha um jeito bastante bom, era muito habilidoso, pelo menos dito por eles na época. Então vira e mexe, ele estava por lá. Esse homem foi fantástico, foi fabuloso, foi o maior homem de vendas que A Avon começou em 59 e só em 72 ela começou a chegar no Nordeste. eu conheci na minha história. Era um americano que viveu 40 anos no Brasil, falava português fluentemente, tinha amizades. Adorava falar com Carmem Miranda, adorava esse mundo artístico, ia pro Rio de Janeiro e se envolvia com essa gente e depois contava para a gente, contava muita história. Era um grande vendedor. Americano que viajava o Brasil todinho, ia para Mato Grosso, ia para a esses lugares horrorosos e se comunicava com as pessoas com uma facilidade incrível. E eu fiquei muito pouco em Porto Alegre porque meu chefe já estava visualizando que eu ia acabar fazendo coisas maiores. Eu queria ficar lá, mas no fim de 65 eles tinham um problema aqui em São Paulo: “Olha, João, agora você vai para São Paulo”. Eu abri o Rio Grande do Sul todinho. Foi um trabalho muito difícil, dificíli- A única estrada asfaltada que existia era Porto Alegre-Pelotas Porto Alegre. Moramos muito bem lá, as meninas estavam em um colégio formidável em Porto Alegre, eu morava pertinho do colégio, o meu escritório era no centro, na rua da praia. Nós adoramos aquela vida. Até estava tão boa que nós pensávamos em morar em Porto Alegre. Eu disse para uma pessoa com quem eu reportava, que era o diretor de vendas na época: “Olha, que uma mulher ia trabalhar numa companhia americana com tempo integral na rua, circulando na rua e, às vezes, acompanhada do seu gerente. Então quando eu ia fazer entrevista das mulheres, eu punha anúncio em jornal e ia na cidade para a entrevistar como Pelotas, Rio Grande, Santa Maria, Bagé, todas as cidades do Rio Grande do Sul. Eu ficava num hotel, punha um anúncio no jornal e chamava as candidatas para serem entrevistadas no hotel. Isso já era uma coisa do outro mundo. A maioria vinha com o marido junto. Imagina se uma mulher iria sozinha num hotel para ser entrevistada em 1963, 64. Aí eu explicava o que era o trabalho, que a oportunidade era muito boa. Hoje a Avon dá automóvel para as pessoas. Naquela época, elas tinham que ter o próprio automóvel. O salário era bom, o trabalho era muito bom, mas tinha esse complicador de ter que trabalhar na rua, não tinha escritório, não tinha nada e uma parte do tempo, acompanhada pelo gerente de vendas que ia acabar dando direção de trabalho. E perdi grandes candida- mo porque eu tinha que abrir não só Porto Alegre, mas o interior do Rio Grande do Sul. Não existiam estradas. A única estrada asfaltada que existia era Porto Alegre-Pelotas. Dali para frente era só barro e mês de agosto era mês de chuva, você não conseguia nem chegar a uma outra cidade. E eu comecei a abrir essas cidades. A grande dificuldade era explicar para o gaúcho tas, naquela época, pelo fato de o marido não concordar: “Ah não, isso de sair com o gerente para trabalhar, eu não concordo. O que o meu vizinho vai dizer? Que minha mulher saiu com um homem para trabalhar.” Então não dava certo. A maioria das cidades do Rio Grande do Sul eu tive que abrir de uma forma diferente: o sistema, na época, tinha umas chamadas promotoras volantes, algumas que eram contratadas aqui em São Paulo para atender algumas cidades. Então eu abri Rio Grande, Pelotas, Rio Grande e Bagé com mulheres que eu levei de São Paulo, temporárias. Levei mulheres daqui para lá, que começaram a trabalhar. Com isso, as de lá começaram a ver como era o trabalho e a falar para os maridos: “Olha, essa moça é aquela do trabalho que o rapaz ofereceu.” E aí começaram a surgir as primeiras candidatas no Rio Grande do Sul; depois de ver uma paulista fazer o trabalho. Direto, eu não consegui ninguém no Rio Grande do Sul, a não ser em Passo Fundo. Lá, o casal era muito aberto, ele entendeu. Depois que eu abri Pelotas, Rio Grande, Bagé e Passo Fundo aí já se tornou conhecido o sistema da Avon. Começaram a surgir muitas candidatas e nós abrimos todo o Rio Grande do Sul. E quando eu consolidei o estado, a Avon achou que devia me trazer para São Paulo porque São Paulo tinha muito problema. Tinha muito problema por- que uma das coisas que eles erraram aqui, e toda a empresa erra quando começa: acham que tudo era fácil. E São Paulo, quando abriu em 59, a idéia era que como a Avon era um produto de elite, naquela época, tinha que ter mulheres de alta categoria para poder levar o produto no mercado. A primeira promotora da Avon em São Paulo era a dona do Hotel Jequitimar. Imagina se ia dar certo uma mulher daquela sair na rua atrás de mulher simples para trabalhar? Como ela, outras. Então São Paulo estava meio largadão. Eu vim para São Paulo em 65 e fiz um belíssimo trabalho. Fazia com gosto. Dei muito treinamento, dei muita palestra no Brasil todo. Eu sempre dizia: “Você para ter sucesso na vida não adianta só você ter a cabeça, uma boa aparência, ou querer trabalhar. Você tem que querer trabalhar, mas querer ser o melhor naquilo que você faz. Enquanto você não puser na sua cabeça que seja lá o que for que você vá fazer, você tem que fazer o melhor dentro daquilo que você se dispõe a fazer... Não comece a se comparar com os seus colegas de trabalho porque você também pode ser medíocre, você também pode ser mediano que está bom”. E foi essa a minha filosofia de vida e de trabalho: tudo que eu fiz na minha vida, eu não só fazia bem, mas como queria ser o melhor dentro daquilo, das pessoas que faziam aquilo. E foi com esse posicionamento que eu cheguei em São Paulo e fiz um belíssimo trabalho. São Paulo não era a maior praça de resultado, era a maior praça de consumo, mas não era a de resultado. Nós tínhamos escritório de venda na Avenida Ipiranga, no Edifício Martinelli [centro de São Paulo]. Lá eu tinha 22 gerentes de setor; o Rio de Janeiro tinha 20; Minas Gerais tinha 10. E tive um sucesso tão grande em São Paulo que depois de uns dois anos, fui convidado para ser o gerente regional de vendas do Norte, porque já existia um rapaz antes de mim que era gerente de vendas do Sul, que foi o primeiro gerente de vendas, eu fui o segundo. Então comecei a ter a responsabilidade do Rio de Janeiro para cima. E começar a abrir o Norte e o Nordeste, em 72, veja, a Avon começou em 59 e só em 72 ela começou a chegar no Nordeste. As vendas aqui eram brutais, no Rio de Janeiro e São Paulo, porque todo mundo comprava aqui e levava a mercadoria para o Norte e para o Nordeste. Então todo mundo achava que a Avon estava vendendo muito no Rio de Janeiro e São Paulo, até que um dia as pessoas da direção começaram a analisar de verdade as vendas e concluímos que tínhamos uma quantidade de vendas enorme indo para o Nordeste. O consumo lá, até hoje, é brutal. Eu comecei a abrir o Nordeste tomando conta do Rio de Janeiro, Vitória que já tínhamos, Belo Horizonte, mas com a responsabilidade de abrir o Nordeste. Eu cheguei em Salvador em 1972 para começar a fazer a mesma seleção que eu fiz em Porto Alegre. E lá também tem umas histórias muito interessan- 13 tes. Lá também não foi muito fácil contratar mulheres para fazer esse tipo de trabalho porque ninguém conhecia. É a primeira empresa que chega com um homem instalado no hotel oferecendo oportunidade: a cabeça dos maridos vira. (risos) Não havia muitos hotéis em Salvador; era uma cidade pobre de hotéis na década de 70. Havia o hotel que hoje é da Varig, ali na Sete de Setembro e o que eu gostava muito, na época, chamava Hotel da Barra, um hotel pequenininho. Eu ficava numa saleta, na recepção do hotel, recebendo as candidatas para entrevistar. Nunca vou esquecer dessa passagem: uma das candidatas, baiana de Salvador, entrou e perguntou: “Escuta, eu queria falar com o Senhor João Maggioli.” O moço da recepção disse: “Ele está naquela sala.” Ela chegou até a porta, não entrou, voltou e disse: “Não, mas é um senhor chamado João Maggioli.” Ele disse: “É aquele moço que está lá”. Ela chegou para mim e disse com simplicidade: “Eu não podia imaginar que eu seria entrevistada por esse menino.” Porque em 72, eu tinha 27 anos. Sempre pareci mais jovem do que a idade que eu tinha, e ela não podia imaginar que um homem de uma companhia americana, que foi oferecer uma oportunidade, era aquele moço jovem que estava dentro daquela sala. Ela foi uma das admitidas (risos). Eu admiti oito ou dez candidatas em Salvador e ela foi uma delas. Depois de preenchido Salvador, eu comecei a ir para o interior da Bahia. Abri toda a Bahia como abri o Rio Grande do Sul. Lá também gostei muito de Salvador. A minha mulher viajava muito comigo para lá; a gente passava fim de semana e estávamos loucos para morar em Salvador. Cheguei a ver um terreno, que no final eu não comprei; quem comprou foi o Juca Chaves; a casa do Juca Chaves está em cima do terreno que eu queria morar na Chácara das Pedras, em Itapuã. E falei com o meu chefe de novo: “Puxa, será que Salvador dá para eu morar?” Ele disse: “Não você não pode morar em Salvador, você tem que morar em São Paulo mesmo”. Eu fiquei de 72 a 77 como o gerente regional. Depois fui gerente regional do Sul, enfim, trabalhei o Brasil inteiro e abri a maior parte do Brasil. Todos os estados nasceram depois que eu comecei a ser gerente de vendas. Eu fui até 77 como gerente de vendas, depois fui regional e por isso não me deixavam morar em lugar nenhum. Em 79, tomei um susto porque eu pouco me preparei para me tornar um grande homem; fui muito trabalhador, fui muito esperto, tive muita habilidade para fazer esse tipo de trabalho de lidar com as mulheres. Desde 75, o Brasil estava com grande dificuldade para encontrar um diretor de vendas; nós éramos todos jovens, formados aqui no Brasil com a companhia brasileira, então eles resolveram trazer um americano para tomar conta da área de vendas e começar a preparar uma pessoa para isso. Aí o americano era muito legal. Eu era o gerente regional, me reportava a ele, gostava muito dele e ele acabou gostando muito de mim, me ensinou muito. Ele não era tão bom no trabalho, mas era um bom filósofo, um homem de uma cultura muito alta, que lia muito, sabia de tudo sobre administração de negócios no papel, mas era difícil para ele aplicar. Ele era capaz de ficar falando sobre administração de negócio e de administrar gente como pouca gente eu escutei, mas ele não sabia aplicar, quer dizer, ele falava comigo, falava, mas eu não o via fazer. Mas ele me ajudou porque me deu muita coisa que ele leu, e que eu não lia, e eu acabei usando e aplicando. Eu já tinha muita habilidade para a lidar com pessoas, especialmente com a mulher; eu tive muito sucesso com ajuda desse homem, e ele me recomendou para a ser o diretor de vendas, porque entre ele ter que selecionar um brasileiro e a vontade também de retornar aos Estados Unidos era grande... Ou se tornar presidente do Brasil. Era o que ele queria: ou ser presidente do Brasil ou retornar aos Estados Unidos. Era um indivíduo que falava bastante comigo, a gente conversava muito, dava muita risada, ele contava muito caso, eu também contava muito caso. E no final estávamos os dois regionais, aquele que já estava quando eu me tornei, que foi quase o primeiro funcionário da Avon, e eu. Um conflito grande porque esse americano acabou dando por mim para a ser o diretor de vendas e esqueceu o rapaz que já estava lá, desde que a Avon começou. Ele era um gerente regional de vendas, era o único ge- mana no Brasil fazendo reuniões para conhecer a companhia brasileira. A reunião de negócios com a cúpula da companhia, depois queriam conhecer grupo de gerentes de setor que são as promotoras, revendedoras, empregados, passaram a semana aqui. Eu era diretor de vendas e enquanto nós tínhamos esses tipos de reuniões com o pessoal de vendas eu estava presente. Eu estive com eles na reunião de gerentes de São Paulo, depois fui para o Rio de Janeiro, estivemos lá com um grupo, e eles viam que eu tinha muita liderança no grupo. Além de liderança, tinha boa comunicação; eu sempre fui muito bom de comunicação. Quer dizer, desde vendedor de uva-passa me comuniquei muito bem até hoje. E foi uma visita fantástica, tenho o álbum da visita deles. Isso quando acontece numa companhia multinacional é um evento, é um acontecimento que vem a cúpula da empresa ao país. E daqui, depois de terminado o trabalho, eles queriam conhecer Foz do Iguaçu, que era muito famoso. Naquela época, menos pessoas conheciam Foz do Iguaçu do que conhecem hoje. E também nós tínhamos a companhia na Argentina, eles queriam encontrar o gerente geral da Argentina na fronteira, em Foz do Iguaçu. Foi tudo preparado, fretados os jatinhos para levar o pessoal daqui para lá, e eu não teria que ir porque eu era diretor de vendas. E eles me convidaram para ir; não sei por quê. O que eu ia fazer lá? Eles iam lá para conhecer Foz do Iguaçu e conversar com o gerente geral da Argentina. Mas imagino que já estavam me avaliando durante todo esse tempo. Aí eu fui com eles. Chique. Imagina, eu que não era nada. Fiquei lá com eles acompanhando as reuniões. Fomos na sexta, fizeram reuniões e no sábado fomos visitar as Cataratas. À noite teve um jantar com o pessoal da Argentina e com os brasileiros. Terminado o jantar, o presidente da Avon, disse assim: “Olha, eu vou ao cassino. Quem Desde 75, o Brasil estava com grande dificuldade para encontrar um diretor de vendas. rente de vendas e depois se tornou regional de vendas. Muito capaz, muito trabalhador, mas não tinha essa mesma habilidade para lidar com pessoas, que o grande segredo da venda direta é saber lidar com esse mundo de gente. Então eu fui promovido a diretor de vendas em 1977, mas a Avon visualizava o meu futuro, quer dizer, nunca me deixou morar aqui, ali, ali porque dizia: “Esse homem preparado pode ser o homem do futuro”. Aí vieram aqueles eventos com a visita do presidente ao Brasil. Nós tivemos, em 79, a primeira reunião da empresa aqui no Brasil. Nunca tinha tido. Era um grupo grande, vinham em casais, eram 40 pessoas, 20 casais e passaram uma se- gostaria de ir?” Entre outras coisas que eu gosto também é de cassino, sempre gostei. Aí eu disse: “Eu vou!” Parecia que eu estava puxando o saco do homem. Mas não, eu gosto, vou até hoje, viajo para a ir a cassino. Eu fui com ele ao cassino e ninguém quis ir, só ele e eu. Fomos ao cassino, ele entrou na roleta, eu entrei no black-jack, isso era umas dez, 11 horas da noite. Ficamos até fechar o cassino, às cinco horas da manhã quando deram o último aviso que ia fechar. Ele ganhou cinco mil dólares na roleta, eu ganhei mil dólares no black-jack. Fomos para o hotel, no dia seguinte tomamos o avião, retornamos a São Paulo e daqui eles foram para os Estados Unidos. E foi uma visita, para mim, muito prazerosa porque não só foi importante conviver com essa gente, como eles gostaram de ver o que viram aqui, não deram nenhuma sugestão de correção ou de modificação, então foi muito boa a visita. Agora veja a oportunidade: quando foi na semana seguinte, lá para quarta-feira, eles telefonam dizendo que eu precisava ir a Nova Iorque. Eu ia muito a Nova Iorque, tanto é que eu tenho uma reportagem da Exame, na década de 80, 90, eu era o brasileiro que mais viajava a Nova Iorque. Saiu na revista Exame. Então, para mim, não era surpresa ir a Nova Iorque; a surpresa foi este homem dizer para eu estar nos Estados Unidos naquele dia. Eu falei: “Pôxa, fiz alguma coisa de errado que o homem vai querer conversar comigo?” Eu fui aos Estados Unidos, cheguei na hora do almoço, fui para o hotel, me arrumei, à tarde fui lá, no horário marcado por ele. Batemos um papinho, ele disse que tinha gostado muito da visita ao Brasil, que o Brasil era um país muito interessante, um país de futuro e que ele gostou muito das pessoas e, inclusive, de mim. Gostou da minha comunicação, de como eu vivia com o pessoal, como eu dirigia as mulheres nas reuniões que ele participou, mas que gostou mais da minha coragem. Que eu mostrei como ser um homem corajoso, fui ao cassino, joguei, ganhei e com essa coragem você vai ser o presidente da companhia. Então, de uma reunião onde muitos empregados acham que é só uma reunião, ou de um pequeno convívio que você possa ter... Se você vai ao cassino com um homem que não gosta de cassino, ele pode dizer: “Eu não gosto desse cara, esse cara é jogador” (risos). Se você vai a um cassino com um homem que gosta de cassino, ele diz que você é um homem corajoso, que você arrisca e em negócio precisa arriscar. Foi isso que ele me disse na época. E negócio quem não arrisca não faz negócio. Eu me vangloriei todo por ter passado esse tempo com eles e de ter ido ao cassino com o presidente da companhia. O único que foi porque não foi mais ninguém. E eu fiquei como presidente da empresa por 13 anos. Foi a melhor fase da minha vida, eu fui muito bem sucedido. Saí com 58 anos. Já estava na hora de trocar, porque normalmente uma empresa americana não deixa um presidente mais do que quatro, cinco anos. Eu fiquei 13 anos e posso dizer para vocês que foi muito difícil a decisão tanto minha quanto deles para eu sair, eu tive uma preparação de saída de quase três anos para passar a outra pessoa, o Ademar Seródio, que ficou dois anos na empresa. Era quase meu filho na Avon. Ele era também um homem de contabilidade, eu o levei para vendas, se tornou também um gerente de vendas, diretor de marketing, também fez carreira. Mas depois eu não sei o que aconteceu, ficou muito pouco tempo como gerente geral. E essa foi a minha história com a Avon. Foi brilhante. (CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO) 14 ÚLTIMAS ÚLTIMAS ÚLTIMAS ÚLTIMAS ÚLTIMAS ÚLTIMAS ALABASTRUM FAZ ONZE ANOS COM FESTA NO RIO A carioca Alabastrum é uma das mas antigas “players” no mercado brasileiro de MMMN. Foi fundada em julho de 1999, com apenas US$3.000,00, pelo casal de empresários Alessandro e Elisângela Coutinho(foto). Hoje, a Alabastrum é um “case” de sucesso, com solidez e crediblidade. Parabéns pra você No dia 24 de julho comemorou-se o aniversário, com festa de gala no Rio de Janeiro, sede da empresa. Centenas de distribuidores e líderes de todo o Brasil disseram presente. Houve o reconhecimento de novos qualificados e de campeões para metas específicas. Plano Australiano A Alabastrum trabalha com produtos de cuidados pessoais. Tem no seu plano de compensação o sistema conhecido como Australiano, incrementado pela empresa com recompensas de desempenho que a tornam uma atrativa oportunidade de negócios. BRASILEIROS NO CRUZEIRO DA AGEL NA EUROPA Nosso articulista Ricardo Guimarães foi um dos brasileiros convidados a participar do cruzeiro na Europa oferecido pela americana Agel aos seus líderes mundiais. A Agel Enterprises levou seus líderes de todo o mundo a um cruzeiro no Mar Mediterrâneo. Os qualificados partiram de Barcelona no dia 21 de junho a bordo do navio Adventure of the Seas. Os líderes acordaram no porto de Cannes, na França, de onde puderam visitar Monte Carlo, no Principado de Mônaco. Ricardo Guimarães conta que “...a viagem foi maravilhosa. O navio tinha quase mil pessoas da Ricardo Guimarães al mare Agel em momento de celebração. Tivemos anúncios importantes e pudemos experimentar com exclusividade os próximos lançamentos da empresa. Volto recarregado e disposto a levar muitos comigo no próximo Alejandro DeNegri e Cloris Adriana Levi e Adriana Zrachia cruzeiro e reencontrar os colegas que lá estiveram também: Alejandro DeNegri e Cloris Adriana, Levi e Adriana Zrachia, Rita Costa, Adriano Leszowitz com esposa e filhas, Yara Reis e marido, Szo Po Yao Chen e marido, Yaeko Massugana e marido”. A viagem incluiu Roma com visita ao Vaticano, Ilha da Córsega, onde nasceu Napoleão Bonaparte e encerrou-se em Málaga, ao sul da Espanha. REVISTA V E J A PROMOVE VENDAS DIRETAS foi altamente favorável à atividade,apresentando depoimentos de líderes bem sucedisos de diferentes empresas. Além destes, também depoimentos de dirigentes da indústria, como Paulo Quaglia, da Avon e também presidente da ABEVD, associação que congrega as empresas de venda direta no Brasil. A matéria já está sendo utilizada nas reunões de oportunidade por muitos líderes, para reforçar a credibilidade do trabalho junto aos convidados. A edição número 2174, de 21 de julho da revista VEJA trouxe matéria de oito páginas sobre o negócio de vendas diretas e marketing multinível. O tom da reportagem Personagens Foram selecionados para os depoimentos líderes em diversas empresas. No segmento multinível, Valdete e Marcelino Cristóvão, da Herbalife (foto), que afirmaram no final da sua história:”moramos num lugar privilegiado, temos bons carros e viajamos até quatro vezes por ano para o exterior”. Também o paulistano Daniel Castro (foto), líder da Viagens WOW!, que foi o primeiro MMN de turismo criado em 2006 em São Paulo pelo empresário Andres Postigo. Castro bateu um recorde histórico na empresa: faturou 35.000 reais, contra sua média mensal de 13.000 reais. Os outros depoimentos foram de grandes vendedores no modelo simples de vendas diretas. 15 HOJE EM DIA Paulo de Tarso Aragão [email protected] RICARDO CASTRO SUCEDE ANDRÉ RADUAN NO COMANDO DA AMWAY BRASIL Estivemos na primeira aparição pública do novo dirigente da Amway no Brasil, o venezuelano Ricardo Castro, que ainda será apresentado oficialmente à imprensa. Ele afirmou que o Brasil terá o maior crescimento da América Latina no mundo Amway e comparou o país a uma “nova China”. Elegante, culto e experiente, deixou uma excelente impressão nos presentes ao evento. Os brasileiros Ricardo Castro era até então o gerente-geral da Amway na Venezuela. Declarou à nossa reportagem estar agradavelmente surpreso com a calorosa acolhida que vem recebendo no país. Disse admirar o povo brasileiro pelo seu entusiasmo e sua energia. Ricardo Castro Com o Esmeralda Marcus Ferreira Com a líder Betânia Silva Os números Presenças VIPS No evento, a presença de personalidades no mundo Amway, como o Esmeralda Marcus Ferreira (foto), Luiz Ferreira e João Lyra, do “staff” da companhia, além de líderes de peso como Alessandro Félix, João Santana, e Betânia Silva (foto). No final, Ricardo Castro recebeu do LPM um exemplar do livro “Pequena História do Marketing Multinível”, que inicia com a história do Dr. Carl Rehnborg, fundador da Nutrilite – hoje integrante do mundo Amway. No último mês de julho, a Amway bateu o recorde de inscrições num único mês, com 3.500 cadastros. Em 2010 já apresenta um crescimento de mais de 100% em relação ao mesmo período no ano passado. Galeria de fotos da festa da MOMENTUM Ricardo Cunha, Rogério Nóbrega e Markinhos Brasil (foto) foram anfitriões impecáveis na festa de lançamento , ocorrida em julho no Rio de Janeiro, do pré-marketing da MOMENTUM Multinível do Brasil. A abertura oficial está marcada para 1 de outubro, com um mix de produtos e serviços de consumo obrigatório. A palestra proferida pelo Diretor de Marketing do LPM, Roberto Portela (foto), que emocinou a muitos, será publicada em forma de artigo na próxima edição do jornal. Confira as fotos do evento. EM AGOSTO, PRIMEIROS EXEMPLARES DO LIVRO DE ANIVERSÁRIO DO LPM Os leitores e mantenedores que adquiriram o livro de aniversário do LPM no pré-lançamento em junho e julho receberão seu exemplar até o final deste mês de agosto. O Livro “O Melhor do Dr.Lair Ribeiro e Sergio Buaiz” traz os melhores artigos destes dois famosos colunistas publicados no LPM de 2008 a 2010. Sucesso Diversas empresas e grandes líderes de rede adquiriram antecipadamente quantidades expressivas do livro, objetivando o treinamento das suas organizações. Destaque para os Executivos Arnaldo Turtelli, da PerFam, Andres Postigo, da WOW!, Sandro Rodrigues, da Hinode, Elaine Bassaco, da Tiens, Allyson Santos, da ZeroÁgua, Alessandro Coutinho, da Alabastrum, Humberto Mendes, da MOTIVAMMN e Marcelo Pinheiro, da DirectBiz. Além das empresas, grandes líderes nacionais também aderiram ao livro “O Melhor de Dr.Lair Ribeiro e Sergio Buaiz”, destacando-se Alex e Luiza Falcão, da Herbalife, Simone e Wellington Patrício, da Amway,Alessandro Félix, da Amway, Dutra e Patrícia Diniz, da Herbalife, Otacília Santos, Leão de Prata da Tiens, Eliene Palma, Diamante da Hinode e, Vitor Shoyama, Gerente-Soaring da Forever Living, Arnaldo Silva, OmniCycle, da Dinastia, entre muitos outros. Wellington Patrício, do Rio de Janeiro, Esmeralda na Amway, foi o líder brasileiro que adquiriu maior quantidade de exemplares do livro para sua organização. TO N E M A Ç LAN Os melhores artigos de Lair Ribeiro e Sergio Buaiz publicados no LPM Em vez de fazer festa, preferimos comemorar o aniversário de dois anos do jornal Loucos Por Marketing com conteúdo. E que conteúdo! Selecionamos os melhores artigos destes dois famosos colunistas do LPM e colocamos em forma de livro. Vale por uma Academia de Marketing Multinível e de crescimento pessoal. OS PRIMEIROS A RECEBER O LIVRO SERÃO OS LEITORES QUE ADQUIRIRAM NO PRÉ-LANÇAMENTO. ELES TERÃO SEUS NOMES PUBLICADOS NA LISTA DE AGRADECIMENTOS. Disponível para o grande público a partir de 20 de agosto. 132 páginas. Preço: R$26,00 + postagem, com descontos para quantidades maiores. Informações e reservas com o editor Paulo de Tarso Aragão, através do e-mail [email protected], tels.(081)8627-8151 e 3304-8151 FAÇA UMA EDIÇÃO ESPECIAL DESTE LIVRO PARA SEU GRUPO, COM SUA FOTO E UMA MENSAGEM PESSOAL NA CONTRACAPA. A MOTIVAMMMN – a nova Academia do Marketing Multinível no Brasil – foi a primeira a encomendar uma edição especial deste livro, para distribuição aos seus cadastrados. Uma atitude de visão do seu fundador, empresário Humberto Mendes (foto).