Mapeamento da Cadeia Produtiva de Piscicultura no Estado do

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Mapeamento da Cadeia Produtiva de Piscicultura no Estado do
Mapeamento da Cadeia
Produtiva de Piscicultura no
Estado do Maranhão
2
MAPEAMENTO DA CADEIA PRODUTIVA DE
PISCICULTURA NO ESTADO DO MARANHÃO
EQUIPE
José Carlos de Lima Júnior
Eduardo Sandrini Simprini
AGOSTO - 2014
3
SUMÁRIO
LISTA DE QUADROS .............................................................................................................6
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................7
1.
MARKESTRAT ...........................................................................................................8
2.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 10
3.
CARACTERIZAÇÃO DO APL DE PISCICULTURA ........................................................... 16
3.1
Aspectos Históricos ............................................................................................. 16
3.2
Aspectos Geográficos .......................................................................................... 21
3.3
Aspectos de Governança ..................................................................................... 23
3.4
Aspectos Institucionais........................................................................................ 26
3.5
Aspectos Tecnológicos ........................................................................................ 32
3.5.1 Inovações de Produto ................................................................................................ 32
3.5.2 Inovações de Processos .............................................................................................. 37
3.5.3 Inovações de Tecnologia ............................................................................................ 45
3.5.4 Inovações Organizacionais ......................................................................................... 46
4.
MAPEAMENTO DO APL ........................................................................................... 51
4.1
Desenho Padrão de um Sistema Agroindustrial em Piscicultura ............................ 51
4.2
Desenho da Rede Produtiva do APL ........................................................................ 52
4.2.1 Desenho da Rede do Território da Baixada Maranhense .......................................... 52
4.2.1.1 Descrição sobre os agentes ..................................................................................... 53
4.2.2 Desenho da Rede do Território de Campos e Lagos .................................................. 55
4.2.1.2 Descrição sobre os agentes ..................................................................................... 56
4.2.3 Identificação dos Atores Produtivos do APL .............................................................. 56
4.2.3.1 Agentes Produtivos do Território da Baixada Maranhense .................................... 56
4.2.3.2 Agentes Produtivos do Território de Campos e Lagos ............................................ 59
4.2.3.4 Agrupamento por perfis do APL .............................................................................. 61
5.
ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO APL ...................................................... 63
5.1. Perfis Identificados na Baixada Maranhense ........................................................... 63
5.2. Perfis Identificados em Campos e Lagos .................................................................. 64
5.3. Pontos de destaque ................................................................................................ 64
5.4. Análise Interna – Pontos Fortes e Pontos Fracos ...................................................... 65
5.3.1 Análise Interna: Pontos Fortes ................................................................................... 66
5.3.2 Análise Interna: Pontos Fracos ................................................................................... 67
5.5. Análise Externa –Oportunidades e Ameaças ............................................................ 69
5.4.1 Análise Externa: Oportunidades................................................................................. 69
5.4.2 Análise Externa: Ameaças .......................................................................................... 71
5.6. Aspectos Favoráveis ............................................................................................... 73
5.7. Aspectos Desfavoráveis .......................................................................................... 74
6.
ANÁLISE COMPARATIVA COM OUTROS POLOS DE PISCICULTURA ............................ 75
6.1. Alagoas .................................................................................................................. 75
6.2. Piauí....................................................................................................................... 76
6.3. Paraná.................................................................................................................... 76
6.4. Rio Grande do Sul ................................................................................................... 77
6.5. Bahia...................................................................................................................... 78
6.6. Análise dos Polos .................................................................................................... 79
7.
AÇÕES PROPOSITIVAS............................................................................................. 81
7.1. Identificação dos Fatores Críticos de Sucesso do APL ............................................... 81
4
7.2.
7.3.
7.4.
8.
9.
Estabelecimento das dimensões das ações estratégicas ........................................... 83
Ações Estratégicas e Comentários para Implementação ........................................... 86
Evolução do Perfil dos piscicultores ......................................................................... 88
CONSIDERAÇÕES MARKESTRAT............................................................................... 89
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 95
5
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AGED
AGERP
AL
ANTAQ
APL
BA
BASA
BB
BNB
CE
CFN
CNA
CODEVASF
COMAPA
COOPPESCAB
DNOCs
DRS
EFC
Emater
g
ha
IBGE
IDH
IFMA
INFRAERO
Kg
m
MA
PA
PE
PRONAF
PS
R$
Sc
SE
SEBRAE
SENAR
SLZ
SWOT
TJLP
TLSA
ton
UBP
UEMA
Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão
Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do
Maranhão
Alagoas
Agência Nacional de Transportes Aquaviários
Arranjo Produtivo Local
Bahia
Banco Amazonas
Banco do Brasil
Banco do Nordeste do Brasil
Ceará
Companhia Ferroviária do Nordeste S/A
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
Cooperativa Mista Agropecuária de Paulo Afonso
Cooperativa Agropecuária de Piscicultores e Pescadores Artesanais da
Baixada Maranhense
Departamento Nacional de Obras Contras as Secas
Desenvolvimento Regional Sustentável
Estrada de Ferro Carajás
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
grama
hectare
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Índice de Desenvolvimento Humano
Instituto Federal do Maranhão
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
quilograma
metros
Maranhão
Pará
Pernambuco
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
Promoção Social
Reais
Sacos
Sergipe
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado
Strengths; Weaknesses, Opportunities; Threats
Taxa de Juros Longo Prazo
Transnordestina Logística S/A
Tonelada
Unidade de Beneficiamento do Pescado
UEMA – Universidade Estadual do Maranhão
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Territórios e municípios integrantes do estudo ....................................................... 14
Quadro 2 – Municípios e atores entrevistados ........................................................................... 14
Quadro 3 - Resumo de aspectos acerca de inovações de produto nos territórios da Baixada
Maranhense e dos Campos e Lagos. ........................................................................................... 37
Quadro 4 - Resumo de aspectos acerca de inovações de processos nos territórios da Baixada
Maranhense e dos Campos e Lagos. ........................................................................................... 44
Quadro 5 - Resumo de aspectos acerca de inovações organizacionais nos territórios da Baixada
Maranhense e dos Campos e Lagos. ........................................................................................... 50
Quadro 6 - Características dos polos produtivos x APL............................................................... 80
Quadro 7 - Dimensões Estratégicas e Ações Sugeridas .............................................................. 84
Quadro 8 - Dimensões dos Objetivos Estratégicos e Comentários aplicados às regiões do APL 86
Quadro 9 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos e
Lagos – Produtor ......................................................................................................................... 92
Quadro 10 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos e
Lagos – Comunidades e Povoados .............................................................................................. 93
Quadro 11 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos e
Lagos – Varejo, Feirantes e Similares. ......................................................................................... 94
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Procedimentos Metodológico Proposto .................................................................... 11
Figura 2 - Infraestrutura de Transportes do Maranhão. ............................................................. 31
Figura 3 - Sistema Agroindustrial em Piscicultura ....................................................................... 51
Figura 4 - Rede Baixada Maranhense .......................................................................................... 52
Figura 5 - Rede Campos e Lagos .................................................................................................. 55
Figura 6 - Perfil no Território Baixada Maranhense .................................................................... 61
Figura 7 - Perfil no Território Campos e Lagos ............................................................................ 61
Figura 8 - Aspectos Favoráveis. ................................................................................................... 73
Figura 9 - Aspectos Desfavoráveis............................................................................................... 74
Figura 10 – Polo de Piscicultura de Alagoas ................................................................................ 75
Figura 11 – Polo de Piscicultura do Piauí .................................................................................... 76
Figura 12 – Polo de Piscicultura do Paraná ................................................................................. 77
Figura 13 – Polo de Piscicultura do Rio Grande do Sul ............................................................... 78
Figura 14 – Polo de Piscicultura da Bahia.................................................................................... 79
Figura 15 – Fatores Críticos e Relações Existentes ..................................................................... 82
Figura 16 - Evolução do Perfil dos piscicultores .......................................................................... 88
8
1. MARKESTRAT
A MARKESTRAT – Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia – foi fundada em
2004 por professores, doutores e mestres em Administração, Agronomia e Economia com
origens na Universidade de São Paulo.
Com escritórios em Ribeirão Preto/SP e São Paulo/SP, a MARKESTRAT é formada por 60
profissionais e sua atuação tem ênfase em organizações que focam os setores de Alimentos,
Bebidas, Agronegócio e Bioenergia.
Em um período de 10 anos, a empresa realizou mais de 230 projetos em diversos setores da
economia e publicou mais de 50 livros, que são utilizados em cursos de graduação e pósgraduação em algumas das principais instituições de ensino do país.
Por meio da integração de atividades entre ensino e pesquisa, a MARKESTRAT tem como
objetivo ampliar os próprios conhecimentos em Marketing e Estratégia, aplicando-os nas
organizações em conjunto aos conceitos de Gestão de Organizações e Análise Financeira.
Dessa forma, é possível realizar atividades de planejamento e gestão de estratégias e
direcioná-las para o desenvolvimento de negócios, com o compromisso de desenvolver
projetos customizados, o que exige da equipe um entendimento detalhado das necessidades e
oportunidades dos clientes no que diz respeito às suas respectivas áreas de atuação.
Uma rede de relacionamento global, composta por profissionais, empresas, universidades e
centros de pesquisa permite à MARKESTRAT coordenar diversas competências e áreas de
especialização em uma estrutura horizontalizada de conhecimento e verticalizada em gestão.
MISSÃO
Gerar valor para pessoas e organizações, desenvolvendo e aplicando conhecimento em
administração.
VISÃO
Ser referência internacional no planejamento e gestão de estratégias integradas e sustentáveis
com orientação para o mercado.
9
VALORES
A multidisciplinaridade de conhecimento entre os membros da equipe é parametrizada a partir
de oito critérios, que evidenciam os valores do grupo.

Caráter: atuar de forma ética e responsável;

Conhecimento: ter profundo conhecimento técnico e acadêmico sobre os desafios a
serem enfrentados;

Comprometimento: ser comprometido com o sucesso de nossos clientes e com a
aplicabilidade de nossas soluções. Buscar o desenvolvimento constante das empresas
e do país;

Criatividade: valorizar a flexibilidade, o trabalho inovador e customizado. Assim,
produzir novas soluções para novos problemas;

Crescimento: proporcionar o desenvolvimento contínuo, a visão holística e a
diversidade de pensamento do nosso capital humano;

Confiança: valorizar e cultivar a confiança dos nossos clientes e entre nossas pessoas e
equipes;

Competitividade: ultrapassar as barreiras do possível para melhoria de desempenho
de nossos clientes;

Carpe-Diem: trabalhar entre amigos, comemorar nossas conquistas, aproveitar a vida.

Continuidade: agir e estimular ações sustentáveis que atendam às necessidades da
nossa geração sem prejudicar as gerações futuras.
10
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo apresenta o método utilizado neste projeto, elaborado pela MARKESTRAT a partir
dos conceitos teóricos combinados com as aplicações práticas realizadas no decorrer dos
últimos anos.
Dessa forma, algumas premissas foram definidas à priori de modo a direcionar a estrutura
proposta.

O método baseia-se no conceito de Arranjo Produtivo Local (APL) discutido
exaustivamente na literatura;

O método engloba todas as análises necessárias para atender os requisitos
propostos em uma análise de territorialidade;

O método é genérico e pode ser aplicado em APLs em diferentes regiões
geográficas e com níveis de desenvolvimento distintos;

O método visa identificar planos de melhoria da competitividade em APLs,
portanto não tem como objetivo atender necessidades específicas de
empresas isoladas;

O resultado final do método é a identificação de ações propositivas que
fomentem o desenvolvimento e a competitividade da atividade fim do APL
analisado.
Assim exposto, o método foi elaborado em uma estrutura sequencial de 5 (cinco) etapas, cada
qual com sub-tópicos que visam facilitar o processo de análise. A Figura 1 mostra a estrutura
geral do método.
11
Etapa 1: Caracterização do APL
o Aspectos históricos
o Aspectos Geográficos
o Aspectos de Governança
o Aspectos Institucionais
o Aspectos Tecnológicos
Etapa 2: Mapeamento do APL
o Desenho Padrão de um Sistema Agroindustrial referência do APL
o Desenho da Rede Produtiva do APL – Baixada Maranhense e Campos e Lagos
o Identificação dos Atores Produtivos do APL
Etapa 3: Análise e Diagnóstico Estratégico do APL
o Perfis Identificados – Baixada Maranhense e Campos e Lagos
o Pontos de Destaque
o Análise do Ambiente do APL – Interno e Externo
o Aspectos Favoráveis e Desfavoráveis
Etapa 4: Análise Comparativa com outros Polos de Piscicultura
o Polos Produtivos – Alagoas, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia
o Análise Comparativa dos Polos
Etapa 5: Ações Propositivas
o Identificação de Fatores Críticos de Sucesso do APL
o Estabelecimento das Dimensões e Ações Estratégicas
o Ações Estratégicas e Comentários
o Evolução dos Perfis dos Piscicultores
Figura 1 – Procedimentos Metodológico Proposto
Fonte: Elaborado MARKESTRAT (2014)
A seguir as etapas são descritas.
ETAPA 1: CARACTERIZAÇÃO DO APL
A primeira etapa do método visa caracterizar o APL analisado. Nesta fase, a atividade de
caracterização é essencial, de modo a oferecer melhor compreensão do território de análise.
A caracterização é realizada e organizada sob os aspectos históricos (origem, fatos relevantes,
incentivos e marco regulatório); aspectos geográficos (território e aglomeração); aspectos de
12
governança (liderança, estrutura decisória, associação e cooperação); aspectos institucionais
(instituições atuantes, métodos de ação, infraestrutura institucional local, infraestrutura
científico-tecnológica, infraestrutura de financiamento e infraestrutura de engenharia) e
aspectos tecnológicos (produto, processo e gestão).
ETAPA 2: MAPEAMENTO DO APL
A segunda etapa proposta tem por finalidade mapear os relacionamentos existentes na rede.
O objetivo é mapear o APL sob os aspectos de rede produtiva (disposição dos agentes
conforme sua função na rede produtiva); identificação dos agentes (descrição dos elos da
cadeia produtiva, função das organizações de apoio e agentes facilitadores); identificação de
subgrupos e relação interfirmas (identificação de subgrupos, protagonismo local,
empreendedorismo e capital social).
ETAPA 3: ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO APL
A terceira etapa do método tem como função analisar o APL de maneira estratégica, por meio
da observação do seu macro ambiente.
É realizada uma análise sistêmica da função produção sob os aspectos produtivos de modo a
identificar (i) perfis de produtores existentes, (ii) pontos de destaque que mereçam maior
conhecimento por parte dos gestores SEBRAE responsáveis pelo território, (iii) análise do
Ambiente, permitindo verificar características em uma análise SWOT (Strengths; Weaknesses,
Opportunities; Threats) do macro ambiente, organizada em análise interna, em termos de
Pontos Fortes e Pontos Fracos (aspectos históricos, geográficos, governança, institucionais e
tecnológicos) e análise externa, em termos de Oportunidades e Ameaças (fornecedores,
concorrentes, distribuidores, clientes, cadeias produtivas relacionadas, ambiente político-legal,
ambiente econômico, ambiente natural, ambiente sociocultural e ambiente tecnológico) e (iv)
sua consolidação em aspectos favoráveis e desfavoráveis ao APL;
ETAPA 4: ANÁLISE COMPARATIVA COM OUTROS POLOS DE PISCICULTURA
13
A quarta etapa é destinada a uma análise comparativa do APL em relação a outros polos
produtivos. Dessa forma, a consolidação do diagnóstico estratégico do APL em termos de
aspectos favoráveis (pontos fortes e oportunidades) e aspectos desfavoráveis (pontos fracos e
ameaças), realizado na Etapa 3, terá um bom elemento norteador pelo benchmarking.
O objetivo é verificar até que condição aspectos identificados como oportunidades no
ambiente externo podem ser plenamente aproveitadas por ter, o APL, condições que lhe
garante pontos fortes. Em justaposição, aspectos identificados como ameaças no ambiente
externo podem ser plenamente consideradas por ter, o APL, recursos que lhe garante pontos
fracos. Dessa forma, o método utiliza dos critérios da Análise SWOT e verifica até sob qual
condição o APL tem eventos que lhe são favoráveis e/ou desfavoráveis.
ETAPA 5: AÇÕES PROPOSITIVAS
A quinta etapa do método tem por meio estabelecer objetivos estratégicos ao APL a partir das
condições de rede e relacionamentos identificadas.
Nesta fase, as atividades propostas é, preliminarmente, identificar os cenários possíveis para o
APL (organização visual das ocorrências identificadas nas etapas anteriores do método) e que
estarão presentes na (i) identificação de Fatores Críticos e (ii) estabelecer ações propositivas
aos gestores do APL (organizadas em dimensões e ações com horizontes temporais
específicas).
COMENTÁRIOS
O método utilizado neste projeto, por ser composto em cinco etapas sequenciais, visa facilitar
uma estrutura lógica na análise do território e proposição de ações estratégicas. Dessa fora, a
MARKESTRAT crê facilitar o processo de tomada de decisões pelos gestores, principalmente no
que diz respeito à definição de projetos estruturantes e no delineamento de políticas públicas.
O projeto aqui apresentado teve início com uma reunião de alinhamento entre a Gerência de
Agronegócios do SEBRAE-MA e a equipe MARKESTRAT por telefone, de modo que as
expectativas e os resultados esperados fossem previamente delineados.
14
O escopo do projeto foi delimitado na atividade produtiva da piscicultura, sendo o território do
APL separado em duas regiões no estado do Maranhão, a saber: (i) região de Campos e Lagos,
composta por 6 municípios; e (ii) Baixada Maranhense, composta por 5 municípios (Quadro 1):
Quadro 1 – Territórios e municípios integrantes do estudo
Territórios
Baixada Maranhense
Campos e Lagos
Municípios
Pinheiro; Santa Helena; Bequimão; São Bento.
Viana; Matinha; Penalva; Vitória do Mearim; Arari.
Fonte: SEBRAE – MA (2014)
Inicialmente a MARKESTRAT recebeu documentos e estudos já realizados pelo SEBRAE-MA, o
que permitiu compilar dados referentes ao território de estudo do APL.
Sequencialmente, foi proposta e organizada uma agenda de campo, com o objetivo de
caracterizar o APL, condição da Etapa 2 do método. Esta fase do projeto teve duração de cinco
dias em campo, na qual foram entrevistados diversos atores com diferentes funções na cadeia
produtiva de referência (Quadro 2).
Quadro 2 – Municípios e atores entrevistados

Dia 1


Dia 2




Dia 3




Dia 4

Pinheiro
Associação de piscicultores
Santa Helena
Cooperativa de Piscicultores
Secretaria de agricultura do município
Bequimão
Associação de piscicultores do município
Secretaria de agricultura do município
São Bento
Associação de piscicultores
Secretaria de agricultura do município
Viana
Secretaria Municipal de Agricultura
Secretaria Municipal de Pesca
Matinha
Secretaria Municipal de Agricultura
Associação dos Piscicultores de Itans
Penalva
Secretaria de Agricultura de Penalva
Associação de Produtores de Flechal
Vitória do Mearim
15


Dia 5


Secretaria de Agricultura de Vitória do Mearim
Sala do Empreendedor de Vitória do Mearim
Arari
Secretaria de Agricultura e Abastecimento
Sala do Empreendedor de Arari
Fonte: MARKESTRAT (2014)
As entrevistas foram em profundidade, o que permitiu verificar e/ou identificar informações
úteis à própria competitividade do sistema produtivo da piscicultura.
As demais etapas do projeto foram desdobramentos entre dados primários e dados
secundários (desk research), coletadas em diversas fontes, todas referenciadas no documento.
16
3. CARACTERIZAÇÃO DO APL DE PISCICULTURA
Neste tópico, são abordados aspectos que subsidiarão a caracterização do APL de Piscicultura
nas duas regiões do estudo (Baixada Maranhense e Campos e Lagos). São abordados e
detalhados os aspectos históricos, geográficos, governança, institucional e tecnológico.
3.1
Aspectos Históricos

A aquicultura teve sua origem no Brasil em meados dos anos setenta, nos estados de
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. As primeiras experiências foram
com a piscicultura, ostra e camarão.

Até os anos de 1980, a atividade apresentou um crescimento limitado em função das
técnicas de manejo e baixo conhecimento tecnológico. Nos anos de 1990, a
piscicultura apresentou um crescimento mais acentuado devido à profissionalização
dos piscicultores. Na década de 90 surgiram os primeiros trabalhos de pesquisa no
setor, originários principalmente do ambiente acadêmico.

Para esse estudo, os municípios visitados foram divididos e duas regiões, sendo
Baixada Maranhense (composto pelos municípios de Pinheiro, Santa Helena,
Bequimão e São Bento), e Campos e Lagos (Viana, Matinha, Penalva, Vitória do
Mearim e Arari).
BAIXADA MARANHENSE
Pinheiro

Na região de Pinheiro, a piscicultura teve um marco que foi a chegada de uma
capacitação do Sebrae em meados de 2009, e que proporcionou um impacto no
aumento de produtividade de alguns piscicultores que aplicaram o conhecimento
adquirido.

A atividade teve início na região há mais de 15 anos, e um dos pioneiros foi um
produtor conhecido como “Zequinha”.
17

Hoje a única associação de piscicultores existente no município foi criada em 2009 com
20 associados, com intuito de compra de ração, e hoje praticamente inexiste.

Com a oferta de ração vinda de outras regiões e tendo representantes vendendo o
produto mais barato, a associação perdeu seu foco.

Os produtores não encaram a piscicultura como atividade principal, não existindo
também a cultura do associativismo.
Santa Helena

Algo parecido aconteceu em Santa Helena. A cooperativa existente foi fundada em
2009, com 26 cooperados, e hoje possuem 50 cooperados, sendo 25 piscicultores.

O foco era e ainda é o peixe, mas possuem cooperados fornecedores de diversos
produtos agrícolas.

Quando se organizaram, o foco era fazer uma melhor comercialização dos produtos.
Conseguiram recursos para criação de uma unidade de beneficiamento do pescado,
mas que por diversas questões, acabou não terminada e hoje está sucateada, e em
local impróprio (bairro residencial).

Hoje a cooperativa tem pouca representatividade também.
Bequimão

Em Bequimão, há 20 anos, alguns padres e freiras começaram a criar peixes na região
de “Itapeu”, mas de maneira bem rudimentar.

Alguns produtores acabaram sendo incentivados, mas a grande maioria não tinha
conhecimento para tornar a atividade lucrativa.

Com a chegada do Sebrae em 2009, e o processo de capacitação, a atividade de
piscicultura ganhou novo rumo, mas ainda sem muita aderência.
18
São Bento

O caso de São Bento não difere do que já foi relatado. A piscicultura existente na
região não era encarada como atividade principal.

Em meados de 2010, por intermédio de um curso de associativismo promovido pelo
Sebrae, alguns produtores resolveram se organizar por meio de uma associação, com
foco até hoje em compra conjunta de ração.

Hoje, a associação possui 24 associados e 80% dos associados já possuem tanques de
piscicultura.

Alguns associados são pescadores de peixe nativos também.
CAMPOS E LAGOS
Viana

Na região de Viana, a atividade de piscicultura começou há 24 anos. Em 1994 um
projeto grande e comunitário foi desenvolvido com foco em criação de bagre africano.
Acabou não dando certo, sendo também muito criticado.

Outro projeto já em 2002 com tanques redes foi iniciado, mas também não foi pra
frente. Como muitos piscicultores não seguiram rigorosamente as recomendações
técnicas, o resultado não saiu como o esperado.

O panorama da piscicultura na região vem sendo mudado em função dos processos de
capacitação provenientes do Sebrae e do Senar.

Vêm realizando quase que anualmente no município uma feira de grande importância,
que é a Feira e festival do Peixe, que no ano de 2013 alcançou sua 29ª edição.
Matinha

A piscicultura na região de Matinha foi fortemente influenciada pela empresa GM
Agropecuária, que já criava peixe na região e era bem sucedida a atividade. Foi uma
das inspirações iniciais.

Em 2006 o Sebrae iniciou um processo de capacitação de alguns piscicultores.
19

No povoado de “Itans”, foi despertado o interesse em 2010, em um projeto com três
produtores, que a principio visava iniciar um trabalho de pecuária. Acabaram
mudando o foco e conseguiram financiamento do Banco do Brasil para iniciar na
atividade de piscicultura.

Os primeiros financiamentos só saíram após um processo de capacitação do Sebrae. O
grande esforço era em capacitar as pessoas para que pudessem disseminar o
conhecimento.

Em 2010 foi criada uma associação de piscicultores no povoado de “Itans”, orientados
pelo Sebrae, com foco de aquisição de ração diretamente da fábrica. Hoje possuem 37
associados.

Influenciaram e influenciam outros piscicultores na região, fora os da associação,
sendo constantemente visitados por interessados em iniciar na atividade. Um dos
piscicultores mais influentes é o Carlos Pinheiro, conhecido como “Cibalena”.

Atualmente está sendo criada outra associação de piscicultores no município, mas que
ainda não possui nome.
Penalva

A piscicultura na região de Penalva é ainda está nos estágios iniciais e sem muita
tecnificação.

Começou há 5 anos, basicamente influenciada pelo destaque que a atividade
proporcionou em municípios vizinhos.

Os trabalhos do Sebrae e Senar em realizar capacitação, são hoje o “pontapé” inicial
para a adoção da atividade por outros produtores rurais, principalmente os da
associação de produtores rurais do povoado de Flexal.
Vitória do Mearim

Na região de Vitória do Mearim, a piscicultura teve início com um projeto na Fazenda
Santa Bárbara em meados de 1994.
20

De 1994 a 1998 o governo do estado fez um programa de distribuição de alevinos na
região, mas os piscicultores jogavam os alevinos nos tanques sem realizar o manejo
adequado, produzindo sem tecnologia e conhecimento.

Em 1999, alguns piscicultores fizeram um curso do Senar, despertando o interesse
pela atividade nos produtores da região.
Arari

Atividade de piscicultura na região de Arari começou a mais de 15 anos.

Cada povoado já tinha alguma coisa pequena relacionada à criação de peixes, mas que
eram criações para subsistência.

Os pioneiros da piscicultura na região foram José Raimundo Sanches e Biné Figueiredo,
que iniciaram na atividade há mais 15 anos.

A região de Arari, como as dos outros municípios citados anteriormente, são
privilegiadas pelo relevo plano, terra fértil e pela grande disponibilidade de água, o
que atraiu rizicultores da região sul do Brasil.

Hoje já existem rizicultores que iniciaram a produção de pescados, se transformando
em rizipiscicultores, atraídos pelos lucros da piscicultura tecnificada.

Em meados de 2009, uma associação de produtores do povoado “Rabelo” foi criada
para buscar recursos governamentais para projetos para pequenos produtores rurais.

Por falta de conhecimento, os investimentos na piscicultura não trouxeram grandes
retornos na época e acabou desestimulando grande parte dos associados.

Os poucos que persistiram, e buscaram conhecimento, prosperaram na atividade,
despertando interesse de outros produtores.

Em meados de 2012 o Sebrae chegou com um curso de capacitação para os
piscicultores da região.

Hoje Arari é destaque na piscicultura do Maranhão, tendo atraído de volta produtores
que foram para outras regiões em busca de emprego.
21

Atualmente é possível destacar dois modelos de negócios nessas duas regiões, sendo
um de subsistência, formado por produtores sem tecnificação, e outro em processo de
profissionalização e/ou profissionalizado, ambos sendo fonte do fornecimento de
peixes para o mercado local e destinados para outras regiões.

A região denominada nesse estudo por Baixada Maranhense encontra-se em geral, em
fase inicial de crescimento na piscicultura, tendo seus agentes uma relação
intermediária entre o informal e buscando uma melhor organização. A região
denominada como Campos e Lagos, encontra-se em processo pós-crescimento inicial,
tendo municípios referência, como Arari e Matinha, com relações entre seus agentes
de maneira mais organizada, e com desafios iniciais já superados, mas com uma
parcela significativa de piscicultores ainda com relações como informal e buscando
melhor organização.
3.2
Aspectos Geográficos
BAIXADA MARANHENSE

Pinheiro localiza-se aproximadamente a 333 km da capital São Luís. Limita-se ao norte,
com os municípios de Santa Helena, Mirinzal e Central do Maranhão; ao leste, com
Bequimão, Peri Mirim e Palmeirândia; ao sul, com Pedro do Rosário; e ao oeste com
Presidente Sarney. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o
município tem uma população estimada de 78.162 habitantes, Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,637, com uma área de 1.512 Km². Sob a
Aglomeração de Produtores, o município tem uma associação de piscicultores
denominada “Associação de Piscicultores de Pinheiro”.

Santa Helena localiza-se aproximadamente a 382 km da capital São Luís. Limita-se ao
norte, com os municípios de Turilândia e Serrano do Maranhão; ao leste, com
Bequimão, Peri Mirim e Pinheiro e Presidente Sarney; ao sul, com Pedro do Rosário e
Nova Olinda do Maranhão; e ao oeste com Santa Luzia do Paruá. Segundo o IBGE, o
município tem uma população estimada de 41.081 habitantes, Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,571, com uma área de 2308 Km². Sob a
Aglomeração de Produtores, o município tem uma cooperativa de piscicultores
22
denominada “COOPPESCAB – Cooperativa Agropecuária de Piscicultores e Pescadores
Artesanais da Baixada Maranhense”.

Bequimão localiza-se aproximadamente a 368 km da capital São Luís. Limita-se ao
norte, com o município de Guimarães; ao leste, com Alcântara; ao sul, com Peri Mirim;
e ao oeste com Pinheiro e Central do Maranhão. Segundo o IBGE, o município tem
uma população estimada de 20.344 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) em 0,601, com uma área de 768 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o
município tem uma associação de piscicultores denominada “Associação de
Piscicultores de Bequimão”.

São Bento localiza-se aproximadamente a 305 km da capital São Luís. Limita-se ao
norte, com o município de Peri Mirim; ao leste, com Bacurituba; ao sul, com São
Vicente Ferrer e Pedro do Rosário; e ao oeste com Palmeirândia. Segundo o IBGE, o
município tem uma população estimada de 40.736 habitantes, Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,602, com uma área de 459 Km². Sob a
Aglomeração de Produtores, o município tem uma associação de piscicultores
denominada “Associação de Piscicultores de São Bento”.
CAMPOS E LAGOS

Viana localiza-se aproximadamente a 220 km da capital São Luís. Limita-se ao norte,
com os municípios de Matinha, Olinda Nova do Maranhão, São João Batista e São
Vicente Ferrer; ao leste, com Anajatuba e Arari; ao sul, com Cajari e Penalva; e ao
oeste com Pedro do Rosário. Segundo o IBGE, o município tem uma população
estimada de 49.496 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,618,
com uma área de 1168 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o município ainda não
possui uma associação ou cooperativa de piscicultores.

Matinha localiza-se aproximadamente a 236 km da capital São Luís. Limita-se ao
norte, com os municípios de São João Batista e Olinda Nova do Maranhão; ao leste, sul
e oeste, é envolvida pelo município de Viana. Segundo o IBGE, o município tem uma
população estimada de 21.885 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
em 0,619, com uma área de 408 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o município
23
tem duas associações de piscicultores, uma denominada “Associação de Produtores e
Produtoras Rurais da Piscicultura e Pesca Artesanal do Povoado de Itans e
Circunvizinhos” e a outra associação ainda não possui nome.

Penalva localiza-se aproximadamente a 252 km da capital São Luís. Limita-se ao norte,
com o município de Viana; ao leste com Cajari; ao sul com Monção; e ao oeste com
Pedro do Rosário. Segundo o IBGE, o município tem uma população estimada de
34.267 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,554, com uma área
de 738 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o município tem uma associação de
piscicultores, denominada “Associação do Povoado Flexal”.

Vitória do Mearim localiza-se aproximadamente a 176 km da capital São Luís. Limitase ao norte, com o município de Cajari; ao leste com Arari; ao sul com Conceição do
Lago-Açu; e ao oeste com Igarapé do Meio. Segundo o IBGE, o município tem uma
população estimada de 31.217 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
em 0,596, com uma área de 716 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o município
ainda não possui uma associação de piscicultores.

Arari localiza-se aproximadamente a 155 km da capital São Luís. Limita-se ao norte,
com o município de Cajari; ao leste com Arari; ao sul com Conceição do Lago-Açu; e ao
oeste com Igarapé do Meio. Segundo o IBGE, o município tem uma população
estimada de 28.488 habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,626,
com uma área de 1100 Km². Sob a Aglomeração de Produtores, o município tem uma
associação ligada à piscicultura que é a “Associação de Produtores do Povoado
Rabelo”.
3.3
Aspectos de Governança
É exercida por associações de produtores locais e instituições de apoio ligadas às atividades de
capacitação, pesquisa e desenvolvimento.
Os parceiros que constituem a governança na região da BAIXADA MARANHENSE são:

Associação de Piscicultores de Pinheiro.

Associação de Piscicultores de São Bento.
24

Associação de Piscicultores de Bequimão.

Cooperativa Agropecuária de Piscicultores e Pescadores Artesanais da Baixada
Maranhense, em Santa Helena - COOPPESCAB

IFMA – Instituto Federal do Maranhão

UEMA – Universidade Estadual do Maranhão

AGED – Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão

AGERP – Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão

CODEVASF– Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Prefeituras e Secretarias de Agricultura
À montante da Produção Piscícola, destacam-se:

Fornecedores de Alevinos: da região de Santa Rita, Centro do Guilherme, Vitória do
Mearim, Fazenda Santo Antônio e Fazenda Nazaré em Matinha, Piscicultura Rio Jordão
em São Luís, GM Agropecuária em Matinha, e pequenos revendedores nos municípios
que adquirem de vários locais.

Fornecedores de Ração: Agipeixe e Revenmota em Bacabal, representantes da Purina,
Fri-Ribe, e pequenos revendedores locais.
À jusante da Produção Piscícola, destacam-se:

É relevante destacar que os agentes intermediadores possuem forte atividade
compradora, fornecendo peixe nas feiras locais e levando para outros municípios da
região e até fora da região.
25

Foi iniciada em Santa Helena pela cooperativa local, uma unidade de processamento
do pescado, mas que não foi terminada, e que poderia se tornar em uma forte
compradora local.
Os parceiros que constituem a governança na região dos CAMPOS E LAGOS são:

Associação de Produtores do Povoado Rabelo, em Arari.

Associação do Povoado Flexal, em Penalva.

Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Piscicultura e Pesca Artesanal do
Povoado de Itans e Circunvizinhos, em Matinha.

IFMA – Instituto Federal do Maranhão

AGED – Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão

AGERP – Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão

CODEVASF– Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

Prefeituras e Secretarias de Agricultura e Pesca
À montante da Produção Piscícola, destacam-se:

Fornecedores de Alevinos: Piscicultura Bacurizeiro em Viana, Fazenda Santo Antônio e
Fazenda Nazaré em Matinha, Piscicultura Rio Jordão em São Luís, GM Agropecuária em
Matinha, e pequenos revendedores nos municípios que adquirem de vários locais.

Fornecedores de Ração: Agipeixe e Revenmota em Bacabal, representantes da Purina,
Fri-Ribe e Integral Mix, e pequenos revendedores locais.
À jusante da Produção Piscícola, destacam-se:
26

É relevante destacar que os agentes intermediadores possuem forte atividade
compradora, fornecendo peixe nas feiras locais e levando para outros municípios da
região e até fora da região.
3.4
Aspectos Institucionais
Com a visibilidade e fortalecimento da piscicultura no Maranhão, diversos produtores rurais se
interessaram pela piscicultura e iniciaram suas primeiras experiências há alguns anos, com
uma maior intensificação após as primeiras capacitações realizadas pelo Sebrae em meados de
2009.
É possível fazer uma análise sob duas óticas distintas, que envolvem hoje piscicultores já
profissionalizados ou em profissionalização, e piscicultores ainda atuando sem capacitação e
um maior conhecimento da atividade.
Na Infraestrutura Institucional Local, destacam-se na Baixada Maranhense a COOPPESCAB
em Santa Helena e as associações de piscicultores nos outros municípios, coordenando ainda
de forma deficitária, a aquisição de insumos na região, sem uma atuação mais forte entre os
diversos piscicultores, e altamente influenciada pela piscicultura de Matinha, em especial pela
associação existente no povoado de Itans. Na região dos Campos e Lagos, destacam-se a já
citada “Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Piscicultura e Pesca Artesanal do
Povoado de Itans e Circunvizinhos”, que coordena a compra de insumos do povoado e
também exerce a função de distribuidor dos insumos por intermédio de alguns dos seus
associados; e outras associações existentes nos municípios da região.
Vale destacar que nessas duas regiões temos empreendedores individuais, que exercem certa
influência e são formadores de opinião. Casos com maior destaque no povoado de Itans, e
também de grandes piscicultores de Arari. Esses hoje são as principais referências na região
dos Campos e Lagos.
Alguns dos exemplos citados foram os piscicultores Raimundo Pereira na região de Bequimão;
em São Bento foi citado o piscicultor conhecido como “Aarão” que é um modelo para os
outros; em Matinha temos o piscicultor Carlos Pinheiro, conhecido como “Cibalena”, que é
uma referência para os piscicultores de Itans e de outras regiões; em Penalva foi citado dois
piscicultores, um conhecido como “Lourival” e outro como “Josa”, que são os maiores e
27
também são referências para os demais; e em Arari, temos alguns piscicultores grandes, mas
um que foi citado, Gilberto Pelegrini, possui uma área grande de piscicultura e também é
produtor de arroz, sendo conhecido como um rizipiscicultor.
Na Infraestrutura Científico-Tecnológica, destacam-se na Baixada Maranhense, a unidade do
IFMA em Pinheiro, que é voltado para a agropecuária, mas ainda sem atuação na área de
piscicultura, juntamente com a unidade da UEMA em Bequimão, que possui curso de Biologia,
e ainda tem uma atuação restrita. A atuação mais forte na região é restrita aos técnicos da
AGERP e da AGED. Na região dos Campos e Lagos, o IFMA está construindo uma unidade em
Viana com curso de Engenharia de Pesca, o qual terá uma boa contribuição para a piscicultura
da região.
Na Infraestrutura de Financiamento e de Apoio Local destacam-se na Baixada Maranhense e
na região dos Campos e Lagos, o SEBRAE-MA, SENAR, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o
Banco do Brasil (BB) e mais recentemente o Banco da Amazônia.
Vale destacar que no apoio que envolve a capacitação dos piscicultores, o Sebrae possui uma
forte atuação nas duas regiões, sendo o grande destaque.
Em relação ao financiamento dos piscicultores, as duas regiões são bem parecidas. Temos o
Banco do Brasil e Banco do Nordeste como os principais agentes de financiamento, e mais
recentemente por exemplo em Penalva, o ingresso do Banco da Amazônia, mas que atendem
um número muito pequeno de piscicultores. Os maiores entraves para a tomada de recursos
financeiros nos bancos estão na burocracia, com exigências de documentação da terra e
questões ambientais na legalização dos tanques de piscicultura, e também nos custos de
documentação que beiram os R$ 2000,00, inibindo a grande maioria dos piscicultores.
Quanto a Infraestrutura de Engenharia, as regiões da Baixada Maranhense e dos Campos e
Lagos apresenta os seguintes aspectos:
1. Rodovia: O sistema rodoviário tem como vias principais a BR-316, que liga Belém-PA,
passando por Santa Inês-MA e Bacabal-MA, chegando até Teresina-PI; a BR-222, que liga
Fortaleza-CE a Marabá-PA, passando por Vitória do Mearim e Arari; e a BR-135, que liga
cidades do sudeste do Maranhão à São Luís-MA, sendo a principal rota terrestre das duas
28
regiões pra se chegar a capital. As outras rodovias que atendem ao tráfego nas duas regiões,
são rodovias estaduais, como a MA-106, que faz o trajeto de Pinheiro, passando por Santa
Helena, encontrando a BR-316 mais ao norte; a MA-014, que vai de Pinheiro e passa por São
Bento, Matinha, Viana, chegando até Vitória do Mearim; e outras rodovias estaduais que
fazem ligações entre as outras cidades e encontram as rodovias citadas.
2. Ferrovias: O estado do Maranhão é atendido por três redes ferroviárias: (i)
Transnordestina Logística S/A (TLSA), antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN); (ii)
Estrada de Ferro Carajás (EFC); e (iii) Ferrovia Norte-Sul, respectivamente com 459 km, 668 km
e 215 km de extensão no Maranhão; com 668 km de extensão.
A ferrovia “Transnordestina Logística S/A” (TLSA) é uma empresa privada do Grupo CSN criada
com o nome original de Companhia Ferroviária do Nordeste S/A (CFN) em 1 de janeiro de
1998, e teve sua razão social da CFN mudada para TLSA em 2008. Possui administração da
malha ferroviária do Nordeste adquirida da Rede Ferroviária Federal que era composta das
seguintes superintendênicias regionais: SR 1 (Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte), SR 11 (Ceará) e SR 12 (Piauí e Maranhão). Têm uma extensão de 4.238 km, passando
pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas
até o município de Propriá, em Sergipe.
A ferrovia “Estrada de Ferro Carajás” (EFC) é uma ferrovia brasileira operada pela Vale S.A..
Possuem 5 estações, 10 paradas e percorre ao todo 892 km ligando os municípios de São Luís,
Santa Inês, Açailândia, Marabá e Parauapebas. É especializada no transporte de minérios, que
correm das minas da Serra dos Carajás em Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, até os
portos de São Luís. Apesar dos problemas enfrentados pelo transporte de passageiros de longa
distância no Brasil, este sistema transporta atualmente cerca de 1.500 usuários/dia.
A Ferrovia Norte-Sul é uma ferrovia brasileira, que quando concluída, possuirá a extensão de
4.197 km e cortará os estados de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo,
Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de Barcarena/PA–Rio
Grande/RS. A ferrovia foi concebida sob o propósito de ampliar e integrar o sistema ferroviário
brasileiro. Atualmente, apenas o trecho ligando Açailândia, no Maranhão, a Palmas estava
operando. No estado de Goiás, um novo trecho de 682 quilômetros deve ligar a cidade de
Ouro Verde de Goiás a Estrela D’Oeste, em São Paulo. A previsão da Valec é de que todo o
percurso seja finalizado em 2015.
29
3. Portos: O Estado possui quatro principais portos, são eles: Porto de Itaquim Terminal
Ponta da Madeira, Terminal Alumar e Porto do Cojupe.
O Porto de Itaqui fica localizado na capital São Luís, e é nacionalmente conhecida por possuir
um das maiores amplitudes de maré do Brasil, perdendo apenas para Ilha de Maracá,
chegando à beira dos oito metros. Está localizado no interior da Baía de São Marcos e seu
canal de acesso possui profundidade natural mínima de 27 metros e largura aproximada de
1,8Km.
O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira é um porto privado que pertencente à Companhia
Vale do Rio Doce. Fica adjacente ao porto de Itaqui, e bem próxima a São Luís e defronte à
Baía de São Marcos. Esse porto destina-se principalmente à exportação de minério de ferro
trazido do projeto Serra dos Carajás, no Pará. A profundidade de mais de 25 metros da baia é
considerada estratégica, e preferida ao porto de Belém para a exportação de minério.
O Terminal Portuário Privativo da Alumar está localizado na confluência do Estreito dos
Coqueiros com o Rio dos Cachorros, na Baía de São Marcos, em São Luís, distante a 10 km ao
sul do porto do Itaqui.
O porto do Cujupe é um porto localizado próximo às cidades de Bequimão e Alcântara,
no Maranhão. É um terminal de ferry-boat, que recebe embarcações vindas do terminal de
ferry-boat da Ponta da Madeira, em São Luís, sendo um importante ponto de ligação dessa
região da Baixada Maranhense com a capital do estado. São transportados pelo ferry-boat,
veículos de carga, de passeio, pessoas, dentre outros.
4. Aeroportos: Os principais aeroportos do estado são: o Aeroporto Internacional de São Luís
e o Aeroporto de Imperatriz.
O Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado (SLZ), também conhecido como
Aeroporto Internacional de São Luís, serve a capital do estado do Maranhão. Opera voos
regionais, nacionais e internacionais, com as principais cias aéreas do Brasil (Azul, Gol, Tam).
Hoje é a principal porta de entrada via aérea para o estado.
30
O Aeroporto de Imperatriz localiza-se no município de Imperatriz, no estado do Maranhão, e
opera voos regionais e nacionais com as principais cia aéreas (Azul, Gol, Tam).
5. Hidrovias: As duas principais hidrovias do estado são as do Rio Mearim/Pindaré, e do rio
Parnaíba.
A hidrovia dos rios Mearim/Pindaré possui uma extensão de 1100 km, e abrange a navegação
de nos rios Mearim e Pindaré, que se interligam aos lagos de Viana e Cajari, dando acesso às
cidades de Cajarí, Viana e Penalva. O rio Mearim é navegável em uma extensão de 645 km, de
sua foz até Pedreiras, e conta com calado mínimo de 1,50 m nesse trecho, e também com
calado mínimo de 1,50 m, na extensão de 217 km, de sua foz até os municípios de Pindaré
Mirim e Santa Inês. Têm hoje como principais restrições na navegação as baixas profundidades
em períodos de estiagem; níveis de água sofrem muita influência da maré e de correntes;
existência de inúmeras corredeiras no trecho a jusante de Barra do Corda e alguns trechos
com depósitos aluvionais que tornam muito difícil a navegação.
A Hidrovia do rio Parnaíba, possui extensão aproximada de 1260 km, e é constituída pelos rios
Parnaíba e Balsas, além dos canais que formam o delta do Parnaíba. No rio Parnaíba tem-se o
trecho entre Uruçuí e a Foz, de 669 km, interrompido pela barragem de Boa Esperança - e de
Uruçuí a Santa Filomena, com outros 364 km. No rio Balsas são 225 km da foz - à margem
esquerda do Parnaíba - à cidade de Balsas. A demanda principal é pelo movimento de cargas
agrícolas dos estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia. As principais restrições às
navegações são os bancos de areia e alguns afloramentos rochosos; intenso processo de
assoreamento devido à intensa erosão em suas margens; falta da eclusa (apesar de apresentar
suas obras concluídas, ainda não teve os equipamentos eletromecânicos instalados).
6. Infraestrutura de transporte: Na figura 2 estão resumidos os principais aspectos
relacionados à infraestrutura no estado do Maranhão.
31
Figura 2 - Infraestrutura de Transportes do Maranhão.
Fonte: IBGE, INFRAERO, ANTAQ, e Ministério dos Transportes. Elaborado por Banco do Nordeste.
32
3.5
Aspectos Tecnológicos
Para atuação a Piscicultura, alguns fatores como o manejo adequado dos tanques e da
qualidade da água, a aquisição dos insumos, a disponibilidade de recursos financeiros, e um
bom canal para distribuição do pescado, são cruciais para a competitividade na atividade.
3.5.1 Inovações de Produto
BAIXADA MARANHENSE
Pinheiro

Como não existe fábrica de ração perto do município, as rações são advindas de fora
da região, principalmente de Bacabal.

São poucos os piscicultores que se juntam para comprar ração direto da fábrica.

Estima-se no município a existência de aproximadamente 10 pequenos comércios que
comercializam rações e outros insumos como tarrafa.

No caso dos alevinos utilizados para o povoamento, boa parte é adquirido da região de
Vitória do Mearim e Arari.

Existem algumas pessoas que compram larvas da região de Santa Rita, fazem a recria e
vendem o alevino ou alevinão para os produtores. Na média, estima-se que 60% dos
piscicultores compram alevinão e 40% compram alevinos para fazer o povoamento.

A associação existente está mais organizada para compra principalmente de rações.

Sentem a necessidade de ter uma fábrica de ração na região, e uma alevinagem de
qualidade. A unidade de beneficiamento seria um passo importante também.

As aquisições de outros insumos para atividade, como redes, aerador, dentre outros,
acabam vindo de fora, principalmente de São Luís.
Santa Helena

A cooperativa realiza compra ração do município de Bacabal, mas os pequenos
piscicultores fazem a compra no município.

A ração consumida na região vem principalmente são basicamente das empresas
Purina, Fri Ribe e Irca.
33

No geral, estima-se que 40% dos piscicultores fazem uso de ração na nutrição dos
peixes, e o restante faz uso de outros alimentos como mandioca, soja, milho, dentre
outros, combinado ou não com ração.

Os agentes intermediadores compram larvas e alevinos das regiões de Matinha, Santa
Rita e principalmente de Centro do Guilherme, também da Piscicultura Rio Jordão em
São Luís.

O milheiro de alevinos de peixe redondo “Tambaqui, Tambacú, Tambatinga” é
comprado ao preço de R$ 40,00 a 50,00 e vendidos no prazo de 15 dias a R$ 80,00 a
90,00. De Curimbatá fica em torno de R$ 60,00 a 80,00 e Piauçú R$ 90,00 a 120,00,
vendidos após 15 dias a R$ 115,00 e R$ 140,00.

A maioria dos piscicultores opta por povoar os tanques com alevinos por serem mais
baratos.

Estima-se a existência de aproximadamente 10 pessoas que compram larvas para fazer
alevinos e alevinões.

Acreditam que seja necessário trazer uma alevinagem de qualidade para a região.

Outros insumos são adquiridos basicamente em São Luís, pois fica mais barato.
Bequimão

A associação existente realiza a compra conjunta de ração do município de Bacabal, a
um valor médio de R$ 41,50 /saco de 25 kg (sc-25kg).

Em média se utiliza 60sc/tanque/ciclo (R$ 2490/tanque/ciclo).

A grande maioria não faz uso exclusivo de ração pelo custo alto, e comentaram que
“Para o peixe comer eu fico com fome”.

Os pequenos piscicultores compram ração de pequenos negócios na cidade. Estiam-se
que hoje somente três comerciantes fazem a venda de ração, a um preço médio de R$
50,00/ sc-25kg.

Na associação, os alevinos são comprados em conjunto por aproximadamente R$
70,00 o milheiro. Adquirem alevinos de uns três vendedores de Matinha.

A grande maioria dos piscicultores da região buscam alevinos em Matinha ou
compram de agentes intermediadores.

O restante dos insumos adquiridos provém de São Luís.
34
São Bento

A compra de insumos da associação é feita por intermédio de um representante da
empresa Purina. A Ração vem de Teresina.

Os outros piscicultores que comprar ração adquirem no comércio local.

O custo médio da ração é de R$ 60,00 reais/sc-25kg. Existe ração de até R$ 150,00/sc25kg, que é utiliza em estágios iniciais na criação de peixe, mas usa-se pouco.

A compra de alevinos na associação é feita em Matinha ao valor de R$ 80,00 reais o
milheiro. Criam até o estágio de alevinão e povoam os tanques.

Existem piscicultores individuais que compram alevino fora do município, mas existem
alguns agentes intermediadores que vendem alevinos e alevinões.

Por serem mais baratos, outros insumos são adquiridos de São Luís.
CAMPOS E LAGOS
Viana

A maioria dos piscicultores não faz uso de ração na nutrição dos peixes. O comércio
local é o principal meio de aquisição de rações, visto que não existe ainda uma
organização dos piscicultores para compra conjunta.

Os poucos que utilizam ração, muitas vezes nem se atentam quanto à diferença de
qualidade entre as rações.

A Piscicultura Bacurizeiro fornece alevinos para Viana, ficando restrito ao município.

A grande maioria dos piscicultores compra alevinos em Matinha da Fazenda Santo
Antônio e Fazenda Nazaré.

Muitos piscicultores compram alevinos, mas são entregues larvas ou estágio prélarvais. Ainda não se atentam para um padrão definido.
Matinha

Os membros da associação realizam compra de rações da Agipeixe de Bacabal, de
representantes da Matsuda e Purina. Os pequenos piscicultores compram de três
produtores de Itans que revendem ração.

Existem outros comércios de insumos no município que fazem a venda de ração para
os piscicultores.
35

O preço da ração varia de R$ 40,00 a R$55,00/sc-25kg.

Os alevinos são adquiridos da GM Agropecuária, de Santa Inês e Santa Rita. São
adquiridos larvas e alevinos.

Os alevinos são vendidos por aproximadamente R$ 60 reais o milheiro.

Existem no município, criadores que compram a larva, recriam, e vendem alevinos.

Muitos piscicultores têm problemas com a qualidade e produto adquirido das
alevinagens e nenhuma fornece certificado.

Outros insumos provem de São Luís.
Penalva

A ração é comprada basicamente em Matinha, de pessoas que compram de Bacabal.

O custo da ração é de R$ 55,00/sc-25kg na casa de ração em Penalva. Um piscicultor
conhecido como “Josa” realiza uma compra em maior quantidade e revende por R$
42,00/sc-25kg.

Os alevinos são adquiridos basicamente de Matinha e outros municípios como Arari.

Alguns recriadores de alevinos vendem juvenis a R$ 200,00 o milheiro, e R$ 60,00 o
alevino.

Outros insumos são comprados em Matinha, São Luís e algumas vezes no município
(redes).
Vitória do Mearim

Um pequeno grupo (oito piscicultores) se junta para comprar ração de um
representante da Integral Mix na região.

A maioria dos piscicultores adquire rações de umas das casas de ração existentes no
município.

O valor médio do saco de ração de 25 kg é R$ 48,00.

No caso dos alevinos, são adquiridos no município de Santa Rita, na fazenda Santa
Bárbara, e também compram em Matinha.

O milheiro de alevinos de peixes redondos é vendido na média por R$ 70,00, e o
milheiro de alevinos de Curimbatá é vendido por R$ 100,00.

Os outros insumos necessários são adquiridos no município e em São Luís.
36

Destaca-se que a secretaria de agricultura do município tem um programa de doação
de alevinos para pequenos produtores cadastrados.
Arari

O valor do saco de 25kg de ração é de R$ 55,00 o saco no comércio local, e utiliza-se
na média 45 sacos para 1000kg de peixe produzidos.

A maioria dos piscicultores compra ração no comércio local, e pagam até R$ 10,00
mais caro.

A empresa Agipeixe de Bacabal fornece ração para um grupo de 25 piscicultores que
se juntaram para realizar a compra conjunta de ração.

Os alevinos são comprados em média por R$ 60,00 o milheiro, e são provenientes de
Santa Rita, Santa Inês.

A grande maioria dos piscicultores compra alevino direto das alevinagens, mas existem
algumas pessoas que compram e revendem em Arari.

Existem no município alguns piscicultores que compram larvas e recriam, vendendo
alevinos.

Outros insumos são adquiridos basicamente em São Luís em função da distância, e
muito pouco no município.
No Quadro 3 estão resumidos alguns aspectos acerca das Inovações de Produto nos Territórios
da Baixada Maranhense e dos Campos e Lagos.
37
Quadro 3 - Resumo de aspectos acerca de inovações de produto nos territórios da Baixada
Maranhense e dos Campos e Lagos.
Características
Origem da ração

Baixada Maranhense
Região de Bacabal, e
representantes na região.


Organização para compra de
ração
Preço médio da Ração

Poucos compram
diretamente e estão
organizados


R$ 45,00 a 50,00/sc 25 kg
(direto)
R$ 50,00 a 60,00/sc 25 kg
(comercio local)
Vitória do Mearim, Arari,
Santa Rita, Matinha,
Centro do Guilherme, São
Luís


Viana, Matinha, Santa
Rita, Santa Inês

Muito restrito

Restrito


R$ 40,00 a 80,00
Preferencialmente
alevinos (custo menor)
Basicamente do
município de São Luís

R$ 60,00 a 70,00

Alevinos e alevinões

Basicamente do
município de São Luís


Origem dos alevinos da
região
Organização para compra de
alevinos
Preço médio dos alevinos
Povoamento dos taques
Origem dos outros insumos
Campos e Lagos
Região de Bacabal e
representantes na região
Já não é exclusividade a
compra conjunta.
Piscicultores de Itans
compram em grande
quantidade e
redistribuem para os
menores.
R$ 40,00 a 45,00/sc 25
kg (direto)
R$ 50,00 a 55,00/sc 25
kg (comercio local)


Fonte: MARKESTRAT (2014)
3.5.2 Inovações de Processos
BAIXADA MARANHENSE
Pinheiro

As principais espécies criadas são a Tambatinga, Tambaqui, Tambacu, Curimbatá, e
Piauçu.

Ainda não é muito criada na região a Tilápia porque o piscicultor não sabe fazer o
processo de sexagem. Quando não se povoa os tanques somente com machos, as
tilápias começam a se reproduzir antes fim do ciclo de engorda e param de crescer.
38

As espécies de Tambatinga , Tambaqui, Tambacu representam aproximadamente 90%
da produção na região. O ciclo médio de criação é de 6 meses, produzindo peixes com
1 kg.

A Curimbatá é utilizada no povoamento em mais ou menos 20% do total. Em média
são feitos na região ciclos de 6 a 8 meses, produzindo peixes com uma média de 0,8
kg.

O Piauçu é pouco criado. O ciclo realizado na região é de aproximadamente 8 meses,
tirando peixes com 1 kg. .

A quase totalidade dos piscicultores utiliza água de chuva para encher os tanques.

O sistema utilizado na grande maioria o sistema semi-intensivo, onde os peixes são
alimentados com ração, fazem ou não um controle de qualidade da água, povoam os
tanques com 1 peixe/m², e utilizam água de chuva para o abastecimento do tanque.

Estima-se que 15% dos piscicultores fazem até 2 ciclos de peixes/ano, possuem
aerador, tratam com ração, fazem um controle da qualidade da água e/ou usam alguns
probióticos.

A grande maioria (estima-se 85%) ainda faz 1 ciclo por ano, utilizam ração e/ou outros
tipos de alimentos como soja, milho, mandioca e etc na nutrição dos peixes, e não
fazem controle de qualidade da água.

A preferência pela criação na região é por peixes redondos, pois tem menor tempo de
criação, maior aceitação no mercado, é mais resistente, e o manejo é relativamente
fácil.

O custo de produção dos peixes redondo é estimado em torno de R$ 3,50/kg.

A maioria dos piscicultores possui menos de 5 tanques de 800 m², e fazem o
povoamento com alevinos ou alevinões (1/m²), com estimativa de perdas de
aproximadamente 10%.

O povoamento dos tanques na região se dá de Abril a Maio, pois precisam da água da
chuva.
Santa Helena

As espécies mais criadas são o Tambaqui, Tambacú, Tambatinga, Curimbatá, Piauçu e
Pacu.
39

A grande maioria opta por criar os “peixes redondo”, pois o piscicultor tem mais
conhecimento na criação, o ciclo é de 6 meses.

Começam a povoar os tanques nos meses de Março a Maio, começando a ofertar
peixe em de Outubro a Novembro, retirando dos tanques peixes na faixa de 0,9 kg a
1,1 kg.

A grande maioria dos piscicultores da região faz um ciclo no ano.

Na produção de 1000kg de peixe são utilizados 1250 kg de ração.

Na produção de “peixes redondos” o povoamento é feito com 30% de Curimbatá, pois
são peixes que ficam mais ao fundo do tanque, consomem os restos da alimentação
dos peixes redondos.

As Curimbatá são retiradas dos tanques depois de 1 ano com 0,7-0,8 kg.

O povoamento é feito com 1 alevinão/m²., em tanques na média de 1000 m². As
perdas chegam próximas de 20%.

Conseguem produzir uma média de 700 kg de peixe por tanque/ciclo.

Estima-se que 90% dos piscicultores fazem 1 ciclo somente.
Bequimão

A maioria dos piscicultores ainda faz um manejo rudimentar da produção.

Os piscicultores organizados em associação fazem semanalmente biometria para
avaliar o tamanho dos peixes e calculam o volume de ração.

Esses mais organizados compram alevinos com peso aproximado de 1 grama (g), fazem
o alevinão com 45 dias, e quando se aproximam de 15 g realizam o povoamento dos
tanques com 1 alevinão/m².

O restante dos piscicultores povoam os tanques com alevinos diretamente, o que
acarretam é média de perdas de 30% ou mais.

As espécies mais criadas na região são o Tambaqui, Tambatinga, representam quase
70%, possui um desenvolvimento melhor e conseguem tirar peixes com até 1,4kg.
Também são criados um pouco de Tambacú e Tilápia.

O povoamento dos tanques na região se dá nos meses de Janeiro a Junho.

O tamanho médio dos tanques é de 1000 m²/ 1,2m de profundidade.

O ciclo de produção gira em torno de 7 meses, tirando peixes na faixa de 0,8 kg a 1,2
kg.
40

Na associação existente, 5 dos sócios conseguem repor água dos tanques e realizar um
controle de qualidade melhor. No máximo 10 no município fazem a reposição.

Os que conseguem manejar a água fazem 2 ciclo/ano, mas a grande maioria depende
de chuva e realiza somente um ciclo/ano.

Estima-se o custo de produção em R$ 4,30/kg de peixe.
São Bento

Na média, os piscicultores da região possuem de 3 a 4 tanques de 1250 m² /1,7m de
profundidade.

Na associação existente no município, 50% dos associados fazem um manejo
adequado. Fazem aproveitamento da água, usam ração, compram alevino, e povoam
os tanques com alevinão.

Estima-se que 90% dos piscicultores da região dependem de água da chuva para
encher os tanques.

O gasto médio de quem usa ração é de 55 a 60 sacos/tanque/milheiro de alevinos ou
alevinões.

Boa parte dos piscicultores ainda faz uso de mandioca, milho e outros alimentos para
engordar os peixes.

O povoamento dos tanques é feito com 1 peixe/m².

As espécies mais cultivadas na região são: Tambacu, Tambatinga e Curimbatá,
representando aproximadamente 90%, e Pacu, Tilápia e Tambaqui nos 10% restantes.

Todo povoamento que é realizado é colocado 20% de Curimbatá.

O ciclo de produção gira em torno de 7 a 8 meses, produzindo peixes de 1,0 a 1,5kg.

Estima-se que na região 50% do piscicultores povoam os tanques com alevinão, e o
restante povoam com alevinos ou até pós-larvas.

Os que realizam o povoamento com alevinos chegam a ter mortalidade na faixa de
20%, e os que usam alevinão, esse número não chega a 3% de acordo com os
entrevistados.

Os tanques começam a ser povoados em Março e Abril.

O custo de produção gira em torno de R$ 4,00/kg de peixe.

R$ 3,20 é o custo estimado só de ração.
41

Os piscicultores da região encaram a atividade de criação de peixes como sendo a
principal.
CAMPOS E LAGOS
Viana

Estima-se que mais de 80% dor piscicultores não faz “berçário” para criação dos
alevinos e posterior povoamento dos tanques com alevinões.

No máximo 25% dos piscicultores fazem um manejo adequado na criação de peixes e
adquirem alevinos de boa qualidade e de pessoas idôneas.

As principais espécies criadas na região são Tambatinga e Curimbatá. Também se cria
um pouco de Tambacú e Tambaqui.

O povoamento dos tanques é feitos nos meses de Fevereiro e Março.

Realizam ciclo de produção de aproximadamente 8 meses, com média de 1,2 kg/peixe.

Existe grande inadimplência de piscicultores por falta de acompanhamento técnico.

A média dos tanques utilizados é de 1200 m²/1,5m de profundidade.

A grande maioria dos piscicultores da região possui até 3 tanques.
Matinha

Itans assiste outros 82 não associados.

Os piscicultores de Itans preparam o alevino por 30 a 40 dias nos berçários e povoam
os tanques com juvenil.

Mais de 50% dos piscicultores da região povoam os tanques com alevinos
diretamente, sem uso do berçário ou viveiro.

Estima-se que se povoar diretamente com alevino, pode chegar a 50% de mortalidade;
com alevinões a mortalidade gira em torno de 3-5%, e com juvenil se aproxima de 0%.

A maioria dos piscicultores não tem conhecimento da importância de se fazer o
berçário.

Os tanques mais comuns utilizados na região são de 3000 m²/1,5m de profundidade.

Os associados utilizam na média de 150 sacos de ração (25kg)/ tanque. Conseguem
produzir peixes com uma média de 1,2 kg.
42

Os piscicultores mais tecnificados gastam com ração um valor de R$ 1,87 /kg de peixe.
E o custo total não chega a R$ 3,00 /kg.

Os menos tecnificados gastam com ração quase R$ 3,50 reais/kg de peixe, devido à
mortalidade. Tendo um custo de quase R$ 4,30/ kg de peixe produzido.

Na média, os mais tecnificados (estima-se que 30% do total) fazem biometria,
povoamento com juvenil, tem viveiro/berçário, fazem uma adequada preparação dos
tanques, tem controle de custo, fazem manejo de agua, fazem 2 ciclos de 6 meses.

Na média os menos tecnificados povoam os tanques com larvas ou alevinos, jogam
ração em excesso, usam ração alternativa, e criam o peixe por 9 a 11 meses.

As espécies mais cultivadas na região são Tambatinga (70%), Curimbatá (10%),
Tambacú (15%) e Tambaqui (5%).

O povoamento dos tanques se dá em Janeiro e Junho prioritariamente pra quem faz 2
ciclos. Os que fazem um ciclo, geralmente povoam os tanques no mês de Março.
Penalva

Os piscicultores da região possuem na média de 4 tanques de 1200m²/ 2m de
profundidade

A maioria realiza o povoamento dos tanques com alevinos.

Muitos piscicultores povoam com 3 a 4 vezes mais alevinos por causa de predadores e
pensando nas possíveis perdas, sem realizar controle populacional.

Estima-se que a mortalidade de alevinos é maior que 50% pois muitos não manejam
bem a qualidade da agua. Perdem com choque térmico, predadores, superpopulação e
etc.

Grande parte dos piscicultores já faz uso de ração na engorda dos peixes, mas de
maneira não adequada, fornecendo em quantidades erradas e misturadas com outros
alimentos.

As espécies mais criadas na região são Tambatinga, com ciclo de aproximadamente 6
meses e peixes de 0,8 a 1,2 kg; e a Curimbatá, com ciclo de quase 1 ano e peixes de 0,5
a 1,0 kg.

O piscicultores usam em média 1,5 kg de ração/kg de peixe produzido.

Custo de produção estimado é de R$ 4,00/ kg de peixe. O custo de ração gira em torno
de R$ 3,00/kg de peixe.
43
Vitória do Mearim

A grande maioria dos piscicultores faz uso de pouca ração combinada com outros tipos
de alimentos na engorda dos peixes.

As espécies mais criadas na região são Tambatinga (80%), Curimbatá (Usam na
proporção de 20% no tanque) e Pacú (poucos criam).

A média de uso de ração na região gira em torno de 50 sacos/1000 peixes.

São produzidos peixes na média de 0,8 kg, num período de 8 meses a 1 ano.

A cada 2 ciclos de Tambatinga, conseguem produzir 1 ciclo de Curimbatá.

A maioria dos piscicultores povoa os tanques com 2 alevinos/m² .

A mortalidade fica na média de 20%.

Os tanques utilizados ficam na faixa de 800m²/ 2 m de profundidade.

O manejo padrão na região é pegar o alevino e jogar no tanque alimentando com
pouca ração e alimentos variados.

O povoamento é feito geralmente nos meses de Março a Abril. O ciclo médio é de 8
meses.

O Custo de produção gira em torno de R$ 3,20/kg de peixe produzido.

O uso de ração é de 0,9 kg/kg de peixe.
Arari

Os piscicultores utilizam na média 1,5kg de ração/ 1 kg de peixe. Os mais tecnificados
conseguem uma eficiência maior de gastam 1,0kg de ração/ 1 kg de peixe.

A maioria dos piscicultores da região já está fazendo uso da ração no processo de
engorda.

Estima em R$ 3,00 o custo de produção do kg do peixe. R$ 2,70/kg é somente o custo
de ração.

As espécies mais criadas são Tambatinga e Curimbatá.

O povoamento dos tanques em geral é feito com 1peixe/m².

A maioria ainda povoa com alevinos ou larvas. As perdas chegam a 60%. Muitos jogam
até 30% a mais.

Os tanques têm em média 1500 m²/ 1,7m de profundidade, ficando com uma lâmina
de água de 1,2m.

Na média os piscicultores possuem 2 tanques.
44

Os mais tecnificados fazem 2 ciclos; tem berçário; fazem biometria; promovem uma
alimentação balanceada; peixes na média de 1kg/1kg de ração; alimentam com ração;
povoam os tanques com 1peixe/m²; ciclo de produção de 4 meses contando do
povoamento; e realizam manejo da água (com rio ou barragem).

Os menos tecnificados fazem 1 ciclo de 8 meses por ano; os peixes produzidos ficam
na faixa de 0,7 kg; não controlam a densidade de peixes; alimentação é jogada sem
controle; não fazem uso de material de pesca; não manejam água.

Os que fazem 2 ciclos realizam o povoamento nos meses de Janeiro e em Junho. Os
que fazem 1 ciclo no ano, fazem o povoamento nos meses de Janeiro a Março.
No Quadro 4 estão resumidos alguns aspectos acerca das Inovações de Processos nos
Territórios da Baixada Maranhense e dos Campos e Lagos.
Quadro 4 - Resumo de aspectos acerca de inovações de processos nos territórios da Baixada
Maranhense e dos Campos e Lagos.
Características
Principais espécies criadas
Nutrição dos peixes



Ciclos de criação
Povoamento dos tanques
Quantidade e média dos
tanques





Povoamento
Custo de Produção total
estimado


Produtividade média
Fonte: MARKESTRAT (2014)
Baixada Maranhense
Tambatinga, Tambaqui,
Tambacu, Curimbatá.
A maioria faz uso de
ração e outros alimentos
Maioria faz 1 ciclo de 6 a
8 meses
Peixes com 0,8 a 1,2 kg
1 peixe/m²
3 a 4 tanques de 1000m²
3000 a 4000m²
A grande maioria povoa
nos meses de Março a
Junho
R$ 4,00 a 4,30/kg de
peixe
700 a 800 kg de
peixe/1000m2/ciclo de 6
meses


Campos e Lagos
Tambatinga, Tambaqui,
Tambacu, Curimbatá
Já é comum o uso de
ração


Ciclo de 6 a 8 meses
Peixes com 0,8 a 1,2 kg




1 peixe/m²
3 a 4 tanques de 1200m²
3600 a 4800m²
A grande maioria povoa
nos meses de Fevereiro a
Maio

R$ 3,00 a 4,30/kg

800 a 1200 kg de
peixe/1000m2/ciclo 6
meses
45
3.5.3 Inovações de Tecnologia
BAIXADA MARANHENSE

De acordo com os piscicultores, ainda faltam cursos de capacitação.

Hoje somente o Sebrae atua mais fortemente na capacitação da piscicultura
juntamente com o Senar.

Sebrae hoje tem contratado um engenheiro de pesca que presta serviço de assistência
técnica, e foi uma ação altamente elogiada pelos piscicultores.

Em alguns municípios como Bequimão, a AGERP da assistência técnica de biometria e
manejo dos tanques de piscicultura.

Poucos piscicultores participam de cursos de capacitação, muitos acreditam que
sabem criar peixe e tem alta resistência à mudança.
CAMPOS E LAGOS

No mesmo sentido do que acontece na região da Baixada Maranhense, os piscicultores
da região do Campos e Lagos só fizeram capacitação com o Sebrae e o Senar.

Foi constatado que também são poucos os piscicultores que participaram do processo
de capacitação.

Embora o numero de capacitados não seja grande, o impacto da capacitação e os
resultados obtidos pelos piscicultores são extremamente positivos, tendo despertado
o interesse nos “vizinhos”, e tendo transformado os capacitados em disseminadores
do conhecimento adquirido. Pode-se definir um lema como: “Qualidade ao invés de
quantidade, conseguindo a capilaridade”.

Temos também as secretarias de agricultura atuando e ajudando os piscicultores mais
de perto, como é o caso de Vitória do Mearim e de Arari, juntamente com a AGERP.

A atuação do engenheiro de pesca contratado pelo Sebrae, que presta serviço de
assistência técnica, foi altamente elogiada pelos piscicultores.
46
3.5.4 Inovações Organizacionais
BAIXADA MARANHENSE
Pinheiro

A Tambatinga, o Tambaqui e o Tambacu representam aproximadamente 90% do
volume de peixes que são criados na região, são tirados dos tanques com 1 kg e
vendido por R$ 5,00 a 6,00 /kg na propriedade, para agentes intermediadores e
feirantes. Na feira, esses peixes são vendidos por R$ 8,00 a 10,00/kg.

A Curimbatá que é utilizada em proporções de 20% no povoamento, é tirada com 0,8
kg, sendo vendida a R$ 8,00/kg para feirantes e agentes intermediadores e na feira é
vendido a R$10,00/kg.

O período de maior oferta de peixe na região se dá nos meses de Agosto a Dezembro.

O consumo de peixe é constante na região, tendo um pico na Semana Santa.

Estima-se que, em geral, 60% da oferta de peixes se concentra no segundo semestre.

O consumo do município é suprido com peixes de fora da região.

No período de Março a Maio a oferta é escassa, e até os agentes intermediadores têm
dificuldade de conseguir peixe em outras regiões.
Santa Helena

Os peixes considerados “redondos” são vendidos a R$ 7,00/kg para agentes
intermediadores e feirantes que vão até a propriedade comprar, e na feira é vendido a
R$ 9,00/kg.

A Curimbatá e o Piauçu são vendidos a R$ 10,00/kg e na feira a R$ 15,00/kg.

Aproximadamente 80% da oferta de peixe de piscicultura é de peixe redondo.

O consumo de peixe nativo compete diretamente com o de piscicultura, e estima-se
que 50% do consumo de peixe na região são de peixes nativos.

Primeiro semestre a oferta de peixe é menor, e a maioria dos tanques está sendo
povoado. A oferta maior é no segundo semestre, e concorre diretamente com o peixe
nativo.
Bequimão

O período de maior oferta de peixe na região vai do mês de Julho até Dezembro.
47

Nos meses de Julho e Agosto é que ocorre o pico da oferta de peixes de piscicultura na
região.

Visto que a oferta é menor no primeiro semestre, o mercado da região demanda
pouco peixe, mas se tivesse peixe, teria consumo. Visto que a oferta maior se dá no
segundo semestre, a demanda se concentra de Julho até Dezembro.

Os meses de maior oferta de peixes nativos são Setembro e Outubro.

Estima-se que 1/3 da demanda no município de Bequimão é por peixe de piscicultura.

A maioria dos piscicultores vende a produção para os feirantes. Vendem os peixes para
os feirantes por R$ 8,00/kg e são vendidos no mercado por R$ 10,00/kg.
São Bento

Estima-se que aproximadamente 60% dos piscicultores na região realizam a venda de
seus peixes para os agentes intermediadores a um preço de R$ 6,00/kg, e esses
vendem para feirantes ao valor de R$ 8,00/kg, sendo vendido ao consumidor final ao
valor médio de R$ 10,00/kg.

Alguns piscicultores entregam na feira, ou até para feirantes que fazem a compra
direto nas propriedades.

O período de maior oferta de peixes se dá nos meses de Outubro a Dezembro.

O pico da demanda se dá na Semana Santa, mas é comum a população consumir peixe
regularmente.

Estima-se que 1/3 da demanda de peixes na região é por peixe nativo.

A maior oferta de peixe nativo se dá no segundo semestre, quando os níveis dos rios
baixam bastante.
CAMPOS E LAGOS
Viana

Na região de Viana, os piscicultores geralmente vendem seus peixes para os feirantes e
para agentes intermediadores a um valor que varia entre R$ 5,00 e 6,00/kg. Na feira,
esse peixe é vendido ao consumidor pelo valor de R$ 8,00/kg. Essas são as médias de
valores praticados com os peixes “redondos”, são maioria entre as espécies criadas na
região.
48

Os peixes são vendidos para feiras, e os agentes intermediadores também levam para
grandes mercados fora da região. Alguns consumidores também compram
diretamente do piscicultor.

O pico do consumo se dá no período da Semana Santa.

Existe uma grande preferência na região por peixes nativos. Estima-se que 80% do
peixe consumido ainda seja nativo.

Existe muita resistência cultural em relação ao consumo de peixe nativo, que julgam
ser mais saudável, tem melhor paladar. Chegam a pagar quase o dobro do valor por
um peixe nativo.
Matinha

Os peixes são vendidos em sua maioria aos agentes intermediadores (70-80%) a um
valor médio de R$ 5,00/kg, e esse é o mesmo valor que o feirante paga ao buscar o
peixe na propriedade.

Os agentes intermediadores vendem os peixes a um valor de R$ 2,00/kg a mais do que
compraram. Revendem os peixes nas feiras da região e também na região de São Luís.

A maior oferta de peixe de piscicultura na região se dá nos meses de Outubro a
Dezembro.

A maior oferta de peixe nativo ocorre nos meses de Junho a Novembro. O kg do peixe
nativo é vendido em média a um valor de R$ 10,00.

Na Semana Santa ocorre o pico da demanda e também nos meses de Abril a Junho.

Estima-se que 60% do peixe consumido na região seja nativo.
Penalva

Estima-se que aproximadamente 90% do peixe vendido na região é nativo. A procura é
grande por esse tipo de peixe.

A maior oferta de peixe nativo na região ocorre no segundo semestre, e concorre
diretamente com a oferta de peixe de piscicultura.

A maioria dos peixes é vendida para feirantes, que representam quase 70% da força
compradora.

A atuação dos agentes intermediadores ainda não é tão forte na região.
49

O kg do peixe é vendido na média a R$ 6,00, e vendido na feira a aproximadamente R$
8,00.
Vitória do Mearim

A maioria dos peixes é vendida para agentes intermediadores no valor de R$ 5,00/kg.
Para pequenos feirantes o peixe é vendido ao valor de R$ 5,00 a 6,00/kg

Um pouco do peixe é entregue para o programa de aquisição de alimentos do governo
federal.

De Outubro a Dezembro acontece a maior oferta de peixes.

De Dezembro a Março, e na semana Santa, acontece a maior demanda de peixes.

A oferta de peixe nativo é de Junho até Novembro.

A demanda de peixe nativo acontece no mesmo período do de piscicultura.
Arari

Na região, os peixes redondos são vendidos na média a R$ 5,00/kg.

A grande maioria entrega o peixe para o atravessador, e para o consumidor final é
vendido a R$ 7,00/kg na porta da propriedade.

A oferta maior na região se dá no segundo semestre, e concorre diretamente com o
peixe nativo.

O peixe nativo tem muita aceitação na região, mas os peixes de piscicultura já não são
tão preteridos como em anos anteriores.

Por ter boa parte de piscicultores que conseguem fazer 2 ciclo por anos, existe um
oferta considerável de peixes também no primeiro semestre.

A demanda maior se concentra na Semana Santa e no segundo semestre. O consumo
de peixes na região tem certa regularidade, mas por haver melhor oferta de peixes
nativos e de piscicultura no segundo semestre, o próprio consumidor demanda mais
nesse período, pois consegue comprar a preços mais competitivos.
No Quadro 5 estão resumidos alguns aspectos acerca das Inovações Organizacionais nos
Territórios da Baixada Maranhense e dos Campos e Lagos.
50
Quadro 5 - Resumo de aspectos acerca de inovações organizacionais nos territórios da
Baixada Maranhense e dos Campos e Lagos.
Características
Oferta de peixe de cativeiro
Oferta de peixe nativo



Demanda de peixe de
cativeiro
Demanda de peixe nativo
Média de preço do Kg do
Peixe Nativo
Média do Preço do Peixe
Nativo
Fonte: MARKESTRAT (2014)





Baixada Maranhense
Agosto a Dezembro
Setembro a Novembro
Demanda constante
(primeiro semestre tem
pouco peixe)
Pico na Semana Santa
Constante
R$ 5,00 a 8,00 na
propriedade
R$ 8,00 a 10,00 na feira
Variável em função do
tamanho (geralmente mais
caro que o de piscicultura)








Campos e Lagos
Agosto a Dezembro
Junho a Novembro
Demanda constante
(primeiro semestre tem
pouco peixe)
Pico na Semana Santa
Constante
R$ 5,00 a 6,00 na
propriedade
R$ 8,00 na feira
Variável em função do
tamanho (geralmente mais
caro que o de piscicultura)
51
4. MAPEAMENTO DO APL
4.1
Desenho Padrão de um Sistema Agroindustrial em Piscicultura
AMBIENTE INSTITUCIONAL
- Instituições do Governo
- Normas Técnicas e Certificações
INSUMOS
Produtores de Alevinos
Fábricas de Ração
Multinacionais da Ind. Química
Fornecedores de Equipamentos
para a Indústria
Empresas de Comercialização e
Marketing
Empresas de Logística e Transporte
Macro Segmento Piscícola
Macro Segmento Industrial
Macro Segmento Distribuição
PISCICULTURA
INDUSTRIAL
DISTRIBUIÇÃO
Empresas de Processamento
- Estola
- Abate
- Filetagem
- Lavagem
- Lavagem
- Pescado Limpo
- Embalagem
- Evisceração
- Decapitação
Tradings Mercado Interno e
Externo
Supermercados e Mercearias
Empresas Distribuidoras
Agentes Intermediadores
Criadores de Peixes em Tanque
- Captura
- Depuração
AMBIENTE ORGANIZACIONAL
- Organizações Não Governamentais
- Organizações de Extensão Rural
- Organizações Setoriais Privadas
- Organizações de Pesquisa, Educação e Desenvolvimento
Figura 3 - Sistema Agroindustrial em Piscicultura
Fonte: MARKESTRAT (2014)
AGENTES FACILITADORES
- Empresas de Logística
- Empresas de Crédito
- Traders e Brokers
CONSUMO
Mercado (Interno e
Externo)
Local (Restaurantes/Residências)
Outros Locais
52
4.2
Desenho da Rede Produtiva do APL
4.2.1 Desenho da Rede do Território da Baixada Maranhense
Figura 4 - Rede Baixada Maranhense
Fonte: MARKESTRAT (2014)
53
4.2.1.1 Descrição sobre os agentes
Produtores de Larvas e Alevinos: constituído pelas centrais de alevinagem e os
produtores individuais que fornecem larvas e alevinos;
Produtores de Ração: constituído pelas empresas produtoras das rações de
peixes, que geralmente possuem um revendedor ou um representante comercial
na região;
Produtores de Outros Insumos e revendedores fora do APL: constituído pelas
empresas produtoras e revendedoras de outros insumos para a atividade, e que
estão localizados fora da região do APL;
Agentes intermediadores: constituído pelas pessoas físicas que realizam a
compra de insumos em grandes quantidades, e revendem para os criadores de
peixes. No elo posterior da cadeia, é constituído pelas pessoas que realizam a
compra dos peixes em grandes quantidades para revender na região e fora do
APL;
Recriadores: constituído pelas pessoas físicas que compram larvas/alevinos e
realizam a recria, vendendo alevinos, alevinões e até juvenis para os criadores de
peixes;
Revendedor: constituído pelos donos de pequenos comércios, que realizam a
compra de insumos e revendem para os criadores de peixes;
Criadores de Peixes: constituído pelos piscicultores individuais, ou pessoas
jurídicas que realizam a criação de peixes;
Outros Mercados Fora do APL: constituído por outros mercados de destino dos
peixes criados na região do APL. Esses mercados podem ser restaurantes, agentes
intermediadores, supermercados, feiras etc;
Feiras: constituído pelas feiras que geralmente ocorrem diariamente nos diversos
municípios do APL;
Restaurantes: constituído pelos restaurantes existentes nas cidades do APL;
Consumidor Final: constituído pela pessoa física que consome o peixe no final na
cadeia.
54
Pontos de destaque na região da Baixada Maranhense

Vale destacar que no APL da Baixada Maranhense, baseado na coleta de dados das
entrevistas, verificou-se que boa parte dos alevinos e a totalidade das larvas
adquiridas são provenientes de fora dos limites do APL;

Isso acontece também com os outros insumos, visto que não existe fábrica de ração na
região, e os outros insumos necessários na atividade são provenientes basicamente de
São Luís por serem mais baratos;

Temos a atuação de agentes intermediadores tanto na parte da compra de insumos
como na parte de comercialização do pescado. Os piscicultores ficam divididos em
opinar se a atuação desse agente na cadeia é positiva ou não. Visto que poucos os
piscicultores estão organizados para realizar compra conjunta de insumos, e também a
comercialização do peixe, pode-se pensar em baixo poder de barganha em preços,
mas é também visto como uma alternativa viável de aquisição de insumos e
escoamento da produção. É um ponto de reflexão esse tipo de relação entre os
agentes.
55
4.2.2 Desenho da Rede do Território de Campos e Lagos
Figura 5 - Rede Campos e Lagos
Fonte: MARKESTRAT (2014)
56
4.2.1.2 Descrição sobre os agentes
No APL de Campos e Lagos, os atores produtivos são similares aos descritos no APL da Baixada
Maranhense, apresentados no Tópico 4.2.1.1. Desta forma, eles não são aqui repetidos.
Pontos de destaque na região dos Campos e Lagos:

As diferenças na rede do APL dos Campos e Lagos em relação ao que apresentado
na Baixada Maranhense são poucas;

É possível destacar como situação extra, a menor dependência em relação aos
insumos de alevinos, alevinões e juvenis, de agentes fora do APL. Mesmo ainda,
dependendo das alevinagens externas, alguns piscicultores fazem o processo de
formação de alevinos e alevinões, fornecendo esse insumo nesse território e no
da Baixada Maranhense;

Outro ponto de destaque envolve o relato da existência de agentes
intermediadores comprando grandes quantidades de ração (geralmente alguns
membros da associação de Itans) para revender aos menores piscicultores de
outros municípios no APL, assim como outros municípios externos.
4.2.3 Identificação dos Atores Produtivos do APL
Esta etapa visa à identificação dos agentes produtivos nas duas regiões delimitadas para o
estudo. O objetivo é verificar relações de governança no sistema pecuário.
4.2.3.1 Agentes Produtivos do Território da Baixada Maranhense
BAIXADA MARANHENSE
Para compreender a relação entre os agentes do APL, segue a identificação do Ambiente
Institucional, Organizacional e dos Agentes Facilitadores.
Ambiente Institucional: os agentes relevantes são representados pelas Instituições do
Governo.
57

SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas): Agência de
fomento, capacitação e de promoção do desenvolvimento, criado para dar apoio aos
pequenos negócios de todo o país. Trabalha para estimular o empreendedorismo e
possibilitar a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e
pequeno porte;

SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural): entidade de direito privado,
paraestatal, mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA e administrada por um Conselho Deliberativo
tripartite. Integrante do chamado Sistema S, tem como função cumprir a missão
(Realizar Educação Profissional e Promoção Social (PS) das pessoas do meio rural,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e para o desenvolvimento
sustentável do país), estabelecida pelo seu Conselho Deliberativo, composto por
representantes do governo federal e das classes trabalhadora e patronal rural;

AGED (Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão): é uma autarquia vinculada à
Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Pesca, e tem por missão “Exercer a
defesa sanitária animal e vegetal, assegurando a oferta de produtos de qualidade e
contribuir para a preservação da saúde pública e do meio ambiente melhorando a
qualidade de vida da população”;

Prefeituras de Pinheiro, Santa Helena, Bequimão e São Bento;

Secretarias de Agricultura de Pinheiro;

Secretaria de Agricultura de São Bento.
Ambiente Organizacional: Destaca no APL a Organização de Extensão Rural, com fomento a
pesquisa, desenvolvimento e educação.
Os agentes estabelecidos como Organização de Extensão Rural são:

AGERP (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão):
objetiva abranger a agricultura familiar, a pequena e a média agricultura, socializando
as novas tecnologias e proporcionando assistência técnica intensiva e continuada,
visando à diversificação, a integração, o aumento da produção e produtividade do
58
setor agropecuário. Sua atuação é baseada na Política Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária;

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba): empresa pública vinculada ao Ministério da Integração Nacional que
promove o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco,
Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e
estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social Atua
principalmente na mobilização de investimentos para construção de obras de
infraestrutura, particularmente para a implantação de projetos de irrigação e de
aproveitamento racional dos recursos hídricos. É reconhecida principalmente pela
implantação de polos de irrigação, a exemplo do Polo Petrolina-PE e Juazeiro-BA.
Recentemente inaugurou escritório em São Luís/MA.
Os agentes estabelecidos como Organizações de Pesquisa, Educação e Desenvolvimento são:

IFMA (Instituto Federal do Maranhão): com uma unidade na região da Baixada
Maranhense, em Pinheiro, é voltado para a agropecuária, mas ainda sem atuação na
área de piscicultura;

UEMA (Universidade Estadual do Maranhão): com a unidade em Bequimão, possui
curso de Biologia, mas ainda tem uma atuação restrita na área de piscicultura na
região.
As Organizações Privadas presentes no APL são:

Associação de Piscicultores de Pinheiro, São Bento e Bequimão: responsável pela
iniciativa associativa na atividade de piscicultura.

Cooperativa Agropecuária de Piscicultores e Pescadores Artesanais da Baixada
Maranhense, em Santa Helena - COOPPESCAB
Agentes Facilitadores: Representam importantes agentes apoiadores do APL.

Banco do Brasil (BB) - A maior financeira pública do Brasil. Atua como agente
financeiro, oferecendo linhas de financiamento com taxas mais atrativas e encargos
menores. Tem atuação forte em DRS (Desenvolvimento Regional Sustentável) que é
uma estratégia negocial do BB, visando impulsionar o desenvolvimento sustentável
59
das regiões onde o BB está presente, por meio da mobilização de agentes econômicos,
sociais e políticos, para apoio a atividades produtivas economicamente viáveis,
socialmente justas e ambientalmente corretas, sempre observada e respeitada a
diversidade cultural;

Banco do Nordeste (BNB) – O maior banco de desenvolvimento regional da América
Latina atua como principal agente financeiro público que visa o desenvolvimento
sustentável da região Nordeste;

Banco da Amazônia: Atuação voltada para o desenvolvimento sustentável da
Amazônia Legal, através da definição de critérios rigorosos na análise do crédito. É a
instituição financeira mais recente em atuação do APL.
4.2.3.2 Agentes Produtivos do Território de Campos e Lagos
CAMPOS E LAGOS
Como a maioria dos agentes produtivos do território dos Campos e Lagos que cabem
detalhamento são praticamente os mesmos da Baixada Maranhense, só serão detalhados os
novos. Os demais serão somente citados.
Ambiente Institucional: os agentes relevantes são representados pelas Instituições do
Governo.

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas;

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural;

AGED – Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão;

Prefeituras de Matinha, Penalva, Viana, Vitória do Mearim, Arari;

Secretarias de Agricultura de Matinha e Viana;

Secretaria Municipal de Pesca de Viana.
Ambiente Organizacional: Destaca no APL a Organização de Extensão Rural, com fomento a
pesquisa, desenvolvimento e educação.
60
Os agentes estabelecidos como Organização de Extensão Rural é:

AGERP (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão);

CODEVASF (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba).
Os agentes estabelecidos como Organizações de Pesquisa, Educação e Desenvolvimento são:

IFMA – Instituto Federal do Maranhão.
As Organizações Privadas presentes no APL são:

Associação de Produtores do Povoado Rabelo, em Arari;

Associação do Povoado Flexal, em Penalva;

Associação de Produtores e Produtoras Rurais da Piscicultura e Pesca Artesanal do
Povoado de Itans e Circunvizinhos, em Matinha.
Agentes Facilitadores: Representam importantes agentes apoiadores do APL.

Banco do Brasil (BB);

Banco do Nordeste (BNB);

Banco da Amazônia (BASA).
61
4.2.3.4 Agrupamento por perfis do APL
Perfil do território da Baixada Maranhense
Figura 6 - Perfil no Território Baixada Maranhense
Fonte: MARKESTRAT (2014)
Perfil do território de Campos e Lagos
Figura 7 - Perfil no Território Campos e Lagos
Fonte: MARKESTRAT (2014)
62
Percebe-se que os territórios da Baixada Maranhense e dos Campos e Lagos são parecidos em
relação aos perfis de piscicultores existentes. Nota-se que existem 3 perfis, “Não
Profissionalizados”, “Em Profissionalização” e “Profissionalizados”.
Embora sejam parecidas, essas duas regiões não são iguais. Baseado nas atividades de campo,
percebe-se que o perfil dos piscicultores na região dos Campos e Lagos que estão “em
profissionalização” ou são “profissionalizados”, ocorre em maior número do que na Baixada
Maranhense. Com uma cultura à profissionalização mais bem aceita, e mais abertos às
capacitações.
Essa abertura maior à capacitação faz com que assimilem mais rapidamente o conhecimento,
e ainda coloquem isso mais rapidamente em prática nas suas propriedades. Sendo assim, se
compararmos a grande maioria dos piscicultores dessas duas regiões, visualizaremos estágios
parecidos de maturidade e profissionalização na piscicultura, mas é inegável que os
piscicultores como os de Arari e Matinha, “em profissionalização” ou “profissionalizados”,
estão alguns passos à frente dos outros.
63
5. ANÁLISE E DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DO APL
Neste tópico tem início à análise estratégica do APL para as duas regiões estudas.
5.1.
Perfis Identificados na Baixada Maranhense
Quando se observa o APL, é possível identificar três perfis de produtor na Baixada
Maranhense:

“Não Profissionalizados”: Constituído por piscicultores que realizam o povoamento
dos tanques com larvas ou alevinos, tendo como prioridade o uso de ração alternativa
na alimentação dos peixes. O ciclo produtivo se baseia em períodos de 7 a 9 meses,
produzindo peixes abaixo de 1 kg. Não conseguem fazer mais de um ciclo de produção
por ano, devido a grande dependência da água da chuva para o enchimento dos
tanques. Sua produção média gira em torno de 700 kg de peixe/ciclo/tanque de 1000
m²;

“Em Profissionalização”: Constituído por piscicultores em estágios intermediários de
maturidade na atividade de piscicultura. Ao mesmo tempo em que podem fazer uso
de insumos mais elaborados como as rações, não conseguem aplicar as técnicas de
manejo adequadas, ou vice-versa;

“Profissionalizados”: Constituído por piscicultores que adotam técnicas de manejo
mais sofisticadas. Esses piscicultores realizam biometria semanal para cálculo de ração
(única fonte alimentar) a ser fornecida. No povoamento dos seus tanques, preocupamse em fazer berçários para produção de juvenil, visando diminuir a mortalidade. Com a
possibilidade de manejar a qualidade da água de seus tanques, e por não serem
totalmente dependentes de água da chuva, conseguem realizar 2 ciclos de produção
por ano, produzindo peixes com mais de 1kg. Sua produção média ultrapassa os 1000
kg/ciclo/tanque de 1000 m².
64
5.2.
Perfis Identificados em Campos e Lagos
Na região de Campos e Lagos, igualmente é possível identifica três perfis, o que de certa forma
traz similaridade com a região da Baixada Maranhense.

“Não Profissionalizados”: Constituído por piscicultores que realizam o povoamento
de seus tanques com alevinos, fazem uso de ração alternativa combinada com a ração
para peixes, mas sem conhecimento da dosagem adequada a ser fornecida para o
bom desenvolvimento dos peixes. Os ciclos produtivos duram em média 8 meses,
fazendo somente um ciclo pela grande dependência de água da chuva, e produzindo
peixes com menos de 1 kg. A média de produção fica em torno de 700 kg de
peixe/ciclo/tanque de 1000 m²;

“Em Profissionalização”: Constituído por piscicultores que se encontram em estágios
intermediários de maturidade na atividade de piscicultura, mesclando técnicas
produtivas não adequadas com as mais elaboradas;

“Profissionalizados”: Formado por piscicultores que adotam técnicas de manejo mais
sofisticadas. Fazem uso da biometria semanal visando o cálculo adequado de ração
na alimentação de engorda dos peixes. Usam da técnica de berçário para produção de
juvenis a serem utilizados no povoamento dos tanques. Preocupam-se com a
qualidade da alevinagem, a adequada preparação dos tanques, e em realizar controle
de custos produtivos. Por realizarem um manejo de água e não serem totalmente
dependentes de água na chuva no enchimento dos tanques, conseguem fazer 2 ciclos
de produção durante o ano, produzindo peixes com mais de 1kg.
5.3.
Pontos de destaque
A partir das observações de perfis de produtores encontrados, é possível apontar os seguintes
pontos de destaque no APL.

Há uma subutilização de capacidade produtiva no APL nas duas regiões, predominando
baixo nível de inovação entre as Associações, de forma que é possível afirmar que o
Empreendedorismo não é uma característica existente no APL, podendo citar como
algumas exceções o povoado de Itans em Matinha, e a piscicultura da região de Arari;
65

Nas regiões da Baixada Maranhense e de Campos e Lagos, as áreas que atuam sem
licença ambiental (Agentes de Normas Técnicas e Certificações/Ambiente Institucional)
apresentam dificuldade na obtenção de crédito junto aos Agentes Facilitadores (Banco
do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia), impactando na melhor utilização
da capacidade de cultivo. Esta condição impõe limites de expansão na atividade
econômica dos produtores, mesmo se outras condições produtivas se mostrarem
equilibradas;

No Ambiente Organizacional é necessário fortalecer o Protagonismo Social que precisa
ser exercido por alguma entidade representativa entre os piscicultores, principalmente
na Gestão de Negócio e nos Canais de Venda. A ausência de um Protagonismo Social
aliado a melhor Coordenação faz com que os produtores do APL sejam concorrentes,
tanto a Montante, na aquisição de insumos, como a Jusante, no processo de
comercialização. Necessário destacar que a Coordenação entre os produtores é
premissa essencial para fomentar o desenvolvimento local;

Por mais que existam mínima coordenação e capacidade de influência do povoado de
Itans, esta se reflete às redondezas do município de Matinha, na região de Campos e
Lagos, e mais direcionada a extensão e aquisição de insumos, do que uma
coordenação total na cadeia. Essa realidade já não é verificada na região da Baixada
Maranhense.
5.4.
Análise Interna – Pontos Fortes e Pontos Fracos
Nesta etapa, os elementos identificados foram (i) inicialmente organizados em fatores
positivos (pontos fortes) e (ii) fatores negativos (pontos fracos) para as regiões da Baixada
Maranhense e Campos e Lagos. Há de destacar que esses fatores são preliminarmente
agrupados por aspectos, de modo a facilitar o próprio agrupamento destes.
No entanto, para melhor gestão da informação pelo SEBRAE, quando o fator citado se referir
exclusivamente à Baixada Maranhense é identificado ao final com o sinal (*). Quando se referir
somente à região dos Campos e Lagos é identificado ao final com o sinal (**); E quando o fator
estiver presente nas duas regiões é identificado com o sinal (***).
Assim exposto, segue a análise.
66
5.3.1 Análise Interna: Pontos Fortes
Aspectos Históricos
 Atuação na área de piscicultura historicamente com pequenas áreas (***);
 Início das capacitações em 2009, coordenadas pelo SEBRAE/MA (***);
 Vocação dos produtores para criação de peixe (***);
 Hábito histórico de consumo de peixe (***).
Aspectos Geográficos
 Temperatura média anual com baixa oscilação (***);
 Alta capacidade hídrica no primeiro semestre (***);
 Facilidade de acesso e proximidade aos grandes mercados consumidores da região (***);
 Potencial da região para produção (***);
 Solo de qualidade (***);
 Proximidade do mercado consumidor (***);
 Localização estratégica de alguns municípios. Ex: Arari (**).
Aspectos de Governança e Institucionais
 Atuação forte do Sebrae e Senar na capacitação dos piscicultores (***);
 Atuação da AGERP, AGED, prefeituras e suas secretarias em algumas regiões (***);
 Influência da Associação de Piscicultores de Itans-Matinha (***);
 Existência de piscicultores individuais formadores de opinião (***);
 Unidade do IFMA em Pinheiro voltado para Agropecuária (*);
 Unidade da UEMA em Bequimão, possuindo curso de Biologia (*);
 Construção de unidade do IFMA em Viana, com curso de Engenharia de Pesca (Campos e
Lagos);
 Agentes facilitadores com excelentes linhas de crédito para financiamento dos piscicultores
(***).
67
Aspectos Tecnológicos
 Já não é exclusividade a compra conjunta de ração. Piscicultores de Itans compram em
grande quantidade e redistribuem para os menores (***);
 Já é comum o uso de ração (**);
 Grande demanda por peixes na região;
 Criação de peixes redondos, que são bem adaptados e aceitos na região;
 Despertando para a questão de qualidade da alevinagem (**);
 Suporte na assistência dada por piscicultores de Itans a outros piscicultores (***);
 Atuação do Engenheiro de Pesca fornecido pelo SEBRAE (***);
 Impacto da capacitação na transformação da atividade piscícola (***);
 Mercado consumidor forte da região (***);
 Força de vontade em trabalhar com a piscicultura (***);
 Piscicultura vem se tornando mais lucrativa que outras atividades na região (***);
 Capacidade de disseminação de conhecimento (**);
 Geração de renda para pequenos produtores familiares (***).
5.3.2 Análise Interna: Pontos Fracos
Aspectos Históricos
 Tradição cultural em associar a produção de peixes à subsistência familiar. Muitos ainda
não acreditam que criar peixes é lucrativo (***);
 Ausência de confiança entre os próprios produtores.
Aspectos Geográficos
 Não aproveitamento das áreas disponíveis para ampliar a produção devido à morosidade
no licenciamento ambiental (***);
 Grande oscilação do período de chuvas, tendo um primeiro semestre muito chuvoso
seguido de uma seca extrema no segundo semestre (***);
 Infraestrutura de acesso aos locais de produção e escoamento (**).
68
Aspectos de Governança e Institucionais
 Atuação da AGERP, AGED, prefeituras e suas secretarias em algumas regiões (***);
 Unidade do IFMA em Pinheiro voltado para Agropecuária, ainda sem atuação na área de
piscicultura (*);
 Unidade da UEMA em Bequimão, possuindo curso de Biologia, ainda sem atuação direta na
área de piscicultura (*);
 Dificuldade no acesso ao crédito em função da burocracia para regularização da atividade
de piscicultura, aquisição da documentação necessária, e custo do processo (***);
 Concorrência entre os próprios produtores devido à falta de Coordenação no APL (***);
 Falta de sinergia e atuação direcionada entre as equipes das instituições a nível municipal e
estadual (***);
 Falta de segmentação do perfil de produtores a ser atendido, em função da maturidade na
atividade de piscicultura (***);
 Cultura de organização em associação e cooperativa ainda baixa (***).
Aspectos Tecnológicos
 A compra de alevinos praticamente é individualizada (***);
 Povoamento dos tanques em grande maioria com alevinos (*);
 Povoamento dos tanques em grande maioria com alevinos e alevinões (**);
 A maioria faz uso de ração e outros alimentos (*);
 Inexistência de Alevinagem no APL (***);
 Inexistência de fábrica de ração na região (***);
 Poucos piscicultores compram ração diretamente e estão organizados (*);
 Custo de produção ainda alto, salvo a exceção dos mais tecnificados;
 Grande maioria fica restrito em fazer apenas 1 ciclo produtivo (***);
 Taxa de mortalidade variável e não mantida a níveis baixos (***);
 Falta ainda de cursos de capacitação;
 Cultura do piscicultor que diz que “sabe” criar peixe (***);
 Ausência de gestão financeira da atividade em sua grande maioria (***);
 Material genético dos alevinos de baixa qualidade (***);
 Ausência de capital de giro (burocracia bancária e escassez de crédito) (***);
 Incapacidade de manter um planejamento de produção (***);
69
 A grande maioria ainda está com tanques ambientalmente em situação irregular (***);
 Preço de venda do peixe (***);
 Volume de peixe ofertado ainda é baixo (**);
 Processo de comercialização (***);
 Acompanhamento dos piscicultores, Assistência técnica e capacitação (***);
 Oferta de prestação de serviços de maquinário (***);
 Tanques feitos de maneira errada (má prestação dos serviços) (**);
 Manejo de água e baixa disponibilidade para realizar 2 ciclos (***);
 Armazenamento do pescado (***);
 Receio na adoção de financiamento bancário como fonte de recurso para expansão da
atividade (***);
 Investimento em tecnologia (***);
 Baixa escolaridade e profissionalização dos produtores (***).
5.5.
Análise Externa –Oportunidades e Ameaças
Nesta etapa serão elencados fatores caracterizados como oportunidades e ameaças nas
regiões da Baixada Maranhense e Campos e Lagos. Assim como feito no Tópico 5.4, quando o
fator se referir somente à Baixada Maranhense é identificado ao final com o sinal (*). Quando
se referir somente à região dos Campos e Lagos é identificado ao final com o sinal (**). E
quando se referir às duas regiões será identificado com o sinal (***).
5.4.1 Análise Externa: Oportunidades
Fornecedores
 Construção de alevinagem cooperativa na região (***);
 Comitê de compra de ração ou projeto de fábrica de ração cooperada (***);
 Parceria para aquisição de outros insumos principalmente em São Luís (***).
70
Cadeias Produtivas Relacionadas
 Melhor utilização dos subprodutos do pescado (alimentação animal, adubação, novos
produtos) (***).
Concorrentes
 Benchmarking de produção (***).
Clientes / Mercados
 Explorar o mercado da capital São Luís (***);
 Possibilidade de entrada de unidade de beneficiamento integrando produtores (***);
 Possibilidade de fornecer peixe para os mercados regionais (***);
 Possibilidade de fornecer peixe para os mercados de outros estados (***).
Variáveis Macroambientais (PEST)
Ambiente Político-Legal
 Lobby com entidades governamentais para simplificação do licenciamento ambiental de
aquicultura para pequenos produtores (Agência Brasil, 2009) (***);
 Lobby para fornecimento do pescado na merenda escolar (***).
Ambiente Econômico-Natural
 Cenário internacional com demanda favorável (***);
 Agregação de valor com a comercialização do pescado eviscerado ou filetado (***).
Ambiente Tecnológico
 Parcerias com as universidades e centros tecnológicos da região (***).
71
Ambiente Sociocultural

Aumento do consumo de peixes como fonte de uma alimentação saudável em outros
estados (***).
5.4.2 Análise Externa: Ameaças
Fornecedores
 Alevino tende a se tornar um gargalo no aumento da produção (quali e quanti)(***);
 Alta volatilidade no preço das rações (***).
Cadeias Produtivas Relacionadas
 Alta dependência das commodities Milho e Soja (produção da ração) (***);
 Fortalecimento de cadeias produtivas substitutas (bovinos, suínos e aves) (***).
Concorrentes
 Proximidade de produção com outros APL de piscicultura no Nordeste (***);
 Concorrência direta de mercado entre pescadores artesanais e piscicultores (***).
Clientes /Mercados
 Deficiência na comunicação entre os piscicultores e os consumidores (existe uma cultura de
que peixe de piscicultura é o “frango de granja” e o nativo é o “delicioso frango caipira”) (***);
 Alta dependência dos agentes intermediadores (***);
 Ausência de entreposto e frigorífico local para comércio (***);
 Pressão de mercado para o processamento do pescado (***);
 Não adequação ao SIF e SIE (***).
72
Variáveis Macroambientais (PEST)
Ambiente Político-Legal
 Possível decisão de investimentos de empresas para outros estados e regiões como por
exemplo Pernambuco, devido à morosidade e alta exigência ambiental (***);
 Forte política assistencialista na região Nordeste (***);
 Multas pelos tanques ambientalmente em situação irregular (***).
Ambiente Econômico-Natural
 Alta oscilação da disponibilidade de água (***);
 Dificuldade de crédito pelos bancos (***);
 Histórico de inadimplência bancária local (***);
 Alto custo dos insumos, impactando no custo de produção (próximo de 4 reais/kg nos
peixes redondos) (***);
 Burocracia ambiental (***).
Ambiente Sociocultural
 Aumento da renda local podendo influenciar no consumo de outras fontes de proteínas
(***);
 Forte tradição de subsistência (***);
 Cultura clientelista na região Nordeste, causando “uma cultura muito mais da economia
solidária do que da economia social, ou seja, você precisa de suporte externo na maioria das
vezes”. (AGROANALYSIS, 2009, p.6-8) (***).
73
5.6.
Aspectos Favoráveis
•
MACRO AMBIENTE: Cenário Político Legal, Econômico Natural, Sócio Cultural e Tecnológico
Possibilidade de Lobby com entidades governamentais para simplificação do licenciamento ambiental de aquicultura para pequenos produtores (***).
• Lobby para fornecimento do pescado na merenda escolar (***).
• Possível parceria com as universidades e centros tecnológicos da região (***).
FORNECEDORES DE ALEVINOS
Construção de alevinagem
cooperativa na região (***).
• Atentando quanto à qualidade do
material genético (**).
•
•
CADEIAS PRODUTIVAS RELACIONADAS
Melhor utilização dos subprodutos do
pescado (alimentação animal, adubação,
novos produtos) (***).
MERCADO INTERNACIONAL
Demanda em crescimento (***).
•
APL
FORNECEDORES DE RAÇÃO
•
•
•
Comitê de compra de ração ou projeto
de fábrica de ração cooperada (***).
Compra
conjunta
não
é
mais
exclusividade (***).
OUTROS FORNECEDORES
Parceria para aquisição de outros
insumos principalmente em São
Luís (***).
PRODUÇÃO
INDÚSTRIA
-Vocação (***)
-Temperatura, solo
e disponibilidade
de água (***)
-Capacidade de
disseminação do
conhecimento (**).
-Possibilidade de
entrada de UBP
integrando produtores
(***).
-Possibilidade de
agregação de valor
com a comercialização
do pescado eviscerado
ou filetado (***).
•
DISTRIBUIÇÃO
-Agentes
intermediadores
com forte compra
de peixes e
distribuição local e
até outros estados
(***).
CONCORRENTES
Benchmarking de produção (***).
Figura 8 - Aspectos Favoráveis.
Fonte: MARKESTRAT (2014)
MERCADO NACIONAL
•
•
•
•
Possibilidade de fornecer peixe para os
mercados de outros estados (***).
Demanda por peixe (alimento
saudável) (***)
MERCADO REGIONAL
Mercado da capital São Luís (***).
Hábito forte de consumo na região
(***)
74
5.7.
Aspectos Desfavoráveis
MACRO AMBIENTE: Cenário Político Legal, Econômico Natural, Sócio Cultural e Tecnológico
•
•
•
•
FORNECEDOR DE ALEVINOS
Alevino tende a se tornar um gargalo
no aumento da produção (quali e
quanti)(***).
FORNECEDOR DE RAÇÃO
Alta volatilidade no preço das rações
(***).
OUTROS FORNECEDORES
Equipamentos e implementos de base
tecnológica mais sofisticada não são
produzidos localmente (***)
Morosidade na licença ambiental direcionando investimentos para outros polos (***).
•
Forte política assistencialista na região Nordeste (***).
•
Multas, pelos tanques ambientalmente em situação irregular (***).
•
Alta oscilação da disponibilidade de água (***).
•
Dificuldade de crédito pelos bancos (***).
•
Forte tradição de subsistência (***).
•
•
CADEIAS PRODUTIVAS RELACIONADAS
Alta dependência das commodities Milho e Soja
(produção da ração) (***).
Fortalecimento de cadeias produtivas substitutas
(bovinos, suínos e aves) (***).
PRODUÇÃO
-Alto Custo de
produção (***).
-Descrença na
lucratividade (***).
-Acesso a área de
produção (**).
-Falta de coordenação
gerando concorrência
(***).
APL
INDÚSTRIA
-Não adequação
ao SIF, SIE (***).
DISTRIBUIÇÃO
-Alta dependência dos
agentes intermediadores
(***).
-Ausência de entreposto
e frigorífico local (***).
-Dificuldade de escoamento
•
•
•
da área de produção (**).
CONCORRENTES
•
•
Proximidade de produção com outros APL de
piscicultura no Nordeste (***).
Concorrência direta de mercado entre pescadores
artesanais e piscicultores (***).
Figura 9 - Aspectos Desfavoráveis.
Fonte: MARKESTRAT (2014)
MERCADO INTERNACIONAL
Ainda é um mercado distante a ser
explorado (***)
MERCADO NACIONAL
Ausência de entreposto e frigorífico
local para comércio interestadual (***)
Concorrência com outros polos
fornecedores já consolidados (***).
MERCADO REGIONAL
•
•
•
Forte concorrência com peixe nativo (***).
Pressão de mercado para o processamento
(***).
Aumento da rendainfluencia no consumo de
outras fontes de proteínas (***).
75
6. ANÁLISE COMPARATIVA COM OUTROS POLOS DE
PISCICULTURA
De modo a ter uma real análise das condições do APL, para as duas regiões estudadas, foi
realizada uma análise comparativa com outros polos de pisciculturas no Brasil: Alagoas, Piauí,
Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia. Inicialmente os polos são apresentados em uma análise
qualitativa e depois é realizado um cruzamento de informações entre os polos referência e o
APL de Piscicultura do Maranhão.
O objetivo foi verificar as formas com que outras regiões desenvolvem da própria atividade em
face da importância econômica que estas passaram a ter nos últimos anos no território
nacional.
6.1.
Alagoas

70% dos empreendimentos são tanques-rede, originando 85% da produção;

Poucos piscicultores profissionalizados produzem 60 a 70% do peixe do estado;

Destinação: Feiras e mercados livres;

Problemas com alto custo da ração;

AL e SE cultivam 20.000 ha de arroz inundado e produz peixe em apenas 700 há;

Crescimento depende da organização do setor (indústria, varejo e produção);

O mercado in natura paga melhor que a indústria de processamento.
Figura 10 – Polo de Piscicultura de Alagoas
Fonte: MARKESTRAT (2014)
76
6.2.
Piauí

60% dos piscicultores produzem em tanques escavados;

40% produzem em tanques-rede nas Barragens do Departamento Nacional de
Obras Contras as Secas (DNOCs);

Produtores oriundos da agricultura/pecuária, e veem a piscicultura como fonte
alternativa de renda;

Produção média <10 ton/ano;

Alevinos fornecidos pelo DNOCS;

Utilizam ração quando tem, baixa tecnologia, ciclo anual ou quando engordou o
peixe;

+/- 10 produtores maiores (30 ton/mês) que usam tecnologia como aeradores,
alimentação intensa, programação das vendas;

Região importa peixe do MA, BA e PE;

Vendas realizadas diretamente ao consumidor em feiras, peixarias ou agentes
intermediadores.
Figura 11 – Polo de Piscicultura do Piauí
Fonte: MARKESTRAT (2014)
6.3.
Paraná

A região Oeste é responsável pela produção de 60% do peixe do Paraná;
77

No Oeste, a produção é mais frequente em tanques escavados, enquanto que no
Norte predominam os tanques-redes;

Na região do Lago de Itaipu, o pacu é o carro-chefe da produção;

Expectativa de produção em 2014 = 42 mil toneladas;

Supervisão direta de engenheiros de pesca para realizar treinamentos técnicos
para toda a região do polo;

Ciclo produtivo de 6-7 meses;

Tilápia é a principal espécie criada no Oeste;

A negociação do pescado é feita com a Copacol (Cooperativa Agrícola Consolata);

A Cooperativa auxilia os piscicultores desde o início da criação, oferecendo todos
os insumos e alevinos, e os piscicultores entram com a estrutura e mão de obra;

Possuem o único abatedouro de peixes em sistema integrado do Brasil. Hoje conta
com 170 piscicultores integrados;

Piscicultor é remunerado conforme o seu índice de eficiência técnica;

Toda a produção é destinada para o mercado interno e atualmente é exportada
apenas a pele da tilápia para a França.
Figura 12 – Polo de Piscicultura do Paraná
Fonte: MARKESTRAT (2014)
6.4.
Rio Grande do Sul

6,5 mil produtores; 8,2 mil açudes dos quais são retiradas 3,7 mil toneladas de
pescado por ano;

A piscicultura ainda é tida como complementar a outras atividades;

Baixos custos de produção;
78

As espécies mais criadas são as carpas (90%) e tilápias (10%);

Existência de seguro, inclusive com subsídio do governo, que se compromete a
pagar 30% do prêmio líquido limitado a R$ 32 mil;

Centro de Treinamento Agrícola, vinculado à Emater-RS, apoiando em cursos de
treinamento na área de piscicultura;

Existência de plano estratégico que será desenvolvido por dez anos, até 2017, com
objetivo de promover o aumento do consumo per capita de peixes e incrementar a
aquicultura por meio da criação de peixes em açudes e em tanques-rede.
Figura 13 – Polo de Piscicultura do Rio Grande do Sul
Fonte: MARKESTRAT (2014)
6.5.
Bahia

Região de Paulo Afonso na Bahia, utilizam de tanques escavados e tanques redes
de 4m³;

Existência de fábrica de ração pertencente a todas as associações, em operação
produzindo diariamente duas toneladas de alimento peletizado;

Possui ainda uma planta processadora de pescados, voltada para a produção de
filés, com câmara frigorífica, com o certificado do SIE - Serviço de Inspeção
Estadual;

Unidade para produção de alevinos revertidos de tilápia;

Os projetos financiados por alguns bancos, com recursos liberados pelo PRONAF
com prazo de carência de um ano e taxas de juros da TJLP mais 6% ao ano;
79

Cooperativa Mista Agropecuária de Paulo Afonso - COMAPA, coordenando
aproximadamente 31 associações de piscicultores;

Produção e processamento do pescado para o mercado interno e internacional.
Figura 14 – Polo de Piscicultura da Bahia
Fonte: MARKESTRAT (2014)
6.6.
Análise dos Polos
Observando os polos de referência analisados (Alagoas, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul e
Bahia), nota-se que algumas das características existentes como (i) alto custo de ração, (ii)
destinação do pescado principalmente para feiras, (iii) forte atuação de agentes
intermediadores, (iv) ciclo produtivo de 6-7 meses e (v) adoção de nutrição alternativa são
encontradas nas regiões do APL do MA.
Nota-se também que características consideradas relevantes e que estão presentes em alguns
dos polos de referência não estão presentes no APL do MA, como (i) acompanhamento fixo de
engenheiros de pesca, (ii) organização por meio de cooperativa para a entrega e
processamento do peixe, (iii) sistema de produção integrado com abatedouro, (iv)
remuneração por eficiência técnica, (v) destinação do peixe para o mercado interno e externo,
(vi) plano estratégico, entre outras ações.
Entretanto, é relevante pontuar que mesmo cada polo possuindo a sua peculiaridade
produtiva, é possível visualizar características existentes que, se trabalhadas, podem vir a
propor valor ao produto da cadeia produtiva das regiões do APL.
80
O Quadro 6 sintetiza as principais característica visualizadas nos polos analisados, comparando
com o APL.
Quadro 6 - Características dos polos produtivos x APL
CARACTERÍSTICA VERIFICADA NOS POLOS
Pescado destinado às feiras e mercados
Alto custo de ração
Crescimento dependente da organização da cadeia
Mercado in natura pagando melhor
Produção em tanques redes, escavados e açudes
Veem a piscicultura como atividade primária e
secundária
Nutrição alternativa
Atuação de agentes intermediadores
Acompanhamento fixo de engenheiros de pesca
supervisionando e treinando piscicultores do polo.
Ciclos produtivos de 6-7 meses com 1 ou 2 ciclos por ano
Venda do peixe para cooperativa
CARACTERÍSTICA VERIFICADA NOS POLOS
Cooperativa fornecendo todos os insumos produtivos
Abatedouro em sistema integrado
Remuneração baseada em índice de eficiência técnica
Destino da produção para o mercado interno e externo
Baixo custo de produção
Espécies criadas: carpas, tilápia, pacu
Programação de vendas
Seguro para a piscicultura
Plano Estratégico para o polo de piscicultura
Centro de treinamento e cursos de capacitação
Fonte: MARKESTRAT (2014)
EXISTÊNCIA NO APL
SIM
SIM
SIM
Por enquanto só existe mercado in
natura.
Basicamente em tanques
escavados
SIM
SIM
SIM
Por enquanto existe somente um
suporte de um engenheiro de
pesca.
SIM
Não existe cooperativa comprando
peixe
EXISTÊNCIA NO APL
Não existe integração com
cooperativas
Sem abatedouro na região
Remuneração por kg do peixe
Mercado Interno
Alto custo de produção
Peixes redondos
Não existe.
Não existe.
Não existe.
Não existe centro de capacitação.
Existe apoio de entidades como o
Sebrae e o Senar atuando na
capacitação.
81
7. AÇÕES PROPOSITIVAS
Esta etapa tem o intuito de elaborar ações propositivas com o propósito de alavancar a
competividade do APL de Piscicultura nas regiões da Baixada Maranhense e Campos e Lagos,
levando em consideração (i) a Análise do Diagnóstico Estratégico do APL, (ii) os Fatores Críticos
de Sucesso existentes, (iii) as Dimensões Estratégicas e, principalmente, (iv) o Perfil dos
Piscicultores. Há de frisar que sendo atribuição do SEBRAE fomentar o desenvolvimento via
empreendedorismo local, o protagonismo social dos piscicultores é premissa fundamental
para efetivar este desenvolvimento, de modo que o perfil dos produtores precisa ser
considerado nas ações propositivas e nas pré-condições mínimas quando voltado ao resultado.
7.1.
Identificação dos Fatores Críticos de Sucesso do APL
Os estudos em campo permitiram identificar três fatores que, quando associados, se tornam
críticos ao sucesso do APL: (i) preço, (ii) competências e (iii) imagem.
A correlação entre eles é explicada na Figura 15, onde é possível notar que:

o fator “Preço” interfere na rentabilidade do produtor, o que significa maior/menor
dedicação à própria atividade;

o fator “Competência” interfere no próprio atributo do produto comercializado, o que
tende a classificá-lo em relações de concorrência com outros mercados produtores;

o fator “Imagem”, por sua vez, tem uma dupla ação no APL. A primeira,
especificamente na região, quando faz menção em peixe de cativeiro e peixe nativo, e
a segunda, quando o território produtivo do MA é relacionado com outros territórios
produtivos do Nordeste, o que pode, inclusive, significar investimentos externos de
empresários da agroindústria.
82
Preço
Imagem
Competência
Qualidade real de produção e fornecimento
Maior potencial de receber investimento
externo
Figura 15 – Fatores Críticos e Relações Existentes
Fonte: MARKESTRAT (2014)
Assim exposto, os Fatores Críticos citados são detalhados em seus respectivos atributos.
A. Preço

Qualidade Genética: necessidade de ter um material genético de qualidade, com
seleção das matrizes, possibilitando a produção de alevinos/alevinões/juvenis com
potencial genético para a engorda em menor tempo e com maior conversão
alimentar;

Gestão da Produção: melhorar o controle dos custos de produção; analise da
possibilidade de compra conjunta de insumos; controle de gastos e consciência do
custo de produção do kg do peixe; planejamento de produção.
B. Competências
83

Reestruturação e adequação do modelo produtivo no APL: coordenação da
cadeia, visando diminuir a auto-competição destrutiva; melhorias estruturais de
apoio ao processo produtivo;

Conhecimento X Maturidade produtiva: focado em capacitação em função da
maturidade na atividade piscícola; formação regional de técnicos; capacitação de
gestão de negócio;

Decisões de canais de distribuição: maneiras de acessar o mercado a ser atendido
(local, regional etc);

Manutenção da qualidade, processamento, beneficiamento: focado na
manutenção da qualidade do peixe após a despesca; construção de câmaras
frigoríficas; fábricas de gelo local; unidade de beneficiamento e processamento do
peixe.
C. Imagem

Comunicação e Marketing: investir no desenvolvimento da imagem institucional
do APL de Piscicultura na região, sendo referência no estado. Minimizar o efeito do
paradigma entre “peixe de piscicultura” e “peixe nativo” no mercado local,
amenizando a concorrência nos períodos em que naturalmente existe uma oferta
maior de peixe nativo.
7.2.
Estabelecimento das dimensões das ações estratégicas
Identificado os Fatores Críticos, as ações estratégicas propostas são propostas em frentes que
efetivamente terão melhores condições de contribuir para o desenvolvimento do APL. Nesta
etapa do relatório, as ações estratégicas foram pensadas em uma matriz, sendo
a. um dos eixos a Dimensão em que se enquadram as ações, o que deve permitir
uma melhora significativa na competitividade do APL nas suas duas regiões, e
b. o Horizonte da Ação no Projeto, sendo esta organizada em (i) curto prazo (até
3 anos), (ii) médio prazo (3-6 anos) e (iii) longo prazo (mais que 6 anos). Há de
destacar, a priori, que o perfil do produtor é considerado como premissa base
ao próprio desenvolvimento da ação (o SEBRAE apenas fomenta o
84
empreendedorismo local e o produtor assume o protagonismo social da ação)
(Tópico 7.3).
Neste primeiro momento, o eixo 1, Dimensões, são detalhadas.
Eixo 1: Dimensão
As Dimensões propostas para o APL com base na Análise e Diagnóstico Estratégico do APL são:

Organização: criar condições para o surgimento do empreendedorismo local, seguido
do protagonismo social;

Infraestrutura: permitir condições produtivas de ter na piscicultura a principal
atividade econômica do produtor;

Produção: melhorar os critérios de produtividade e, consequentemente, de
rentabilidade;

Gestão: fortalecer, internamente, cada piscicultor sob uma condição de empresário, e,
externamente, criar condições do território vir a receber investimentos externos.
Ações
Uma vez expandida as Dimensões Estratégicas do APL de Piscicultura, é sugerido estabelecer
as ações em função de cada Dimensão proposta, onde o resultado será a competitividade do
sistema nas duas regiões.
No Quadro 7 as ações são apresentadas em função de cada Dimensão.
Quadro 7 - Dimensões Estratégicas e Ações Sugeridas
DIMENSÃO ESTRATÉGICA - ORGANIZAÇÃO
AÇÕES ESTRATÉGICAS SUGERIDAS

Descrição: Estruturar o APL na frente gerencial e
produtiva, fortalecendo as organizações, os agentes
e os empreendimentos produtivos.
DIMENSÃO ESTRATÉGICA - INFRAESTRUTURA


Formar um comitê de inteligência central
para gerenciar e definir ações no APL;
Piloto de sistema produtivo integrado.
Fomentar a cultura cooperativa visando à
integração na cadeia.
AÇÕES ESTRATÉGICAS SUGERIDAS
85



Descrição: Melhorar a infraestrutura produtiva e de
apoio ao APL e ao processo produtivo como um
todo.




DIMENSÃO ESTRATÉGICA - PRODUÇÃO
Descrição: Melhorar a Gestão Administrativa e o
Desempenho no elo Produção em todos os
empreendimentos que fazem parte do APL
AÇÕES ESTRATÉGICAS SUGERIDAS




DIMENSÃO ESTRATÉGICA - GESTÃO
Realizar compras de insumos coletivamente.
Investir na capacitação técnica
Formar técnicos regionais
Realizar capacitação de gestão de negócio.
AÇÕES ESTRATÉGICAS SUGERIDAS

Descrição: Desenvolver e aprimorar ações internas
iniciadas nas Dimensões Organização e Produção,
fortalecendo a indicação geográfica quanto a
Procedência de Origem.
Atrair empresas de beneficiamento e
processamento para o APL.
Construção de câmaras frigoríficas, fábricas
de gelo local.
Construção de unidade de processamento e
beneficiamento.
Melhorar a infraestrutura de acesso e
escoamento da produção.
Investir na construção de fábrica de ração do
APL.
Parceria com prestadores de serviços para
construção dos tanques escavados.
Construção de Alevinagem local.


Fortalecer a imagem do APL como referência
no estado.
Desenvolver um sistema de inteligência para
auxiliar as decisões gerenciais do APL.
Centralização do processo de
comercialização.
Fonte: MARKESTRAT (2014)
Entre as Dimensões propostas, há de notar que, para algumas delas, o empreendedorismo
local possui uma condição mínima exigida, de modo que as duas regiões do APL precisam ser
observadas sob os critérios de preparo e maturidade.
Dessa forma, a Markestrat crê que as ações deverão ser trabalhadas em horizontes de tempo
específicos, permitindo aos gestores SEBRAE concentrar esforços e recursos nas localidades
que apresentam atributos de melhor condição de resposta.
No entanto, definir critérios de investimento desses recursos não significa preterir uma região
em detrimento de outra. Ao contrário, permitirá aos gestores SEBRAE definir critérios iniciais
em locais mais assertivos e, nos locais de maior dificuldade (devido às próprias condições), vir
a ter menor custo de aprendizagem.
No Tópico 7.3 as Ações Propositivas sugeridas são apresentadas, assim como sua relação com
as regiões do APL.
86
7.3.
Ações Estratégicas e Comentários para Implementação
Quadro 8 - Dimensões dos Objetivos Estratégicos e Comentários aplicados às regiões do APL
I. Formar um comitê de inteligência central
para gerenciar e definir ações no APL.
I. Ação de integração de atores do APL.
COMENTÁRIOS PARA AS AÇÕES ESTRATÉGICAS
BAIXADA MARANHENSE
CAMPOS E LAGOS
I. Todos.
I. Todos.
II. Piloto de sistema produtivo integrado
(produção cooperada + UBP + mercado)
II. Produção modelo para análise de
estrutura mínima de negócio.
II. Ação de médio à longo
prazo. Sem maturidade.
III. Fomentar a cultura cooperativa visando à
integração na cadeia.
III. Obter economias de escala na compra de
III. Ação para médio prazo.
insumos e ganho de poder de barganha na
Necessita de
comercialização.
desenvolvimento coletivo.
AÇÕES ESTRATÉGICAS
DIMENSÃO ORGANIZAÇÃO
AÇÕES ESTRATÉGICAS
DIMENSÃO ESTRUTURA
IV. Atrair empresas de beneficiamento e
processamento para o APL.
V. Construção de câmaras frigoríficas, fábricas
de gelo local.
VI. Construção de unidade de processamento
e beneficiamento.
VII. Melhorar a infraestrutura de acesso e
escoamento da produção.
VIII. Investir na construção de fábrica de ração
do APL (privado ou cooperado).
IX. Parceria com prestadores de serviços para
DEFINIÇÃO
II. Preferencialmente Matinha
e Arari.
III. Ação para curto prazo. Tem
melhores condições.
IV. Estimular a vinda de novos atores em elos
deficitários da cadeia.
V. Apoio na cadeia de frio.
COMENTÁRIOS PARA AS AÇÕES ESTRATÉGICAS
BAIXADA MARANHENSE
CAMPOS E LAGOS
IV. Dificuldade de atração
IV. Melhores condições de
inicial.
atração.
V. Necessário.
V. Necessário.
VI. Transformação do pescado visando
aumentar o leque na cadeia de
distribuição.
VII. Diminuir custo e melhorar acesso.
VI. Necessidade de estudo de
VI.
viabilidade para atender as
duas regiões.
VII. Fundamental.
VII.
VIII. Melhoria da nutrição, acesso e menor
custo do insumo.
IX. Proporcionar oferta do serviço para a
VIII. Ambas.
VIII. Ambas.
IX. Ambas.
IX. Ambas.
DEFINIÇÃO
Necessidade de estudo de
viabilidade para atender as
duas regiões
Fundamental.
87
construção dos tanques escavados.
X. Construção de Alevinagem local.
AÇÕES ESTRATÉGICAS
DIMENSÃO PRODUÇÃO
XI. Realizar compras de insumos
coletivamente.
expansão da atividade.
X. Melhoria da qualidade genética e oferta
do insumo.
X. Ambas.
X. Ambas.
COMENTÁRIOS PARA AS AÇÕES ESTRATÉGICAS
BAIXADA MARANHENSE
CAMPOS E LAGOS
Ganho de escala.
XI. A curto prazo, somente os
XI. A curto prazo, somente os
produtores já organizados
produtores já organizados
em associações e
em associações e
cooperativas.
cooperativas.
Fomentar o desenvolvimento dos
XII. Direcionar a capacitação
XII. Direcionar a capacitação
piscicultores.
técnica por perfil.
técnica por perfil.
Integração de recursos para formação de XIII. Direcionar a capacitação
XIII. Direcionar a capacitação
técnicos em piscicultura.
técnica por perfil.
técnica por perfil.
Profissionalização da atividade econômica XIV. Direcionar a capacitação
XIV. Direcionar a capacitação
de piscicultura.
técnica por perfil. Ação de
técnica por perfil. Ação de
médio prazo.
curto prazo.
DEFINIÇÃO
XI.
XII. Investir na capacitação técnica.
XII.
XIII. Formar técnicos regionais.
XIII.
XIV. Realizar capacitação de gestão de negócio.
XIV.
AÇÕES ESTRATÉGICAS
DEFINIÇÃO
DIMENSÃO GESTÃO
XV. Fortalecer a imagem do APL como
XV. Reconhecimento da piscicultura
referência no estado.
maranhense (duas regiões).
XVI. Desenvolver um sistema de inteligência
XVI. Proporcionar informações para suporte
para auxiliar as decisões gerenciais do APL.
gerencial.
XVII. Centralização do processo de
XVII. Melhorar a liquidez do produto do APL.
comercialização (foco do piscicultor apenas
na produção).
Fonte: MARKESTRAT (2014)
COMENTÁRIOS PARA AS AÇÕES ESTRATÉGICAS
BAIXADA MARANHENSE
CAMPOS E LAGOS
XV. Ação de médio e longo
XV. Ação de curto prazo.
prazo.
XVI. Ação de médio e longo
XVI. Ação de curto prazo.
prazo.
XVII. Necessidade de estruturar XVII. Já possui maturidade para
a coordenação na cadeia.
fomentar o
desenvolvimento.
88
7.4.
Evolução do Perfil dos piscicultores
A evolução do perfil dos piscicultores identificados nas duas regiões do estudo é um atributo
relevante e que precisa ser considerado pelos gestores do SEBRAE MA no desenvolvimento da
competitividade do APL.
As ações estratégicas sugeridas, ao mesmo tempo em que influenciarão na atividade
econômica do APL e na evolução do perfil dos piscicultores ao longo dos anos, precisarão,
para vir a surtir o efeito desejado, respeitar o critério de segmentação desses produtores em
relação ao perfil de maturidade na atividade piscícola.
É fundamental que se respeite a maturidade produtiva dos perfis dos piscicultores no
direcionamento das ações estratégicas sugeridas, assim como o atual estágio em que se
encontra cada região do APL (Baixada Maranhense e Campos e Lagos). Se assim feito,
naturalmente haverá uma escalada da maturidade entre os atores presentes e,
consequentemente, uma melhora na produtividade e competividade do APL.
Na Figura 16, a Matriz “Dimensão x Horizonte de Ação” é relacionada com os perfis
identificados no APL, segmentando as ações conforme o perfil do produtor.
Dimensões
Produção
Médio
(3/6 anos)
Longo
(> 6 anos)
Infraestrutura
Curto
(até 3 anos)
Horizonte de Ação
Organização
Figura 16 - Evolução do Perfil dos piscicultores
Fonte: MARKESTRAT (2014)
Gestão
89
8. CONSIDERAÇÕES MARKESTRAT
Apesar dos principais pontos de destaque para as duas regiões de estudo do APL já terem sido
amplamente analisadas ao longo do relatório, a Markestrat crê relevante algumas
ponderações aos gestores do SEBRAE MA.
BAIXADA MARANHENSE

É claro a existência dos modelos de negócios formados por produtores não
profissionalizados, em processo de profissionalização e profissionalizados, de modo
que as dimensões e ações sugeridas deverão ser direcionadas em acordo a estes
perfis, em horizontes de tempo igualmente específicos;

Os modelos de negócios existentes interferem diretamente no fornecimento de peixes
no mercado local, assim como aqueles que são destinados para outras regiões;

A Baixada Maranhense encontra-se, de modo geral, em fase inicial de crescimento na
piscicultura, de forma que os agentes participantes mantêm uma relação
intermediária entre a atividade econômica formal/informal, ocasionando impacto
direto na relação organização;

Vale destacar que no APL da Baixada Maranhense, baseado na coleta de dados das
entrevistas, verificou que boa parte dos alevinos e a totalidade das larvas adquiridas
são provenientes de fora dos limites geográficos do APL. O mesmo acontece com o
insumo nutrição, visto que não há fábrica de ração na região, e demais insumos
necessários à atividade, que em sua maioria são provenientes de São Luís por serem
mais baratos;

Há atuação de agentes intermediadores tanto na parte da compra de insumos como
na comercialização do pescado. Os piscicultores ficam divididos em opinar se a
atuação desse agente na cadeia é positiva ou não. Visto que poucos dos piscicultores
estão organizados para realizar compra conjunta de insumos, e também a
comercialização do peixe, pode-se pensar em baixo poder de barganha em preços,
mas é também visto como uma alternativa viável de aquisição de insumos e
escoamento da produção. Trata-se de um ponto de reflexão esse tipo de relação entre
os agentes.
90
CAMPOS E LAGOS

De característica não muito diferente da Baixada Maranhense, é possível destacar os
modelos de negócios formados por produtores não profissionalizados, em processo de
profissionalização e profissionalizados, sendo esta região fonte do fornecimento de
peixes para o mercado local e com destino também para outras regiões;

A região dos Campos e Lagos encontra-se em processo pós-crescimento inicial, tendo
dois municípios como referência Arari e Matinha, com relações entre seus agentes de
maneira mais organizada, e com os desafios iniciais da atividade já superados. No
entanto, há uma parcela significativa de piscicultores ainda com relações informais e
em busca de melhor organização;

São mínimas as diferenças na rede do APL dos Campos e Lagos em relação ao
percebido na Baixada Maranhense. Entretanto, é possível destacar a menor
dependência em relação aos insumos de alevinos, alevinões e juvenis, de agentes
externos ao APL. Dependendo das alevinagens externas, alguns piscicultores locais
fazem o processo de formação de alevinos e alevinões, fornecendo esse insumo no
território e também na região da Baixada Maranhense;

Relevante destacar a existência de agentes intermediadores comprando grandes
quantidades de ração (geralmente membros da associação de Itans) para revender aos
pequenos piscicultores de outros municípios do APL, assim como municípios externos.
Igualmente é forte a atuação desses agentes no processo de comercialização dos
peixes;

A aquisição de outros insumos segue o mesmo padrão da região da Baixada
Maranhense, como forte dependência de ração vinda de fora do APL, e de artigos para
pesca provenientes basicamente da capital São Luís;

A maturidade para compra coletiva de insumos e assimilação de tecnologia é mais
avançada nessa região.
OBSERVAÇÕES GERAIS

Há uma subutilização de capacidade produtiva no APL nas duas regiões, predominando
um baixo nível de inovação, de forma que é possível afirmar que o Empreendedorismo
91
não é uma característica existente nas regiões do APL. Exceção ao povoado de Itans
em Matinha e a piscicultura da região de Arari;

Nas duas regiões, as áreas que atuam sem licença ambiental (Agentes de Normas
Técnicas e Certificações / Ambiente Institucional) apresentam dificuldade na obtenção
de crédito junto aos Agentes Facilitadores (Banco do Brasil, Banco do Nordeste, e
Banco da Amazônia), impactando a melhor utilização da capacidade de cultivo;

É necessário fortalecer o Protagonismo Social que precisa ser exercido por alguma
entidade representativa dos piscicultores, principalmente na Gestão de Negócio e nos
Canais de Venda. A ausência de um Protagonismo Social aliado a melhor Coordenação
faz com que os produtores do APL sejam concorrentes, tanto a Montante, na aquisição
de insumos como a Jusante, no processo de comercialização.

Por mais que já exista certa coordenação e influência do povoado de Itans, isso se
reflete às redondezas do município de Matinha na região do Campos e Lagos, e mais
direcionada a extensão e aquisição de insumos, do que uma coordenação total na
cadeia. Isso já não é verificado na região da Baixada Maranhense;

Constituirá um grande desafio a estruturação do negócio “dentro da porteira” nas
duas regiões assim como estruturar o negócio “fora da porteira”, sendo os desafios
bastante específicos. A decisão de focar o piscicultor somente na produção aparece
como um alternativa inicial de alavancagem da competividade com foco na
especialidade econômica do pescado;

Se considerado a necessidade de fomentar a atividade econômica, a Markestrat
sugere indicadores aos gestores do SEBRAE em vistas de monitorar os resultados a
partir dos esforços e investimentos feitos. Os Quadros 9, 10 e 11 apresentam alguns
indicadores que permitirão subsidiar no processo de reflexão e tomada de decisões
sobre a necessidade de realmente programar as ações sugeridas neste estudo;

É importante destacar que uma ação pode vir a ter impacto e influência em outras
ações, reiterando os indicadores aqui colocados como elementos norteadores para
estabelecer quais os melhores critérios para tomada de decisão pelos agentes gestores
na escolha e aplicação de cada Dimensão/Ação;
92
Assim exposto, os indicadores são propostos em três frentes: (i) produtor; (ii) localização
do produtor e relação deste com o território (impacto das especificidades locais) e (iii)
comercialização do produto do APL.
Quadro 9 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos e
Lagos – Produtor
SEGMENTOS
INDICADORES
Escolaridade
Organização
PRODUTOR
Acesso a
programas
sociais
Importância da
piscicultura na
renda da
propriedade
Área da
propriedade
Quantidade de
tanques
Qualidade do
peixe
Disponibilidade
de mão-deobra
Infraestrutura
de produção
Intensividade
da exploração
Uso de
procedimentos
de gestão
Eficiência da
produção
Facilidades nas
compras de
insumos e
serviços
PARÂMETROS A ANALISAR
. Nível de escolaridade dos produtores
. Nível de escolaridade das unidades familiares
. Nível de associativismo dos produtores
. Importância do associativismo para os produtores
. Nível de vinculação dos produtores com programas públicos de assistência social
. Nível de participação da piscicultura na composição da renda da unidade
produtiva
. Estrato de tamanho de área da propriedade
. Nível de utilização da terra para piscicultura
. Quantitativos dos tanques de produção
. Quantidade de peixes produzidos por tanque
. Padrão de qualidade do pescado
. Nível de utilização de alevinagem de qualidade
. Total de empregados disponíveis
. Nível de utilização de mão-de-obra familiar
. Disponibilidade de água e energia
. Disponibilidade de instalações básicas
. Disponibilidade de equipamentos básicos
. Nível de participação dos sistemas extensivo, semi- intensivo e intensivo no
cenário geral da atividade.
. Uso de registros contábeis
. Uso de registros zootécnicos
. Kg de peixe/1000m²/ciclo.
. Kg de peixe comercializados/ano
.Ciclo/ano
. Peso do peixe para venda
. Ciclo médio à venda
. Disponibilidade de insumos no município onde mora o produtor
Nível de importância de:
Fatores
limitantes a
produção
. Organização dos produtores
. Oferta de insumos de qualidade
. Potencial genético
. Questões ambientais
. Disponibilidade de água
. Acesso à assistência técnica
. Nível de capacitação técnica do produtor
. Nível de capacitação gerencial do produtor
. Qualificação da mão-de-obra disponível
. Condições do crédito
. Preço de venda dos produtos
. Preços de compra dos insumos
. Mercado para os produtos
93
Acesso a ATER
Acesso ao
crédito
. Capacitações oferecidas
. Disponibilidade de assistência técnica
pública
. Oferta de crédito rural
. Valor médio do crédito concedido
Fonte: MARKESTRAT (2014)
. Disponibilidade de assistência
técnica alternativa
. Qualidade da assistência técnica
disponível
. Nível de inadimplência
Quadro 10 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos
e Lagos – Comunidades e Povoados
SEGMENTOS
INDICADORES
População
COMUNIDADES E POVOADOS
Residências
Infraestrutura
comunitária
Infraestrutura
hídrica
Sistemas
produtivos
Relação de
mercado das
comunidades
Parcerias nas
comunidades
Desempenho
ambiental
PARÂMETROS A ANALISAR
. Número médio famílias
. Percentual de piscicultores por
. Número pessoas
comunidade
. Quantidade de casas por comunidade
. Qualidade das casas por comunidade
. Presença de organizações sociais
nas comunidades
. Infraestrutura agroindustrial nas
. Infraestrutura de assistência á
comunidades
saúde nas comunidades
. Infraestrutura de urbanização nas
. Infraestrutura de educação e
comunidades
cultura nas comunidades
. Infraestrutura de comunicações nas
. Infraestrutura de energia nas
comunidades
comunidades
. Infraestrutura de esporte e lazer
. Infraestrutura de estradas nas
nas comunidades
comunidades
. Disponibilidade regular de água durante todo o ano
. Importância das diferentes fontes de água nas comunidades
. Importância da piscicultura nas comunidades
. Nível de dependência das comunidades para compras de provisões e
insumos
. Nível de dependência das comunidades para vendas de seus produtos
. Presença de instituições públicas
parceiras nas comunidades
. Presença de representações
. Presença de organizações não
políticas nas comunidades
governamentais nas comunidades
. Nível de conservação do meio ambiente
Fonte: MARKESTRAT (2014)
94
Quadro 11 - Cadeia produtiva da piscicultura no Maranhão – Baixada Maranhense e Campos
e Lagos – Varejo, Feirantes e Similares.
SEGMENTOS
INDICADORES
Escolaridade do
proprietário
Organização
Volume das vendas
Preços praticados
VAREJO, FEIRANTES E SIMILARES
Origem dos peixes
Formas e valores das
compras
Preferências do
mercado
Sazonalidade das
vendas
Clientela
Impostos
Condições higiênicosanitárias dos locais
de comercialização
Capacitação do
pessoal
Crédito
PARÂMETROS A ANALISAR
. Nível de escolaridade
. Nível de associativismo
. Volume semanal de vendas
. Peso médio do pescado
. Preços médios de vendas
. Maiores fornecedores
. Formas de compras mais comuns
. Preços médios das compras
. Espécies
. Ciclo médio e peso
. Nível de Processamento
. Nível de conservação
. Meses de maior ocorrência de vendas
. Maiores clientes
. Espécies mais valorizadas
. Preferência por beneficiamento ou processamento
. Incidência e peso dos impostos
federais
. Incidência e peso dos impostos
. Incidência e peso dos impostos
estaduais
estaduais
. Área de atendimento ao
. Tipos de transporte mais utilizados
público
. Pisos
. Apresentação dos
. Paredes
manipuladores
. Aberturas
. Área de manipulação
. Tipos de armazenamento
. Materiais de superfície
. Expositores de refrigeração
. Área de despejos
. Uso de Boas Práticas
. Nível de capacitação
. Necessidades de capacitação
. Nível de utilização de crédito
. Nível de inadimplência
. Valor médio do crédito recebido
Fonte: MARKESTRAT (2014)
95
9. REFERÊNCIAS
AGED. Agência Estadual de Defesa Agropecuária. Disponível em: http://www.aged.ma.gov.br/
. Acessado em: 02/07/2014.
AGÊNCIA BRASIL. Minc quer simplificar licenciamento de aquicultura para pequenos
empreendedores. Disponível em:
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/03/11/materia.2009-03-11.6009264607/view
Acessado em: 25/06/2014.
AGERP. Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão.
Disponível em: http://www.agerp.ma.gov.br/agerp . Acessado em: 22/06/2014.
BANCO DO BRASIL. Desenvolvimento Regional Sustentável. Disponível em:
http://www.bb.com.br/docs/pub/sitesp/sustentabilidade/dwn/CartilhaDRS.pdf. Acessado em:
20/06/2014.
BANCO DO NORDESTE. Infraestrutura de Transportes do Maranhão. Disponível em:
https://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/etene/etene/docs/maranhao.pdf Acessado em
05/06/2014.
BLECHER, B.; A força do cooperativismos. Agroanalysis, São Paulo, v. 29, n. 2, p 6-8, 2009.
ESTEVES, A. Piscicultura é opção rentável aos gaúchos. Disponível em:
http://www.paginarural.com.br/noticia/110942/piscicultura-e-opcao-rentavel-aos-gauchos .
Acessado em: 02/07/2014.
GRIGOLI, R. Oeste é referência em piscicultura no Paraná. Disponível em:
http://www.oparana.com.br/cidades/oeste-e-referencia-em-piscicultura-no-parana-49623 .
Acessado em 15/07/2014.
PANORAM DA AQUICICULTURA. A Piscicultura no Oásis do Sertão Nordestino. Disponível em:
http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/Revistas/52/pauloafonso.asp . Acessado
em 15/07/2014.
PANORAM DA AQUICICULTURA. A Piscicultura no Oeste Paranaense. Disponível em:
http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/revistas/48/oesteparana.asp . Acessado
em: 04/07/2014.