Matérias ed55 - Portfólio Online de Maria Luiza Gondim

Transcrição

Matérias ed55 - Portfólio Online de Maria Luiza Gondim
Ano 9 - n° 55 - Setembro / Outubro 2011
em meio
a um momento econômico
conturbado,
investir na força da
classe c
pode salvar os
estabelecimentos de food service
de sofrer os efeitos
da crise financeira mundial
MERCADO I
por Maria Luiza Gondim
Bree-gah-day-roh
Brasileiras investem no brigadeiro como matéria-prima
para abrir empreendimentos em Nova York. Já em
seu país de origem, o docinho mostra ser capaz
de gerar bons negócios e grandes lucros
U
m produto originalmente brasileiro anda ganhando adeptos em diversas partes do mundo. O famoso brigadeiro obtém destaque, principalmente
no mercado americano, onde já existem empreendimentos especializados na produção do doce. Além disso, o
brigadeiro aparece no levantamento da JWT, agência internacional referência em marketing, sobre as “100 coisas para se ficar de olho no ano de 2011”, onde ocupa
o 15º lugar. A pesquisa ainda afirma que há uma grande
possibilidade dele se tornar um produto internacional.
Brigadeiro Bakery
“Bom é complicado falar, mas acho que meu investimento inicial foi por volta de R$10”, conta Mariana Vieira, chef
e proprietária do Brigadeiro Bakery, empreendimento localizado em Nova York, especializado na produção do tradicional doce brasileiro. Após o pequeno investimento inicial,
a empresária começou a reinvestir seus lucros. Atualmente,
são vendidas 4 mil unidades do doce por mês, entre encomendas para eventos e festas, assim como para consumo
imediato. E a produção se divide entre a cozinha da casa de
Mariana e no aluguel eventual de uma cozinha industrial.
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A publicitária e chef foi para os Estados Unidos junto
com o marido. Por não querer trabalhar em restaurantes,
optou por ser personal chef, profissional contratado para
elaborar uma refeição diretamente na casa do cliente.
Para incrementar o cardápio, Mariana sempre colocava
o brigadeiro como um acompanhamento ou sobremesa.
E assim começou seu próprio negócio. “Começaram a
me procurar pelo doce. Alguém comentava com o amigo
que eu tinha feito um brigadeiro com o sabor diferente e entravam em contato comigo. Assim, percebi que
aqui não tinha esse produto. Então resolvi me organizar
e fazer um negócio. Não só brigadeiro, mas outros doces
brasileiros que são bem carentes aqui”, diz Mariana.
Os principais consumidores do produto são brasileiros
que vivem na cidade de Nova York, representando em torno
de 70% das compras. Porém, de acordo com Mariana, os
números relacionados ao mercado americano devem crescer, pois os pontos de vendas dos produtos da Brigadeiro
Bakery irão aumentar. “Já vendo em um café, onde o dono
não é brasileiro, mas cultua muito o nosso país. Agora vou
entrar em uma segunda loja, onde a proprietária é americana e descobriu o brigadeiro por meio de pesquisas. Isso ajuda muito no crescimento do público americano”, explica.
Divulgação
Mariana Vieira, da Brigadeiro
Bakery, vende seus produtos
para diversos públicos em
Nova York
A empresária planeja uma expansão da marca, porém não sabe
se abrirá uma loja ou formará uma
cozinha industrial para aumentar
a produção. “Investimento em loja
aqui nos EUA é algo muito alto. Por
isso, meu próximo passo vai depender do planejamento financeiro e
de como vou pensar a empresa. Se
vai ser um café, uma doceria. Estou
chegando na concepção do que realmente vai ser”, comenta Mariana.
Os preços na Brigadeiro Bakery
variam de embalagens e quantidades. As embalagens para presente e
as menores, que contêm em torno
de 12 docinhos, custam US$ 12. O
cento, vendido em caixas, podendo
escolher até 3 sabores, o preço varia entre US$ 80 e 90.
My Sweet Brigadeiro
Paula Barbosa é outra empresária
que está investindo em brigadeiro
em Nova York. A brasileira foi à cidade com o objetivo de estudar. Em
um de seus cursos sobre negócios,
ela elaborou uma empresa de brigadeiros como projeto final. Ao mes-
Divulgação
Mariana atribui o sucesso do
brigadeiro no exterior por ele ser
uma delícia universal e comenta
que não foi preciso ajustar a receita para agradar o paladar norte-americano. Além disso, os sabores mais vendidos são conhecidos
e tradicionais. O mais vendido é o
de chocolate, em segundo o pistache e em terceiro o sabor coco. A
companhia oferece diversos sabores do docinho e por isso, a chef
divide suas compras entre fornecedores locais e os que importam
produtos do Brasil.
foodservicenews / 2011
15
MERCADO I
BREE-GAH-DAY-ROH
Brigadeiro tradicional da My
Sweet Brigadeiro
mo tempo, Paula fazia brigadeiros para amigos de uma
forma despretensiosa. Foi assim que a novidade se espalhou e as encomendas começaram a surgir. “Aproveitei
o case que já tinha criado para o curso e iniciei a My
Sweet Brigadeiro. Depois de quatro meses me associei
a Christina Bhan, que tem background em marketing e
conhece bem o mercado americano”, diz.
O sucesso foi tão grande que o jornal The New York
Times procurou Paula e fez uma matéria sobre o docinho brasileiro e o empreendimento, que se tornou um
grande propulsor do negócio. “O boom dessa reportagem
nos ajudou sem dúvida a divulgar a My Sweet Brigadeiro
em NY e, principalmente, a conseguir clientes de outras
cidades dos EUA”, conta. Sobre seus consumidores, Paula afirma que os brasileiros são um número significativo
para a companhia, mas ressalta que possui clientes americanos de renome como é o caso da joalheria H. Stern.
Atualmente, a empresa não possui loja própria e a os
brigadeiros são feitos em uma cozinha industrial. A empresária tem por objetivo tornar sua marca mais conhecida no mercado americano para pensar em uma possível
expansão. Hoje, a companhia conta com dois pontos de
vendas: Battery Place Market e Zeytuna Market, que são
mercados gourmet localizados na área central da cidade.
Os preços dos produtos variam dependendo da caixa,
apresentação e sabor. Os brigadeiros de chocolate vendidos em caixa variam de US$ 12 a US$ 80. Os de coco
e pistache variam da caixa com 9 unidades por US$16 à
caixa com 100 unidades por US$ 90. Já os brigadeiros em
copinhos tem o preço estipulado entre US$ 28 e US$ 110.
Criando uma rede
Porém, não é só no exterior que o docinho faz sucesso. No Brasil há empresários investindo no produto e
criando negócios lucrativos e sólidos, como é o caso de
Taciana Kalili. Para fazer algo diferente no aniversário
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Divulgação
Fachada Brigaderia
em São Paulo
de 50 anos de seu marido, Taciana resolveu produzir
brigadeiros de diversos sabores. Os docinhos fizeram
sucesso e, já no dia seguinte, começaram a surgir encomendas do produto. “Em determinado momento tinha
caixas por toda a casa e funcionárias na minha cozinha.
Assim surgiu a oportunidade de ter uma loja. Inauguramos a primeira Brigaderia em março de 2010 no Shopping Market Place, em São Paulo”, conta Taciana.
A empresa cresceu e atualmente conta com cinco unidades próprias, 70 funcionários e uma cozinha central
que produz 9 mil brigadeiros/dia, além de uma venda
mensal de 270 mil unidades e um faturamento que chegou a R$ 5 milhões, só em 2010. Inicialmente, foram
investidos R$ 50 mil para a abertura da primeira loja e
ao longo do outro ano, foram R$ 600 mil investidos na
abertura de novas lojas e construção da fábrica.
Questionada sobre os diferentes sabores criados, Taciana conta que muitos vieram de testes em sua cozinha, sugestões ou histórias dos próprios clientes. “Muitos querem
dar uma dica ou mesmo receita do seu brigadeiro preferido.
Muitas vezes é um sabor que já estávamos pensando em
fazer e passamos à criação e produção. O brigadeiro permite
muitas e deliciosas variações e a loja está sempre buscando
as novidades para oferecer aos clientes”, explana. Atualmente, o consumidor pode optar por 28 sabores diferentes.
A rede atende clientes corporativos e privados, sendo
contratada para servir casamentos, festas de aniversário ou
produzir brindes de empresas. Nas lojas, o maior público é
formado por quem pretende degustar o produto na hora,
muitas vezes acompanhado de um café. Além disso, muitos
clientes escolhem os produtos como uma forma de presente e, por isso, Taciana tomou muito cuidado ao escolher
as embalagens. Assim, surgiu a parceria com a marca de
roupas Farm, com o objetivo de criar embalagens exclusivas. “A primeira vez que pensei em entregar os brigadeiros pensei nas caixas. Procurei uma marca com a qual me
identifiquei sempre, a Farm. Juntas desenvolvemos a caixa
Divulgação
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Para aniversários infantis, a
M.Azevedo produz lembrancinhas
personalizadas em brigadeiro
Seu Expedito
em papelão, com a exclusiva estampa que criaram. Assim
começamos as embalagens diferenciadas”, conta.
Na Brigaderia o preço do brigadeiro unitário é de
R$ 3. As embalagens variam de R$ 7 a R$ 120, dependendo da quantidade e apresentação do produto.
Além disso, é possível encomendar cento para festas
que variam entre R$ 150 e R$ 300.
Uma nova abordagem
Outro empreendimento brasileiro focado no docinho é o Ateliê M. Azevedo. A marca é especializada em
produzir lembranças de brigadeiro, que destacam-se no
mercado por suas embalagens personalizadas. É possível escolher entre 40 sabores de brigadeiro de luxo, dispostos em caixas, potes, kits panelinhas, latinhas, além
de bisnaguinhas que são as campeãs de vendas.
Mari Azevedo criou seu empreendimento unindo
duas coisas que ela adorava: artesanato e culinária.
“Como sempre adorei brigadeiros, quando algum parente ou amigo fazia aniversário, eu fazia receitas diferentes, elaborava um kit caprichado e dava como presente.
O sucesso era grande e comecei a ter uma encomenda
aqui, outra ali”, conta. Porém, o sucesso se concretizou
quando o marido de Mari, Marcelo Dini, que é arquiteto, pediu algumas amostras para dar de presentes aos
clientes. “Na verdade não era um presente. Ele estava
enviando amostras para uma possível encomenda de
brinde corporativo e não me contou nada(risos). A partir disso criamos o Atelier M. Azevedo”, diz.
A empresa ganhou repercussão na mídia, muitas
celebridades como as atrizes Juliana Paes e Juliana
Silveira encomendaram lembrancinhas do Ateliê para
dar na maternidade, assim que seus filhos nasceram.
Além disso, um produto elaborado pela empresa foi
o brigadeiro Power, bisnaguinha com brigadeiro tradicional dado para os foliões durante o carnaval, nos
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MERCADO I
BREE-GAH-DAY-ROH
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Novas embalagens tornam o
brigadeiro mais atrativo aos
investidores de food service
camarotes da Brahma em São Paulo. “O conceito do
brigadeiro Power veio para oferecer uma dose de glicose aos foliões que bebiam um pouquinho além da
conta. Para cortar o efeito da bebida, vinha o brigadeiro em bisnaga, que dava ao folião a energia necessária para cortar os efeitos da bebida e permitir que
ele curtisse o carnaval”, conta Mari. A repercussão
do brigadeiro Power foi tão positiva que na semana
seguinte ao carnaval, a companhia fechou uma encomenda de 2 mil bisnagas para um evento corporativo.
A empresária comenta que optou por trabalhar com
um único produto, para alcançar a perfeição e torna-ló
imbatível. Perfeccionista, antes de elaborar um novo sabor ela estuda a receita por meses. “Sou muito curiosa,
minha mente está constantemente em ebulição. Sei que
o brigadeiro nada mais é do que leite condensado cozido, misturado a chocolate. Pois bem, se substituirmos
o chocolate e acrescentarmos outro ingrediente, chegamos a um brigadeiro de um sabor diferente”, explica.
Mari comenta que prefere que o crescimento do Ateliê seja devagar e por isso os planos de expansão são
bem planejados. Porém, é possível considerar o Ateliê
como uma empresa sólida. É a única fonte de rende de
Mari, que largou a advocacia para se dedicar integralmente ao empreendimento. São vendidos mensalmente, 15 mil unidades de produtos e a companhia possui
um rendimento bruto de cerca de R$ 45 mil mensais.
Apesar dos grandes lucros, a empresária ressalta que
os seus custos também são altos por utilizarem material de qualidade, como matéria prima importada.
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O brigadeiro industrial
Um produto bastante conhecido nas cozinhas brasileiras é o Brigadeiro MOÇA, produzido pela linha
Nestlé Professional. Criado em 1993, o produto se
renova e apresenta este ano, como novidade, uma
embalagem flexível de 3kg, visando facilitar a abertura e permitir o aproveitamento total do produto, além
de manuseio mais seguro. De acordo com a assessoria
de imprensa da Nestlé, um grande diferencial do produto é não apresentar ressecamento ou cristalização,
mantendo-se atrativo e apetitoso por mais tempo.
Sendo importante para a empresa, o brigadeiro foi
presença constante nas comemorações de 90 anos da
Nestlé. No inicio deste ano, a companhia realizou a
promoção “Melhor Brigadeiro do Brasil”, que tinha
como intuito descobrir receitas diferentes do docinho
brasileiro. A vencedora do concurso, Alessandra C.
Abrão Wiacek, criou um brigadeiro com ingredientes
atípicos como cravo da Índia e cardamomo. Além de
um prêmio em dinheiro, a Nestlé colocou a receita
vencedora nas embalagens de Leite Moça.
Já para o segundo semestre, a organização irá promover o “ Melhor Brigadeiro do Brasil – Padarias,
Confeitarias & Docerias”. Exclusiva para os clientes
da Nestlé Professional, a promoção irá eleger o melhor docinho entre confeitarias, docerias e padarias
do Brasil. A comissão julgadora será formada por
chefs da linha e o vencedor será divulgado em revistas e sites de gastronomia de grande circulação. •
Brigadeiro Bakery
www.brigadeirobakery.com
My Sweet Brigadeiro
www.mysweetbrigadeiro.com
Brigaderia
www.brigaderia.com.br
Ateliê M. Azevedo
www.ateliermazevedo.com
Nestlé
www.nestle.com.br
por Maria Luiza Gondim
TECNOLOGIA
No
automático
Empresas investem na automação para evitar falhas
na linha de produção, agilizar o processo,
sem esquecer da sustentabilidade
A
s empresas de alimentação
e bebidas buscam cada vez
mais componentes tecnológicos, que aumentem a eficiência, maximizem a produção e a segurança do processo, além de ter
recursos que permitam a proteção
do meio-ambiente. Neste cenário,
os recursos provenientes da automação ganham espaço e confiança
dos empresários, ao demonstrarem ser um bom investimento e
se tornando imprescindíveis em
qualquer linha de produção.
De acordo com uma pesquisa da
Associação Brasileira de Indústria
Elétrica e Eletrônica(Abinee), o faturamento do segmento de automação industrial apresentou um crescimento de 10% de 2009 para 2010,
chegando a R$ 3.237 milhões. Além
disso, as exportações de produtos
do setor aumentou 23%.
Tecnologia industrial
Referência no mercado de soluções para atividades fabris, a empresa PPI-Multitask oferece para
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food service, produtos que visam
ajudar as indústrias a atingirem
a excelência operacional no chão
de fábrica, através de equipamentos que utilizam a Tecnologia de
Informação(TI), Automação, junto
às melhores práticas de manufatura.
Em relação as soluções em TI
para manufatura, destacam-se os
sistemas MES (Manufacturing Execution Systems). Esta tecnologia
permite a integração entre o sistema
de gestão da empresa e os processos
produtivos. Quando instalado, os
MES fazem a coleta dados e gerenciamento da produção, manutenção,
qualidade e estoques em tempo real.
Para Marcelo F. Pinto, diretor de marketing e alianças da PPI-Multitask,
este sistema é um grande diferencial
para a indústria, pois torna possível
acessar dados a respeito do controle da produção, o controle de paradas, refugos, rastreabilidade, peso
líquido e OEE (eficiência global dos
equipamentos), entre outros.
No quesito automação, a companhia oferece soluções voltadas
para a automatização de processos
e automação de máquinas. Para a
automatizar os processos, a PPI-Multitask utilizam os CLPs (controlador lógico programável), softwares
supervisórios (SCADA) e softwares
de gerenciamento de bateladas, todos dentro da norma internacional
de automação ISA88. Estes sistemas
foram criados para possibilitar o controle automático dos processos de
preparação de receitas, normalmente
compostas por equipamentos como
balanças, dosadores e misturadores.
Além disso, os CLPs são usados
para o controles de máquinas nas
áreas de envase e embalagem.
A escolha por este tipo de tecnologia traz diversas facilidades
ao empresário. O uso da automatização nos processos de fabricação gera uma flexibilidade para
a criação e introdução de novas
receitas, garantindo qualidade ao
produto final, além de ganhos significativos de produtividade. Além
disso, Pinto afirma que os sistemas
relacionados a TI são uma poderosa ferramenta para os gestores. “O
monitoramento on-line da produ-
FLuxo do Sistema MES
erp
SCm
SCHEDULLING
DESPACHO
UNIDADES DE
PRODUÇÃO
ALOCAÇÃO
E STATUS
DE RECURSOS
MES
CONTROLE DE
DOCUMENTOS
RASTREABILIDADE
crm
ANÁLISE DE
DESEMPENHO
plm
GERENCIAMENTO
DE MANUTENÇÃO
GERENCIAMENTO
DE MÃO DE OBRA
GERENCIAMENTO
DO PROCESSO
GERENCIAMENTO
DE QUALIDADE
COLETA DE
DADOS
CONTROLS
TECNOLOGIA
NO AUTOMÁTICO
“A maioria das indústrias brasileiras ainda faz boa parte do
controle da produção, consumos, rastreabilidade e eficiência
através de apontamentos manuais e digitação no sistema corporativo ou em planilhas eletrônicas. A qualidade da informação do chão de fábrica não é boa e quase sempre chega tarde
demais aos tomadores de decisão”
Intergração do ERP com o Chão de Fábrica
Implatação de soluções MES
Hardware e Software para Automação
Industrial e Integração de
Sistemas de Automação
Projetos Elétricos
Montagem de Painéis
Instalação e Comissionamento
ção e das principais perdas do processo proporcionado pelos sistemas MES, dá aos gestores a capacidade
de reagir rapidamente aos problemas que estão ocorrendo durante o turno de produção e de identificar,
priorizar e atacar a causa raiz das principais perdas
de qualidade e produtividade”, afirma.
Contando com clientes como a Bauducco, Nestlé,
CVI e Sorocaba Refrescos, ambas do sistema Coca-Cola, a empresa vê um bom espaço de crescimento
no mercado de food service para este tipo de tecnologia. “Investir em MES e automação é investir na
excelência operacional e esta é fator crítico de sucesso para a indústria brasileira. É através da excelência
operacional que se criam as condições para enfrentar
a concorrência global, atender bem os clientes, produzir com qualidade, com menor custo e atender as
normas e padrões do mercado”, afirma Pinto.
O diretor comenta que atualmente no Brasil, estes tipos de tecnologias são pouco difundidas e apresentam
pouca penetração na indústria, tendo mais visibilidade
no mercado internacional. “A maioria das indústrias
brasileiras ainda faz boa parte do controle da produção, consumos, rastreabilidade e eficiência através de
apontamentos manuais e digitação no sistema corpo-
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rativo ou em planilhas eletrônicas. A qualidade da informação do chão de fábrica não é boa e quase sempre
chega tarde demais aos tomadores de decisão”, diz.
Além disso, o diretor destaca que que os processos
de fabricações com várias etapas, normalmente são
feitos por um controle manual. Sendo assim, a segurança da execução das receitas conforme padrões
pré-estabelecidos fica sujeita a disciplina do operador,
tornado-se mais suscetíveis a erros que podem comprometer a produtividade e a qualidade do produto.
Questionado em relação aos preços dos equipamentos, o diretor comenta que eles variam de acordo
com a função do número de linhas e das funcionalidades implantadas e destaca que “o importante é que
as soluções são modulares e podem ser adquiridas de
acordo com as prioridades de cada cliente”.
Para o futuro, a empresa trabalha na nova versão
do software PC-Factory MES que permitirá fazer
instalações na “nuvem”, baseada nas tecnologias de
“Cloud Computing”. O sistema permitirá a ampliação
do acesso ao sistema, já que será necessários menores menores investimentos na infraestrutura de TI do
cliente. Este software foi um dos fatores responsáveis
pelo crescimento de 40% da empresa, no ano passado.
Sustentabilidade
A PPI-Multitask se preocupa com a sustentabilidade. “Implantamos soluções de Gerenciamento de Energia para controle de demanda, correção do fator de
potência e gerenciamento do consumo em tempo real.
Essas soluções também são utilizadas para o controle
de consumo de água e gás”, conta Pinto. Este tipo de
gerenciamento permite a identificação de oportunidades que levem a eficiência energética e a aplicação de
tecnologias alternativas que visam a redução do impacto dos processos produtivos o meio ambiente.
Outro destaque fica por conta do aumento da eficiência global das linhas e na qualidade final do produto, ao mesmo tempo em que reduzem as perdas
de material. Dessa forma, é possível fabricar mais
em menos tempo, além de diminuir a quantidade de
energia usada por unidade produzida.
Foco em software
Uma outra empresa que desenvolve produtos para
a automação das empresas e indústrias é a Teknisa
Software. A companhia possui o software Agente2b
específico para indústrias alimentícias e tem como
objetivo a integração de dados de todos os departamentos de uma empresa, viabilizando assim, uma
melhor tomada de decisão dentro das organizações,
gerando reduções de custos e processos.
Arabelle Menezes, agente de negócio da região BR
central da Teknisa, comenta o funcionamento do software. “Desenvolvida em Delphi e em processo de migração para PHP, esta ferramenta opera em plataforma
Web, o que possibilita a troca de informações, em tempo
real, entre Matriz e Filiais, permitindo ainda, o acesso
por um elevado número de usuários simultâneos”.
O grande diferencial do Agent2b é ser composto por
módulos de Produção, Financeiros, Fiscais, Contábil
e para Controles de Materiais. Dessa forma, o cliente
pode optar pelo conjunto completo ou por módulos
separados, adequando o programa à sua necessidade.
“Com isso, viabilizamos a aquisição por empresas, independente do seu porte. Já estamos preparados para
a emitir NF-e, SPED Fiscal e Contábil, gerarmos pedidos online e constantemente buscamos inovações
em todos os processos”, afirma Arabelle.
Em seu portifólio, a Teknisa conta com grandes empresas como GranSapore, Risotolândia, Servir e Frutabella. •
PPI-Multitask
www.ppi-multitask.com.br
Teknisa Software
www.teknisa.com.br
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41
GESTÃO I
por Maria Luiza Gondim
Do forno de minas
para todo o Brasil
Com uma história peculiar, uma gestão aprendida
na prática, uma receita “vinda de casa” e a volta
da família Mendonça à direção, a Forno de Minas
se consolidou como uma referência no mercado
nacional e busca a visibilidade internacional
Q
uando começou a empresa, juntamente com
sua família, em uma pequena instalação de
Belo Horizonte, Hélida Mendoça jamais poderia imaginar que estaria fundando uma das maiores empresas de food service do Brasil. O pão de
queijo de Dona Dalva, mãe de Hélida, saiu de sua
casa e ganhou adeptos em todo o país. Com diversos
produtos que vão do inovador pão de queijo assado
congelado a folhados de chocolate, a empresa se destaca por sua qualidade e excelência.
Agora, após 20 anos e muitos desafios, conquistas
e recomeços, a empresária se diz feliz por estar de
volta à gestão da companhia.
Divulgação
Hélida Mendonça se dedica à
empresa e mostra que uma boa
administração gera bons lucros
70 foodservicenews / 2011
Food Service News: Como surgiu a ideia de
criar a Forno de Minas?
Hélida Mendonça: O pão de queijo da minha mãe sempre fez sucesso entre amigos e durante as festinhas de
escola. Assim, meu irmão Hélder teve a ideia de transformar isso em negócio e criar uma empresa de pão
de queijo. Alugamos uma sala em um ponto de Belo
Horizonte e começamos a produção com uma equipe
formada por minha mãe, eu, o Hélder e mais três funcionárias. A fábrica tinha apenas 40m² e contava com
uma masseira, um freezer, uma máquina de embalar e
um furgão Fiorino para o transporte.
“Negócios são negócios.
A empresa é um negócio,
não é algo que te pertence”
FSN: Qual foi o investimento inicial?
HM: Não lembro qual era a moeda na época, mas
não foi nada muito grande. Atualmente, deve ser um
valor aproximado a R$ 100 mil. Foi o dinheiro necessário para comprar o Fiorino e as três máquinas.
FSN: Como a empresa cresceu e se tornou
referência de mercado?
HM: Começamos do zero, porém fizemos tudo pensando
no crescimento da empresa. Assim que começamos, o Hélder entrou em contato com compradores de congelados
e nosso primeiro cliente foi um supermercado grande e
reconhecido da capital mineira. Em um ano, transferimos
a fábrica para Contagem [região metropolitana de BH],
com um espaço de 350 m². Compramos mais máquinas e
contratamos mais funcionários, ou seja, em pouco tempo,
triplicamos ou quintuplicamos o tamanho da empresa.
FSN: Como foi lidar com esse crescimento?
Vocês já tinham experiência na área?
HM: Foi na prática, fazendo e aprendendo o tempo todo.
Não tínhamos formação acadêmica em áreas de gestão
ou administração. Eu sou formada em psicologia, minha
mãe é técnica em contabilidade e meu irmão era sócio de
uma empresa de carros. Por isso procuramos nos profissionalizar através de cursos e feiras e também contratamos o Vicente Milote para administrar a área comercial
como deveria. Então em 92, o Hélder chamou o Vicente
para ser um diretor. E não crescemos só nisso. Para atender a demanda compramos um novo terreno, onde hoje
é a fábrica, totalmente voltada para atender a indústria.
FSN: De que forma o crescimento impactou
a produção?
HM: Desde a primeira gestão sempre tivemos muitas
demandas. Tanto que era raro conseguir fazer estoque de alguma coisa. Em 95, compramos uma empresa de laticínios, pois não conseguíamos um fornecedor de queijos de qualidade. Assim começamos
a produzir o nosso próprio queijo. Na realidade, a
companhia de laticínios fornecia uma parte do queijo, pois o resto a gente importava da Nova Zelândia,
Argentina, Uruguai, entre outros. Então, felizmente,
foram nove anos e meio de muito trabalho, aprendizado, desafios e muitas conquistas, graças aos clientes, a equipe e todos envolvidos na empresa.
FSN: Em 2001 vocês venderam a empresa.
Por que?
HM: Negócios são negócios. A empresa é um negócio, não é algo que te pertence. Tanto que minha mãe
brincava que não vendemos a fábrica, nós fomos comprados pela General Mills (GM), porque a proposta foi
irrecusável. Não tinha como não vendermos. Se nos
perguntasse se queríamos vender, responderíamos que
não. A venda aconteceu, por ser um excelente negócio.
FSN: E a General Mills alterou muito a companhia?
HM: Sim. Enquanto a direção da Forno esteve com
a multinacional, ela passou por diversas mudanças.
Alteraram receitas, produtos, a forma de administrar,
foodservicenews / 2011
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GESTÃO I
DO FORNO DE MINAS PARA TODO O BRASIL
conceitos e valores. Estes aspectos eram totmente
diferentes do que eram na nossa primeira gestão.
FSN: Qual o motivo que os levou a se tornar
uma empresa S/A?
FSN: Durante o tempo que a Forno esteve
com a GM, vocês investiram em outros
negócios?
HM: No ano passado, mais especificamente em agosto,
um fundo de investimento chamado Mercatto entrou na
empresa na forma de um investidor e se tornou um grande parceiro. A partir desta parceria, começamos a ser uma
S/A. O que é muito bom, pois quando você tem um fundo é
uma forma diferente de gerir a empresa, é um novo desafio.
É um incentivo muito grande para o aprendizado.
HM: Sim. Fundamos a empresa MK, uma holding, que
investe em outro tipo de segmento como negócios imobiliários, shopping centers, entre outros. Além disso, não
vendemos a empresa de laticínios, vendemos só a Forno
de Minas. Um fato curioso é que continuamos a fornecer queijo e leite para a fabricação do pão de queijo. Assim, nosso laço nunca foi totalmente “extinto”. Por isso,
quando a GM resolveu encerrar suas atividades no país,
nos ligaram dos Estados Unidos oferecendo a empresa de
volta. O Hélder foi até Contagem, viu como estava a empresa e em maio de 2009 nós voltamos à gestão da Forno
de Minas. Foi como a venda, não tinha como recusar.
FSN: Como foi a negociação da recompra?
HM: A tramitação foi muito rápida. O negócio foi fechado em 15 dias. Pagamos um valor inferior ao que
haviamos recebido quando vendemos. E foi uma volta
carregada de emoção, pois não estávamos comprando
uma empresa X. Era a companhia que fundamos, que
criamos uma marca. Literalmente recomeçamos do zero.
FSN: Por que recomeçar do zero?
HM: Quando a empresa americana decidiu encerrar
as atividades no Brasil, eles fecharam todas as fábricas e demitiram muitos funcionários. Além disso, terminaram os contratos com os fornecedores e
clientes. Embora tenhamos todo o know how sobre
como fazer e administrar, tivemos de começar do
zero. Então, logicamente, a volta está sendo difícil,
pois temos que nos re-estruturar. Começamos a criar
parcerias com clientes e fornecedores.
72 foodservicenews / 2011
FSN: Qual é o diferencial da Forno de Minas?
HM: Eu acho que uma das maiores características da
empresa é o trabalho em equipe. Não há distinção entre o fornecedor de leite ou qualquer matéria-prima, os
colaboradores, funcionários da área administrativa ou
do comercial. Temos essa forma de valorizar a todos,
independente do cargo, porque queremos que todos que
trabalham com a gente, cresçam juntos com a empresa.
FSN: E como foi o convite para participar
da comitiva da presidente Dilma, na visita à
China?
HM: O convite para ir à China, foi de última hora
e foi uma correria para arrumar material, conseguir
liberação para levar os produtos que iríamos servir e
entrar em contato com os outros representantes das
empresas que iam também. E todos nós da Forno de
Minas se sentiram gratificados, pois teve grande repercussão. O nosso pão de queijo está na China!
FSN: Vocês exportam para muitos países?
HM: A General Mills vendia para muitos países. Eles tinham um mercado externo grande, porém o nosso foco está
no mercado nacional. Em primeiro lugar, acho que a gente
tem que começar em “casa”. Mas, atualmente, exportamos
para os EUA e uma pequena quantidade para Portugal.
FSN: Como conquistar o mercado internacional com um produto tão brasileiro?
HM: Trabalhamos com a ideia de mercado étnico, ou
seja, pessoas que saíram do Brasil ou de outros países
da América Latina. Então os nossos consumidores são
latinos que estão nos Estados Unidos.
FSN: Há planos de expansão?
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S
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HM: Temos um planejamento de expansão sim. E nossos
planos para os próximos cinco anos estão sendo desenvolvidos com a Mercatto. Algumas pessoas tem preconceito
com empresas familiares, porém elas sabem exatamente
onde estão e onde querem chegar. Isso para a gente está
muito claro. Temos um planejamento ousado com metas
e com resultados.
FSN: E para o futuro, o que podemos esperar da Forno de Minas?
HM: Nosso objetivo é ter um mix de produto de excelente qualidade e que atenda o consumidor da melhor forma
possível. Que ele fique feliz com essa parceria. Que ele
tenha na Forno de Minas, não uma indústria qualquer de
congelados, e sim um grande parceira. A gente está sempre trabalhando junto com cada um deles. Como diz minha mãe, o pão de queijo que eu faço aqui é o mesmo que
eu faço na minha casa. Para o consumidor entender que
não é um produto congelado industrializado. É um produto congelado industrializado com um toque a mais. •
Forno de Minas
www.fornodeminas.com.br
foodservicenews / 2011
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