Módulo-1-Introdução-à -normalização
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Módulo-1-Introdução-à -normalização
PROGRAMA DE APERFEIÇOAMENTO EM SISTEMAS ELETRÔNICOS RESIDENCIAIS HOME EXPERT INSTRUTOR VINICIUS BARBOSA LIMA INTRODUÇÃO À NORMALIZAÇÃO TÉCNICA MÓDULO 1 2012 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO À NORMALIZAÇÃO TÉCNICA pag. 1. INTRODUÇÃO.................................................................................. ..........3 2. NORMALIZAR OU NORMATIZAR? .............................................................4 3. O QUE SÃO NORMAS TÉCNICAS? ............................................................4 4. QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA SUA EMPRESA?........................................4 5. QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA SEU CLIENTE?...........................................5 6. QUEM FAZ AS NORMAS TÉCNICAS?.............................................. ...........6 7. COMO SÃO ELABORADAS?..........................................................................7 8. NORMAS IMPORTANTES PARA UM HOME EXPERT..................................8 9. VISÃO GERAL DAS NORMAS............................................................. ........9 10. BIBLIOGRAFIA E FONTES DE CONSULTA..................................................13 2 1. INTRODUÇÃO A normalização técnica constitui um dos pilares da produção industrial e oferta de bens e serviços ao mercado consumidor. Destinada a regular a legalidade, qualidade e segurança de tudo o que se cria, desenvolve, constrói, fabrica, vende ou compra, tem em muitos casos o poder de Lei, o que torna sua observância algo de caráter obrigatório para vários setores do mercado. A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, entidade privada e sem fins lucrativos, foi estabelecida como único Foro Nacional de Normalização por meio da Resolução n° 07/1992 do CONMETRO, sendo assim a única representante oficial do país junto aos órgãos internacionais de normalização. Desempenha, portanto, papel vital para o mercado brasileiro e sul-americano. Muitas vezes vista como vilã da história pela população, como no caso do padrão de plugues e tomadas elétricas (ABNT NBR 14.136:2002), cabe-lhe apenas o papel de produzir a normalização técnica solicitada ou demandada, não tendo quaisquer poderes de influência ou imposição junto ao mercado. Ao longo do texto discutiremos vários conceitos inerentes ao universo da normalização. E considerando que todas as demais cadeiras de nosso curso se valem de normas técnicas, entendemos que este material é de uso e interesse geral a um verdadeiro HOME EXPERT, e cujo aproveitamento não se limita a oferecer benefícios somente à disciplina Cabeamento. Bons estudos a todos! 3 2. NORMALIZAR OU NORMATIZAR? Apesar de gerar confusão e certa insegurança na hora de escrever, é importante destacar que a língua portuguesa permite as duas formas, existindo até mesmo o respaldo das edições mais recentes de dicionários famosos como Aurélio e Houaiss, que creditam aos dois verbetes o mesmo significado. Portanto, e dada liberalidade da língua portuguesa, em suma, você decide qual usar. Por outro lado, em se tratando de linguagem e terminologia técnica, valem os critérios estabelecidos na Norma ISO 704:2000 (Terminology Work - Principles and Methods), também adotados pela nossa ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. O termo NORMALIZAÇÃO está em plena conformidade com esses critérios e seu uso está consagrado há mais de 50 anos. A ABNT utiliza e define NORMALIZAÇÃO como "a atividade que visa à elaboração de Normas Técnicas, através de consenso entre produtores, consumidores e entidades governamentais" (Conheça a ABNT - RJ, ABNT, 1994). 3. O QUE SÃO NORMAS TÉCNICAS? Podemos definir como sendo o conjunto de documentos, de conteúdo eminentemente técnico, estabelecidos por consenso e aprovados pela organização normalizadora e que definem as principais diretrizes, características ou especificações para a constituição, fabricação ou oferta de bens ou serviços. 4. QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA SUA EMPRESA? A normalização técnica, quando observada corretamente, confere vários benefícios ao meio empresarial. Em primeiro lugar, a racionalização e unificação dos procedimentos permite de imediato o melhor aproveitamento dos recursos à disposição da organização, tais como o uso correto de maquinários e equipamentos diversos e alocação de mão-de-obra especializada onde ela é realmente necessária. 4 Além do mais, em um mercado altamente competitivo e em franca expansão, onde a exigência em função da desenfreada evolução tecnológica é cada vez maior, as empresas devem apresentar ampla capacidade de inovar e oferecer produtos de elevada qualidade e serviços com alto grau de profissionalismo. O nível de exposição à informação a que o consumidor final está exposto também é um fator complicador. Não raro, o cliente se considera tão ou mais bem informado sobre aquela tecnologia quanto o profissional que lhe está atendendo, o que cria um clima de desconfiança entre as partes. Podemos ainda citar como benefícios diretos da normalização: Redução do tempo de projeto e na produção de bens acabados; Redução geral de custos; Redução do desperdício de tempo e material; Melhoria do nível técnico da equipe por meio de treinamento especializado de mão-de-obra; Formação de acervo técnico e gestão do conhecimento tecnológico dentro da empresa; Padronização de processos, equipamentos e serviços; Aumento da produtividade; Excelente argumento de vendas. Aumenta a confiança do cliente, que tende a ver com melhores olhos as empresas que seguem a normalização técnica vigente. 5. QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA O SEU CLIENTE? Garantia de que estão sendo observados e respeitados os direitos do consumidor; Fornecimento de produtos cuja legalidade, eficiência e segurança foram atestadas por órgãos oficiais competentes; Melhoria do nível técnico dos profissionais atuantes no mercado; Consumidor se sente mais confiante para a tomada de decisão sabendo que a empresa que lhe está atendendo oferece produtos ou serviços em conformidade com a legislação e normalização técnica vigente. 5 6. QUEM FAZ AS NORMAS TÉCNICAS? Cada país possui sua legislação especifica, mas de modo geral podemos dizer que as normas técnicas são elaboradas por organizações oficialmente reconhecidas, de abrangência internacional, regional ou nacional. O maior e mais importante fórum internacional de normalização é a International Organization for Standardization – ISO. Criada em 1947 na Suíça, visa primeiramente facilitar o intercâmbio de bens e serviços entre as nações, além da organização e disseminação de ideias e conceitos de cunho tecnológico, científico, organizacional e econômico. Está constituída na forma de uma federação de abrangência global, sendo formada por diversas organizações nacionais, dentre as quais a nossa ABNT é um exemplo. Alguns números interessantes (2009): Formada por 148 organizações de normalização; 188 comitês técnicos e 546 comitês setoriais; 2224 “work groups”. No Brasil, a única organização oficialmente estabelecida e reconhecida é a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Fundada em 1940, foi definida pela Resolução 07/1992 do CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como o único Foro Nacional de Normalização. As normas técnicas podem ser encontradas subdivididas em 03 grupos principais: Internacional, regional e nacional. São exemplos de entidades normalizadoras: Em nível internacional: International Organization for Standardization (www.iso.org), International Eletrotechnical Comission (www.iec.ch) 6 International Telecommunication Union (www.itu.int/) Em nível regional: Asociación Mercosur de Normalización (www.amn.org.br) Comissão Panamericana de Normas Técnicas (www.copant.org) Em nível nacional: American National Standards Institute (EUA) (www.ansi.org) Associação Brasileira de Normas Técnicas (www.abnt.org.br) 7. COMO SÃO ELABORADAS? Ao contrário do que muitos alegam, normas técnicas não são elaboradas para prejudicar alguém ou favorecer determinado segmento ou empresa específica. Tomando como exemplo a nossa ABNT, constatamos um processo de criação perfeitamente estruturado e (imagina-se) isento. Primeiramente deve existir uma demanda pela norma oriunda da sociedade, governo, alguma entidade de classe ou setor da indústria. Ou seja, normas não são criadas do nada, ao acaso. No próximo passo, o Comitê Brasileiro (ABNT/CB) correspondente pelo setor que se deseja normalizar analisa a solicitação de elaboração de norma para o bem ou serviço em alvo e se julgar pertinente, o incluí em sua agenda de normalização, o Programa de Normalização Setorial (PNS). 7 A seguir, entra em ação a Comissão de Estudo (CE), que elabora o projeto da norma e o submete à consulta pública no site da entidade. Qualquer pessoa pode participar gratuitamente desta etapa, acessando, imprimindo ou oferecendo sugestões aos Projetos de Normas. (www.abntonline.com.br/consultanacional/). Analisadas todas as sugestões e efetuadas as devidas correções, inclusões e supressões, o projeto é aprovado e, se for o caso, submetido aos órgãos reguladores (CONMETRO e INMETRO) para homologação. Uma das grandes controvérsias em torno da acessibilidade às normas publicadas reside no fato delas não serem gratuitas. Os interessados em adquiri-las devem fazê-lo junto aos pontos de venda oficias da ABNT, em empresas credenciadas como a Target Engenharia (www.target.com.br) ou ainda no próprio site da entidade (www.abntcatalogo.com.br). 8. NORMAS IMPORTANTES PARA UM HOME EXPERT Mantendo coerência com o conteúdo até agora apresentado pela disciplina CABEAMENTO, são estas as principais aplicáveis. Cabe alertar que normas não são independentes, singulares. Muitas vezes a aplicação de uma delas deve passar pelo conhecimento e aplicação de muitas outras: TIA/EIA-568-B/C – Cabeamento Estruturado para Edifícios Comerciais; ANSI/TIA/EIA-570-B – Infraestrutura para Cabeamento Residencial; ABNT NBR 14565:2007 – Cabeamento de Telecomunicações para Edifícios Comerciais; ABNT NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão; ABNT NBR 14136:2002 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada. Outras normas de seu interesse podem ser consultadas no endereço http://www.abntcatalogo.com.br/. Consulte junto aos outros instrutores a existência de normalização técnica para os demais setores alvo das disciplinas. 8 9. VISÃO GERAL DAS NORMAS 9.1 – TIA/EIA-568-B – Cabeamento Estruturado para Edifícios Comerciais (TIA-568-B - Commercial Building Telecommunications Cabling Standard) É o conjunto de normas da TIA (Telecommunications Industry Association) que especifica um sistema de cabeamento de telecomunicações genérico para edifícios comerciais: TIA-568-B.1 - Commercial Building Telecommunications Cabling Standard “Especifica os requerimentos mínimos para o cabeamento de telecomunicações a ser instalado tanto no interior dos edifícios, assim como nas instalações feitas entre edifícios, em ambientes externos. Este documento possui informações sobre topologias, distâncias, cabos reconhecidos, configurações dos conectores, entre outras.”* TIA-568-B.2 - 100 Ohms Twisted Pair Cabling Standards “Fornece os padrões mínimos de desempenho dos componentes de cabeamento, assim como os procedimentos para validação dos mesmos, visto que a desempenho do sistema depende das características dos seus componentes (cabo horizontal, hardware de conexão e patch cords), número total de conexões e dos cuidados com que os mesmos foram instalados e serão mantidos.”* TIA-568-B.3 – Optical Fiber Standards “Especifica os requerimentos mínimos para os componentes de fibra óptica utilizados nos sistemas de cabeamento estruturado como: cabos, conectores, hardware de conexão, patch cords e equipamentos de teste e medição em campo. Nesta norma são reconhecidos os cabos ópticos multimodo (50/125um e 62,5/125um) e cabos monomodo.”* O propósito destas normas é fornecer um padrão para as etapas de fabricação de produtos, projeto e execução de sistemas de cabeamento horizontal de telecomunicações, de forma a garantir boa relação custo X benefício das soluções e facilidade de expansão dos recursos e pontos de acesso. Estabelece ainda os requisitos mínimos para o cabeamento dentro do edifício ou 9 entre edifícios de um mesmo complexo (campus), os serviços que este deve suportar (voz, dados, texto, vídeo, imagens, etc...), bem como os critérios técnicos de desempenho. 9.2 – ANSI/TIA/EIA-570-B – Infraestrutura para Cabeamento Residencial (TIA-570-B - Residential Telecommunications Infrastructure Standard) Acima, à esquerda, capa da TIA-570-B. À direita, exemplo de Quadro de Distribuição (Distribution Device). Esta norma é aplicável aos sistemas de cabeamento e respectivos espaços e caminhos para prédios residenciais multiusuários, bem como casas individuais. Ela especifica os sistemas de cabeamento necessários ao suporte de larga faixa de aplicações de telecomunicações e multimídia em ambientes residenciais. Tem como premissa o emprego da topologia física em estrela, onde o (Distribution Device) assume o papel de “centro de conectividade”, centralizando a distribuição dos recursos de telecomunicações e multimídia dentro da residência. A Norma também classifica o cabeamento residencial em dois grupos conhecidos por Grade 1 e Grade 2 (Grau 1 e Grau 2). O primeiro define os requisitos mínimos para os serviços de telecomunicações. Já o segundo atende às aplicações básicas e avançadas. Grade/Grau 1: Requisitos mínimos para serviços de telecomunicações como telefonia, dados e televisão (aberta, satélite e CATV). Cada ponto de serviço deverá ter no mínimo 01 cabo Cat 3 (recomenda-se Cat 5e ou 6) e 01 cabo coaxial. Grade/Grau 2: Requisitos mínimos para serviços de telecomunicações e multimídia. Cada ponto de serviço deverá ser composto por no mínimo 02 cabos Cat 10 5e (recomenda-se Cat 6) e 02 cabos coaxiais. Opcionalmente poderá ser também adicionado 01 par de fibras óticas. 9.3 - ABNT NBR 14565:2007 – Cabeamento de Telecomunicações para Edifícios Comerciais Esta norma especifica um cabeamento genérico para uso nas dependências de um único ou um conjunto de edifícios em um campus, abrangendo os cabeamentos metálico e óptico. A mesma se aplica a redes locais (LAN) e redes de Campus. O cabeamento especificado nesta Norma suporta uma ampla variedade de serviços, incluindo voz, dados, texto, imagem e vídeo. Esta norma especifica diretamente, ou via referência¹: a) Estrutura e configuração mínima para o cabeamento genérico; b) Interfaces para tomadas de telecomunicações (TO); c) Requisitos de desempenho para enlaces e canais individuais de cabeamento; d) Recomendações e requisitos gerais; e) Requisitos de desempenho para o cabeamento para as distâncias máximas especificadas nesta Norma. f) Requisitos de conformidade e procedimentos de verificação. ¹: Baseada nas Normas TIA-568-A e ISO/IEC 11801:2002, a sua correta compreensão e aplicação atualizada exige também o conhecimento de outras normas, tais como TIA-568-B/C e TIA-569-A/B. 11 9.4 - ABNT NBR 5410:2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão Estabelece as condições a serem satisfeitas em instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação dos bens. A Norma é aplicável principalmente às instalações elétricas de edificações, qualquer que seja seu uso (residencial, comercial, público, industrial, de serviços, agropecuário, hortigranjeiro, etc.), incluindo casas pré-fabricadas, instalações elétricas descobertas das propriedades ou externas às edificações, reboques de acampamento (trailers), locais de acampamento (campings), marinas e instalações análogas, canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias. OBS1: Entende-se por instalações elétricas de baixa tensão os circuitos elétricos alimentados por tensão nominal igual ou inferior a 1000 Volts em corrente alternada (AC). OBS2: Norma fundamental ao bom aproveitamento das disciplinas “CABEAMENTO” e “ELÉTRICA”. 9.5 - ABNT NBR 14136:2002 – Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada 12 Baseada no padrão IEC 60906-1, homologado pelo International Electrotechnical Commission em 1986, a Norma ABNT NBR 14136:2002 fornece as especificações e dimensões necessárias à fabricação dos plugues e tomadas para uso nominal de até 20 A/250 V em corrente alternada, para uso doméstico e análogo. Tem como principal objetivo padronizar a produção do respectivo setor, além de adotar uma solução que garanta maior segurança ao manuseio, diminuindo consideravelmente os riscos de acidentes por choques elétricos. 10. BIBLIOGRAFIA E FONTES DE CONSULTA ORGÃOS E ENTIDADES. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas); INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial); TIA (Telecommunications Industry Association); 13 IEC (International Electrotechnical Commission); ISO (International Organization for Standardization); ANSI (American National Standards Institute); Target Engenharia; Furukawa do Brasil; Fluke do Brasil; UNIP – Universidade Paulista LIVROS, OBRAS E ARTIGOS. O Setor Elétrico, de José Roberto Muratori e Paulo Henrique Dal Bó; Guia Completo de Cabeamento de Redes, de José Maurício Santos Pinheiro; Documento ANSI / TIA / EIA 568B - Um Breve Histórico, de José Maurício Santos Pinheiro*; Home Cabling Guide, Fourth Edition, de Dmitriy Abaimov. 14
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