As Experiências da Quase Morte - Como está sendo divulgado o
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As Experiências da Quase Morte - Como está sendo divulgado o
As experiências da "Quase Morte" Quais os sinais seguros para se aceitar a morte? "Entre os autores que enfrentaram e discutiram o problema - informa Fancesco Zingaropoli - é de assinalar o Professor Severin Icard, de Marselha (França), autor de dezoito volumes sobre a morte aparente, o primeiro dos quais foi impresso em 1896 como título de "Morte Rela e Morte Aparente", começando com as seguintes palavras: "A morte aparente não tem necessidade de definição porque se explica por si mesma: é a vida sob a aparência da morte". O Dr. Icard ao se referir a "aparência de morte", admite todos os sintomas que a ciência até então não estabeleceu. "Mas todos esses sintomas" - adverte - "não possui nenhuma infalibilidade". Suscitaram, destarte, vários expedientes para evitar o enterramento de pessoas dadas como mortas. Destaca-se, entre outras, a idéia de se depositar os corpos dos letárgicos, catalépticos, quando não manifestos os sinais indubitáveis de decomposição, em câmaras mortuárias onde o suposto morto, ao despertar, encontrasse luz e ar. Inventou-se, até, um aparelho o Dinamoscópio, descrito na Revista "Filosofia della Scienza", inventado pelo Dr. Collonques, após demoradas observações em um hospital de Paris (França). Em seguida, Francesco Zingaropoli conjectura: "Pensemos na possibilidade de que o suposto morto, já mudo e inerte expectador de seu funeral, sinta que é levado para ser enterrado vivo". Quando essa preocupação do antigo diretor da Revista "Mondo Oculto", de Nápoles, confirmaram-se as previsões mediúnicas. Ele próprio Francesco Zingaropoli, cita o Professor Ernesto Bozzano, que publicou uma interessante monografia - "A Crise da Morte" - "Onde as mensagens dos mortos concordam entre si de modo admirável, a ponto de não encontrar nenhuma discordância inconciliável com as afirmações dos Espíritos comunicantes". Adiante, cita o caso de Rodolfo Valentino, baseando-se no livro de Natacha Rambova sob o título "Rudy", onde se inserem mensagens póstumas do carismático ator argentino, entre as quais se destaca a que se segue: "Senti uma estranha sensação: parecia que eu afundava na vácuo, fora de todas as coisas. Tinha a impressão de que o meu corpo se tornara pesado e, ao mesmo tempo, a de que havia em mim alguma coisa que me parecia cada vez mais leve como se eu houvesse de elevar-me aos ares, de um instante para o outro. O tempo se escoava e isso adquiria para mim singular importância... sentia-me como que imerso numa apavorante sensação de imensidade que me oprimia e me fazia tremer a alma". E, finalmente, refere-se à obra "There is no Death" ( "A Morte Não Existe"), da Senhora Florence Marryet, contendo mensagens de desencarnados que recordam o momento do trespasse. Francesco Zingaropoli encerra o seu trabalho citando Edgar Allan Poe, o imortal poeta norte-americano, que registrou o "O Mistério da Morte", no "Colóquio entre Monos e Una", Monos e Unas encontram-se no túmulo e Monos descreve o momento da separação do Espírito do corpo e o período de estupor que se segue à desencarnação. Allan Kardec, na Revista Espírita do ano de 1862, conta a história da "Torre de São Miguel", na cidade de Bordeaux (França), onde um homem foi enterrado vivo, cujo Espírito foi evocado na Sociedade Espírita de Saint-Jean d'Angely. Perguntando se se lembrava dos instantes da morte o Espírito respondeu: "É algo horrível, impossível de se descrever. Imaginem estarem numa cova, com vários metros de terra por cima, querer respirar, faltar o ar, querer gritar: 'Estou vivo!' E sentir-se a voz abafada; ver-se morrer e não poder pedir socorro; sentir-se cheio de vida e riscado do rol dos vivos, Ter sede e não poder saciá-la; sentir as dores da fome e não poder pará-la; numa palavra, morrer numa raiva de danado!" Na atualidade, o momentíssimo problemas das naturezas dos estados post-mortem vem sendo encarado, com inusitada preocupação, pelos psicólogos e outros pesquisadores. Observa-se que os debates se dirigem, de ordinário, para a área de cogitações a respeito da sobrevivência da personalidade após a morte. Pergunta-se então: será que a personalidade se manteria a mesma? Qual seria a sua forma de identificação? Qual seria o seu estado de consciência? A noção do EU sofreria alguma modificação profunda? Qual o ambiente em que permaneceriam "estocadas" tais personalidades? Como seria o aspecto ecológico dessas supostas regiões? E depois, qual o destino ou a finalidade dessa pós-vida? "São estes" - observa Hernano Guimarães Andrade ("Morte, Renascimento, Evolução") "os problemas debatidos modernamente nos meios onde se faz pesquisa séria em torno da morte e da sobrevivência". Em seguida refere-se ao caso de Catherine Hayward (relatado pela Dra. Elizabeth Kübler-Ross), que retornou duas vezes à vida, após ter sido dada como morta. Na primeira vez ela voltou contra a sua vontade. Catherine sofria, desde 1979, de uma doença fatal - a "Doença de Hodgkin". Segundo a paciente confessou à Dra. Kübler-Ross, ela estaria satisfeita com a perspectiva da morte, já não suportava mais os sofrimentos. Eis o que se passou com Catherine Hayward quando esteve em estado de coma: "A última coisa de que me lembro era estar caminhando dentro da sala de emergência. Quando acordei, achava-me na Unidade de Terapia Intensiva, com tubos e fios ligados a mim. Ouvi um alarme e vi uma enfermeira caminhar em direção à minha cama. Então repentinamente achei-me flutuando sobre o leito, observando a atividade ao redor do meu corpo." E prossegue: " Enquanto observava o médico reclinado sobre aquela forma, sentia-me muito leve e livre. Era um alívio achar-me solta daquela gaiola em derrocada. Então pareceu-me passar rapidamente através de uma espécie de túnel em direção a uma luz..." Nesse momento, Catherine ouviu uma voz que lhe dizia: "Você precisa voltar. Precisa aprender a ser uma criança. Isto é algo que você não experimentou. É tempo de você ter aceito a sua missão." Catherine lutou para não retornar ao corpo doente. Todo o seu esforço foi em vão: ela voltou à vida, sentindo-se, porém, triste deprimida. Algum tempo depois, sobreveio uma grave recaída, ela entrou, pela segunda vez, em estado de choque, do qual saiu recuperada, embora a sua moléstia fosse considerada fatal. Atualmente ela é uma pessoa saudável e feliz. Outro pesquisador com uma grande experiência em casos de pessoas que se encontram próximas da morte, é o Dr. Raymond A. Moody Jr., que publicou os seguintes livros: “A Vida Depois da Vida” e “Reflexões Sobre a Vida Depois da Vida”, ambos editados no Brasil pela Ed. Nórdica/RJ. O Dr. Moody entrevista centenas de pessoas que passaram pela crise da “quase morte” e foram reanimados. Dos casos estudados, o psiquiatra norte-americano elaborou um resumo, em que se alinha uma série de elementos comuns contidos nas narrações. As semelhanças observadas nos relatos, deram ensejo a que se formulasse um quadro padrão, destacando-se as seguintes ocorrências: a) “as sensações são inexprimíveis em linguagem correta; b) o paciente, geralmente, ouve a notícia de que está morto, dada pelo médico ou pelas pessoas que o estão socorrendo; c) sensação auditivas estranhas, algumas desagradáveis, ocorrem na maioria dos casos, são descritas como semelhantes a toques de campainhas, zumbido, assobio de vento etc. Em alguns casos há menção de música agradável; d) sensação de alívio, relaxação e paz é o que a maioria dos moribundos percebe no final do transe; e) experiência de estar atravessando ao longo de um túnel é muito comum; f) a pessoa sente-se flutuando livremente no espaço e, algumas vezes, pode assistir ao próprio corpo no leito, bem como as pessoas ao seu redor; g) o paciente passa a ver outras pessoas conhecidas e desconhecidas, geralmente desencarnadas; h) os que passam pela experiência relatam o encontro com um “Ser de Luz”; i) após a aparição do “Ser de Luz”, sobrevem a visão paronâmica da vida do moribumdo. Essa recapitulação é rápida, mas resume todos os detalhes do passado individual. A visão pode acontecer independentemente do aparecimento do “Ser de Luz””. Das investigações realizadas até agora, duas conclusões são nitidamente possíveis – afirma Ernani Guimarães Andrade: 1) há evidência observacional dando suporte à crença na sobrevivência do Espírito após a morte; 2) o morrer parece, em seu aspecto mais genérico, ser uma experiência menos dolosamente do que normalmente se supõe! Os relatos dos que vivenciaram uma quase desencarnação, observados por criteriosos cientistas, contribuem, sem dúvida, para ratificar as concepções espíritas sobre a sobrevivência da alma. O livro “O QUE É A MORTE” de autoria do Dr. Carlos Imbassay, focaliza a questão com rara propriedade. Preliminarmente, o ilustre baiano traça um perfil da “morte física”, fundamentado nas cogitações da ciência. E convoca, a propósito, o testemunho de Brouardel: “Não podemos em medicina legal admitir que a parada do coração seja o momento da morte. Nem há sinais que possam em todos os casos precisar esse momento.” E o Dr. Maurice d’Halluim, citado por Imbassay, pergunta: “Quando chega a morte? Acompanha ela sempre o último suspiro e o desaparecimento dos sinais de vida? Qual o desfecho? Ou o desastre? Quelle en est l’échéance?” Em seguida, abre espaço para a opinião de Afrânio Coutinho: “A tanatognose serve-se de várias ordens de sinais que se podem averbar de duvidosos, prováveis e certos.” Finalmente, o Dr. Carlos Imbassay trata do “processo da morte” ou, em outras palavras, como o Espírito se liberta em definitivo do corpo que lhe serviu de veículo na sociedade terrena: “...Forma-se outra cabeça, a princípio enevadora e que depois se condensa; vai-se apagando o brilho luminoso da cabeça do moribundo e se vão formando outras partes do corpo, e afinal um fantasma completo plana acima do cadáver em posição horizontal. Tudo que era vida passa para o fantasma e o anima. Ele se acha ligado ao corpo pelo laço fluídico. Mas enquanto não se rompe, o indivíduo não morre. A decomposição será mais ou menos lenta conforme a altura em que o laço se romper.” Léon Chevrenil assim descreve os trâmites da desencarnação: “Nos seres volutariosos, dominadores, materiais, a agonia é às vezes dolorosa. Há agonizantes que se contraem horrivelmente, que se agarram, arranham a parede, arrancam com as unhas pedaços de pele.” O Espírito Joana de Ângelis, em “Estudos Espíritas” (FEB), comenta: “A morte é o veículo condutor encarregado de transferir a mecânica da vida de uma para outra dimensão.” E conclui: “No homem representa a libertação dos impedimentos orgânicos facultando ao Espírito, responsável pela aglutinação das moléculas constitutivas dos órgãos, a livre ação fora constrição restritiva do seu campo magnético.” Uma vez desprendida dos restos de suas vestes corporais, a alma se acha em seu estado normal de Espírito. É somente então que se pode julgá-la. E ela preserva as suas qualidades e seus defeitos, suas imperfeições, seus preconceitos, suas prevenções etc. Em “A MORTE E O SEU MISTÉRIO” – volume I, Camille Flammarion indaga: “Devemos temer a morte por nós ou pelos que amamos?” “O terror da morte é uma palavra sem sentido?” “De duas coisas uma: ou morremos definitivamente, ou continuamos a existir para além túmulo. Se morremos inteiramente, nada saberemos, jamais, acerca disso, e, por conseqüência, não o sentiremos. Se continuarmos a existir, o assunto merece ser examinado.” “Que o nosso corpo acaba, um dia, de viver, não há dúvida alguma: ele se dissociará em milhões e integrará novos corpos.” “Todo homem pensa” – prossegue o grande astrônomo francês – “não pode deixar de ser perturbado, nas suas horas de meditações pessoais, por esta perspectiva: Que será feito de mim? Morrerei inteiramente?”. O estudo perseverante deste grande problema leva-nos a pensar que o mistério da morte é menos obscuro e sombrio do que se acreditava até agora, e que ele pode iluminar-se, aos olhos do nosso Espírito, de certas claridades reais e experimentais que não existiam há meio século. Na obra “O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DA DOR”, Léon Denis, afirma que a morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa abre-se uma nova fase de existência. E no seu peculiar estilo poético, sentencia: “A vida do homem é como o sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.” “A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode Ter também a sua nobreza, a sua grandeza.” “Toda morte é um parto, um renascimento; é uma manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai se reunir à vida invisível do espaço.” Concluindo a sua emocionante dissertação sobre a morte, exclama o inesquecível filósofo francês: “Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e outro se prepara.” E ele próprio se confessa ante a morte: “Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.” Na hora do testemunho, Léon Denis soube honrar este compromisso, com a serenidade que soem possuir os Espíritos de escol. Relata Gaston Luce, os trâmites da desencarnação do mestre de Tours, ocorrida no dia 12 de abril de 1927: “... Léon Denis não tinha mais que algumas horas de vida.” “Sua vida se sustentava apenas por um sopro, e o sopro era mais que um estertor.” “Algumas palavras, para nós inteligíveis, escapavam, as vezes, de seus lábios. Seus olhos, constantemente abertos, pareciam fixar o mesmo ponto no espaço.” “Que via ele? Que ouviria? Seu rosto refletia uma perfeita serenidade.” “Às 21 horas, subitamente, o estertor estancou.” “A enfermeira nos fez sinal para nos aproximar. Ela mantinha em sua mão a do velho mestre.” “Ele parecia em êxtase. Coisa notável: a expressão de seu olhar não havia mudado.” “Esperávamos um estremecimento, um soluço supremo que não aconteceram.” “Um silêncio cheio de mistério do Além enchia o quarto. Léon Denis nos havia deixado. Sua missão entre nós estava terminada.” “Deus guarda este sábio e este justo, que foi grande entre os homens.”