Pansea - turistacidental.com

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Pansea
Ksar Ghilane
Instalado no mais sahariano dos oásis tunisinos, é um romântico
hotel que oferece 60 confortáveis tendas de pano cru para estadia
Saímos de Tozeur num 4x4 em direcção ao sul, ao deserto do Sahara. Ao longe, no horizonte, começamos
a avistar, como se de uma miragem se tratasse, um
imenso espelho cristalino de uma brancura imaculada: é o Chott el-Djerid, o grande lago salgado, que
mais parece uma gigantesca pista de patinagem de
gelo emergindo do deserto. Este mar de sal seco
estende-se numa paisagem lunar atravessada pela
estrada do Grande Sul tunisino, e leva-nos de Tozeur a
Douz e, depois, até ao Erg Oriental.
Almoço em Douz e continuamos. Até Ksar Ghilane
são cerca de duas horas. Não se vê nada, apenas
areia e vegetação rasteira. Ao longe, do nada, surgem
de quando em vez remoinhos de pó que avançam e se
desfazem com a mesma rapidez com que aparecem.
Aqui e ali, camelos pastam soltos, como rebanhos de
ovelhas. No meio da estrada, uma placa assinala a
sua presença. Fazemos uma pausa, perdidos no meio
do nada, num pequeno café.
De seguida, a estrada transforma-se em pista. Sentemse agora, violentas, as sacudidelas do carro, de um
lado para o outro, enquanto a poeira nos envolve abraçada por um calor imenso. Chegamos a Ksar Ghilane
– a sudeste de Zafraane –, o mais sahariano dos oásis
tunisinos. Um sem fim de palmeiras emerge das
dunas, um verdadeiro paraíso, um jardim do Éden em
pleno deserto. Em volta, a areia escaldante estende-se
no mais vasto e mágico deserto de mundo. Do ocre avermelhado ao amarelo ouro, a areia transforma-se acompanhando
o correr do dia. Foi ali, naquele sumptuoso cenário natural de
um mar de dunas que Anthony Minghella filmou as belíssimas
cenas de deserto do “Paciente Inglês”.
Passa pouco das quatro da tarde. Antes de nos dirigirmos ao
hotel, aproximamo-nos das dunas, onde beduínos com o rosto
envolto em chech e os olhos negros delineados por khol aguardam os turistas, com os seus camelos e cavalos preparados
para os levarem a assistir ao pôr-do-sol em pleno deserto. Aqui,
em Ksar Ghilane, à volta dos hotéis-acampamentos, há uma pequena nascente de água quente – não deixe de dar umas braçadas, se possível ao amanhecer, quando não tem ninguém.
Depois de acertarmos o preço e a hora, dirigimo-nos ao hotel.
Neste oásis existem algumas opções de estadia. Escolhemos
o Pansea, um romântico hotel que oferece 60 tendas de
pano cru para estadia: tendas, mas equipadas com todo o
conforto, com cama, electricidade, água quente, ar condicionado, casa de banho (pequena e básica, mas com produtos
fantásticos – shampoo de mel, gel de douche de flor de laranjeira e sabonete de jasmim). As tendas são todas iguais. A
“porta” abre-se enrolando o pano, de tela branca – convém, à
noite, deixá-la o mais bem fechada possível, devido ao vento
o lado. À esquerda, o sol, laranja quente, começa a
descer sobre as dunas e, à nossa direita, sobe no
céu ainda claro uma imensa e enorme lua cheia. É
tão difícil descrever esta sensação, de se estar no
meio do deserto do Sahara, neste lugar de profunda
beleza com o pôr-do-sol de um lado e o nascer da
lua do outro... É difícil descrever, mas incrível sentir.
O nosso cameleiro, caminhando a pé e um pouco
à frente dos animais, puxa a guia dos camelos enquanto canta, docemente, deixando o vento do deserto levar a sua árabe melodia e olhando para trás,
de quando em vez, sorrindo e mostrando os seus
dentes amarelos e estragados. O passeio dura
cerca de uma hora. Há tempo para descer dos
camelos e subir algumas dunas, que não são muito
altas, e, simplesmente, comtemplar.
Para que este clima romântico e inesquecível continue noite dentro, tente que o seu jantar seja preparado numa das duas tendas beduínas de pano
escuro e não na casa de jantar. Ou, se puder gastar
um pouco mais, peça para que lhe organizem um
jantar sahariano no meio das dunas, sob um céu
negro, transparente, forrado a estrelas brilhantes
– tenha no entanto em atenção a possibilidade de
haver vento pois pode estragar tudo.
Sob uma das tendas beduínas, sentados em
poufs, somos servidos de sopa, Harissa (molho um
pouco picante à base de azeite, pimentos, tomate e
alho onde se molha o delicioso pão árabe), entradas
(doigts de Fatma e briks) brochettes e, finalmente,
chá de menta e “pâtisseries tunisiennes”. Três músicos tocavam, enquanto duas mulheres cantavam
e soltavam zárárutah – os típicos gritos árabes.
Dormir num oásis é uma experiência inesquecível. E este é um lugar para se esquecer do
mundo, sob um silêncio infinito.
frio que se levanta e à areia trazida por ele. Não há telefone
nem mini bar mas, em compensação, em cima de uma pequena mesa encontramos uma garrafa de água fresca e uma tigela
cheia de tâmaras e fruta. Afinal estamos às portas do deserto!
O campo dispõe de uma belíssima e apetecível piscina, cor de
esmeralda, óptima para nos refrescarmos da viagem. O hotel
tem ainda uma torre estrategicamente instalada, que
parece parte da estrutura de um kasbah e de onde se tem uma
visão inesquecível, esmagadora, deste lugar: aquela imensidão
de areia a perder de vista... Ao longe, as ruínas de um forte
– que já foi romano, depois da Legião Estrangeira e serviu de
prisão aos franceses – parecem guardar o deserto que se abre
ao infinito. De camelo, o trajecto até ao forte leva mais de uma
hora. Pode ainda optar-se por meios mais rápidos, como alugar um cavalo, ou da forma menos romântica, de jipe.
Duas horas depois, próximo das seis da tarde, saímos a pé em
direcção às dunas... ou ao fim do oásis. A agitação é muita: beduínos, camelos e cavalos movimentam-se à espera de levar os turistas deserto dentro até ao sol se pôr. Encontramo-nos
com o nosso cameleiro, qual figurante de filme biblíco e, depois
de nos acomodarmos no dorso desses estranhos e caprichosos
animais, avançamos barkhanes (dunas) dentro. O vento do fim
da tarde começa a levantar-se. Aliás, é a época dele, do Siroco,
esse vento quente e seco que sopra no Sahara durante a Primavera e Verão. A areia, fina, como ouro em pó, entra por todo
Um sem fim de palmeiras
emerge das dunas, um
verdadeiro paraíso,
um jardim do Éden
em pleno deserto.
Em volta, a areia
escaldante estende-se
no mais vasto e mágico
deserto de mundo
· Não são aceites cartão de crédito.
DICAS
· Tenha cuidado com as máquinas fotográficas ou de filmar.
Leve-as protegidas da areia, porque o vento do deserto
levanta-se repentinamente e entra por todo o lado.
· À noite faz sempre frio, por isso não se esqueça de
levar um casaco. E compre um lenço árabe, muito útil
para utilizar como turbante ou cachecol.
· O preço de passeio de camelo anda à volta de 15
dinares (10 euros).
Djerba office: Rue Ksar Helal 4180 Houmet Souk · Tel. 00.216 75 621870 · Tel. (Pansea Ksar Ghilane)
00.216 75 900506 · www.pansea.com/eng/ksar_infor.html · [email protected]

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