ArquiteturA infrAestruturA internAcionAl

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ArquiteturA infrAestruturA internAcionAl
www . exibidor . com . br
Ano III – nº 11, outubro/2013
Arquitetura
Tendências e novos conceitos
para cinemas
Infraestrutura
Crescimento das poltronas
numeradas
Internacional
Cobertura do Festival de Veneza
editorial
Cliente, nosso maior patrimônio
T
elas gigantes, poltronas em couro ecológico, som imersivo, pipoqueiras produtivas,
3D, 4D... quanta tecnologia!
Mas e o cliente? O que já foi feito para facilitar sua ida a uma sala de projeção? Nota-se que
a projeção de um filme está próxima da perfeição, mas e o processo de compra e aquisição
de um bom lugar no cinema?
Muitas vezes, todo este processo torna-se um calvário. A começar pelas quilométricas filas
da bilheteria que não ajudam com os atuais sistemas de venda de ingresso que vivem fora
do ar. Em seguida, o espectador ainda tem que passar pela, muitas vezes, má vontade do
atendente e gastar 20 ou 30 minutos na bombonière para comprar apenas um saco de
pipoca e um refrigerante. Para completar, na hora de assistir ao filme, atrás do espectador
tem aquele casal que adora conversar durante a sessão e na frente aquele “sem noção“ que
confere seu celular (com tela claríssima) de 10 em 10 minutos durante toda a sessão.
Com uma mistura de coincidências e acalorados bate-papos com exibidores e clientes assíduos de cinema, montamos a pauta da Edição 11 da Revista Exibidor, logo puxada pela
matéria de capa “Bombonières, um problema recorrente“. A qualidade dos alimentos e o
atendimento estão cada dia pior e o exibidor – grande ou pequeno – se vê em dificuldade
de encontrar boa mão de obra para voltar a ter a qualidade de 15 anos atrás.
Também temos uma análise bem interessante do crescimento das vendas de ingressos com
poltronas numeradas. O que parecia impossível está se tornando uma exigência do consumidor.
Com poltronas numeradas e bom atendimento nas bombonières, um cuidado maior com
a arquitetura das salas de cinema ajuda qualquer primeira impressão. A Revista Exibidor
conversou com arquitetos de cinema renomados internacionalmente, que apresentaram
seus conceitos e últimos lançamentos.
Para completar a “saga Cliente”, Igor Kupstas escreve um artigo na visão de um mero
espectador assíduo de cinema e conta suas péssimas experiências em conviver com os espectadores “sem noção” durante a exibição de um filme.
Voltamos à Europa com o Festival de Veneza. A jornalista Janaina Pereira dá um tira-teima
de uma das festas mais importantes do cinema mundial e explica que o evento é também
para exibidores.
No Brasil, a NEC vem conquistando o mercado de vendas de projetores digitais de forma
impressionante e a revista entrevistou os executivos da empresa Herberto Yamamuro (presidente) e Jorge Dantas (diretor de cinema) para entender suas estratégias, o modo como
enxergam o exibidor brasileiro e o quanto estão conectados às recentes linhas de crédito.
Assim, terminamos mais uma edição da Revista Exibidor. Não posso deixar de agradecer
a toda equipe da revista, que vem crescendo a cada dia com novos jornalistas.
Até janeiro com as novidades do Prêmio ED 2013.
Marcelo J. L. Lima
diretor e editor chefe da revista exibidor
6 Exibidor, outubro-2013
Expediente
Edição e direção
Marcelo J. L. Lima
Redação
Natalí Alencar (MTB 51480)
[email protected]
Cibele Gandolpho
Janaina Pereira
Fábio Guedes
Leonardo Formagin
Projeto Gráfico e Direção de Arte
Raphael Grizilli
[email protected]
Assistente de arte
Fernando Martinello
[email protected]
Revisão
Talita Garcez
[email protected]
Comercial e anúncios
www.exibidor.com.br/anuncie
Tel.: (11) 4040 4712
Assinaturas
www.exibidor.com.br/assine
Tel.: (11) 4040 4712
de segunda a sexta das 8h30 às 17h30
Colaboradores
Igor Kupstas, Marcos Bitelli
Espaço/Z e Omelete
Impressão
Vox Editora
www.voxeditora.com.br
Tiragem de 1500 exemplares
Correspondência
Rua Ênio Voss, 78
São Paulo (SP) | 02245-070
Tel: (11) 4040 4705
www.exibidor.com.br
A Revista Exibidor é uma publicação trimestral da:
www.tonks.com.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Revista Exibidor.
Proibida a reprodução parcial ou total do
conteúdo sem autorização da Tonks.
Este exemplar faz parte do Acervo da
Cinemateca do Rio de Janeiro.
Assista aos grandes
filmes brasileiros por apenas
3
R$ ,00
Não perca, é só segunda, dia 11 de novembro, em todas as salas Cinemark*.
Renda revertida para iniciativas de apoio ao cinema nacional. O Projeta Brasil Cinemark tem grande colaboração de todos os produtores
e distribuidores que cedem seus filmes para o evento. O ator Tony Ramos não cobrou cachê. *Exceto as salas Prime.
Espaço do Leitor
Queremos saber a sua opinião. Envie seus comentários para:
www.exibidor.com.br/contato
Parabéns pela revista!
Fabricio S. Da Silva (Grupo Cine e Santa Clara Poltronas)
Ficamos muito satisfeitos com o resultado da
pesquisa realizada pela Exibidor. Essa pesquisa desenvolvida por vocês será de grande
valor para a Barco no sentido de conhecer a
opinião do mercado em que atuamos e fazer
melhorias contínuas no atendimento aos nossos clientes e parceiros.
Eliane Rodrigues Silvestre (Barco)
Gostaria de sugerir uma opção no portal web pra
fazer login só uma vez, todas as vezes que entro
tenho que colocar a senha, em vários setores para
ler as matérias. E gostaria de sugerir uma parte de
“Novos e Usados”. Acho interessante.
Jack Silva (Cine IMPERATOR3D)
Gostaria de sugerir uma pauta sobre o Cine Sabesp, em Pinheiros. Moro perto, costumo frequentar e sei que ele tem uma história bacana. É um dos mais antigos em funcionamento e teve
vários nomes até chegar ao de hoje. Sem contar que é um dos
últimos cinemas de bairro em funcionamento na cidade.
Julio Simões (São Paulo – SP)
Empresas e Instituições Citadas
A
ANCINE
Apex-Brasil
Arcoplex/ Arco-Íris
Arteplex
B
Barco
Bilboa
Box Cinemas
C
California Filmes
CGV
Christie
Cineflix
Cinemark
Cinépolis
Cinesystem
Confeitaria de Cinema
D
Deadline
Disney
Doremi Labs
E
Elo Company
ERA Architec
8 Exibidor, outubro-2013
N
Estofatec
Europa Filmes
NEC
F
Orient
Facebook
FMC Arquitetura
Fox Film
G
GDC
Gertech
GNC Cinemas
Gullane
I
IMAX
Imovision
J
Kastrup
Kinoosfera Filmes
Kinoplex
M
Mesbur + Smith Architects
Metro Arquitetos
Ministério das Relações Exteriores
Moviecom
O
P
Paris Filmes
PlayArte
Q
Quanta DGT
R
Rede Globo
Ritchie/Wigram Productions
S
Santa Clara Poltronas
Sony Pictures
T
Taiga Filmes
TK Architects
Tonks
Twitter
U
UCI
Universal
Ouvidoria: 0800 702 6307
www.bndes.gov.br
PP
bndes
sumário
Notícias/12
Giro pelo mercado
Portal Exibidor/16
Destaques do portal exibidor.com.br
Claquete.com/18
Novidades do cinema
Entrevista/22
Herberto Yamamuro e Jorge Dantas, da NEC
Artigo Relacionamento/26
Inconvenientes no cinema
Infraestrutura/28
Poltronas numeradas conquistam mais adeptos
Internacional/42
Festival de Veneza é oportunidade para exibidores
Arquitetura/46
Conceitos de arquitetura e design para cinemas
Prêmio ED/52
Nova temporada e muitas novidades
Artigo Legislação/54
Vale Cultura é regulamentado
Agenda/58
Próximos lançamentos
Trajetória/60
Cine Marabá, a resistência do cinema de rua
11 Exibidor, outubro-2013
notícias
Cinemark comemora 20 anos Dança das
de operação na América Latina Cadeiras
©Divulgação
Após o fim da alta temporada, o mercado cinematográfico passou por muitas
mudanças e reestruturações em diversos departamentos.
Lucas Crantschaninov deixou a Barco
e passou a integrar a equipe da Doremi
Labs no Brasil.
A Cinemark anunciou no início de setembro seu 20º aniversário de operação na América Latina e celebração da
inauguração do seu primeiro complexo
na região, localizado no shopping Plaza
Vespucio, na cidade de Santiago (Chile).
“Nossas operações internacionais têm
crescido exponencialmente nos últimos
20 anos, a partir da inauguração de um
complexo com seis salas de exibição,
em 1993, para os atuais 172 complexos com 1.360 salas, hoje presentes
em 13 países latino-americanos. Tem
sido incrível assistir ao crescimento das
operações internacionais e de pessoal da empresa, e eu me sinto honrado
por fazer parte desta trajetória desde o
início”, comentou Tim Warner, diretor
executivo da Cinemark.
Recentemente, a Rede inaugurou seu
64º complexo no Brasil, localizado no
shopping Metrô Tucuruvi (São Paulo –
SP). O cinema conta com seis salas inteiramente digitais, incluindo cinco 3D e
uma equipada com a tecnologia Extreme
Digital Cinema (XD). Com capacidade
para 1.486 espectadores, o complexo oferece ao público lugares marcados.
Eduardo Chang foi anunciado como
novo membro da equipe de Programação da Cinépolis no Brasil, assumindo
o cargo de coordenador de programação.
O profissional Gabriel Gurman, que está
na Paris Filmes desde outubro de 2012
na área de programação, foi promovido
para a gerência de marketing de conteúdo
nacional. Na área de programação, quem
assume é Michel Moussalli, que até então
estava na Europa Filmes.
Laércio Bognar deixou a Imagem Filmes
e em seu lugar, assume Rosa Maria Vicente, que já passou pela Kinoplex, Box
Cinemas e Cinépolis.
Thiago Madruga saiu da PlayArte e agora responde pela IMAX no Brasil.
Cinépolis inaugura parcialmente seu primeiro complexo em Manaus
A Cinépolis abriu seu primeiro complexo
na cidade de Manaus (AM), no Shopping
Ponta Negra. A inauguração parcial foi
feita em 5 salas: 3 vip, 1 sala com tecnologia Macro XE de 380 lugares e tela
gigante e mais 1 sala convencional. Posteriormente o complexo funcionará com
10 Salas.
12 Exibidor, outubro-2013
Para Eduardo Acuna, presidente da
rede no país, Manaus era uma das cidades mais esperadas pela rede: “Manaus tem um enorme potencial para o
mercado de cinema e, vimos que o público busca, cada vez mais, novidades
de entretenimento. Por isso, decidimos
levar novos modelos de exibição, como
as salas VIP com alimentos gourmet
no cardápio e a sala Macro XE, que levará uma qualidade enorme de projeção para os consumidores”. Ele ainda
acrescenta: “Queremos ter na região,
um serviço diferenciado, que atenda as
expectativas e necessidades de nossos
clientes”.
Kinoplex lança jogo para cinéfilos
©Divulgação
O grupo Kinoplex lançou um game para
testar o conhecimento dos apaixonados por
cinema, o Picmovie. Com ele, os cinéfilos
terão de identificar o filme a partir de ícones que mostram características marcantes
de filmes bem sucedidos nas telonas. Em
todas as 50 gravuras expostas no site, os
jogadores têm a opção de pedir ajuda aos
seus amigos do Facebook ou Twitter e ain-
da obter uma pista sobre o filme. A cada
mês, serão adicionadas mais 20 imagens.
O Picmovie faz parte do Kinogames,
novo lazer gratuito criado pelo Kinoplex
para entretenimento dos seus espectado-
res por meio do site e da página no Fa-
cebook. Para mais informações, acesse:
tonk.es/picmovie.
Grupo Orient entra no mercado europeu Arcoplex inaugura
cinema em Lajeado
Como parte de seu processo de interna“A entrada em Portugal é um imporcionalização, o Grupo Orient é o novo
operador de 60 salas de cinema no mercado português. O grupo, genuinamente
baiano, venceu uma concorrência com
operadores de diversas partes do mundo
e assinou um contrato com a Sonae Sierra, entrando com 17% de participação
no mercado de salas comerciais do país
europeu, com dez centros comerciais. A
previsão de abertura de todos os complexos de cinema se dará até o final de 2013.
tante passo na estratégia de crescimento do Grupo Orient. O fato de ir-
mos operar em dez centros comerciais
da Sonae Sierra nos dá uma grande
confiança no futuro da nossa operação
em Portugal. Vamos trazer ao mercado
novas abordagens, que, com certeza,
agradarão aos nossos clientes”, disse
Aquiles Mônaco, presidente da Orient
Cinemas.
Christie faz a 1ª instalação mundial e
permanente de projeção a laser
A Christie anunciou que foi escolhida
para fornecer e instalar a primeira solução mundial e comercial de projeção
digital a laser no cinema Seattle Cinerama, situado em Seattle, no noroeste
dos EUA. O pedido de aquisição visa
um projetor digital a laser 4K, com
emissão de luz regulável até 60.000
lúmens.
©Divulgação
Segundo a Christie, a empresa obteve recentemente da FDA (Food and Drug Administration) dos EUA a primeira aprovação para
a mudança, a qual permite a venda de projetores a laser para salas de cinema, constituindo a primeira e única mudança até agora
aprovada para um fabricante de projetores
cinematográficos, em conformidade com a
DCI (Digital Cinema Initiatives).
A rede Arcoplex inaugurou um complexo no Shopping Lajeado (Lajeado - RS),
com quatro salas no formato Stadium,
sendo uma sala 3D digital.
O espaço tem a venda de ingressos com
lugar marcado, bombonière, café e produtos da marca I Love Cinema - linha
de produtos com souvenirs exclusivos
para os amantes da sétima arte. A acessibilidade para os deficientes físicos e as
poltronas de tamanhos especiais também
são diferenciais do novo cinema.
Com a inauguração, a rede passa a ter 90
salas em 30 complexos.
13 Exibidor, outubro-2013
notícias
UCI chega a Campo Grande
©Divulgação
A Rede UCI inaugurou o seu 19º complexo no Brasil, localizado na cidade de
Campo Grande (MS). Com capacidade
para 1.505 pessoas em seis salas, o UCI
Bosque dos Ipês está equipado com três
salas com tecnologia 3D. Todas as salas
são digitais, em modelo Stadium, equipadas com poltronas reclináveis em couro
ecológico e braços love seats. Além disso,
todos os espaços contam com sistema de
som dolby digital 7.1.
Localizado numa região em fase de expansão na cidade, o UCI Bosque dos Ipês
teve um investimento total de R$ 8 milhões e é o primeiro da empresa na região
centro-oeste do Brasil. “Estamos muito
felizes em abrir o nosso 19º complexo em
um mercado novo para nós. Acreditamos
que o setor de entretenimento do Mato
na região através de mais uma excelente
últimos anos e esta se caracteriza como
mentos”, afirma Monica Portella, diretora
Grosso do Sul vem crescendo bastante nos
uma ótima oportunidade para ingressar
parceria com o grupo Calila Empreendide marketing da UCI Brasil.
Universal Pictures conquista seu melhor resultado nas
bilheterias internacionais em 2013
©Divulgação
A Universal Pictures International anunciou que o estúdio arrecadou mais de
US$ 1,8 bilhão na bilheteria internacional em 2013, considerado o melhor ano
de sua história.
Esse sucesso, segundo a distribuidora, foi
impulsionado pelos lançamentos de Os
Miseráveis -Les Misérables ($293 milhões),
Velozes e Furiosos 6 - Fast & Furious 6
($544.4 milhões) e Meu Malvado Favorito 2 - Despicable Me 2 ($410 milhões) e
também pela boa performance de filmes
como Mama - Mama ($75.9 milhões) e
Oblivion - Oblivion ($197.1 milhões).
14 Exibidor, outubro-2013
O pacote de
vantagens ideal
para a digitalização
• Financiamento integral de projetor, servidor e programa
de TMS com taxas de juros de 0% para exibidores com
até 10 salas e 3% ao ano para os demais casos;
PP
quanta-telem
• Apoio financeiro não reembolsável de R$ 15.000,00 por
sala para exibidores que administrem até quatro salas;
• Financiamento dos outros itens da conversão para o
digital: instalação, processador de áudio, quadro elétrico,
climatizador de ar e intranet. E o exibidor pode escolher
as marcas de equipamento e a empresa que fará a
instalação e a manutenção, desde que seja devidamente
capacitada pelo fabricante;
• Software de TMS da Arts Alliance Media, utilizado em
mais de 15.000 salas em todo o mundo;
• Gerenciamento e coleta de VPF pela Arts Alliance Media,
presente em 4.000 salas de 10 países;
• Preparação e apresentação de projetos para a ANCINE
e para a Receita Federal e acompanhamento junto aos
órgãos até a aprovação.
A digitalização da sua sala por quem realmente entende
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digitalizadas) e lhe oferecer as melhores opções.
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Doremi traz linha para pós-produção
no Brasil
Agora, os filmes nacionais poderão ter a qualidade de Hollywood. A Doremi vai trazer para o mercado de pós-produção brasileiro
uma linha digital para cinema. “Os estúdios não precisarão finalizar seus filmes no exterior para obter a mesma qualidade e confiabilidade. Em época de dólar alto, isso será um alívio à dor das produtoras nacionais”, comenta Lucas Crantschaninov, da Doremi.
Leia mais no link: tonk.es/posproducaodoremi.
ShowEast 2013
©Divulgação
A Revista Exibidor estará em mais um evento internacional do
setor, a ShowEast, que será realizada de 21 a 24 de outubro, na
Flórida (EUA). Fique de olho no Portal Exibidor e confira a cobertura do evento!
Gertech cria marca
“Chess Group”
Para consolidarsuassoluções,aGertech,empresadeinfraestruturadeTI,criouamarca“Chess
Group”, que representa quatro competências: Rede Elétrica, Redes de Dados, TI e Treinamento.“Com isso,esperamos ser a maior integradora de soluções que o mercado já conheceu
nos próximos dois anos”, prevê o gestor da empresa, Ricardo Germano. Veja mais no link:
tonk.es/chessgroup.
fb.com/RevistaExibidor
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16 Exibidor, outubro-2013
PP
disney
claquete.com
©Divulgação
Terminam as
filmagens em Las
Vegas de “Até
que a Sorte nos
Separe 2”
Terminaram em meados de setembro as
filmagens de Até que a Sorte nos Separe
2, novo filme de Roberto Santucci, com
Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko
Mascarenhas e Rita Elmor. Após um período de gravações no Rio de Janeiro, equipe e elenco rodaram, durante quase um
mês, cenas em Las Vegas, onde se passa
a maior parte da trama. O longa, que chega aos cinemas em 27 de dezembro, tem
roteiro de Paulo Cursino e Chico Soares.
No filme, depois de perder toda a fortuna
que ganhou na loteria em Até que a Sorte
nos Separe, Tino (Leandro Hassum) volta
a passar dificuldades financeiras ao lado da
esposa Jane (Camila Morgado) e dos fi-
lhos Teté ( Júlia Dalávia) e Juninho (Henry
Fiuka). O que eles não esperavam é que Tio
Olavinho fosse deixar uma herança de R$
50 milhões ao morrer. Como último desejo,
o ricaço exige que suas cinzas sejam jogadas
no Grand Canyon. É então que Tino e a
família resolvem dar uma passada em Las
Vegas. Depois de se meter em muitas encrencas com um antigo conhecido, Tino vai
contar com a ajuda do casal Amauri (Kiko
Mascarenhas) e Laura (Rita Elmor).
Camila Morgado substituiu Danielle
Winitts, que está na novela “Amor à
Vida” e não foi liberada pela Rede Globo
para fazer a personagem Jane.
Começa a produção de “The Man from
U.N.C.L.E.”
Iniciaram as filmagens do longa-metragem The Man from U.N.C.L.E. (ainda
sem título em português), da Warner Bros.
Pictures. O filme é o primeiro a ser produzido pela Ritchie/Wigram Productions, pequena produtora do cineasta Guy
Ritchie e do produtor Lionel Wigram.
Tendo repaginado com êxito o clássico
detetive Sherlock Holmes em dois filmes
de sucesso, a dupla agora aplica seu olhar à
série de televisão muito popular dos anos
1960 (O Agente da U.N.C.L.E.), trazendo os superespiões Napoleon Solo e Illya
Kuryakin para as telonas.
18 Exibidor, outubro-2013
Henry Cavill (O Homem de Aço –
de poder por meio da proliferação de
leon Solo e Armie Hammer (A Rede
pista da dupla é a filha de um cientis-
Man Of Steel) faz o papel de NapoSocial - The Social Network), o de Illya
Kuryakin.
O longa está centralizado no agente da CIA Solo e no agente da KGB
Kuryakin. Forçados a deixar de lado as
armas e tecnologia nucleares. A única
ta alemão desaparecido, que é a chave
para se infiltrarem na organização cri-
minosa. Eles precisam correr contra o
tempo para encontrá-lo e evitar uma
catástrofe mundial.
hostilidades de longa data, os dois se
O roteiro é de Ritchie e Wigram, que
combater uma organização criminosa
filmagens serão realizadas na Inglaterra,
unem em uma missão conjunta para
internacional misteriosa, empenhada
em desestabilizar o frágil equilíbrio
também atuam como produtores. As
com tomadas externas também na Itália
(Roma e Nápoles).
Premiados no Festival de Veneza Sony Pictures
lança “Capitão
Phillips” em
novembro
©Divulgação
Sacro Gra, do italiano Gianfranco Rosi,
levou o prêmio principal do evento, o Leão
de Ouro. O documentário aborda a rodovia
que cerca Roma, contando também a história de alguns dos personagens ligados a ela.
O diretor grego Alexandros Avranas levou
o Leão de Prata por Miss Violence, que
também deu a Themis Panou o prêmio de
melhor ator. Veja abaixo todos os vencedores:
©Divulgação
Leão de Ouro: Sacro Gra, de Gianfranco Rosi
Copa Volpi de melhor atriz: Elena Cotta,
por Via Castellana Bandiera
Leão de Prata de melhor diretor: Alexandros Avranas, por Miss Violence
Prêmio Marcello Mastroianni a um intérprete estreante: Tye Sheridan, por Joe
Prêmio Especial do Júri: Stray Dogs, de
Tsai Ming-liang
Prêmio de melhor roteiro: Steve Coogan
e Jeff Pope, por Philomena
Copa Volpi de melhor ator: Themis Panou, por Miss Violence
Bernardo Bertolucci presidiu a 70ª edição
do festival.
Argentina anuncia cinebiografia do
Papa Francisco
©Divulgação
Alejandro Agresti (A Casa do Lago - The
Lake House) vai dirigir Historia de un Cura
(ainda sem título em português), cinebiografia
de Jose Mario Bergoglio, o Papa Francisco.
italianos até a eleição como o 266º Papa
da Igreja Católica. Rodrigo de la Serna, o
Alberto Granado de Diários de Motocicleta, vai interpretar Bergoglio.
O filme contará, por meio de flashbacks e
flash-forwards, a trajetória do religioso da sua infância como filho de imigrantes
A produção é da Pampa e da Pentagrama. O filme terá locações na Argentina,
Itália e Alemanha.
Capitão Phillips (Captain Phillips),
filme baseado na história real do capitão Richard Phillips (Tom Hanks),
que aceita ser tomado como refém por
piratas somalianos em troca da liberdade da sua tripulação, chega aos cinemas do Brasil em 08 de novembro com
distribuição da Sony Pictures.
O filme se concentra na relação entre
o comandante do Alabama, o capitão
Richard Phillips (Tom Hanks), e seu
equivalente somali, Muse (Barkhad
Abdi). Numa rota incontestável de
colisão ao longo da costa da Somália,
ambos se verão obrigados a pagar com
vidas humanas por forças econômicas
além do seu controle.
O longa é dirigido por Paul Greengrass, a partir do roteiro de Billy Ray
e baseado no livro, A Captain’s Duty:
Somali Pirates, Navy SEALs, and
Dangerous Days at Sea, de Richard
Phillips com Stephan Talty. O filme
é produzido por Scott Rudin, Dana
Brunetti e Michael De Luca.
19 Exibidor, outubro-2013
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entrevista
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aç
ão
Jorge Dantas // NEC
NEC
tem
metas agressivas
para atingir
mercado brasileiro
Herberto Yamamuro // NEC
P or : N atalí A lencar
Executivos da empresa falam sobre relacionamento com os
exibidores e metas de crescimento
A
NEC é reconhecida mundialmente por oferecer soluções de telecomunicações
e TI para operadoras, empresas e governo. Além disso, desenvolve na região
projetos para arenas multiuso, broadcasting e segurança integrada. Há pouco
mais de um ano e meio, a empresa entrou no segmento do cinema com o fornecimento de projetores digitais. Desde então, tem feito uma aproximação com o mercado exibidor, que já resultou em contratos com as redes Moviecom e Cineflix no Brasil.
Agora, a empresa já está em negociação com outros exibidores e prevê grande crescimento no mercado. “Nossas metas são bastante agressivas, queremos ter uma boa
posição de share. Alguns exibidores já tinham adquirido nosso equipamento no Brasil e
estão renovando os votos com a NEC. Estamos estendendo essas parcerias e a intenção
é trazer novos exibidores para o nosso leque de parceiros. Temos expectativas de fechar
com grandes redes. Algumas já anunciadas e outras em breve serão comunicadas”,
22 Exibidor, outubro-2013
revela Jorge Dantas diretor da área de
Cinema Digital da NEC no Brasil.
Em entrevista concedida por telefone à
Revista Exibidor ele e o presidente Herberto Yamamuro contam como pretendem atingir o mercado cinematográfico.
Revista Exibidor - Quem conhece o
mercado tecnológico, sabe que a
NEC é uma das maiores líderes na
área de telecomunicações. Como foi
sua trajetória no Brasil?
Herberto Yamamuro – Nossa história no
Brasil está muito ligada à trajetória das
telecomunicações. Completamos 45 anos
aqui e em grande parte desse tempo foi
dedicado a esse segmento. Somos uma
multinacional japonesa com faturamento
próximo de US$ 40 bilhões e temos dentro
do nosso core três grandes atividades: Comunicações, onde somos os mais conhecidos no País; Computadores e Serviços,
incluindo componentes microeletrônicos;
e Infraestrutura. Em telecomunicações, em
âmbito internacional, estamos presentes na
parte de imagens com transmissores de alta
potência e displays. Chegamos a ser líder
nos EUA no mercado de display. Quem
está no mercado de microcomputadores,
se lembra da marca Multisynk, que é uma
tecnologia que ficou quase dez anos líder
no mercado e como consequência dessa
participação, a NEC permaneceu na área
de tecnologias de imagem.
Como portfólio do grupo NEC, a parte de
entretenimento, imagem e TV, sempre foi
um segmento importante. É nova a nossa
presença no Brasil, porque na parte de cinema e televisão, somos fortes em transmissores de TV, principalmente de alta potência.
Nesse mercado de projetores, estamos começando agora. Dentro da empresa temos
um programa de mídia e entretenimento,
onde está esta parte de digitalização de
cinema. O Brasil, tardiamente começa a
trabalhar muito forte na digitalização dos
cinemas. O próprio conceito e a assimilação do mercado em programas de alta
definição, em banda larga, começou agora,
bastante tarde e nós enxergamos, através
de um estudo, que esse poderia ser um dos
mercados importante para nós.
Não somos gigantes como outras empresas, mas temos participação bastante grande como player e achamos que a
sinergia com a nossa estrutura operativa
no País e com essa tecnologia que vem
da NEC Global, dá uma oferta ao mercado que se diferencia das demais. Nós
estamos ganhando alguns projetos, é um
planejamento que foi aprovado no ano
passado e está em marcha desde o último
quadrimestre de 2012.
Exibidor - E a sua trajetória na NEC?
Yamamuro - Eu sou velho de casa (risos),
me juntei a NEC em meados da década
de 80, então são quase 30 anos. Trabalhei
em vários programas, inclusive lá fora, na
matriz. Em 2008 assumi a direção da companhia. Em telecomunicações tenho 50%
de participação, mas em toda a minha vida
trabalhei com a diversificação, introdução
de novas tecnologias e novos programas.
Cheguei a participar da montagem, na década de 1990, de um joint-venture de microcomputadores. Teve um grande projeto
meu de introduzir a super computação no
INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), isso no início da década de 90. Nos
projetos de diversificação eu sempre trabalhei como membro ou como equipe, então
tenho uma longa jornada.
Exibidor - Como pretendem atender
Yamamuro - Nós temos uma estratégia,
apesar de ter começado pequeno. Nossa
expectativa é que esse segmento se torne um pilar importante. Nós criamos um
programa de negócios e o Jorge Dantas,
que é o diretor desse programa, pode falar melhor.
Jorge Dantas – Desde o final do último
quarto período do ano passado, nós criamos uma estratégia de aproximação da
NEC junto aos exibidores nacionais. Então, tivemos várias campanhas por meio de
de mídia, participação em eventos e visitas
aos exibidores. Passamos a mensagem aos
exibidores de que estamos trazendo esse
negócio para o Brasil de uma forma extremamente séria e profissional. Tivemos durante alguns meses essa aproximação com
os exibidores e a próxima fase é fechar projetos. Em paralelo, começamos a estruturar
toda a parte de serviços, para poder, antes
mesmo de vender, ter toda a infraestrutura preparada para atender a demanda e os
contratos fechados. Hoje, estamos 100%
preparados para fechar qualquer tipo de
contrato. Nós também desenhamos vários
programas e opções de financiamento para
trabalhar com os exibidores.
Exibidor - E as negociações de VPF?
Dantas – Trabalhamos hoje com os dois
integradores oficiais de VPF no Brasil,
tanto com a Quanta DGT, como a GDC.
Nossos programas se encaixam nos dois
programas existentes. São modelos diferentes, a GDC oferece o produto deles
e nós a parte da digitalização e no caso
da Quanta DGT, a NEC venderia para
a Quanta DGT e ela faria a venda para
o exibidor final. Sempre nos colocamos
à disposição para explicar ao exibidor as
opções que ele tem.
aos exibidores brasileiros diante da
Exibidor – E como funcionam as li-
digitalização?
nhas de financiamento?
23 Exibidor, outubro-2013
entrevista
Dantas – Há vários tipos de projetos. Há
projetos com redes grandes e tem modelos diferentes para exibidores menores.
Cada caso é um caso, então analisamos
junto ao nosso financeiro a capacidade financeira do exibidor e o interesse
da NEC em financiar. Outra forma de
financiamento é via BNDES junto a
Quanta DGT. Nesse caso, a NEC se propõe a fazer o empréstimo ponte até sair o
dinheiro do BNDES.
Exibidor - Quais são as metas da
NEC para o mercado brasileiro?
Dantas – Nossas metas são bastante
agressivas, queremos ter uma boa posição de share. Alguns exibidores já tinham
adquirido nosso equipamento no Brasil
e estão renovando os votos com a NEC.
Estamos estendendo essas parcerias e a
intenção é trazer novos exibidores para
o nosso leque de parceiros. Temos expectativas de fechar com grandes redes.
Algumas já anunciadas e outras em breve serão comunicadas. O ideal é ter uma
boa representação no Brasil e ser um dos
maiores players em cinema digital.
Exibidor - Em pesquisa recente realizada sobre a qualidade dos projetores
digitais pela Revista Exibidor, a NEC
pontuou bem no projetor para telas
pequenas e ficou na média em relação às telas média e grande. Como
com boa receptividade dos exibidores no
Brasil. O NC900 para telas pequenas é
um produto que vai ter muita penetração
no mercado brasileiro.
Já nos projetores para telas médias e
grandes, onde ficamos na média de
pontuação, tivemos uma interpretação
sobre a questão da vida útil da lâmpada
um pouco diferente do que foi solicitado. Quando mencionamos sobre a vida
útil, falamos de acordo com os lumens
solicitados, então se um projetor para tela
grande chega a 33 mil lumens, nós consideramos uma lâmpada com 1500 horas,
porque não existe hoje no mercado nenhuma lâmpada que fique mais de 1500
horas projetando a 33 mil lumens. Ou
seja, quando a NEC fala em 500 horas,
nos referimos ao que foi perguntado, que
é número de horas para uma lâmpada
que dê uns 33/34 mil lumens constantes
(telas grandes). Claro que se eu colocar
uma lâmpada de 1200 watts num projetor de tela grande, nós chegamos próximos a 3000 horas, mas nunca atingimos
os 33 ou 34 mil lumens.
No mercado, o que temos visto é que
nossos projetores em teste feitos lá fora
estão com qualidade bem superior aos
que existem no mercado, então temos
um bom histórico em termos de tecnologia. Isso prova que os exibidores que
adquiriram NEC continuam apostando
e renovando as suas compras.
vocês receberam essa pesquisa?
Dantas – Recebemos com muito agrado,
principalmente na questão do projetor
para telas pequenas, porque realmente
foi um projetor desenhado para países
como o Brasil, em desenvolvimento, que
tem telas pequenas e precisam de grande
investimento e custo baixo. Continuamos
24 Exibidor, outubro-2013
Exibidor - Como está o relacionamento da NEC com os exibidores?
Dantas – Fomos bem recebidos pelos
exibidores desde as nossas primeiras
aproximações, há mais de um ano nos
principais eventos e visitas. Temos falado
com o exibidor sobre a nossa infraestru-
tura no Brasil. É uma empresa que existe
mundialmente desde 1889 e no Brasil há
mais de 45 anos. E eles receberam isso
muito bem, porque é uma empresa sólida
no mercado nacional, que já tem todo investimento feito na parte de infraestrutura, tanto de serviços, como logística para
distribuir e instalar equipamentos.
Exibidor – Há lançamentos previstos
para o mercado exibidor?
Dantas – A NEC display é líder mundial no segmento de cinema, padrão
DCI. Obviamente estamos desenvolvendo novas tecnologias. O que promete é a
tecnologia a laser, já apresentamos protótipos nos últimos eventos nos EUA e
sem poder adiantar muito, vamos apresentar detalhes na ShowEast deste ano,
em Miami.
Exibidor – E quais as expectativas da
empresa para os próximos anos?
Dantas - Esperamos um mercado bastante aquecido, independente da digitalização que se faz necessária nos próximos 12 meses. Vai ter muita atividade
com todas as instalações e a migração do
sistema analógico para o digital. Estamos preparados para trabalhar com os
exibidores e os clientes nesse processo.
O mercado vai aumentar bastante e é
preciso ter parceiros fortes para atender
essa demanda. A NEC é uma empresa
muito focada em todo o segmento que
trabalha. Os anos de existência da NEC
comprovam que não entramos no mercado para ficar temporariamente, mas
estamos para a vida toda. Cinema é um
negócio que decidimos entrar e que colocamos toda a nossa energia para desenvolver e trabalhar.
PP
gdc
mercado
SOM E FÚRIA
H
á alguns meses fui ao cinema de
um shopping assistir ao filme A
Busca, longa brasileiro estrelado por Wagner Moura. Tinha
ouvido algumas coisas boas sobre o projeto
e fiz questão de vê-lo na primeira oportunidade, para matar minha curiosidade. E tive
uma experiência muito desagradável. Mas
o filme não teve nada a ver com isso.
Em poucos minutos, três jovens que se
sentaram a uma cadeira de distância de
mim e da minha namorada começaram a
falar. Só falar não, como me explicou um
deles depois que pedi silêncio: “estamos
conversando”. Eu expliquei que no cinema não se conversa, no que ele respondeu
sem titubear: “mas eu converso”.
Minutos depois, dois bebês começaram a
chorar. Os pais, que a esta altura foram obrigados a retomar o bom senso que deixaram
em casa, se dividiram entre sair da sala e andar pelos corredores, ninando os pimpolhos.
Mas ficaram até o fim da sessão.
Conversei com um dos gerentes sobre o
caso, e ele me disse que, apesar da classificação indicativa, ele não tem como
impedir ninguém de entrar na sala com
crianças pequenas. “A gente desaconselha
quando o filme é adulto, mas o pai é soberano”, informou.
A REDE SOCIAL
A projeção estava boa, a sala limpa, o som
bom, o filme bom. Mas tive uma péssima
experiência por causa, olha só, da plateia.
P or : I gor K upstas
Incomodado, fiz o que a gente faz hoje
em dia: reclamei na internet. Tive 50
curtidas e 21 comentários no Facebook.
Duas pessoas compartilharam.
Alguns atacaram os cinemas dos shoppings, como se o público destes cinemas
fosse menos qualificado, e colocaram as
salas VIP e de circuitos de arte como refúgio. Uma amiga mais pessimista disse que
nem as salas alternativas seriam uma opção, citando casos de pessoas comendo em
sala e fazendo barulho da mesma forma.
Um colega crítico de cinema disse, irônico, que eu que estava errado. Que as
pessoas não vão mais ao cinema para ver
filme, e sim para falar, checar o celular, chutar a cadeira. “Tem gente que se acha
no direito de fazer do cinema uma extensão da sua própria casa”, disse.
Falando em própria casa, alguns comentaram no post que desistiram do cinema
e passaram a defender a experiência do
filme no conforto da residência.
MÁ EDUCAÇÃO
Um colega que trabalha em cinemas
(como você, público-alvo desta revista)
disse que esse tipo de coisa realmente
acontecia muito, e que era uma questão
mais cultural do que cuidado do cinema.
Perfeito, mas como o cinema pode se posicionar sobre esta questão cultural? Se
isentar me parece o pior caminho.
Explicar que o filme é violento demais
ou inadequado é um começo. Apontar
a classificação indicativa, que dá uma
idade limite sugerida e trata de temas
abordados na obra é outra. Isso diminui
da equação os bebês e crianças pequenas
(bebês são bem-vindos no Cine Mater-
na, projeto específico e genial para este
público), mas e o bate-papo, os celulares
tocando e outros incômodos?
Acho muito importante campanhas pu-
blicitárias sobre os bons modos na sala,
como a “Seja Legal”, do Cinemark. Nos
EUA, inclusive, a rede lançou um aplicativo que premia o “bom comportamen-
to” do cliente se ele não usar o aparelho
durante a sessão. Segundo Maricy Leal
Costa, Gerente de Marketing do Cine-
mark, o app “Cinemode” pode ganhar
uma versão local, mas ela aponta que nos
EUA o excesso de mensagens de SMS é
que gerou a demanda pelo programa, e
que aqui o problema mais sério é o barulho e o chute nas cadeiras.
É importantíssimo que exista um esforço
contínuo por parte dos cinemas, e, faço
aqui o clamor, do público. Se alguém ao
seu lado usar o celular, falar demais, chutar
a cadeira, peça que ele pare. Eu não quero
desistir do cinema. Quero compartilhar
uma boa gargalhada, sentir o mesmo frio
na espinha, me surpreender junto com
uma multidão com os desdobramentos de
uma aventura. E eu tenho fé de que essa
experiência pode ser cada vez melhor, se
cada um fizer a sua parte.
Igor Kupstas Janczukowicz | [email protected]
Jornalista formado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Marketing pelo Mackenzie. Entre 1999 e 2002 trabalhou no site
de cinema e-Pipoca, posteriormente sendo contratado pelo Marketing da Europa Filmes, onde atuou no lançamento de mais de 100 títulos por
seis anos. Também foi gerente de marketing digital da MOBZ.
26 Exibidor, outubro-2013
PP
master img
INFRAESTRUTURA
Poltronas
num3radas
chegaram para ficar
P or : C ibele G andolpho
Oferecer assentos marcados diminui as filas nos lounges
das salas, melhora a operação dos exibidores e incentiva
as vendas de ingressos pela internet; público aprova
Q
uando surgiu a ideia de que as salas de cinemas teriam poltronas numeradas
iguais as dos teatros, muitos exibidores não queriam que a medida se tornasse obrigatória. A proposta foi sugerida em 1993 pelo então vereador da
capital de São Paulo, José Mentor (PT) e ficou pendente até 2002, quando
outra lei excluiu os cinemas da relação de estabelecimentos obrigados a manter a venda
numerada de ingressos ao público. Mas não foi preciso lei para forçar os cinemas a disponibilizar o serviço. Hoje, ter lugares reservados antecipadamente é uma grande aposta
das redes, que visa atender melhor seus clientes, evitando filas desnecessárias.
28 Exibidor, outubro-2013
O crescimento foi muito rápido principalmente nas grandes capitais. Na Kinoplex,
por exemplo, as poltronas numeradas contemplam quase 100% da rede em todas as
cidades onde a marca opera. “Fomos motivados pela necessidade de oferecer mais
conforto ao público, que agora pode se
programar para a compra do ingresso antecipadamente, sabendo quais lugares estão
disponíveis, e não precisa enfrentar fila na
entrada da sala”, afirma Patricia Cotta, gerente de marketing da Kinoplex Cinemas.
satisfação dos clientes, que muitas vezes
Para ela, o principal benefício que os assentos marcados trazem para os exibidores é o estímulo à venda antecipada de
ingressos por meio de múltiplos canais,
como internet e terminais de autoatendimento. “Essas opções evitam a formação
de filas na bilheteria, o que antes atrapalhava a operação do cinema e gerava in-
Maricy Leal, gerente de marketing do
até desistiam da sessão. A medida é boa
para ambos”, diz Patricia.
Na rede Cinemark, todas as salas que são
inauguradas já contam com as poltronas
numeradas e os complexos antigos estão
sendo reformados, a fim de incorporar
o lugar marcado como um diferencial.
Atualmente, a rede possui 64 complexos,
dos quais 52 já contam com o serviço de
poltronas numeradas.
Cinemark, também afirma que a medida
só traz benefícios e aumenta o público.
“A opção de lugares marcados oferece
ao cliente a possibilidade de garantir o
assento de sua preferência sem que seja
necessário chegar mais cedo na sessão. O
lugar marcado pode ser escolhido tanto
na bilheteria do complexo como online.
Além de oferecer mais comodidade e
praticidade, o sistema melhora muito a
nossa operação”, diz.
Assim como Cinemark e Kinoplex, outras
grandes redes também operam com lugares marcados, como UCI, PlayArte, entre
outras. Ao oferecer poltronas numeradas,
as salas de cinema realizam campanhas que
direcionam os clientes a buscarem a programação nos sites das redes e, consequentemente, a compra antecipada de ingressos.
Preferência do cliente
A Revista Exibidor fez um teste para cronometrar o tempo que leva comprar um ingresso comum e outro com lugar marcado.
Enquanto o primeiro levou 10 segundos
para ser adquirido, a opção com poltrona
numerada durou 25 segundos. Mas, apesar
O que dizem os fabricantes
Na hora de escolher uma empresa de poltronas numeradas, os exibidores têm
muitas opções: número bordado no encosto ou placas pregadas nos assentos, nos braços das poltronas, no próprio carpete ou ainda em formas luminosas nos corredores ou nos porta-copos.
Segundo José Carlos Kreling, gerente comercial da Kastrup, no que diz respeito à numeração, não há um modelo favorito. “Cada rede escolhe o que
melhor lhe convém. Nos painéis localizados nos corredores, a identificação
alfabética é feita em placas de alumínio ou acrílico com tinta fosforescente ou
normal. Já a identificação apenas numérica, em sua grande maioria, é fixada
na borda frontal do assento. Também costumamos fornecer a pedido do cliente, a numeração bordada na face superior do encosto. Porém, essa não é
uma recomendação porque caso ocorra uma necessidade de substituição do
encosto, a assistência torna-se mais difícil porque a mesma numeração deverá
ser mantida”, explica Kreling.
Francisco da Silva, presidente da Santa Clara Poltronas, ressalta que, independentemente da forma de numerar, qualquer modelo se adapta aos exibidores,
tanto para poltronas normais quanto para VIP. “Certamente, surgirão outras
formas de fazer esta numeração com mais eficiência, porém esta prática não
deixará mais de existir. O público não vai mais abrir mão do serviço”, acredita.
De acordo com a Estofatec, normalmente, a numeração de uma poltrona está no
alto do encosto, já a marcação das fileiras devem estar nas suas laterais. “A procura por assentos numerados vem crescendo proporcionalmente às exigências
dos consumidores com relação ao conforto e à praticidade na hora da compra
dos seus bilhetes”, ressalta José Castan, diretor comercial da Estofatec.
©Divulgação
Poltronas Kastrup instaladas no Kinoplex Vila Olímpia
29 Exibidor, outubro-2013
infraestrutura
da demora, o público ainda prefere
o assento marcado.“Antes, eu
ficava na fila da bilheteria e
já tinha de ir para a fila
da entrada, senão
não conseguia
NO PORTA-COPOS
um lugar bom.
Agora não, só
pego uma
fila para
Onde colocar
a numeração?
NÚMERO BORDADO NO
ASSENTO OU PLACAS
comprar
um ingresso
e volto na hora
do filme começar, garantindo
meu assento. Quando
não quero pegar fila na
bilheteria, compro pela internet”, conta a professora Jaqueline
Mendonça, 31 anos, de São Paulo.
Maricy Leal, da Cinemark, destaca
que, ao estimular a venda pela internet,
a fila na bilheteria diminui e o tempo
para escolher um assento já não é mais
um problema. “O maior desafio é iniciar a operação com poltronas marcadas em locais onde o cliente não está
habituado. O tempo de atendimento na
bilheteria acaba sendo um pouco superior, mas após o período de adaptação,
tudo se acomoda e os clientes acabam
se acostumando com o novo sistema e
aprovam”, afirma.
30 Exibidor, outubro-2013
longe da minha namorada caso
quiséssemos mesmo ver um
filme. Isso acontecia
com lançamentos que
acabavam de chegar ao cinema e
as filas eram
enormes.
Senão quiséssemos
sentar
longe, o
jeito era
voltar
PLACAS NOS BRAÇOS DAS
outro
dia.
POLTRONAS OU NAS LATERAIS
Agora
que as
redes
começaram
a trazer esse
serviço para
SINALIZAÇÃO LUMINOSA NO
CARPETE OU NO CORREDOR
Recife, não
vamos mais ao
cinema sem lugar
marcado. Só compro
pela internet”, ressalta.
NÚMERO BORDADO
NO ENCOSTO OU PLACAS
A publicitária Mayara Camargo, 26
anos, de São Paulo, não abre mão dos
assentos marcados. “Eu deixava de ir ao
cinema quando chegava à bilheteria e
via o tamanho da fila. Se quisesse mesmo ver um filme, tinha de chegar meia
hora antes. Com as vagas numeradas,
tenho ido muito mais ao cinema agora.”
Já o advogado Matheus Lopes, 35 anos,
de Recife, também é a favor das poltronas numeradas. “Era muito ruim
chegar em cima da hora e ter de sentar
Os exibidores não apontam desvantagens em ter um formato numerado de
lugares, mesmo que algumas poltronas
não sejam preenchidas, principalmente
as da frente. Patricia Cotta, da Kinoplex,
explica o por que: “Vemos apenas vantagens para nós e para os clientes. Na verdade, quando projetamos a sala, já nos
preocupamos em não ter lugares onde
a visibilidade seja comprometida. Em
qualquer assento, garantimos a visão total da tela. E comprando antes o assento
marcado, o cliente pode escolher o lugar
que mais lhe agrada, o que varia muito
de um cliente para o outro.”
PP
sta clara
capa
Por: Natalí Alencar
m janeiro de 2012, a 4ª Edição da Revista Exibidor publicou
um Guia com 50 dicas para Bombonières (Leia a matéria no
link: tonk.es/50dicasbomboniere). Passado pouco mais de um ano,
um questionamento ainda permanece: Afinal, qual o problema das bombonières? E porque os clientes reclamam tanto?
Como resolver esta situação que, aos olhos do consumidor, não
tem mais solução?
E tem reclamação “para dar e vender”, filas, preços abusivos, demora no atendimento, falta de qualidade no atendimento, falta
de produtos, má qualidade nos produtos servidos, formas de pagamento não aceitas e uma infinidade de ocorrências. (Veja na
página 39 um quadro com as principais reclamações).
Para entender o problema e encontrar soluções, a Revista Exibidor ouviu clientes e exibidores. Alguns destes preferiram não
participar da matéria, certos de que não têm muitas reclamações,
no entanto, outros, cientes do problema, admitiram as falhas e explicaram suas estratégias para reverter os índices de reclamações.
As filas são as campeãs. “Com relação à bombonière, a maior reclamação é fila. E em seguida, demora no tempo de atendimento
e qualidade de determinado produto: refrigerante sem gás, produto sem qualidade de sabor, como o pão de queijo e o cachorro
quente”, conta Paulo Rego, diretor de operações da Cinemark.
capa
“A maior parte das reclamações é por
causa das filas”, expõe Miriam Lima, da
Arcoplex/Arco-Íris”.
O ideal
*Cliente sai de casa com ingresso e
cupom para retirar os produtos no snack
bar ou tem a opção de comprar e se servir
sozinho no cinema;
*Poucos atendentes in loco, estes
mais treinados, preparados e melhor
remunerados para atender o cliente.
Já na Cinesystem, o foco das reclamações
está no atendimento. “Recebemos poucas
reclamações sobre a bombonière, nenhuma sobre a qualidade dos produtos. As
que geralmente recebemos são com relação ao atendimento e preço”, conta a coordenadora de produtos, Mariana Costa.
Todo esse cenário nebuloso das bombonières parece ser algo vivido pelo país inteiro, especialmente no segmento do varejo, conforme ressalta Paulo Rego: “Isso
está relacionado ao segmento de varejo
no geral. A qualidade da mão de obra
piorou, tanto do varejo tradicional, como
redes de fast food ou entretenimento”.
Concorda com ele Miriam Lima: “Atualmente o mercado em geral (comercio/
indústria/ serviços) passa por um problema de mão de obra escassa, e o que tem,
você não consegue reter. Portanto, a rotatividade é muito grande, o que dificulta
o treinamento, pois agilidade e destreza
no atendimento são essenciais e você só
consegue isso com muito treino”.
Ela completa dizendo que o atendimento
caiu, devido a oferta grande de vagas de
trabalho em geral, o que acaba competindo com a atividade cinema, e isso gerou
uma rotatividade maior ainda e também
uma falta de mão de obra.
Luciano Martins, gerente de operações
e bombonière da Kinoplex, pondera: “O
país está com crescimento de consumo
muito acelerado e permite acesso de outras classes econômicas a lazer e entretenimento, gerando uma grande oferta de
empregos. E, sabemos que os horários de
trabalhos nos cinemas (sessões de final de
semana, feriados, meia-noite) exigem um
grande comprometimento e disponibilidade, o que é um outro fator que dificulta a retenção dos bons profissionais. Ou
seja, fidelizar, reter a equipe que já está
capacitada e em consonância com os valores da empresa não é fácil”.
Atendentes
Do ponto de vista dos atendentes, a rotatividade dos funcionários é explicada pelo
salário baixo e falta de um plano de carreira,
é o que disse um funcionário de um cinema
na capital paulista. “Somos mal remunerados e muito pressionados. Se encontramos
uma oferta de emprego com salário melhor
e com melhores condições, mudamos”, disse ao reclamar das condições de trabalho e
da falta de oportunidades em crescer e alcançar outros cargos melhor remunerados
dentro da própria empresa.
Hoje, um atendente de cinema deve ter
não só um perfil de atendimento, mas
também de vendas e relacionamento. Tarefa difícil para os departamentos de RH.
Cinemark Vila Vale, em Taubaté
36 Exibidor, outubro-2013
©Divulgação
De acordo com a Cinemark, uma das tarefas na melhora do atendimento é apos-
tar na área de RH. “Estamos tentando
melhorar e deixar o processo mais regionalizado, com a participação da nossa área
de Recursos Humanos para que o gestor
da loja selecione junto com o nosso RH os
candidatos para trabalhar nessa área. Assim, espera-se que o candidato escolhido
realmente tenha esse perfil de atendimento e seja mais fácil treinar e capacitar na
parte técnica e operacional”, conta Paulo.
Como gerenciar uma reclamação
Mais do que ser ouvido, o cliente quer
um retorno e até mesmo uma solução
para o problema relatado. Gerenciar as
reclamações é algo que deve ser feito com
cuidado e responsabilidade.
“O cliente normalmente reclama pelo
fale conosco do nosso site ou em alguns
casos vai até o SAC do próprio shopping.
Essas reclamações são encaminhadas
para a gerência do cinema onde ocorreu o
problema, aos cuidados do gerente geral
de operações. Ele recebe essa reclamação
e entra em contato com o cliente, escuta
e transmite essa informação ao escritório que vai reciclar e melhorar a operação”, conta Paulo Rego, da Cinemark.
Ele explica ainda que há um profissional
dedicado para fazer o acompanhamento
dessa reclamação e follow up.
Em redes pequenas, há casos onde os
próprios diretores respondem às reclamações. Com isso, o consumidor se sente
mais valorizado e a diretoria pode acompanhar de perto o relacionamento com
os clientes, é o caso da GNC Cinemas.
“O cliente manda sua pergunta, sugestão
ou reclamação, e estas são passadas aos
diretores, e respondidas ao cliente dentro
de 48hs”, revela a coordenadora de mar-keting, Marjorie Galli.
Outras Soluções
Como visto, mesmo diante de tantas dificuldades, o problema das bombonières
tem solução. Além das ações já citadas,
há outras mais específicas.
Pesquisa nas capitais
A Revista Exibidor realizou uma pesquisa em algumas salas Brasil afora. Feita aleatoriamente em qualquer cinema de algumas capitais, o cliente “oculto” foi orientado a
responder uma pesquisa após passar pela bombonière, tendo pedido no mínimo uma
pipoca e um refrigerante. Veja abaixo a diversidade de situações encontradas, independente da região. Mesmo assim, uma visita a um cinema aleatório não tem poder de
generalizar uma cidade inteira. Mas, prova que o problema é nacional.
Em apenas uma, das cinco salas visitadas foi ofertado outro produto no
momento da compra, o que demonstra
não ser uma prática dos atendentes.
O tempo de atendimento variou entre
cinco e dez minutos, já o tempo de es-
pera na fila chegou a 25 minutos, exceto
em duas salas onde o cliente deu sorte e
foi o único a ser atendido no momento.
estaque para a limpeza e qualidade do
D
atendimento, ambos elogiados, apesar
de alguns deslizes, como erros no pedido e excesso de pipoca no balcão.
Veja a pesquisa completa na página 40.
37 Exibidor, outubro-2013
capa
A Cinemark aposta em duas frentes, na
compra antecipada de ingresso com alimentos e bebidas pela internet ou no
posto de autoatendimento; e na venda dos
produtos na bilheteria. “Permitindo que o
cliente compre na internet ou no ATM
o seu combo, já elimina o tempo que ele
gastaria no snack bar. A outra iniciativa é a
venda do snack bar na bilheteria, o cliente
já tem a possibilidade de junto com o ingresso, comprar o combo. Noss finais de
semana e feriado, temos um caixa exclusivo onde ele só precisa entrar na fila para
retirar o que comprou na bilheteria”, relata
Paulo Rego, da Cinemark.
Não só o atendimento precisa de melhoras, mas os processos que o antecedem,
como o preparo dos alimentos, é o que sugere Paulo: “Outro caminho que estamos
explorando para ter satisfação do cliente é
com relação à definição do mix de venda,
dos produtos, da forma de preparo e apresentação. Junto com o departamento de
alimentos e bebidas da empresa, buscamos
desenvolver produtos que sejam de fácil
preparo ou que tenha tempo de preparo
reduzido ou que seja operacionalmente
mais fácil de ser montado e entregue ao
cliente em menos tempo”.
A Cinesystem aposta em treinamento
constante dos funcionários e apresenta aos
clientes o diferencial do autosserviço. “Para
amenizar o problema, nossos funcionários
rodam nas funções várias vezes na semana
para que todos saibam todas as áreas, assim
quando acontece de faltar um, temos outro
que conheça a área e poderá atender nossos
clientes com a mesma qualidade”, explica
Mariana Costa, da Cinesystem.
Ela continua: “Já sobre as filas, temos um
diferencial perante a concorrência que
é o modelo autosserviço de bombonière. Com o objetivo de diminuir as filas e
atender mais rapidamente nossos clientes,
trabalhamos com o sistema de autosserviço onde temos ao longo do balcão vários
pontos com estufas e máquinas de refri©Divulgação
Cinesystem Hortolândia
38 Exibidor, outubro-2013
gerante para que os clientes possam escolher e pegar os produtos desejados. Dessa
forma ele não precisa ficar na fila e não
depende de um atendente para se servir”.
Crescimento
Que a bombonière é a “menina dos olhos”
dos cinemas, isso ninguém tem dúvidas.
“As bombonières são fundamentais para
complementar a atividade de exibição.
Além de serem lucrativas, nos permitem
oferecer um pacote completo na hora
da diversão”, salienta Mariana Costa,
coordenadora de produtos da Cinesystem.
Em média, perde-se 15% em faturamento com a desistência dos clientes quando
há filas na bombonière, conforme conta
a Kinoplex. “Trabalhamos para mudar
esse cenário, aumentando a qualidade do
atendimento. Para nós, é fundamental
que os clientes sejam atendidos de forma
rápida, simples e cordial. Queremos que
eles saiam de nossos cinemas satisfeitos”,
informa Luciano Martins, gerente de
operações e bombonière da Kinoplex.
Segundo a Cinemark, apenas 40% do
público que frequenta cinema passa na
bombonière e ainda há muito espaço
para crescer. “Com certeza, essa incidência se comparada com EUA, México ou
outros países com uma indústria mais
desenvolvida em snack ainda é baixa. Tem
potencial para chegar em 60%, então tem
um caminho a percorrer para criar esse
hábito de consumo. Se a gente mudar o
hábito de consumo e ao mesmo tempo
melhorar a operação e o serviço, temos
condição de chegar a esse patamar de
60% de incidência na bombonière”, conclui Paulo Rego, da Cinemark.
Alerta vermelho: Reclamações de A a Z
A Revista Exibidor fez um levantamento dos problemas relatados pelos
clientes em sites de reclamações. Veja os principais casos e avalie se o
seu cinema não comete os mesmos erros. Aproveite para discutir com os
funcionários e redefinir sua estratégia de atendimento.
Ausência de gerente para atender as
reclamações dos clientes;
Brindes que acabam e não há aviso de
poucas unidades;
Caixas abertos sem funcionários para
atender;
Já acabou a pipoca (falta de produtos em
horários com grande circulação de clientes);
Levantou no meio do filme para buscar
bebida, porque a pipoca estava muito
salgada;
Mesmo atendente recebe o dinheiro e
serve a pipoca;
Sem atendimento. Bombonière fechada;
Despreparo dos atendentes em conduzir
situações problemáticas;
Espera abusiva nas filas;
Falta de treinamento dos atendentes (não
sabem informar corretamente preço e
combos);
Guichês preferenciais sem sinalização;
Higiene precária do local, sujeira no hall e
no balcão;
Informação incorreta ou falta de atenção
ao atender a solicitação do cliente;
Não aceitou cartões de crédito ou
reclamou em dar troco quando cliente
comprou em dinheiro;
Ouviu a reclamação, mas não passou
adiante e cliente ficou sem retorno;
Preços abusivos. Produtos tabelados que
tem preços muito acima do cobrado pelo
mercado;
Queria um produto diferenciado e não
encontrou;
Refrigerante aguado, com muito gelo;
Teve que desistir da compra, pois filme já
ia começar;
Uma promoção anunciada, porém não
disponível;
Várias filas, divididas entre compra e
retirada, porém sem sinalização;
Xô mal humor. Atendimento ruim e falta de
cortesia com o cliente;
Zum zum zum dos funcionários, risadas
e conversas paralelas atrapalhando o
atendimento;
39 Exibidor, outubro-2013
capa
Pesquisa nas capitais
Perguntas
Atendimento
Produtos
Limpeza
Curitiba
Fortaleza
Porto Alegre
Rio de Janeiro
São Paulo
Qualidade do atendimento
Ótimo
Bom
Regular
Bom
Bom
Tempo de espera na fila
Nenhum
15 min
25 min
2 min
Nenhum
Comentários
Único cliente no
momento da compra
Deveria ter mais filas
devido ao grande fluxo
de pessoas
Havia várias filas,
porém alguns caixas
fechados
Atendente trouxe
pipoca doce ao invés
de salgada
Atendimento muito
rápido - “fast food”
Ofereceu outros produtos?
Sim
Não
Não
Não
Não
Tempo de atendimento
5 min
10 min
6 min
8 min
2 min
Comentários
Atendente prestativa e
atenciosa
x
Atendente achou ruim
quando o produto foi
pago com uma nota de
R$ 50,00.
Como a demanda
era pouca, atendentes
ficavam conversando
e rindo alto
x
Produtos do cardápio estavam
disponíveis?
Não havia menus no
balcão
Sim
Sim
Telões com
informações dos
produtos estavam
desligados
x
Pipoca estava quente?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Refrigerante fresco e com sabor?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Comentários
Refrigerante com
excesso de gelo
x
x
x
Opção de sal em
sache
Balcão de atendimento estava
limpo?
Sim
Sim
Não, algumas pipocas
caídas sobre o balcão
Sim
Sim
A bombonière estava limpa?
Sim
Sim
Sim, mas com pipocas
caídas no balcão e
no chão
Sim
Sim
Há opções para o cliente?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Valor excessivo para
uma pipoca média e
refrigerante grande
Muito tempo de
espera na fila.
Muito tempo de
espera na fila.
x
x
Pagamento
Observações
40 Exibidor, outubro-2013
BEM-VINDO A UM
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FILMES EM DOLBY ATMOS
GrAvIDADE
PP
dolby
O hOBBIT:
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DE SMAuG
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internacional
Um canal para
o mundo
P or : J anaina P ereira ,
de
V eneza
Festival de Cinema de Veneza abre espaço para compra e venda de filmes com a
segunda edição do evento paralelo Venice Film Market
O
Festival Internacional de Cinema de Veneza completou 70 anos em sua edição
realizada de 28 de agosto a 7 de setembro. Pelo segundo ano consecutivo, o
Festival cinematográfico mais antigo do mundo realizou o Venice Film Market
(VFM), evento que reúne produtores, distribuidores e exibidores. Realizado de
29 de agosto a 3 de setembro, no Hotel Excelsior, localizado no Lido de Veneza, o VFM tem
como objetivo, além de oportunidades de networking, vender e exibir os filmes (já finalizados
ou em produção) para mercados dentro e fora da Europa.
A venda de filmes em Festivais de Cinema não é uma novidade. O Festival de Toronto,
que acontece quase simultaneamente a Veneza, tem na comercialização das produções para
exibidores e distribuidoras a sua principal atração. Veneza chegou um pouco atrasada a essa
‘feira de negócios’ cinematográfica, mas tem se saído bem.
42 Exibidor, outubro-2013
ivu
lga
ção
©D
A Revista Exibidor esteve presente a esta
segunda edição do Venice Film Market, e
apurou as novidades do mercado de exibição e distribuição internacional. “Este ano
tivemos 1.600 participantes de mais de 60
países”, disse Pascal Diot, diretor do evento.
A primeira edição do VFM, em 2012,
teve um total de 1.200 participantes,
entre exibidores, distribuidores, agentes
de vendas mundiais e produtores. O aumento dos participantes é o resultado de
várias iniciativas realizadas por parte da
organização do evento, como revela Diot.
“Dobramos o número de estandes este ano,
e os países puderam trazer seus filmes para
serem apresentados ao mercado internacional. Assim, os exibidores estrangeiros tiveram contato direto com distribuidoras locais, podendo fazer negócio diretamente”.
Para Diot, o contato direto de exibidores
com as distribuidoras e produtoras muda
as negociações na hora de vender um
filme. “Minha estratégia é que o Venice
Film Market torne-se um local de negócios. A abordagem é que os representantes da indústria podem não só vender e
comprar filmes, mas também ter tempo
para discutir novos projetos. Nosso objetivo não é se tornar um mercado como
o do Festival de Cannes, com centenas
de estandes. Este mercado está realmente focado em networking e reuniões, além
de painéis e debates que ajudam o exibidor a visualizar as mudanças nas salas de
cinema de todo o mundo”.
Ele esclarece que a visão dos profissionais
de cinema é de que Veneza seria uma cidade cara demais para eles viajarem em
busca de negócios, e essa mentalidade
precisa mudar. “Os representantes da
indústria precisam saber que Veneza é o
lugar em que eles são capazes de ter longas conversas com pessoas com as quais
eles normalmente só falam ao telefone
ou estão em contato pelo e-mail. Isso é
algo que estamos trabalhando. Também
é importante dizer que queremos que
os exibidores do mundo inteiro participem do Venice Film Market para poder
conhecer o que se passa nos cinemas de
outros países. O VFM é um evento para
a indústria de cinema, e isso inclui os exibidores”, disse Diot, acrescentando que
dos participantes deste ano pelo menos
250 eram exibidores internacionais.
©Divulgação
Desses números, a maior parte são exibidores de pequenas redes de cinema, ou mesmo
independentes. Michelle Loranto, dono de
cinemas independentes por várias cidades
italianas, elogiou a iniciativa do Festival de
Veneza em pensar além dos filmes que participam da seleção oficial do evento.
“O que passa pelo tapete vermelho nem
sempre chega a alguns lugares do mundo.
Por isso estar aqui significa ver o que acontece no Festival, saber as novidades do mercado, e também manter contato com outros
exibidores e distribuidoras que nem sempre
temos acesso”, comentou Loranto.
Como no ano passado, duas consultoras
ajudam os participantes a se comunicar
durante o VFM: Sarah Calderon, responsável pelas vendas internacionais e
marketing, e Alexandra Lebret, encarregada da produção e coprodução internacional. “Nossa função é dar conselhos
e organizar encontros entre participantes
que não se conhecem, para permitir que
essas pessoas possam trocar informações
e, quem sabe, já fecharem negócio aqui
mesmo”, revela Sarah.
O Brasil no VFM
O “Programa Cinema do Brasil”, que promove internacionalmente filmes brasileiros com o objetivo de ampliar a participação do audiovisual nacional no exterior,
também participou do Festival Internacional de Cinema de Veneza, com um estande dentro do Venice Film Market.
Com um destaque especial na edição
deste ano – a coprodução Brasil/França
Amazônia foi o filme de encerramento
do Festival – o cinema brasileiro tam-
Paolo Baratta (presidente do Festival de
Veneza) e Pascal Diot (diretor do evento)
43 Exibidor, outubro-2013
internacional
©Divulgação
©Divulgação
Diretor Thierry Ragobert e o roteirista Luiz
Bolognesi, ambos da co-produção “Amazônia”
bém teve cinco filmes exibidos na Digital
Video Library: Astro (Elo Company),
Cores (Kinoosfera Filmes), A Memória
Que Me Contam (Taiga Filmes), Somos Tão Jovens (Elo Company) e Super
Nada (Confeitaria de Cinema). Além disso, no estande nacional foram realizados
encontros dos nossos profissionais do setor com participantes internacionais.
“O Venice Film Market, em sua segunda
edição e em plena fase de ampliação, tornou-se uma ótima oportunidade para apresentação de filmes e realização de negócios
ao reunir produtores, distribuidores, agentes de vendas e representantes de fundos de
fomento e festivais”, afirma André Sturm,
presidente do “Cinema do Brasil”.
Ele também comemora a exibição da coprodução brasileira Amazônia no encerramento do Festival, reconhecidamente
uma das principais vitrines do cinema
internacional. Parceria entre a produtora
brasileira Gullane e a produtora francesa Biloba, o filme é dirigido pelo francês
Thierry Ragobert e tem, entre os roteiristas, o brasileiro Luiz Bolognesi (Uma
História de Amor e Fúria). A edição de 2013 do Festival de Veneza foi
a primeira em que o “Cinema do Brasil”
manteve um estande no Venice Film Mar-ket para divulgação de filmes brasileiros e
ponto de encontro entre os profissionais do
44 Exibidor, outubro-2013
cinema nacional e possíveis parceiros internacionais. O estande ficou instalado no
primeiro andar do Hotel Excelsior e sediou
um dos coquetéis do mercado.
O objetivo do “Cinema do Brasil” é fortalecer e ampliar a participação do audiovisual
brasileiro no mercado internacional, oferecendo às empresas associadas apoio logístico e estratégico para que possam realizar
coproduções e abrir mercados para a distribuição da sua produção, valorizando assim
a imagem da indústria cinematográfica nacional no exterior. O Programa tem como
principal parceira a Apex-Brasil (Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos), que participa da elaboração das estratégias e sua operacionalização,
além de oferecer suporte financeiro aos
projetos. O “Cinema do Brasil” conta também com o apoio da ANCINE (Agência
Nacional do Cinema) e do Ministério das
Relações Exteriores (MRE).
O exibidor e os festivais
internacionais
Para Jean Thomas Bernardini, diretor
da Imovision - distribuidora do filme
Amazônia, e que também participou do
Festival de Veneza com May in the Summer, de Cherien Dabis - em geral a participação das distribuidoras em festivais
internacionais ajuda na negociação com
os exibidores para lançamento dos filmes.
“Facilita por causa da repercussão que
isso traz, em jornais, TV, internet. E,
como em geral, têm jornalistas brasileiros
cobrindo os Festivais, sempre saem no-
tícias, entrevistas, e o filme torna-se “conhecido” antes de chegar ao Brasil”.
Para Bernardini, a relação entre distri-
buidora e exibidores quando está sendo
comercializado um filme que passou em
festival (ganhando prêmio ou não), em
geral muda pouco ou até nada. “No caso
de participar de um Festival de primei-
ra linha como Cannes, Berlim e Veneza
ajuda sim, mas muda mesmo se o filme
ganhar o prêmio principal”.
Já para Wilson Feitosa, diretor da Europa
Filmes - distribuidora do longa Joe, de
David Gordon Green, um dos concorren-
tes da Mostra Competitiva do Festival de
Veneza - filmes que participam de festivais
internacionais importantes como Veneza,
Cannes e Berlim podem despertar um
maior interesse por parte do exibidor. Po-
rém, ele acredita que tudo vai depender da
importância do festival e da categoria em
que o filme foi selecionado.
“Se um filme é selecionado para concorrer em Cannes obviamente ele terá um
maior interesse do exibidor, mas caso seja
um festival sem muita importância não
vai fazer muita diferença”, conclui.
PP
doremi
arquitetura
Construindo o futuro:
Tendências de
arquitetura e design
para cinemas
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Formas geométricas, cores vibrantes
e apostas em materiais diferenciados
guiam os próximos passos na
construção dos cinemas
Cineco City Centre (Manama Bahrein)
46 Exibidor, outubro-2013
S
abe aquela história de que a primeira impressão é a que fica?
Pois é, será que o exibidor pensa
nisso ao construir seu cinema?
O cinema é um espaço que proporciona,
por si só, mais liberdade e criatividade em
novas apostas e propostas de arquitetura e
design. Trabalhar com cores fortes, novos
formatos e conceitos diferenciados, pode
ser o começo para dar ao cinema uma
imagem marcante e personalizada.
E por mais que eles evoluam, - as poltronas aumentaram de tamanho e o espaço
entre elas também - sempre há maneiras
de inovar na arquitetura. Afinal, talvez
você pense que as possibilidades se esgotaram com as salas VIP e tecnologia 3D,
mas, segundo especialistas internacionais, ainda há muito para explorar.
De acordo com o painel apresentado na
última CinemaCon sobre as tendências
nessa área, em abril deste ano (Designing
the Future of Exhibition – Desenhando o
Futuro da Exibição, em tradução livre), o
que vai guiar a arquitetura e o design dos
cinemas são quatro pilares: Tecnologia
(som 3D, projeção a laser); Demanda dos
consumidores; Aumentar o contato social;
e Atender às expectativas dos clientes. Foi
o que afirmou o moderador do seminário
Mike Cummings, da TK Architects.
Interatividade e customização parecem
também ser palavras de ordem. Acrescenta Harold Smith, da Mesbur + Smith
Architects, que novas cores, materiais e
formas, pensando nos hábitos locais e nas
necessidades de cada região podem ser
boas apostas. A Mesbur + Smith Architects já desenhou projetos para 35 países.
“Criamos uma arquitetura dinâmica e
interessante utilizando cuidadosamente
cores, materiais e formas”, informa Smith, ao citar a importância de destacar os
diferenciais do complexo, por exemplo,
uma sala IMAX deve receber tratamento
diferenciado e deve “saltar” aos olhos do
cliente. Não só a IMAX, mas qualquer
sala que represente diferencial tecnológico ou de infraestrutura.
Theodore T.Y. Kim, da CGV (Cinema
Innovation Advisor), provoca um importante questionamento: “Por que deixar o
conforto e a tecnologia de casa para ir ao
cinema?”. Segundo ele, o cinema perde
público e pode até fechar salas se não se
adaptar às novas tecnologias e se reinventar. “Acreditamos que a experiência de ir
ao cinema pode mudar”, disse.
Novas Cores, formatos e materiais
© Fotos Divulgação / Mesbur + Smith
Da esquerda para a direita: Cineco City Centre (Manama – Bahrein), Mega Star Vincom Centre (Hanói – Vietnã), Cinemex WTC (Cidade do
México – México) e Metro Park (Baku – Azerbaijão)
47 Exibidor, outubro-2013
arquitetura
Para ele, é preciso pensar além do cinema, buscar as múltiplas possibilidades
que este negócio permite, criar o hábito no cliente de consumir os produtos
e porque não, até jantar no cinema. “O
Entretenimento deixou de ser passivo e
passou a ser ativo”, enfatiza.
Na CinemaCon, Kim apresentou o conceito do Cultureplex, no qual em um único local é possível ter diversão e entretenimento
associados ao cinema. O projeto, adaptado
a um prédio de 13 andares em Seul (Coreia do Sul), tem em cada andar uma opção diferenciada (Espaço Café, Danceteria,
Espaço de compras, Cinema com experiência imersiva, Bilheteria, Salas VIP, Sala
com poltronas para casais e a 4D - com
sensações de chuva, odor, tremor na cadeira). “Cada andar representa um estilo e um
comportamento diferenciado”, esclarece.
E o que dizer de jantar dentro do cinema
ou assistir filmes num ambiente que mais
parece um bar do que um cinema? E que
tal ter mais intimidade e privacidade?
(Veja ao lado outros conceitos).
Projetos no Brasil
Se você acha que só há espaço para cores
e mais cores, está enganado. O conceito
“clean” e minimalista também é uma ótima dica. O Cinépolis JK Iguatemi (São
Paulo – SP) é assim, clássico, porém de
muito bom gosto. Ele chamou a atenção
na apresentação de Alejandro Ramírez
no painel da CinemaCon.
“Quando a rede Cinemark chegou ao
Brasil, os projetos desenvolvidos para nos-
2
48 Exibidor, outubro-2013
so país seguiam os padrões de
acabamentos definidos pela
matriz, bastante coloridos.
Com o passar do tempo, passamos a adotar menos cores
nos acabamentos, uma tendência brasileira. Nos projetos
de revestimentos e mobiliário
buscam-se formas orgânicas”,
conta a arquiteta Thais Milani,
da FMC Arquitetura, responsável pelos últimos projetos da
Cinemark, incluindo a mais
recente no Shopping Metrô
Tucuruvi.
Ela explica os projetos com
luminotecnia e a tendência
1
Tudo novo de novo
Jack Muffoletto, da TK Architects comenta possibilidades para pensar o design e arquitetura do cinema. Acompanhe as imagens numeradas dos projetos.
1. Ar livre
Muffoletto também destaca a possibilidade do cinema ao ar livre, principalmente num país tropical como Brasil. “O
cinema ao ar livre não só oferece uma outra experiência, mas serve de propaganda para aqueles que vão passar
na rua e ver. Os clientes vão querer fazer parte disso e vão pagar um valor alto para dizer que assistiram um filme
embaixo das estrelas”, brinca.
2. Quem manda é o cliente
O cliente compra o que quer, faz seu pedido e retira, tudo automatizado e no mesmo espaço integrado. No Brasil,
iniciativa similar é feita pela Cinesystem com o nome de autosserviço.
3. Jantar no cinema
Segundo a TK Architetcs, isso é possível. Basta propor espaços com disposição de cadeiras e mesas misturadas às
poltronas do cinema, ou ainda mesas para apoiar os alimentos. “O futuro da Exibição vai além dos auditórios tradicionais.
Os exibidores podem expandir suas receitas com um reforço nos produtos e bebidas. Há muitas maneiras de desenhar o
auditório e atender as necessidades dos clientes”, argumenta Jack Muffoletto, da TK Architects.
4. Poltronas ainda mais confortáveis e privativas (a dois)
A opção de assistir um filme ao lado de alguém especial já é possível com as braçadeiras móveis, mas os
arquitetos já propõem novas alternativas, como por exemplo, um espaço VIP dentro do cinema para o cliente e seu
acompanhante com mais privacidade, intimidade e conforto para o casal. O cliente certamente pagará mais por isso.
5. Estou mesmo num cinema?
Espaços diversos no mesmo local. A tradicional disposição de poltronas no formato “stadium” cede lugar para
disposições mais flexíveis com mesas, cadeiras, balcões, no estilo de um bar ou restaurante. Exibições de shows, jogos e
óperas podem ser ótimas ocasiões para aproveitar espaços assim, ideais também para aniversários e “happy hours”.
© Imagens Divulgação / TK Architects
de diminuição dos complexos. “Uma es-
pecial atenção tem sido dada aos projetos de luminotecnia no qual atualmente
temos especificado somente luminárias
com lâmpadas LED”, explica. “Os no-
vos complexos, tendem a ter menos salas
(até seis) e cada sala atenderá, em geral,
a um público menor (por volta de 150 a
200 pessoas)”, completa.
A Metro Arquitetos é responsável pela
remodelação de nove cinemas do Es-
ma Gustavo Cedroni, um dos sócios do
Metro Arquitetos.
paço Itaú de Cinemas. O projeto se
pautou pela criação de um sistema de
intervenção que conferiu unidade entre
os cinemas, transmitindo a experiência
da marca Itaú e o universo da sétima-arte de forma contemporânea. “Um
dos principais pontos comuns às nove
unidades são os painéis em chapa perfurada que recriam cenas inesquecíveis
do cinema, uma referência à ideia de
pixel, uma vez que os projetores atuais
são digitais e não mais película”, afir-
Outro ponto importante e comum a todas as salas é um espaço de convivência
nos foyers, uma grande mesa comunitária onde as pessoas poderão se encontrar, acessar internet, ler e tomar café antes das sessões. “Outra prerrogativa era
tratar o cinema como espaço público,
garantindo fluxos claros e desimpedidos. Também organizamos a exposição
de material promocional para reduzir a
poluição visual”, diz Cedroni.
Cinema é Diversão
“Cinema é Entretenimento, então deixe a diversão começar”, assim Eranna
Yekbote, da ERA Architec, justificou
porque é preciso inovar e apostar em
novas escolhas e possibilidades. Para
ele, se há diversas opções de cores,
porque escolher apenas uma. Ainda há
muito para explorar. E o exibidor? Já
pensou nisso?
3
Curiosidade
O arquiteto Karim Hassayoune venceu um
concurso internacional proposto para criar espaços
temporários que seriam o símbolo da Copa. Seu
projeto contempla a ideia de um cinema ao ar livre
nos arcos da Lapa (Rio de Janeiro – RJ). Leia em:
tonk.es/arquitetura.
4
5
49 Exibidor, outubro-2013
PP
imagem 1
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imagem 2
prêmio ED
Prêmio ED 2013
será realizado
em novo formato
2 013
P or : L eonardo F ormagin
6ª edição do evento terá mudanças de local e programação
C
hegar ao final de uma trilogia é bastante animador,
ainda mais quando as edições anteriores atingiram
tantas expectativas e agradaram os candidatos de
uma maneira única. O grande diferencial em 2013 é
chegar ao sexto episódio com a mesma credibilidade e a garantia
de um evento ainda maior. Assim será na abertura da 6ª edição
do Prêmio ED, realizada no dia 12 de dezembro em local ainda
a ser definido até o final de outubro, em São Paulo (SP).
Esta é apenas a primeira mudança do evento deste ano, que
pretende reconhecer e premiar as empresas do setor. Na categoria Exibição, foi criada uma nova separação referente aos
complexos inaugurados. Agora, os prêmios se dividem entre:
“Destaque Complexo Inaugurado na Capital e região Metropolitana” e “Destaque Complexo Inaugurado no Interior”.
Além disso, surge uma nova premiação na categoria Distribuição: “Destaque Surpresa do Ano”. Outra novidade é que o
almoço de confraternização dará início ao encontro de 2013,
52 Exibidor, outubro-2013
criando assim, uma expectativa para a cerimônia de premiação,
que será realizada logo em seguida.
A cada ano, o prêmio se consolida entre o mercado exibidor e distribuidor cinematográfico no Brasil, carregando para si o mesmo
clima de festa e confraternização. A votação eletrônica pelo site
(www.premioed.com.br), que traz grandes nomes que se empenharam durante o ano, será entre 01 de novembro e 06 de dezembro.
Como sempre, o clímax já será percebido durante toda a votação, inclusive no empenho de cada concorrente em querer levar o prêmio para casa. A votação é extremamente sigilosa e a
única detentora dos resultados até o momento da premiação é
a Tonks, responsável pela Revista Exibidor, que assegura uma
votação criptografada e guarda os envelopes em um cofre. Mais um ciclo se fecha para o mercado em 2013 e, com isso,
abre-se espaço para uma nova trilogia, novos personagens e o
mesmo objetivo: premiar os melhores.
LINHA DO TEMPO
2008
A saga do Prêmio ED começou em 2008
contemplando o Unibanco Arteplex em
dois prêmios na categoria Exibição. A
Sony/Disney e a Fox Film levaram dois prêmios cada na categoria Distribuição. A atriz
Luana Piovani recebeu o troféu “Aposta do
Cinema Nacional”, hoje chamado de “Profissional do Cinema Nacional”.
2009
No ano seguinte, foram incluídos os novos
“Destaque Campanha de Lançamento” e
“Destaque Complexo de Cinema Inaugurado”. Unibanco Arteplex venceu duas vezes e o Cinemark levou um prêmio na categoria Exibição. Na categoria Distribuição,
Sony/Disney repetiu o feito do ano passado, com a Fox Film ganhando um troféu e a
Imagem Filmes como seu primeiro prêmio
no “Destaque Programador”. O “Profissional do Cinema Nacional” ficou para o ator
e diretor Daniel Filho.
2010
Em 2010, o Prêmio ED aumentou de proporção ao incorporar sete categorias, além
de privilegiar quatro homenageados. O
grande vencedor em Exibição foi a Cinemark com três troféus; do lado Distribuição, a Fox Film levou quatro prêmios para
casa, e a diretoria-executiva do Festival do
Rio, Walkíria Barbosa, venceu como “Profissional do Cinema Nacional”.
2011
Cinesystem e Cinépolis receberam três
prêmios cada uma, restando apenas um
para a Cinemark. Por outro lado, a Fox
Film venceu na categoria Distribuição e
carregou para casa quatro prêmios. Desta
vez, o “Profissional do Cinema Nacional”
foi dividido em Produção e Direção, ficou
o troféu com Mariza Leão e Fernando
Meirelles, respectivamente.
2012
Independente dos prêmios, o clima de
união marcou o evento do ano passado
com festa e animação para cada vencedor,
deixando troféus para cinco empresas na
categoria Exibição, destaque para Cinépolis e Cinemark, cada uma com dois prêmios. As surpresas do ano vieram com os
três prêmios da Paris Filmes na categoria
Distribuição – até esta edição a empresa
nunca havia ganhado o Prêmio ED – e também, para a homenagem especial a carreira de Eli Jorge Lins de Lima (Seu Eli).
53 Exibidor, outubro-2013
legislação
V ale C ultura
é regulamentado
P or : M arcos A lberto S ant A nna B itelli
F
inalmente o vale cultura foi regulamentado e tem tudo para se
tornar mais uma alavanca para o
entretenimento e para o setor de
exibição. Foi publicada em 06 de setembro
no Diário Oficial da União a Instrução
Normativa 02, do Ministério da Cultura
que estabelece normas e procedimentos
para a gestão do Vale-Cultura, criado pelo
Programa de Cultura do Trabalhador.
A gestão do programa compete Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura
(SEFIC) do Ministério da Cultura.
Empresas operadoras do sistema poderão
se inscrever junto à SEFIC, prestando as
informações constantes do Anexo II do
IN 02, para obtenção do Certificado de
Inscrição no Programa de Cultura do Trabalhador (Anexo III) da mesma, e encaminhando uma lista de documentos para
comprovar a regularidade fiscal da empresa.
Para participarem do Programa de
Cultura do Trabalhador, as empresas
beneficiárias deverão requerer sua inscrição junto à SEFIC, a partir do dia
07.10.2013, por meio do portal virtual
www.cultura.gov.br, pelo qual informarão os dados solicitados no Formulário
de Credenciamento da Empresa Beneficiária (Anexo IV) para obtenção do
Certificado de Inscrição no Programa de
Cultura do Trabalhador (Anexo V).
As empresas beneficiárias, ao se inscreverem, deverão indicar, dentre as empresas
operadoras já cadastradas pelo Ministério da Cultura, aquela a ser contratada
para emitir e gerir os cartões do Vale-Cultura de seus empregados.
acordo com o Relatório de Gestão das
Para participar do Programa de Cultura
do Trabalhador, as empresas recebedoras
deverão estar devidamente habilitadas
junto às empresas operadoras.
O relatório do Anexo VII é assim con-
As empresas recebedoras somente serão
habilitadas pelas empresas operadoras se
exercerem atividade econômica prevista
nos códigos da Classificação Nacional
de Atividades Econômicas (CNAE) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constantes do Anexo VI.
ÇÕES A SEREM FORNECIDAS:
Dentre a lista de produtos e serviços incluídos no Anexo I da norma do vale cultura,
o ingresso de cinema. O anexo IV inclui a
atividade do CNAE 5914 – Exibição cinematográfica como admitida para pedir
habilitação como empresa recebedora.
O formato de arquivo e demais especifica-
Importante anotar que as empresas operadoras deverão enviar ao Ministério da
Cultura, até o décimo dia útil de cada
mês, as informações sobre a utilização
dos cartões pelos usuários nas empresas
recebedoras, organizadas por CPF dos
usuários e por CNPJ das empresas recebedoras, referentes ao mês anterior, de
Portanto, é importante que os exibidores
Empresas Recebedoras (Anexo VII), fa-
cultado ao Ministério da Cultura a solicitação de outras informações que venham
a ser identificadas como necessárias para
aprimorar o monitoramento do processo.
figurado: RELATÓRIO DE GESTÃO
DAS EMPRESAS RECEBEDORAS
DO VALE-CULTURA INFORMANome da Empresa Recebedora; Endereço
da Empresa Recebedora; CNPJ da Em-
presa Recebedora; Código da Atividade
Econômica da Empresa Recebedora;
CPF do Usuário; Valor; Data (D/M/A)/
Horário; Local da Operação.
ções técnicas sobre a forma de fornecimen-
to das informações de que tratam os arts.
17 e 18 desta Instrução Normativa serão
objeto de regulamentação específica a ser
publicada pelo Ministério da Cultura.
agilizem a parte operacional junto às em-
presas operadoras que se habilitarem ao
sistema e ao mesmo tempo, verifiquem
como serão geradas tais informações para
a prestação de contas.
Dessa vez, um trabalho por uma boa causa.
Marcos Alberto Sant Anna Bitelli | [email protected]
Mestre em Direito pela PUC-SP, Coordenador do Curso Comunicação e Direito do Instituto Internacional de Ciências Sociais, Professor dos
Cursos de Pós-Graduação em Direito do COGEAE-PUC, Escola Superior da Advocacia da OAB-SP, especialista em Direito do Entretenimento, Autor de vários livros, consultor jurídico do Sindicato das Empresas Exibidoras do Estado de São Paulo, sócio de Bitelli Advogados.
54 Exibidor, outubro-2013
PP
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Filme
25/10/2013
01/11/2013
22/11/2013
Distribuidora
Roger Christian
Christian Slater, Brendan Fehr, Amy Matysio, Michael
Therriault, Mark D. Claxton, Ryland Alexander,
Lyndon Bray
H2O
O Casamento de Gorete
Paulo Vespúcio
Garcia
Rodrigo Sant´Anna, Tadeu Melo, Ataíde Arcoverde,
Tonico Pereira, Leticia Spiller
Paris
O Conselheiro do Crime
(The Counselor)
Ridley Scott
Brad Pitt, Cameron Diaz, Javier Bardem, Penelope
Cruz, Michael Fassbender, Dean Norris, Natalie
Dormer, John Leguizamo, Rosie Perez
Fox
O Vendedor de Passados
Lula Buarque de
Hollanda
Lázaro Ramos, Alinne Moraes, Odilon Wagner,
Mayana Neiva, Pedro Brício, Débora Olivieri, Marcello
Escorel, Anderson Muller, Eliana Guttman, Carol Fazu,
Giselle Motta
Imagem
Uma noite de crime
(The Purge)
James DeMonaco
Elenco: Ethan Hawke, Lena Headey, Rhys Wakefield,
Max Burkholder, Adelaide Kane
Universal
O Mordomo da Casa Branca
(The Butler)
Lee Daniels
Forest Whitaker, Oprah Winfrey, John Cusack, Jane
Fonda, Cuba Gooding, Jr., Terrence Howard, Lenny
Kravitz, James Marsden, David Oyelowo, Vanessa
Redgrave, Alan Rickman, Liev Schreiber, Robin
Williams, Minka Kelly, Mariah Carey, Alex Pettyfer
Diamond
Thor: O Mundo Sombrio
(Thor: The Dark World)
Alan Taylor
Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston
Disney
Alemão
José Eduardo
Belmonte
Antônio Fagundes, Cauã Reymond, Caio Blat, Milhem
Cortaz, Gabriel Braga Nunes, Otávio Augusto
Paris
Capitão Phillips
(Captain Phillips)
Paul Greengrass
Tom Hanks, Catherine Keener, BarkhadAbdi,
BarkhadAddirahman, Faysal Ahmed, Mahat M. Ali,
Michael Chernus, David Warshofsky
Sony
Tatuagem
Hilton Lacerda
Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García,
Sílvio Restiffe, Sylvia Prado, Ariclenes Barroso
Imovision
Última Viagem à Vegas
(Last Vegas)
Jon Turteltaub
Robert De Niro, Michael Douglas, Morgan Freeman
Paris
Austenland
(Ainda Sem Título em Português)
JerushaHess
Kerry Russel, JJ Feild, Jennifer Coolidge, Jane
Seymour, Georgia King
Sony
Jogos Vorazes - Em Chamas
(The Hunger Games: Catching Fire)
Francis Lawrence
Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam
Hemsworth, Elizabeth Banks, Sam Claflin, Jena
Malone, Stanley Tucci, Philip Seymour Hoffman,
Woody Harrelson
Paris
Grudge Match
(Ainda Sem Título em Português)
Peter Segal
Sylvester Stallone, Robert De Niro, Kim Basinger
Warner
Old Boy
(Ainda Sem Título em Português)
Spike Lee
Josh Brolin, Elizabeth Olsen, Samuel L. Jackson
Paris
A Batalha do Ano
(Battle of the Year: The Dream Team)
Benson Lee
Josh Holloway, Laz Alonso, Josh Peck
Sony
Eco Planet 3D
(Echo Planet 3D)
KompinKemgumnird
Vozes de: NoppanChantasorn,
AthipichChutiwatkajornchai, KongdejJaturanrasamee,
ThodsapolSiriwiwat, NuengthidaSophon
PlayArte
Carrie, a Estranha
(Carrie)
KimberlyPeirce
Chloë Grace Moretz, Julianne Moore, Judy Greer,
Portia Doubleday, Gabriella Wilde, Alex Russell,
Michelle Nolden, Max Topplin, Cynthia Preston,
Connor Price
Sony
06/12/2013
58 Exibidor, outubro-2013
Elenco
Infectados
(Stranded)
08/11/2013
15/11/2013
Direção
Filme
Direção
Elenco
Distribuidora
Crô
Bruno Barreto
Marcelo Serrado, Ivete Sangalo
Paris
Um Time Show de Bola
(Foosball)
Juan José
Campanella
Vozes de: Pablo Rago, Miguel Angel Rodriguez, Fabian
Gianola, Horacio Fontova, David Masajnik
Universal
Grand Piano
(Ainda Sem Título em Português)
Eugenio Mira
Elijah Wood, John Cusack, TamsinEgerton, Alex Winter,
Kerry Bishé, Allen Leech, Dee Wallace, Don McManus
PlayArte
Tarzan 3D
(Tarzan 3D)
Reinhard Klooss
Vozes de:Kellan Lutz, Spencer Locke
Imagem
O Hobbit: A Desolação de Smaug
(The Hobbit: The Desolation of Smaug)
Peter Jackson
Ellijah Wood, Ian Mckellen, Andy Serkis, Martin
Freeman, Richard Armitage, Billy Connolly, Aidan Turner
Warner Bros.
Minhocas
Paolo Conti, Arthur
Nunes
Vozes de: Rita Lee, Anderson Silva, Daniel Boaventura,
Isabella Fiorentino, Mica Rocha
Fox
A Vida Secreta de Walter Mitty
(The Secret Life of Walter Mitty)
Ben Stiller
Ben Stiller, Sean Penn, Kristen Wiig, Kathryn Hahn,
Adam Scott, Shirley MacLaine, Patton Oswalt, Joey
Slotnick, Adrian Martinez
Fox
Até que a Sorte nos Separe 2
Roberto Santucci
Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko
Mascarenhas, Rita Elmor
Paris Filmes
Os 47 Ronins
(47 Ronin)
Carl Rinsch
Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, KôShibasaki,
TadanobuAsano, RinkoKikuchi, Jin Akanishi, Yorick
van Wageningen, Cary-HiroyukiTagawa, Togo Igawa,
Haruka Abe
Universal
Amazônia
Thierry Ragobert
Caminhando com Dinossauros
(Walking With Dinosaurs)
Pierre De Lespinois
Charlie Rowe, Angourie Rice
Fox
Frozen - O Reino do Gelo
(Frozen)
Chris Buck, Jennifer
Lee
Vozes de: Kristen Bell, Josh Gad, IdinaMenzel,
Jonathan Groff, Tom Kane, Santino Fontana, Eva Bella,
LivvyStubenrauch
Disney
Jack Ryan
(Ainda Sem Título em Português)
Kenneth Branagh
Keira Knightley, Chris Pine, Kevin Costner, Kenneth
Branagh, ColmFeore, NonsoAnozie, David Paymer,
Gemma Chan, Karen David, JulisitaSalcedo
Paramount
Atividade Paranormal 5
(Paranormal Activity 5)
OrenPeli
Madison Davenport, HallieFoote
Paramount
Confissões de Adolescente
Daniel Filho
Sophia Abrahão, Isabella Camero, Malu Rodrigues,
Clara Tiezzi
Sony
Pororó: Uma Corrida Maluca 3D
(Pororo, the Racing Adventure)
Young Kyun Park
Vozes de: Zhang Anqi, Wu Di, Su Jung Ham, Zhan Jia,
Hwan Chin Kim, Mi Ja Lee, Sun Lee, ZhaoWenhe
PlayArte
Caçadores de Obras-Primas
(Monument Men)
George Clooney
George Clooney, Cate Blanchett, Matt Damon
Fox
O Sétimo Filho
(Seventh Son)
Sergey Bodrov
Jeff Bridges, Julianne Moore, Ben Barnes, Alicia
Vikander, Kit Harrington
Warner
A Menina que Roubava Livros
(The Book Thief)
Brian Percival
Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson
Fox
13/12/2013
20/12/2013
27/12/2013
Imovision
02/01/2014
03/01/2014
10/01/2014
17/01/2014
24/01/2014
31/01/2014
59 Exibidor, outubro-2013
trajetória
Marabá, o resistente
E
m meio ao intenso corre-corre,
vias degradadas e o caos natural do centro de São Paulo, um
gigante de 2.600 m² resiste heroicamente à onda que tomou de assalto
a Cinelândia paulistana e insiste em reavivar os áureos tempos daquela região.
Inaugurado em 15 de maio de 1945 pela
Empresa Cinematográfica Paulista, de
Paulo Barreto de Sá Pinto, o Cine Marabá
viveu o seu auge até a década de 1980, ao
travar disputas memoráveis com o vizinho
de frente Cine Ipiranga pelos filmes, luxos
e adereços que atraíam a elite paulistana
para ver os mais novos lançamentos dos
cinemas nacional e internacional.
“As pessoas iam ao cinema de paletó, era
um programa de elite”, conta o assessor jurídico aposentado, Antonio de Souza,de 67
anos, à reportagem da Revista Exibidor,
enquanto aguardava a sessão de Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson:
Sea of Monsters), no último dia 28 de agosto.
As 1.655 poltronas da sala localizada no número 757 da Avenida Ipiranga (São Paulo-SP), cercadas por arquitetura e ornamentos
em estilo clássico, formavam um misto de
conforto, charme e elegância nos dois andares da construção, o que de imediato conquistou a população da grande metrópole,
principalmente entre as classes A e B.
Tal cenário começou a mudar quando a
popularização da televisão e suas novelas
60 Exibidor, outubro-2013
P or : F ábio G uedes
foram, aos poucos, enclausurando os espectadores dentro de suas próprias casas.
O Marabá, porém, não se abalou com a
nova realidade. No final dos anos 1960,
passou a apostar nas famosas pornochanchadas para ganhar um público grande e
fiel da “Boca do Lixo” – nome pelo qual
ficou conhecida aquela região da Praça
da República, que já começava a se degradar – pelos 20 anos seguintes.
“Isso, de certa maneira, reergueu o Marabá, pois as bilheterias estavam muito
ruins naquele momento”, relembra Maximo Barro, professor da pós-graduação
em cinema da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).
Em 1989, por exemplo, ele tinha a segunda maior renda entre as salas de todo
o Brasil, com 515.654 visitantes no primeiro semestre, de acordo com o Conselho Nacional de Cinema (Concine).
Embora ainda fizesse sucesso com o povão, o Marabá dava claros sinais de degradação, situação que foi piorando no
decorrer dos anos, num panorama assustador de poltronas quebradas, goteiras e
até mesmo ratos de passagem pelo local.
Foi este o cenário encontrado pela
PlayArte em 1996, ao adquirir a Empresa Cinematográfica Sul, gerida pela viúva
do exibidor Paulo de Sá Pinto – falecido
em 1991 -, Lígia Campos de Sá Pinto.
Liderada pela empresária Elda Coltro, a
distribuidora de filmes foi fundamental
para dar sobrevida ao então quinquagenário cinema, que chegou praticamente
se arrastando ao século XXI, exibindo
filmes clássicos de ação, como Duro de
Matar (Die Hard) e outros do gênero.
“O Marabá seguiu aberto por teimosia da
Dona Elda, que gostava mesmo do estilo
clássico do cinema. Antes disso, não acabou
realmente por obra do acaso”, analisa o jornalista Julio Simões, autor do livro “Cine Marabá – O cinema do coração de São Paulo”.
(Leia mais em: tonk.es/maraba)
No dia 16 de agosto de 2007, enfim, o
Cine Marabá fechou as portas, mas para
dar início a um amplo processo de restauro, comandado pelo arquiteto Ruy
Ohtake e o restaurador Samuel Kruchin.
Com uma sala de 430 assentos e outras
quatro menores, com capacidade de 122
a 176 espectadores, o gigante reabriu em
formato multiplex no dia 30 de maio de
2009, preservando vários aspectos de sua
versão original, dentre eles os lustres, a
fachada e o piso da entrada.
“Hoje, ele tem a elegância de um cinema
antigo e a modernidade de um multiplex,
onde você curte um pouquinho da atmosfera de antigamente, ainda que o ato
de assistir ao filme seja como em qualquer shopping”, resume Simões.
Veja mais fotos em: tonk.es/fotosmaraba.
©Divulgação
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Destaque o Calendário de lançamentos e cole
no seu monitor (conforme a imagem).
Tenha sempre à vista as datas das próximas
produções cinematográficas.
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