Edição nº 482 em pdf - Sindicato dos Vendedores
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Edição nº 482 em pdf - Sindicato dos Vendedores
Editorial An o 5 9 - n º 4 82 – São Paulo – maio – agosto – 20 1 2 Os 30 anos da nossa Colônia de Férias Michel Temer recebe diretores da CNTC Os associados mais antigos lembram-se, há 30 anos, quando nossa Colônia de Férias era tímida e ocupava um espaço muito menor que o atual. Ela dispunha dos prédios, com dormitórios mais modestos, e oferecia apenas pernoite e um magro café da manhã. O associado que quisesse nadar ou tomar sol, teria de ir à praia, no começo da avenida. O tempo foi passando, seu tutor Edson Ribeiro Pinto foi mexendo uma pedra aqui, outra ali, como num jogo de xadrez e, de repente, ela cresceu, ficou “grandona”, chegando até a esquina, perto da rodovia. Foram necessários tempo, dinheiro e muita paciência, mas valeu – e muito! – a pena. Leia na última página. Lourival Figueiredo Melo, Levi Fernandes Pinto, Michel Temer e Edson Ribeiro Pinto No dia 13 de junho último, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelas Confederações dos Trabalhadores sobre a revogação e arquivamento da PEC 369/205, a CNTC, representada pelo seu presidente Levi Fernandes Pinto, pelo diretor-secretário Lourival Figueiredo Melo e pelo diretor do CET Edson Ribeiro Pinto, foi recebida no Palácio do Planalto pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pelo presidente do PMDB Nacional, senador Valdir Raupp. Pág. 2. Cidadão descartável A Constituição diz que o trabalhador brasileiro tem direito “a um salário mínimo capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”. Isso é o mínimo que se espera, para que o trabalhador possa viver com dignidade. O Dieese fez o cálculo. Para assegurar ao trabalhador esse direito mínimo constitucional, o salário básico, hoje, não deveria ser R$ 622,00 – deveria ser R$ 2.329,00. Estamos falando dos trabalhadores na ativa e não nos aposentados e demais beneficiários da Previdência Social, porque, estes, sofrem uma vil discriminação. Editorial, página 2. Colônia de Férias Festa junina Como ocorre todos os anos, e com alto e animado espírito “caipira”, nossa Casa praiana esteve lotada no período de 7 a 10 de junho. Leia na pág. 11. Previdência Social O perverso fator Os argumentos centrais para a criação do fator previdenciário em 1999, e para sua manutenção, basearam-se em dois pilares: o déficit da Previdência Social e o aumento da expectativa de vida humana. Mas inicio apontando que o fator previdenciário não é a salvação da Previdência Social, e seu fim, por si só, não será a falência do sistema. INSS paga 13º em agosto O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai dar aumento a 491 mil segurados que recebem benefício por incapacidade, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Além disso, o instituto irá quitar uma diferença no valor pago a outras 2,3 milhões de pessoas que já tiveram os benefícios cancelados, mas receberam menos do que deveriam nos últimos cinco anos. Elevação do benefício dos segurados O instituto irá quitar uma diferença no valor pago a outras 2,3 milhões de pessoas que já tiveram os benefícios cancelados, mas receberam menos do que deveriam nos últimos cinco anos. Redução da espera por perícia médica Para tentar resolver o problema, o INSS começou, em 25 de junho, em todo o país, o controle de produtividade dos 3,5 mil peritos. O monitoramento vai permitir uma gestão melhor das metas e adequação das equipes. Devedores podem parcelar contribuições Os devedores da Previdência Social poderão parcelar contribuições em atraso pela internet. A renegociação pode ser feita no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte da Receita Federal (http:// www.receita.fazenda.gov.br/ atendvirtual/entradacav.htm) e-CAC. Donas de casa filiam-se à Previdência Em menos de quatro meses após ultrapassar a meta do governo federal, o número de donas de casa de famílias de baixa renda no país filiadas à Previdência Social já é de 283.562, segundo dados de junho, divulgados pela Secretaria de Políticas de Previdência Social (SPPS). Aposentados beneficiados pela revisão do teto Os aposentados do INSS já podem conferir se têm ou não direito à chamada “revisão do teto”, que vai reajustar os valores de cerca de 117 mil benefícios. Para isso, é preciso acessar o site do Ministério da Previdência Social (www. mps.gov.br) ou ligar para a Central 135. Veja nas páginas 8 a 10. 2 O Arauto – maio – agosto – 2012 Editorial O aposentado – cidadão descartável N os oito anos que antecederam o governo FHC, a inflação havia corroído seriamente o salário mínimo, reduzindo em 36% o seu poder de compra. Os cinquenta reais de um salário sem correção passaram a comprar apenas R$ 32,00 de mercadoria. A situação era crítica e apontava para uma devastadora hiperinflação. Felizmente, com a implantação do Plano Real em 1994, o governo estabeleceu também um programa de recuperação do valor do mínimo que era, então, de apenas R$ 70,00. Hoje, ele está em R$ 622,00. Naquele 1994, a inflação era de 40% a 45% por mês. Hoje, estamos com uma inflação controlada em 5% a 6% ao ano. Ao mesmo tempo que a inflação era domada, o salário mínimo crescia quase 790%. Sem dúvida, uma conquista dos trabalhadores. Mas, será, mesmo, uma vitória para comemorar? Parece que não. Será uma vitória de Pirro? Parece que sim. Aceitar esse crescimento do salário básico como o justo atendimento às reivindicações trabalhistas, significa capitular numa luta que está apenas no início. limitados à correção da inflação - apenas 6,3%. Vamos começar do começo. Quais são os direitos do trabalhador brasileiro? A Constituição diz que ele tem direito “a um salário mínimo capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo”. Isso é o mínimo que se espera, para que o trabalhador possa viver com dignidade. Onde fica a busca pela “preservação em caráter permanente do valor real” do benefício da aposentadoria? O Dieese fez o cálculo. Para assegurar ao trabalhador esse direito mínimo constitucional, o salário básico, hoje, não deveria ser R$ 622,00 – deveria ser R$ 2.329,00. Então, há um longo caminho a percorrer. Estamos falando dos trabalhadores na ativa e não nos aposentados e demais beneficiários da Previdência Social, porque, estes, sofrem uma vil discriminação. Sobre a aposentadoria, a nossa Constituição diz que “é assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real”, no entanto o que acontece com os aposentados é o seguinte: enquanto os trabalhadores receberam um aumento nominal de 14,26% com o justo objetivo de continuar perseguindo a restauração do poder de compra do salário, os aposentados ficaram Tempos atrás, comentando o aumento da vida média do brasileiro, tive oportunidade de lembrar uma data japonesa, o Keiro No Hi, que é comemorada sempre em setembro, deliberadamente numa segunda-feira para compor um fim de semana prolongado. No Keiro No Hi, que quer dizer literalmente Respeito pelos mais velhos, as famílias se reúnem em torno de seus idosos, que são festejados e homenageados pela contribuição que deram ao país com sua sabedoria e trabalho. Nessa data, jornais e tevês se ocupam de entrevistar pessoas de idade avançada e desenvolvem matérias e debates sobre como melhorar a vida de quem tanto já fez pelo país. É o Keiro No Hi. É o respeito pelos mais velhos. Isso, no Japão. E sem sair da estrada, mas trocando a montaria e voltando ao Brasil, lembro da bananeira. A bananeira tem um destino cruel. Durante todo um ano ela se desenvolve e se ocupa em produzir um enorme cacho. Depois de colhido o cacho de bananas, ela continuará crescendo, desfrutando seu espaço na lavoura mas nunca produzirá um segundo cacho. Assim, a bananeira já não interessa mais. Por isso ela é cortada. Lembro, também, de recente declaração do Governo sobre o reajuste só pelo índice da inflação dos salários dos aposentados que recebem acima de um salário mínimo: “Em nossa avaliação, eles [os aposentados] têm assegurada por lei a inflação do ano anterior.” E continua: “Consideramos que [isso] seja o suficiente. O Brasil tem muitas prioridades, o recurso público é restrito. Há enorme número de categorias que não têm sequer a inflação. Nos parece que, frente aos enormes desafios que temos no País, isso seja suficiente para os aposentados que têm benefícios acima do salário mínimo”. Eu perguntaria aos nossos dirigentes se estão satisfeitos com o progresso feito pelo Brasil nos últimos 30 anos. Vou ajudar alinhando três ou quatro números: • Em 1989, a inflação chegou a 1.764% ao ano. Ano passado estava reduzida a 6,5%. • Em 1980, nosso PIB foi de 163 bilhões e éramos a 12ª economia do mundo. Em 1911 produzimos 14 vezes mais: 2,3 trilhões de dólares e passamos a ocupar a 7ª posição. • Em 1980, o índice de mortalidade infantil beirava 69 mortes por 1.000 nascimentos, caiu em 2011 para 21 por 1.000. • O analfabetismo em 1980 alcançava 27% da população brasileira, hoje está abaixo de 11%. • Nas últimas décadas, as classes D e E migraram para a classe C e, hoje, já se nota um forte movimento da antiga classe C para se juntar à classe B. Nós estamos satisfeitos com esses resultados, o Governo também deve estar. Mas sabem nossos ministros e nossos deputados e senadores quem foi responsável por essa impressionante evolução nos últimos 30 anos em todos os setores do País? Foi a geração anterior, exatamente essa que hoje está se aposentando e que deve amargar sua aposentadoria com um benefício defasado, segundo a visão do Governo. Bananeira que já deu cacho, não é? Talvez os contribuintes da Previdência Social não sejam exatamente a preocupação de nossos governantes pois, como servidores públicos, quando chega o momento eles se aposentam com salários integrais. *** O dependente da Previdência Social não terá muito para comemorar enquanto no governo existir essa visão pequena do trabalhador – e enquanto o aposentado for tratado como cidadão de segunda classe. Com a palavra os deputados e senadores que exercem seus mandatos em nome do povo brasileiro! Edson Ribeiro Pinto Presidente O vice-presidente da República recebe diretores da CNTC N o dia 13 de junho último, dando continuidade ao trabalho desenvolvido pelas Confederações dos Trabalhadores sobre a revogação e arquivamento da PEC 369/205, a CNTC, representada pelo seu presidente Levi Fernandes Pinto, pelo diretor-secretário Lourival Figueiredo Melo e pelo diretor do CET Edson Ribeiro Pinto, foi recebida no Palácio do Planalto pelo vice-presidente da República, Michel Temer, e pelo presidente do PMDB Nacional, senador Valdir Raupp. Depois de ouvir os membros da CNTC, o vice- presidente se colocou à disposição para auxiliar no debate, tanto na Câmara, como no Senado. Na véspera, sobre a mesma reivindicação, as Confederações haviam tido uma reunião com o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, e com o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. Nesse encontro, esteve presente ainda o relator da PEC, deputado federal Moreira Mendes do PSD/ RO, o qual, após ouvir as lideranças, comprometeu-se a analisar as indicações feitas e voltar a se reunir com as Confederações, antes de emitir seu parecer final. Este jornal é Órgão Oficial do Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio no Estado de São Paulo • Redação e Administração: R. Santo Amaro, 255 - Bela Vista - SP - CEP 01315-903. Tel.: (0xx11) 3116-3750 - Fax: (0xx11) 3116-3795 Registrado no DNPI sob nº 253.158. • Presidente: Edson Ribeiro Pinto • 1º Secretário: Roberto Nascimento • 1º Tesoureiro: Jorge Evangelista Lima • Jornalista responsável: Lilly D. Portella (MTb 10.394) • Editoração eletrônica: Manuel Rebelato Miramontes • Fotos: SindVend, Arquivo e Camarão Esta é uma publicação quadrimestral, com distribuição gratuita. • Home-page: www.sindvend.com.br • Impressão: G set Indústria Gráfica e Editora Ltda. (As matérias assinadas não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal). 3 O Arauto – maio – agosto – 2012 Opinião Alternativa ao ineficaz e perverso fator previdenciário Matusalém dos Santos* C onsiderando o intenso debate legislativo em torno do fator previdenciário (PL 3.299A/2008), apresento meu ponto de vista sobre a ineficácia deste perverso dispositivo legal como elemento de equilíbrio atuarial do sistema previdenciário. Sem entrar no mérito da proposta que está sendo gestada na Câmara dos Deputados, minha contribuição pretende ser no sentido de apontar elementos jurídicos e econômicos simples e passíveis de mudanças, mas com importante impacto financeiro para o sistema e que podem servir de contrapartida à aprovação de mudanças, sem, no entanto, representar injusta afronta aos segurados. Os argumentos centrais para a criação do fator previdenciário em 1999, e para sua manutenção, basearam-se em dois pilares: o déficit da Previdência Social e o aumento da expectativa de vida humana. Inicio apontando que o fator previdenciário não é a salvação da Previdência Social, e seu fim, por si só, não será a falência do sistema. O fato é que passados doze anos desde sua criação, o fator previdenciário gerou uma economia aproximada de R$ 31 bilhões, segundo declarações na imprensa pelo Exmo. Ministro da Previdência. Porém, esta quantia, frente ao gasto total da Previdência Social com benefícios no mesmo período, que foi de R$ 2.391.961.627.000 (dois trilhões, trezentos e noventa e um bilhões, novecentos e sessenta e um milhões, seiscentos e vinte e sete mil reais), representa uma redução de apenas 1,29% nas despesas, segundo dados do MPS. E isto assim ocorre por quatro motivos básicos: 1) enquanto a Previdência Social dispõe de um rol de dez benefícios aos segurados, sendo eles: aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, aposentadoria especial, auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade, auxílio-acidente, pensão por morte e auxílio-reclusão (Lei 8.213/91, art. 18), somente um destes benefícios tem seu valor reduzido pelo fator pre- videnciário. É que o fator previdenciário é aplicado apenas em duas espécies de benefícios, a aposentadoria por tempo de contribuição e a por idade, porém nesta última sua aplicação só ocorre se resultar em aumento da renda; 2) quando por conta da aplicação do fator previdenciário a renda da aposentadoria por tempo de contribuição fica abaixo do salário mínimo, e isso ocorre para muitos segurados que no período básico de cálculo têm salários-de-contribuição próximos de dois salários mínimos, o benefício é pago no valor de um salário mínimo por força Constitucional. A elevação do valor real do salário mínimo contribui bastante para este fenômeno e, inclusive, após a aposentadoria os novos aumentos reais do salário mínimo representam sutil recuperação do valor perdido pela aplicação do fator previdenciário; 3) quando o cálculo do fator previdenciário é maior que 1 (um) os segurados recebem benefícios com renda maior que suas médias contributivas, mesmo que tenham contribuído pelo valor mínimo; 4) o fator previdenciário tem sido um elemento de desestabilização do sistema previdenciário na medida em que muitos segurados pressionam o sistema para obter benefícios que não incidem o fator ou, mesmo no caso da aposentadoria por tempo de contribuição, insistem em estratégias para aumentar seu tempo de serviço para além dos 35 anos e assim diminuir os efeitos negativos do fator. Tal fato aumenta a demanda sobre a perícia técnica da autarquia. Portanto, se déficit é realmente o problema da Previdência, o fator previdenciário não foi e nunca será a solução. Em contrapartida a esta economia de 1,29% em doze anos, como é notório, o fator previdenciário tem gerado prejuízos nas aposentadorias por tempo de contribuição em média de 30%, sendo mais grave para as mulheres, em especial as professoras. Tratando-se de média é sabido que para muitos segu- rados a redução da renda aproxima-se de 50%. Sendo assim, o fator previdenciário representa verdadeiro flagelo para apenas um segmento de segurados da Previdência, exatamente os aposentados por tempo de contribuição. Aqui é oportuno ressaltar que o trabalhador e a trabalhadora que se aposentam por tempo de contribuição são inquestionavelmente os segurados que mais contribuem para a Previdência por ser a aposentadoria que mais tempo de contribuição requer, variando de 25 anos para a professora até 35 anos para o homem. De outro lado, para os demais benefícios o tempo de contribuição pode variar de zero a 25 anos. Sim, zero contribuição no caso da pensão por morte, do auxílio-reclusão, do salário-família, da invalidez acidentária e não acidentária em algumas hipóteses e do salário-maternidade para algumas categorias de segurados. Feita esta análise e considerando tudo o mais que é apontado para a extinção ou modificação no fator previdenciário, restaria apontar que elemento justificaria uma contrapartida ao sistema sem impor injusto ônus aos segurados. O fato a considerar é que o segurado antes de se aposentar ou entrar em gozo de qualquer outro benefício previdenciário usufrui de, no máximo, 92% de seus salários/rendimentos, pois a contribuição para a previdência varia de 8% a 11% para o trabalhador empregado e é de 20% para o contribuinte individual. Portanto, quando em atividade os segurados não dispõem de 100% de seus salários para custear seu modo de vida. Ocorre que, com exceção das aposentadorias por tempo de contribuição, cujas rendas têm ficado muito abaixo das respectivas médias contributivas por causa do fator previdenciário, nos demais benefícios a situação é diferente ficando o valor da renda em 100% da média contributiva nas pensões e aposentadorias por invalidez e especial, 91% no caso do auxílio-doença e 50% no caso do auxílio-acidente, sendo este cumulativo com o salário. Como já se disse, há ainda hipó- teses que por causa do fator previdenciário maior que 1 (um) os segurados recebem renda acima de suas médias contributivas. Por sua vez, as aposentadorias por tempo de contribuição representaram apenas 6,73% dos benefícios concedidos em 2011, sendo que em média 55,7% são de valor mínimo – dados de 2010, do MPS. Portanto, com muita segurança, é possível afirmar que se fazendo ajustes no coeficiente de cálculo dos benefícios da Previdência Social de modo a compatibilizar a renda do trabalhador quando em atividade com a renda na inatividade, a Previdência obterá economia igual ou superior a que vem sendo gerada pelo fator previdenciário. Medida como esta não implicaria ofensa ao padrão econômico/financeiro do segurado antes e depois da aposentadoria e se coaduna perfeitamente com o princípio da solidariedade norteador da Previdência Social no Brasil. Tal medida muito mais se justifica se considerarmos a possibilidade de mudança no cálculo da média contributiva dos benefícios, passando das 80% maiores contribuições para 70% maiores contribuições, já que isso representa aumento da média para nove das dez espécies de benefícios, ficando de fora apenas o salário-família. O fato é que, no bojo do movimento para acabar com a injustiça do fator previdenciário em uma espécie de benefício, se estará incrementando o valor final de praticamente todo o rol de benefícios da Previdência e cujos segurados sequer estão reclamando. Assim, adequar o coeficiente de cálculo dos benefícios para percentuais próximos ao que o segurado efetivamente recebe antes da inatividade, representaria ajuste no sistema e, também, uma forma de compensar possíveis distorções. Além de excelente contrapartida as alterações no fator previdenciário. Por fim, é oportuno entender o trauma por parte dos segurados quanto ao coeficiente de cálculo dos benefícios serem menor que 100%. Isso se deve ao fato de que até a Lei 8.213/91 os benefícios eram calculados com base em média contributiva totalmente defasada e com coeficientes de cálculo que variavam de 60% (caso das pensões) até 95% (aposentadorias comum e especial) da média. Afinal a lei que estabeleceu estes critérios era de 1960 quando o efeito inflacionário não era significativo. Porém, durante décadas, mesmo diante de altos índices de inflação, alguns benefícios continuaram tendo suas médias contributivas calculadas sem qualquer correção monetária e outros tinham apenas parte da inflação recomposta na média. Assim, não é necessário muito esforço entender o trauma de uma pensionista que recebia 60% de uma média contributiva sem qualquer correção monetária. Deste modo, o descontentamento com a cumulação destes dois fenômenos – média sem inflação e coeficiente de cálculo menor 100% – gerou enorme movimento reivindicatório que desaguou na CF/88 e na Lei 8.213/91, acabando por resultar na mudança dos dois parâmetros ao mesmo tempo, sem que fossem observados critérios técnicos e de proporcionalidade. Com este breve arrazoado espero ter demonstrado que há folgada margem econômico/financeira para ajustar e minimizar o impacto negativo do fator previdenciário no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição, fazendo justiça com os segurados que mais contribuem para o sistema. Ao mesmo tempo aponto que o momento é oportuno para equacionar a questão do coeficiente de cálculo dos benefícios para patamar semelhante ao percentual do salário/renda que o segurado dispõe antes da inatividade, compensando eventuais perdas ao sistema com as novas mudanças em curso na Previdência Social. (*) Advogado OAB/SC 12.064, bacharel em Ciência Contábil e Direito, pós-graduações em Direito Constitucional, Direito Previdenciário e MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Assessor jurídico da Fetiesc e sindicatos de trabalhadores e associações de aposentados. (Transcrito do Jornal do Diap de 18/jul/2012) 4 O Arauto – maio – agosto – 2012 Enologia Ironstone Reserve Old Vine Zinfandel 2008 Daniel Pinto* C omo se sabe, a Califórnia é a maior e mais importante região vitivinícola dos Estados Unidos. É também das mais respeitadas no cenário mundial face à sua sofisticada tecnologia, inclusive amparada pela legendária Universidade de Davis, e concentração dos melhores produtores com notável capacidade de investimento. Utiliza praticamente todas as cepas europeias conhecidas. Está localizada na costa oeste onde recebe forte influência marítima do Oceano Pacífico. A Califórnia se subdivide em cerca de 40 sub-regiões com o título de AVA (American Viticultural Area), reunidas em 5 grandes grupos regionais: North Coast, Central Coast, South Coast, Central Valley e Sierra Foothills. Entre elas a mais importante é sem dúvida a primeira que abriga as mais famosas regiões como Napa Valley, Sonoma Valley, Mendocino, Carneros etc., que concentra a nata da produção para o que contribui em grande parcela a condição geográfica e clima influenciado pelo Oceano Pacífico. Ele provoca o aparecimento de um “fog” (nevoeiro) matinal quase constante e comum a toda costa atenuando o rigor dos verões contra excessiva exposição solar e conferindo equilibrado desenvolvimento dos frutos. Nada obstante cada uma das demais áreas possui características próprias e capazes de desenvolver a atividade vitivinícola adaptada ao seu “terroir” com aproveitamento inteligente capaz de produzir vinhos de elevada estirpe. Dentre elas o Central Valley é a que oferece as maiores dificuldades para essa adaptação por estar mais afastado da costa, apresentar características climáticas de calor rigoroso e solos lembrando desertos. No entanto, contornando as possíveis dificuldades com inteligente tecnologia os produtores que aí se assentaram conseguiram obter sucesso na atividade como bem representa a famosa Ernest & Julio Gallo com a conhecida vinícola de estrutura faraônica que mais parece uma refinaria de petróleo. A produção dessa região está preponderantemente voltada para vinhos correntes em grande volume que pelo baixo custo de produção conseguem alcançar um extenso mercado consumidor interno graças ao irrisório valor de comercialização final. Bem ao norte do Central Valley, na sub-região de Lodi e na região de Sierra Foothills, aos pés da Serra Nevada, longe da extrema aridez característica da região, vamos encontrar uma vinícola que conseguiu se adaptar as condições do solo aluvial franco arenoso, clima favorável e relevo ondulado para produzir verdadeiras joias em matéria de vinho. Trata-se de zona muito favorável ao cultivo de cepas tintas, notadamente a Zinfandel, mas premiando também as brancas gozando do cultivo nas encostas de Sierra Foothills. Ironstone Em Lodi, um agricultor chamado John Kautz prevendo as qualidades da região, instalou em 1948 um vinhedo de 12 hectares e graças à aplicação em seu trabalho conseguiu ganhar fama de grande viticultor de qualidade equiparado aos melhores de toda Califórnia, fornecedor de uvas para produção de vinhos da categoria mais alta de qualidade, ou seja, “vinhos premium”. Em 1988, reunindo a família constituída pela esposa Gail e filhos Stephen, Kurt, Jack e Joan, resolveu fazer vinho próprio sem deixar de fornecer suas uvas que já cobriam vinhedos de 5.000 hectares abrangendo as áreas de Lodi e Sierra Foothills. Inicialmente sob o comando enológico de Steve Millier foi lançada sua marca sob o nome de Vinho Kauts evoluindo depois para Ironstone, mantendo a qualidade excepcional. A família possui uma linda fazenda em Murphys, cidade da região, onde idealizaram criar uma adega subterrânea. Sob a batuta de experientes mineiros conseguiram cavar as rochas calcárias e xistosas da região utilizando dinamites e mão de obra própria de mineiros com instrumentos convencionais, criando cavernas que aos poucos foram se ampliando até se tornarem hoje, um verdadeiro complexo de cavernas onde repousam os vinhos a uma temperatura constante de aproximadamente 15ºC. Providas de ambientes para degustação, constituem hoje verdadeiro atrativo para turistas que as visitam. As técnicas de cultivo são as mais modernas possíveis utilizando materiais orgânicos e irrigação por gotejamento além de privilegiar os mais baixos rendimentos possíveis. Além do Zinfandel que será descrito a seguir, produzem também um excelente vinho de corte bordalês que na Califórnia é conhecido como meritage (“assemblage” com as cepas próprias de Bordeaux). Ironstone Reserve Old Vine Zinfandel 2008 Obtido por colheita manual de vinhedos de 60 anos. Fermentação em pequenos lotes em tanques rotativos com longa maceração. Repousa por 10 meses estagiando em barricas de carvalho francês onde amadurece gozando das benesses das adegas subterrâneas a uma temperatura de 15ºC. Constituido por Zinfandel (95%) e Petite Syrah (5%), tem teor alcoólico de 14,5%. A uva Zinfandel tende a se constituir como ícone da viticultura americana tal a sua adaptação as condições daquele “terroir”. Não obstante pode-se dizer que a Califórnia contempla micro-climas e solos especiais que premiam o cultivo de cepas bem diversificadas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Chardonnay, Sauvignon Blanc etc., alcançando com elas níveis de qualidade excepcional. A Zinfandel tem sua origem no Velho Mundo, há muito tempo relacionada a Primitivo da Puglia na Itália, embora estudos mais recentes evidenciam que a origem de ambas é a Croácia através da casta Plavac Mali, que por sua vez surgiu do cruzamento de Dubrocic e Crljenak Kastelanski. Análise visual – O aspecto visual mostra um intenso rubi com reflexos violáceos. Análise olfativa – O aroma é intenso centrado em frutas negras, notadamente ameixas em compota cheias e voluptuosas. Mostra instigante complexidade pela presença de especiarias mais especificamente, pimenta além de notas florais. Análise gustativa – Vinho de médio corpo no limite para encorpado. Taninos maduros e delicados, acompanhados de correta acidez. Mostra tanto no olfativo como no gustativo atraente mineralidade, encerrando com longa persistência lembrando algo adocicado com lembrança de chocolate. Avaliação: 90/100 Preço: R$ 105,00 Importadora: Casa Flora – Tel.: 3327-5199 Saúde Daniel Pinto ([email protected]) Daniel Pinto é médico, professor de Enologia da Universidade Anhembi Morumbi, ex-presidente da ABAV e autor do livro “Manual Didático do Vinho – Iniciação à Enologia”, pertencente ao catálogo da Editora Anhembi Morumbi. 5 O Arauto – maio – agosto – 2012 Língua Portuguesa Escrever bem não é luxo Milton Claro* Um texto corretamente escrito transmite com mais exatidão aquilo que você quer dizer. Evita mal-entendidos, evita perda de tempo e, muitas vezes, evita sérios prejuízos. Cuide bem do que escreve 1. O corpo foi resgatado dos entulhos do edifício cuja as lajes desabaram na noite de ontem. Esta notícia dos jornais repete um erro cometido por pessoas que procuram falar com correção... mas sem domínio da língua. Cujo (ou cuja) é uma palavra que concorda sempre com a palavra que vem depois. Como a palavra que vem depois é lajes, deve-se usar cujas. Mas aí termina, não precisa, e nem deve, usar o artigo as: cujas lajes desabaram já diz tudo corretamente. O artigo as pode ser usado nesta situação se, em lugar de cujo, usarmos do qual (que quer dizer a mesma coisa): O corpo foi resgatado dos entulhos do edifício do qual as lajes desabaram na noite de ontem. Mas é preferível, mesmo, a primeira forma. 2. ... durante buscas no apartamento foram encontrados uma grande quantidade de adereços sexuais. Outro deslize da imprensa. É verdade que foram encontrados adereços sexuais, mas a notícia informa que se trata de grande quantidade, portanto o que se encontrou foi uma quantidade de adereços. O correto é, pois, ... durante buscas no apartamento foi encontrada uma grande quantidade de adereços sexuais. 3. Quando o policial chegou para cumprir o mandato de prisão, o indivíduo empreendeu em fuga. Por que complicar? O indivíduo fugiu – pronto. Mas se quiser usar o verbo empreender, precisaria dizer empreendeu uma fuga, não em fuga. 4. Antes de etc. não se põe vírgula. Por quê? Quando listamos um grupo definido de coisas, separamos todas com vírgulas: Na feira encontrei tangerinas, maçãs, peras, pêssegos, ameixas e romãs. Todas, menos a última, porque antes de “e” não se coloca vírgula. Mas quando achamos que mencionar apenas as primeiras coisas de uma lista é suficiente para demonstrar o que queremos, abreviamos a citação com o clássico etc.: Na feira encontrei tangerinas, maçãs, peras, pêssegos, ameixas, etc. A vírgula depois da ameixa saiu automaticamente, mas é um erro. O certo é Na feira encontrei tangerinas, maçãs, peras, pêssegos, ameixas etc. Isto acontece porque “etc.” é abreviação da locução latina et coetera, que significa e outras coisas. E, como vimos, antes de “e” não se coloca vírgula. (Em verdade, há casos em que se coloca, mas isto já é uma outra história.) 5. Não fui eu quem fez isso. Ou não fui eu que fiz isso? Ou não foi eu quem fez isso? Que confusão... Mas só uma delas está errada: a última. Quando lhes perguntam “Quem foi que fez isso?”, as crianças costumam responder “foi eu”, induzidas pelo verbo “foi” da pergunta, mas é errado. Foi se aplica a ele, “ele foi”, não se pode dizer “eu foi”. Portanto, não fui eu quem fez isso, ou não fui eu que fiz isso. 6. Por engano, eu lhe dei dinheiro de mais. De mais está certo, é o contrário de de menos. Já demais, uma palavra só, quer dizer muito: ele fala demais. No próximo número tem mais. Esta frase pretensamente afetada, contém ainda outro erro. A ordem escrita de prisão que o policial levava é um mandado. Mandato é outra coisa: é o tempo durante o qual uma pessoa exerce determinados poderes (e é também uma procuração ou autorização que se dá a alguém). Milton Claro é publicitário, escritor e criador do site www.santamissa.com.br. Email: [email protected] Meio Ambiente Descarte de medicamentos vencidos Sete em cada dez consumidores jogam remédio vencido no lixo comum, mas ele deve ser entregue em pontos de coleta para ser incinerado U ma pesquisa sobre o descarte de remédios vencidos trouxe um número preocupante: 70% dos consumidores não se livram desses medicamentos de forma correta. Remédio vencido não é lixo comum, mas o que quase ninguém sabe é como se livrar dele. Sete em cada dez consumidores jogam no lixo comum, de acordo com o estudo da Faculdade Oswaldo Cruz, o que é uma atitude perigosa. Alguém pode encontrar e usar esse remédio vencido. O descarte aleatório de medicamentos em desuso, vencidos ou sobras atualmente é feito por grande parte das pessoas no lixo comum ou na rede pública de esgoto, podendo trazer como consequências a agressão ao meio ambiente, a contaminação da água, do solo e de animais, além do risco à saúde de pessoas que possam reutilizá-los por acidente ou mesmo intencionalmente devido a fatores sociais ou circunstanciais diversos. As sobras de medicamentos têm várias causas, dentre as quais podemos destacar: a dispensação de medicamentos além da quantidade exata para o tratamento do paciente; a interrupção ou mudança de tratamento; a distribuição aleatória de amostras grátis; e o gerenciamento inadequado de estoques de medicamentos por parte das empresas e estabelecimentos de saúde. Soma-se a estes fatores a carência de informação da população relacionada à promoção, prevenção e cuidados básicos com sua saúde. A Anvisa vem discutindo o tema “Descarte de Medicamentos” desde 2009 e tem se envolvido nas discussões da PNRS, participando da criação do Grupo de Trabalho Temático (GTT) de Medicamentos, coordenado pelo Ministério da Saúde. sionais da saúde (medicina, farmácia, enfermagem, odontologia, medicina veterinária); setor de transportes; setor de publicidade; rede hospitalar; associações da indústria farmacêutica, da indústria farmoquímica e das farmácias e drogarias; e representação das vigilâncias sanitárias municipais e estaduais, na perspectiva de conformação de um acordo setorial voltado para a implantação da logística reversa para os resíduos de medicamentos e outras medidas de não geração e de redução. A logística reversa para o descarte de medicamentos, de grande importância para a sociedade, vem sendo discutida e articulada com os diversos entes da cadeia de medicamentos, entre eles: conselhos profis- Em São Paulo, as UBS – Unidades Básicas de Saúde recolhem os remédios vencidos. Saiba dos endereços através do site da prefeitura:http:// www9.prefeitura.sp.gov.br/ forms/covisa/ubs/index.php 6 O Arauto – maio – agosto – 2012 Boletim n 98 o Nuclave dispõe de espaços para clientes empresariais O Nuclave oferece às empresas instalações modernas e completamente equipadas e climatizadas para reuniões, treinamentos, seminários ou palestras. Na sede, dispõe de um auditório para 95 pessoas, um miniauditório para 36 pessoas, salas de dinâmica para 20 ou 16 pessoas, serviço de coffee-break. A utilização é feita por período (das 8h às 17h30 ou das 18h às 22 horas). Seminários, reuniões de planejamento, revisões, treinamento etc. poderão ser desenvolvidos com a necessária privacidade em nossa Colônia de Férias. Localizada na Vila Mirim, em aprazível região da Praia Grande, numa área de 12 mil metros quadrados. Se a empresa precisar da utilização de mais de um - ou de vários dias -, a Colônia dispõe de ampla e completa estrutura, e, além do mais, ela fica a aproximadamente 800 metros da praia. A Colônia oferece: • Confortáveis acomodações para 4 e 8 hóspedes, num total de 120 apartamentos (que incluem suítes para ocasiões especiais como casamentos e bodas); • Infraestrutura de hospedagem de primeira linha, com moderno restaurante, salão de festas e salão social; • A limentação controlada por nutricionista com especialização no preparo de refeições segundo a idade; • Quadras cobertas para jogos de salão (ginásio poliesportivo) e pista de bocha com dimensões profissionais; • Piscina estrategicamente con cebida para permitir ocupação em tempo integral, o que possibilita intensa programação esportiva; • Estacionamento próprio, terraço em mezanino, parque aquático; • Dotada de poço artesiano e gerador próprio, a Colônia tem plena autonomia de água e luz. O SindVend coloca à disposição das empresas uma série de serviços que, de uma forma ou outra, poderão contribuir para o aprimoramento profissional de suas equipes. NUCLAVE Para toda e qualquer informação sobre nosso Departamento, telefone para (11) 3116-3750 – ramais 147, 148 e 149. Atendimento em nossa sede: Rua Santo Amaro, 255 – 3º andar – Bela Vista (Metrô Anhangabaú) – CEP 01315903 – São Paulo – SP. Visite nossa homepage: www.sindvend.com.br 7 O Arauto – maio – agosto – 2012 Boletim n 98 o A Arte da Guerra D ia 3 de maio, último, José Antonio Kairalla Caraccio, consultor com atuação nas áreas de Gestão Comercial e estratégias de Marketing, Vendas e Planejamento Estra- O exercício da paciência tégico, proferiu palestra sobre o livro de Sun Tzu, A Arte da Guerra, para o mundo dos negócios. Na foto, Kairalla e plateia. Esta é a historia de um menino que tinha um mau caráter. Seu pai lhe deu um saco de pregos e lhe disse que cada vez que perder a paciência, ele deveria pregar um prego atrás da porta. No primeiro dia, o menino pregou 37 pregos atrás da porta. As semanas que se seguiram, à medida que ele aprendia a controlar seu gênio, pregava cada vez menos pregos atrás da porta. Com o tempo, descobriu que era mais fácil controlar seu gênio do que pregar pregos atrás da porta. Chegou o dia em que pode controlar seu caráter durante todo o dia. Depois de informar ao seu pai, este lhe sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter. Os dias se passaram e o jovem pode finalmente anunciar a seu pai que não havia mais pregos atrás da porta. Seu pai o pegou pela mão, o levou até a porta e lhe disse: - Meu filho, vejo que você tem trabalhado duro, mas veja todos estes buracos na porta. Ela nunca mais será a mesma. Cada vez que você perde a paciência, deixa cicatrizes exatamente como as que vê aqui. Você pode insultar alguém e retirar o insulto, mas, dependendo da maneira como fala, poderá ser devastador e a cicatriz ficará para sempre. Uma ofensa verbal pode ser tão daninha como uma ofensa física. Os amigos são joias preciosas. Nos fazem rir e nos animam a seguir adiante. Nos escutam com atenção e sempre estão prontos a abrir seu coração. (Adaptação do livro “O que podemos aprender com os gansos selvagens”, de Alexandre Rangel) A Arte de Não Adoecer Dr. Dráuzio Varella Se não quiser adoecer Fale de seus sentimentos Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia. Se não quiser adoecer Tome decisão A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renun- ciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele. Se não quiser adoecer Busque soluções Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença. Se não quiser adoecer Não viva de aparências Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor. Se não quiser adoecer Aceite-se A rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruido- res. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia. Se não quiser adoecer Confie Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus. Se não quiser adoecer Não viva sempre triste O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos do doutor”. Alegria é saúde e terapia. 8 O Arauto – maio – agosto – 2012 Você e a Previdência INSS paga 13º em agosto Aposentados e pensionistas receberão primeira parcela antecipada junto com benefícios O s 25,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS vão receber mais uma vez a metade antecipada do 13º salário. O pagamento da primeira parcela já tem data definida pela Previdência Social: será depositado no contracheque de agosto, juntamente com os benefícios do mês. O abono (50%) começará a ser pago dia 27 de agosto, para segurados que recebem até um salário mínimo (R$ 622), e terminará de ser liberado em 10 de setembro, contemplando os benefícios acima do piso previdenciário. O depósito de metade do 13º é feito de acordo com o número final do cartão do benefício (veja as datas de cada pagamento na tabela). Sobre a primeira parcela do abono natalino não há incidência de Imposto de Renda. No entanto, em dezembro, quando será efetuado o pagamento da segunda cota, o Fisco fará os descontos. Para saber o dia do pagamento, o segurado pode acessar o portal da Previdência Social na Internet — www. previdencia.gov.br — no link ‘Agência Eletrônica Segurado’, ‘Tabela de pagamento de benefícios’. Apesar de nos últimos anos ter sido pago na folha de agosto, o pagamento da primeira parcela do 13º não tem uma data fixa. Por isso, a Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap) pretende cobrar do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, um calendário fixo de pagamentos. Calendário fixo – A ideia é que a data seja seguida até o ano de 2015, quando termina o mandato da presidente Dilma Rousseff. A intenção da Cobap é negociar a antecipação dos depósitos para o mês de julho. Segurado que mudou de casa tem que procurar agências Confira abaixo quem tem direito O INSS enviará cartas a 2,8 milhões de segurados por invalidez com direito à correção e revisão dos últimos cinco anos a partir de 13 de agosto até o fim do ano. O envio de correspondências será feito com a homologação na Justiça do acordo que fará o acerto de contas dos benefícios por incapacidade concedidos entre 1999 e 2009. Para ser incluído na lista, o segurado que mudou de endereço precisa atualizar os dados com a Previdência. Desta forma, é preciso se dirigir a uma agência do INSS com identidade e comprovante de residência e alterar o cadastro. Aqueles que não querem correr o risco de esperar muito tempo pelo atendimento devem agendar a visita por meio da Central 135. INSS quer reduzir a 15 dias espera por perícia Segurado espera quase dois meses para ser atendido P ara fazer uma perícia e ter o benefício concedido, o segurado do INSS em São Paulo espera quase dois meses por uma vaga. Essa demora condena o trabalhador a ficar até 45 dias sem nenhum salário, pois, em caso de acidente com afastamento, a empresa só é obrigada a pagar os 15 primeiros dias. A partir do 16° dia, a renda do segurado deveria ser garantida pelo INSS, porém, como a concessão depende do exame pericial feito na agência, o segurado doente fica sem renda por conta da demora no agendamento. Para tentar resolver o problema, o INSS começou, em 25 de junho, em todo o país, o controle de produtividade dos 3,5 mil peritos. O monitoramento vai permitir uma gestão melhor das metas e adequação das equipes. O INSS espera baixar para 15 dias o prazo máximo de atendimento dos pedidos de perícias (que continua sendo feito pelo telefone 135). Por dia, os médicos do INSS deveriam atender 15 segurados cada, mas a média é de 9,9. Faltas, licenças médicas e férias justificam parte dessa defasagem. O INSS vai usar o controle do atendimento para identificar postos com sobrecarga e organizar os agendamentos. INSS vai elevar benefício de 491 mil segurados O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai dar aumento a 491 mil segurados que recebem benefício por incapacidade, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Além disso, o instituto irá quitar uma diferença no valor pago a outras 2,3 milhões de pessoas que já tiveram os benefícios cancelados, mas receberam menos do que deveriam nos últimos cinco anos. A revisão dos benefícios foi determinada pela Justiça Federal em São Paulo. Entre 1999 e 2009, o INSS errou o cálculo do valor que deveria ser pago, ao não descartar os 20% menores salários de contribuição desses segurados. Sem essa exclusão, o valor do benefício acabou sendo reduzido. A regra da Previdência é calcular o que deve ser pago considerando os 80% maiores salários. O aumento no valor dos benefícios que ainda são pagos deverá custar R$ 728 milhões ao ano aos cofres do INSS, considerando nesta conta o pagamento do 13º salário. A quitação dos valores pagos a menos para as pessoas que não têm mais direito a receber o benefício somarão outros R$ 7,7 bilhões. Estão neste grupo pes- soas que receberam auxílio-doença por um determinado período e depois voltaram ao trabalho. A revisão dos benefícios será realizada automaticamente. Isso significa que os aposentados e pensionistas do INSS não terão que procurar uma agência da Previdência Social. Os segurados que têm direito ao reajuste ou aos atrasados receberão uma correspondência informando a data e o valor do pagamento, de acordo com nota do INSS. Os segurados com benefícios ativos vão passar a receber o aumento na folha de pagamento de janeiro de 2013, que será paga no início do mês de fevereiro do próximo ano. Se o beneficiário tiver mais de 60 anos, os atrasados já serão pagos na folha de fevereiro, o que significa que o dinheiro estará disponível em março de 2013. De 2014 a 2016, recebem os atrasados os segurados com benefício ativo e que têm de 46 a 59 anos. Na sequência, de 2016 a 2019, recebem aqueles com até 45 anos. Para os segurados que já tiveram o benefício cancelado, mas cujo valor do benefício era inferior ao que é devido, os atrasados serão pagos entre 2019 e 2022. Lei Maria da Penha: Agressores terão de ressarcir o INSS Mudança pretende diminuir os casos atingindo o bolso de quem comete esse crime N o dia 6 de agosto, em que a Lei Maria da Penha completou seis anos, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) passaou a cobrar dos agressores o ressarcimento de despesas com benefícios pagos às vítimas de violência doméstica. Chamada de ação regressiva, a mudança pretende diminuir os casos de agressão atingindo o bolso de quem comete esse crime. Até então o INSS apresentava esse tipo de ação à Justiça em acidentes de trabalho e de trânsito. A partir dessa data, a regra incluirá os gastos com aposentadorias de mulheres por invalidez, pensão por morte e auxílio-doença quando for comprovado que foram vítimas de agressão. A mudança foi formalizada através de uma parceria entre o Ministério da Previdência Social, a Secretaria de Políticas para as Mulheres, o INSS e o Instituto Maria da Penha. Caberá ao INSS analisar cada um dos casos que chegarão através de delegacias da Polícia Civil, Ministério Público ou depoimento das próprias mulheres. O valor do reembolso que o agressor terá que pagar à Previdência dependerá da quantia e do tempo do benefício concedido à vítima ou sua família. 9 O Arauto – maio – agosto – 2012 Você e a Previdência Devedores da Previdência Social poderão parcelar contribuições em atraso pela internet Cresce o número de donas de casa filiadas à Previdência Social Dados da Secretaria de Previdência Social mostram mais de 280 s devedores da Previdên- to está disponível para pesso- mil adesões de donas cia Social poderão parcelar as físicas e jurídicas e dispensa de casa de baixa renda O contribuições em atraso pela internet. A renegociação pode ser feita no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte da Receita Federal (http:// www.receita.fazenda.gov.br/ atendvirtual/entradacav.htm) e-CAC. Até agora, os contribuintes só conseguiam fazer o parcelamento de contribuições previdenciárias nas unidades de atendimento da Receita Federal. O parcelamento simplificado pode ser feito de qualquer computador conectado à internet, sem agendamento prévio nem espera. O procedimen- a apresentação prévia de documentos. De acordo com a Receita, cada negociação não poderá ultrapassar R$ 500 mil. O contribuinte, no entanto, pode requerer mais de um parcelamento nessa modalidade. Com o parcelamento ordinário, o contribuinte pode dividir em até 60 meses (cinco anos), as dívidas com a União. O único benefício, porém, é o alongamento do prazo. Isso porque a renegociação não prevê desconto nas multas nem nos juros. (Agência Brasil) E m menos de quatro meses após ultrapassar a meta do governo federal, o número de donas de casa de famílias de baixa renda no país filiadas à Previdência Social já é de 283.562 segundo dados de junho, divulgados pela Secretaria de Políticas de Previdência Social (SPPS). A meta do governo era atingir 200 mil inscrições até o final do ano. Esse número foi alcançado já no mês de março. O público potencial de do- nas de casa de família de baixa renda no país é de seis milhões. Para atingir esse público o Ministério da Previdência Social (MPS) está estabelecendo uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) para utilizar os dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), que é o cadastro do Bolsa Família e dos programas sociais do governo federal. Adesões - Entre os estados com os maiores registros de donas de casa de família de baixa renda que se tornaram seguradas da Previdência Social estão Minas Gerais (41.342), São Paulo (38.902), Paraná (24.394), Rio Grande do Sul (20.186) e Bahia (15.695). As menores adesões estão na região Norte. A meta do governo é atingir 1 milhão de formalizações de donas de casa de família de baixa renda até 2015. Inscrição - Qualquer pessoa sem renda própria que realize o trabalho doméstico no âmbito da própria residência pode se filiar à Previdência Social como segurado facultativo de baixa renda. Para isso basta que a família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e tenha renda mensal de até dois salários mínimos (hoje, R$ 1.244). A alíquota de contribuição previdenciária é de apenas 5% do salário mínimo (R$ 31,10) por mês. A inscrição pode ser realizada por meio da Central 135. INSS libera lista de aposentados beneficiados pela revisão do teto O s aposentados do INSS já podem conferir se têm ou não direito à chamada “revisão do teto”, que vai reajustar os valores de cerca de 117 mil benefícios. Para isso, é preciso acessar o site do Ministério da Previdência Social (www.mps. gov.br) ou ligar para a Central 135. O aumento, que será de R$ 239 em média, estará disponível no pagamento de agosto — depositado no início de setembro. Antes de ligar, o segurado deverá prestar atenção se o benefício foi concedido de 5 de abril de 1991 a 1º de janeiro de 2004. Têm direito à revisão aqueles cuja renda inicial foi limitada ao teto (valor máximo pago pelo INSS) no ato da con- cessão e na data do primeiro reajuste. Se não foi esse o caso, não haverá aumento. No entanto, os aposentados encontram dificuldades para ter a informação neste início da consulta. Ao acessar o sistema, o aposentado deverá informar o número de benefício, o CPF, a data de nascimento e o nome completo. As diferenças surgiram por causa das reformas da Previdência de 1998 e 2003, quando os benefícios não foram corrigidos corretamente. O valor do aumento a que cada um terá direito e os atrasados a receber serão informados em data ainda não divulgada. - 31 de outubro de 2011: quem tem até R$ 6 mil a receber Veja o calendário de pagamento dos atrasados da correção: - 31 de janeiro de 2013: acima de R$ 19.000,01 – Se a valorização do salário mínimo é fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida, seria o caso de também conceder aumentos reais para aqueles que recebem mais do que esse valor – afirmou. - 31 de maio de 2012: de R$ 6.000,01 a R$ 15 mil - 30 de novembro de 2012: de R$ 15.000,01 a R$ 19 mil Suplicy defende aumento real para aposentados que ganham acima do salário mínimo E m discurso no Senado, dia 9 de agosto, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a política de ganho do salário mínimo deve ser mantida ao mesmo tempo em que deve ser dado um aumento real para aqueles que recebem um valor maior na aposentadoria. Na visão do senador, o Brasil está em débito com os aposentados, que vivem as consequências de muitas distorções econômicas. – O governo precisa enfrentar de imediato esta questão. Somente assim poderemos garantir aos aposentados uma vida com mais qualidade – afirmou. Segundo Suplicy, há cerca de 100 projetos sobre o assunto em tramitação no Congresso Nacional, o que mostraria que o Legislativo tem funcionado como uma caixa de ressonância da sociedade. Ele destacou o PLS 58/2003, que trata da atualização dos valores pagos aos aposentados e pensionistas, e o PLS 296/2003, que acaba com o fator previdenciário. Conforme informou o senador, ambos os projetos estão na Câmara dos Deputados desde 2008. Suplicy pediu aos deputados que os projetos sejam apreciados o mais rápido possível. O parlamentar paulista disse que a aposentadoria é uma conquista universal, que pretende dar um mínimo de conforto àqueles que batalharam muito durante toda a vida. Para Suplicy, os aposentados e pensionistas brasileiros precisam de um olhar mais atento do país. Ele reconheceu que a valorização do salário mínimo, pago à maioria dos aposentados, incentiva o movimento da economia, mas registrou que a diferença de valorização chega a mais de 70% a favor do salário mínimo, em relação àqueles que recebem valor maior, cujos vencimentos tiveram pouco ou nenhum ganho real nos últimos anos. (Agência Senado) 10 O Arauto – maio – agosto – 2012 Você e a Previdência Realidade para 481 mil segurados: Senado aprova aumento para jornada adicional não garante todos os direitos aposentado que necessitar de dos be- to com argumento de que os da casa própria; e, ainda, em acompanhante permanente Semnefíciosreajustehá, real pelo menos, recursos são direcionados aos casos de doenças graves, como dois anos a única saída para os aposentados do INSS para manter o poder de compra do orçamento é voltar ao mercado de trabalho. Mas eles esbarram nos desafios da nova condição de trabalhador: celetistas, com carteira assinada sem, no entanto, nenhuma proteção previdenciária e contando apenas com o FGTS e o PIS. Auxílio-doença, acidente de trabalho e complementação da aposentadoria, com o tempo a mais no mercado, estão fora da lista de garantias do aposentado que volta a trabalhar. Se ficar doente ou se acidentar durante as atividades ou no trajeto casa-empresa, o profissional entra de licença médica, mas não recebe complementação pelo tempo parado. Segundo o INSS, não é permitido ao segurado manter mais de um benefício — com exceção de aposentadoria e pensão por morte. Desconto para o INSS Apesar da condição, quem volta à ativa, com carteira assinada, é descontado todo o mês, em até 11%, para a contribuição ao INSS. O instituto sai em defesa do pagamen- aposentados ativos. Para Mauro Hauschild, presidente do INSS, a Seguridade Social é um sistema de proteção coletiva e, como tal, deve ser pensada de maneira conjunta e não individualmente. Em outras palavras: todos devem contribuir para que o sistema de assistência funcione. Do outro lado estão os 481 mil aposentados que voltaram à ativa e que contribuem com o INSS sem perspectivas de proteções adicionais ou aumento nos rendimentos. Saque do FGTS e PIS Assim como os demais trabalhadores assalariados, o aposentado que volta ao mercado formal de trabalho, isto é, com carteira assinada, tem direito a Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e ao abono do PIS. Segundo a Caixa Econômica, o saque do FGTS para os trabalhadores aposentados segue as mesmas regras dos trabalhadores comuns: só é liberado após o desligamento definitivo do profissional do novo vínculo empregatício, seja por demissão voluntária ou sem justa causa; para a aquisição câncer e aids, ou estágio terminal. Da mesma maneira acontece com o saque do PIS. O abono é válido apenas para quem está cadastrado há pelo menos cinco anos no PIS; recebeu de empregadores contribuintes remuneração mensal de até dois salários mínimos no ano; exerceu atividade remunerada, durante pelo menos 30 dias, consecutivos ou não; e teve os dados informados corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O abono salarial do PIS equivale ao valor de um salário mínimo, hoje em R$ 622. O trabalhador que tem o Cartão do Cidadão e conta com uma senha cadastrada pode sacar o abono nos terminais de autoatendimento da Caixa Econômica Federal, nas loterias ou nos correspondentes bancários da instituição. O aposentado da Previdência Social que necessitar do acompanhamento permanente de uma pessoa poderá ter um acréscimo de 25% no valor do seu benefício. A matéria foi aprovada dia 4 de julho pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado em caráter terminativo e segue para análise da Câmara. O presidente da comissão, Jayme Campos (DEM-MT), destacou que a depender do valor do benefício, o aposentado optará em receber R$ 250 ou os 25% previstos na proposta. “Ele escolherá o que for mais vantajoso.” O autor da proposta, Paulo Paim (PT-RS), destacou que atualmente só aposentados por invalidez têm esse percentual acrescido no valor de seu benefício. Para o parlamentar, essa “é uma situação” injusta porque existem outros aposentados que também necessitam de acompanhamento permanente e não podem reivindicar um aumento. “Um aposentado por tempo de serviço contribuiu por 35 anos para a Previdência Social, enquanto que o aposentado por invalidez pode não ter contribuído um mês sequer”, destacou Paulo Paim. O senador ressaltou que caberá ao Executivo regulamentar a forma como os aposentados poderão requerer o aumento do benefício, caso a matéria seja aprovada no Congresso e sancionada pela presidente da República. (Agência Brasil) Quem não tem o cartão deve pedir nas agências da Caixa ou por meio do telefone 0800-726-0101. Outras informações podem ser obtidas por meio do site www.caixa.gov.br ou no portal eletrônico www.fgts.gov.br. Ipea adverte para efeitos fiscais da extinção do fator previdenciário O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresenta resultados favoráveis, constantes e promove distribuição de renda, segundo aponta o relatório Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado dia 10 de agosto. Apesar disso, o documento também adverte para os riscos fiscais que serão gerados com o fim do fator previdenciário. O instituto mencionou no estudo a chamada proposta 95/85 – respectivamente a soma de idade e tempo de contribuição de homens e mulheres - como solução intermediária à simples extinção do fator. Para o Ipea, a extinção do fator sem outra compensação é “problemática” devido aos efeitos fiscais de curto, médio e longo prazos. A mudança no cálculo da Previdência geraria aumento do valor dos benefícios e também poderia levar a processos no Judiciário por aposentados ainda durante os últimos 12 meses de vigência do fator. O projeto de lei sobre o tema tramita na Câmara e negociações para a sua aprovação estavam previstas para este mês, mas foram suspensas e não têm previsão de voltar à pauta do governo. O estudo, que avalia as políticas sociais do governo entre 2011 e 2012, afirma que os dados do RGPS colocam “em xeque o diagnóstico de um su- posto ‘rombo’ [nas contas previdenciárias]” e que a “Previdência Social tem mostrado excelente desempenho nos anos recentes”. De acordo com o Ipea, a cobertura de trabalhadores pelo regime tem aumentado tanto para trabalhadores empregados quanto para autônomos, o que estaria ligado, ainda que não exclusivamente, ao dinamismo da economia. O RGPS alcançou cobertura de cerca de 60% da população economicamente ativa (PEA) em 2009, 6% a mais do que em 2002, quando a cobertura era de 54%. O Programa Brasil Maior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), de 2011, se- gundo o instituto, “deu fôlego à competitividade e à presença do Brasil nos mercados mundiais” e teve como destaque a desoneração da contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários nos setores de confecções, calçados, móveis e softwares. Por causa dessa desoneração, a inclusão de trabalhadores no regime previdenciário não tem aumentado a arrecadação. O Ipea também analisou a reforma da Previdência Pública. Segundo o instituto, os benefícios e o custeio da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público (Funpresp), criada pela Lei 12.618 de 2012, têm caráter “pouco protetivo”, por não prever o compartilhamento do risco de sobrevida entre o segurado e os patrocinadores. (Agência Brasil) Atendimento previdenciário na nossa sede Dra. Rosileine Adorno Path atende os associados nos seguintes dias e horários: Segunda-feira – das 8h às 11h30 e das 13h30 às 16h30; Quarta-feira – das 8h às 11h30. O agendamento deverá ser feito através do telefone (11) 3116-3750 – falar com Juliane. Obs.: Os atendimentos serão feitos tão e somente com agendamento prévio. 11 O Arauto – maio – agosto – 2012 Colônia de Férias Alegria, festas, comidas e brincadeiras agitam junho C omo ocorre todos os anos e com alto e animado espírito “caipira”, nossa Casa praiana esteve lotada no período de 7 a 10 de junho. Nosso Departamento Social – representado pelos diretores Maria Neide Cardoso de Carvalho, Sérgio Auricchio e Jorge Zósimo dos Santos – organizou uma animada festança, regada a muita comida e bastante folia para saudar os santos do mês: Santo Antônio, São João e São Pedro. A comidinha caipira foi preparada pela equipe da nossa cozinha, com muito carinho e capricho. Os funcionários se desdobraram para deixar o ambiente bastante acolhedor. Os associados e convidados “encarnaram” o espírito da ocasião e não pouparam esforços para, além do divertimento, exibirem suas fantasias, ou melhor, a “roupinha” da ocasião. A quadrilha esteve impecável, com casamento, padre, padrinhos e convidados. E as músicas fi- zeram de todos excelentes “bailarinos”. A ver pelas fotos, a “caipirada” está contando os dias para que chegue logo o próximo ano, para repetir a alegria e descontração. 12 O Arauto – maio – agosto – 2012 Colônia de Férias No Dia da Independência, ela completa 30 anos! De 7 a 9 de setembro, haverá muita comemoração, com brinde-surpresa N o começo, durante os quatro primeiros anos, desde sua fundação, ela era tímida, franzina, meio inibida, sem brilho, e tinha poucos predicados. De repente, ela se transformou. E brotou, graças ao trabalho árduo da nova diretoria, encabeçada por Edson Ribeiro Pinto que, inesperadamente, precisou arregaçar as mangas, junto com a equipe de diretores. E desde 1986, começaram as transformações. Hoje, aos 30 anos, ela está fortalecida, com mais luz, com muitos predicados. Também, pudera, há muita gente para paparicá-la, acariciá-la e torná-la mais bonita a cada dia! Lembrando para quem não a conheceu no início, nossa Colônia de Férias ocupava um espaço muito menor. Dispunha dos prédios, com dormitórios mais modestos, e oferecia apenas pernoite e um magro café da manhã. O associado que quisesse nadar ou tomar sol, teria de ir à praia, no começo da avenida. O tempo foi passando, seu tutor Edson foi mexendo uma pedra aqui, outra ali, como num jogo de xadrez e, de repente, ela cresceu, ficou “grandona”, chegando até a esquina, perto da rodovia. Foram necessários tempo, dinheiro e muita paciência, mas valeu – e muito! – a pena. Passado mais um tempinho, num esforço hercúleo, no novo terreno foram erguidos novos apêndices dos edifícios, com uma grande infraestrutura. Foram construídas as piscinas de adultos e de crianças; o ginásio poliesportivo (que já foi palco de muitos torneios); uma quadra oficial de bocha; duas saunas; espaço para crianças; equipamentos para o salão de jogos; reforma no salão social, com instalação de moderno equipamento de som e luz. Ainda, criação de espaço para TV e outro para palestras; ampliação bastante grande do salão de refeições; reforma total na cozinha, com a criação, também, de padaria; salão próprio e completo para lavagem e tratamento de roupas; espaço gourmet, próximo aos jardins internos, com fornos, churrasqueiras, geladeiras e todos os equipamentos possíveis e indispensáveis, além de estacionamento coberto para carros. E água nunca falta, devi- Crônica Você gosta de esportes? Se gosta, encontrou seu espaço para treinos N ossos diretores de Esportes, Renato Barbosa Neto, Décio de Lima e Romeu de Souza Franco Filho, convidam os associados e associadas para treinos nas seguintes modalidades: xadrez, dama, dominó, pebolim, sinuca, pingue-pongue, bocha, basquete, futsal, vôlei. Os treinos ocorrerão na nossa quadra de esportes e em nosso salão de jogos, na Colônia de Férias. As inscrições poderão ser feitas tanto na recepção da praia, quanto em nossa sede. do ao tamanho e tratamento de sua caixa. Para os associados mais idosos, ou com problemas de locomoção, foi instalado um elevador panorâmico, para acesso aos andares. Para receber os convidados dos 30 anos, nossa Colônia passou por tratamento de beleza e de saúde: além de repintura quase total, houve desinsetização geral, todos os apartamentos dispõem de novos boxes, novas cubas, novas portas. Foi instalada, ainda, rede de proteção no ginásio, além de todos os tipos de manutenção dos prédios e de todas as instalações, quer sejam elétricas ou hidráulicas. Nossa horta está sendo expandida com novos canteiros, para que sejam oferecidas aos asso- ciados hortaliças frescas, sem agrotóxicos. Para as crianças, uma novidade bem recente: há moderna TV de LED, para que possam assistir aos canais para elas e para os teens. Todas as equipes da praia estão a postos esperando pelo melhor da festa: os associados, razão da existência da mais completa colônia de férias de Praia Grande e, quiçá, uma das melhores do País. Que todos se sintam, sempre, muito bem e feliz na Nossa Casa! Sejam bem-vindos!