Carta de Blumenau - Revista da CRUZ AZUL - 2014 - N

Transcrição

Carta de Blumenau - Revista da CRUZ AZUL - 2014 - N
Página integrante da revista "Cruz Azul" editada pela Cruz Azul no Brasil – Ano 2014 – Número 13
3º FÓRUM SUL BRASILEIRO DE COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E AFINS
Realização: Cruz Azul no Brasil – Blumenau, SC, 27 e 28 de setembro de 2012.
Tema geral:“Avanços e contribuições da RDC - 029 sobre a RDC - 101
III Carta de Blumenau
Saudação do Sr. Rolf Hartmann Diretor Presidente da CruzAzul no Brasil aos presentes...
Adalberto Calmon Barbosa – Guaratinguetá – SP. Gerente de Projetos e Captação de Recursos da Fazendo
Esperança.
Ÿ Adelcio Bernardin – Balneário Camboriú, SC, Diretor da Guarda Municipal de Balneário Camboriú.
Ÿ Antonio Fernando das Neves Filho – Blumenau, SC. Coordenador Regional da Polícia Cívil.
Ÿ Arsanjo Paul Colaço – Jaraguá do Sul, SC. Presidente da Associação Catarinense de Comunidades
Terapêuticas ACCTE.
Ÿ Célio Barbosa – Teresina, PI. Presidente da Confederação Brasileira de Comunidades Terapêuticas CONFENACT e da Federação Norte/Nordeste de Comunidades Terapêuticas - FENNOCT.
Ÿ Cássio Slonczewski – Blumenau, SC. Presidente COMEN.
Ÿ Chiara Chaves Cruz da Silva – Brasília, DF. Representando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA.
Ÿ Edmundo Muniz Chaves – Bauru, SP.Administrador da Comunidade Terapêutica Esquadrão da Vida.
Ÿ Hélio Ferreira das Chagas – Brasília, DF. Representante do Dep. Distrital de Brasília Wellington Luiz
(Presidente da Frente Parlamentar contra o Crack da Câmara legislativa do Distrito Federal).
Ÿ Ismael dos Santos – Blumenau, SC. Deputado Estadual e Presidente do Fórum Parlamentar de Combate e
Prevenção às Drogas de Santa Catarina, SC -Blumenau –SC.
Ÿ Dra. Maika Arno Roeder - Florianópolis – SC. Dra. em Ciências Humanas. Coordenadora da área de
Comunidades Terapêuticas no estado de Santa Catarina, pela Diretoria de Vigilância Sanitária de SC.
Ÿ Marcos Mey – Blumenau, SC. Presidente do Centro de Recuperação Nova Esperança – CERENE.
Ÿ Maurício Landre – Campinas SP. Coordenador Comunidade Terapêutica Santa Carlota – FEBRACT.
Ÿ Mauro Luis de Medeiros – Blumenau, SC. Gerente do COMEN de Blumenau.
Ÿ Padre Vitor Hugo Gerhard – PortoAlegre, RS.Assessor de Comunidades Terapêuticas do RS.
Ÿ Paulo Roberto de Souza – Bal. Camboriú, SC. Presidente do COMAD e diretor do Resgate Social do
Município.
Ÿ Rolf Hartmann – Blumenau, SC Diretor Presidente da CruzAzul no Brasil.
Ÿ Dr. Robson Robin – Brasília – DF. Coordenador-Geral de Políticas de Redução da Oferta da Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD).
Ÿ Rosangela Scurssel – Novo Hamburgo, RS. Representante do Padre Haroldo, delegada FEBRACT, RS.
Ÿ Cel. Valmor Raimundo Machado – Florianópolis, SC. Presidente da Federação de Comunidades
Terapêuticas de Santa Catarina – FECOTESC.
Ÿ
1. Palestra: Edmundo Muniz Chaves: “História e avanços da regulamentação das Comunidades
Terapêuticas no Brasil”. Salientou que:
Ÿ Precisamos de representatividade juntos aos órgãos públicos (Febract, Feteb, CruzAzul, etc.).
Ÿ Precisamos melhorar nossos serviços para podermos ser vistos como uma verdadeira Comunidade
Terapêutica.
Ÿ Enquadrar-nos às Legislações vigentes.
Ÿ Trabalhar para a efetivação da rede de atenção ao dependente: Comunidades Terapêuticas, CAPSaD,
CRAS/CREAS, Hospitais, Casas deAcolhimento/Passagem, RepúblicasAssistidas, Pós tratamento, etc..
Ÿ Articulação das Políticas de Saúde,Assistência Social, Educação, etc..
2. Painel de Debates: “O papel das Comunidades Terapêuticas no tratamento dos Dependentes de
Substâncias Psi-coativas dentro da Rede de Saúde Mental do Brasil”.
31
Página integrante da revista "Cruz Azul" editada pela Cruz Azul no Brasil – Ano 2014 – Número 13
3º FÓRUM SUL BRASILEIRO DE COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E AFINS
Célio Barbosa: Explanou a formação da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas –
CONFENACT. Toda a atuação e encaminhamentos durante o período de dois anos. Colocou a pauta e
objetivos de todos os encontros realizados:
1) União das Federações e Construção de um Consenso Sobre a Modalidade de CT;
2) Reconhecimento das CTs como modalidade de tratamento pelo Governo Federal;
3) Financiamento de vagas para Tratamento em CT pelo Governo Federal;
4)Análise das alterações entre a RDC-101 e a RDC-029.
Durante este processo foi aprovada a carta de Piauí, disponível para “download” no site da Cruz Azul:
www.cruzazul.org.br. Salientou também que todas as demais Federações e Associações necessitam se
filiarem à CONFENACT. Igualmente todas as CT´s precisam filiar-se à Associações ou Federações
Estaduais, e mostrar resultados de seu trabalho.
Destacou que 90% das internações de dependentes químicos de substâncias psicoativas no Brasil estão
internados em comunidades terapêuticas. E, que das 50 mil vagas oferecidas em CT´s, cerca de 32 mil estão
ocupadas, havendo portanto disponibilidade de vagas.
Nos encontros foi eleita também a primeira diretoria da CONFENACT, que está assim constituída:
1-Presidente: Célio Luis Barbosa – Representando a FENNOCT
2-Vice-Presidente: Pastor Wellington Vieira – Representando a FETEB
3-Secretário: Egon Schluter – Representando CRUZ AZUL NO BRASIL
4-Tesoureiro: Juliano da Silva Marfim – Representando FEBRACT.
Ÿ
Ÿ Chiara Chaves Cruz da Silva:Abordou os seguintes assuntos:
- Uso de drogas: problema de saúde pública;
- Estudos sobre o consumo de drogas/crack;
- Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas;
- Criação da Rede deAtenção Psicossocial;
- Perspectiva de integração das comunidades terapêuticas à rede pública de tratamento;
- Iniciativa de retomar o debate sobre o tema;
-Articulação com Ministério da Saúde, Senad, Fórum Nacional de Conselhos e Vigilâncias Sanitárias;
-Articulação e orientação ao SNVS, para Gerenciamento de Riscos;
- Monitoramento de denúncias por meio de canais como Ouvidoria e SAT;
- Promover ações de incentivo à regularização das instituições, com destaque para a obtenção da licença junto
ao órgão de vigilância sanitária local competente;
- Orientar as instituições por meio de reuniões, oficinas ou seminários, com o objetivo de adequação à norma
dentro do prazo estabelecido;
- Desenvolver ações de comunicação para que a sociedade possa identificar eventuais riscos na prestação dos
serviços e colaborar com a melhoria das instituições;
- Colocou a ANVISA a disposição para as necessidades das CTs, e irão nos próximas semana agendar uma
audiência das lideranças via CONFENACT para discutir a atual legislação que regulamenta o segmento.
Ÿ Deputado Ismael dos Santos: Informou que na Assembléia Legislativa de Santa Catarina são 10
Deputados que fomentam debates sobre as Comunidades Terapêuticas e realizam visitas as mesmas. O
deputado Ismael apresentou aos participantes do Fórum uma pesquisa da Universidade de São Paulo - USP na
qual fica visível a necessidade de tratamento aos dependentes em substâncias psicoativas - SPA.
Comentou também sobre a Proposta da Frente Parlamentar Sobre Drogas a qual irá destinar 0,6%
orçamento da Secretaria da Saúde (R$ 1.000.000,00 p/mês) para o tratamento de dependentes químicos.
Serão contratadas 10 vagas por Comunidade Terapêutica, totalizando parceria com 100 Entidades do Estado.
32
Página integrante da revista "Cruz Azul" editada pela Cruz Azul no Brasil – Ano 2014 – Número 13
3º FÓRUM SUL BRASILEIRO DE COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E AFINS
O valor a ser pago por vaga/mensal será de R$ 1.000,00. Do valor recebido a Entidade poderá usar 60% para
pagamento de profissionais e 40% para manutenção. O início deste projeto de parte do Governo Estadual está
previsto a partir de janeiro 2013. Salientou, ainda que as Comunidades Terapêuticas que participaram dessa
parceria deverão ter também atendimento a adolescentes; estarem já conveniadas com o Estado e
credenciadas na Secretaria de Assistência Social de SC; terem uma proposta terapêutica (Programa
Terapêutico). O Estado de SC financiará a vaga para tratamento pelo período de 06 meses somente.
Destacou, também, a importância e realização do “1º Encontro Catarinense de Políticas Públicas sobre
Álcool e outras Drogas - Drogas é Possível Vencer?”, que será realizado no dia 27 a 29 de novembro de 2012,
em Florianópolis com a participação de todos os setores públicos e representações das comunidades
terapêuticas, associações e federações.
Maurício Landre: Atualmente trabalhando como Diretor da Comunidade Terapêutica Rural Santa
Carlota (Itapira/SP). Falou de sua experiência na formação de uma Comunidade Terapêutica privada com o
apoio e investimento público.
Ÿ
Ÿ Adalberto Calmon Barbosa: Apresentou o trabalho da Fazenda da Esperança, iniciado em
Guaratinguetá, SP, e que hoje possuí mais de 60 no Brasil e no exterior, com milhares de resultados positivos
na recuperação de milhares de pessoas e famílias.
Ÿ Padre Vitor Hugo Gerhard: Trouxe uma visão panorâmica do trabalho das Comunidades Terapêuticas
do Rio Grande do Sul.
3. Palestra: Dr. Robson Robin: “Reconhecimento das Comunidades Terapêuticas pelo Governo Federal”.
Dr. Robson falou sobre o reconhecimento das CT´s como instrumento para receber os dependentes químicos
de substâncias psicoativas – DQSPA. Acolher e dar condições de retorno à sociedade. Frisou que o Governo
Federal atual reconhece o trabalho das comunidades terapêuticas, mas também exigirá seriedade e
configurações de ação de parte delas e de estarem dentro das normas mínimas exigidas pelos órgãos
governamentais.
Informou que no início do mês de outubro/2012 deverá ser publicado pelo Governo Federal o Edital de
Habilitação das Comunidades Terapêuticas para o financiamento de vagas de tratamento. Para que as CT´s
possam participar do Edital elas devem preencher alguns requisitos mínimos:
a. Necessidade de Programa Terapêutico;
b. Seriedade Fiscal;
c. Documentação em dia;
d. Configurado com as normas da ANVISA/SENAD.
e. Colaboradores capacitados, através do sistema de Ensino a Distância, a ser oferecido pela SENAD.
Sublinhou também que dentro da regulamentação das CT´s os CONEN e COMEN serão os “fiscais” a
serviço da SENAD. E que o simples fato de participarem do recente Censo das CT´s não credencia
automaticamente as mesmas para financiamento da SENAD.
Outro item amplamente discutido entre os presentes e colocado para o representante da SENAD foi a questão
da capacitação de obreiros de CT´s. Ou seja, já existem – há muitos anos – diversos cursos de capacitação
feito pelas Federações de CT´s, e estes precisam também serem valorizados e reconhecidos pela SENAD.
Não podem agora serem simplesmente ignorados. Este assunto, ainda está em aberto, e deverá ser levado
pela CONFENACT para ser melhor analisado e discutido junto a SENAD.
3.
Palestra: Dra. Maika Arno Roeder: “O Impacto da RDC-029 sobre nas Comunidades
Terapêuticas de Santa Catarina”.Assuntos trabalhados:
- Necessidade de se observar os alvarás que a grande maioria das CT's não possui;
33
Página integrante da revista "Cruz Azul" editada pela Cruz Azul no Brasil – Ano 2014 – Número 13
3º FÓRUM SUL BRASILEIRO DE COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E AFINS
- Ter um padrão de registro de limpeza das caixas d'água;
- A partir da RDC-029 houve uma redução de exigências de profissionais muito grande. Atualmente só é
necessário um titular como responsável técnico – RT pela CT e um substituto, com formação que qualquer
área. É necessário também que eles estejam sempre alguém a disposição e atendendo na comunidade.
Destacou a necessidade de uma capacitação/formação para os RT´s
- Redução de danos é uma etapa/estratégia para se alcançar a abstinência, e não um objetivo em si.
- Preocupação da territorialização por parte de algumas CT´s, onde a grande maioria está localizada no litoral.
- Parabenizou que em vários aspectos as CT's têm melhorado significativamente a partir de pesquisas feitas
pela Vigilância Sanitária Estadual.
Dados atuais da ANVISA:
- Total de Comunidades Terapêuticas em Funcionamento: 101
- Total de Comunidades Terapêuticas não Encaminhadas: 7
- Total de Comunidades Terapêuticas comAlvará Sanitário: 60
- Total de Comunidades Terapêuticas fechadas, interditadas ou que mudaram de ramo: 27.
4.
Painel de debates: “Futuro e desafios para as Comunidades Terapêuticas: Financiamento x
Inclusão na Rede de Saúde Mental”.
Ÿ Arsanjo Paul Colaço: Organização das comunidades terapêuticas. Importância do associativismo das
CT´s. Cursos de Capacitação através da Cruz Azul e outras Federações. Criação de um selo que destaca o
apoio às CT´s. Padronização da nomenclatura das funções dos colaboradores das Ct´s.
Adalberto Calmon Barbosa: Mudança de consciência – buscar associativismo entre as CT´s. Não
depender exclusivamente dos poderes públicos para sua manutenção, mas buscar recursos também junto à
sociedade. Utilização dos recursos públicos para aumentar a capacidade de atendimento; Importância da ação
dos recuperandos na indicação/recomendação das CT´s.
Ÿ
Marcos Edwin Mey: Continuar vencendo as drogas; Aumentar o percentual de recuperação, capacitando
e investindo no treinamento e capacitação dos colaboradores/profissionais da CT, as quais em sua maioria são
pessoas que amam pessoas, centrados no Evangelho de Jesus Cristo. A Confederação manter e ampliar cada
vez mais a luta pelas CT´s; Reconhecimento das CT´s junto aos órgãos governamentais e comunidade em
geral.
Ÿ
Ÿ Pe Vitor Hugo Gerhard: Proposição de um novo modelo/estilo de vida, como por exemplo eliminar a
venda de bebidas alcoólicas nas igrejas; trabalho voluntário; Associativismo; qualificação dos
colaboradores; Promover a multiplicação dos Grupos deApoio às famílias e egressos das CT´s.
Cel. Valmor R. Machado: Investir e ampliar cada vez mais na prevenção primária. Reconhecimento das
CT´s.Associativismo.
Ÿ
Célio Barbosa: Incentivar e ampliar a formação de associações e federações Estaduais de CT´s, e
automaticamente se filiarem a CONFENACT; Não utilizar os benefícios públicos (como auxílio doença do
INSS) para manter a CT´s; Fiscalizar as CT´s quanto à forma de tratamento dos residentes; Cuidados com
intervenção da Saúde Mental na forma de atuação das CT´s em decorrência dos financiamentos públicos às
mesmas.
Ÿ
Além das temáticas abordadas acima, houve durante a solenidade de abertura, na quinta-feira a noite, dia 27, a
apresentação do trabalho da Cruz Azul no Brasil, apresentado pelo Diretor-Presidente Rolf Hartmann. Sob o
título: “Raízes e contribuições da CruzAzul para uma vida sem drogas!”.
34
Página integrante da revista "Cruz Azul" editada pela Cruz Azul no Brasil – Ano 2014 – Número 13
3º FÓRUM SUL BRASILEIRO DE COMUNIDADES TERAPÊUTICAS E AFINS
O III Fórum Sul Brasileiro de Comunidades Terapêuticas e Afins teve seu encerramento às 17h00min do dia 28
de setembro de 2012, após a saudação final e agradecimentos feitos pelo Diretor-Presidente da Cruz Azul no
Brasil Rolf Hartmann.
Otto Müller, Diretor da Comunidade Terapêutica do CERENE em São Bento do Sul, SC, fez a oração final de
agradecimento e pelo trabalho das Comunidades Terapêuticas no Brasil e no exterior.
Blumenau, SC, 27 de setembro de 2012.
Rolf Hartmann
Diretor-Presidente da CruzAzul no Brasil
Egon Schlüter
CoordenadorAdministrativo e de Projetos
Luis Carlos Ávila
Coordenador da Área de Educação Continuada e
do III Fórum Sul Brasileiro de Comunidades Terapêuticas eAfins
Relatores:
Marilei Tribess
Cássio Slonczewski
35