Avaliação em atletas de futebol: sua relação com a periodização do

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Avaliação em atletas de futebol: sua relação com a periodização do
Avaliação em atletas de futebol: sua relação com a
periodização do jogo
RESUMO
Este ensaio está pautado em avaliar e discutir as bases epistemológicas
associadas ao modelo de periodização e sua concepção metodológica de alto rendimento.
Nomeadamente o paradigma (analítico-sintético), modelo de periodização (MP
tradicional), modelo de periodização tática (MPT), periodização tática ou contemporânea.
Considerando que cada comissão técnica procura o seu embasamento teórico e prático
no que há de mais recente nas ciências do desporto, objetivando a alta performance nos
momentos isolados e na longa temporada. O estudo feito por Costa I T et al (2010)
sugere que as pesquisas têm demonstrado que o conteúdo da planificação baseado no
ensino treino tático são essenciais ao desempenho. Estabelecemos por meio da
metodologia de revisão da literatura confrontar o paradigma tradicional e o
contemporâneo, a fim de sinalizar o que vem sendo considerado adequado e essencial
pela a literatura atual. Como uma possível conclusão deste estudo é que, atualmente, a
interpretação da performance situa-se ao nível do jogo, fato que tem feito emergir a
necessidade de haver uma mudança de paradigma em relação a três categorias: I) Ao
nível de ensino; II) nova concepção de performance; III) a competência cognitiva e
tomada de decisão como essencial ao desempenho. Para a operacionalização do ensino
contextualizado, adotamos como base os princípios de jogo criados e sistematizados por
Costa I T et al (2010).
Palavras-chave: Paradigma tradicional e contemporâneo. Performance. Avaliação
2
ABSTRACT
This essay is guided in evaluating and discussing the epistemological bases
associated with periodization model and its design methodology for high yield. Particular
paradigm (Analytic-synthetic), Model MP traditional periodization (Global integral), Model
periodization Periodization Tactical Tactical MPT or contemporary. Whereas each technical
committee seeks its theoretical and practical in what is latest in sport science, aiming at
high performance in both the individual moments as the long season. Then, with
reference to the study by IT Costa et al (2010), suggesting that research has shown that
the content of planning based on teaching tactical training are essential to performance.
Established through literature review methodology to confront the traditional paradigm
and contemporary. In order to signal to what has been considered appropriate and
essential for the current literature. As a possible conclusion of this study is that currently,
the interpretation of the performance lies at the level of the game, a fact that has made
emerge the need for a paradigm shift in relation to three categories: I) level of
education; II) new conception of performance, and III) cognitive competence and
decision making as essential to performance. The operationalization of situated learning
adopted based on the principles of game created and systematized IT by Costa et al
(2010).
Keywords: Paradigm traditional and contemporary. Performance. Evaluation.
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SUMÁRIO
1.0
INTRODUÇÃO
1.1
Avaliações na
periodização................................................................................
1.1.2
Possibilidades de avaliação na periodização tática.........................................
1.1.3 Importância da avaliação no
futebol....................................................................
1.1.4
Justificativa.......................................................................................................
1.2.0
Objetivos.....................................................................................................
1.2.1
Objetivos específicos.....................................................................................
1.2.2
Metodologia........................................................................................................
2.0 REFERÊNCIAL TEORICO......................................................................................
2.1.1 Os ponto e contrapontos da avaliação da performance subjugado ao MP do
treino....................................................................................................................
.....
2.1.2 Questões em aberto sobre o modelo tradicional e a realidade emergente...
2.1.3 Considerações sobre os MP clássicos e sua correlação com ideológica com a
avaliação...............................................................................................................
.......
2.1.4 A revalorização do conceito esquecido/negligenciado – o desempenho tático como
referencial..........................................................................................................
2.2.1 A emergência da avaliação do desempenho tático: em busca da essência do
jogo......................................................................................................................
....
2.2.2 A necessidade de um modelo de ensino/treino-jogo para um consequente
parâmetro avaliativo – contributos para a avaliação do desempenho....................
2.2.3 Momento atualização das perspectivas
2.3.0 As concepções metodológica/pedagógica do futebol pós-moderno um olhar analítico
da performance........................................................................................
3.0 A ANÁLISE DO JOGO
3.1Ensino e
treino. ...................................................................................................
3.1.2 Avaliação de cara nova!.................................................................................
3.1.3 Da nova base metodológica: Análise e observação do jog...........................
3.2.0 Competências cognitivo-perceptiva subjacente a tomada de decisão – a base fulcral
para o futebol contemporânea.......................................................................
3.2.1 Competência cognitiva “a controladora” das ações e “ditadora” da performance.
4
3.2.2 Para um jogar inteligente necessita-se a canalização da tomada de decisão....
4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.
ANEXO
REFERÊNCIA.
5
Listas de quadros
Quadro 01 Caracterização dos modelos ensino-aprendizagem nos jogos desportivos
Quadro 02. Aspectos evolucionais do treinamento desportivo.
Lista de figuras
Figura 1. Representação esquemática do jogo global.
Figura 2. Representativa da teoria de Matveev. Ondulações das cargas
Figura 3. Modelo configurado do planejamento metodológico
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Avaliação em atletas de futebol: sua relação com a periodização do jogo
Romário da Silva Oliveira
Joaquim Alves Neto
Ana Patrícia Guimarães
Introdução
Diante da imensa variabilidade de métodos de avaliação da performance destacados na
literatura, há dificuldades em aplicar, selecionar e organizar os conteúdos de jogo
relacionados à prática competitiva de uma determinada modalidade desportiva, que, por
sua vez, necessita de métodos de avaliação dentro dos períodos inseridos em um
macrociclo anual, em especial no futebol profissional. Também parece difícil encontrar
equipes que planejam e escolham um método de avaliação entre tantos métodos parciais
de avaliação no jogo.
Nessa perspectiva, Costa et al (2010) destaca que pesquisas na área do treino esportivo
vêm mostrando que o conteúdo da planificação baseado no ensino/ treinos táticos são
essenciais para o desempenho de jogadores e equipes de futebol; porém, apesar dessa
importância, a avaliação do desempenho do jogador ainda tem se centrado em aspectos
técnicos, fisiológicos e biomecânicos.
1.1 Importâncias da avaliação na periodização
A avaliação da performance atlética é feita em consócio subjacente com a periodização
do (treino) jogo, que, por sua vez, a metodologia da periodização divide em dimensões
fragmentadas em conformidade com as metodologias do jogo clássicos a considerar:
respectivamente nas quatro principais macrodimensões do jogo: Física, técnica, tática e
volitiva. Os métodos avaliativos das capacidades físicas consistem em analisar atleta
individualmente em suas destrezas através de procedimentos protocolados e caracterizar
o atleta de acordo com suas condições físicas, como por exemplo, avaliação hipocinética
dos músculos, ergoespirométrica, vo2máx, limiar de lactato e de flexibilidade. Já os
métodos avaliativos das variáveis técnica e tática, são feitas através de scoults e análise
do jogo que se subdivide em motoras, quantitativa e qualitativa (Passes dados, gols
marcados) sistema de posicionamento global (GPS) e do desempenho tático, por
exemplo, o FUT-SAT, e a variável psicológica que se mensura pela tomada de decisão
(questionários) sobre alguns fatores cognitivos inerentes as ações que se configuram em
jogo. Com isso, cabe à comissão técnica ter uma escolha justificada e objetiva que
implicará em melhor controle e desenvolvimento do jogo (WEINECK, 1999 apud
MONTAGNER & SILVA 2003 p.4).
Como em todas as ciências que estão em um processo de constante reafirmação de seus
conceitos, a ciência do jogo desportivo tem provocado em comunhão com a evolução dos
saberes científico a contestação dos atuais paradigmas do jogo que consubstanciam a
performance apoiados no ensino/treino, analítico e global formal, paralelamente
relacionado ao pressuposto ideológico do modelo de periodização MP, do jogo desportivo
em especial no futebol. O processo de avaliação da performance no futebol está
embasado nos modelos MP tradicional em analítico e global formal, baseados no ensino
(jogo) na aprendizagem (desempenho) e avaliação fruto talvez do método cientifico, isto
é, cartesianismo. (MEMMERT & ROTH, 2007).
Tradicionalmente observa-se o confronto entre o método analítico, com ênfase nos
exercícios técnicos descontextualizados e estandardizados, e o método global baseado no
jogo formal (Pelada) com as respectivas cargas de jogo, ou seja, MP tradicional. No
entanto, grandes equipes do futebol mundial que vêm conquistando ótimos resultados na
atualidade, como por exemplo, a equipe do Barcelona (Espanha), tem demostrado que
estes paradigmas, analítico e global baseado no jogo formal, não se adéquam à nova
realidade do futebol pós-moderno. Em recente congresso de futebol na Espanha o
preparador físico do Barcelona assombrou toda a plateia quando falava sobre o MP de
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jogo “físico” no Barcelona, ao dizer que a proposta de ensino tanto nas categorias de
base quanto profissional treinavam na perspectiva global e integral. Em sua explanação,
mostrava que em sua equipe os treinos "físicos" são realizados de maneira integrada aos
objetivos do treinador e são elaborados para contribuir com a construção do modelo de
jogo adotado pelo Futebol Clube Barcelona (LEITÃO, 2009)..1.2 Possibilidades de
avaliação na periodização tática
Atualmente, dentro do futebol dois modelos de MP são mais usados, sobretudo, os mais
consagrados na literatura a alta performance no atleta a considerar: o MP tradicional
Matveev (1960) e o mais recente a periodização tática ou (MPT). No primeiro já muito
arraigado no meio esportivo, porém ainda assim criticado, nesse sentido Arruda et al
(1999, p.23) dizem que praticamente todo o processo de organização, estruturação
desenvolvido com futebolista fundamenta-se no sistema ou MP proposto por Matveev, e
que as comissões técnicas têm priorizado uma preparação fragmentada das capacidade
atléticas, havendo obviamente nesse sistema uma incompatibilidade com o futebol pósmoderno devido ao número cada vez maior de competições, menos tempo de preparo, o
que inevitavelmente seguindo o MP tradicional fica quase impossível condicionar o atleta
para suportar competições longas como no futebol, sabendo que do atleta se espera que
esteja do inicio ao fim da temporada sempre em alto rendimento e, as pesquisas
recentes demonstram que não é mais possível pensar um atleta de futebol elite
desenvolvendo sua performance fragmentada descontextualizada e consequente tendo
que ser analisado em todas elas como é o MP tradicional.
Já por outro lado o segundo MPT é que o preparador físico do Barcelona se referia à
periodização tática é uma consequente evolução dos modelos de jogo (teoria do
jogo)1que se baseia em um novo conceito de jogo aonde vem sendo considerada como
de “vanguarda”, que desmitifica os modelos analítico e global baseado no jogo formal no
jogo de futebol onde prioriza a técnica. Este modelo (metodologia) foi desenvolvida e
projetada por profissionais da área como: professores e treinadores que se convencionou
a ser encarado como, periodização tática MPT Victor Frade (1991), sendo seu maior
promotor, José Mourinho (treinador de futebol) obtendo resultados bastante positivos
(MEDEIRO & VOSER, 2011). Nessa mesma proposição Balzano, Lopes e Bandeira (2011)
concordam que o modelo de ensino, treino e avaliação MPT, proposto por Victor Frade
(1991) e adotado pela equipe do Barcelona, desenvolveu-se a partir da concepção
global/integral, isto é, a condução da preparação dos testes, desde os iniciais até a
avaliação da alta performance dos atletas na competição, deve ser formatada de acordo
com as particularidades do jogo, ou seja, ensina, treina e avalia na perspectiva da
realidade de uma partida, portanto uma nova e completa revolução metodológica de
concepção sobre o entendimento de futebol.
No nosso entendimento concebemos que dentre as várias percepções acerca do
significado de particularidade, uma maneira pelo menos, entendido por vários autores é
quando se considera o contexto ambiental em que se desenrolam as ações
comportamentais de um jogador. Casarin & Oliveira (2010), citando Garganta (2001),
entendem que nesse contexto ambiental caracterizado por sistema aberto de alta
complexidade sendo operacionalizada em situações de alta imprevisibilidade,
aleatoriedade das ações comportamentais, como identificado num jogo de futebol, parece
não haver sentido pensar em concebermos que o treino/jogo deve ser construído com
base em fundamentos, ou seja, das partes para o todo como visto na metodologia
analítica e global formal, já que as mesmas acontecem no treino/jogo justificando a
capacidade do atleta assimilar o “conteúdo” do jogo em frações do simples ao complexo,
desconsiderando quase sempre, o fator oposição, logo também a adaptação o que seria
elemento fundamental para a melhoria da percepção do jogo dos jogadores em relação
ao jogo. Nesse sentido a separação artificial dos fatores que concorrem para o
rendimento parece revelar-se inadequada (CASARIN & OLIVEIRA 2010). Esses mesmos
autores continuam ao indicar que nessa perspectiva o futebol não deve ser entendido
1
Ver o Livro Pedagogia do Desporto. TANI, GO; JORGE, Olímpio Bento; e PETERSEN,
Ricardo Demétrio de Souza.
8
como um sistema fechado como visto a exemplo na natação onde quase sempre não há
um confronto direto entre os oponentes, ao contrário do futebol onde caracterizado pelo
sistema complexo aberto a múltiplas transformações, que se autoorganiza, tendo em prol
de um padrão comportamental dos jogadores. (COSTA et al , 2002; Filgueira FM; Greco
PJ, 2008;).
Com a globalização e a evolução técnica-cientifica somada fenômeno esporte midiático,
gerou a necessidade de atletas “super-herói” que mostram suas qualidades e habilidades
numa forma sempre de alto nível. Dessa feita, entende-se pesquisar a característica e
qualidades desse “super-herói” sob o símbolo representado pelo desempenho. Embora,
pareça difícil dizer qual a melhor performance ou mais importante, no futebol entender a
organização interna ou dinâmica do jogo é o objeto de estudo dos pesquisadores e
congressos especializados de futebol. Nessa perspectiva Costa (2010), considera que a
organização interna inerente ao jogo de futebol justifica que a componente tática e os
processos cognitivos dos atletas, concomitantemente, subjacente à tomada de decisão
sejam considerados como quesitos essenciais para o desempenho dos jogadores de
futebol.
No entanto, Verkhoshansk (1999 ) já alertava que a ausência ou carência de
conhecimentos científicos, como parece que são percebidos em várias equipes de futebol
profissional, como em pequenas cidades do interior do Brasil, e a tradicional atuação da
comissão técnica baseados no empirismo ou intuição constitui uma limitação e não
resolve os problemas atuais do jogo. Segundo um estudo de Costa, Samulski e Costa
(2010), apontou somente 45% dos treinadores possuíam formação acadêmica em
educação física, enquanto 70% eram oriundos do meio esportivo, ou seja, ex. atletas ou
apaixonados por futebol que são considerados diletantes. Já Borin, et al. ( 2007),
consideram a preparação desportiva um processo objetivo, sistêmico de longo prazo, as
decisões tomadas na prática pelos treinadores, preparadores e demais membros da
comissão técnica, devem ser fundamentadas em informações objetivas, pois cada uma
delas poderá afetar todo o processo da periodização do jogo, entende-se MP.
Sendo assim, Souza (2012 p.30) diz que os métodos de jogo contemporâneos não
admitem mais o empirismo, aplicações de esforços que não considerem os princípios
científicos das cargas e suas adequações, colocando em risco a integridade física do
atleta e o rendimento geral da equipe, enquanto que um sistema geral de classificação
das avaliações do desempenho dos jogadores, voltado para classificar as ações de jogo
de acordo com sua adequação tática, técnica e física era o que seria adequado para a
realidade (REZENDE, 2003 ). Além disso, um dos grandes desafios do jogo para
futebolista consiste em adaptar as especificidades do futebolista a realidade do dia-a-dia
dos jogos, ou seja, a capacidade especial de trabalho do futebolista, capacidade esta
necessária para que os atletas de futebol possam suportar grandes volumes de treino
técnico e tático em intensidades suficientes para elevação da performance futebolista
(GOLOMAZOV, 2007, p.5).
Nos jogos desportivos coletivos, no caso do futebol, algumas ferramentas são utilizadas
como formas de analise do comportamento que subsidia desempenho tático, como
também para entender a lógica do jogo, e estão subdivididas em qualitativa e
quantitativa (transição ataque defesa e transição defesa ataque, organização ofensiva e
organização defensiva) em, psicogonitiva (tomada de decisão) muitas delas só dependem
da condição intelectual (formação acadêmica) da comissão técnica, em saber aplicar e
selecionar conforme a demanda do jogo, mesmo que por força do calendário desportivo
do futebol que disponibiliza de pouco tempo, para condicionar o atleta e este gerar
respostas da aplicação seja da metodologia desenvolvida, seja da própria demanda física,
técnica, tática e por fim volitiva. O reflexo, é que muitos clubes, principalmente no
interior do Brasil devido entre outro motivos ao calendário competitivo, ainda
permanecerem atrasado em relação às equipes de grande expressão mundial, e, pelo
menos em pedagogias de jogo, ou da vanguarda do entendimento acerca da
performance enquanto que poderiam, pelo menos, imitar os grandes sistemas de jogo e
avaliação das equipes de grande expressão mundial, sistematizando assim, um modelo
avaliativo que se aplicasse à realidade destas equipes, isto é, baseado no desempenho
9
tático em jogo. Como exemplo a partir da concepção de jogo integrado, isto é, através do
ensino/treino e avaliando concomitantemente a exemplo barcelona.
Ultimamente os pesquisadores vêm aplicando seus esforços sobre o entendimento de
treino e jogo, na intenção de compreender por meio da pedagogia do jogo uma forma de
aumentar e avaliar a performance, usando como ferramenta o treino tático, embora
ainda esteja na fase de experimento e, careça de sustentação teórica e pratica parece
constituir um meio fidedigno de rendimento e controle dos atletas e equipes durante uma
partida.( COSTA et al. 2009).
1.1.3 Importancia da avaliação no futebol
A literatura apresenta inúmeras formas de avaliações do desempenho no futebol. Muitas
vezes, o desempenho está intimamente relacionado ao MP aplicado, ou seja, as melhores
equipes geralmente apresentam melhores MP. Podemos supor que a aplicação de um MP
bem desenvolvido ou em conformidade com o modelo da literatura atual, pode fazer
grande diferença nas equipes de futebol de alto nível ou pequeno porte, principalmente
nas equipes do interior do Brasil, onde a maiorias das comissões técnicas parecem não
estarem atualizadas com o MP contemporâneas.
Assim, se torna condicionado a pensar numa forma de avaliar o conteúdo de jogo com
possibilidade de alta performance (contextualizado), sem necessariamente ficar
dependente da avaliação física ou técnica como no MP tradicional que ambas as
dimensões separadas demandaria recursos financeiros ou pelo menos mais tempo
separadamente, mas que tão-somente proporciona um diagnóstico do atleta ou status
quo, sem transferir para uma perspectiva de performance, ou seja, se fosse possível
condicionar os atletas dentro de um mesmo pressuposto ideológico entenda-se MP, ficaria
mais simples construir uma sistema avaliativo que unisse tanto condicionamento e o
desempenho. Contudo, o calendário do futebol (Brasileiro) parece ser um dos entraves
na busca de alto desempenho, isto é, se considerarmos o atual calendário de futebol
logo, descobriremos que o tempo de preparação atlética é muito limitado e, portanto
tornando o MP tradicional inadequado ao fomento do desempenho. Sendo que o MP
tradicional não é adequado as atuais condições de alta performance pela elevada pressão
para disputar todas as competições do calendário anual em condições de ganhar o título,
pois não haveria coerência em estabelecer metas para obtenção de um pico de
performance que, como se sabe, tem duração limitada, vindo a seguir um período de
decréscimo no desempenho. (GOMES, 2004).
É característica do futebol, exigir um desempenho ótimo, não máximo, em praticamente
todas as dimensões. Desta forma, um modelo de periodização que consiga manter um
desempenho “apenas” ótimo, mas que perdure ao longo de toda a temporada seria o
mais indicado. E pelo exposto o MP tradicional pela elevada critica vem sendo
considerados como ultrapassados aos atuais exigências do futebol pós-moderno, por
conta disso, tem emergido outras soluções alternativas mais coerentes com o calendário
de futebol em confronto com as MP tradicionais, destacadamente o MP de cargas
ondulatórias (TSCHIENE, 1990); O modelo de Cargas Seletivas (GOMES, 2002); e o
chamada modelo de Periodização Tática (MPT) (grifo nosso), (GOMES, 2004).
Sendo assim, entendemos que a periodização é um instrumento decisivo na organização
do treino da competição, da qual depende em ultima análise o controle do desempenho
esportivo. (GOMES, 2004). Para tanto é necessário ter:

Um clube gerencialmente nos modelos pós-modernos de gerência e
profissionalismo;

Uma equipe multidisciplinar de profissionais de preferência com formação
acadêmica; e

Ter estrutura física disponível ao pleno desenvolvimento dos trabalhos tanto da
comissão como dos atletas.
10
1.1.4 Justificativa
Justifica-se, portanto, fazer estudo com abordagem de um confronto aos dois MP na
tentativa de esclarecer e/ou apontar, pelo menos sugerir o que vem sendo discutido pela
a literatura. Costa et al (2010), “os estudos recentes demostram que o conteúdo da
periodização baseado no ensino/treino tático são essenciais para o desempenho” dando
um parcela de contribuição para uma avaliação da performance atlética e sua relação
com o MP do jogo de futebol.
1.2.0 Objetivos
Realizar uma pesquisa de revisão bibliográfica sobre a avaliação da performance
relacionado ao MP.
1.2.1 Objetivos especificos

Destacar as faces da avaliação da performance tática de futebol, relacionadas ao
MP.

Compreender as circunstancias da avaliação da performance tática relacionadas
MPT e sua funcionalidade destacadas em comparação aos demais MP.

Destacar e confrontar as concepções metodologia sobre a performance associada
ao modelo de periodização diante das exigências do futebol pós-moderno.
1.2.2 Metodologia
Esse estudo reflete uma pesquisa de final de curso proposto pela a Universidade Estadual
Vale do Acaraú – UVA, como quesito para a obtenção de titulo de Bacharel. Nesse
sentido Marconi & Lakatos (2010), entendem que pesquisar pode ser “considerado um
procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer o tratamento
cientifico e se constitui o caminho para se conhecer a realidade ou para se descobrir
verdades parciais”.
Sendo que toda pesquisa implica o levantamento de dados das mais variadas fontes,
independente do método ou técnica empregado. Nessa perspectiva procederemos ao
método de pesquisa bibliográfica. Marconi & Lakatos (2010), definem pesquisa
bibliográfica como o levantamento de toda a bibliografia já publicada nos mais variados
meios sejam eletrônico ou impresso. Sua finalidade consiste em colocar o pesquisador
em contato direto com tudo aquilo sobre determinado assunto, com o objetivo de
permitir o cientista o reforço na análise de sua pesquisa ou manipulação de suas
informações. A pesquisa bibliográfica permitiu resolver, definir não somente problemas já
conhecidos, mas também explorar novas áreas, onde os problemas ainda não se
esclareceram ou estão meio obscuros e, portanto necessitam ser esclarecidos.
Deste modo procedemos seguindo o roteiro proposto por Marconi & Lakatos (2010), que
compreende oito fases. I) escolha do tema; II) elaboração do plano de trabalho; III)
identificação; IIII) localização; IV) compilação; VI) fichamento; VII) análise e
interpretação; e VIII) redação.
Após o levantamento de dados que incluiu como integrante: o One note (2010), Microsoft
Word. Biblioteca da Universidade. E artigos e sites da internet.
Estabelecemos como abordagem o confronto.
2.0 Referêncial teorico
2.1 Os ponto e contrapontos da avaliação da performance associado ao mp do
treino.
A ciência do jogo (treino) desportivo está em constante transformação como visto em
outras áreas do saber cientifico. Sendo assim, uma área que vem sendo objeto de estudo
é a performance, especialmente no futebol. Nessa perspectiva tentaremos estabelecer
um confronto entre o paradigma téorico-metodológio clássica do MP, associado com seu
11
pressuposto de rendimento (técnico, fisiológico e biomecânico - analítico e global formal),
e uma alternativa a esse paradigma teórico-metodológica, denominada MPT, com seu
pressuposto de rendimento (contextualização tática, competências cognitivas-perceptiva)
com vista proporcionar uma avaliação de acordo com os padrões de alta performance de
futebol atual de modo a emitir uma “diretriz”.
Claro que para fins didáticos ao leitor discutiremos o paradigma téorico-metodológio
associado ao MP tradicional com vista estabelecer um confronto com o que evidenciou
Costa et al (2010), “Pesquisas na área do treino esportivo vêm mostrando que o
conteúdo da planificação baseado no ensino/treino táticos são essenciais para o
desempenho de jogadores e equipes de futebol”; porém, apesar dessa importância, a
avaliação do desempenho do jogador ainda tem se centrado em aspectos técnicos,
fisiológicos e biomecânicos. Para que fique claro no nosso intento entendemos que a
performance associado aos aspectos técnico, fisiológico e biomecânicos são frutos da
associação do MP tradicional, sendo assim, descontextualizado ou pelo menos, vai contra
as pesquisas baseados em Costa et al (2010) o conteúdo do ensino-treino tático ser
essencial ao desempenho do futebol.
Garganta (2002), “nos aponta que no âmbito restrito dos chamados jogos esportivos
coletivos onde está incluído o futebol, por meio da técnica, o jogador procura melhorar e
aperfeiçoar as condições de realização de determinada ação de modo a conseguir o
máximo de rendimento”. E critica essa referencia ao gesto mecânico em si da técnica no
futebol, pois para ele só o gesto normativo da técnica, isto é, de acordo com critérios
biomecânicos não se consegue responder a essência do jogo qual seja, adaptação aos
problemas de jogo (transição defesa ataque e transição ataque defesa, adaptação ao
contexto do problema e tomada de decisões cognitivo-perceptivo).
Nessa perspectiva a competência decisional é mínima. Quando posta a responder a
aplicação da técnica em função do contexto, isto é, adaptação às configurações de
cooperação-oposição e da imprevisibilidade característica do futebol um esporte de
habilidade de natureza aberta definidas por Tani (2002), “quando as variações ambientais
devem ser levadas e consideração pelo executante na escolha e programação dos
movimentos, as habilidades são denominadas abertas”. Isto é, quando as ações
modificam os comportamentos dos jogadores diante de uma estabilidade como visto
numa situação de defesa e ataque. Nesse rumo às preparações para e na competição
tradicionais visam, sobretudo, ao aperfeiçoamento do gesto técnico ou a habilidade de
selecionar e executar uma técnica de acordo com as exigências situacionais. (GARGANTA,
2002 ; MESQUITA E GRAÇA, 2006; PERFEITO, 2009; COSTA et al 2010). Sabendo-se que
no futebol, qualquer ação de jogo reclama as competências tático-técnicas e cognitivoperceptivo.
Por tudo isso, parece evidente que de acordo com essa perspectiva, é dado mais
privilégios a dimensão eficiência da habilidade (forma da realização do gesto técnico),
independentemente da dimensão eficácia (adaptação ao contexto, finalidade da ação,
intenção do executante e o conhecimento do executante), ou seja, negligência nesta
perspectiva técnica as configurações decorrentes das soluções diante, por exemplo, uma
defesa em bloco ou em linha, fluxo de jogo, constrangimentos desencadeado pelo o
antagonismo (cooperação/oposição) das equipes e a imprevisibilidades das ações e
respostas ao contexto de jogo.
No estudo de conclusão de curso do Leonardo (2005) parece ir de encontro com o nosso
proposito quando este autor aponta fazendo uma releitura sob a ótica da análise do jogo,
com base em autores da pedagogia do esporte que tem como proposta o ensino das
modalidades coletivas desvinculando as habilidades técnicas e considerando o modo de
fazer ou ações em campo (tática), pelo que deve basear-se o processo de ensino
aprendizagem. Ou seja, a emergência de uma nova metodologia que perspectiva a
performance à partir da tática.
No entanto, as pedagogias tradicionais de treino e avaliação têm-se baseado na
explicação associada à demonstração de exercícios técnicos (fundamentos), em que o
treinador prescreve a todo o momento as tarefas que seus atletas irão executar, e o
condicionamento das ações em campo aonde se pretende reduzir a ensaios e erros. E
avaliam segundo a natureza dos constrangimentos em campo (dificuldade, obstáculo ou
12
problema) e do tipo de empenho do atleta em ação como: número de gols marcados,
passos dados e cruzamentos efetuados (GARGANTA, 1999).
No estudo feito Tavares (2002), ele designa essa análise anterior feita por Garganta e
associado ao MP tradicional de técnico-tático, que está associado as teorias mecanicistas
na qual o ensino consiste em partir do simples para o complexo. Isto é, parte-se do
jogador no qual deve aprender e refinar os gestos técnicos para aplicá-los juntos com
outros jogadores e conseguir com eles a formação da equipe, ou seja, a justaposição de
múltiplos elementos (físico, técnico, tático e volitivo). Neste tipo de avaliação está
centrada, prioritariamente, nos modelos de ações técnica que os jogadores realizam. E
ainda Tavares vai mais longe ao se apoiar na opinião de vários autores (GARGANTA,
2002; TAVARES, 1994 e outros), que consideram a este respeito, que este modelo de
refinamento e melhoria do gesto técnico suprime a relação gesto/jogo, (autonomia), ou
seja, descontextualiza e não transfere muita coisa para o comportamento e lógica do
jogo, eliminando a espontaneidade, adaptação e, sobretudo a tomada de decisão por
parte do jogador.
2.1.2 Questões em aberto sobre o modelo tradicional e a realidade emergente...
Para o nosso propósito, entendemos preparação desportiva o conjunto de fatores
relacionados à preparação atlética e direcionado ao desenvolvimento do desempenho
considerado ótimo, no desporto escolhido para a realização competitiva. Sendo assim, é
sabido que a organização das cargas de jogo apresenta relação direta com o MP adotado
e com as características, que se manifesta de maneira especifica (BORIN, GOMES E
LEITE, 2007).
E, seguindo essa linha de raciocínio a metodologia de jogo com as respectivas cargas
com base nas quatro macros dimensões estariam inadequadas, ao paradigma (cognição,
tomada de decisão) atual, pois, supõem-se três períodos de jogo (preparatório,
competitivo e transitório) com volume e intensidade opostos, o que necessariamente
demanda tempo de condicionamento e avaliação. Já que para cada dimensão seria
necessário uma determinada carga de treino, uma forma de ensino, como por exemplo.
Na dimensão técnica o ensino seria pela formação em partes ex. fundamentos como o
cabeceio, chute, cruzamento isso de uma forma separada, ou seja, todas as respectivas
dimensões com padrões de carga e ensino, logo fragmentados por excelência, o que
segundas algumas pesquisas não daria para preparar o atleta no paradigma atual, já que
as competições são alargadas, o tempo de intervalo entre uma temporada e outra é
muito curto e, portanto, nesse sistema inadequado na concepção metodológica para o
paradigma vigente e, por razões que parecem óbvias pelo fato de não haver
transferência das capacidades técnica para a essência e lógica do jogo, isto é, por não
levar em consideração a competência cognitivo-perceptiva e a tomada de decisão tática
os pilares do futebol pós-moderno – fulcral para jogá-lo bem.
Sobre a natureza do jogo de futebol que consiste em ações cuja essência sugere
uma complexidade, determinada sempre pela imprevisibilidade e, em situações de jogo
onde deve ser entendidas como em unidade ou bloco de ações, que por sua vez
realizam-se sempre com a cooperação direta com os colegas e oposição adversária,
sendo que para que haja uma efetiva cooperação é necessário que se respeite princípios
táticos de jogo de acordo com Costa et al (2010) 2*, como exemplo, na defesa sem bola
deve-se; (GARGANTA 2002 ; MESQUITA E GRAÇA, 2006)

Tentar impedir a progressão do adversário,

Reduzir o espaço de jogo adversário,

Proteger a baliza, anular as situações de finalização e,

Recuperar a bola.
22
Consultar a obra Costa et al (2010) onde estes autores comentam a discussão sobre o
conhecimento aliado aos princípios táticos de jogo de futebol, então, Costa constrói seu trabalho com
base nos dez princípios operacionais do jogo de futebol. Princípios táticos do jogo de futebol:
conceitos e aplicações. Revista Motriz.
13
Dentro dessa natureza complexa do jogo de futebol o sistema que se cria,
incessantemente, durante o jogo possibilita ao jogador tomar decisões individuais de
forma adequada. Por isso, de acordo com Garganta (2002), “a tática pressupõe a
existência duma concepção unitária para fluxo das ações em jogo, isto é, o
desenvolvimento e coordenação racional das ações em jogo tanto individual quanto
coletivo”. Por conta do exposto é que se tem abandonado o paradigma baseado em
exercícios de melhoria e refinamento técnico, e emergido alternativas, mas, para
proposito nos identificaremos com a periodização tática. Que apresenta uma modelo de
carga semelhante ao longo de toda temporada, o ensino é encarado de forma sistêmica
(contextualizada), isto é, integrado a tática todas as outras dimensões por consequência,
o que inegavelmente supõe-se um novo padrão atlético não só na maneira de condicionar
o atleta, mas também de avalia-lo.
É característica da periodização tática a exclusão de exercício com fundamentos
analíticos, ex. cabeceio descontextualizado, cruzamento idem. Ou seja, toda a
metodologia é voltada para o entendimento do treino e jogo integrados o que melhora a
maneira de fundamentar a metodologia de avaliação, já que não precisará aplicar cargas
para cada respectiva dimensão em separado ou pelo menos, não será o protagonismo
visto pela metodologia tradicional de performance técnica-tática, ora sendo a técnica, a
fisiologia e biomecânica considerado como fator secundário. Portanto, se ganha em
otimização de tempo, especificidade condicionados o jogo e treino e mais efetividade no
rendimento: já que toda a estrutura de rendimento é fundamenta no jogo e treino como
é a particularidade no futebol e demais modalidades coletivas. Sendo assim, todo o
desafio da comissão é realocado para o entendimento do jogo e treino o que segunda as
pesquisa recentes desembocam na inteligência do atleta a situações de
oposição/cooperação, constrangimentos, transições e disputas em jogo e treino.
Atualmente, os especialistas defendem que os atletas usem a inteligência para resolver
situações problemas em que o atleta ira encontrar em jogo que nada mais é, que o
prolongamento dos modelos lógicos das ações motoras (técnica) inspirados nas ciências
cognitivistas e sistêmico. Assim, percebe-se a transição da avaliação dos modelos
analítico e estrutural para o modelo sistêmico, na qual os pressupostos cognitivos dos
atletas e equipe são entendidos como a complexidade de todos os seus elementos
(GARGANTA, 1999). Logo abaixo segue o quadro 01 discriminatório proposto para
diferenciar a avaliação analítica e sistêmica.
Modelo analítico
Modelo estruturalista
Modelo sistêmico
Concepção do praticante
Concepção do praticante
Concepção do praticante
Não sabe executar.
Evolui através do grupo
Possui representação da
Aprende do mais simples
O grupo é o fator e produto atividade.
para o mais complexo.
da evolução.
Passa por estados não
Evolui de modo linear
lineares de desenvolvimento.
Constrói suas habilidades no
jogo ou em formas jogadas.
Concepção da atividade
Concepção da atividade
Concepção da atividade
Equipe = soma dos
Equipe = conjunto
Equipe não existe se não
indivíduos que a
estruturado em função da
com base em relação a
constituem.
realização do projeto.
oposição.
O jogo decomposto em
Jogo: coordenação das
Jogo: estratégias individuais
elementos justapostos.
ações individuais.
e coletivas.
A relação com a bola
constitui o essencial da
aprendizagem.
Concepção da
Concepção da atividade
Concepção da atividade
aprendizagem
Noção de grupo é
A oposição é a fonte de todo
O modelo é o jogador de
fundamental.
o progresso.
alto nível.
Construção de uma
Compreensão dos
Hierarquizado em diferentes linguagem comum.
mecanismos e princípios de
níveis.
Elaboração de uma
jogo.
14
Repertório de gestos técnico
do simples ao complexo.
O erro tem um estatuto
negativo.
A imitação, a demonstração
e repetição têm um papel
importante.
organização de jogo e
estratégia coletiva.
Estruturação tática de
equipe.
Abordagem centrada nos
princípios da defesa e
ataque.
Elaboração de princípios de
gestão e regras de ação.
É o executante quem regula
as ações e seus projetos de
ação.
O modelo é o aluno, e os
erros têm um estatuto
positivo.
Quadro 01 Caracterização dos modelos ensino-aprendizagem nos jogos desportivos
coletivos. Fonte: Adaptado de (GARGANTA, 1999).
Contudo, com possibilidades de avaliações diversas das proficiências, os jogos podem
ser controlados e reavaliados de acordo com as necessidades do clube. O que
indubitavelmente facilita os trabalhos das comissões técnicas, o que podem com métodos
de avaliação precisa obter resultados que se traduzem no estado performático dos atletas
e o grau de assimilação do jogo impostos. (VIANA & RIGUEIRA, 1995).
O desenvolvimento de uma bateria de teste em atletas considerados de alto nível é de
fundamental importância para verificar o estado inicial do atleta, pois, a partir de então,
pode-se planejar a programação de jogo: o teste representa um procedimento prático
para avaliação das limitações, necessidades e evoluções do jogo como também suporte
para a comissão técnica. (SANTO SILVA, 2002).
2.1.3 Considerações sobre os mp clássicos e sua correlação com ideológica com
a avaliação.
Indubitavelmente, a organização e sistematização do jogo desportivo trouxeram muitos
avanços com a teoria da periodização do treino desportivo.
Pode-se dividir o treino (periodização) denominado de alto nível, em dois momentos
antes de Matveev (1996) e pós Matveev quando este mesmo autor postulou a tão
famoso teoria da periodização do treino desportivo. Tão largamente difundida e aceita
pelos preparadores físicos, essa teoria se baseia no principio da dinâmica/ relação
intensidade volume das cargas impostas no trabalho, à periodização foi dividida
basicamente em três momentos: preparação básica, preparação especifica e período de
transição.
Ainda a preparação será dividida em dois períodos clássico e contemporânea, proposto
por Matveev e MP e a MPT essa mais recente proposta em Portugal, data da década de
1991 postuladas por Vitor Frade e colaboradores (PANTALEÃO & ALVARENGA, 2005).
Figura 2. Representação da teoria de Matveev. Ondulações das cargas
15
Fonte: Adaptado de Pantaleão & Alvarenga (2005).
Nesta figura ilustrada na forma de gráfico o quão dinâmico é o processo de jogo, onde
as linhas horizontais ilustram quanto se ondulam as cargas de trabalho, principalmente
período preparatório básico onde os trabalhos se concentram em aquisição da forma
geral para suportar o volume de trabalho especifica representado pela fase antes das
competições. Essas oscilações possuem como objetivo proporcionar ao atleta nas
competições a forma desportiva, que é o estado no qual o atleta está preparado para a
obtenção de resultados, de alto rendimento. (PANTALEÃO & ALVARENGA 2005).
E ainda os mesmos autores acrescentam que este fenômeno é polifacetado, composto
por predisposição ótima do aspecto físico, psíquico, técnico e tático para obtenção dos
resultados, sendo somente com a existência de todos estes componentes possível à
afirmação que o atleta se encontra em forma. Podemos verificar que a dimensão tática é
condicionada fragmentada no decorrer da preparação, tornando-se inadequada ao
calendário desportivo atual.
Contudo, esse sistema é criticado pelo fato de sua predominância nas modalidades
individuais, como natação, atletismo, levantamento de peso, ginástica, nele o jogo foi
dividido em partes: a fase de preparação, fase de competição e, a fase de recuperação e
seus ciclos de jogo. Donde as coletivas sofreram algumas alterações pela seguinte
proposição, as coletivas como futebol possuem complexidades como: calendário extenso,
número maior de competições e do sistema proposto não se adequar as especificidades
do futebol. Esse sistema é convencionalmente chamado de clássico.
Nessa perspectiva, cabe salientar que dentre as propostas consideradas MP deve-se,
ponderar que a literatura propõe um método global de jogo de futebol (fig.1) como uma
tentativa de unir e integrar ao máxima as variáveis, do jogo como proposto de articular
as dimensões técnica, física, tática e psicológica como também os aspectos invisíveis e
complementares imbrincadas no planejamento do macrociclo, isto é, incorporação de
todos os modelos.
Figura 1. Representação esquemática do jogo global.
16
No quadro (quadro 2) abaixo segue o que seria um esboço histórico sobre a evolução dos
modelos e métodos de jogo com sua respectiva concepção, sistematização no macrociclo
do jogo desportivo.
Quadro1. Aspecto histórico e evolucional do jogo desportivo.
Período
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
Pressuposto
teórico
Empirismo
Improvisação
Sistematização
Pré-científico
Cientifico
Tecnológico
Mercantilismo
desportivo
Construído a partir dos dados de
Data
Origem
01 à séc. xv
Antigas
civilizações
Atenas
Alemanha
Inglaterra
Alemanha
Espanha
Espanha
Séc. xv a 1896
1896 a 1936
1936 a 1948
1948 a 1972
1972 a 1992
1992 a 2005
(ALMEIDA, ALMEIDA & GOMES 2000).
2.1.4 A revalorização do conceito esquecido/negligênciado – o desempenho
tático como referêncial.
O MPT não necessariamente é o que poderia se chamar de uma proposta inédita, é antes
de tudo, uma atualização necessária do jogo contemporânea de futebol, onde através de
várias publicações e estudos se concluiu que o futebol estava relegando ao segundo
plano um dos princípios básicos, do jogo: o principio da especificidade da modalidade,
rompendo com o tradicional modelo de formação baseado, na fragmentação das
dimensões físicas, técnicas, tático e volitivo e com atenção a biomecânica do refinamento
técnico em jogo.
17
Considerando o futebol numa perspectiva ambiental complexa, aleatória, caótica onde ao
tentarmos entender uma partida de futebol as ações quase sempre, desenvolvem-se, nos
contextos imprevisíveis por essência. Sendo assim, uma das maneiras a priori de tentar
compreender essa complexidade seria por meio de princípios estruturadores do jogo,
sendo estes um guia de referência na organização e simultaneamente de ensino do
futebol. Permitindo um controle tanto por parte da comissão técnica, como dos jogadores
sobre si mesmo. Nessa perspectiva Casarin & Oliveira (2001), entendem que o futebol
tem princípios e subprincípio, e se conjecturarmos que há uma inter-relação entre os
principio atuante nos comportamentos dos jogadores de forma efetiva, portanto em
termos de treino, temos que seguir uma determinada ordem hierárquica, assumindo
como uma sendo uma sequência na aplicação e determinação no treino/jogo, contudo,
temos que pensar neles sendo aplicado em simultânea, para que aja uma melhora na
percepção dos jogadores e consequentemente uma incorporação cognitiva. Frade (2006)
citado por Casarin & Oliveira (2001), diz que o principio da especificidade cumprir-se-á
mediante ao respeito que se têm com os Princípios de jogo, e com rigor metodológico da
sua aplicação. O que para nós assumimos que os princípios do qual falamos é o
construído por Costa et al (2010). (anexo 01).
Casarin & Oliveira (2001) consideram que o principio da especificidade remete-nos a
ideia de que com exercícios planejados, devem considerar a estrutura de jogo ao qual
pretendemos – modelo de jogo-, que seria uma forma de jogo pessoal de cada comissão
técnica. Assim percebe-se, que em todos os momentos do jogo devemos propor através
da contextualização do jogar uma orientação sob os princípios de jogo, para compor uma
linguagem comum.
O MPT, parte do principio da contextualização do treino, jogo, jogadores e da competição.
Tendo como núcleo central a tática como ensino subsidiando a avalição do desempenho
no centro do jogo; o modelo de jogo adotado exige uma integração onde estará
subjugada a dimensão nuclear da tática o restante das outras dimensões, técnicas, física
e volitiva as quais estarão circulando, prioritariamente no desenvolvimento do
jogo/treino. O principio da especificidade é quem dirige o MPT. O meio de operacionalizar
o Modelo de Jogo são os exercícios específicos (jogos reduzidos), exercícios
desenvolvidos com Intensidade em concentração, de acordo com o Modelo de Jogo
Adotado e serão os meios mais eficazes para adquirir uma forte relação entre mente e
hábito subjacente ao desempenho. A operacionalização do treino exige a especificidade
desde o primeiro dia de treino da pré-temporada a competição; Impõe-se uma inversão
no binômio Volume-Intensidade, a Intensidade é quem "comanda", e o Volume é o
somatório de frações de máxima intensidade (Volume da qualidade) de acordo com o
Modelo de Jogo Adotado. (GOMES, 2004).
Este MP obriga o pressuposto da estabilização de forma desportiva a permitir patamares
de desempenho, esse pressuposto se consegue com macrociclos onde a carga usada na
semana anterior seja similar a usada em semanas posteriores, isto é, com níveis altos de
intensidade e volume assim como as competições de futebol pós-moderno exigem. A
estrutura básica dos macrociclos: nos momentos de treino e pausa deve-se manter,
registrando a estabilização do rendimento. Faz sentido em forma desportiva coletiva, que
está ligada ao jogar bem de acordo com o modelo de jogo adotado. A referência que
serve como indicador é: jogar melhor. (GOMES, 2004).
Ainda é característica deste MP a ausência de trabalho geral e isolado da dimensão físicatécnica. A preparação partida do principio da especificidade desde o primeiro dia é
fomentada em função do modelo de jogo adotado pela equipe alternando as intensidades
através de conceitos como: tempos, densidade, pausas, continuidade, concentração,
intensidade de concentração, esta especificidade sendo o mais próximo possível da
realidade de jogo. (GOMES, 2004).
18
2.2.1 A emergencia da avaliação do desempenho tática: em busca da essência
do jogo.
A avaliação da inteligência dos atletas, ou seja, a evolução dos métodos de jogo refletiu
na compreensão do fato de que o futebol pós-moderno deve caminhar na direção de uma
redução dos espaços de campo entre atletas, aproveitando-os ao máximo todos os
espaços a leitura de jogo, numa trocação de passes aumentando a dinamicidade dos
deslocamentos e a capacidade cognitiva-perceptiva dos atletas conseguindo
operacionalizar ao máximo as estruturas e regras do campo, usando como aspecto a
tomado de decisão para se impuser aos adversários, ou seja, “entrosamento”.
Para Guimarães. L. C. (2011) o interesse dos pesquisadores da ciência dos esportes
coletivos tem aumentado e buscado conhecer cada vez melhor os processos cognitivosperceptivos que auxiliam o rendimento esportivo, em especial a tomada de decisão que
subsidia a tática. Ainda o mesmo autor adaptou e validou um instrumento teórico para
avaliar as capacidades táticas de jogadores de futsal em quatro situações: no ataque
sem a posse de bola; no ataque com a posse de bola; marcando o adversário sem a
posse de bola; e marcando o adversário com a posse de bola. Os itens foram submetidos
à avaliação de dez Juízes que avaliaram quatro itens: clareza de linguagem, pertinência
prática, representatividade e precisão dos itens, encontrando respectivamente na análise
de concordância dos Juízes para os itens, 57%,8 adequados para clareza de linguagem,
57%,8, adequados para pertinência prática, e 64,4, dos itens adequados a sua relação
com a representatividade. Ou seja, o teste parece ser fidedigno em relação à capacidade
de avaliar as competências cognitivo-perceptiva.
. O Jogo desportivo especifica com ênfase na performance é aquele que impõe, com
ponto essencial, que a metodologia deve ser montada de acordo com a especificidade da
performance esportiva, levando em conta o sistema energético predominante segmento
corporal e coordenações psicomotoras utilizados (LUSSAC 2088 apud DANTAS 1995).
Portanto, de acordo com o pressuposto no comportamento tático.
E, para elaboração de uma metodologia da preparação no macrociclo, entende-se
performance desportiva em futebol, obedeça a esse principio será necessário, antes
conhecer o que se considera trabalhar o especifico da modalidade em questão.
Para continuarmos em nosso trabalho é desejável que se conheça a exposição sobre as
metodologias de avaliação, as análises do desempenho de um jogador de futebol
envolvem muitos aspectos entre eles físicos, técnicos, táticos. Avaliar todas essas
influências é um grande desafio no esporte devido à quantidade de variáveis presentes
na competição (LOPES, 2008).
Passemos ao entendimento de um das possíveis razões por que o tempo é mínimo. O
tempo efetivo de uma partida de futebol é de 50 minutos, se levarmos a distribuição
cada fica 25 minutos de posse de bola, em termos individuais, o maior tempo é daqueles
jogadores que tem a função de conduzir a bola, por exemplo, meias, volantes e laterais,
não excedem 3 minutos. Sendo assim, pode-se afirmar que um jogador passa a maior
tempo selecionado informações, disputando espaços, escolhendo opções e correndo
taticamente (LOPES, 2008).
Logo, se um jogador de futebol em um dos seus conceitos mais óbvios é jogar bola,
então ele está correndo em demasia e não com posse de bola, se com a bola no pé é o
que proporciona espetáculo e domínio da partida, como faz o Barcelona e a seleção da
Espanha que em uma partida de futebol, possui domínio de 70% de posse de bola, em
relação aos adversários, ou seja, o futebol evoluiu em relação aos métodos avaliativos de
suas performances, como algumas metodologias de ensino que desembocam na tática ou
será que devemos rever nossas metodologias de ensino e avaliação, que estão baseados
em conceitos antigos sem respaldo das pesquisas recentes como os predomínios dos
velhos métodos centrados na melhoria e refinamento do gesto técnica performática e
esquecendo o quão dinâmico é o futebol?
Para tentar responder esse indagamento voltemos ao que são treinados ensinado e
consequentemente avaliado nos grandes clubes somente os aspectos físicos, técnico e
volitivo negligenciando a tática de forma fragmentada.
19
Avaliar as performances dos atletas dentre as modalidades coletivas como o futebol é
um dos desafios mais imprevisíveis e aleatórios, pois possui característica sentam como o
mais complexo devido ao número de jogadores, complexidades das ações técnica, tática
e volitiva o envolvimento entre jogadores dentro de campo, a duração da partida e os
aspectos externos tais como planejamento da periodização, formação acadêmica dos
profissionais. (BRITO DA SILVA, 2008).
2.2.2 A necessidade de um modelo de ensino/treino-jogo para um consequente
parâmetro avaliativo – contributos para a avaliação do desempenho.
Nas palavras de Castelo (1994) apud Garganta & Gréhaigne (1999) diante da reflexão
conceitual do modelo de jogo de futebol emerge a necessidade de uma unificação,
conceituação do modelo tático-técnico de jogo, de forma a definir sua lógica interna3, a
partir de analises, observação dos times mais conceituados e avançados em suas
metodologias de ensino e avaliação.
No entanto, Braz, Spigolon & Borin (2012, p.496), dizem que a performance do atleta de
futebol está diretamente associada à habilidade da comissão técnica em selecionar,
organizar os conteúdos (meio e métodos) de jogos. Que por sua vez, são definidos como
sendo a base metodológica de preparação pedagógico-sistemática que visam aperfeiçoar
as capacidades do futebolista até um estado da performance.
Contudo, Silva (2008) fazendo uma análise histórica do modelo de ensino-treino
relacionado ao MP constatou em sua pesquisa que a referência conceitual acerca do MP
adquiriu diversos enfoques, tomando emprestados conceitos, inclusive, de outras
modalidades desportivas. E assim o compreende a evolução conceitual, sem eleger uma
superiora, mas antes mostrando como o futebol é um esporte dinâmico. Sendo assim,
ele, classifica que tenha havido fases; a fase global 3de ensino de futebol onde se
acreditava que fosse ensinada na perspectiva global. Em seguida continua ele, que o
futebol tomou como referência os esportes individuais por estes terem surgido antes,
mas logo se conclui que o futebol não era necessariamente um atletismo, onde se
priorizava a velocidade como eixo mestre de ensino, ou seja, toda concepção oriunda do
atletismo como estrutura organizacional do treino, solicitação energética funcional,
velocidade desconectada e ou descontextualizada do jogo fugiria da especificidade do
ensino de futebol.
Em seguida, constatou-se, que a técnica aliada ao ensino do jogo deveria ser o eixo
preponderante na performance desportiva, verifica-se ai a fase tecnicista, que estava
associada a melhoria dos gestos técnicos, nas quais a melhoria da transmissão das
técnica básicas (Fundamentos) viria a ser considerada como descontextualizada da
realidade do futebol pós-moderno- visão analítica molecular ou centrada na técnica, onde
o ensino era baseado, demandando todo o tempo. Emergiu assim, o modelo tradicional
ou fase técnica-tática do jogo indubitavelmente relacionado MP clássico. (SILVA, 2008).
Não obstante emergiu outra concepção metodológica depois da revolução pedagógica
(cognitivista-perceptiva) e da complexidade voltadas para o jogo. Nesse sentido Moreira,
Pellegrinotti e Borin (2006, p.188), entendem que atualmente, formar atletas
profissionais de futebol requer a compreensão da complexidade, não se advogando mais
o reducionismo dos pesquisadores e comissões técnicas que tentam compreender o todo
(futebol), partindo somente da visão analítica do rendimento (física, técnica), nem na
perspectiva do holismo que, por sua vez, negligência as partes para compreender o todo
(futebol). Conferindo o papel do futebol como reflexo das contribuições cientifica da
sociedade. Culminando no papel da tática como eixo principal do jogo, ou MPT de ensino
e avaliação pela compreensão, designadamente fase tática-técnico na aprendizagem do
jogo ( SILVA, 2008).
3
A lógica interna do jogo é o produto da interação continua entre os princípios de jogo e os
jogadores decorrentes da sua habilidade tático-técnica e física. (GARGANTA & GRÉNÁIGNE,
1991/1).
20
Sendo assim, Rezende (2003) na abertura de um seminário pertinente a esta obra
discutiu, se os clubes profissionais de futebol levam em conta no momento de eleger um
método ou ainda modelo de ensino/avaliação das destrezas de seus atletas. Em função
das necessidades: (a) diversificadas, em função da complexidade do jogo, e (b)
diferenciadas, em função da individualidade dos jogadores, de forma a se construir uma
proposta pedagógica que articule as contribuições de diferentes teorias.
2.2.3 Momento atualização das perspectivas
Nesse mesma perspectiva pesquisadores atualizaram e complementaram a teoria da
periodização do jogo desportivo ou MP clássico. Bompa (2002), Gomes (2002). No
primeiro ele destaca que a denominação da periodização não é a mesma em todos os
países. E formula um MP dos períodos em microciclo, macro e planejamento anual. E
divide o planejamento do jogo anual em: preparatório, competitivo e de transição.
(PANTALEÃO & ALVARENGA, 2005; SEQUEIROS et al, 2005,).
Conforme Bompa (2002, apud PANTALEÃO & ALVARENGA, 2005; SEQUEIROS et al,
2005). O período preparatório é designado em dois ciclos: geral e especifico o atleta
desenvolve as características gerais da preparação física, técnica, tática e psicológica
para o período competitivo. Nessa mesma perspectiva Bompa (2002) considera que a
comissão técnica deve se estruturar para planejar o treino físico geral, treino físico
especifica e por fim, o treino das capacidades biomotoras. Indubitavelmente, os
macrociclos devem ser planejados de acordo com a modalidade. (PANTALEÃO &
ALVARENGA, 2005; SEQUEIROS et al, 2005,). Pelas palavras de Bompa o
condicionamento atlético do futebolista e a busca do rendimento estariam condicionados
há levar algum tempo para desenvolver a preparação e também fica óbvio a
descontextualização. Nessa direção, surge à necessidade da comissão técnica ter
habilidade de selecionar exercícios especializados de aperfeiçoamento das capacidades de
desempenho, apontando para uma realidade competitiva as características do jogo, o
que, certamente, exige pesquisas caracterizando o jogo. (BRAZ, SPIGOLON E BORIN,
2012).
Segundo Pantaleão & Alvarenga (2005) o Brasileiro Antônio Carlos Gomes é o que mais
aplicou seus estudos voltados para o futebol com o seu MP, de cargas seletivas. Que
consiste na discussão e adaptação ao calendário anual, principalmente o Brasileiro, ser
muito extenso. Este MP foi idealizado pelo grande número de jogos que dificulta
distribuição de cargas durante o calendário anual. Não entraremos em mais detalhes,
pois fugiria a nossa discussão.
2.3.0 As concepções metodologica/pedagogica do futebol pós-moderno um
olhar analítico da performance.
Os clubes de futebol contemporâneo principalmente os Brasileiros de modo geral, em se
tratando de metodologias de jogo tem se apropriado dos modelos de ensino nas
dimensões motoras físicas, técnicas, tática e finalmente psicológica relacionado ao MP
clássico. No entanto, para que se realizem durante os macrociclos uma sistemática
avaliação de todas essas respectivas dimensões, seria necessário que o clube dispusesse
de uma estrutura e bastantes recursos financeiros, como também recursos humanos
necessários para tal empreitada.
Na tentativa de busca de êxitos dos grandes clubes de futebol há diversos métodos de
ensino, inegavelmente, em função das melhores metodologias de treino. Que por sua
vez, tem o seu lado positivo, pela seguinte proposição aumenta o leque de enfoques
metodológicos para a comissão técnica, mas, se por um lado constitui um benefício
existir tantas abordagens que orbitam na construção e montagem da periodização, por
outro, resulta em complicações no momento de eleição de um enfoque que se adeque as
realidades de cada clube. Todavia, elegemos um enfoque baseado em uma estrutura
hierárquica sobre a planificação estrutural.
21
Nessa figura encontra-se o que designadamente consideramos como planejamento dos
trabalhos da comissão técnica de futebol, ou seja, nessa perspectiva ela deve se
preocupar com os diagnósticos iniciais sobre os atletas que dispõe para inicio dos
trabalhos, seguindo a hierarquia do planejamento se encontra a discussão do nosso
intento, ou seja, a elaboração de uma avaliação do rendimento, em função da essência
do jogo.
Nessa mesma perspectiva Rezende (2003) propõe três fases na planificação
metodológica.

Descrição do perfil de características consideradas importantes para a
formação de um bom jogador de futebol;

Elaboração de uma proposta pedagógica (entende-se modelo
metodológico), que articule diversos métodos que girarão na formação central e
periférica do atleta.

Reflexão sobre como avaliar e fornecer ao jogador uma noção do seu
processo de desenvolvimento.
Em nossa discussão encontramos diversos pensamentos que corroboram com nossa
temática na busca de um enfoque, entende-se MP e suas respectivas faces avaliativas.
Perfeito (2009) citando Garganta (1998) diz que ao longo da sua existência os esportes
coletivos, têm sido ensinados, treinados de acordo com diferentes perspectivas, as quais,
por sua vez, subtendem-se diferentes focos a proposito dos contornos e conceitos em
órbita do ensino aprendizagem (entende-se modelo metodológico).
Contudo, ainda Perfeito (2009) considera que exista duas fases ou MP; primeira fase a
fase técnica onde se pressupunha o ensino centrado nas habilidades motoras tecnicistas,
muito embora o futebol até certo tempo, e com alguma exceção, esteja dominado na
concepção dessa corren4te das comissões técnicas dos clubes brasileiros.
A concepção tecnicista sofreu duras criticas por não considerar a complexidade de uma
partida de futebol, em sua lógica interna e não transferir toda a complexidade do treino
para jogo, logo vem sendo abandonada pela demanda desse treino não ter ligação direta
com as situações imprevisíveis e variadas do jogo. Emerge então, a segunda fase com o
enfoque metodológico, fruto materializado na perspectiva sistêmica e complexa do jogo.
4
Para mais esclarecimentos consultar a obra de (GARGANTA & GRÉHAIGNE 1999).
Abordagem Sistêmica do jogo de futebol: Moda ou necessidade?
22
Essa perspectiva é reflexa de algumas teorias da década de cinquenta, donde emergiu a
teoria da cibernética; teoria da comunicação; do estruturalismo e cognitivista 4; que
confluiu para a teoria sistêmica ou como é mais conhecido periodização tática,
periodização sistêmica enfim são várias as denominações, mas, todas desembocando e
elegendo a tática em jogo como principio metodológica entende-se MPT a ser ensinado e
mais eficaz no processo de avaliação.
A abordagem sistêmica constitui um método de compreensão e resolução de problemas
decorrente de oposição, cooperação e invasão adversária em face da eficácia (tática) de
resolução de problemas relacionada ao modo de observação da lógica interna do jogo, de
representação do estatuto posicional dos atletas em campo, modelação do jogo/treino
em conformidade com a comissão técnica ou de simulação das totalidades complexas
(jogo reduzido) reflexo de configuração das ações decorrente da imprevisibilidade e
complexidade de um jogo. (GARGANTA & GRÉHAIGNE 1999).
Na mesma direção dessa perspectiva ou MPT Garganta & Gréhaigne (1999) apontam que
o enfoque sistêmico possibilita que se identifique, avalie e regule as ações mais
representativas, isto é, lógica interna que se configuram em jogo, pela dinâmica das
partidas constituindo uma base referencial a se considerar no controle, ensino do jogo de
futebol, o que, por conseguinte, o torna ideal para a realização e montagem, planificação
no modelo metodológico a ser considerado pela comissão técnica.
Portanto, nessa mesma perspectiva do modelo ensino/transmissão através de uma
metodologia voltada à realidade do jogo Filgueira (2008) citando Garganta (1995) afirma
que se importa, sobretudo, desenvolver nos atletas uma disponibilidade motora e mental
que transcenda a simples automatização dos gestos técnicos (fundamentos) e se centre
na assimilação, formação cognitiva-perceptiva para a gestão dos espaços de jogo
(autonomia), bem como a comunicação e contra comunicação dos atletas diante de
situações imprevisíveis, ou seja, sugerindo que o futebol está em um processo de
constante transformação das pedagogias de ensino e por consequência avaliação.
Por isso, a partir de agora dada às diferenças estabelecidas entre MP, ficado evidente que
MP tradicional sua inadequação ao desenvolvimento da prestação do jogo e seu
desempenho do futebolista na atualidade, entraremos por assim dizer, na nossa
discussão sobre a performance tática, lembrando o que foi dito por Costa et al (2010), “o
aspecto tático constitui o essencial para o desempenho em jogo”.
3.0 A análise do jogo
O modo mais objetivo e autêntico direto de se obter o alto rendimento levando em
consideração que futebol é uma modalidade complexa, imprevisível e de invasão é
através da analise do jogo, para se obtiver um parâmetro sobre: o ensino; treino;
compreensão e avaliação.
3.1 O ensino e treino
A nova pedagogia do desporto que fundamenta e legitima o desempenho baseado na
tática não dissocia a desempenho do ensino e treino no futebol, sobre isto Marques
(2006) “advoga que a organização da pratica e a intervenção nos domínio do ensino e do
treino são diferenciadas, têm exigências distintas”. O que para ele é norma já que ambas
possuem objetivos e sentidos diversos. No entanto, como às vezes é confundido e
negligenciado pelos pesquisadores do futebol tanto na fase da infância como nos
profissionais o treino e competição são o mesmo. O que permite entender que para um
perfil de exigência de alto nível espera-se, que as comissões técnicas estejam
constantemente inovando e se atualizando em busca de novas concepções pedagógica
sobre a proficiência no futebol. O termo treino designa, em geral, o processo de
exercitação e de aprendizagem. Assim, o treino do futebolista pertence, como parte
organizada, ao sistema educativo geral, que traz a ideia de um desenvolvimento geral e
harmonioso. (MARQUES, 2006).
23
Nessa mesma perspectiva sobre a compreensão do futebol como um espaço de constante
transformação das ações em jogo, caracterizando imprevisibilidade, simultaneidade e
invasão cooperação/oposição deixando evidente a complexidade que dai resultam,
corroborando com essa perspectiva Silva J. ( 2008), salienta que o futebol na sua
expressão universal, além de ser um jogo enquadrado na modalidade desportiva coletiva
e desportiva, apresenta-se com um meio de exercitação da Educação Física e desportiva,
sendo considerado como um campo de frutíferas pesquisas e aplicação da ciência, sendo
considerado uma disciplina de ensino e treino, logo, para a sua consequente evolução se
pautará pelo entendimento do ensino do jogo.
Donde temos na acepção de Mesquita e Graça (2006), que a exercitação (treino) deve
ser ajustada aos objetivos da aprendizagem de cada atleta. Quer isto dizer, que se
estabeleçam princípios de aprendizagem táticos, na medida em que se espera depois da
analise do que quer que o atleta faça no treino, poder avaliar em que medida esse
trabalho serve aos objetivos anunciados, pois só quando a tarefa é congruente com os
objetivos da aprendizagem se pode evoluir no sentido esperado. Por exemplo, se a
comissão técnica definiu como objetivos de aprendizagem melhorar a capacidade de jogo
dos atletas e, se as tarefas forem feitas em um ambiente de contextos natureza fechado
como o ensino dos fundamentos, sem exigência de adaptação motora ou estratégica a
situações baseada em jogo, a incongruência parece óbvia, e, no entanto, é que é
ensinada com base no MP tradicional.
Não há duvida que o papel da transmissão do ensino se dá através, principalmente, da
comunicação verbal que acompanha a demonstração e que surge como um fator que
interfere sobre seu efeito, sendo atribuída a palavra-chave um papel de destaque.
(MESQUITA E GRAÇA, 2006). “na determinação da palavra-chave assume particular
importância o nível de desempenho do futebolista, na medida em que o conteúdo
informado tem que ser adequado à capacidade de compreensão e execução”. (MESQUITA
E GRAÇA, 2006). No ensino da palavra-chave é especialmente significativo para aferir o
nível de conhecimento do futebolista qual seja: o conhecimento declarativo e processual.
O primeiro é o tipo de informação em que o futebolista declara possuir em relação a uma
determinada situação imposta. Já por sua vez, o segundo se formaliza quando o
futebolista consegue realizar uma ação, mas não consegue explicar como realizá-la.
Sendo um sinal e um marco de referência para construir atividades que melhoraram a
capacidade de absorção do futebolista em relação aos conteúdos e configurações que se
apresente em jogo. “Assim, através da palavra-chave proporciona-se ao futebolista o
acesso a uma informação filtrada, ou seja, dirigida para o essencial do jogo” (MESQUITA
E GRAÇA 2006).
Ao nível de decisão tão importante para um praticante desempenhar suas ações em jogo
com proficiência quando “os atletas registram melhor desempenho quando a informação
transmitida, acerca da seleção de respostas, é efetuada recorrendo à palavra-chave, com
isso a informação incluída deve estar apropriada aos propósitos e significados do jogo”.
(MESQUITA E GRAÇA 2006). Que, por conseguinte clarifica o modelo de jogo que a
comissão técnica deseja, na medida em que se sabe como melhorar aonde melhorar a
qualidade dos futebolistas no jogo. Para tanto, é sempre importante um controle sobre a
prestação do futebolista por meio do feedback informativo sobre a evolução do
desempenho.
Uma das contribuições revolucionárias das novas concepções pedagógicas e ou MPT é
que permite um alargamento do entendimento do jogo como objeto de pesquisa, que
para se concretizar tem que ser acompanhado de uma ação de mudança conceitual sobre
o ensino e treino do jogo, o que sugere uma disposição afetiva favorável a essa
mudança. (MESQUITA E GRAÇA 2006). Deste modo, com perspectiva do conhecimento
do jogo fazendo apelo ao jogo tático, as preocupações sob performance se voltam para
conhecer o jogo como matéria de ensino, como coisa a ensinar. Pois assim, consegue-se
visualizar as potencialidades pedagógicas do jogo, do saber jogar com o outro e de saber
24
contra o outro. Permitindo que se arquitetem cenários de ensino e treino aonde se possa
aprender a jogar bem. Essa preocupações deseja-se que esteja identificada com a
capacidade cognitiva-percepitva dos atletas. Isto implica em não reduzir o jogo a uma
tecnologia, a uma competência técnica de selecionar, preparar, gerir atividade
descontextualizada da ação do fazer, mas entendê-lo, sobretudo, como uma competência
alicerçada no conhecimento, na compreensão e na identificação do sentido inerente ao
jogo de futebol. (MESQUITA E GRAÇA, 2006).
Contudo, esse mesmos autores acima citados advogam que é necessário criar uma
dissonância com as abordagens tradicionais ao ensino dos jogos que se centram na
instrução fragmentária e estática das habilidades técnicas. E a colocação do jogo no
centro de atenção das aprendizagens, valorizando a compreensão do jogo pelos atletas
permitindo que se abra uma porta para o desenvolvimento de competências,
subordinando as habilidades técnicas às necessidades do jogo favorecendo a tomada de
decisão tática. (ibidem, 2006).
Pela evidência de mudança de foco que inevitavelmente promove a mudanças
pedagógicas de jogo e MP, como também a metodologia de treinamento para futebolista
passando do entendimento que o desempenho se consegue com as quatro macro
dimensões em separadas e descontextualizada, como visto no modelo tradicional, para a
reinterpretação do futebol centrado no jogo com todas as particularidade
destacadamente as imprevisibilidades, as simultaneidade e complexidades entendidas
com tal e ensinada como tal, perfazendo um novo significado sobre a performance que
passa a ser encarado dentre de uma contextualização das tarefas e elevação da tática
como promotora de todas as ferramentas que consubstanciam o desempenho.
3.1.2. A avaliação de cara nova.
Pelo papel de destaque que a tática exerce sobre a compreensão dos futebolistas permite
uma avaliação autêntica da performance dos atletas. A avaliação dos atletas decorre
sempre de um contexto efetivo e incide sobre os aspectos considerados essenciais as
situações básica de jogo i. e. Tomada de decisão em uma situação particular, leitura de
jogo e evolução das tarefas coletivas em prol do domínio da partida. (MESQUITA E
GRAÇA, 2006). O fato de o ensino do futebolista está associado durante muito tempo às
competências técnicas (fundamentos descontextualizada) repercutiram,
consequentemente, na avaliação das aprendizagens. Assim, as habilidades técnicas
assumiram como produtos mais facilmente objetivável de ensino do jogo, os
investigadores desenvolveram testes de habilidades como instrumento mais seguros de
avaliar as capacidades de jogo. No contexto do futebol onde as ações em jogo são de
natureza aberta e complexa, portanto, reclamando um novo ensino que leve em
consideração que a aprendizagem signifique um novo conteúdo desenvolvido no processo
de instrução. Dai que se apresente como lógica que todo o conteúdo desenvolvido
apresente uma congruência com os objetivos e situações característico da aprendizagem,
permitindo uma avaliação no sentido ecológico reivindicado pela aprendizagem
contextualizada em jogo. (MESQUITA E GRAÇA, 2006).
Assumindo a tática como preditor de performance Silva J. (2008) em sua pesquisa
entende que a avaliação da performance desportiva, no futebol, subentende a
estruturação de imposições essenciais ao processo ensino- aprendizagem, de modo a
possibilitar e orientar as disposições individuais e coletivas no treino e na competição.
Tendo em vista que a avaliação será integrada ao treino, o que facilita a auto avaliação
dos conteúdos e atletas durante tanto a preparação quanto a competição. Nessa mesma
perspectiva Costa et al (2010), completam dizendo que além de ser útil durante os jogos,
a avaliação do desempenho é também muito importante no processo de ensino e treino.
Várias comissões técnicas buscam instrumentos que legitimam e torne congruentes os
conteúdos de treino com os objetivos. Permitindo uma caracterização e autenticidade das
metodologias e procedimentos que possam ser aplicados em consonância com os MP de
25
treino e competição. Dentro desta ótica os pesquisadores tem tentado definir critérios de
desempenho que sejam adequados ao contexto de ocorrência em jogo/treino táticos.
3.1.3 Da nova base metodológica: analises e observação do jogo
Pela a evidente mudança de foco na concepção de performance em jogo, ora entendida à
partir da competição que se mostra um meio excelente e oportuno de caraterização e
identificação de mudanças de comportamentos e ações, que se modificam em função da
oposição (estatuto posicional, sistema de jogo) ou harmonia de forças (força de vontade)
estabelecidas devido ao envolvimento técnico tático e, aonde a capacidade de jogo do
futebolista se mostra cada vez mais presente e o numero de acontecimento e indicadores
de desempenho em jogo se revela múltiplo, e que por consequência, exige uma
adaptação da comissão técnica em selecionar, estruturar e organizar exercícios de treino
tendo que interpretar essa multiplicidade de informações decorrente das interações e
envolvimento em jogo .
Sobre a nova mudança de cenário de investigação sobre o futebol Costa et al (2010),
revelam que nos últimos anos os investigadores tem se voltado e concentrado suas
análises relacionadas aos aspectos táticos em jogo de futebol, com base nos
comportamentos dos jogadores a partir de observação das equipe e sistemas de jogo das
melhores equipe de futebol. Esses mesmos autores relatam que numa pesquisa feita com
os melhores treinadores de futebol do mundo, sobre a capacidade de captação de
informação do jogo por parte destes, identificou que os treinadores se detêm em
pequenas fases do jogo consideradas criticas, isto é, num lançamento num cruzamento
retendo, portanto, apenas algumas das particularidades do jogo. E como resultado dessa
pesquisa apontou para um índice de retenção de apenas 30% das ações mais
importantes em jogo. Por isso, o interesse por parte dos investigadores em fomentar
instrumentos de observação que consigam traduzir e armazenar as informações mais
pertinentes que se configura em jogo, para fazer um diagnóstico sobre a própria equipe e
a adversária. Esses dados se mostram profícuos na medida em que se permite arquitetar
cenários de ensino e treino, e consequentemente uma avaliação efetivamente autêntica
sobre o envolvimento dos jogadores no jogo.
Sendo assim, devido à nova perspectiva de interesse pela a observação analise de
informação mais relevante em jogo. Têm-se registrado na literatura vários instrumentos
que descrevem as ações consideradas fundamentais em jogo, nomeadamente; domínio
do jogo por meio do controle da bola, controle dos passes dados, ocupação de espaços,
circulação da bola e recuperação da bola. Na sua pesquisa de final de curso (VIEIRA,
2009), fez uma avaliação da performance em jogo a partir do instrumento de medição
das habilidades de um goleiro, por meio de scoults, e conclui analisando que os diferente
aspectos da avaliação sejam eles físicos, técnico tático ou psicológico através do scoults
só se revela profícuo se for contextualizada e especifico. Como também que as avaliações
das ações em jogo através do scoults, se confirmaram ao longo da obra essencial ao
planejamento do treino e jogo especifico e contextualizado. O que revela que a
performance de atletas de alto rendimento no futebol não está atrelada ao
desenvolvimento com base em concepções metodológicas de treino e jogo convencional e
fragmentada (tecnicista), necessitando que haja uma nova interpretação da formação e
desempenho de futebolista contextualizada e sobre o domínio da tática.
Nessa perspectiva Costa et al (2010), relatam que pesquisas foram feitas no sentido de
obter informações quantificada e qualificada do desempenho nas fases ofensivas e
defensivas em relação aos aspectos técnicos e táticos de jogo. E descreve um
instrumento de avaliação chamado TSAP (Team Sports Performance Assessment
Procedure), este é composto por seis parâmetros unidos em duas categorias: a primeira
a forma como o jogador conduz a bola, seguida de dois parâmetros; bolas conquistada bolas interceptada, bolas perdidas e passes errados o segundo parâmetro é a bola
recebidas do companheiro do time que fica sobre o seu controle. A segunda categoria se
26
constitui de quatro parâmetros: passe neutro, isto é, passe que não gera perigo para a
equipe adversária, perda da bola quando a bola é captada pela a outra equipe. Passe
ofensivo que significa que o passe coloca a equipe em situação de gol. E por fim,
finalização ao gol quando da eminência do chute realizado em direção ao gol. Após
proceder a esses parâmetros a avaliação do desempenho é feito com base no índice de
volume de jogo e eficiência em jogo. O volume de jogo é representado pelas duas
primeiras categorias, isto é, bolas conquistadas + bolas recebidas. O cálculo do índice de
eficiência é feito pela categoria passe ofensivo+ finalização ao gol, dividido pelo numero
de bolas perdidas + mais dez. A partir desses resultados é possível obter o nível de
desempenho em jogo, com base em um nomograma que contempla três escalas das
quais calculam o volume de jogo, de eficiências e o nível de desempenho. Nesse
instrumento se sobressai o aspecto quantitativo da avaliação da performance em jogo,
logo apenas descreve os acontecimentos, mas, não as interrelações desses
acontecimento entre si, isto é, característica da tática moderna.
Então os mesmos autores relatam que os criadores do TSAP (GRÉHAIGNE; GODBOUT;
BOUTHIER, 1997), adaptaram para o aspecto qualitativo do jogo e treino, melhorando a
avaliação do desempenho dos jogadores ao qual considerava as estruturas e
configurações especificas do jogo de futebol (fases). E como procedimento metodológico
os autores utilizaram a metodologia que combinava as duas variáveis quantificadoras do
desempenho a considerar, quantitativa e qualitativa das ações em campo de jogo. E
utilizaram como base o espaço efetivo de jogo, nas zonas de defesa e ataque com as
respectivas configurações em jogo permitindo que se faça uma avaliação do desempenho
autentica e efetiva, como também contextualizada em face da realidade de jogo.
3.2.0 Competências cognitivo-perceptivas subjacentes a tomada de decisão – a
base fulcral para o futebol contemporânea.
Partindo do pressuposto que a performance está associado a eficácia das ações em jogo
tático (razões do fazer), diferente do modo estandardizado de fazer (técnica), a ação do
jogador depende da estreita adequação do comportamento às sucessivas alterações do
contexto de jogo: caracterizado como imprevisibilidade, aleatoriedade e complexidade
resultante das tomadas de decisão, a dimensão tática então, emerge como o núcleo
configurador dos diferentes cenários situacionais de opções táticos, que nos seus
princípios fundamentais (anexo 01), constituem o jogo propriamente dito. (GARGANTA,
2002).
Se contextualizarmos o futebol, podemos constatar que as situações de jogo exigem do
jogador o desenvolvimento de uma inteligência especifica, que passa pela a implicação
da leitura de jogo nos vários cenários de configuracionais (oposição/cooperação), numa
preocupação continua de interpretação do significado das situações com as quais se
depara. (MATIAS & GRECO, 2010; GRECO, 2006; COSTA JC et al, 2002).
Sendo assim, nessa perspectiva Gréhaigne & Guillon (1992), citado por Garganta (1992),
questiona a validade do paradigma tradicional (analítico-sintético), baseado nos aspectos
técnicos na medida em que os mesmos se traduzem por uma abordagem
descontextualizada e inadequada das ações, sobretudo no futebol que exige dos
jogadores uma continua adaptação e decisão comportamental às sucessivas modificações
imposta dinâmica do jogo.
Nesse contexto, as fases de análise e de solução mental da ação em jogo são
essencialmente táticas que um jogador enfrenta depende da configuração determinada
(fase defensiva, fase ofensiva, transição defensiva e transição ofensiva), onde cria a
situação do processamento cognitivo aliado ao seu referencial justaposto aos princípios
de jogo (anexo 01).
Entendemos competência cognitiva assim como Greco (2006), derivado do Latim cognitio
que significa: Conhecimento consciência. Talvez possamos afirmar assim como Tavares
(2002), que o sucesso tático em competição depende, em grande parte, do nível de
percepção dos jogadores já que esta é a primeira fase da ação em jogo. Logo, se
27
estabelece a base para a seguinte, principalmente se associado ao conhecimento
cognitivo do atleta junto com outros fatores da performance.
Pode-se, portanto, supor que para o entendimento da essência de jogo por parte do
atleta como da comissão técnica pode significar aumento da performance, se sobretudo
tiver aliado a estratégia-tática para o jogo. Que, por conseguinte contempla um quadro
de referência relativo à sugestão da possível configuração do modelo de jogo ao qual o
atleta está submetido.
Todavia para nós o tipo de referência ao qual nos baseamos é encontrado em Garganta
(2002), que estabelece:

O tipo de relação de forças (conflito) entre os jogadores que se defrontam

A característica ambiental do jogo (variabilidade, aleatoriedade e imprevisibilidade
do contexto das ações em jogo).

A característica das habilidades motoras para agir no contexto especifica.

Os princípios de jogo como referenciais orientadores das ações em jogo

E por fim os dispositivos informacionais que são as operacionalizações necessárias
para criar uma base sólida de transmissão da ação de jogo: Condição, ação e objetivo.
Vamos imaginar um jogo (treino) de futebol se o atleta está orientado com base nos
princípios de jogo (anexo 01), exemplo na defesa evitar ficar em inferioridade numérica,
contenção, cobertura defensiva e equilíbrio com base na orientação dos dispositivos
informacionais ao atleta é-lhe solicitado pensar em que condição, pode-se ficar em
cobertura defensiva, assim como na ação que se realiza materializando no objetivo
desejado, isto é, o modelo de jogo desejado pela comissão técnica.
Entendendo que a concepção adotada por nós de condição significa sugerir sob quais
circunstâncias uma ação deve ser realizada. O de ação consiste em representar os
comportamentos (ações), necessários para gerar alguma mudança relacionada ao
objetivo numa situação de jogo. E por fim o conceito de objetivo representa a
operacionalização pelos quais o jogo é ganho. (LAMAS & SEABRA, 2006).
Garganta (2002), ao descrever a natureza dos jogos desportivos coletivos, no nosso caso
o futebol declara, pois, que as ações que se configuram em função dos acontecimentos
que ocorrem num contexto extremamente aleatório de antagonismo e, cuja referencia
ordem e complexidade das ações de jogo não possa, portanto, ser determinadas
antecipadamente, vê o surgimento de um novo conceito metodológico de periodização
que considere a não estandardização das ações em jogo, ou seja, a periodização tática.
Nessa mesma linha de raciocínio Tavares (2002), em seu estudo destaca que cada
modalidade desportiva, definida pelas suas regras de ação, possui uma lógica bem
precisa, que vai coordenar e gerir os comportamentos dos jogadores, isto é, pressupõese que cada comissão técnica conceba o seu próprio modelo de jogo a partir de seu
interesse. Já que a interpretação da lógica interna sofre influência da competência de
intervenção de quem constrói o modelo de jogo que pretende desenvolver. Muito embora,
haja algo de comum que rege o jogo, como situações de imprevisibilidade, aleatoriedade
e complexidade. Sendo assim, a essência do jogo que dita os comportamentos dos
atletas sofre, sobretudo, influência da competência cognitiva. Nesse sentido a
competência cognitiva tanto da comissão técnica como dos jogadores se revela
imprescindível, na medida em que para a prática do bom jogo é necessário conhecer e
dominar uma série de aspectos essenciais ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da
performance.
Nessa perspectiva Leonardo (2005), sugere que as comissões técnicas devem se apoiar
em autores que tratam da compreensão do jogo, pois com a busca do entendimento dos
aspectos táticos essencial, tornam-se possíveis criar modelos de analises do jogo, através
da compreensão do jogo, não se limitando a avaliação de teor fragmentário como cita
(TAVARES, 2002; GARGANTA, 2002; MATIVIÉV, 1960).
3.2.1 COMPETÊNCIA COGNITIVA “A CONTROLADORA” DAS AÇÕES E “DITADORA” DA
PERFORMANCE.
A competência para prever e “ler” as intenções dos adversários e formular uma resposta
apropriada baseado em aspectos estratégicos e tático-técnicos, tem sido considerado
como crucial para o rendimento no futebol. Nessa perspectiva a competência cognitiva,
fundamentalmente na formação e no alto rendimento do jogador de futebol pode ser
28
determinante para o sucesso na competição. (TAVARES, GRECO & GARGANTA, 2006).
Isto é, bem claro quando observamos jogadores como o Dedé, Juninho Pernambucano,
Xavi, Neymar e Messi. Pois ambos possuem a competência da percepção antecipação,
dos movimentos da bola, companheiros e adversários, nos deslocamentos espaciais sua
direção, revestem-se de vital importância para os comportamentos durante o jogo em
especial nas ações tática, refinado a tomada de decisão e leitura de jogo que os fazem
superior aos adversários, ou seja, possuem uma competência cognitiva avantajada.
Nessa perspectiva entendendo o futebol como sendo caracterizado como uma
modalidade esportiva coletiva (VER DANTE DE ROSE JUNIOR, 2006; GO TANI, BENTO &
PETERSEN, 2006). Sendo composta essencialmente por habilidades cognitivas abertas.
Para executá-las, o jogador deve utilizar os processos de análise, interpretação da ação
(percepção) reconhecendo os padrões (defesa/ataque), e tomando decisão com base na
leitura da configuração do movimento, a priori, com o tempo mínimo em resposta às
condições imprevisíveis. (BIANCO, 2006).
Além disso, pressupondo-se que qualquer movimentação realizada pelo jogador deva
estar coordenada com a tática coletiva, as análises de indicadores técnicos, fisiológicos e
dos eventos do jogo nomeadamente as fases do jogo (defesa, ataque, transição
defensiva e transição ofensiva), podem adquirir maior pertinência se forem referenciados
aos constrangimentos de natureza tática (ambiental: Aleatoriedade, imprevisibilidade e
complexidade). Desta forma, o treino baseado nos princípios de jogo tático (anexo 01),
permite o controle das ações em jogo. Nesse sentido parece contribuir para a
compreensão do desempenho do jogador no jogo e no treino. (COSTA, et al. 2010).
Para o pesquisador e professor Júlio Garganta (2002), considerando a imprescindível
ligação entre as dimensões fundamentais da performance – tática-técnica-, destaca que
as pesquisas tem realçado o protagonismo crescente das competências cognitivas na
modelação do treino e na competição distinguindo os vencedores dos perdedores.
O também Pesquisador e Professor Pablo Juan Greco (2006), provoca quando sugere se a
forma de atuação de um jogador de futebol está fortemente condicionado pelo
conhecimento declarativo e processual ditando, assim, o modo como o atleta concebe e
percebe o jogo em si. Nesse ponto de vista os jogos desportivos coletivos onde o futebol
faz parte, toda a decisão é uma decisão tática e pressupõe uma atitude cognitiva por
parte do jogador, que lhe possibilita conhecer, orientar-se e consequentemente regular
suas ações motoras.
Sendo o conhecimento declarativo (saber o que) e o conhecimento processual (saber
como fazer). Contextualizado este dois tipos de conhecimento se tornam importante no
jogo e na competição, pois, quando no treino se ensina o jogador a pensar e declarar a
solução mais adequada na situação, o que acaba se tornado o conhecimento processual,
isto é, capacitando, a saber, como executar e tomar uma decisão em detrimento de
outras. (GRECO, 2006).
No estudo Costa J C et al (2002), que procurou avaliar e comparar a inteligência geral e
conhecimento especifico em 44 jovens Portugueses com média de idade 16.00±0.53
praticante de futebol segundo o nível competitivo. Comparando o conhecimento
especifico e inteligência geral desses praticantes divididos em liga nacional série B e
regional série A. com testes psicológicos de inteligência e conhecimento especifico. Os
resultados encontrados revelam que há uma maior tendência de conhecimento especifico
na situação ofensiva em jovens participantes na competição nacional série B, em relação
aos da série A regional. Contudo, comparando a inteligência geral entendida como
capacidade de orientação espacial e temporal (deslocamentos no campo), o grupo
regional série A, obteve maiores resultados significativos. O que pode significar que à
medida que aumenta o nível de competição os jogadores melhoram ou canalizam suas
decisões para a situação mais especifica do jogo como, exemplo numa situação de
ataque procurar finalizar ao invés de tentar o drible.
Assumindo que o comportamento dos jogadores está constantemente se modificando
devido à oposição oferecida pelo adversário e, que devido a essas mudanças que não
muitas vezes resultam em situações de constrangimento, seja na defesa seja no ataque,
ou mesmo na transição destas fases; quando sob a orientação dos princípios
orientadores do jogo/treino, estando operacionalizado pelos dispositivos informacionais,
29
pelo menos é dado o atleta compreender o seu jogo assim como o jogo da comissão
técnica (modelo de jogo). Suportando a ideia de o atleta ter a consciência do que se
deseja dele.
Bianco (2006) é bem clara ao afirmar que no futebol uma modalidade de alta estratégia
a cognição é uma importante competência a ser ensinada a um jogador e, pressupõe o
desenvolvimento prévio da sua capacidade de pensar e agir de modo criativo, isto é,
autonomia. Nessa perspectiva ao jogador é dado um imperativo saber o quê e como
fazer ao executar uma ação, municiando-o de conhecimento.
Contudo, somente nos anos oitenta que os pesquisadores começaram a chamar atenção
para o paradigma do comportamento motor inteligente relacionado à performance
qualificada, em especial ligado ao futebol. (TENENBAUM & BAR-ELI, 1995, Citado por
KONTER, 2010).
3.2.2 Para um jogar inteligente necessita-se uma canalização da tomada de
decisão.
O comportamento só pode ser tão inteligente quanto o modo em que são representados
os eventos mundiais (jogo) ao cérebro. (KONTER, 2010).
Se assumirmos que esta afirmação está pelo menos parcialmente certa, os jogadores de
futebol tem que ter bastante conhecimento sobre a sua tarefa a executar, donde as
sugestões importantes são derivadas num contexto de natureza aberta de um jogo,
então a tarefa delegada ao jogador é selecionar sugestões pertinentes, entendam-se
fases critica de um jogo, e filtrar a perturbação da oposição adversária e eventualmente
tomar decisões sobre a ação a executar. (KONTER, 2010).
Portanto, o atleta necessita está amparado pelas suas faculdades mentais assumidas
como Greco (2006), percepção, antecipação, memória e tomada de decisão. Para agir em
conforme a demanda do modelo de jogo. Exemplo, contextualizando numa situação de
transição ofensiva se a equipe necessita fazer girar as bola, criar superioridade numérica,
evitar ficar em inferioridade numérica ou pelo menos manter o equilíbrio na tentativa de
finalizar. Óbvio que os meios estão encarregados de criar espaços livres dentro da área
para condições de remate. Se nesta situação é onde verificamos a fase auge da
competência cognitiva do atleta, logo, pelo silogismo presente a competência cognitiva
deve guiar à tomada de decisão.
A tomada de decisão é a seleção do modo correto de agir, de acordo com as
configurações imposta por problemas de fluxo de jogo. Nessa perspectiva o jogador deve
agir com perspicácia dentro de um contexto e com base no acúmulo de informações
adquirido durante a vida, assim como passada pela comissão técnica. (BIANCO, 2006).
Contudo, embora saibamos que a tomada de decisão seja uma competência subjetiva e,
portanto, de difícil controle e avaliação devido à individualidade manifesta do jogador
(SOUZA, 2010). No entanto, ela pode ser canalizada ou sugestionada sendo balizada pelo
modelo de jogo da comissão técnica, isto significa que o treinamento se voltará para
fazer o jogador compreender o seu jogo, da equipe e do adversário dentro de um
enquadramento do modelo de jogo, pois não adianta atletas verdadeiros malabaristas
com a bola se não contribuem com a equipe no momento necessário.
Nessa perspectiva Sousa (2010), diz que no futebol o importante é o jogador entender o
jogo, e aprender a pensá-lo sistematicamente e para tal só se consegue
treinando/jogando de modo adequado.
Nesse mesmo sentido Moreira, Matias & Greco (2013), fizeram um estudo com (n=30)
atletas da categoria sub – 09 com objetivo de observar o método de ensinoaprendizagem no Futsal e analisar/avaliar se havia influência sobre o conhecimento
processual. Comparando o paradigma global integral e o analítico-sintético. Os resultados
se mostraram promissores na medida em que sinalizaram para uma melhora no
conhecimento tático, ou seja, o treinamento baseado no paradigma global integral
propiciou melhorias no domínio de jogo pelos atletas. No parâmetro oferecer-se e
orientar-se e reconhecer espaços. E sugere que o treinamento centrado na tomada de
decisão, no parâmetro tático, se mostra profícuo em desenvolver jogadores com ações
autônomas e inteligentes.
30
Se assumirmos que a competência da tomada de decisão cria a possibilidade de
transferir as situações problemas de jogo (defesa e ataque), encontrada durante o jogo
uma forma representativa, canalizando o estudo para análise de influência exercida pelas
variáveis cognitivas e perceptivas sobre a tomada de decisão. (RESENDE & VALDÉS,
2004). Isto é, parece uma boa estratégia de ensino aos atletas, pois ao criarmos
situações especiais eles devem escolher uma entre alternativas viáveis de escolha.
Nessa perspectiva a ação de um jogador de futebol está atrelada a sua bagagem de
conhecimento (declarativo e processual), donde o atleta concebe e percebe o jogo em si.
São estes dois tipos de conhecimento que orientam e organizam as respectivas decisões,
condicionado a percepção, a compreensão das informações motoras necessárias à
execução. (GRECO, 2006).
Talvez nessa perspectiva o direcionamento dos estudos para análises dos aspectos
cognitivos e perceptivos da tática crie condições “laboratoriais” de pesquisa, que podem
ser utilizados nas diferentes fases do processo ensino/aprendizagem e treinamento das
competências esportivas (RESENDE & VALDÉS, 2004).
Contudo, embora a variável psicológica (tomada de decisão) esteja no principio de seu
estudo e, portanto apenas descrevendo as situações de jogo, logo carecendo de estudos
que tenham mais rigor cientifico em aplicar na realidade essa variável que parece ser
profícua e promissora. Sendo assim, Resende & Valdés (2004), depois de fazer uma
sistemática revisão sobre a abordagem que trata da tomada de decisão alerta para a
necessidade de se tomar cuidados especiais com a consistência interna dos dados e de se
investir na realização de estudos experimentais, superando o caráter descritivo das ações
que qualificam a tomada de decisão no futebol.
4.0 Considerações finais.
Sendo assim, nesse estudo propomos discutir a problemática levanta por Costa I T et al
(2010), destacam que pesquisas na área do treino esportivo vêm mostrando que o
conteúdo da planificação baseado no ensino/treino táticos são essenciais para o
desempenho de jogadores e equipes de futebol; porém, apesar dessa importância, a
avaliação do desempenho do jogador ainda tem se centrado em aspectos técnicos,
fisiológicos e biomecânicos. Nessa perspectiva estabelecemos uma abordagem de
confronto entre dois modelos de periodização, já que a estrutura de rendimento não está
dissociada do modelo de periodização. Mesmo sabendo que trabalhos bem recentes
deram conta do uso do modelo tradicional (Matveev). Num estudo de Dantas et al
(2011), procurando conhecer qual o melhor modelo de periodização sob o prisma da
adequabilidade, identificou que o melhor modelo de periodização conforme uma
sistemática revisão foi: Muito bom Matveev com 3,14. Seguido de Verkhoshanky bom.
Com 2,88. Bompa= 2,66. ATR= 1,96 e Forteza= 2,25. Nesse sentido através das
publicações recentes ainda parece haver certo predomínio do modelo tradicional. Arruda
et al (1999), vai nessa mesma conclusão quando afirma que todo o processo de
estruturação e desenvolvimento se fundamenta no sistema proposto por Matveev.
Paschoalino & Speretta (2011), numa sistemática revisão reportam-se como principal
achado a fundamentação da periodização em componentes físicos do rendimento, isto é,
o modelo tradicional e muitos outros autores se fundamentam no modelo tradicional.
Nessa perspectiva acreditamos que as comissões técnicas procuram seu embasamento
teórico e prático no que há de mais recente na ciência desportiva, objetivando o maior
rendimento tanto em momento isolados quanto na longa temporada. Por isso uma das
possíveis razões da abordagem confronto é pelo fato de elencar os prós e contras do uso
da respectiva metodologia e sua adequação, sobretudo, em relação às publicações e
congressos que destacam as mais recentes descobertas.
Sendo assim, parece haver uma mudança de paradigma metodológico sobre a avaliação
da performance relacionado ao futebol contemporâneo. Que se depara, sobretudo, não
com a melhora do gesto técnico (eficiência), mas, com a essência do jogo; que para o
nosso levantamento a partir da revisão bibliográfica a essência passa pela mudança de
foco metodológico sobre o treino e jogo destacadamente:

Ensino e treino.

Nova concepção metodológica de performance.
31

Competência cognitiva e perceptiva relacionado à tomada de decisão.

Princípios de jogo.
Dado o novo rumo do futebol contemporâneo a proficiência desligada do cartesianismo
para a pedagogia pós-moderna da contextualização levando em consideração a
complexidade das ações táticas.
Nessa perspectiva Silva J. (2008), destaca a importância do desenvolvimento da tática,
sugestionando que pelo menos, no futebol a principal preocupação que a comissão
técnica deve ter em relação aos atletas é essencialmente tática. Na estruturação
ambiental do futebol a conjugação da tática individual e coletiva, numa equipe deve está
embasado em princípios de jogo, sobretudo se tiver alicerçado numa lógica de jogar
bem.
Portanto, a avaliação do desempenho no futebol pressupõe a estruturação dos princípios
essenciais ao ensino-aprendizagem, de modo a possibilitar a orientação individual e
coletiva do futebolista no treino e na competição. (SILVA J, 2008).
Muito se tem falado em essência do jogo. Alguns consideram a cooperação/oposição e
finalização (GRAÇA & OLIVEIRA, 1994). Para nós a essência do jogo de futebol é
competência cognitivo-perceptivo associado à tomada de decisão. (GARGANTA J &
GRÉHAIGNE F, 1999/1; COSTA et al, 2002; GRECO, 2006; GARGANTA, 2002;
GARGANTA, 2006; FILGUEIRA FM; GRECO PJ, 2008; KONTER, 2010; SOUSA, 2010;
COSTA I T, 2010; MOREIRA, MATIAS & GRECO, 2013;).
A competência do jogador avaliado no contexto (jogo/competição e treino) constitui a
maneira mais válida e fiel de se medir as ações/habilidades de jogadores de futebol, uma
vez que o desempenho do jogador pode se julgado sob duas categorias: primeiro e talvez
a mais importante à vitória conquistada; a segunda pelo comportamento exibido durante
o jogo pelo atleta, este tipo de medida são mais autêntico e declara a competência do
jogador precisamente. (PERFEITO, 2006).
Neste sentido face ao fato de o futebol ser caracterizado como esporte de natureza
problemática, complexa e contextual, no qual o desempenho motor dos jogadores está
relacionado com a competência deste em responder as alterações decorrentes da
situação estrutural (fases) e momentânea do jogo. (SILVA J, 2006).
Se forem de fato nessa perspectiva as competências individuais e coletiva da equipe
ultrapassam largamente o domínio das habilidades técnicas e as capacidades
coordenativas, entendendo-as como: força, velocidade e flexibilidade emergindo assim
como complemento os princípios da ação, as tomadas de decisão a organização do jogo
(fases). Por tudo isso, a periodização do treinamento no que se refere à metodologia de
treino baseado na fragmentação das dimensões, tem vindo a ser substituído pela
perspectiva de treino que contempla a complexidade inerente ao jogo, associado às
outras dimensões, ou seja, a periodização do treino integrado. (SILVA J, 2006).
Por fim acreditamos que o treinamento das competências cognitivas permite que os
atletas adquiram a experiência nos jogos via formação diversificada nas modalidades
coletivas, o que permite que eles efetivamente participem do jogo e realizem com
sucesso as diversas configurações de jogo. (MEMMERT & ROTH, 2007).
ANEXO 01.
Princípios táticos do jogo de futebol. Através do ensino operacionalizam-se os princípios
táticos, sobretudo, nas fases do jogo nomeadamente: Ataque, defesa, transição
defensiva e transição ofensiva.
32
Tentar criar superioridade numérica
inferioridade numérica
evitar igualdade numérica
não permitir a
Ataque (com posse de bola)
Conservar a bola
Construir ações ofensivas
Progredir pelo campo adversário
Criar situações de finalização
Finalizar a baliza adversária
Penetração
Desestabilizar a organização defensiva adversária;
Atacar diretamente o adversário ou a baliza;
Criar situações vantajosas para o ataque em termos numéricos e espaciais;
Cobertura ofensiva
- Dar apoio ao portador da bola oferecendo-lhe opções para a sequência de
jogo.
-Diminuir a pressão sobre o portador da bola;
- Criar superioridade numérica;
- Criar desequilíbrio na organização defensiva adversária;
- Garantir a manutenção da posse de bola;
Mobilidade
- Criar ações de ruptura da organização defensiva adversária;
- Apresentar-se em um espaço muito propicio para a consecução do gol;
- Criar linhas de passe em profundidade;
- Conseguir o domínio da bola para dar sequencia a ação ofensiva (passe ou
finalização).
Espaço
- utilizar e ampliar o espaço efetivo da equipe;
- Expandir as distâncias/posicionamento entre os jogadores adversários;
Transição
defensiva
- ataque
e/ou
ataque
defesa
33
- Dificultar as ações de marcação da equipe adversária;
- Facilitar as ações de ofensivas da equipe;
- Movimentar para o espaço de menor pressão;
-Ganhar tempo para tomar a decisão correta para dar sequencia ao jogo;
- Procurar opções mais seguras, através de jogadores posicionados mais
defensivamente, para dar sequencia ao jogo;
Unidade defensiva
- Facilitar o deslocamento da equipe para o campo de jogo;
- Permitir a equipe ataque em unidade ou em bloco;
-Oferecer mais segurança as ações ofensivas realizadas no centro de jogo;
-Propiciar que mais jogador se posicione no centro do jogo;
- Diminuir o espaço de jogo no campo defensivo;
Fonte: Adaptado de Costa I T et al (2010).
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