Policial militar explica processo de identificação de tatuagens em

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Policial militar explica processo de identificação de tatuagens em
Secom - Secretaria de Comunicação Social - Governo do Estado da Bahia
Policial militar explica processo de identificação de tatuagens em criminosos
Segurança
Postado em: 29/01/2015 18:10
Capitão da PM detalha o simbolismo das imagens de duendes, palhaços, anjos, magos e tantas
outras encontradas no corpo de detentos.
Imagens quase sempre associadas ao mundo da infância são usadas pelo crime como estratégia de
comunicação entre gangues. Tatuagens de duendes, palhaços, anjos, magos, e de personagens
infantis como o ‘Saci-Pererê’, ‘Diabo da Tasmânia’, ‘Papa-léguas’, ‘Snoop’, entre vários outros, estão
estampadas na pele de criminosos dentro e fora dos presídios brasileiros.
Um estudo sobre esses símbolos revelou que muitas das imagens são identificação de patente,
organização criminosa e crimes. Como resultado do trabalho coordenado há aproximadamente dez
anos pelo capitão do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos, Alden José Lázaro da
Silva, da Polícia Militar da Bahia, foi elaborada uma cartilha com 36 tipos de tatuagens associadas a
crimes específicos, que já começou a ser usada pela PM no combate à violência. A descoberta
ganhou repercussão mundial após uma reportagem da BBC Brasil.
“A cartilha de orientação de tatuagens é mais uma ferramenta utilizada no cotidiano da atividade
policial para ajudar a nortear as investigações de crimes. Muitas estão associadas a organizações
criminosas, mas isso não significa que quem tiver qualquer tatuagem será abordado. Os
determinados tipos de tatuagem encontrados nos presos e a parte do corpo onde foram colocados
servirão de alerta, mas as investigações acontecerão caso a gente identifique outros indícios”,
explica o capitão.
Lenda urbana
A cartilha de orientação de tatuagens foi construída com base em investigação policial.
“Deparávamos frequentemente com a incidência de certos tipos de tatuagens. Após investigações, a
gente conseguia eventualmente ligar alguns dos símbolos a crimes relacionados. Isso se tornou
cada vez mais frequente nas conversas entre policiais civis, militares e federais. Tinha virado
praticamente uma lenda urbana”, diz o capitão Alden da Silva.
A partir de alguns documentos e fotos coletados pelo PM, foi possível levantar inúmeras hipóteses.
Cruzando dados de inquérito policial e processos, o trabalho da polícia foi se confirmando, recorda o
capitão. “O foco principal da pesquisa foram crimes praticados contra o patrimônio e contra a vida
[roubo, furto, homicídio e latrocínios]. Juntamos quase 45 mil documentos. Com isso, vimos que a
suspeita tinha fundamento. Eles tinham cometidos os mesmos tipos de crimes”, garante.
A segunda etapa da investigação teve como metodologia visita a presídios e casas de detenção.
Foram avaliados os ambientes prisionais da Bahia. “Começamos a fazer um levantamento de
quantos presos tinham tatuagens, quais eram essas tatuagens e se nesse universo existiam os
mesmos padrões encontrados nas delegacias. Mais uma vez tudo se confirmou”, disse.
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Com o novo conteúdo obtido, outro cruzamento de dados foi feito e, segundo o policial, as imagens
batiam com as tipificações dos crimes. De acordo com ele, os magos e duendes são comuns em
traficantes de drogas; palhaços e, principalmente a figura do coringa são associados a roubo e
morte de policiais; e o papa-léguas é mais frequente em entregadores de mercadorias, que fazem o
transporte de droga. São inúmeros tipos, mas normalmente essas figuras estão construídas de
forma sinistra”.
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