Ao usAr o comProvAdo sistemA Zero nA susPensão trAseirA e umA

Transcrição

Ao usAr o comProvAdo sistemA Zero nA susPensão trAseirA e umA
F r e e r i d e n º 91
s tpea rmat
o ni dv ro adkierrt d u r h a m
p a g . 4 6 Tc oe m
Ao usar o comprovado sistema Zero na
suspensão traseira e uma geometria que a
aproxima das bikes de DH, a Durham só peca,
nesta versão, pela suspensão dianteira. De resto
é uma bike que está perto daquilo que se deseja.
texto: Alexandre Silva Fotos: João Carlos Oliveira Rider: Alexandre Silva
Antes de avançarmos para as sensações a bordo, há muita informação neste quadro que deve ser revelada. O sistema de suspensão Zero, desenvolvido
pela Mondraker e pelo seu engenheiro/rider César Rojo (muitos o conhecem
das provas em Portugal e da Taça do Mundo de DH), já não é novidade mas
surge na Durham pela primeira vez a fazer 190 mm de curso. O quadro é construído segundo o processo Stealth, uma forma dada aos tubos principais para
garantirem maior rigidez recorrendo a pouco material. No caso da Summum
de DH o esforço foi feito ao mais alto nível, conseguindo um quadro com 210
mm de curso com apenas 3360g (sem amortecedor).
Outra particularidade é a passagem dos cabos por dentro do quadro. Já vimos
alguns exemplos mas nunca com tanta percentagem de cabo “escondida”: os
cabos entram logo na parte da frente da caixa de direcção e, cada um deles,
só sai do quadro bastante perto do seu destino. Além de conferir um design
“limpo” e tirar “tralha” do caminho, também minimiza o desgaste.
Geometrias para todos os gostos
Perto
da perfeição
Passando agora à geometria, a Durham beneficia dos mesmos trunfos da Summum: dropouts de diferentes tamanhos (tal como na Scott Voltage FR aqui testada) e ângulo de direcção ajustável. No primeiro caso trata-se de uma pequena
peça que está em ambas as escoras inferiores e nos permite escolher entre quatro comprimentos de escora traseira: 435/440/445/450 mm, o que por sua vez
origina várias distâncias entre eixos possíveis.
No ângulo de direcção passa-se o mesmo: de origem temos 65º mas podemos
ter, usando as respectivas peças adaptadoras, 63º, 64º, 66º e 67º. Novamente,
muitas hipóteses de deixar a bike a nosso gosto e adaptada a cada pista, especialmente quando soubermos jogar com as diferentes distâncias entre eixos.
No caso desta Durham, de série vem com a peça para 435 mm na escora e ângulo de direcção de 65º. Para efectuares as alterações referidas tens de comprar os
kits de adaptadores (que são oferecidos na Durham R).
Prata da casa
A escolha de componentes foi criteriosa e está num bom nível e consegue-se
um preço final bastante atractivo, graças ao uso de componentes da casa, sejam
eles Mondraker (pneus ITS – construídos pela Intense), M-Decline (componentes, neste caso o selim e o avanço) ou OnOff (rodas Bula, guiador Morph , etc.).
Nas suspensões agradecemos o Fox DHX RC2 mas já não ficámos tão satisfeitos
com a Rock Shox Totem Coil. Na travagem, e visto o preço final da Durham, merecia algo mais resistente à fadiga, já que em termos de potência imediata os
Formula Oro K18 são bons enquanto não aquecem muito...
Falta pouco...
Em Manzaneda, numa das nossas deslocações, aproveitámos para fazer uma
série de descidas e comprovámos o que era de prever: falta muito pouco a esta
bike para ser perfeita. O peso é aceitável, ficando nos 17,5 kg (450 g são dos
pedais), o centro do pedaleiro fica perto do solo (345 mm) o que nos permite
curvar muito bem, o guiador de 71 mm ajuda a deitá-la nas curvas e a domar o
bicho nas descidas mais rápidas e a geometria permite conseguir praticamente
o que quisermos. O que falta então?
Freeride nº9
Suspensão dianteira pouco
sensível
F
F
pag . 4 8 Teste mondraker durham
Sistema Zero muito eficaz
Capacidades e regulações
do quadro
Uma suspensão mais sensível na frente, pneus mais robustos e travões com
maior resistência à fadiga. Curiosamente são os mesmos defeitos que apontámos à Voltage FR, excepção feita à travagem da Scott que é bastante boa tendo
em conta o preço da bike.
Sinceramente esperávamos mais da Totem. É verdade que já oferece regulação
da compressão mas no máximo desta fica praticamente bloqueada (tipo suspensão de cross country!) e no mínimo fica... quase na mesma. O nosso peso
não consegue afundar a Totem e é preciso começar a descer para ela começar a
funcionar. Poderá ser um defeito dos retentores ou de algo no circuito hidráulico.
Só o saberemos se testarmos outras. Falta de rodagem não é porque fez dezenas
de descidas enquanto cá esteve e numa suspensão normal isso é mais que suficiente para “acamar”.
Há quem goste de suspensões menos activas, pois a frente afunda menos e
é mais rápida a sair de curva. Mas isto deixa de fazer sentido quando temos
uma traseira que é o oposto: muitíssimo suave e que afunda com o nosso peso
(como é suposto acontecer). Resultado? Parece que estamos aos comandos
de uma Harley: o ângulo de direcção abre e torna a condução pouco incisiva/
directa. Torna-se mais difícil colocar a frente onde queremos e esta fica muito
alta, dificultando a trajectória em curva. Tal como em qualquer bike de suspensão total, tem de haver sag semelhante nas duas suspensões para manter
a geometria inalterada e a bike equilibrada. E para além de desvirtuar a (excelente) geometria, torna a frente seca e os braços queixam-se. A versão de topo,
a Durham R, vem com uma Marzocchi 66 com mola de titânio: essa sim, será
um mimo!
Ela gosta atrás
Ficámos impressionados, agora pela positiva, com a sua traseira! Já percebemos
que ela gosta de funcionar atrás. O sistema Zero é muito sensível e nem o sistema
Boost Valve do Fox RC2 consegue impedir a Durham de engolir tudo o que é pedra, pedrinha ou pedrona, raiz, salto, gap... enfim, impressionante a capacidade
de amortecimento traseiro, seja qual for o tipo de solicitação. E é nesta situação
que se torna ainda mais evidente a falta de “sintonia” com a dianteira.
Voltando à geometria, na prática o que temos de origem é um bom compromisso entre agilidade e estabilidade. O ângulo de 65º consegue manter a bike
estável nas rectas esburacadas sem retirar rapidez nas mudanças de direcção e
situações de curva e contra curva, como as da pista da Carqueixa em Manzaneda. Quem conhece sabe do que falamos. Mudando o ângulo para 63º (o valor
mínimo), ficamos com uma bike tão estável como um canhão de DH mas aí já
perdemos alguma agilidade. Daí que na maioria das situações o ideal será usar
64º (se as descidas que fazemos têm zonas rápidas) ou 65º, se são sinuosas. 66º e
67º apenas recomendamos para um uso mais slopestyle e se queres mandar uns
barspins ou tailwhips.
Como os 64º e 63º aumentam a distância entre eixos, não é necessário mexer nas
ponteiras, pois esta “abertura” de direcção por si só é suficiente para o aumento
de estabilidade. Também gostámos do facto de a dianteira ser relativamente baixa, o que compensa a falta de afundamento da Totem e ajuda a meter a bike nas
curvas e a sentir a frente, sem aquela sensação de que vai a pairar e de que os
tacos do pneu dianteiro nem conseguem enterrar-se para dar tracção.
Do equipamento não há falhas a apontar. Todo ele é pensado para FR e só é pena
que os pneus tenham uma carcaça fina, o que nos obriga a andar pelo menos
com 40 PSI para evitar estoirar a câmara-de-ar quando nos esquecemos de desviar de uma raiz ou pedra mais afiada.
Se tivéssemos de a descrever em função do seu nome seria: Divertida-ÚnicaRápida-Hiperactiva-Atraente-Mãequerouma!
Freeride nº9
rivais
KTM
Caliber 45
Peso: 18,9 kg s/ pedais*
Suspensão: Rock Shox Totem Coil
Amortecedor: Fox DHX 4.0
Travões: Avid Elixir CR
Transmissão: Shimano XT
Preço: 3.487 euros
575 mm
A nossa opinião: um canhão de Freeride com
capacidades de DH mas que merecia outra suspensão
Melhoramentos: como já deves ter percebido... uma
suspensão mais activa! E o preço já justificava
melhores travões
63 a 670
450 mm
1050 mm
435 a 450 mm
295 mm
1166 mm
Mondraker Durham
Os cabos entram
logo para dentro
do quadro na
zona da testa,
cuja caixa de
direcção é de
1,5’’ para maior
rigidez. Os
rolamentos
são selados
e de grandes
dimensões
ficha técnica
p a g . 5 0 Tmeosntderma ko en rd rkaaki es re rd u r h a m
Mondraker
Durham
Peso: 17.06 kg (M s/ pedais)
Suspensão: Rock Shox Totem Coil
Amortecedor: Fox DHX RC2
Travões: Formula Oro K18
Transmissão: Sram X-9/X-7
Preço: 3.390 euros
Quadro
Suspensão F
Amortecedor Trás
Direcção
Manípulos mudanças
Manetes Travão
Mudanças T
Travões F/T
Pedais
Eixo pedaleiro
Alavancas pedais
Cremalheiras
Carretos
Corrente
Avanço
Guiador
Selim
Espigão selim
Cubos F/T
Aros F/T
Pneus F/T
Tamanhos
Peso aproximado
Preço aproximado
Importador
Alu Stealth
Rock Shox Totem Coil
Fox DHX RC2
FSA
Sram X.7
Formula Oro K18
Sram X.9
Formula Oro K18
Truvativ Howitzer
Truvativ Hussefelt
Truvativ Hussefelt c/ guia E13 LG1
Sram 11-32
Sram PC 951
M-Decline
Onoff Morph FR
M-Decline
Onoff Notion
Onoff Bula
Onoff Bula
Mondraker ITS DH 2.35’’
S, M e L
17.06 kg (M s/pedais)
3.390,00 euros
Team Bike - +34 965 437 518
Scott
Voltage FR 10
Peso: 16,76 kg*
Suspensão: Fox 36 Van R
Amortecedor: Fox DHX RC4
Travões: Avid Elixir R
Transmissão: Sram X-9
Preço: 3.195 euros
Specialized
Demo 7 I
Peso: n.d.
Suspensão: Rock Shox Totem IS
Amortecedor: Fox DHX 4.0
Travões: Avid Elixir R
Transmissão: Sram X-7/X-9
Preço: 2.999 euros
Pontuação
Quadro 5 ; Suspensão F 3,5 ; Suspensão T 5 ; Maneabilidade: 4
Travagem: 4; Comportamento: 4; Conforto: 4; Qualidade/Preço: 4
Global 4,5
* dados do fabricante

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