Incidência de Gamopatias Biclonais

Transcrição

Incidência de Gamopatias Biclonais
Obelar, AM; Dimetz, T; Fonseca, DCM; Souza, PRC; Moreira, MLL
Incidência de Gamopatias Biclonais no ano de 2005 no Laboratório Sérgio Franco
Medicina Diagnóstica
Introdução
Gamopatias monoclonais são desordens em que um clone de linfócitos originado
de uma célula ancestral comum prolifera e secreta uma imunoglobulina monoclonal. A
eletroforese de proteína e a imunofixação são usadas como os testes diagnóstico para
esta desordem. Em raras ocasiões, a eletroforese produz dois picos simultaneamente,
sugerindo a existência de duas imunoglobulinas monoclonais, estabelecendo uma
gamopatia biclonal.
Materiais e Métodos
O levantamento foi realizado em 180 amostras de soros de pacientes que
apresentaram picos monoclonais ou biclonais na nossa rotina diagnóstica no ano de 2005.
As metodologias utilizadas foram a eletroforese por capilaridade no equipamento
Capillarys da Sebia e a imunofixação em gel de agarose da Sebia.
Resultados
Do total de pacientes com gamopatias, 83 (46,11%) eram do sexo feminino e 97
(53,89%) do sexo masculino. Quando analisamos a idade, 28 (15,55%) dos pacientes
tinham idade inferior a 50 anos tendo os outros 152 (84,45%) idade superior a 50 anos.
172 (95,56%) apresentaram gamopatias monoclonais e 8 (4,45%) gamopatias biclonais.
As combinações das gamopatias biclonais foram assim distribuídas: 2 IgG-kappa e
IgG-lambda; 2 IgG-lambda e cadeia leve lambda; 2 IgG-kappa e cadeia leve lambda; 1
IgG-kappa e IgM-kappa; 1 IgG-lambda e IgA-lambda.
gamopatia
biclonais
13%
13%
4%
25%
96%
monoclonais
biclonais
24%
25%
IgG-K e IgG-L
IgG-L e leve L
IgG-L e IgA-L
IgG-K e leve L
IgG-K e IgM-K
Discussão
A prevalência das gamopatias biclonais na população em geral é de apenas 1%.
Não existe diferenciação clínica entre as gamopatias monoclonal e biclonal e devido a
raridade dos casos reportados sua importância ainda é controversa. Mas o surgimento
das bandas biclonais sugere um mau prognóstico e uma possível associação com uma
patologia maligna.
Conclusão
Estudos complementares da população são necessários para avaliar se a presença
de bandas biclonais estão relacionadas com o desenvolvimento de doenças ou
representam apenas achados laboratoriais.
Bibliografia
Cohen, Y & Ben-Bassat, I. Biclonal gammopathies: clinical and theorical aspects
Harefuah v124, n. 7 , p. 393-5, 1993
Osterborg, A & Mellstdt, H. Monoclonal and biclonal immunoglobulin-producing
disorders. Eur J Haematol Suppl. v51, p. 11-8 , 1989
Schaffner, KF; Krause, JR; Kelly, RH. Biclonal IgM gammopathy in chronic lymphocytic
leukemia Arch Pathol Lab Med. v 112, n.2, p. 206-8, 1988
Tenenbaum, N. ; Meignan, S.; Vincent, JP. Bi- and tri-clonal gammopathies and the
elderly Ann Med Interne v. 143, n. 2, p. 89-93, 1992
Kyle, RA.; Robinson, RA.; Katzmann, J.A; The clinical aspcts of biclonal gammopathies.
Review of 57 cases Am J Med v. 71, n. 6, p. 999-1008, 1981

Documentos relacionados

eletroforese de proteínas e imunofixação

eletroforese de proteínas e imunofixação Devido à sua alta resolução, a eletroforese capilar, permite a separação dos picos de Beta1 (transferrina e hemopexina) e Beta2 (Complemento C3), o que resulta em um padrão de seis bandas. Essa car...

Leia mais