Boletim 94

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Boletim 94
Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas
Transnacionais e da Globalização Econômica
Ano XV Nº 94
As rendas de IDE da economia
brasileira estão aquém do padrão
médio de economias em desenvolvimento. Há evidências de que
as remessas de rendas de IDE da
economia brasileira respondem a
ciclos econômicos de economias
centrais com mais intensidade do
que outras economias em desenvolvimento. Há também sinais de
aceleração na margem de remessas de rendas de IDE de países
em desenvolvimento. A depender
de tais conclusões, há fatores adicionais que corroboram a hipótese de aceleração das remessas
de lucros e dividendos da economia brasileira daqui para frente.
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Junho / 2013
REMESSA DE LUCROS E DIVIDENDOS EM
TRAJETÓRIA DE ELEVAÇÃO - TERCEIRO CAPÍTULO
Nos últimos dois boletins Sobeet afirmamos que os motivos para a aceleração das remessas de lucros e dividendos devem ser buscados em outros fatores que não
apenas a taxa de câmbio e a atividade econômica. Entre tais fatores estariam a condição ainda frágil das economias centrais e a proporção histórica observada na economia brasileira entre remessas de lucros e dividendos
e o estoque de Investimento Direto Estrangeiro (IDE).
O padrão internacional de remessas de lucros e dividendos de
países em desenvolvimento constitui um terceiro fator que corrobora a hipótese de aceleração das remessas de lucros e dividendos da economia brasileira daqui para frente. Consideramos
a proporção entre rendas de IDE e estoque de IDE nas economias em desenvolvimento com estatísticas no Banco Mundial e
na Unctad no período de 2003 a 2011 (último dado disponível).
A proporção entre renda e estoque de IDE desde o ano de
2003 foi de 9,7% na média do universo encontrado de 52 economias. Na economia brasileira a mesma proporção foi de
IDE de 5,7% na média deste mesmo período. Isso lhe conferiu
a 39ª. posição no ranking de 52 economias em desenvolvimento que mais remetem dividendos na comparação com os
respectivos estoques de IDE. Ou seja, seja por questões tributárias, econômicas ou de qualquer outra natureza, as rendas
de IDE da economia brasileira estão aquém do padrão médio
de economias em desenvolvimento, conforme figura a seguir.
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A proporção entre rendas e estoque de IDE não se mantém constante ao longo do tempo. Nesse
sentido, valem 3 comentários. Primeiro, tanto no caso do Brasil como no caso da média dos países
emergentes as séries alcançam seus picos no ano de 2008, auge da crise das hipotecas na economia norte-americana, conforme figura a seguir. Isso reforça a hipótese de que as remessas de lucros
e dividendos também respondem a ciclos nas economias exportadoras de capital. Em segundo lugar,
a expansão das remessas do Brasil frente a tais ciclos parece ser mais rápida do que na média das
economias em desenvolvimento. De fato, a mesma figura demonstra que o aumento das remessas de
rendas do Brasil no ano de 2008 foi mais intenso do que em outras economias em desenvolvimento.
Isso pode denotar uma maior sensibilidade destas remessas do Brasil frente a ciclos econômicos. Por
fim, em ambas as séries há nova tendência de aumento na margem, mais acentuada no caso do Brasil.
Em resumo, as rendas de IDE da economia brasileira estão aquém do padrão médio de economias em desenvolvimento. Há
evidências de que as remessas de rendas
de IDE da economia brasileira respondem
a ciclos econômicos de economias centrais com mais intensidade do que outras
economias em desenvolvimento. Há também sinais de aceleração na margem de
remessas de rendas de IDE de países
em desenvolvimento. A depender de tais
conclusões, há fatores adicionais que
corroboram a hipótese de aceleração
das remessas de lucros e dividendos da
economia brasileira daqui para frente.
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