utilização de microcorrente galvânica em estrias

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utilização de microcorrente galvânica em estrias
UTILIZAÇÃO DE MICROCORRENTE GALVÂNICA EM ESTRIAS
ATRÓFICAS CRÔNICAS – RELATO DE CASO
Thaiza Acosta Rebonato (UNICENTRO), Cintia Cristina Santi Martignago
(UNICENTRO), Martinella Remlinger (UNICENTRO), Lorena Pohl Fornazari
(UNICENTRO), Keila Cristiane Deon (Orientadora), e-mail:
[email protected]
Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná/Setor de Ciências da
Saúde – Guarapuava – PR
Palavras-chave: estria, fisioterapia, tratamento.
Resumo:
Estria é uma atrofia tegumentar adquirida, considerada um distúrbio estético,
em que ocorre um rompimento das fibras elásticas e colágenas na derme.
Este estudo de caso teve o objetivo de verificar os efeitos do uso de
microcorrente galvânica, por meio da técnica de microgalvanopuntura e
escarificação, em estrias albas em região glútea. O estudo incluiu uma
paciente do sexo feminino com estrias albas em região glútea, que foi
submetida à verificação da quantidade de estrias e mensuração de seu
comprimento, e à avaliação por meio de um questionário após cada sessão
com escala analógica de dor de 0 – 10 e caracterização do tipo de dor
sentida durante a aplicação, bem como registro fotográfico. O tratamento
abrangeu 8 aplicações com o intervalo mínimo de 7 dias entre cada
intervenção. Observou-se melhora na aparência das estrias, com redução de
sua largura e melhora na coloração, que ficou mais próxima do tom da pele
da paciente. Desta forma, a microgalvanopuntura demonstrou ser um
procedimento eficaz no tratamento de estrias atróficas crônicas.
Introdução
As estrias são lesões cutâneas comuns, caracterizadas como bandas
lineares de pele atrófica. São consideradas distúrbios quase exclusivamente
estéticos, porém tendo-se em vista que saúde não é unicamente ausência
de doença, mas também um bem-estar físico e psicológico, passam a ter
grande importância social e médica (BERGFELD, 1999; GUIRRO; GUIRRO,
2002).
Pode-se afirmar que hoje em dia as estrias não são mais vistas
apenas como desagradáveis do ponto de vista estético, e sim, como um
problema estético que pode causar alterações emocionais e
comportamentais nas pacientes com essa alteração dermatológica.
As estrias indicam um desequilíbrio elástico localizado. Apresentam
um caráter bilateral, e sua distribuição é simétrica em ambos os lados. Seu
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comprimento pode variar desde alguns milímetros até em média 34
centímetros. Sua largura corresponde em média de 2 a 5 milímetros, mas,
em casos especais, pode atingir de 2 a 3 centímetros e, excepcionalmente, 6
cm (BRANDÃO, 2005). As estrias apresentam-se da mais variada forma,
podem variar de depressões ou mais elevadas em relação a pele.
A lesão começa com um a fase inflamatória caracterizada por eritema
violáceo e discreto edema, parecido com vergões. Com o passar do tempo,
as estrias ficam esbranquiçadas com um papel de seda (CUCÉ e NETO,
2001).
O uso da corrente galvânica no combate das estrias tem por objetivo
provocar um processo inflamatório agudo no tecido acometido pela estria,
para que haja uma regeneração do mesmo. O trauma aumenta a atividade
metabólica local, que leva a formação de tecido colágeno, preenchendo a
área degenerada, com retorno de sensibilidade fina. A inflamação provocada
pela corrente não tem nenhum efeito sistêmico podendo ser absorvido em
um período de tempo de até uma semana.
O objetivo do presente estudo é relatar um caso de paciente do sexo
feminino com estrias atróficas crônicas em região de glúteos tratada com
microcorrente galvânica, por meio da técnica de microgalvanopuntura e
escarificação.
Materiais e Métodos
Este estudo de caso foi realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da
Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, no período de 06 de
maio a 01 de julho de 2009. O mesmo obteve a aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa da UNICENTRO. A voluntária assinou o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, que continha todas as informações
sobre o estudo.
Inicialmente foi realizada uma avaliação fisioterapêutica, por meio de
uma ficha própria. A região a ser tratada foi fotografada e as estrias medidas
em mm com uma fita métrica. O glúteo direito (D) recebeu o tratamento,
enquanto que o glúteo esquerdo (E) foi o controle.
Em seguida foi iniciado o tratamento com a microgalvanopuntura. O
aparelho utilizado foi o Striat da marca Ibramed. O protocolo proposto incluiu
para cada estria três aplicações com microgalvanopuntura em cada sessão.
Foi utilizada uma intensidade de 50 µA na primeira aplicação, 100 µA na
segunda aplicação e 150 µA na escarificação, os três procedimentos foram
realizados em todas as estrias tratadas em todas as sessões, nessa ordem.
Foram realizadas sessões semanais, com intervalos mínimo de sete
dias, com duração de aproximadamente 50 minutos cada, totalizando 8
sessões. Após cada sessão a sensibilidade dolorosa ao estímulo foi avaliada
por meio da escala analógica de dor de 0 a 10, e pelo tipo de dor.
Ao fim do tratamento foram registradas novas fotografias e
mensuradas as estrias novamente, para comparar se houve alguma
modificação nessas cicatrizes atróficas.
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Resultados e Discussão
Paciente, do sexo feminino, 28 anos de idade, cor da pele classificada
segundo a Classificação de Fitzpatrick tipo V (morena escura). Nulípara. A
única medicação que faz uso é o anticoncepcional. Não apresenta nenhum
tipo de patologia que possa levar a uma disfunção hormonal como diabetes
e hemofilia, transtornos circulatórios e ou de cicatrização, propensão a
quelóides e nenhuma patologia dérmica. Nunca observou presença de
algum tipo de alergia. Sua alimentação é normal. A paciente nunca havia
tratado anteriormente de maneira nenhuma as suas estrias.
A paciente relata que as suas estrias começaram a aparecer ainda na
adolescência por volta dos 13 anos. Quando as estrias começaram a surgir
a coloração inicial era a mesma de agora (branca), afirma ter estrias
localizadas em glúteos, coxas e quadris.
Após iniciado o tratamento foi possível observar que a reação
inflamatória instalava-se minutos após o término da aplicação, em algumas
horas o edema já se encontrava significativamente reduzido, e durava em
média dois dias.
Em todos os atendimentos era realizada a avaliação do estímulo
doloroso após a sessão e os dados seguem na tabela abaixo:
Tabela A - Sensibilidade Dolorosa ao Estímulo
1ª Sessão 06/05
2
2ª Sessão 13/05
2
3ª Sessão 20/05
2
4ª Sessão 27/05
2
5ª Sessão 03/06
1
6ª Sessão 10/06
1
7ª Sessão 17/06
1
8ª Sessão 24/06
1
Pode-se observar uma diminuição da sensibilidade dolorosa da
paciente com o decorrer do tratamento, contrariando os resultados dos
estudos de Ventura (2003), que cita que no início do tratamento, o paciente
pode não sentir dor, entretanto, com o passar de algumas sessões, a
sensibilidade aumenta e passa-se a sentir uma dor suportável e até intensa.
Segundo Santos (2003), o estímulo físico da agulha somado à
alcalose ocasionada no pólo negativo da corrente contínua, desencadeia
uma inflamação aguda seguida do processo de reparação, cujo objetivo é
restabelecer de forma satisfatória a integridade da pele.
As estrias do glúteo D, tratadas com microcorrente galvânica, foram
significativamente niveladas e amenizadas, tendo diminuição notável na
largura e melhorando a qualidade da pele, onde o tecido estriado ficou mais
firme quando comparado com o glúteo E.
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GUIRRO e GUIRRO (2004) mostraram que em estudos nos quais foi
utilizada a corrente contínua filtrada constante, ocorreu acentuado aumento
do número de fibroblastos jovens, uma neovascularização local e posterior
ressintetização de fibras colágenas e elásticas, amenizando em torno de
100% o aspecto das estrias. .
Conclusões
Os resultados obtidos através desse tratamento foram satisfatórios, embora
as estrias não tenham diminuído em comprimento, tiveram sua largura
notavelmente reduzida e a coloração tornou-se mais semelhante a cor da
pele, melhorando assim o aspecto estético do local tratado, o que ocasionou
a satisfação da paciente.
Referências
BERGFELD W.F. Alifetime of helthy skin: implications for women. Int J Fertil
Womens Med, v. 44, n.2, p. 83-95, 1999.
BRANDÃO, L. Estudo histológico de pele acometida por estrias atróficas, pré
e pós tratamento com microgalvanopuntura. Curitiba, 2005. 62.p. Monografia
(Conclusão de Curso de Especialista em Fisioterapia Dermato –Funcional)Instituto Brasileiro de terapias e Ensino- IBRATE, Paraná, 2005
CUCÉ, L. C; NETO, C. F. Manual dermatológico. 2 ed. São Paulo; Atheneu,
2001
GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos
recursos patologias. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Manole, 2002
GUIRRO, E.; GUIRRO, R.: Fisioterapia Dermato-funcional.3.ed. rev. e amp.
São Paulo: Manole, 2004.
SANTOS, C. M.; SIMÕES, N. P. Tratamento estético da estria através da
microgalvanopuntura. FisioBrasil, São Paulo, n° 62 , p. 15-17, nov/dez.2003.
VENTURA, D. B. da S.; SIMÕES, N. P. O uso da corrente galvânica filtrada
em estrias atróficas. FisioBrasil, São Paulo, n° 62 , p.7-9, nov/dez. 2003.
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