Pesquisa em Astrologia- Estudo sobre Morte Acidental

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Pesquisa em Astrologia- Estudo sobre Morte Acidental
Pesquisa em Astrologia- Estudo sobre Morte Acidental
Copyright Clelia Romano 2008
.
A pesquisa é um ramo solitário e ainda pouco desenvolvido em astrologia. Chega a ser vista
por alguns astrólogos com certa reserva, como se a tentativa de equaciona r numericamente
padrões de acontecimentos fosse desmerecer a Arte, um dos últimos redutos do
pensamento filosófico e não cartesiano.
O objetivo deste estudo é o dar maior visibilidade a fatores não atentados, assim como
fornecer um alicerce quantitativo, baseado em centenas de casos para corroborar ou, em
caso contrário, oferecer uma nova perspectiva à delineação astrológica.
Não devemos jogar fora o bebê junto à água do banho!
Parece oportuno fazermos uma analogia com a música, a qual, de um lado, não passa de um
fenômeno físico equacionado em seus elementos, dependente do estiramento menor ou
maior de uma corda de tamanho estabelecido. A nota musical gerada experimentalmente
tem duas dimensões: uma delas é a dimensão física e outra, mais sutil, é a que se percebe
com o ouvido humano.
A sinfonia é mais que somatória de notas arranjadas ao acaso: colocando ordem ela
transforma um punhado de notas em musica. As diversas melodias são compostas de
apenas sete notas físicas, mas que unidas formam infinitos arranjos. O mesmo ocorre com
as cartas astrológicas: uma não é igual à outra.
As analogias não terminam aqui: assim como há acordes dissonantes e harmônicos, temos
os aspectos de harmonia e desarmonia entre os planetas e signos.
É possível mensurar a alegria ou tristeza de uma melodia dependendo da quantidade maior
ou menor de tons maiores ou menores, mas ainda assim a melodia é mais que a soma de
suas partes e a qualidade de tristeza comparável entre duas melodias só pode ser percebida
pelo sentimento. Mesmo assim, é possível ter uma visão puramente mensurável da obra,
alguma idéia do se trata.
O mapa astrológico é a partitura escrita nos céus. Cabe ao astrólogo, equiparado ao
instrumento musical, transformar a partitura em musica, a disposição geométrica dos signos
em algo que faça sentido humano.
Assim como nosso corpo físico é mais que a somatória de suas partes, a pessoa é mais que
a soma de suas características, as últimas mensuráveis através de diversas técnicas que
colocam cada aspecto dentro ou fora de um desvio padrão.
O resultado sinfônico é mais que um punhado de sons físicos, assim como uma pessoa é é
mais que a soma de algumas características. A papel do astrólogo é tentar captar a chama
que escapa à delineação física, pois é a própria vida, cuja essência não é possível descrever.
A arte do astrólogo é única e beira o divino quando ele lê nas entrelinhas geométricas um
sopro ou outro de vida, quando tenta traduzir o símbolo em palavras, que já por si limitam a
imensa quantidade de significados indizíveis.
Ainda assim, as análises estatísticas são importantes para apontar grandes desvios. Não
devemos teme-las, mas sim nos debruçar sobre os números e tentar decifra-los, uma vez
que eles também são mistérios que não se explicam por si mesmo.
Além disso análises estatísticas podem trazer uma segurança extra à delineação ou, se
contrárias a ela, forçar-nos a refletir mais a fundo sobre nossas conclusões.
De fato, trabalhar com um banco de dados imenso como o do programa Astrodatabank e
possuir velozes computadores para realizar cálculos que tomariam uma vida não são
recursos para se desprezar.
O que trago a luz neste artigo nada mais é que um pequeno exemplo de algo que pode ser
feito em grande escala.
Eu mesma tenho trabalhado com grupos maiores e com grupos experimentais diferentes do
que escolhi para exemplificar esse artigo, mas nosso espaço é pequeno e o interesse no
momento não é escrever uma monografia.
Por esta razão vou limitar-me a um grupo relativamente pequeno e tentar retirar do estudo
algumas conclusões espero revelarem-se úteis para a prática astrológica.
Concluirei apenas parcialmente. A colaboração de todos é importante, uma vez que o
número tem como característica a condensação de significados: são capciosos, como os
mapas astrológicos, e precisam ser interpretados de maneira exaustiva, e mesmo assim por
vezes deixam margem a outras abordagens.
O Grupo experimental
Nosso grupo experimental foi escolhido entre pessoas jovens que vieram a falecer antes dos
29 anos, em conseqüência de morte acidental.
Descartei os suicidas e os que faleceram vitimados por homicídio ou doença.
Sobraram, portanto, somente as mortes por acidentes.
Entre tais acidentes encontrei, na maior parte casos, acidentes de carro, mas há também
outros, causados por enganos ou esquecimentos, como por exemplo, uma moça que foi
morta porque a confundiram com a irmã. Outros acidentes ainda ocorreram por troca de
medicamentos: fatalidades.
O grupo conta com um caso em que uma criança de cinco meses foi esquecida pelo pai
dentro do automóvel. Quando o mesmo foi apanha-la na Escola Maternal, ao final da tarde,
foi informado que a filha não tinha sido levada à escola naquele dia. Foi só aí que o pai se
deu conta da tragédia: tinha esquecido a criança no automóvel e a menina acabou por
falecer em conseqüência de desidratação.
Peço ao leitor que se lembre sempre de não extrapolar esses resultados para a
população inteira: eles são validos somente para jovens que morreram antes dos vinte
e nove anos por causas acidentais.
Foram escolhidos ente sujeitos femininos e masculinos aqueles que tivessem uma data de
nascimento acurada: RR B ou superior.
Encontramos 92 casos que foram comparados com 961 outros, escolhidos ao acaso, para
servir como grupo de controle.
Utilizei apenas os planetas tradicionais e os regentes tradicionais. A divisão de casas
escolhida foi de acordo com Alchabitius.
Levei em conta o valor estatístico dos:
1- planetas nos signos
2- dispositor dos planetas nos signos
3- a casa ocupada pelo regente do ASC, do MC e de todas as outras casas
4- a freqüência encontrada entre os modos Cardinal, Fixo e Mutável
5- a freqüência com que apareceram os quatro elementos
6- a freqüência dos signos positivos/masculinos ( ar e fogo) em relação aos
negativos/femininos( água e terra).
Para obter maior clareza transformei em Tabelas o rol de informações exibido pelo
programa. Tais Tabelas ajudam a visualização e tem maior capacidade de manuseio.
Vamos começar com a primeira delas:
Esta Tabela revela fatos interessantes.
Vejam a Somatória na coluna à extrema direita. Sabemos que números negativos
significam uma porcentagem menor de morte precoce por acidente. Minha intenção ao
fornecer a Somatória das colunas foi que elas funcionassem como uma luz vermelha
apontando as diferenças entre as maiores e menores porcentagens.
A somatória que apresentei ao final das colunas horizontais e verticais serve portanto mais
para um alerta inicial: o importante é pesquisar dentro de cada célula o comportamento de
risco ou de proteção de cada planeta nos signos.
Logo se percebe que as luminares, e entre os dois principalmente a Lua, é a maior
protetora. A seguir vem o Sol1 e em terceiro lugar Vênus; os que menos protegem são os
maléficos, Marte e Saturno.
O Ascendente não tem tanta força protetora. No entanto, vê-se que Áries tem o poder de ser
o signo mais perigoso quando ascende.
A tímida Virgem é mais precavida, então, se despontar no ASC, o nativo está mais
protegido( nesta população, na população geral Vênus ascendendo é bastante acidentável).
De maneira geral os signos fixos são praticamente imunes a acidentes antes dos 29 anos,
principalmente Touro, seguido de Aquário: eles não são dados a experimentos e não gostam
1
Até aqui nada que a tradição não nos ensine, visto que já Ptolomeu considerava os luminares como Hyleg
de novidades. A seguir, e antes de Escorpião, outro signo fixo, temos Sagitário, que embora
seja um signo de fogo e portanto sujeito a impulsos é regido pelo maior benéfico, Júpiter.
Quanto à posição do Sol, quente e seco, ele provoca acidentes em elementos contrários,
como Peixes, que é frio e úmido, onde ocorre o maior número de acidentes mortais. O Sol
atua de forma oposta em Sagitário, um signo de fogo e, portanto da mesma natureza
elementar que o Sol.
Touro, um signo de terra, portanto de elemento diferente, é uma exceção e não sei a que
isso se deve, mas talvez deva-se ao fato de tratar-se de um signo fixo regido por um
benéfico. O fato é que a presença do Sol em Touro traz significativa incidência negativa de
acidentes fatais.
Quanto à Lua, que dá o maior índice de proteção, similarmente ao comportamento do Sol,
ela não brinda um signo da mesma natureza.
Libra, no entanto, é um signo de natureza elementar diferente da Lua e é a ele que a Lua
confere a menor chance ( -375%) de ter acidentes fatais antes dos 29 anos.
Como no caso do Sol em relação à Touro, parece que o fato de Libra ser regida por um
benéfico ganha importância.
O bom senso diz também que é próprio da Lua em Libra evitar ações desestabilizadoras
para as emoções, e isso conseqüentemente gera menor exposição ao perigo.
A Lua no signo de Peixes tem um alto índice de proteção, visto que Peixes é frio, úmido e
feminino como a Lua. Se o luminar noturno estiver em Peixes o nativo tem 300% menos
probabilidades de morrer por causas acidentais antes dos 29 anos.
Uma vez que a Lua também tem porcentagens negativas em Aquário levantamos a hipótese
de que o elemento Ar seja importante também para evitar acidentes. De fato os signos
aéreos são mais ligados às idéias que às ações, e as idéias têm pouco poder de gerar
acidentes, visto ficarem circunscritas a um nível mais intelectual que físico.
Em seguida a Lua em Escorpião, que pode ser negativa para outro tipo de assunto, neste
estudo específico é um fator de proteção. Se a Lua tem referência com o emocional
podemos imaginar que pessoas mais conectadas com o mundo interno sejam menos
predispostas a acidentes, preferindo a introversão à extroversão, o que se dá em Escorpião e
Peixes.
Entre os signos mais protegidos pelos luminares o ponto comum está nos signos fixos.
Veremos agora a segunda Tabela, referente à pontuação dos dispositores dos planetas nos
diversos signos:
Verificamos que não apenas a Lua tem muita importância na proteção contra acidentes, mas
também a posição de seu dispositor é fundamental.
Se a Lua em Peixes serve como alto fator de proteção o mesmo não se dá se seu dispositor
estiver em Peixes!
Possivelmente foi perdida a relação elementar direta entre a Lua, cuja natureza é fria e
úmida com Peixes, para restar somente a conexão da Lua, esteja em que signo estiver, com
o signo de Peixes, um signo mutável.
Ao contrário, se o dispositor da Lua estiver em Touro, Aquário, Leão e Escorpião,
principalmente nos dois primeiros, há chance quase nula de haver um acidente fatal:
novamente há o fator protetor dos signos fixos.
O dispositor do Sol favorece francamente o nativo que o possuir em Escorpião e Câncer,
signos de água, talvez porque os compense e equilibre; É uma hipótese..
Embora também Touro seja favorecido, o dispositor do Sol não fica bem em Leão, Libra,
Virgem, Sagitário, Capricórnio e Aquário.
Se o Sol ou seu dispositor estiver em Gêmeos, porém, há porcentagem negativa de
acidentes.
O dispositor de Vênus favorece aqueles que a possuem no signo de Sagitário; o dispositor
de Marte favorece quem o tiver em Aquário. Se o dispositor de Saturno estiver em Touro
ou em Câncer existe alto índice negativo de probabilidade de acidentes, enquanto que se o
dispositor de Saturno estiver em Leão, o signo do Sol, há chances positivas de acidentes
fatais.
A seguir nosso raciocínio será complementado por mais uma relação de dados, referentes à
posição dos regentes das doze casas nos doze signos.
Verificamos que não importa grandemente onde está o regente do ASC ou da 7º casa se
compararmos seu peso à dramática importância do regente da 12º casa!
A posição do regente da 12º casa é crucial para proteger ou, ao contrário, sucitar acidentes.
Isso parece coerente com o fato da 12º Casa representar os inimigos ocultos, assim como as
coisas que nos ocorrem sem que tenhamos nos dada conta ou nos preparado: somos inermes
diante da 12º casa e seus significados.
Agora notamos que quem tem o regente da 12º casa em Peixes é bastante prejudicado.
Já o signo mais protegido para se ter o regente da 12º é Câncer, Touro e Escorpião e a
seguir Capricórnio e Aquário.
O que esses signos tem em comum? Câncer, Escorpião, Capricórnio, Touro e Aquário tem
em comum, exceção feita a Aquário, o fato de serem todos eles signos femininos.
Os signos femininos não atuam no mundo, mas respondem à ação do mundo: são
centrípetos. Já os masculinos atuam no mundo: são centrífugos.
Creio que aqui temos uma coisa nova.
Parece que se o regente da 12º casa estiver num signo que age sobre o mundo, um signo de
ação, isso tende a gerar atitudes inconscientes funestas e que criam ou dão continuidade a
acidentes fatais.
É verdade que Aquário é um signo masculino, mas é também um signo fixo, dado mais à
perseverar e manter o “status quo” que modifica-los.
Veremos a seguir uma última tabela referente aos Modos e Elementos mais ou menos
sujeitos a acidentes fatais antes dos 29 anos
Nesta tabela o leitor poderá acompanhar o resumo de nossas investigações:
Os signos de modo Cardeal são os mais sujeitos a acidentes fatais antes dos trinta anos,
seguido dos signos Mutáveis. Os mais protegidos, praticamente invulneráveis, são os
signos de modo Fixo.
Quanto aos elementos, Água é de longe o mais sujeito a acidentes fatais. A probabilidade
dos outros elementos é baixa.
Por outro lado os signos positivos, isto é os masculinos, são mais protegidos e os femininos
correm perigo.
Sumário:
Que uso fazer dessas idéias?
Minha sugestão é em primeiro lugar: não generalizar. Ser cuidadoso é imperativo.
É preciso lembrar que tais tabelas são complementares, e não exaustivas.
Se um adolescente tiver o dispositor da Lua em Peixes não devemos precavê-lo
imediatamente a respeito de uma morte acidental. Ele pode ter o Sol em Gêmeos ou em
Touro, por exemplo, ou o regente da 12º casa em Capricórnio.
Vejam, por exemplo, esta natividade:
Este jovem sofreu um acidente automobilístico bastante grave. Houve deslocamento de
duas vértebras cervicais e ele poderia ter morrido. Permaneceu engessado e imobilizado por
um ano, mas sobreviveu e goza de boa saúde.
Imaginemos que ele tivesse consultado um astrólogo a respeito de seu mapa natal.
Poderíamos prever através dessa natividade uma forte propensão a um acidente grave?
Mais, poderíamos prever que o acidente seria fatal ou que o nativo escaparia com vida?
A abordagem astrológica tradicional afirmaria que sim, o jovem apresenta tendência a
acidentar-se, dados os seguintes fatos:
1-O regente do ASC, Saturno, está em Câncer e por signos inteiros se opõe ao ASC.
2-O Sol está na Quarta Casa, a casa do final da vida e rege a Oitava, a morte.
É bem verdade que o Sol está exaltado e angular, mas recebe uma quadratura de Saturno,
com má recepção e Saturno é o regente do ASC.
Saturno rege também o dispositor do Sol, Marte, que está em Aquário, signo de Saturno.
3-A Parte da Fortuna está em Áries, conjunta a Mercúrio, na casa dos transportes, ambos
dispostos por Marte em Aquário, o qual se reporta ao mesmo Saturno.
4-Ora, a oitava casa a partir da Fortuna é chamado por Vettius Valens o local da morte.
Neste caso o local da morte está em Escorpião, regido por Marte e, segundo Vettius
Valens2 e Bonatti em sua Consideração 1253, Marte destrói Marte, uma vez que Escorpião é
a oitava casa a partir de Áries. Pelo mesmo motivo Mercúrio destrói Marte, visto que
Gêmeos é a Oitava Casa a partir de Escorpião.
Portanto, Mercúrio é destruidor de Marte e está no signo de Marte.
5-A Lua está na primeira casa, a casa da vida, mas regida por Saturno em Câncer na 6º-7º
Casa, duas casas perigosas.
6-Júpiter ocupa a terceira casa, estando, porém por signos inteiros está angular, o que
funcionaria como um benefício, ainda mais que ele lança raios amigáveis à Lua, um sextil.
No entanto ele está sob os raios do Sol e é o regente da casa 12. Além disso, usando casas
derivadas, a Oitava casa a partir da 8º radical está em Peixes, a Terceira, a casa das viagens
curtas..
Por outro lado, Vênus está em seu signo de regência em Touro. É uma posição privilegiada,
mas Vênus está na 5º Casa e rege o MC, que não tem relação direta com a vida. Por signo
ela e a Lua fazem uma quadratura sendo que Vênus recebe a Lua por exaltação.
Se a propensão a acidentes que aparece na carta é grave o suficiente para levar o nativo à
morte em sua juventude dependerá de outros estudos como as firdárias, profecções e
direções para um dado período.
E, primeiro lugar será necessário encontrar o Hyleg desta natividade, o doador de vida, e o
Alchocodem, o doador de anos.
Por tratar-se de natividade noturna, tanto de acordo com Ptolomeu como com Bonatti, a
Lua é o Hyleg e Júpiter, visto aspectar a Lua e ter dignidade de triplicidade no signo da
Lua, é o Alchocodem, o doador de anos,. De acordo com Robert Zoller em seu DMA Full
Course, 4o Alchocodem dá seus anos maiores em alguns casos, e um deles é quando ele tem
uma ou mais dignidades no signo que ocupa. Este é o caso de Júpiter que está em
triplicidade e ocupa seu próprio termo em Áries. Logo Júpiter promete 79 anos de vida.
Não adicionaremos nem subtrairemos anos, visto que o único aspecto que Júpiter faz é com
o Sol e com a Lua. O Sol tem muita dignidade em Áries, mas atua como um combustor de
Júpiter, que está sob seus raios. Uma vez que Júpiter possui dignidades no signo do Sol e o
Sol está se afastando dele, não usaremos tal aspecto nem favorecendo e nem prejudicando
os anos dados pelo Alchocodem.
Da mesma maneira a Lua, que é uma fortuna, não tem nada a oferecer a Júpiter nem a
retirar. Ficaremos com os 79 anos como os anos maiores dados por Jupiter
O Alchocodem funciona como um sinal vermelho, não é um indicativo absoluto, mas
devemos ficar atentos para com os sinais ameaçadores por volta dessa época, utilizando,
como disse acima, firdárias, direções primárias e secundárias, profecções e revoluções
solares para fazer um ajuste fino.
Isso considerado, o astrólogo tradicional teria a dizer que não é esperada a morte do nativo
antes de uma data ao redor de 79 anos, dando como margem de segurança 5 anos antes e
cinco anos depois.
Agora, vamos recorrer às estatísticas para ver se elas confirmam, contradizem ou
acrescentam outros dados à nossa delineação.
Seguem as tabelas montadas para esse caso específico.
Vamos agora conferir os resultados:
Verificamos que os fatores com “ –“ ( menos) à frente são muitíssimo maiores que os
positivos.
O regente da 4º casa em Aquário, o dispositor de Júpiter em Aquário e a Lua em Aquário
são os grandes fatores que colocam esse caso fora das estatísticas de mortalidade por
acidente antes dos 29 anos.
Além disso, a posição de Vênus em Touro vale muito mais do que imaginávamos antes: as
estatísticas para esta posição de Vênus são de – 340%!
Igualmente relevante no caso como fator negativo é o fato de Aquário ser um signo fixo e
de ar. Os signos fixos têm pouquíssima probabilidade de morrer por acidentes fatais antes
dos 29 anos.
Isso foi o que mostrou o estudo de 92 cartas astrológicas de nativos que morreram dessa
forma, comparadas a 980 sujeitos escolhidos ao acaso como grupo de controle.
Neste caso vemos que o apoio estatístico e a delineação tradicional seguida da predição são
concordantes. O astrólogo poderia afirmar com segurança que as probabilidades desse
jovem vir a falecer de acidente antes dos 29 anos eram nulas.
Tal coincidência permite que os dois estudos se validem mutuamente.
Afora isso, a ênfase dada a Vênus em Touro no caso presente nos remete outra vez ao tema
radical e sublinha a importância do aspecto Lua/Vênus.
O Hyleg é a Lua em Aquário (e estatisticamente esta posição tem bastante proteção, como
vimos pela pontuação negativa). Além disso ele recebe os raios de um benéfico
domiciliado, Vênus em Touro, que por si só já tem um altíssimo poder de contrariar
acidentes fatais antes dos 29 anos!
Espero ter demonstrado de que forma a pesquisa em astrologia pode auxiliar a dar mais
ênfase a certos aspectos na delineação, auxiliando, portanto, na previsão.
Este estudo e outros similares ajudam a dar o devido peso a certas configurações que
poderiam passar desapercebidas.
O que deve ser mantido em foco, nunca é demais repetir, é que este estudo não fornece
dados para todas as mortes acidentais, mas somente para aquelas ocorridas antes dos
29 anos. Estou sublinhando essa observação uma vez que tendemos a generalizações
indevidas e de antemão posso afirmar que o estudo que realizei a respeito de mortes
acidentais na população geral, de zero a 99 anos, forneceu alguns dados bastante diferentes.
Clelia Romano, DMA
2
Vettius Valens- The Anthology Book ,Book ll page11, translated by Robert Schmidt
Concearning Violent Deaths
3
Guido Bonatti – the 146 Considerations, page 327- Book of Astronomy translated by Benjamin Dykes
4
Diploma Course in Medieval Astrology –Robert Zoller ,Lesson Ten - Ed. New Library

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