ALUNOS ACTORES Ana Lopes Gomes André Sobral Bernardo

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ALUNOS ACTORES Ana Lopes Gomes André Sobral Bernardo
ALUNOS ACTORES
Ana Lopes Gomes
André Sobral
Bernardo Fonseca
Catarina Salgueiro
Clara Marie
Diogo Lopes
Francisco Belard
Inês Veiga de Macedo
Isabel Costa
João Robalo
Judite Costa
Juliana Pinho
Luís Magalhães
Luis Sousa
Miguel Matias
Nuno Rodrigues
Rafael Gomes
Rui Pedro Dias
Simão Biernat
DIRECÇÃO DO EXERCÍCIO
Maria João Vicente
APOIO DOS PROFESSORES
Elsa Braga | Voz
Howard Sonenklar | Corpo
David Antunes | Dramaturgia
AGRADECIMENTOS
João Belo
Sérgio Loureiro
Teatro da Garagem
ACTO I
Ana Lopes Gomes | Marina
Simão Biernat | Astrov
João Robalo | Vânia
Luís Sousa | Serebriakov
Bernardo Fonseca | Teléguin
Clara Marie | Sónia
Miguel Matias | Maria Vassílievna
Catarina Salgueiro | Elena Andréievna
Rafael Gomes | Empregado
ACTO II
Rui Pedro Dias | Serebriakov
Inês Veiga de Macedo | Elena Andréievna
Judite Costa | Sónia
Luís Magalhães | Vânia
Clara Marie | Marina
Francisco Belard | Astrov
Bernardo Fonseca | Teléguin
ACTO III
Miguel Matias | Vânia
Ana Lopes Gomes | Elena Andréievna
Clara Marie, Judite Costa, Juliana Pinho | Sónia
Rafael Gomes | Astrov
Bernardo Fonseca | Teléguin
Nuno Rodrigues | Serebriakov
Inês Veiga de Macedo | Marina
Rui Pedro Dias | Maria Vassílievna
ACTO IV
Catarina Salgueiro | Marina
Bernardo Fonseca | Teléguin
André Sobral | Vânia
Diogo Lopes | Astrov
Juliana Pinho | Sónia
Isabel Costa | Elena Andréievna
Simão Biernat | Empregado
Luís Sousa | Serebriakov
Luís Magalhães | Maria Vassílievna
O Tio Vânia: cenas da vida no campo com tipos esquisitos à volta e um
jardim por perto
Mikhaíl Lvóvitch, Astrov, o médico que quase se apaixona pela bela,
jovem e femme quase fatale Elena Andréievna, casada com Aleksándr Valdímirovitch, o professor reformado e com gota, quase artista e filósofo, pai de
Sofia Aleksándrovna (Sónia), adolescente talvez feiinha quase mulher bela,
filha de um anterior casamento do professor e sobrinha de Ivan Petróvitch, o
tio Vânia, quase misantropo, alcoólico e assassino, filho de Maria Vassílievna,
quase morta mas bem viva, diagnostica a Marina, a velha ama, quase fantasma, a esvoaçar entre vodka, guitarras, galinhas e o samovar, logo no início do
primeiro acto, o espírito do tempo e a sua natureza endémica:
«Esta vida é opressiva. À nossa volta só vemos tipos esquisitos, só
tipos esquisitos por todo o lado; um homem vive com eles dois ou três anos e
pouco a pouco, sem dar por isso, torna-se também esquisito.» (A. Tchékhov,
O Tio Vânia – cenas da vida no campo, trad. De António Pescada)
Mas realmente quem está de facto à volta destas personagens reais e
decadentes, que «a pouco e pouco» sem darem por isso nascem, anunciam
utopias e trabalho, bebem vodka, chegam, têm emoções sem ruído, vivem e
partem? Quem são afinal os tipos esquisitos de que fala Astrov? São evidentemente, como Astrov diz, aqueles que estão à sua volta e que ele e os seus
amigos vêem: o público cuja «esquisitice» é contagiosa.
Anton Tchékhov percebeu que aquilo que distinguia as suas personagens e as suas histórias era a banalidade das suas existências que quase parecem ou poderiam ser grandiosas, mas que, por algum motivo, acontecem apenas num momento. Esta compreensão da grandeza do ser humano é, contudo,
aquilo que torna as peças Tchékhov tão exactas quando pensamos a vida de
cada um de nós como um daqueles esquisitos de que fala Astrov, que é o que
na realidade todos somos. É também por esta razão que as peças do médico
que morreu na Floresta Negra a beber champanhe são uma espécie de comédias melancólicas que nunca chegam a ser tragédias e isso é trágico e cómico.
Neste exercício do primeiro ano, procurou-se esta especularidade do
teatro de Tchékhov e a consciência de que a cena é sempre um exercício de
uma respiração subtil, comum e familiar, mesmo quando parecemos estar a
sentir algo avassalador e profundo. Aos alunos foi pedido, mais do que um
investimento técnico num retrato de personagem, uma interpretação que
assinalasse uma dinâmica de grupo e algo que cada um encontrou como a sua
coisa a trabalhar na execução daquela personagem: a voz, uma determinada
fala, o movimento, um objecto, etc.
Essa coisa própria evolui desejavelmente para uma gramática cénica
comum que pode ser um estudo sobre a velhice ou sobre como beber um copinho de vodka equivale a um acto de amor.
Maria João Vicente
David Antunes

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