- Revista Mercado Rural

Transcrição

- Revista Mercado Rural
ABRIL - 2014 • nº 10
Clonagem
Equina
Parque da
Gameleira
75 anos de
muita história
Entrevista
Ministro da
Agricultura
Neri Geller
Fabiano Tolentino
Do campo para a Assembléia Legislativa de Minas Gerais
revista mercado rural
1
Entrevista
2
abril 2014
revista mercado rural
3
Entrevista
Lotes em condomínio fechado
às margens do lago de Furnas
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revista mercado rural
5
abril - 2 014
6 Entrevista
edi to rial
O número dez possui todo um simbolismo e é bastante mistificado. No Brasil, a camisa dez
é muito utilizada pelos craques do futebol, para os esotéricos o dez representa a força e o poder.
E para a revista Mercado Rural, significa muitas alegrias em chegarmos em nossa décima edição.
Mantendo sempre nossa criteriosa seleção de matérias e diversificação de temas
abordados, trouxemos um conteúdo bastante especial para nossos leitores. Em nossa
tradicional seção de entrevista, ouvimos o novo Ministro Neri Geller que assumiu a pasta
da Agricultura e falou sobre aumento na safra da soja, os avanços do agronegócio, as
expectativas para o ano e outros assuntos do setor.
Na matéria de capa, o criador de cavalos Campolina Fabiano Tolentino e também
Deputado Estadual em Minas Gerais, contou sua trajetória pessoal e profissional ligada
à agricultura. Vice-Presidente da Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembléia de
Minas Gerais, já pelo segundo mandato, Fabiano tem trabalhado em diversos projetos em
prol da agricultura familiar e do produtor rural.
Mantendo as colunas fixas da revista, na seção personagem foi a vez do criador Cláudio
Cunha, titular do Haras do Barulho, tradicional criatório da raça Campolina contar sua trajetória de sucesso. Nossa seção “Como Fazer” vai ensinar como realizar o plantio de grama.
A criação pet em destaque foram as tartarugas que encantam e ganham cada vez mais
adeptos. As peçonhentas cobras ganharam espaço na coluna de criações exóticas. Na seção
automóveis falamos sobre os aventureiros urbanos, veículos com um estereótipo de off
roads, que conquistam clientes nas grandes cidades mas que não estão á prova de trilhas.
Na tradicional coluna sobre bebidas as caipirinhas conquistam o mercado nacional e internacional com novos sabores e incrementos.
Destaque para a reportagem especial sobre o Parque da Gameleira em Belo Horizonte,
que esse ano completa 76 anos de muita coisa boa pra contar. A revista teve acesso a documentos e registros históricos que contam um pouco dessa
história. A clonagem equina também ganha relevância
nesse conteúdo, tirando algumas dúvidas sobre o tema e
esclarecendo nosso leitores sobre as vantagens da técnica.
E como diversificação é forte da revista, nossos leitores irão conferir um pouco sobre outros assuntos como
consórcios, arborização de cafezais, casqueamento,
equoterapia, gabiroba, dentre outras.
Apreciem a leitura! Essa edição está dez!
Redação
Unique Comunicação e Eventos
Av. Barão Homem de Melo - 4.500/324
Estoril, BH/MG - Tel.: (31) 3653-0633
[email protected]
Editora e jornalista responsável
Amanda Ribeiro - MT10662/MG
[email protected]
C@rtas
Acesse o Facebook e deixe sua
crítica ou sugestão
Mercado Rural
Curta nossa página
Daniella Pereira - Guanhães, MG
10 Personagem
12
avicultura de corte
34 Arborização de cafezais
Claudio Cunha
36
favela orgânica
estiagem afeta produção de grão
38
fabiano tolentino: do
campo para a Assembléia Legislativa
14 como fazer
Plantação de grama
65
16
criadores de simbrasil
66 Automóveis
Direção de Arte
Stella Prada Ramenzoni
[email protected]
18
o parque da gameleira
Assinaturas
Unique Comunicação e Eventos
21 A importância do
Diretor Comercial
Marcelo Lamounier
[email protected]
Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Periodicidade
Trimestral
22
Impressão
Gráfica Del Rey
43 Produtores querem expandir o mercado
do queijo canastra
o consórcio,
passo a passo
25 pouca cana para
muita demanda
www.revistamercadorural.com.br
44
água
46 nutrição
Mitos e verdades sobre os ovos
48
doenças dos cascos
bovinos
50
cavalos friesien
52 Leite para combater o oídio
A Revista não se responsabiliza por conceitos
ou informações contidas em artigos assinados
por terceiros.
26
clonagem equina
28
Carne halal brasileira
conquista novos mercados
30 programa remunera produtor rural
pelos serviços ambientais
Congrutalações pelos dois anos de publicação desta excelente revista,
que tem nos proporcionado excelentes matérias na área rural, com seu
conteúdo de grande relevância e importância para nós que estamos nesta
área em grande expanção no Brasil. Esperamos poder contar com esta
revista por mais longos tempos. sucesso e um forte abraço de toda equipe
do site Só Rural.
Jonas Gomes - Só Rural - Belo Horizonte, MG
nutral Rações
aventureiros urbanos
apostam na integração sul-americana
casqueamento
Tiragem
5.000 exemplares
Amanda Ribeiro e Marcelo Lamounier
Parabéns, parabéns e parabéns, por
mais uma edição espetacular. Mercado
Rural cada vez brilhando mais!
O novo Ministro da
Agricultura Neri Geller
32 Sistema de produção integrada de
68 Turismo
Fernando de Noronha
70 sessão Pet
Tartarugas
72 Criações Exóticas
Serpentes
74 Eventos
Grupo PGV
54 Rações futura
fazenda mata do cedro
56
Equoterapia para todos
58
gabiroba
50 anos heleno
lamounier
59
vespas combatem lagartas que
comem plantações
60 Consumo de azeites tende a
aumentar em 2014
95 anos de dona nadica
78 Giro Rural
agenda
62 bebidas
A vez da caipirinha
64 Receita
Pato no Tucupi
revista mercado rural
7
Entrevista
Ministro Neri Geller
O novo Ministro da Agricultura Neri Geller,
que assumiu no lugar do ex-ministro Antônio
Andrade (PMDB-MG), que deixou o cargo para se
candidatar às eleições de outubro deste ano,
concedeu entrevista á revista Mercado Rural e
falou sobre assuntos de interesse do setor.
Antes de assumir a pasta da Agricultura, do ano passado e fevereiro deste ano, os fiGeller esteve à frente da Secretaria de Política nanciamentos concedidos aos produtores
Agrícola do Ministério desde janeiro do ano de soja superaram o valor de R$ 11 bilhões.
passado, quando participou ativamente da Essa quantia foi aplicada na aquisição de
elaboração do atual Plano Agrícola e Pecuá- máquinas e equipamentos, na compra de
rio e trabalhou na aprovação da liberação de insumos e na utilização de tecnologias susvariedades de soja transgênica por parte da tentáveis no campo. Os recursos aplicados
China. Geller ainda esteve à frente de medi- na agricultura têm possibilitado aumentar
das de apoio aos produtores, em 2013, como a produtividade de grãos ao longo dos
dos lançamentos de Contratos de Opção de anos. É importante ressaltar também o
Venda de milho (quando foram adquiridos esforço do governo federal para oferecer
2,08 milhões de toneladas pelo governo) cada vez mais crédito aos produtores. Na
safra 2002/03, foram dise leilões de Prêmio
ponibilizados R$ 24,73
Equalizador Pago ao
bilhões para o agroProdutor Rural (Pepro)
negócio, enquanto na
– com comercializa“O resultado
temporada 2013/14 já
ção de 8,8 milhões de
dessa colheita são R$ 136 bilhões, um
toneladas do cereal.
Geller é natural do
recorde é fruto aumento de cerca de
450% em 12 anos.
município de Selbach,
no Rio Grande do Sul,
mas foi em Lucas do
Rio Verde (MT) que
construiu a carreira
profissional e política.
da parceria
entre o governo
federal e os
produtores
rurais”.
MR. Comente o
sucesso na colheita
de soja com previsão de 90 milhões
de toneladas na safra 2013/2014.
Neri Geller: O resultado desta colheita
recorde é fruto da parceria entre o governo
federal e os produtores rurais. Entre julho
8
abril 2014
MR. A que se deve
o expressivo aumento
de 221% na produção
da soja brasileira nos
últimos 20 anos.
Neri Geller: Entre
diversos fatores como
o aumento da produtividade, é importante
destacar o crescimento
do Centro-Oeste na produção de soja, que
responde hoje por 40% de toda a produção
agrícola nacional. Somente nesta região, em
20 anos, a produção de soja cresceu 293%,
passando de 9,9 milhões de toneladas para
mais de 38 milhões de toneladas de grãos.
Ressalte-se que essa já foi uma área
irrelevante para a agricultura brasileira. A
grande transformação ocorreu na década
de 1970, graças ao trabalho de pesquisadores da Embrapa, que desenvolveram
tecnologias para corrigir a acidez do solo
do Cerrado brasileiro e para adaptar plantas oriundas de outros biomas.
A pesquisa possibilitou um crescimento produtivo sem precedentes. Em menos
de quatro décadas, enquanto a produção
das lavouras no estado cresceu cerca de
1400%, a área de cultivo de grãos ampliou
em apenas 400%. O maior destaque da região é o Mato Grosso. O Estado é o maior
produtor brasileiro, respondendo por um
quarto dos grãos colhidos no país, sendo
ainda líder na produção de soja e milho.
MR. Comente sobre os programas
do Governo destinados aos avanços do
agronegócio brasileiro.
Neri Geller: O financiamento de investimentos no setor agropecuário é assegurado pela crescente disponibilidade de
recursos em condições favoráveis de taxa
de juros, prazo de reembolso e limites de
financiamento, especialmente por meio
de programas específicos de investimento,
abrangendo áreas consideradas estratégicas
para o desenvolvimento do setor. Esses programas têm por objetivo: promover a sustentabilidade da produção no campo, pela
redução da emissão de gases de efeito estufa e conservação de recursos naturais; apoiar
o médio produtor rural e as cooperativas de
produção agropecuária; fortalecer a infraestrutura de irrigação e de armazenagem; modernizar a frota de máquinas e implementos
agrícolas e incentivar a inovação tecnológica na produção agropecuária.
com a AGE, com o crescimento da produção nas lavouras, também há a perspectiva de que o valor bruto da produção (VBP)
seja o maior já obtido no país, registrando
R$ 291,6 bilhões – o que representa um
aumento de 4% sobre 2013. Somado ao
VBP da pecuária, esse valor deve alcançar
R$ 438,36 bilhões, alta de 2,1% sobre o resultado do ano passado. Outros segmen-
tos do agronegócio nacional também têm
perspectiva de crescimento, especialmente
com a abertura de mercados internacionais
para produtos como milho e carnes, em
2013. No ano passado, o setor exportou
US$ 99,97 bilhões – o que representou mais
de 40% de todos os produtos brasileiros
vendidos para outros países – e, este ano,
deve superar US$ 100 bilhões.
MR. Quais as principais conquistas
do agronegócio nos últimos quatro anos.
Neri Geller: Números recordes consecutivos de produção, que passaram de 149
milhões de toneladas em 2010 para 186 milhões de toneladas de grãos em 2013 (alta
de 24,8%). Já as exportações passaram de
US$ 76 bilhões em 2010 para US$ 99,97 bilhões no ano passado, um crescimento superior a 31%. Além disso, nos últimos quatro
anos, o agronegócio foi responsável por índices entre 37% (em 2010) e 41% (em 2013)
de todas as exportações feitas pelo Brasil.
MR. Quais as expectativas para 2014
nos avanços do setor.
Neri Geller: Os produtores brasileiros
estão se preparando para a colheita de
uma safra recorde de 188,7 milhões de toneladas de grãos, aproximando o país do
posto de maior produtor de alimentos do
mundo. Segundo levantamento da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(AGE/Mapa), o Produto Interno Bruto (PIB)
do agronegócio deve somar R$ 1,03 trilhão
em 2014, valor 4% maior ao obtido no ano
passado (R$ 991,06 bilhões). Se confirmado
esse resultado, o PIB do setor terá um crescimento de 34% em dez anos – em 2005,
foram R$ 769,2 bilhões. Ainda de acordo
revista mercado rural
9
Entrevista
MR. Os problemas de logística continuam sendo uma grande queixa do
produtor rural. O que está sendo feito
nesse sentido?
Neri Geller: O Governo está atuando
forte em duas frentes para garantir a comercialização de mais uma safra recorde. Para a
armazenagem, o atual Plano Agrícola e Pecuário destina uma linha de crédito de R$ 25
bilhões para financiar a construção de armazéns privados nos próximos cinco anos. São
financiamentos com juros de 3,5% ao ano,
3 anos de carência e 15 anos de prazo para
pagar. Deste total, mais de R$ 2,4 bilhões já
foram contratados por produtores, cooperativas e cerealistas! Também estão sendo
investidos R$ 500 milhões na construção e
na modernização dos armazéns públicos. O
objetivo é dobrar a capacidade de estoque
da Conab, principalmente nas regiões estratégicas para o abastecimento do país. Na
outra frente, a de escoamento da produção,
o governo combina investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias e nos portos brasileiros. No Mato Grosso, por exemplo, está
em fase de conclusão a pavimentação da
BR-163, no trecho que vai de Guarantã do
Norte até Santarém, no Pará. Ainda na BR163, foi realizada a concessão do trecho que
vai de Sinop até a divisa do Mato Grosso do
Sul com o Paraná. O próximo passo é fazer a
concessão do trecho entre Sinop e o Porto
de Miritituba, no Pará. Com isso, os portos
da região Norte passam a ser uma nova alternativa para o escoamento da produção,
desafogando os portos de Santos, em São
Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. O modelo
de concessões adotado pelo governo federal garante a duplicação de pelo menos 10%
da rodovia antes do início da cobrança do
pedágio. Além disso, toda a obra de duplicação deve ser feita no prazo de cinco anos.
cialização para o produtor ter segurança e
continuar com o trabalho de aproximação
com o setor para dar continuidade aos
avanços obtidos.
MR. Dentre as campanhas do Governo, quais os planos para o agronegócio
brasileiro nos próximos anos.
Neri Geller: O governo federal pretende aprimorar ainda mais o Plano Agrícola
e Pecuário, fornecendo mais recursos para
crédito de custeio, investimento e comer-
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agronegócio, prestando com excelência e qualidade seus
serviços. Atenta à crescente demanda do setor, a empresa
especializou-se no ramo de organização de leilões e divulgação
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revista mercado rural
11
personagem
Gavião do Barulho
claudio
cunha,
Haras do
Barulho
O engenheiro Cláudio Cunha é hoje um
criador muito respeitado e referência na raça
Campolina, mas para chegar até aqui, o caminho foi longo e Cláudio contou á revista
Mercado Rural essa trajetória de sucesso, o
caminho percorrido ao longo de 23 anos de
criação e as escolhas que o fez chegar aonde chegou, com inúmeros títulos de melhor
criador e vários animais campeões.
Nascido em Jacarepaguá, filho de fazendeiro, na cidade de Maringá, PR, Cláudio
passou sua infância em fazenda de café, na
convivência com os colonos, animais e na
importante companhia do pai Irço, a quem se
referiu inúmeras vezes nessa entrevista. “Meu
pai na época já mostrava uma consciência
ecológica e um grande respeito com a terra
e a natureza, que me ajudou muito nas soluções que até hoje aplico no Barulho. Certa vez
papai me presenteou com uma égua tordilha,
Mangalarga Marchador, com quem comecei
12
abril 2014
A familia - Pedro, Claudio, Bruno e Sra Vera
a minha primeira tropinha. Com meu pai de
novo ao meu lado, começamos a criar gado
de leite da raça Jersey, para fornecer para
as queijarias da região. Voltei para o cavalo,
quando o Bruno, filho mais novo, pediu um
potrinho de Natal, ai tudo começou”, conta.
O Haras do Barulho está localizado em
Papucaia, distrito de Cachoeiras de Macacu,
Rio de Janeiro, distante da capital em apenas 70 km e a criação de Campolina Pampa
do Haras do Barulho é referência nacional.
“Hoje uma das maiores satisfações nesse
ramo, foi ter criado os dois únicos Campolinas Pampas, inscritos no Livro de Elite da
Raça. Conseguimos em 23 anos, estar entre
os melhores de uma Raça com 60 anos de
existência. Acho que o Barulho e o único
que possui dois animais com seu sufixo.
Isto e muito gratificante”, comemora.
Cláudio enfatiza que a seleção de pampas, requer do criador muita paciência e
teimosia. “É difícil obter produtos pampa,
talvez por este motivo os grandes criadores
do passado e do presente desprezavam esta
pelagem, procurando deixá-la em segundo
plano. Como o criador precisa fazer dinheiro
com a venda dos animais, e a criação de pampa é muito difícil, poucos criadores desenvolveram este tipo de pelagem. Atualmente, o
exemplo destes criadores gerou uma frase
que os leiloeiros sempre comentam: ‘o que
era teimosia, virou sabedoria’. É muito importante as pessoas entenderem que os criado-
res devem sempre entender a genética da
raça escolhida. O futuro de uma raça deve
estar garantido quando seus criadores observam o grau de epistasia (reproduzir suas qualidades nos seus descendentes) dos animais
de elite da raça. Os cruzamentos entre raças
devem ser evitados, para não voltar ao inicio
da formação das associações, há 60 anos ,
no tempo do Cassiano Campolina, onde foi
o início do refinamento que os verdadeiros
criadores buscam, cada um fortalecendo as
virtudes da sua simpatia, gosto ou paixão do
padrão racial”, enfatiza o experiente criador.
Cláudio conta ainda que em 2008, o
mercado mudou com a descoberta do teste
Tobiano nos EUA, que definia alguns animais
pampas como homozigotos. “Com éguas ou
garanhões homozigotos, a dificuldade em
produzir pampas estava terminada e aconteceu uma grande valorização destes animais.
No entanto, esta facilidade em produzir e
atender a demanda do mercado,causou um
problema para a Raça, pois existiam garanhões homozigotos que estavam cobrindo
tropas, que não possuíam qualidade para serem garanhões, com isto a seleção genética
deu lugar a ganância em produzir pelagem
sem qualidade racial. Nossa criação no Haras
do Barulho, sempre ficou preocupada com
este fator, tendo em vista que não liberávamos
sêmen que possibilitasse nascimento de homozigotos, em casos muito especiais, existiam
clausulas de sociedade nos produto”, explica.
Em apenas sete anos de vida e cinco
gerações de produtos, com cinco títulos de
Campeão Nacional, mais de 30 filhos Campeões Nacionais, inscrito Campolina Pampa no Livro de Elite da Raça, tudo isso em
uma trajetória de pista ‘meteórica’, como
descreve o próprio criador, Gavião faleceu
a pouco mais de um ano, vítima de um acidente no casqueamento. “Falar do Gavião é
muito difícil, ele foi muito importante para
mim. Desde a primeira vez que o vi pensei
que o garanhão do Barulho estava ali na
minha frente. Sua mãe Figura do Barulho,
também pertence ao Livro de Elite, é a primeira e única égua Campolina Pampa no
livro da raça”, destaca Cláudio.
“Gavião foi muito importante para nossa seleção, digo que foi um presente de
Deus, os estudiosos da raça afirmam que
a raça Campolina mudou de rumo com
sua produção, com cavalos mais perto do
chão, frente alta, cabeça mais leve e moderna, garupa plana e larga, aprumos posteriores corretos e grande arqueamento
das costelas e uma pelagem que agrada
a todos amantes do cavalo. Hoje tenho o
orgulho de ver jovens garanhões descendentes do Gavião, chefiando tropas de
aproximadamente 10 grandes criadores da
raça, em grandes centros de Campolinistas.
Como os grandes garanhões não podem
ser substituídos, realizamos um grande
investimento e encomendamos um clone
para poder dar continuidade aos seu magnifico trabalho”, completou Cunha.
lão da Nacional, ofertamos vários animais de
elite, que tem um preço muito alto e achamos que a melhor forma de divulgar nosso
trabalho, era facilitar o pagamento em 100
parcelas, foi um sucesso”, comemora.
E sempre priorizando a participação da família, participando ativamente de exposições
e promovendo leilões, Cláudio Cunha vem
tocando com maestria o criatório Haras do
Barulho, não desistindo nunca de seu maior
objetivo: Trabalhar com garanhões e éguas
homozigotos com forte padrão racial, para
produzir o cavalo mais bonito do Mundo.
Vendas em 100 parcelas
Um grande sucesso do Haras do Barulho foi a venda em pagamentos de 100 parcelas e Cláudio comemora o sucesso da empreitada. “Em 2010 comprei 50% da Pintura
do Oratório, uma Campeã Nacional por 100
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revista mercado rural
13
Estiagem
afeta a produção
de grãos em Minas Gerais
Minas Gerais deverá colher 11,35 milhões de toneladas de grãos na safra de
2013/2014, segundo dados da Conab e
do IBGE. A quantia é 5,8% menor do que o
colhido na safra passada, que foi de 12,05
milhões de toneladas. A estiagem rigorosa
ocorrida em janeiro e fevereiro deste ano
refletiu na produção de grãos no estado.
“Nos dois primeiros meses, a chuva veio
muito esparsa, muito abaixo da necessidade
e, em muitos lugares, nem ocorreu”, disse a
economista Aline de Freitas Veloso, coordenadora da assessoria técnica da Federação
da Agricultura de Minas Gerais (Faemg). E é
nesse período, explica, que ocorre o desenvolvimento das principais lavouras.
O maior destaque em Minas Gerais
continua sendo a cultura do milho (6,73
milhões de toneladas), apesar de ter tido
redução de 9,7% ou 724,4 mil toneladas a
14
abril 2014
menos do que a safra anterior. “Essa redução
se deveu principalmente ao veranico, que
comprometeu seriamente o rendimento
das lavouras na primeira safra, e também à
perda de área para a soja, que estava com
preços mais bem remuneradores à época
do plantio da safra de verão”, diz Aline.
A seca foi responsável ainda por reduções nas produções de outras lavouras, como
soja (1,9 %), amendoim (4,1 %), arroz (4,7 %),
sorgo primeira safra (27,2 %). “É importante
frisar que os produtores que investiram em
cultivares precoces de soja, plantadas ainda
no início do período chuvoso no ano passado, anteciparam a colheita e não tiveram tantas perdas na produção. Além disso, os reais
efeitos do clima poderão ser mensurados no
decorrer da colheita”, avalia Aline.
Em comparação com os levantamentos feitos em janeiro, houve queda na
produção de 1,09 milhão de toneladas de
grãos (8,8%), em razão das alterações climáticas ocorridas no estado.
Nova safra - O total destinado ao plantio
de grãos deve chegar a 3,14 milhões de hectares, alta de 2,8% em relação à área de 3,05
milhões de hectares da safra 2012/2013.
A soja teve maior crescimento (+12,3% na
área plantada), passando de 1,12 milhão
para 1,26 milhão de hectares. “No ano passado tivemos bom preço da soja no mercado
nacional e internacional. Isso fez com que o
agricultor investisse mais na cultura”.
O algodão apresentou cerca de 4% de
aumento na área plantada (21 mil hectares). Para o milho safrinha (segunda safra),
há expectativa de plantio em 140,8 mil
hectares. Cabe destaque para o trigo, que
poderá ser plantado em 36,2 mil hectares,
68,4% a mais do que no ano anterior.
revista mercado rural
15
como fazer
Poda da grama
Plantar um gramado bonito é o sonho de
todas pessoas que moram em casa, ou estão
construindo, e pretendem ter grama na frente
de casa. Por isso, como plantar a grama é uma
dúvida muito comum. Veja as etapas necessárias para você ter um gramado bonito:
Cada espécie tem uma altura ideal para
o corte, mas o recomendável é quando a
grama ultrapassar 2 cm de altura. Ex.: batatais (5cm), inglesa (20cm), japonesa (2cm),
esmeralda (3 cm), são-carlos (20cm), bermudas (2 cm) e grama preta (30cm).
Plantio da Grama
Antes de mais nada, o terreno deve
ser cavoucado para retirar pedras e entulhos em geral. Comece agora o trabalho
de nivelamento do jardim para que a forração acompanhe a altura do calçamento,
plantando as placas e tapetes 5 cm abaixo
do nível da calçada, para não haver o desnível. Todas as espécies podem ser plantadas a partir de sementes, mudas, placas
(30x30cm) ou tapetes (0,40 de largura x
1,25 m de comprimento). A terra precisa
ser saudável, sem pragas.
Irrigação
Com atenção ao tipo de gramado e
clima, a irrigação deve ser feita em intervalos mínimos de 15 dias no verão e, no
máximo, 60 dias no inverno, sem encharcá-la e preferencialmente pela manhã. No
frio a umidade se conserva mais, então
uma rega só é suficiente.
Adubação do gramado
Faça uma cobertura de adubo orgânico (com húmus de minhoca, esterco e
restos de vegetais em decomposição) nas
primeiras fases do plantio, antes que a grama fixe suas raízes. Use 2kg de húmus por
metro quadrado e depois de enraizada a
grama repita a adubação duas vezes por
ano. O adubo químico só deve ser usado
em pouca quantidade e muita água, e só
no início da primavera.
16
abril 2014
Espécies de grama
Inglesa (Stenotophrum secundatum):
ou santo-agostinho, não se adapta ao frio,
mas é tolerante a salinidade sendo ideal
para o litoral. Do tipo ornamental não suporta ser pisoteada.
São-carlos (Axonopus compressus):
se adapta a umidade e ao frio e deve ser
colocada em áreas de muito sol. Na estiagem deve ser irrigada regularmente.
Suas folhas são largas e – grama nativa
e mais rústica, de fácil adaptação. Apre-
DICAS DE JARDINAGEM
PARA UM BELO GRAMADO
Use uma vez por ano um substrato próprio para gramados. Um saco de 55 litros
cobre 5 m² de grama. Não coloque terra vegetal sobre o gramado, pois a análise
dessa terra mostra sua baixíssima fertilidade, além de apresentar pragas como nematóides, sementes de ervas daninhas e outras.
Aproveite o final do ano para cuidar de seu gramado. As chuvas que começam
a cair nessa época do ano tornam a grama mais verde, e mais fácil a correção e
adubação do solo. Por isso, o clima atual é ideal para a manutenção e embelezamento dos gramados. Nessa época, deve ser feita a complementação da adubação
da terra com componentes que fortalecem as raízes, como uréia ou NPK. Outro
composto que dá bons resultados é a tufa, feita a partir de elementos extraídos do
carvão e usada em gramados e jardins.
Para quem está pensando em implantar um gramado ou aumentar sua área
verde, é necessário antes preparar o solo, pois o terreno pode estar infestado de
ervas daninhas. Nesse caso, é fundamental a eliminação das pragas com herbicidas.
Dependendo do estado do solo, será ainda preciso implantar terra vegetal ou uma
camada de areia para reforçar a permeabilidade das raízes da grama. A poda e a
cobertura, com terra vegetal e composto orgânico próprio para gramados, devem
ser feitas antes do inverno ou no início da primavera.
O tempo necessário ao crescimento de um gramado de bom aspecto é de 45
dias em média. O enraizamento da grama se completa em 90 dias. Para tornar o seu
gramado mais bonito e saber o tipo de grama ideal ao terreno onde irá cultivar, não
deixe de consultar um agrônomo ou paisagista antes do plantio.
Com estas dicas você pode ter um bom domínio de como plantar grama. Agora é mãos a obra, para preparar o futuro melhor gramado do bairro!
Fonte: Portal esobre
Plantação
de grama
senta folhas largas e semipilosas, de crescimento rápido. Recebe podas de 15 em
15 dias nos meses de chuva. É usada em
praças, campos, áreas grandes e taludes
(terrenos inclinados) por ser resistente a
locais ensolarados.
Bermudas (Cynodum dactylum): a
mais resistente, pois tem as folhas estreitas permitindo o pisoteio, geralmente
encontradas em campos de futebol, play-grounds,etc.
Batatais (Paspalum notatum): a área
plantada deve ser de meia sombra, mas é
resistente ao pisoteio, pragas, secas e doenças sem maiores consequências.
Japonesa (Zoysia tenuifolia): é a mais
fina e macia; crescendo pouco não precisa
de muitos cortes, mas se não houver poda
aparecem tufos como bolinhas.
Esmeralda (Zoysia japonica): é a preferida dos paisagistas, pois suas folhas são
pequenas, estreitas e macias, e muito resistentes ao ataque de pragas e pisoteios.
Tem folhas finas e crescimento lento, por
isso requer menos podas (cerca de três
anuais). Sua raiz chega a ter 35 cm de profundidade. Indicada para locais ensolarados como jardins e beiradas de piscinas,
resistindo a terrenos inclinados, encostas
e campos de futebol.
Entrevista
Simbrasil
apostam na integração sulamericana e criam grupo para
fomentar o potencial da raça
Criatórios brasileiros da raça Simbrasil
estão reforçando sua estratégia de estreitar
a integração comercial no mercado interno e com produtores da América Latina visando futuros negócios entres seus países.
Simbrasil (para os brasileiros) ou Simbrah
(para os latino-americanos), a raça sintética
vem despertando a atenção da América. No
ano passado, uma delegação brasileira formada por Alan Fraga, Amarílio Caiado Fraga
Filho, Mario Coelho Aguiar Neto e Antonio
Casquel Neto (os dois últimos como palestrantes) participaram do 1º Congreso Americano Simmental Simbrah – Agroexpo 2013,
promovido em Cartagena, pela Asociación
Colombiana de Criadores de Ganado Simmental, Simbrah y sus Cruces. O evento reuniu delegações de criadores de países como
Alemanha, Áustria, Canadá, Estados Unidos,
18
abril 2014
Costa Rica, Venezuela, Equador, Perú, Brasil e
um significativo número de produtores colombianos. Este evento reforçou o interesse
dos criadores latino-americanos pelos resultados de produção do Simbrasil.
O movimento de criadores e técnicos começou com a primeira reunião em Campinas
(SP), no primeiro semestre de 2013. Em novembro passado, 32 pessoas entre criadores
e técnicos da ABCRSS de diferentes estados
brasileiros estiveram reunidos em Botucatu,
interior de São Paulo, para formar um grupo
de fomento do Simbrasil. O interesse em criar
o grupo partiu de quatro criadores e técnicos:
AntonioCasquel Neto, Ricardo Galvão, João
Carlos Duarte e Rodrigo Primo Nunes.
O “Grupo Simbrasil Amigos da Raça” –
como foi batizado inicialmente também
inclui produtores que utilizam a raça em
cruzamentos ou tem envolvimento técnico
ou comercial com bovinos Simbrasil. Hoje
o grupo já conta com a adesão e apoio de
criadores de São Paulo, Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Espírito Santo, Bahia, Distrito Federal e Paraná.
Ações de fomento
da raça
Para 2014, a intenção do grupo é organizar esses interessados em torno de
objetivos comuns, estabelecer critérios de
seleção genética e comercialização, formação e treinamento de jurados, organizar exposições e leilões e formação de um fundo
financeiro para utilizar na divulgação de
suas qualidades através dos meios de comunicação e rede sociais.
O grupo possui vários projetos em elaboração e andamento como o lançamento
de vídeo e jornal informativo sobre a raça,
a organização de uma prova de ganho de
peso em parceria com a Unesp/Botucatu
e de uma feira genética especializada em
si a posição - se não absoluta, ao menos
privilegiada, de melhor opção para cruzamento industrial com as principais raças zebuínas. Esse cenário vem mudando
substancialmente, para o bem da própria
pecuária e da liderança brasileira no mercado mundial de carne. Vários projetos de
produção, associados a marcas ou alianças
mercadológicas vem obtendo êxito. É neste espaço que o Simbrasil – a raça sintética
com sangue europeu mais adaptada no
país – investe para crescer.
Fotos: Nilson Herrero.
Criadores de
Simbrasil. Os criadores querem ainda aumentar o número de dados coletados para
obter um sumário mais completo e oferecer maior confiabilidade das avaliações.
Na lista de projetos em andamento está
o estudo do desenvolvimento de animais ½
sangue - Simbrasil com Nelore - em parceria
com a professora Cyntia Ludovico Martins,
da Unesp/Botucatu, que consiste em usar
sêmen de touros Simbrasil em parte do rebanho nelore de produção da Universidade,
acompanhando o resultado destes produtos, desde o peso ao nascer até o rendimento de carcaça na hora do seu abate. No
quesito carne, a proposta é estabelecer uma
parceria com o consultor Roberto Barcellos,
diretor da Beef&Veal, para a avaliação de
qualidade e produção de carnes especiais
de animais da raça e de seus cruzamentos.
Para o presidente da ABCRSS, Alan Fraga, “esta iniciativa de criadores e técnicos
envolvidos com a raça é muito positiva. O
Simbrasil é selecionado em todos os estados
brasileiros, graças à rusticidade e eficiência a
campo, principalmente no cruzamento industrial para a produção de animais precoces e de carne de qualidade”, explica. “Além
disso, o trabalho desse grupo vai ajudar a
promover o grande potencial de expansão
da raça nas regiões mais quentes do País,
como no Centro Oeste e Norte”.O grupo mira
também os pecuaristas da América Latina.
Até poucos anos atrás, as raças europeias criadas no Brasil disputavam entre
História
Parque de Exposições
Bolivar de Andrade,
Ele é palco das exposições agropecuárias e centro de encontro de criadores de
diversas raças. O Parque da Gameleira, ou
Parque Bolivar de Andrade fez e ainda faz
história no agronegócio brasileiro. A revista
Mercado Rural teve acesso com exclusividade aos arquivos que contam a história
do parque e mostra aqui um pouco dessa
trajetória. Agradecemos especialmente ao
Gerente do Parque da Gameleira, Mendelson de Vasconcelos, que nos concedeu entrevista e materiais históricos para sustentar
essa reportagem.
Foto: Aladim Zenith
Mendelson de
Vasconcelos,
Gerente do
Parque da
Gameleira
20
abril 2014
No dia 26 de novembro de 1906, o governador João Pinheiro adquiriu a grande
Fazenda da Gameleira situada na região
com mesmo nome, para dar início ao Programa de Educação Rural a Juventude,
através do Instituto João Pinheiro, com o
objetivo de propagar o ensino agrícola em
Minas Gerais. Os agricultores visitaram a
fazenda modelo e ficaram impressionados
com a produção de cereais e logo queriam
adotar métodos semelhantes em suas terras. Outras fazendas modelo foram instaladas por todo o Estado nessa época, porém
não havia local para realizações de exposições. Em 24 de fevereiro 1908 aconteceu a
primeira exposição agropecuária no Estado, realizada no Prado Mineiro, atual bairro
Prado da capital, que recebeu instalações
tais como estrebarias, estábulos, garagens
para tratores e salas para reuniões. O evento teve a participação de 94 criadores e foi
um marco da história do agronegócio em
Minas. Participaram cerca de 224 animais,
das especiais bovinas, equinas, suínas, caprinas e ovinas. O efeito advindo da exposição despertou nos criadores a necessidade
de melhorar seu rebanho, o que acarretou
no grande número de pedidos de importação de reprodutores de raças selecionadas
para promover o aperfeiçoamento genético do rebanho mineiro. As importações
foram feitas a partir de janeiro de 1909
quando começaram a chegar no país 1.065
exemplares de bovinos, equinos, suínos,
caprinas, ovinos e aves.
Mas foi só no governo Benedito Valadares em 1930 que deu início a construção do
Parque da Gameleira, instalado na antiga
Fazenda Gameleira, inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas no dia 18 de junho de
1938 com a Primeira Exposição Estadual de
animais e produtos derivados, promovida
pelo Governo mineiro em convênio com
o Ministério da Agricultura. O parque tinha
30 pavilhões para alojamento de bovinos,
equinos e animais de pequeno porte, uma
pequena arquibancada, currais, prédio de
serviços gerais, pista de desfiles e piquetes.
Após a exposição o Parque foi utilizado
para feira permanente de animais, criada
pela Secretaria de Agricultura para fomentar a venda de reprodutores de várias espécies. Em 1941 instalou-se no local a Escola
Superior de Veterinária. Em 1946 foi extinta
a feira permanente tendo o parque passado para o Departamento de Produção
Animal, hoje transformado em Superintendência Agropecuária.
As construções de 1938 só foram reformadas em 1960, pois o Parque da Gameleira as vezes tinha utilização fora de
suas atividades. De 1961 a 1965 outras
construções foram incorporadas ao Parque no Governo de Israel Pinheiro, com
a construção de pavilhões para bovinos,
mais tarde transformados em alojamento
para equinos e o pavilhão redondo para o
concurso leiteiro.
Em fevereiro de 1971, uma tragédia
marcou a história do Parque. Morreram
612 operários e 50 ficaram feridos no desabamento do Pavilhão de Exposições da
Gameleira, tido como o maior acidente
da construção civil brasileira. Centenas de
Foto: Roberto Pinheiro
o Parque da Gameleira
operários trabalhavam em ritmo acelerado para concluir a obra, projetada pelo
arquiteto Oscar Niemeyer, com cálculos
do engenheiro Joaquim Cardozo – dupla
responsável pelo conjunto arquitetônico
da Pampulha e pelo Conjunto JK, em Belo
Horizonte, bem por diversos projetos de
Brasília – e executada pela Sergen – Serviços Gerais de Engenharia S.A.
Pinheiro tinha pressa, segundo testemunho de sobreviventes e jornalistas,
pois pretendia entregar a obra antes do
término de seu mandato, em 15 de março daquele ano. Ignorando a opinião de
operários, que alertaram os engenheiros
sobre fissuras e estalos nos alicerces, foi
dada ordem para a retirada das vigas de
sustentação. A estrutura desabou. Além
das vítimas contabilizadas, há ainda a suspeita de que muitos outros operários ficaram soterrados e seus corpos nunca foram
encontrados. O regime militar, então no
auge, tentou minimizar o desabamento. O
governo estadual e a Sergen se eximiram
da responsabilidade pela tragédia, que
causou grande comoção popular. Israel
Pinheiro havia estado no local da obra no
dia anterior. Apesar de ter criado um órgão
especialmente para fiscalizar a construção,
o Estado não cumpriu o seu papel.
Anos mais tarde, foi em homenagem
ao pioneiro na agropecuária mineira, Bolivar de Andrade, que se dedicou ao desenvolvimento de raças como Mangalarga
Marchador, Campolina, Búfalo, Jumento
Pêga e bovinos de modo geral, que o nome
do Parque da Gameleira foi mudado para
Parque Bolivar de Andrade.
Em janeiro de 1992 com a criação do
Instituto Mineiro de Agricultura (IMA) o Parque passou, desde então, a ser gerenciado
por este Instituto. Os próximos passos dessa
história veremos nos capítulos á seguir com
a instalação de um novo Parque da Gameleira prometida para os próximos anos. Em
2014 já era mesmo hora de uma adequação
e modernização, mas os criadores e as associações esperam que sejam mudanças para
melhor e que o Parque não perca esse encanto e essa tradição tão peculiar ao longo
desses quase 76 anos de história!
revista mercado rural
21
A importância do
casqueamento
Os cavalos estão sempre se destacando em competições, e eventos no Brasil e
no mundo. Mas para estarem sempre bem
preparados alguns cuidados devem ser tomados, como manter os cascos em perfeito
estado, através da técnica de casqueamento.
Sem o casqueamento os cavalos ficam mais
sensíveis, correndo o risco de sangramento,
laminite e até o estresse do animal. A técnica
é indicada a partir do primeiro mês do potro.
Aparar o casco do equino é necessário e, quando realizado de maneira correta, diminui alguns problemas que podem
causar dor ao animal. “O principal objetivo
de aparar o casco é que, na natureza, eles
por si só já realizam esse processo. Quando estão presos, o crescimento continua e
por isso é preciso de interferência para não
causar problemas ao cavalo. O ideal é que
este procedimento seja realizado a cada
30 dias. Caso tenha problemas de aprumo,
desvio de joelhos ou jarrete, há necessidade de casqueamento de 15 a 20 dias”, explica o ferrador, Geraldinho Martins.
O especialista enfatiza que é importante saber a maneira correta e o limite que
o casco pode ser cortado. Por meio dessas
aparações é possível corrigir alguns desconfortos. Os animais que são utilizados
frequentemente também necessitam ser
ferrados. Esses dois processos podem até
22
abril 2014
mesmo arrumar problemas ósseos.
Sempre que o ferrador ou casqueador
tiver alguma dúvida, a melhor atitude é
pedir ajuda a um veterinário especializado.
“Prefiro fazer o primeiro ferrajeamento após
um ano de idade. Este trabalho só é feito
antes desta idade caso o potro tenha algum
problema for participar de competição ou
até mesmo de um leilão”, afirma Geraldinho.
Existem vários tipos de ferrajeamento. Para cada modalidade esportiva existe
uma maneira diferente de ferrajear, além
de ferrajeamento ortopédicos que são
usados nos casos de laminite, problemas
de navivular, ostóites podal, fraturas de
terceira falange e tendinite. Segundo especialistas, o tempo máximo que dura um
ferrajeamento é de 40 dias. Passado este
tempo, os cascos compridos, mesmo com
o cavalo parado, forçam os tendões e os
boletos. “Muitos perguntam se este serviço
causa dor ao animal. Muito pelo contrário.
Se for feito por um profissional consciente,
além de proteger o cavalo contra problemas futuros, dá mais velocidade e protege
os cascos”, explica o ferrador.
“O casqueamento é um trabalho simples que qualquer pessoa pode aprender,
mas que é necessário ter conhecimento
da anatomia do equino para fazer corretamente”, finaliza.
revista mercado rural
23
O consórcio,
passo a passo
Por Fabiano Lopes Ferreira
Advogado com especialização em consórcio e em
direito processual civil; Diretor presidente e Jurídico
da Multimarcas Consórcios; Presidente Nacional da
ABAC - Associação Brasileira de Administradoras
de Consórcios e do SINAC - Sindicato Nacional dos
Administradores de Consórcios
Fabiano Lopes Ferreira
Os Consórcios são caracterizados pela
reunião de pessoas naturais e/ou jurídicas,
em grupos autônomos e devidamente
identificados, cujas formações e administrações são de competência de empresas
administradoras de consórcios, devidamente autorizadas pelo poder público, por
meio do Banco Central do Brasil. Os Consórcios funcionam como um mecanismo
de autofinanciamento para aquisição de
bens móveis, imóveis e serviços.
O sistema de consórcios foi criado no
Brasil no início da década de 60, supostamente pelos funcionários do Banco do Brasil,
por meio da AABB (Associação Atlética Banco
do Brasil). Ao longo desses mais de 50 anos
de existência passou por vários aperfeiçoamentos até chegar ao estágio atual que,
24
abril 2014
se não é perfeito, está muito perto disso. O
sistema conta hoje com cerca de 200 administradoras em funcionamento no País, com
5,740 milhões de consorciados ativos e um
bom crescimento anual de 10%, em média.
Além de outras normas oficiais, os
consórcios são regulados pela Lei Federal
n.º 11.795/2008. Esta lei, por ser bastante
abrangente, modernizou e trouxe consistência ao negócio consórcio no Brasil,
principalmente consistência jurídica, pois,
além de disciplinar a matéria por inteiro,
manteve o Banco Central do Brasil como
órgão regulador e fiscalizador da atividade
e estabeleceu rígidos critérios de gestão
para as administradoras.
Para constituir uma empresa de consórcio, o empresário terá de possuir três requesitos básicos: experiência mínima de cinco
anos no mercado consorcial ou financeiro;
nome sem qualquer restrição cadastral, e
capital mínimo exigido, na forma dos normativos oficiais vigentes à época do pleito.
A empresa a ser constituída será uma
prestadora de serviços, sociedade empresária, ou seja, uma administradora de
consórcios que, antes de ser registrada na
Junta Comercial, deverá ser autorizada a
funcionar pelo Banco Central do Brasil.
A operação do consórcio consiste em
a administradora angariar os consumidores
no mercado, pessoas naturais e/ou jurídicas,
organizando-os em grupos, que serão autônomos em relação aos demais a serem constituídos e administrados pela administradora.
O prazo de duração e a quantidade de
consorciados participantes em cada grupo
serão definidos pela administradora, por meio
do contrato firmado com os consorciados
(Contrato de Adesão). A administradora define, de acordo com o mercado, o prazo de
duração e a quantidade de consorciados em
cada grupo, devendo o numero deles ser múltiplo do número de meses (prazo) de duração
do grupo. (exemplo: 50 meses = 100 consorciados; 50 meses = 150 consorciados etc.).
Atualmente, a média de duração dos
grupos que estão sendo formados pelas
administradoras de consórcios, tem sido
de 80 meses para veículos leves (automóveis; utilitários e motocicletas); 120 meses
para veículos pesados (caminhões, ônibus
e máquinas e implementos agrícolas); 30
meses para serviços (serviços médicos,
serviços educacionais, honorários de profissionais liberais, serviços dentários etc.) e
180 meses para imóveis (casas, salas, sítios,
chácaras, fazendas, créditos para reforma
de imóveis usados, créditos para aquisição
de imóveis em construção. etc.).
Uma vez constituídos os grupos, os
consorciados passam a pagar mensalmente as prestações do consórcio, cujos valores são encontrados dividindo-se o preço
do bem/crédito pelo prazo de duração do
grupo e acrescentadas às taxas praticadas
pela administradora.
A administradora poderá cobrar dos
consorciados a taxa de administração, o fundo de reserva e os seguros de crédito e de
vida, cujos percentuais são de livre arbítrio da
administradora. Atualmente, a média da taxa
de administração total que está sendo praticada pelas administradoras está em torno de
16%, que é igual a 0,20% mensais, percentual
infinitamente menor que os custos das outras modalidades de financiamentos.
A distribuição dos bens/créditos aos
consorciados é feita nas assembleias gerais
mensais, por meio de sorteio e lance. Aqueles consorciados que não forem sorteados e
nem ofertaram lances, na data da última assembleia do grupo, estarão contemplados
por força do encerramento do grupo.
Os sorteios serão realizados por meio do
sistema de globo (bingo) ou pela Loteria Federal. Aos sorteios concorrerão todos os consorciados que estiverem em dia com seus
pagamentos e ainda não tenham sido contemplados. Dos lances poderão participar os
consorciados que estiverem em dia com os
pagamentos, que também não tenham sido
contemplados, e que queiram ofertar.
Lance significa antecipação de pagamentos das prestações vincendas, ou seja,
o consorciado oferta o equivalente a uma
quantidade múltipla do número de prestações mensais ou de percentual de contribuição. Aquele que ofertar o maior número
de prestações ou percentual, será o vencedor. O valor do lance vencedor servirá para
Uma a cada duas motos comercializadas no Brasil, uma é por consórcio
pagar as prestações devidas pelo consorciado vencedor, podendo a quitação se
dar pela ordem direta ou inversa dos vencimentos das prestações, de acordo com os
termos do contrato de adesão.
Assim que o consorciado for contemplado e tiver o seu cadastro aprovado pela administradora, receberá uma carta de crédito
(Autorização de Faturamento), por meio da
qual adquirirá o bem ou o serviço diretamente no mercado e continuará pagando as
prestações do consórcio mensalmente.
O consorciado que aderir ao grupo e,
antes da contemplação, deixar de pagar as
prestações do consórcio por um período
igual ou superior a dois meses, terá a sua
participação cancelada, tornando-se excluído. Passará a participar dos sorteios apenas
entre os demais excluídos de seu grupo.
Caso o consorciado excluído seja sorteado durante o transcorrer do grupo, receberá
de volta as quantias pagas, deduzidas as taxas
de administração e adesão, os seguros de vida
e de créditos e as multas previstas na legislação e no contrato firmado. Caso não seja sorteado durante o transcorrer do grupo, somente após o término do prazo do referido grupo
Bruno Veloso
é que receberá as quantias pagas, aplicados os
descontos citados no parágrafo anterior.
O sistema de consórcios tem inúmeras
vantagens em relação aos seus concorrentes (CDC, leasing, financiamento comum
etc.). Contudo, em três itens ele se destaca
ainda mais como: custo, burocracia e prazo.
Pelo fato de o sistema de consórcios
não cobrar juros, seus custos são realmente
muito inferiores aos dos seus concorrentes.
No consórcio, a facilidade para o consorciado receber o bem/crédito contemplado é
bem maior, uma vez que, em sua maioria,
as administradoras de consórcios mantêm
atendimento personificado e diferenciado
para seus consorciados.
Como os prazos no sistema são livres,
as administradoras formam os grupos com
prazos mais alongados. Em razão disso, os
valores das prestações mensais ficam menores, mais adequados à capacidade de
pagamento mensal do consorciado.
Importante destacar que o consorcio se
adapta muito bem para aqueles consumidores que gostam de planejar as compras
de seus bens ou serviços e também para
aqueles que gostam de formar poupança e
construir patrimônio com o consórcio.
O Consórcio não se adapta àqueles consumidores que precisam receber o bem ou
o serviço imediatamente ou em uma data
específica. O consumidor só deve adquirir
consórcio de administradoras autorizadas a
operar pelo Banco Central. Não deve acreditar em promessas e propostas verbais e
mirabolantes que não se enquadrem nas
regras legais e contratuais.
revista mercado rural
25
Entrevista
Pouca cana para
muita demanda
Setor sucroalcooleiro poderá
ter uma safra que não atenda
a demanda crescente de etanol
e açúcar para exportação e
para mercado interno
O volume de exportação de açúcar no
mês de janeiro de 2014 foi pouco mais de
2,1 milhões de toneladas, levando o acumulado de doze meses para 26,9 milhões,
um acréscimo de 6,2% neste período anual.
O preço médio de venda foi de US$ 429,35
por tonelada. Já o etanol, no entanto, acumula nos doze meses, uma exportação
de 2,744 bilhões de litros, uma queda de
14,7% em relação ao mesmo período do
ano passado, com preço médio de venda
em US$ 641,85 por metro cúbico.
Com esses números, o gestor de riscos
da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa - especialista em commodities agrícolas e setor
sucroalcooleiro - sugere um cálculo para as
estimativas de produção e demanda. “Vamos estimar que as exportações do Brasil
na safra 2014/2015 sejam de 26 milhões
de toneladas de açúcar que, se assumirmos
que as exportações nos meses de fevereiro e
Carretinhas
março de 2014 somem 3,4 milhões de toneladas, fariam com que encerrássemos a safra
2013/2014 com 26,7 milhões de toneladas,
ou seja, vamos considerar 26 milhões de
toneladas para 2014/2015, que representariam uma queda nas exportações de açúcar
de mais de 2,5%. Acrescente-se a isso, mais
o consumo interno de açúcar no volume
conservador de 12 milhões de toneladas.
Ou seja, o potencial de consumo de açúcar
no Brasil, exportação e mercado interno, somam 38 milhões de toneladas”, explica ele.
Ainda seguindo os números do especialista, completamos com o cálculo de etanol. “Vamos estimar que as exportações de
etanol na safra 2014/2015 minguem para
1,8 bilhão de litros, considerando que existem contratos de longo prazo. No mercado
interno, a crescente frota de veículos flex
abre um grande potencial de
consumo no álcool
carburante. As vendas
acumuladas de etanol no
Centro-Sul, até janeiro deste
ano, portanto considerando 10
meses, apontam para 9,253 bilhões de litros de anidro e 12,487 bilhões de litros de etanol. Vamos estimar
o número total de consumo no Brasil em 27
bilhões de litros”, calcula.
Segundo Arnaldo, precisamos ter cana
suficiente para atender a um consumo de
38 milhões de toneladas de açúcar e 27
bilhões de litros de etanol. “Se assumirmos
que a ATR média do Brasil (Centro-Sul e
N/Nordeste) seja de 133 por tonelada de
cana, a quantidade de cana a ser colhida
no Centro-Sul tem que ser, no mínimo, de
612 milhões de toneladas. Lembrando que
as previsões feitas acima são conservadoras. Se considerarmos a estimativa média
do mercado hoje para a safra 2014/2015,
que é de 570 milhões de toneladas, estamos falando de um déficit de 42 milhões
de toneladas de cana, de maneira bem
conservadora”, finaliza.
Millenium
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26
abril 2014
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revista mercado rural
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Clonagem
CLONE EQUINO
equina
28
abril 2014
Foto: Humberto Catão
maxiddea
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3
4
5
O processo de clonagem:
1 Uma pequena amostra de tecido da pele de aproximadamente 0,5 cm é retirada
usualmente do pescoço, parte inferior da cauda, ou do peito do animal. São feitas várias amostras dessa cultura dessa amostra de tecido, produzindo milhões de células
geneticamente idênticas ao do animal doador.
2 Óvulos não fertilizados são retirados de éguas descarte e enucleados, ou seja, tem
seu material genético removido.
3 Células resultantes da cultura do doador são transferidas para o óvulo enucleado.
4 Através de um processo chamado eletrofusão, o óvulo desprovido de um núcleo,
é fundido com a célula contendo o DNA do doador. Depois é encubado por alguns
dias, formando um embrião.
5 O embrião resultante desse processo é transferido para uma égua receptora, que
terá um período de gestação normal e um parto natural.
Fonte: Cenatte Embriões
Revolucionando a história da reprodução equina, preservando o passado e presente e garantindo o futuro, a clonagem
equina ganha cada vez mais adeptos. São
criadores que desejam preservar a genética com maiores garantias de resultado.
O clone permite a produção de uma
cópia genética do cavalo de alta performance, seja no esporte ou na reprodução.
Isso se aplica a animais castrados que provaram ser indivíduos extraordinários, éguas
e garanhões idosos que já não reproduzem
mais, cavalos de competição que precisam
continuar sua carreira, garanhões ou éguas
que fazem estação de monta em diferentes estados , países ou continentes, ou seja,
a mesma genética poderá ser reproduzida
ao mesmo tempo em lugares diferentes.
A clonagem garante a preservação
genética em caso de acidentes, lesões,
doenças ou perda do animal. Em circunstâncias inoportunas, criadores perderam
grandes animais e com isso a sua genética. A clonagem é um seguro para a genética dos animais.
De acordo com o médico veterinário
Cláudio Lara, diferentemente das técnicas de reprodução muito usadas, como
inseminação artificial, transferência de
embriões e transferência de Oocitos, a
clonagem garante o resultado genético.
“A clonagem é hoje uma realidade segura e financeiramente viável aos criadores.
Não existe, no mercado, uma maneira
mais eficiente de replicar a genética de
animais diferenciados. Foram muitos anos
de pesquisa para chegar ao nível de tecnologia que detemos”, explica o gerente
comercial do Cenatte Embriões.
1
Você sabe o quanto é difícil acertar na seleção genética.
Clonagem
E quina
A clonagem equina já é uma realidade para os criadores de cavalos e o Cenatte é a empresa autorizada
pela Zerlotti Equine Reproduction - proprietária da patente da clonagem - a realizar esse procedimento.
Você, que tem um animal destacado, pode perpetuar essa genética diferenciada, com a segurança e
a competência que o Cenatte proporciona a todos os criadores. Para mais informações, consulte nosso
departamento comercial.
Banco genético
As células oriundas da cultura da pele do animal doador são congeladas e preservadas por tempo indeterminado para serem usadas no futuro.
A evolução da genética para vida
Fone + 55 31 3665-1090 - [email protected]
internacional
Carne halal brasileira
conquista novos mercados
O governo paquistanês autorizou as exportações de carne de frango do Brasil para
o país asiático. A informação anunciada pela
União Brasileira de Avicultura (UBABEF) foi
muito bem recebida no Brasil pelos produtores desse tipo de carne.
A autorização paquistanesa representa um grande avanço para o Brasil, que é o
maior produtor e exportador de carne de
frango halal do mundo. O Paquistão detém
hoje uma população de 175 milhões de habitantes - deste total, 95% são muçulmanos.
“Construímos ao longo de décadas uma
grande experiência na produção ‘halal’. A liderança brasileira neste segmento do mercado
internacional atesta a competência e a qualidade de nossos produtos voltados para o público
islâmico. Neste sentido, nossa credibilidade foi
fundamental para o sucesso das negociações
para a abertura deste mercado”, destaca o presidente da UBABEF, Francisco Turra.
O Paquistão possui uma considerável produção de carne de frango, com cerca de 700 mil
toneladas anuais. Entretanto, o consumo per
capita, de 4,5 quilos por habitante/ano, é consideravelmente baixo, ressalta Turra. Neste sentido, o Brasil buscará consolidar parcerias com
empresas avícolas locais para expandir o consumo e promover intercâmbio de informações.
“A abertura do Paquistão para a carne de
frango brasileira era uma de nossas maiores metas para 2014. É um importante mercado, com
30
abril 2014
grande potencial de expansão. Lá, nossa estratégia se concentrará na complementação da
demanda local, levando know-how e tecnologia
para os produtores paquistaneses”, destaca.
HALAL
Segundo o Alcorão, livro sagrado da religião islâmica, o alimento é considerado halal
(permitido para consumo), quando obtido de
acordo com os preceitos e as normas ditadas
pelo Alcorão Sagrado e pela Jurisprudência
Islâmica. Esses alimentos não podem conter
ingredientes proibidos, tampouco parte deles.
A Sharia proíbe o consumo de todo e
qualquer tipo de alimento modificado geneticamente, assim como produtos minerais e
químicos tóxicos que causem danos à saúde.
Peixes e outros animais aquáticos são
permitidos, desde que não se enquadrem no
quesito anteriormente citado. Animais que
vivem tanto na terra quanto em água são
proibidos (crocodilos e semelhantes). Produtos de origem vegetal são considerados halal,
contanto que não tenham efeito alucinógeno e não causem intoxicação ou malefícios à
saúde de quem os consome.
Para os produtos cárneos, o abate deve
seguir os procedimentos do ritual halal. Não é
permitido o abate de animais como porcos, cachorros e semelhantes, animais com presas (tais
como tigres, elefantes, macacos, dentre outros),
pestilentos (ratos, centopéias, escorpiões), pás-
saros predadores e criaturas repulsivas.
De acordo com as exigências das embaixadas dos países islâmicos, o abate halal deve
ser realizado em separado do não-halal, sendo executado por um mulçumano mentalmente sadio, conhecedor dos fundamentos
do abate de animais no Islã.
As normas básicas a serem seguidas para
o abate halal são:
• Serão abatidos somente animais saudáveis,
aprovados pelas autoridades sanitárias e que
estejam em perfeitas condições físicas;
• A frase “Em nome de Alá, o mais bondoso, o
mais Misericordioso”deve ser dita antes do abate;
• Os equipamentos e utensílios utilizados devem
ser próprios para o abate halal. A faca utilizada
deve ser bem afiada, para permitir uma sangria
única que minimize o sofrimento do animal;
• O corte deve atingir a traquéia, o esôfago,
artérias e a veia jugular, para que todo o sangue do animal seja escoado e o animal morra
sem sofrimento;
• Inspetores mulçumanos acompanharão
todo o abate, uma vez que eles são os responsáveis pela verificação dos procedimentos determinados pela Sharia.
É importante ressaltar que o abate e processamento halal vislumbra produzir produtos seguros e que tragam benefícios à saúde de quem
os consome. Portanto, higiene e sanidade são
requisitos imprescindíveis para os operadores
e suas vestimentas, equipamentos e utensílios
empregados no processo, evitando assim a contaminações por substâncias não-halal.
Por esta razão todo o preparo, processamento, acondicionamento, armazenamento e
transporte devem ser exclusivos para os produtos halal, que obrigatoriamente são certificados e rotulados conforme a lei da Sharia.
O rótulo deve conter o nome do produto,
número do SIF, nome e endereço do fabricante, do importador e do distribuidor, marca de
fábrica, ingredientes, código numérico identificador de data, carimbo ou etiqueta para
identificação halal e país de origem.
No caso de produtos de carne primária, também devem constar a data do abate,
da fabricação e do processamento.
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revista mercado rural
GRUPO
31
Entrevista
Programa remunera produtor rural pelos
serviços ambientais
A cidade mineira de Extrema tem cerca
de 30 mil habitantes e fica na divisa entre os
estados de Minas Gerais e São Paulo. Há 478
quilômetros de Belo Horizonte e 110 de São
Paulo. Nos últimos anos ganhou destaque
pelo vigoroso desenvolvimento econômico.
A cidade é hoje o segundo maior parque industrial de Minas com 172 indústrias. Segundo a Fundação João Pinheiro tem o quarto
maior PIB do Sul de Minas, atrás apenas das
cidades da região com mais de 100 mil habitantes e apresenta ainda o sexto maior PIB
per Capita do estado.
Mas, se a indústria gera os grandes números, é a natureza que encanta quem vive
e quem visita a cidade. Encravada aos pés
da Serra do Lopo, parte da Serra da Mantiqueira, a 973 metros de altitude, é abençoada por suas belas paisagens.
Quase sempre, um ciclo de grande desenvolvimento econômico cobra um alto preço
do meio ambiente, mas em Extrema, os recursos trazidos pela indústria serviram de base
para a criação de um grande programa ambiental e de fomento ao empreendedor rural.
Por meio de decretos, a prefeitura im-
plantou o pagamento por serviços ambientais – esse sistema promove a implantação
e a manutenção da cobertura vegetal das
Áreas de Preservação Permanente (APP) e
da Reserva Legal, através da averbação em
cartório, ambos conforme consta do Código Florestal e Legislação Estadual de Minas
Gerais. A primeira fase do projeto foi realizada com o plantio de mudas e cercamento das Áreas de Preservação Permanente
da bacia do Bairro das Posses.
Assim, o proprietário rural habilitado
fica responsável pela manutenção das
APPs, recebendo da prefeitura municipal
um benefício que se estenderá por, no
mínimo, quatro anos, sendo o valor de referência (VR) de 100 Unidades Fiscais de
Extrema (UFEX) por hectare (ha) por ano.
O Decreto nº 1703, de 2006, ainda
prevê que o proprietário rural habilitado é
considerado “aquele que tenha propriedade rural com área igual ou superior a dois
hectares, desenvolva atividade agrícola
com finalidade econômica na propriedade
rural e que o uso da água na propriedade
rural esteja regularizado”.
Em mais de 15 anos, o Conservador
das Águas recuperou o equivalente a nove
mil campos de futebol de mata nativa, envolvendo mais de 150 produtores rurais e
repassando apenas em 2013 um total de
quase R$632 mil em pagamentos pelos
serviços ambientais.
Um dos apelos mais importantes para
a manutenção do Conservador das Águas
é sua importância para o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de
água de 8 milhões de habitantes da capital
paulista, além de ser formador das Bacias
Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Estes resultados garantiram o reconhecimento nacional e internacional recebendo
nos Emirados Árabes, o prêmio Internacional
de Dubai de Boas Práticas, oferecido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos e o governo de Dubai.
Fonte: Prefeitura de Extrema
32
abril 2014
avicultura
de corte
de
Helen C. Ferreira
Médica veterinária CRMV MG 6644
Gerente de produção avícola da
Rivelli Alimentos.
A avicultura de corte em modelo industrial teve seu desenvolvimento impulsionado
durante a segunda grande guerra mundial,
quando passou-se a priorizar a carne vermelha produzida para o consumo dos soldados
em combate. O frango apresentou-se como
a opção ideal principalmente por ser um animal de ciclo produtivo curto quando comparado às carnes suína e bovina. A partir de então, o processo produtivo do frango de corte
evoluiu rapidamente com o desenvolvimento das linhagens, do manejo e dos conceitos
de biosseguridade.
O modelo de integração ou fomento,
surgiu pela necessidade da indústria produzir em escala para diminuir custos e atender
às demandas crescentes. O produtor deixou
de ser refém das sazonalidades da produção
e isso afetou diretamente seus rendimentos
de forma muito positiva. Antes ele tinha que
se desdobrar tanto para comprar os insumos
como milho, pintinhos de um dia e vacinas,
quanto para escoar sua produção buscando
frigoríficos para comprá-la. Depois da criação
do sistema de integração, tanto os insumos
para a criação das aves quanto o escoamento
de sua produção passaram a ser fornecidos
pela indústria, eliminando o desgaste dessas
transações e eliminando a sazonalidade da
34
abril 2014
produção que dificultava tanto os rendimentos do produtor, quanto a produção da indústria. Uma outra consequência foi a incorporação rápida às inovações tecnológicas que
proporcionam ao aumento da produtividade.
O sistema de integração estabelece uma
relação contratual sólida entre a empresa
(integradora) e o produtor (integrado). A
empresa é proprietária dos lotes de aves e
o integrado é o fiel depositário responsável
pelo seu manejo e as regras dessa parceria
são estabelecidas em contrato. Em linhas
gerais, a integradora fornece os insumos
como pintinhos de um dia, ração, produtos para limpeza e desinfecção do galpão,
vacinas e medicamentos, se necessários. A
assistência técnica veterinária também é de
responsabilidade da indústria. Já ao produtor, cabe providenciar a estrutura completa
para a criação das aves, inclusive o material
para a forração do piso (a “cama de frango”)
e o combustível para o funcionamento dos
aquecedores na fase inicial das aves. Existem
aquecedores que funcionam a lenha, outros
que funcionam com óleo diesel e até a gás.
Podem existir algumas variações de uma
região para outra quanto ao modelo de integração adotado. Os custos do embarque
das aves para abate e do transporte para o
frigorífico geralmente são divididos entre
empresa e produtor, cabendo a um ou outro,
dependendo da região, a contratação dos
serviços. A remuneração do produtor com
base na produtividade alcançada pelo lote,
do alimento para compensar o desconforto,
piorando assim a sua produtividade. Já os
aviários do tipo convencional possuem recursos mais básicos e com capacidade limitada de controle do ambiente, deixando as
aves mais susceptíveis às variações térmicas
do ambiente exterior, dificultando a melhor
produtividade dos animais.
A produção avícola demanda grande
comprometimento tanto por parte da indústria quanto do produtor. Os controles são rigorosos desde a produção dos pintos de um
dia, ração e manejo das aves na granja. Qualquer produto a ser utilizado, seja diretamente
nas aves como vacinas e medicamentos, seja
no aviário, como detergentes e desinfetantes,
precisam estar em conformidade com legislações específicas que garantam sua inocuidade para o consumidor da carne ali produzida. Ambas as partes precisam trabalhar com
afinco para manter os animais livres de doen-
ças e com alta qualidade para consumo. Em
casos de problemas com a produtividade de
um lote, os prejuízos são proporcionais para
ambas as partes: empresa e produtor.
Uma das grandes vantagens da avicultura de corte é proporcionar a produção de
grande quantidade de carne em uma área
relativamente menor quando comparada à
produção de carne por outras espécies animais. Um outro ponto positivo é o baixo impacto ambiental, já que todos os resíduos gerados durante o processo de criação das aves
são passíveis de reciclagem: das aves mortas
durante a criação é feita uma compostagem,
método desenvolvido pela Embrapa, e ao final de determinado tempo o que se tem é um
composto de ótima qualidade para ser utilizado como adubo. A chamada “cama de aviário”,
composta de um material inerte que pode ser
serragem, casca de arroz, palha de café, etc ,
misturada à fezes e urina das aves, também
pode ser reutilizada por vários lotes após receber tratamento adequado (fermentação). Ao
chegar ao máximo de reutilizações, o material
é um adubo de excelente qualidade que tem
atingido valores muito interessantes que ajudam a incrementar a renda do produtor.
O sucesso financeiro da criação de frango de corte é altamente dependente da habilidade administrativa do produtor, mesmo
que ele produza em um sistema de criação
integrada. A habilidade na administração dos
recursos e funcionários é fator decisivo para o
sucesso do empreendimento.
Fotos: Rivelli
Sistema de
produção integrada
medida através de índices zootécnicos como
conversão alimentar, ganho de peso diário e
viabilidade. Os critérios de remuneração variam de uma empresa para outra.
A estruturação de uma unidade de produção de frango de corte demanda orientação técnica especializada e tem início com a
avaliação da propriedade. É preciso licença
ambiental de acordo com a legislação vigente, contemplando a atividade de avicultura. A
propriedade precisa ser avaliada de acordo
com os critérios de biossegurança estabelecidos pela legislação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a
defesa agropecuária estadual. Normalmente
as empresas integradoras oferecem orientação quanto aos procedimentos necessários
para se montar uma unidade de produção
de frango de corte. Cada empresa possui
padrões de aviário desenvolvidos de acordo com as normas técnicas de produção e
biosseguridade mais atualizadas. O valor do
investimento para construção de um aviário
varia em função de fatores como modelo
(convencional ou climatizado) e padrões
de criação (densidade – número de aves/
m²). Considerando esses fatores, o custo de
construção de um aviário pode variar entre
R$6,50 e R$9,00/ave. Em resumo, um aviário climatizado com capacidade para alojamento de 50.000 aves custaria em torno de
R$500.000,00, enquanto que um aviário convencional para o mesmo volume de animais
custaria cerca de R$325.000,00.
Os aviários climatizados possuem recursos de alta tecnologia para manter o
ambiente dentro dos aviários nas melhores
condições possíveis para os animais, independente das condições externas. O frango
de corte necessita do máximo de conforto,
com variações mínimas de temperatura e
dentro das necessidades de cada uma das
suas fases de desenvolvimento, de forma a
garantir a sua máxima produção. Se o animal
sai da sua zona de conforto, seja pelo ambiente inadequado, seja pelo manejo ruim,
seja por algum desafio de doença, ele vai
mobilizar boa parte da energia obtida através
revista mercado rural
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Arborização
de cafezais
Tecnologia protege o cafeeiro
contra vento e excesso de sol
Em busca de tecnologias que amenizem
os efeitos das mudanças climáticas na cafeicultura, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG)
estudam alternativas como a arborização de
cafezais. Essa tecnologia apresenta ótimos
resultados na redução da temperatura ambiente, aumento da fertilização do solo e até
mesmo na melhora da qualidade da bebida.
“As alterações climáticas têm trazido
incertezas quanto à produção e à produtividade, mas há como minimizar esse impacto.“ O cafeicultor pode adotar técnicas como
irrigação, sombreamento do café, adubação
fosfatada e gessagem que farão toda diferença na redução de perdas nas próximas safras, ressalta o coordenador do Programa de
Cafeicultura da EPAMIG, Gladyston Carvalho.
Estudos de arborização no café realizados na Fazenda Experimental da EPAMIG
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abril 2014
em São Sebastião do Paraíso, há mais de 10
anos, apontaram bons resultados no cultivo
consorciado da variedade de café Catuaí vermelho e macadâmia. De acordo com o pesquisador da EPAMIG Régis Venturin, a árvore
sombreia o café, amenizando as altas temperaturas durante o dia e mantém a temperatura mínima da madrugada mais alta. “Também
pode ser uma proteção contra vento e geada”, explica. Entretanto, o pesquisador alerta
que “algumas espécies arbóreas podem não
se adaptar com o cafeeiro e reduzir a produtividade, por isso é importante o monitoramento e acompanhamento técnico”.
“Por exemplo, a macadâmia tem a raiz
mais profunda e, portanto, alcança nutrientes no solo que o cafeeiro não consegue,
evitando a competição das espécies nos
primeiros anos do consórcio” explica Rodrigo Luz, pesquisador da EPAMIG e coor-
denador do projeto. O sistema arborizado
também inibe o crescimento de mato e
plantas daninhas em torno do cafeeiro, devido à formação da serrapilheira, cobertura
que recobre o solo por acúmulo de folhas
e ramos que vão se decompondo no solo.
“Os estudos mostram que essa cobertura,
preserva a umidade do solo e favorece os
processos de crescimento, florada e produção do café. Em período de alta temperatura e estiagem, eu diria que ela é fundamental”, complementa o pesquisador.
Nesses experimentos, a produtividade
mais equilibrada do consórcio - 40 sacas por
hectare - ocorreu com uma população de
286 árvores por hectare e 5428 cafeeiros. Entretanto, o pesquisador ressalta que a partir
de 10 anos desse consórcio, é preciso uma
avaliação da produtividade do café, que
pode ser reduzida, devido a competição
dessas plantas por luz, umidade e espaço.
Outro aspecto positivo é a redução do
ataque de bicho mineiro e a menor incidência da cercosporiose, mas o sombreamento pode aumentar a ocorrência de
outras doenças. “A recomendação é o plantio de variedades de café resistentes à ferrugem. E mesmo assim é preciso monitorar
os talhões, porque também observamos
um favorecimento da broca-do-café” diz.
Na Fazenda São Gabriel, em Guaxupé
na região Sul de Minas, a presença de árvores poupou parte da lavoura da escaldadura
do café, queima da folha por excesso de sol.
O sombreamento no café foi gerado por
espécies nativas de amoreira e pessegueiro,
cujos frutos não são consumidos pelo homem, e também um tipo de macadâmia,
frutífera de origem australiana. “Há mais de
20 anos iniciei o cultivo consorciado de café
com a macadâmia”, conta Isaac Ribeiro Gabriel, que produz cafés especiais há 15 anos.
O produtor destaca que o sistema
equilibra a mão de obra da fazenda: no
intervalo da colheita do café, os trabalhadores cuidam da colheita da macadâmia
e da manutenção da produção. “Mas o
mais importante é o controle da insolação. Embora a minha lavoura esteja localizada em região de microclima favorável,
a falta de chuva no início do ano poderia
ter causado um estrago bem maior na
minha lavoura, se não fossem as árvores”,
conta Gabriel.
Isaac iniciou o consórcio com o objetivo
de diversificar sua renda. “Comecei com 50
hectares. Atualmente, retirei o café desta área
devido à dificuldade na colheita da castanha,
mas já tenho outra área de cultivo consorciado com cinco anos”. De acordo com Isaac a
castanha da macadâmia é vendida em casca
para microprocessadoras e indústria alimentícia. Os subprodutos são reaproveitados
em sua fazenda: a casca que envolve o fruto
abastece a caldeira da torrefadora de café, e a
casca mais externa, chamada carpelo é usada
como fertilizante no cafeeiro.
Isaac comemora o bom resultado: “Temos certificação internacional e, atualmente, a marca de cafés especiais Arte Café está
presente em 21 capitais”. Para ele o cultivo
consorciado é também uma forma de produção inteligente. “Considero sustentável
uma ação na qual meu filho ou meu neto
poderá fazer mais e melhor do que eu”.
revista mercado rural
37
orgânica
Regina Tchelly de Araujo Freitas é uma
jovem empreendedora que está deixando a sua marca na realidade da culinária
brasileira, com um projeto cujo nome diz
tudo: Favela Orgânica. Esta iniciativa prevê
a criação de pequenas hortas orgânicas
em algumas favelas, incluindo Santa Marta, Babilônia e Complexo Alemão (mais de
200 mil habitantes), “pacificadas” através de
uma operação comandada pelo governo
para libertar os locais da violência e profundo desconforto que os marcavam. Além da
produção de alimentos saudáveis, locais e
orgânicos para o benefício da comunidade
(que é chamada a cuidar diretamente da
produção), Favela Orgânica tem a particularidade adicional de praticar uma cozinha
que usa os produtos em sua integralidade,
incluindo os resíduos, para tentar influenciar os hábitos alimentares das pessoas.
38
Dezembro 2013
O projeto que nasceu em setembro
de 2011, com o objetivo de ensinar aos
moradores da região, como aproveitar
os alimentos em sua totalidade, já levou
suas oficinas para outros estados do Brasil
como Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas
Gerais e São Paulo. O objetivo é modificar
a relação do ser humano com os alimentos, conscientizando sobre cada etapa do
ciclo de alimentação: o planejamento das
compras, o consumo, o preparo e o descarte de alimentos. Criando assim práticas
e hábitos alimentares responsáveis com o
meio ambiente e saudáveis para a família
e a comunidade.
Trabalhando na planificação das compras e do consumo, o projeto promove
uma reflexão sobre o escândalo do desperdício de alimentos, que acontece mesmo
nas realidades mais pobres que, no ima-
ginário coletivo, estão imunes, mas que
vivem o desperdício todos os dias.
Nordestina, aos dezessete anos Regina mudou-se para o Rio para prestar
serviço a famílias abastadas da cidade e
encarregar-se dos cuidados da cozinha e
da casa. Durante doze anos permaneceu
trabalhando com a classe média carioca
e ali refinou seu conhecimento e práticas
de culinária, aproveitando a sua bagagem
de ensinamentos maternos, sobretudo a
alimentação sem desperdícios.
Em 2010, abraçou a causa da alimentação orgânica ao realizar as primeiras hortas em sua favela, Babilônia, e começou a
trabalhar pessoalmente nas feiras agrícolas
nascidas no Rio de Janeiro nos últimos anos.
Regina mostrou uma prática culinária inovadora, apresentando receitas inéditas com
desperdício zero. O próximo passo foi dar
aulas de culinária a jovens, em sua pequena
casa, ensinando a utilização de todas as partes dos produtos, incluindo aquelas que normalmente são consideradas resíduos, como
as cascas de legumes, as sementes ou a água
de cozimento de alguns produtos.
Mais informações no facebook
e site favelaorgânica.com
Uma empresa com grande diferencial competitivo, criada para suprir todas as demandas do
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revista mercado rural
CRECI 20083
Projeto pioneiro no Rio de Janeiro
ensina boas práticas alimentares
e promove o plantio de hortas
orgânicas nas comunidades
Fotos: Fernando Ulhoa
Favela
39
capa
Fabiano
Tolentino:
advogado e árbitro, em 2008 alçou novos
vôos: foi eleito o vereador mais votado na
cidade de Divinópolis e começava ali uma
importante trajetória política em sua carreira. A candidatura a Deputado Estadual veio
logo depois, em 2010, com apoio maciço
dos criadores de Campolina. “Devo muito à raça, tanto na minha formação como
pessoa, pois fui criado no contexto da raça
Campolina, no meio rural, quanto às famílias e clubes dos cavalos que me ajudaram
muito na candidatura”, reconhece o criador.
Fabiano une hoje a paixão pelo meio
rural com sua profissão, buscando sempre
do campo para
a Assembleia
Legislativa de
Minas Gerais
“Quando dois estribos de tocam, uma raça. Hoje a tropa do Haras Santa Rosa tem
amizade de sela”. Assim, Fabiano Tolentino cerca de 40 animais.
Além da criação de cavalos já exercida
define seu princípio de vida e amizades
que cultivou ao longo dos anos, junto ao pela família Tolentino, Fabiano aos 16 anos
comprou sua primeicavalo Campolina.
ra vaca da raça Jersey,
Criador, árbitro e
de Denis Fagundes,
Deputado Estadual, Faparcelada em 12 pabiano Tolentino é um
Fabiano une
gamentos. Vendendo
apaixonado pelo agrohoje
a
paixão
leite ensacado Fabiano
negócio e sua trajetória
foi pagando as presprofissional começou
pelo meio
tações e aumentando
na raça Campolina.
rural com
seu rebanho. Foram
Seu pai, produtor rural,
12 anos trabalhando
iniciou na criação de
sua profissão,
como vendedor de
Campolina em 1982
na cidade de Divinó- buscando sempre leite até se formar na
polis, motivado pelo
benefícios para faculdade de Direito,
apesar de sua grande
tratamento do filho
o setor.
vontade ter sido curcadeirante Adriano Tosar a universidade de
lentino na hipoterapia,
Medicina Veterinária.
método terapêutico e
“Sempre fui muito lieducacional que utiliza
os andamentos do cavalo. A partir daí toda gado ao meio rural, mas infelizmente não
a família se envolveu e apaixonou-se pela tinha esse curso na minha região e aca-
40
abril 2014
benefícios para o setor. Vice-Presidente
da Comissão de Agricultura e Pecuária da
Assembléia de Minas Gerais, já pelo segundo mandato, Fabiano tem trabalhado em
diversos projetos em prol da agricultura
familiar e do produtor rural.
E o trabalho não pára por ai, Fabiano tem
um programa rural há sete anos, chamado
Campo e Negócios na TV Alterosa e na TV
Candides, afiliada Rede Minas em Divinópolis, onde aborda o agronegócio e atinge mais
de 70 municípios mineiros. Trabalho não falta, mas com muita competência Fabiano administra muito bem tantas atividades!
Ping Pong
Família: Base para tudo
Viagem: Equitana/Alemanha
Comida: Lasanha a bolonhesa
Uma companhia: Minha esposa Sarah
e minha filha Sofia
Música: Todas, sou filho de pianista,
aprendi a gostar de toda música boa.
Filme: Um sonho de liberdade
O que te distrai: Cavalgada
Felicidade: Ter amigos
Tristeza: Ser mal interpretado ou pré-julgado
Cavalos: Uma paixão
bei optando pelo Direito, pois precisava
concluir um curso superior. Quando me
formei, entreguei meus últimos leites aos
meus clientes e levei junto meu diploma.
Estava muito feliz em compartilhar esse
momento com eles”, recorda.
O próximo passo de Fabiano foi vender
sua criação de Jersey e abrir um escritório de
advocacia em Divinópolis, mas sem nunca
perder sua essência rural. Fabiano promovia cavalgadas, apresentava animais, estava
sempre junto a seu pai na criação da raça
Campolina e foi em 2005 que resolveu tornar-se árbitro. “Na época, abriram a exceção
de permitir que pessoas que não tivessem o
diploma de veterinário, técnico ou agrônomo, pudessem fazer a prova de árbitro desde que tivesse conhecimentos técnicos sobre os cavalos. Como já eram quase 25 anos
de envolvimento com os cavalos, fiz a prova
e passei a julgar morfologia e andamento na
raça Campolina”, comemora.
O percurso profissional de Fabiano estava apenas começando. O jovem criador,
revista mercado rural
41
CAPA
O representante da
agricultura e pecuária
em Minas Gerais
Transparência, cuidado com os recursos públicos e presença constante junto
aos mineiros. Essas são algumas das marcas
registradas do homem público Fabiano Tolentino, que sempre se pautou por um trabalho sério e comprometido, tendo como
projeto pessoal mostrar que há uma nova
maneira de fazer política.
Já no seu primeiro mandato como deputado estadual, Tolentino entrou para a história da Assembleia Mineira ao ser o primeiro
parlamentar a abrir mão do pagamento do
14º e 15º salários, prática que o poder legislativo extinguiu logo em seguida. Além disso,
Fabiano também se recusou a receber os recursos referentes ao auxílio moradia.
Outra bandeira que defende fervorosamente, é a transparência no poder público.
Tolentino votou favorável ao ¬ fim do voto
secreto, projeto aprovado e que já está
em vigor na Assembleia, permitindo que
os eleitores conheçam o posicionamento
dos parlamentares. O deputado vem ainda realizando constantemente prestações
de contas de seus trabalhos, por meio de
informativos ou mesmo alimentando com
notícias seu site ou seus perfi¬s nas redes
sociais como Facebook e Instagram.
Para o agronegócio, destinou mais de 1,5
milhão, de suas emendas em parceria com o
Governo de Minas, para melhoria nas estradas
rurais e outras ações. Ainda no setor do agronegócio, Fabiano foi o autor do projeto para
comercialização do queijo de cabra e também
relator do projeto queijo minas artesanal, considerado patrimônio mineiro. Ele ainda encabeçou a ação popular que “abraçou” o Parque
da Gameleira, com o intuito de manter o local
como espaço para eventos agropecuários.
“Acredito que podemos mostrar que
há uma nova maneira de fazermos política, de forma transparente e honesta e que
realmente apresente resultados. E para isso
tenho me empenhado em fazer o nosso
melhor para podermos fazer a diferença na
vida de todos os mineiros”.
Eleito deputado estadual em 2010,
Fabiano Tolentino nunca esqueceu suas
raízes e sempre manteve sua atenção com
o homem do campo. Destaque para algumas ações realizadas em seu primeiro
mandato para o setor agropecuário de MG.
Hospital Cassiano
Campolina
Como criador do Campolina e apreciador da história da raça, Tolentino dedicou
uma atenção especial ao Hospital Cassiano Campolina, em Entre Rios de Minas,
indicando 175 mil reais em emendas para
compra de equipamentos hospitalares e
também reforma da unidade.
Kit de Barracas Para Feira Livre
Recursos para
entidades e prefeituras
O Deputado ainda beneficiou 125 mil
reais em emendas, várias entidades que
atendem o setor rural do Centro-Oeste mineiro: ASLAVE (Associação dos Produtores
da Lage e Ponte Velha de Japaraíba), Sindicato Rural de Divinópolis, APRAFAD (Associação de Pequenos Produtores da Agricultura Familiar de Divinópolis). Destinou
veículos para as secretarias de agricultura de
Pains, Abaeté, Cedro do Abaeté e Medeiros.
Tolentino também destinou kits para
as Feiras Livres de Divinópolis, contendo
barracas, balanças e jalecos para uso dos
produtores da agricultura familiar. A reforma do abatedouro municipal de Estrela do
Indaiá também foi resultado de emenda
destinada pelo deputado estadual Fabiano
Tolentino, no valor de 25 mil reais.
Calçamento Comunidade dos Lopes,
em Divinópolis
Infraestrutura nas
comunidades rurais
Hospital Cassiano
Campolina
Conhecedor das necessidades do homem do campo, principalmente com o
uso das estradas rurais, Tolentino destinou
200 mil reais de suas emendas para o calçamento nas comunidades rurais de Divinópolis: Boa Vista, Córrego Falso, Tamboril,
Branquinhos e Lopes. Ele também conseguiu mais 450 mil reais, em parceria com o
Governo de Minas, para melhoria e manutenção das estradas rurais.
Reforma da Quadra da Comunidade
Djalma Dutra, em Divinópolis
Esporte e lazer
Reformas em Parques
de Exposições
Tolentino, em parceria com o Governo
de Minas, destinou 550 mil reais em investimentos para reforma e ampliação dos
parques de exposição das cidades de Divinópolis, Carmo da Mata, Cláudio e Lagoa da
Prata, além do Parque da Gameleira, em BH.
42
abril 2014
Reforma e Ampliação Parque
da Gameleira 150 mil
Academia Popular na Comunidade de Buritis, em Divinópolis
Além da infraestrutura, Tolentino também investiu no esporte, lazer e prevenção da saúde nas comunidades rurais de
Divinópolis, indicando 40 mil reais de suas
emendas para aquisição e implantação de
duas academias populares (Santo Antônio
dos Campos e Buritis) e outros 30 mil para
reforma e pintura de quadras (Djalma Dutra e Amadeu Lacerda).
revista mercado rural
43
Produtores
querem expandir
o mercado do
Queijo Canastra
Tombado como Patrimônio Cultural e
Imaterial Brasileiro, o Queijo Canastra completa em abril dois anos de certificação com
Indicação Geográfica (IG) na modalidade de
procedência. Para valorizar ainda mais o queijo produzido na Serra da Canastra, em Minas
Gerais, o Sebrae Minas promoveu uma série
de ações para aumentar o valor agregado do
produto e ampliar o mercado. Nos dias 25 e
26 de março, donos de restaurantes, lanchonetes e lojas de produtos artesanais de Belo
Horizonte participaram de uma visita técnica
para conhecer o processo produtivo do queijo e negociar com os produtores da região.
Os compradores conheceram a produção e degustaram os queijos feitos por cerca de 20 produtores apoiados pelo Sebrae
Minas. O objetivo da iniciativa foi criar um
diferencial de mercado para o produto e aumentar a comercialização em Minas Gerais.
“Queremos que o queijo canastra seja reconhecido como um produto especial, com
sua identidade e origem protegidas e deixe
de ser comercializado como commodity”,
afirma o analista da Unidade de Agronegócios do Sebrae Minas, Ricardo Boscaro.
As ações do Sebrae Minas começaram
em 2013, quando os produtores foram orientados sobre a importância do trabalho em
grupo, o fortalecimento da associação dos
produtores, a revisão do regulamento de uso
da Indicação de Procedência e a análise do
mercado. Um diagnóstico está sendo feito
sobre a produção, distribuição e mercado do
queijo produzido na região. A apresentação
do estudo está prevista para o início de abril.
Esse levantamento irá nortear outras ações
44
abril 2014
do Sebrae para expansão de mercado e melhoria na gestão dos negócios.
Procedência
A produção do queijo nas propriedades rurais é toda artesanal. A altitude e o
clima são determinantes para as características do produto e contribuem para definir
o terroir, a exemplo dos melhores queijos
franceses e italianos. Aliás, esses são alguns
dos requisitos para a denominação do
Queijo Canastra, de acordo com o INPI.
Para colocar em prática esses critérios, o
Sebrae Minas também está trabalhando em
parceria com os produtores. A ideia é estruturar e capacitar o conselho regulador para fiscalizar a produção, regulamentação do produto
e registro de controle, que futuramente, será
feito por meio de um selo de procedência.
Com a Indicação de Procedência (IP),
registro concedido pelo Instituto Nacional
de Propriedade Industrial (INPI), a região
que abrange as cidades de São Roque de
Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí,
Bambui, Delfinópolis e Pium-í, passou a ser
reconhecida como a única produtora de
queijo canastra do país.
A região concentra hoje cerca de mil
pequenos produtores que, juntos, fazem por
ano mais de 4 mil toneladas do produto. Para
produzir um quilo de Queijo Canastra são
necessários de 10 a 12 litros de leite, coalho
e fermento lácteo natural, tirado do próprio
soro. Após ser produzido, o queijo é colocado
no processo de maturação por, no mínimo,
22 dias, para o queijo “curar”, melhorando a
qualidade e agregando valor ao produto.
Fonte: Sebrae MG
Água
soluções existem
e são possíveis
Por Adriano Gagliardi Colabono, coordenador comercial interino e supervisor de engenharia de aplicação
da Unidade de Negócios Mizumo.
O acesso à água potável pode ser a diferença entre a vida e a morte. Da água, dependem a vida humana, a produção de alimentos, a atividade pecuária, a precaução contra
doenças, entre outros aspectos para os quais
ela é fundamental. A água é base para todo
o ciclo de vida do planeta. No mundo, 97%
dela está na forma salgada e apenas 3% é
doce. Desses 3%, somente 0,5% está disponível para consumo e os outros 2,5% está na
forma de gelo. E, ainda, do percentual próprio para consumo, entre 16 e 17% está no
Brasil, o que equivale a 0,085% do total.
Isto tudo, entretanto, não é novidade,
como não o é ainda suficiente a prestação de
serviços de distribuição de água e tratamento de esgoto no país. O fato de o Brasil ser
berço de muitas nascentes e ser cortados por
importantes rios e mananciais, não garante
água de qualidade a todos os brasileiros.
Nunca é demais observar as condições
relativas a saneamento no Brasil. Dados do
Ministério das Cidades apontam para fatos
que chegar a ser alarmantes: a distribuição
de água atinge 82,4% da população do país,
somando-se áreas urbanas e rurais; a coleta
de esgotos chega a 48,1% dos brasileiros e,
do esgoto gerado, apenas 37,5% recebem
algum tipo de tratamento; a perda média
de água na distribuição alcança 38,8%.
Foram investidos nessas áreas R$ 8,4
bilhões e o crescimento das ligações foi de
46
abril 2014
1,4 milhão de ramais de água e 1,3 milhão
na rede de esgotos. Os números referem-se
ao ano de 2011. No entanto, no Brasil, 7 milhões de habitantes ainda não têm acesso a
banheiro, segundo Estudo Progress on Sanitation and Drinking Water, da OMS/UNICEF.
De acordo com o estudo “De Olho no
PAC”, realizado pelo Instituto Trata Brasil,
das 138 grandes obras de saneamento em
municípios acima de 500 mil habitantes,
somente 14% foram concluídas até dezembro de 2012 e 90 delas estavam paralisadas, atrasadas ou não iniciadas.
A falta de um gerenciamento eficiente
do setor e um programa de investimentos
que de fato transforme a realidade do país
provoca diversos efeitos negativos, sejam
de ordem financeira ou de saúde pública.
Levantamento do mesmo Instituto indicam que, em 2010, chegaram a 37,5% as
perdas de faturamento das operadoras, devido a vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições
incorretas no consumo de água. A redução
de apenas 10% nas perdas no país agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com
a água, equivalente a 42% do investimento
realizado, naquele ano, em abastecimento.
É alarmante que, ainda em nossos dias,
88% das mortes por diarreias no mundo são
causadas pelo saneamento inadequado. Em
2011, no Brasil, 396.048 pessoas foram inter-
nadas por diarreia, das quais 138.447 eram
crianças menores de 5 anos (35% do total).
Com estes casos, foram gastos R$ 140 milhões pelo Sistema Único de Saúde.
A realidade pode e precisa ser transformada e as tecnologias disponíveis no mercado são acessíveis a cidades e imóveis de
todos os portes, residenciais, comerciais ou
industriais, inclusive dentro dos conceitos
de construção verde. Isto, graças a soluções
dedicadas e customizadas, indicadas para
diferentes projetos sanitários e construtivos.
São projetos de estações pré-fabricadas
para tratamento de esgoto sanitário (ETEs),
que permitem o reúso da água tratada para
fins não potáveis, o que significa preservação dos recursos hídricos, redução da poluição de rios e mananciais, menor necessidade de aplicação de recursos no tratamento
do esgoto, menos casos de doenças e melhor qualidade de vida. Num país grande e
complexo como Brasil, sabe-se que a resolução de problemas não é rápida nem fácil,
mas é possível e se faz urgente.
revista mercado rural
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nutrição
Mito É necessário lavar os ovos?
Logo depois da compra é importante
acondicioná-los em temperatura adequada, e não é necessário lavá-los. Quando
você lava o ovo acaba tirando uma “película protetora” e aumenta a possibilidade de
contaminação por microorganismos que
podem migrar da casca para seu interior.
Mitos e
verdades sobre
Verdade Ovo cru faz mal?
Mito O ovo aumenta o colesterol?
O ovo, por conter em sua gema aproximadamente 215mg de colesterol, foi considerado
um vilão da dieta e sua recomendação de
ingestão foi limitada durante muito tempo.
Hoje, estudos têm demonstrado relação inversa entre o consumo de ovo e aumento de
colesterol e ainda enfatizam os benefícios que
podem trazer à saúde, entre eles memória,
capacidade cognitiva e formação de novos
neurônios. Estudos científicos comprovam
que as doenças cardiovasculares estão mais
relacionadas com a sensibilidade hereditária
e maus hábitos alimentares, como a ingestão
de gorduras saturadas, principalmente as
trans, do que com os níveis de colesterol dos
ovos. Comer quatro a seis ovos por semana é
saudável e isento de efeitos adversos sobre
os níveis de colesterol no sangue.
Mito A gema do ovo
deve ser descartada?
É um engano consumir inúmeras claras e
jogar fora as gemas, que é onde se encontra
a maior parte dos nutrientes essenciais. A
gema é rica em luteína e zeaxantina, substâncias fundamentais para a saúde dos olhos.
Verdade
É verdade que o ovo
aumenta o QI, melhora o funcionamen-
48
abril 2014
to do cérebro e melhora a saúde dos
portadores de Alzheimer e Parkinson?
O ovo pode aumentar o QI e melhorar o
funcionamento do cérebro porque tem
alto teor de colina e ômega 3. A colina é
importante para a função cerebral em
adultos e previne contra doenças neurodegenerativas, sendo importante para pacientes com Parkinson e Alzheimer. Além
disso, em gestantes, o ovo de galinha pode
fornecer colina suficiente para o desenvolvimento do cérebro do feto. Também é ótimo para crianças em idade escolar.
Mito É verdade que o ovo
provoca doenças?
O ovo é um alimento com uma composição
extraordinária e não provoca qualquer tipo de
doença. Mas, caso não seja manejado de forma adequada, pode ser um meio de cultura
para o crescimento de bactérias, como a salmonela. É esse agente, e não o ovo, que pode
provocar problemas alimentares no consumidor. Precisamos entender que o problema da
contaminação do ovo, principalmente por salmonela, é devido à exposição desse ovo em
ambientes mal higienizados e a temperaturas
elevadas. O ovo quando produzido, embalado
e armazenado em condições de boa higiene,
e conservado sob refrigeração no supermercado e nos domicílios, apresenta risco praticamente nulo de contaminação.
Verdade O ovo é um alimento
tão completo que concentra todos os
nutrientes essenciais, com exceção
apenas da vitamina C.
O ovo é um alimento completo para a vida.
Tem proteínas de alto valor nutricional,
importantes para integridade óssea, muscular, cartilagens. A clara, com sua importância inegável para a nutrição, contém a
albumina, considerada uma das proteínas
de maior valor biológico encontrada na
natureza. O ovo também tem ferro e zinco,
que fortalecem o sistema imunológico, evitam anemia e são bons para os praticantes
de atividade física porque melhoram a absorção do oxigênio muscular. Em crianças
com idade de até três anos o consumo de
um ovo atende a aproximadamente 50%
das necessidades diárias de proteína.
E como saber se ovo é novo ou velho?
Pode-se colocar o ovo numa vasilha com
água e um pouco de sal. Se o ovo afundar, é
novo. Se boiar, é um ovo velho. No ovo velho a
gema e clara se esparramam ao toque numa
superfície lisa. Ao contrário, um ovo novo
mantém tanto a gema
como a clara
intactas, numa
forma bem presa
uma a outra.
Fonte: Embrapa suínos e aves
os ovos
Os nutricionistas orientam a evitar o consumo de ovo cru, maioneses bem como
ovo mal passado com a gema mais mole,
quando não se conhece a procedência e
a maneira de conservação desses ovos. A
avidina, substância da clara do ovo cru, interage com a biotina no intestino e inibe a
absorção dessa importante vitamina.
revista mercado rural
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Entrevista
Doenças dos
cascos dos bovinos:
Desconforto, alteração
de bem-estar e
perdas econômicas
Rinaldo Batista Viana, professor da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA), Marcus L. G.
Rezende, diretor técnico da Ourofino Saúde Animal,
Danyela Myasaka, gerente técnica da Ourofino
Saúde Animal. Grupo de Pesquisa em Andrologia,
Inseminação Artificial, Sanidade e Melhoramento
Genético de Bovinos e Bubalinos (Gaia)
Nos processos modernos de criação
de bovinos, as enfermidades dos cascos,
ou pododermatites, assumem um papel
relevante na identificação de condições
adequadas de criação e estão entre os
principais males que acometem os bovinos, sobretudo os de aptidão leiteira.
Devido às altas taxas de prevalência e
50
abril 2014
boidratos de fácil fermentação), doenças
infecciosas (metrites), fatores de ambiente
e falhas no manejo dos animais. A presença
de objetos traumatizantes nas trilhas ou instalações e problemas com higiene, associados ao adensamento populacional e construções inadequadas, também corroboram
para o surgimento das doenças podais.
São igualmente relevantes na prevalência das pododermatites as questões genéticas, como defeitos de aprumos e malformação dos cascos. Entre as principais doenças
dos cascos dos bovinos leiteiros destacam-se: laminite, úlcera de sola, doença da linha
branca, podridão dos cascos, dermatite digital, dermatite interdigital, flegmão interdigital, erosão de talão, entre outras.
Tratamento e profilaxia
Os problemas de casco devem ser avaliados por um médico veterinário, que poderá recomendar o melhor procedimento
e a duração do tratamento. A causa e o fator predisponente devem ser identificados
e removidos para que a dor seja aliviada.
A limpeza dos cascos é realizada para
diagnóstico da lesão e tratamento. Em
determinadas pododermatites, ou quando há comprometimento do estado geral
do animal, se faz a aplicação de antibióticos via parenteral.
Em algumas situações podem ser utilizadas bandagens ou pensos com administração de antibióticos por via tópica, seguindo sempre as orientações do veterinário.
Nos casos em que o tratamento conservativo não é suficiente, pode ser necessária
a amputação cirúrgica do dígito afetado. O
procedimento deve ser feito somente por
um veterinário podológo, respeitando os devidos cuidados necessários para realização.
Para a prevenção de novas incidências
é recomendada a utilização de pedilúvios
com solução de CB-30 T.A. (1:2.000), diariamente ou ao menos uma vez por semana.
As tradicionais preparações à base de formaldeído estão em desuso, pois o produto
é considerado cancerígeno e está proibido
na pecuária de diversos países. Outra medida importante é o casqueamento corretivo
feito periodicamente nas vacas.
Bovinos com
lesões nos cascos
apresentam
perda de peso,
com diminuição
da condição
corporal
incidência, especialmente em animais confinados, é necessária a adoção de medidas
para controle e profilaxia, com o objetivo
de minimizar as perdas na produção de leite, a diminuição nos índices reprodutivos,
o descarte involuntário dos animais e os
custos com tratamentos e mortes.
Bovinos com lesões nos cascos apresentam perda de peso, com diminuição da
condição corporal, já que ingerem quantidade menor de alimentos por conta da dificuldade de locomoção causada pela dor.
Do mesmo modo, as lesões podais interferem diretamente na eficiência reprodutiva,
tanto de machos como de fêmeas.
As doenças podais são multifatoriais,
tendo como possíveis causas os distúrbios
nutricionais (excesso na ingestão de carrevista mercado rural
51
Cavalos
Friesien
Originário da Frízia, litoral norte dos países baixos, o Friesian tem aptidão tanto para
montaria quanto para atrelagem e seu temperamento dócil e amigável o credencia para
os vários níveis de adestramento. É uma raça
de cavalos facilmente reconhecida pela cor
negra, as longas crinas e os pêlos compridos
nas patas. É um animal de temperamento
dócil e fisicamente bastante robusto. A raça
quase foi extinta no começo do século XX,
52
abril 2014
mas foi reconstituída a partir de garanhões
que sobreviveram à primeira grande guerra.
A Rainha da Holanda é uma grande incentivadora da raça e adora essas pérolas negras
reais para suas cavalgadas nos bosques e
praias, ou para atrelá-los em sua carruagem
dourada puxada por oito cavalos Friesian.
Os garanhões Friesians passam por quatro aprovações até obterem uma licença
para reprodução. Também para éguas existem certificações: Stamboek, Ster, Preferent,
Prestatie, Sport, Kroon ou Model.
O Friesien mede cerca de 1,65m e seu
temperamento é bastante favorável para
uso amador e adestramento de vários tipos. É um animal fácil de ser mantido do
ponto de vista econômico.
O criador André Ganc, há 38 anos se apaixonou pela raça e mantém um haras e centro
de treinamento em Araçariguama, São Paulo.
De acordo com Ganc, a escolha dos Friesien
se deu devido à sua beleza, temperamento e
confiabilidade. “Os animais são fáceis de treinar, e convivem bem com os outros animais
em treinamento no Vale do Aretê. A criação
do friesian se justifica pela paixão que esses
animais despertam logo à primeira vista, a do-
cilidade impressiona e a sobriedade arrebata
definitivamente quem os conhece. Foi assim
comigo, com minha família e com todos
aqueles que nos visitaram. Nossa experiência
na criação se refletiu nos resultados que obtivemos na primeira Exposição do Friesian aqui
no Brasil, onde fizemos o Campeão Nacional
Macho e a Campeã Nacional Fêmea. Para
2014 estão previstos 15 nascimentos”, disse o
titular do Haras Vale do Aretê.
O Haras Vale do Aretê é um grande disseminador da raça por todo o Brasil, mas a
criação é ainda incipiente no país, Sudeste
e Sul dominam no número de animais, com
destaque para o estado de São Paulo, mas
com animais já seguindo para Goiás, Minas
Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e outros. “A raça vem crescendo em todo
o mundo, o plantel brasileiro hoje tem cerca
de 60 animais. Por iniciativa do Vale do Aretê
credenciamos o Studbook da raça no Brasil
junto ao Ministério da Agricultura. Isso possibilita ao criador brasileiro registrar seus produtos de acordo com a Lei brasileira e, graças
a um acordo já firmado com o Livro Oficial da
Raça na Holanda, ter seus animais totalmente
reconhecidos e registrados no livro holandês
automaticamente”, conta o criador.
Questionado sobre porquê criar cavalos Friesien, André é enfático: “Disseminar a
raça em território nacional e oferecer esses
animais para aquelas pessoas que sonham
com um cavalo muito bonito e dócil e confiável ao mesmo tempo”, finaliza.
oídio
Produtor da Bahia
usa leite para
controlar o
oídio desde 2005
Cassiano Ricardo Mendes é produtor
de abobora, feijão, milho e coentro em
Barreiras, BA, sendo que somente de abobora Tetsukaboto cultiva mais de 100 ha/
ano. Conforme o produtor, o problema que
tinha de mais grave era o oídio e a virose.
“A virose é variável, dependendo de clima
e das lavouras vizinhas. Mas o oídio era
frequente e de custo de controle químico
elevado”. “O uso do leite se intensificou a
partir de 2005. Os resultados foram muito
bons e não faço mais controle químico
para isso. As primeiras notícias que tive foram de produtores de São Paulo, mas pela
publicação da Embrapa Meio Ambiente é
que consegui informações técnicas. O leite
proporciona melhor desenvolvimento da
cultura, que visivelmente se observa em
poucos dias”, diz Mendes.
Oídio
Os oídios são doenças causadas por fungos que crescem no tecido vivo das plantas
de diversas espécies: abobrinha, pepino, pimentão, tomate, melancia, melão, uva, soja,
feijão, eucalipto, caju, manga e muitas outras. A doença reduz o potencial produtivo
das plantas atacadas e pode comprometer
a qualidade do produto. A Embrapa desenvolveu um método alternativo de controle
de oídio, que utiliza leite cru. Esta forma de
controle pode ser utilizada com sucesso em
qualquer modelo de agricultura, incluindo a
produção de alimentos orgânicos.
O pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), destaca que o leite possui três modos de ação:
o primeiro deles é a formação de uma camada protetora na superfície das folhas, em
oídio em abóbora
que micro-organismos crescem e impedem
os fungos nocivos de germinarem ou de penetrarem na planta. A outra forma está relacionada a sua propriedade antimicrobiana,
inibindo o crescimento de diversos fungos
estranhos ao leite; a terceira forma diz respeito à presença, em sua composição, de
sais minerais que induzem às plantas a se
tornarem resistentes ao patógeno.
A aplicação do leite deve ser feita de modo
preventivo, em culturas que normalmente sofrem ataque de oídio, em pulverizações por
toda a planta; ou uma vez por semana, diluído
em água nas concentrações de 5% ou 10%,
dependendo da gravidade da doença.
A mistura de leite com água está sendo utilizada em outros países, não só na
agricultura convencional, como também
na orgânica, com vantagens sobre a aplicação de fungicidas, uma vez que o leite
não deixa resíduos nocivos à saúde humana ou ao meio ambiente.
MODELO RM 01 LUXO - Trailer para transportes
de 3 animais
- Modelo 5ª Roda
- Trucado
- Sistema de Freios
- Porta Trazeira Abertura
Lateral e rampa
- Divisoria entre os Animais
- Rodagem 15”
- Cavalo 45º
- Porta Cela a Traz
- Com Apartamento
- Cor opcional
MODELO RM 04 LUXO
Fonte: Embrapa
Uso do leite no
controle do
Foto: Eliana Lima
TRANSPORTE SEU ANIMAL DE FORMA SEGURA
- Trailer para transportes de 2 animais
- Trucado
- Sistema de Freios
- Porta Trazeira Abertura Lateral e rampa
- Divisoria entre os Animais
- Rodagem 14”
- Porta Sela
- Trailer para transportes de 2 animais
- Trucado
- Sistema de Freios
- Porta Trazeira Abertura Lateral ou rampa
- Divisoria entre os Animais
- Rodagem 14”
- Porta Sela
MODELO RM 05
REBOQUE PARA
TRANSPORTE AGRÍCOLAS
- Reboque trucado
- Sistema de freio a inercia
- Rodagem de S-10
- Engate 5º roda transporte em geral
(37) 3213 2774
54
abril 2014
- Claudio / Marcos
TRANSPORTE SEGURO - CNPJ : 09.115.805/0001-55
revista
mercado
rural
Rua Antonio Pedro de Almeida - Nº 1850 / Bairro Rancho Alegre / Divinópolis -MG
- CEP
35502-509
55
Raçoes Futura
Desde 2002 a Futura produz rações,
concentrados, corretores nutricionais, sais
minerais e núcleos, sob direção de Isnei
Faria, técnico e produtor rural, atendemos
atualmente vários estados com um mix de
produtos diversificados e mais de 40 técnicos atuando no campo só em Minas Gerais.
Isnei trabalhou como técnico em cooperativas de leite e em empresas de nutrição animal. Com o nome de Nutriminas,
na cidade de Pompéu, em 2002 a empresa
iniciou suas atividades com a consultoria de
Paulo César Rocha Araújo. Em 2004, adquiriu
um parque industrial na cidade de Martinho
Campos (MG), onde estão hoje localizadas
as modernas instalações da empresa.
A primeira linha de produtos da empresa foram sais minerais, com o nome de Nutriphos. Posteriormente montou -se uma li-
56
abril 2014
Isnei Faria, diretor
nha de rações fareladas com capacidade de
produção de 12 toneladas/hora, chamada
de linha Nutrimaster. Em 2006 foi adquirido
o sistema de peletização de rações e minerais com capacidade de produção de sete
toneladas/hora. No ano de 2009, a Futura
inovou lançando no mercado uma linha
revolucionaria de produtos de elite, com
multicomponentes para bovinos de leite,
corte e equinos. Hoje com mais de 70 produtos diferentes para atender a demanda
do mercado, (bovinos, equinos, suínos, aves,
caprinos, coelhos,dentre outros), a Futura se
destaca como uma empresa especialista na
tecnologia de produção animal.
Trabalhando para ser a empresa número um do mercado mineiro em rações,
suplementos mineiras e aditivos para nutrição animal, a Rações Futura presta o
acompanhamento técnico a seus clientes.
“Estamos atualizados com tudo de mais
moderno que existe no mundo, para que
rapidamente os produtores mineiros tenham acesso ao que há de melhor em nutrição para seus animais. Ser produtor rural
ajuda a entender melhor as necessidades
do mercado. Acredito que as empresas do
agronegócio precisam aprender a assentar
na cadeira do produtor rural. O mercado
quer qualidade e preço, mas acima de
tudo, o produtor quer resultados e mais
especificamente em Minas Gerais, o fazen-
deiro gosta de conversar, de uma boa prosa, de ser visitado e visto com um parceiro.
O meu lema é ir até o produtor, tomar um
cafezinho com queijo e ouvir as suas necessidades”, explica o diretor.
Soluções inovadoras
Sempre inovando, a Rações Futura
trabalha com confinamento com concentrado e milho, um sistema novo no Brasil,
técnica que está sendo muito utilizada pela
empresa. “O sistema está em pleno crescimento, pois facilitou em muito o confinamento para o produtor rural. As grandes
vantagens são principalmente redução da
mão de obra, um homem chega a tratar
cerca de 1000 animais por dia, além da redução do custo, mais barato que o confinamento convencional”, disse.
A Futura realiza por ano, mais de 40
palestras, 10 dias de campo, cursos para vaqueiros e gerentes de fazendas, treinamento
especializado em nutrição para profissionais
da área, exposições, feiras, leilões, torneios leiteiros, dentre muitas outras atividades. No dia
25 de janeiro, em parceria com o empresário
do ramo frigorífico, Silvio Silveira, em Pará de
Minas, MG, a empresa apresentou a técnica
do novo método de confinamento que foi
um sucesso. O evento reuniu cerca de 200
pessoas e contou com a presença de importantes criadores e personalidades.
revista mercado rural
57
Entrevista
Como
Atividades, terapias e treinamentos mediados por cavalos.
Por que
Equoterapia
para Todos
Laiena Dib e Oscar Versiani
De acordo com a Associação Nacional
de equoterapia, ANDE-Brasil, a equoterapia é
uma abordagem interdisciplinar fundamentada no tripé saúde, educação e esporte,
cuja metodologia se baseia em atividades,
terapias e treinamentos mediados por cavalos, em situação de montaria e / ou de interações a partir do solo, visando ao desenvolvimento biopsicossocial de seus beneficiários.
Dentro desse contexto, tais pessoas são chamadas “praticantes”, enfatizando seu papel
de sujeitos ativos dentro do processo equoterápico / equoterapêutico.
Uma equipe de equoterapia é constituída tipicamente por equitador, fisioterapeuta
e psicólogo, podendo ser composta, ainda,
por assistente social, biólogo, educador físico, fonoaudiólogo, médicos de diversas
especialidades, pedagogo, terapeuta educacional, entre outros, incluindo ainda os
setores administrativo e jurídico, bem como
os profissionais da área de saúde animal.
58
abril 2014
A equoterapia é assim reconhecida pelos
Conselhos Federais de Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, pela Secretaria de
Educação do Distrito Federal, e, ainda, por
outras entidades nacionais e internacionais.
A ANDE-Brasil estabelece quatro programas básicos de equoterapia, a saber:
1º) Hippoterapia, com ênfase na
reabilitação neuromotora;
2º) (Re)educação eqüestre, com ênfase
nas intervenções pedagógicas;
3º) Pré-esportivo, com ênfase na
inserção social;
4º) Esportivo, com ênfase desportiva.
O Programa de Reabilitação é o mais
amplamente conhecido pelo público em
geral. Logo, é comum que se pense na
equoterapia como sendo dirigida a pessoas com necessidades especiais. Como visto
acima, porém, a reabilitação é apenas uma
das importantes aplicações da equoterapia.
Prevenção, promoção de saúde e qualidade
de vida em sentido amplo, integração à natureza e socialização são funções igualmen-
Porque se trata de uma abordagem
complementar viva e eficaz, efetuada ao
ar livre, com caráter vivencial, lúdico e interdisciplinar, dirigida a pessoas com síndromes genéticas, transtornos invasivos
de desenvolvimento, sobrepeso; transtornos de ansiedade, aprendizagem,
comportamento e humor, incluindo
igualmente as pessoas neurotípicas com
questões existenciais de âmbito familiar,
escolar, laboral, etc.
Para que
te relevantes. Desconsiderá-las equivaleria a
uma forma de exclusão às avessas.
A criança que está constantemente se
adaptando a novas configurações familiares
e escolares, o adolescente que precisa descobrir novos horizontes para além das paredes de seu quarto e da tela de seu computador, a mulher “multitarefas” que necessita de
um tempo para, literalmente, respirar; o empresário que quer, com sua equipe, experimentar a organização de um grupo natural
(a manada como provedora de vivências e
metáforas); o idoso que deseja resgatar o
ambiente rural de outrora, revitalizando-se
para as contingências do presente. Enfim, a
equoterapia dá as boas vindas a todos.
Para ampliar e aprofundar a prevenção, promoção e reabilitação da saúde e
qualidade de vida, a integração ao ambiente natural e ao meio social de todas
essas pessoas.
Por quem
Investimento
O investimento mensal equivale ao
valor médio de quatro sessões de psicoterapia. No caso de workshops, investimento
sob consulta.
Equipe eqüina composta por cavalos,
equipe humana composta por criador / equitador e bióloga / psicóloga, com o apoio de
outros profissionais da área de saúde, educação, esporte e coaching empresarial.
Para quem
De maneira geral, as atividades, terapias
e treinamentos conduzidos no solo são recomendados para todas as idades e condições de saúde. Já os efetuados em situação
de montaria se destinam a pessoas a partir
dos três anos, sem limite máximo de idade,
havendo contra-indicações ou restrições
para determinadas condições de saúde.
O que
Equoterapia [do Grego: Equus (cavalo)
+ therapeia (acompanhar, cuidar, equilibrar, harmonizar, tratar, servir)] ou “tratamento por meio do cavalo”.
Quando
Uma vez por semana, aos sábados, com
uma hora de duração (distribuídas entre atividades de solo e de montaria), ou durante
workshops com programação sob demanda.
revista mercado rural
59
Entrevista
Vespas
combatem
lagartas
que comem
plantações
Gabiroba
A gabirobeira é um arbusto silvestre,
típico do cerrado brasileiro, acostumado
a se desenvolver em clima tropical quente e com baixo índice pluviométrico, e por
esse motivo deve estar sempre exposto ao
sol. Esta planta, pertencente à família das
Mirtáceas, pode atingir uma altura de até
15 metros, com um tronco ereto e rajado
de branco e uma copa densa, cujas folhas
exalam uma aroma característico.
Seu fruto, a gabiroba, possui um formato arredondado, de cor verde-amarelada e
60
abril 2014
uma polpa esverdeada e suculenta, que
envolve diversas sementes. Ao se extrair
as sementes do fruto, as mesmas devem
ser semeadas logo uma vez que perdem
rapidamente a capacidade de germinar. A
gabiroba é rica em proteínas, carboidratos,
niacina, sais minerais, vitaminas do complexo B. São usadas no combate à gripe e
no tratamento de diarréias, cãibras e males
do trato urinário.
As folhas da gabiroba possuem propriedades medicinais adstrigentes e antidiarréica. A infusão destas folhas pode ser usada
como um relaxante muscular através de
banhos de imersão, e assim aliviar dores. Estas folhas simples e glandulares, possuem a
face superior com a nervura central impressa, e a face inferior com ou sem pêlos.
Já a polpa pode ser utilizada em diversas aplicações culinárias como geléias,
sucos, doces, sorvetes, pudins, licores, batidas ou cachaça, além de poder ser consumida ao natural.
Sua madeira tem um belo aspecto
rajado, de exuberantes manchas brancas,
oriundo das várias lascas desprendidas
com o tempo, porém tem um uso limitado
na construção civil tornando-a uma forte
fonte para lenha e carvão. Isso porque é
pesada, com uma textura média, sujeita ao
rachamento na secagem e pouco durável.
Todavia, a gabirobeira é utilizada na
arborização em geral, graças a sua bela
conformação ornamental, principalmete
na primavera, quando sua copa se enche
de pequenas flores brancas, dando um
agradável e relaxante sensação de limpeza
e claridade ao ambiente. Pode ser utilizada
também para arborização e reflorestamento de áreas degradadas.
O nome gabiroba possui raiz na língua tupi-guarani e significa casca amarga.
O fruto ainda é pouco experimentada em
pomares comerciais. Trata-se de uma planta
perene, cuja a flor é hermafrodita e autofértil, da mesma família da goiaba e do araçá.
Talvez por isso seu gosto adocidado lembre
um pouco o sabor das frutas citadas.
Uma lagarta desconhecida pelos agricultores brasileiros atacou diferentes plantios na última safra (2012/2013) em diversas
regiões do país. Por enquanto, o prejuízo
causado pela Helicoverpa armigera foi de
R$ 3 bilhões nas plantações, encarecendo as lavouras com aplicações químicas e
baixos resultados. Essa praga agressiva que
ataca as folhas das plantas, vagens, grãos e
frutos ainda não possui controle específico.
De acordo com José Luiz Tejon Megido,
Diretor Vice Presidente de Comunicação do
Conselho Cientifico para a Agricultura Sustentável (CCAS), a notícia positiva vem de
uma empresa brasileira, quase desconhecida, chamada Bug Agentes Biológicos, que
recebeu no Fórum Econômico Mundial
de Nova Iorque a menção de estar listada
dentre 36 empresas consideradas mais ino-
vadoras. “Nascida em Piracicaba, como uma
incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós (Esalq), da USP, desenvolveu parasitóides, no caso vespas, que
agem nos ovos de outras pragas antes que
as larvas se tornem lagartas. Para uso dessa
tecnologia biológica, o agricultor paga cerca de R$ 30,00 por hectare para liberação
das vespas do gênero trichogramamma,
minúsculas, de apenas 0,25 mm”, disse.
Quer dizer, ao invés de nascer uma
lagartona come tudo, nascem vespinhas.
“Essas vespas benignas são multiplicadas
em laboratório e transportadas em forma
de pupa, embaladas em cartelas. O manejo
das grandes áreas de escala de produção
no Brasil será cada vez mais fundamental
para o crescimento do agronegócio e para
a administração de custos e de doenças e
pragas nas lavouras. A Fundação de Apoio
a Pesquisa do Corredor de Exportação Norte, no Maranhão, Tocantins e Piauí estimula
fortemente a adoção desta tecnologia nas
suas áreas de atuação”, completa Tejon.
Ainda não se sabe como a Helicoverpa
armigera surgiu no país, mas essa lagarta
já é bastante conhecida na Europa, Índia
e Austrália, segundo agrônomos. Pode ter
sido trazida por meio de mudas ou imigrado naturalmente. No Brasil, estima-se que
ela tenha causado danos significativos para
produtores rurais de dez Estados (MT, MS,
MG, BA, PA,GO, PR, SP, MA, PI) nas duas últimas safras.
revista mercado rural
61
Consumo de
azeites
tende a
aumentar no
Brasil em 2014
Produto milenar, muito utilizado pelos
países da bacia mediterrânea, caiu no gosto
dos brasileiros e é hoje muito consumido
no país, o azeite de oliva, produto produzido
única e exclusivamente a partir de azeitonas.
O mercado brasileiro abastecido por
azeites importados, em sua maioria de
Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chile e
Argentina, só em 2013 importou mais de
71 mil toneladas do produto.
Hoje o brasileiro consome em média
400ml de azeite por pessoa ao ano, um
consumo ainda muito baixo, visto que na
Grécia, por exemplo, são consumidos 20
litros, na Espanha 12 litros e Portugal oito
litros. Mas esse consumo tende a aumentar,
62
abril 2014
segundo Rita Bassi, presidente da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e
Comerciantes de Azeite de Oliveira (OLIVA):
“Temos expectativa de aumento entre 8% e
10% no consumo para 2014.”
Rita enfatiza que só existem boas razões
para o consumo de azeite, que é rico em gorduras monoinsaturadas, benéficas à saúde.
“Além de não aumentarem o nível do colesterol ruim (LDL), essas gorduras contribuem
para a elevação do colesterol bom (HDL), prevenindo as doenças cardíacas”, disse.
Outro grande benefício vem dos antioxidantes presentes no azeite, muito
eficazes na prevenção de danos cerebrais,
como derrames. Os antioxidantes do azei-
te têm ainda contribuição fundamental
na prevenção e tratamento de diabetes,
trombose e arterosclerose. Como fortalece o sistema imunológico, o azeite ainda
aumenta a expectativa de vida.
O azeite de oliva pode ser usado
desde o preparo até a finalização de um
prato, inclusive em frituras, bem como na
confecção de sobremesas.
Na hora da compra sempre vem a
dúvida sobre qual azeite levar de acordo
com o prato a ser preparado, mas a presidente da Associção explica que a combinação de um azeite com cada tipo de
prato depende muito mais da preferência
da pessoa. “Como regra geral podemos
dizer que o azeite deve agregar ao prato
não omitindo seu o real sabor ”, explica.
Se a dúvida surge em relação à qualidade dos azeites, Rita diz que é importante que o comerciante e o consumidor escolham marcas tradicionais e de
procedência conhecida. Com o papel
fundamental de difundir o uso do azeite
e preservar a pureza e autenticidade do
produto, a Associação OLIVA monitora e
orienta o mercado sobre fraudes. “O objetivo é levar às mesas dos brasileiros produtos de qualidade”, finaliza.
revista mercado rural
63
BEBIDAS
A vez da
caipirinha
Antigamente ela era feita com limão e pinga e vista como uma bebida barata, um drink
sem requinte e sofisticação; mas agora a caipirinha ganhou seu lugar no paladar dos brasileiros, e também dos estrangeiros, com novas
versões de frutas e cachaças de alta qualidade.
De acordo com Bruno Zille, engenheiro
de alimentos responsável pela Cachaça Batista, utilizar cachaça de alto padrão, que tenha
controle de qualidade transparente, sem dúvida alguma, faz total diferença no preparo de
drinks e coquetéis em geral. “O uso de cachaças de má qualidade e industriais prejudica diretamente o sabor final do drink já que muitas
falhas graves de produção da cachaça podem
ser identificadas sensorialmente. Substâncias
indesejáveis provenientes dessas falhas, muitas delas enjoativas, afloram facilmente na adi-
64
abril 2014
ção da água ou do gelo no preparo do drink.
Esta ação é conhecida pelos avaliadores de
concursos de destilados”, comenta.
E nessa mistura vale tudo! A tradicional
caipirinha de limão não perdeu seu espaço,
mas ganhou outras opções. Segundo Jaqueline, Gerente de Marketing da Cachaça
Vale Verde, as frutas cítricas são as que criam
uma combinação perfeita com a cachaça
na hora de elaborar um drink. “O kiwi, por
exemplo, uma fruta que não é muito popular, compõe um drink de forma saborosa
e refrescante, pois cria uma harmonização perfeita com a cachaça. Uma bebida
de qualidade pode render um bom drink
mesmo com combinações inusitadas. Por
exemplo, em nosso restaurante, o drink Lóris traz ingredientes que não seriam usados
habilmente em uma bebida, como suco de
tomate, limão, sal, pimenta e molho inglês,
mas quando são acrescidos com a cachaça
premium ficam excelentes”, comenta.
Outro fator que em muito contribuiu
para o crescimento dessa bebida, foi o gosto
e interesse do consumidor por cachaça. “O
consumidor está cada vez mais exigente e
ciente do que está consumindo, procurando
saber detalhes da produção. Conheço vários
consumidores que fazem questão de experimentar cachaças de regiões diferentes e
independentemente da marca e da região,
as melhores cachaças são as produzidas em
alambiques de cobre, que possuem melhores controles da produção, são certificadas e
possuem consultoria técnica especializada.
Existem cachaças de ótimo nível em vários
estados do Brasil”, completa o engenheiro.
“A cachaça ganhou muitos adeptos e
hoje já é considerada um item para apreciadores. Garrafas são compradas para colecionar e celebrar momentos especiais, receber
as pessoas com uma bela cachaça é muito
mais sofisticado”, finaliza Jaqueline.
Produzida na cidade mineira de Sacramento, situada nos limites do Parque Nacional da Serra da Canastra,
a Cachaça Batista mantém uma tradição regional de mais de 70 anos. O seu grande diferencial começa no
clima e solo da região, propícios ao cultivo da cana e à fermentação, tradicionalmente mantida com fermento
“selvagem” ou “caipira”, sendo possível resgatar as características originais da cachaça. Um rigoroso controle
de qualidade em cada etapa da produção e das práticas ambientais, assim como equipamentos de última
tecnologia completam a produção. Tradicionalmente, a destilação é realizada em alambiques artesanais de cobre
e o destilado repousa então em barris de carvalho especiais, cuidadosamente selecionados. Digna dos melhores
degustadores, colecionadores e sommeliers de cachaça, essa bebida extraordinária renasce hoje com nova
roupagem, rompe as fronteiras de Minas e já começa a conquistar as adegas e mesas do Brasil e do exterior.
BEBA COM MODERAÇÃO • SE DIRIJIR NÃO BEBA
revista mercado rural
65
RECEITA
Ingredientes
rodelas
as, cortadas em
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• 3 ce
• 1 pato grande
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• 100 g de baco
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• 1/3 de xícara
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• 5 tomates mad
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• Sal a gosto
Pato no
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tomar gosto de
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a assadeira, arru
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mate.
deixe no próprio
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macio.
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menos 15 min
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molho. Limpe
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deixe ferver po
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cima 1 ou 2 pe
o.
pécie de pirã
formará uma es
com a farinha
upi:
Para fazer o mol ho do tcaucldo e coloque para cozinhar com bastante alho.
a, esprema o
Rale a mandioc
engarrafe.
moso tacacá.
Depois de frio
m tucupi é o fa
co
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malaguetas.
se
ra
o pa
três pimentas
e
bu
m
Uma boa opçã
ja
de
o
um galh
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de tucupi com
polvilho e água
Ferva um litro
ente.
m meio quilo de
co
a
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pe
pi por cima, qu
es
cu
m
sa be
molho de tu
m
co
Faça uma mas
va
sir
e
s
s seco
ilo de camarõe
Misture meio qu
Fonte: tudogostoso.com
Nutral Rações
Empresa se destaca no mercado de nutrição animal
Referência no mercado de rações, a Nutral comemora em 2014 seus 34 anos de exímia atuação no setor de nutrição animal, e
vem desde 1980 aprimorando a tecnologia
na fabricação e no desenvolvimento de produtos para alimentação e suplementação
para peixes, répteis, aves, roedores e outros.
A Nutral Indústria é uma companhia que
nasceu com o propósito de oferecer ao segmento de rações o que há de mais moderno
em conjunto com uma estrutura exclusivamente voltada para o desenvolvimento e a
criação contínua de novas tecnologias que
auxiliem os criadores de todos os níveis.
“Nossa marca é reconhecida nacionalmente
como sinônimo de ração de qualidade por
ter em sua formulação apenas matérias primas de procedência e manipuladas com alta
tecnologia e total profissionalismo. Em nosso portfólio de produtos possuimos apenas
linhas de rações completas e concentradas
para os mais diversos tipos de criação”, disse
Maurício Oliveira, proprietário da empresa.
Além de ser referência em rações, desde
2006, a empresa em parceria com os criadores
e lojistas desenvolve programas nutricionais
para todas as fases do animal, otimizando os
resultados finais. A linha de produtos Nutral é
fruto de anos de pesquisa e conhecimento de
mercado. Com a filosofia de parceria contínua
com seus distribuidores e representantes, a
empresa vem ampliando sua estrutura de fá-
brica e capacidade de produção, maximizando seu market share industrial, diversificando
suas soluções e ampliando continuamente
seu mix de produtos e serviços.
Com essa política de trabalho a marca Nutral torna-se referencial de mercado
quando o assunto é prover produtos para a
nutrição animal. A empresa investe continuamente na capacitação de uma equipe de
produção experiente e multidisciplinar, profissionaliza e amplia continuamente sua força de vendas dando suporte total a sua rede
de distribuição e representantes. “Na busca
incessante de novas tecnologias e na otimização diária de nossos processos produtivos,
a Nutral fortalece sua qualidade com a inserção em seus processos das normas do MBPF.
As novas tecnologias estão presentes desde
a compra da matéria-prima até os processos
de distribuição e controle de qualidade no
ponto final de venda”, finaliza Maurício.
automóveis
Aventureiros
urbanos
Por Paulo Campo Grande, Quatro Rodas.
Os aventureiros urbanos já deixaram
claro que não estão falando sério quando
se trata de encarar trilhas radicais. A essa altura, está claro que o mercado está repleto
de carros com cara de off-road. Porém sem
qualquer preparação adicional para encarar a
lama - a diferença é cosmética e só. Mas modelos como os apresentados aqui, em que os
atributos vão além do visual, serão sempre
postos à prova por quem não resiste à tentação de se desviar do asfalto. Por isso reunimos seis representantes da categoria, um de
cada marca - Chevrolet Tracker, Citroën C3
AirCross, Fiat Palio Weekend Adventure, Ford
EcoSport, Renault Duster e VW SpaceCross -,
para saber como se comportam em trilhas
de terra batida. Rodamos 90 km por estradas
vicinais, na região de Atibaia (SP), com uma
parada na Pedra Grande, uma formação rochosa com 650 metros de altura (50 a mais
68
abril 2014
Longe do asfalto, a
vida deles nem sempre
é tão tranquila
quanto parece
que o Pão de Açúcar, no Rio), que atrai praticantes de voo livre e mountain bike, entre
outras modalidades esportivas.
Nosso objetivo não foi fazer um comparativo, porque entre os veículos havia
modelos de diferentes segmentos, preços,
motores e câmbios. Queríamos saber quais
possuem melhor condição de rodar fora das
estradas. Assim como os carros, os avaliadores também formaram um grupo eclético,
com vivências, preferências e pontos de vista
particulares. Mas, ao final, as opiniões foram
quase unânimes, o que nos deu condições
de estabelecer uma boa imagem dos carros, levando em consideração só a afinidade
com situações off-road. Contamos com a colaboração dos assistentes de fotografia Diego
Cardoso, Flavio Bari e Sílvio Gióia, o estagiário
André Paixão, a repórter Isadora Carvalho e o
designer Fábio Paiva, além do fotógrafo Marco de Bari e do editor que vos escreve. Todos
tiveram oportunidade de dirigir os carros e
depois relatar as experiências.
Em um primeiro momento, o Tracker
agradou por oferecer uma vida a bordo
agradável. Todos os motoristas apontaram
o acabamento de qualidade, o espaço interno e a central multimídia (pela facilidade
de uso e pelo conteúdo) como seus pontos
fortes. Mas, com o uso, o Chevrolet se revelou o menos adaptado à vida no campo. Os
avaliadores reclamaram da suspensão de
curso curto, que batia e ficava barulhenta
ao passar por obstáculos, e do câmbio automático que, apesar das seis marchas, não explorava bem a força do motor 2.0 nas trilhas.
Assim como o Tracker, o AirCross também recepciona bem o motorista e o faz
ainda melhor que o rival. Seus pontos fortes
são acabamento, baixo nível de ruído, ergonomia e posição de dirigir (destaque para visibilidade proporcionada pela coluna dianteira estreita, que elimina um ponto-cego
típico dos monovolumes). Na terra, apesar
da suspensão de curso limitado, foi eficiente
na hora de absorver as irregularidades do
piso. O motor fraco e o câmbio automático
de quatro marchas foram as causas do seu
pouco rendimento nas trilhas.
Ao contrário dos demais, que arrancaram elogios e críticas muito claros e definidos entre nossa equipe, a SpaceCross
dividiu opiniões. Isadora Carvalho, por
exemplo, gostou da posição de dirigir e do
comportamento da perua nas trilhas, enquanto André Paixão disse que demorou
para se encontrar ao volante e Fábio Paiva
reclamou da aderência na terra. Todos concordaram apenas na hora de elogiar os engates curtos do câmbio e de reclamar do
visual discreto para um off-road.
O Duster recebeu críticas em relação ao
acabamento espartano - com o uso intensivo de plástico duro no painel - e no que diz
respeito ao conforto e à ergonomia, mas fez
valer a construção robusta e o conjunto mecânico para se garantir na terra. Seu motor
2.0 com o maior torque e seu câmbio manual revelaram virtudes, como ter seis marchas
bem escalonadas, sendo a primeira mais
curta para garantir força nas arrancadas.
O EcoSport foi aprovado pela maioria
em design, posição de dirigir e ergonomia. Representado pela versão mais cara
Titanium, equipada com motor 2.0 de 147
cv (etanol), o Ford também demonstrou
valentia nas trilhas e ainda esnobou a concorrência com um pacote de equipamentos completo, com ar-condicionado digital,
faróis automáticos, sensor de chuva, botão
start-stop e assistente eletrônico de partidas em rampas, entre outros. A pedra no
seu caminho foram as repetidas queixas
contra o elevado nível de ruído, causado
principalmente pela tampa do porta-ma-
las, que traz o estepe apoiado.
Parecia natural um utilitário esportivo
no primeiro lugar, afinal por definição eles
são pau-para-toda-obra e, além disso, estavam em maior número em nossa expedição - três contra duas peruas (Weekend e
Space) e uma minivan (C3 AirCross). Mas o
favorito foi a Palio Weekend. Apesar de essa
conquista ter sido plenamente justificada,
foi uma surpresa, porque ela era o projeto mais antigo do comboio. Lançada em
1999, inaugurou a categoria dos aventureiros urbanos. Verdade que essa perua, que
completa 15 anos de mercado em 2014,
não é mais a mesma do lançamento. A
Fiat introduziu melhorias nos últimos anos,
com destaque para o diferencial blocante
eletrônico Locker (opcional), que faz milagres em terrenos sem pavimento.
A perua agradou pelo desempenho proporcionado pelo motor 1.8 16V e assegurado
pelos pneus de uso misto (barulhentos no
asfalto, mas eficientes na terra) e pela suspensão de curso longo. As queixas ficaram
por conta do estilo e da ergonomia, dois
aspectos relacionados à idade avançada do
projeto. Fábio Paiva reclamou do difícil acesso à entrada para seu iPod e André Paixão se
queixou das saídas de ventilação do console,
localizadas em posição muito baixa.
Ao final, o veredicto é que estes aventureiros são mais do que uma bela roupinha de
jipeiro: usando com moderação, os seis estão
aptos a trilhas leves de estrada batida, uns
com maior resistência que outros, mas todos
sem deixar os motoristas na mão.
turismo
Fernando de Noronha
A praia mais bela do mundo
Três praias brasileiras ficaram entre as
mais bonitas do mundo em uma pesquisa
realizada recentemente com viajantes do
mundo todo. A Baía do Sancho, em Fernando de Noronha (PE), foi eleita a mais bonita
do planeta. A pesquisa é divulgada anualmente pelo site de viagens TripAdvisor e
leva em conta as praias mais bem avaliadas
por seus usuários nos últimos 12 meses.
E essa fama toda de paraíso é justificada
quando o avião pousa na ilha. Fernando de
Noronha é um arquipélago vulcânico isolado no Atlântico Equatorial Sul, sendo sua
ilha principal a parte visível de uma cadeia
de montanhas submersas (Dorsal Mediana
do Atlântico), distante aproximadamente
345 km do cabo de São Roque no estado
do Rio Grande do Norte e 545 km de Recife,
em Pernambuco. Constituído por 21 ilhas,
ilhotas e rochedos de natureza vulcânica,
tem a ilha principal uma área de 18,4 km2.
Na ilha vive uma população de apenas
2.100 habitantes e o turismo é desenvolvido
de forma sustentável, criando a oportuni-
70
abril 2014
dade do encontro equilibrado do homem
com a natureza em um dos santuários ecológicos mais importantes do mundo. Atualmente existem três vôos diários que partem
para a ilha, saindo de Recife e Natal.
Se comparada à costa brasileira, a flora marinha de Fernando de Noronha não
apresenta riqueza e diversidade de espécies. Este fato ressalta a peculiaridade do
ecossistema marinho do arquipélago, onde
poucas espécies conseguem adaptar-se.
Talvez isto se deva à ausência de nutrientes básicos ao crescimento destas algas, já
que correntes quentes empobrecidas de
matéria orgânica sejam características de
Fernando de Noronha. Ou seja, só em No-
ronha você poderá conhecer específicos
animais, mais uma prova de que conhecer
Noronha é ter uma experiência única com
a natureza.
A exemplo do que ocorre em outros
sistemas insulares oceânicos, a fauna terrestre do Arquipélago de Fernando de Noronha mostra uma fauna exuberante, muito mais rica do que grupos de vertebrados,
tais como: anfíbios, répteis e mamíferos,
representados por poucas espécies. O Arquipélago de Fernando de Noronha reúne
sítios ecológicos específicos para uma fauna marinha exuberante, devido a sua posição geográfica distante do continente e
bem no curso da Corrente Sul Equatorial,
bem como quanto à natureza dos seus
ambientes, fato comprovado em diversos
trabalhos de pesquisa. Vários estudos ao
longo dos anos levantaram as ocorrências
de moluscos (168 famílias), crustáceos (72
espécies), além de grande quantidade de
peixes ornamentais residentes e cardumes
migratórios sazonais. Motivos esses que explicam a enorme procura por atividades de
mergulho em Fernando de Noronha.
Comuns na ilha, os golfinhos rotadores
(Stenella longirostris), podem ser vistos do
mirante da enseada do Carneiro da Pedra,
turisticamente conhecida como Baía dos
Golfinhos, ou durante um passeio de barco
na área próxima à Baia. Diariamente ao nascer do sol, grupos de golfinhos rotadores
deslocam-se para o interior da Baía, uma
área de águas calmas e protegidas.
Duas espécies de tartarugas marinhas
freqüentam as águas do arquipélago. A
“tartaruga verde” ou “aruanà” (Chelonia
mydas), sobe as praias para desovar entre
dezembro e maio, e a “tartaruga-de- pente”
(Eretmochelys imbricata), que é uma espécie altamente ameaçada em outras partes
do Brasil, devido a pesca para a utilização
das vistosas e brilhantes placas de sua carapaça para confecção de armação de óculos, pentes e bijuterias, somente é encontrada em Noronha no ambiente marinho,
não subindo às suas praias para desovar.
Preservação do
Meio Ambiente
Parque Nacional Marinho desde 1988,
abrangendo aproximadamente 70% da
área total do arquipélago e administrado
pelo IBAMA, foi criado com o objetivo de
preservar o ambiente marinho e terrestre.
Neste sentido, projetos de pesquisa vêm
sendo desenvolvidos, tais como: levantamento das espécies de aves marinhas
terrestres e migratórias; estudo sobre comportamento e reprodução do golfinho rotador; ecologia e reprodução dos crustáceos do supra, médio e infra-litoral; pesquisa
sobre tubarões.
Para permanecer na ilha, o turista deve pagar uma taxa diária de permanência e preservação ambiental e o controle é rigoroso.
revista mercado rural
71
sessão pet
Tartarugas
Sejam elas terrestres ou marinhas, as
tartarugas encantam. Com carapaça dura
e corpo mole, diferentes configurações de
rosto, corpo e patas, movimentos leves e
lentos, esse grupo de animais dá mesmo a
impressão de que são miniaturas de bichos
pré-históricos. Pertencentes à ordem Testudinata, apresentam características semelhantes entre si e se diferenciam mais pelo
nome como cada um é chamado.
Para ter uma tartaruga como animal
de estimação, é preciso antes saber as
espécies que são permitidas pelo IBAMA
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis), de acordo
com a Instrução Normativa nº 169/2008,
do contrário, a posse ou comercialização
de um animal não autorizado é considerada crime. Existem mais de 250 espécies de
quelônios no mundo todo, e no Brasil cerca de 33. Das diversas variedades por aqui,
apenas duas são autorizadas para esse tipo
de comercialização: além do jabuti ou ja-
72
abril 2014
butipiranga (Geochelone carbonaria), há a
tartaruga tigre d’água (Trachemys dorbignyi), o tipo doméstico mais popular. Ambos
devem ser oriundos de criadouro registrado no IBAMA como criadouro comercial e
os animais devem ser microchipados para
que possam ser comercializados.
Moderadamente côncava, sobretudo
nas fêmeas, a carapaça da tigre d’água tem
forma oval a alongada, com cor que vai do
marrom ao oliva e diversas marcas em tons
laranjas em cada escudo. Pernas e pescoço
também podem variar do verde ao marrom com listras amarelas - daí o seu nome
associado ao felino das selvas. Já a carapaça
do jabutipiranga é alongada e negra, com
aréolas centrais e amarelas. Na cabeça, as
cores vão do amarelo ao vemelho.
A tigre d’água gosta de viver em lagos,
pântanos, brejos, riachos e rios, preferencialmente naqueles com correntes lentas,
fundo arenoso e com vegetação aquática
abundante. É encontrada em vários locais
do país, mas principalmente em São Luís
(MA), na bacia do rio Guaíba, em Porto
Alegre(RS), e nos rios Paraná e Uruguai. A
grande incidência da jabutipiranga, que
tem nas florestas úmidas seu principal habitat, ocorre, por sua vez, no sul do Rio de
Janeiro e na região de cerrado da Bahia.
Como se alimenta de plantas e carnes, a
tartaruga tigre d’água é onívora e pode viver
até 30 anos. Chega a medir de 22 a 26 centímetros de comprimento e, em geral, as fêmeas são maiores que os machos. A jabutipiranga, que pode atingir até 51 centímetros,
possui dieta semelhante, comendo desde
fungos e folhas a caramujos e cupins. É importante ressaltar, no entanto, que as tartarugas podem transmitir bactérias do tipo salmonela, que causam febre, vômito, náusea e
diarréia. Por isso, além de exigir cuidados no
manuseio, é imprescindível a higienização
das mãos após a manipulação delas.
Os quelônios devem ser manejados em
áreas com acesso à água. Lagos, barragens
ou represas podem ser aproveitados, ou
construídos tanques, desde que o fundo
não seja áspero e tenha profundidade entre
50 centímetros na parte rasa e 1,20 metro
na parte funda. É importante montar um
sistema de controle de água para o esvaziamento do local no momento da captura e de cuidados com os animais. Também
é necessário contar com uma rampa de
acesso a uma área seca, além de areia para
o momento da desova das fêmeas. Recomenda-se ainda recintos de cria, recria - ou
engorda - e de reprodução. Disponibilize
vegetação dentro e fora da água e assegure
que o local tenha solário e sombra, inclusive
troncos, pedras e outros materiais para favorecer os mais diversos habitat (aquático,
semiaquático e terrestre). Utilize iluminação
artificial em substituição aos raios solares.
O aquário é outra opção para a criação
de tartarugas, desde que ofereça condições de ambiente natural. Construa a área
seca com pedras, mas não exagere na
quantidade para não dificultar na hora da
limpeza. Uma alternativa é utilizar, no formato e altura que se deseja fazer a plataforma fora d’água, um pedaço de vidro de pequena espessura. Coloque pedras roladas
de rios coladas uma na outra com silicone.
Faça a troca de água a cada dois dias
e, uma vez por mês retire os animais do
aquário para desinfecção, com água sanitária diluída em água, dos vidros e pedras.
Tanto no tanque quanto no aquário, a água
deve ser mantida entre 24 e 28 graus com
lâmpadas incandescentes e próprias para
répteis, encontradas em lojas de produtos
agropecuários. Embora rústicas, as tartarugas não toleram temperaturas frias, condição que favorece infecções do aparelho
respiratório e ocular nos animais.
Onívoras, as tartarugas comem carcaça
e vísceras de peixes, peixes picados, mandioca, frutas diversas, folhas, ramas de abóbora,
melancia, milho, ração para peixe ou aves,
com cerca de 35% a 40% de proteína bruta, e talos de alga comum de aquário como
suplemento de vitamina A. Forneça no período mais quente do dia, em quantidade correspondente a cerca de 5% do peso animal.
Para alimentar as tartarugas e, ao mesmo
tempo, manter a limpeza do local de criação,
utilize bacias com água na mesma temperatura do aquário ou do tanque.
A cada postura, as fêmeas podem desovar mais de uma dezena de ovos, que são
enterrados em ninho escavado no chão. A
temperatura da areia durante a incubação
é que determina o sexo dos filhotes: quanto mais quente, mais fêmeas nascem. Após
dois a quatro meses, ocorre a eclosão de
juvenis com cerca de 11 gramas e três centímetros de carapaça. Em dois anos, os machos estão prontos para procriar, enquanto
as fêmeas demoram cinco anos. Nos jabutis, contudo, a maturidade sexual somente
ocorre após 10 anos de idade.
CRIAÇÃO MÍNIMA: 10 animais por
metro quadrado com até 10 centímetros
de carapaça
CUSTO: filhotes de tigre d’água custam, em média, 120 reais, e de jabutipiranga, 300 reais
RETORNO:
o início da comercialização
pode ocorrer na primeira ou na segunda geração, se atendidas todas as exigências do
Ibama para a atividade em cativeiro
REPRODUÇÃO: em média, duas a três
Fonte: Globo Rural
posturas com geração de até 18 ovos cada.
revista mercado rural
73
Criações exóticas
Serpentes
A criação de serpentes, com fins comerciais, no Brasil está proibida desde dezembro de 2002, atualmente apenas três
criatórios são legalmente autorizados pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA. Mas
a criação como pet, sem fins comerciais é
uma atividade que atrai interessados por
esses exóticos animais.
O criatório Jiboias Brasil, em Esmeraldas,
região metropolitana de Belo Horizonte,
MG, é uma empresa especializada em criação e manejo de serpentes da família das jiboias (Boidae), registrado pelo Ibama e vem
gradativamente ampliando sua estrutura,
bem como sua produção de serpentes, com
fins de atender ás exigências dos mercados
nacional e internacional voltados para criação de espécies destinadas ao segmento de
criação doméstica e ornamental, conhecido
também como segmento pet.
Qualquer pessoa pode criar uma serpente, desde que comprada de um criadouro
legalizado; mas ser um criador comercial
está proibido por meio da IN31 de 2002. De
acordo com George Myller, coordenador do
Jiboias Brasil, no setor de criação legal de
74
abril 2014
cobras no Brasil apenas esta empresa está reproduzindo ativamente e comercializando.“A
proibição de novos criatórios serve de grande entrave para o comércio legal, favorecendo apenas a ilegalidade. Concorrendo com
esses criatórios está o comércio ilegal, que
pode ser encontrado na maioria das redes
sociais e atende grande parte dos clientes
que demandam de espécies que não são
criadas comercialmente no país,por exemplo
as espécies exóticas”, disse Myller.
Para comprar um animal silvestre é
necessário que o interessado procure uma
loja ou criadouro comercial com autorização para venda de determinada espécie, o
mesmo pode verificar junto ao IBAMA local a regulamentação do estabelecimento
através da Autorização de Manejo (AM). É
considerado crime ambiental coletar cobras direto da natureza, sem autorização
do Ibama. Este crime prevê multa de R$
500,00 a R$ 10 mil por exemplar, além de
detenção de seis meses a três anos. É também considerado crime ambiental instalar
um empreendimento dessa natureza sem
a devida licença ambiental do instituto.
Nesse caso, o empreendimento está su-
jeito a multa de R$ 500,00 a R$ 10 milhões
e pena de detenção de um a seis meses,
alertam especialistas.
Para criar cobras não é necessário que
haja grandes investimentos. “As serpentes
são animais que não demandam de muito espaço. O recinto das mesmas pode ser
desde uma caixa plástica a um terrário, que
pode ser de madeira ou vidro. Para a maior
espécie criada comercialmente no Brasil, a
Jiboia, indica-se um recinto de 200x60x60cm
quando adulto. O maior investimento é para
aquisição do animal que varia de R$1.300,00
a R$3.000,00 e o recinto pode ser adquirido
a partir de R$500,00 e não tem limite de investimento, pois depende do projeto do
proprietário. A manutenção é muito barata,
pois se alimentam pouco, não tomam vacina
e dificilmente adoecem”, completa George.
No criadouro, as serpentes são criadas
em caixas plásticas e recintos de MDF individualmente, cada animal reside em um
viveiro adequado ao seu tamanho, o manuseio é feito exclusivamente para a limpeza destes recintos. Os mesmos são conferidos todos os dias e suas vasilhas de água
passam por um rodizio no mínimo uma
vez por semana. Quando criadas como pet
podem ser manuseadas diariamente, ficam
muito dóceis e deve-se respeitar os animais
apenas cinco dias após cada alimentação
para não atrapalhar a digestão. Os animais
se alimentam com um intervalo médio de
15 dias de camundongos e/ou ratazanas
previamente abatidos.
Muito se fala sobre o mercado de extração do veneno, mas segundo o especialista,
“é um mercado ilusório, pois a demanda é
muito pequena e normalmente as empresas que precisam já produzem o necessário.
Criou-se um grande mito sobre os preços,
mas não foi divulgado que com um grama
de veneno pode-se pesquisar durante anos.
Diversos criadores no país fecharam as portas por falta de compradores”, explica o coordenador da Jiboias Brasil.
George pondera que é difícil estimar a
lucratividade do negócio. “Existe demanda,
mas não sabemos ainda quantos animais
o país absorveria anualmente. Pode-se di-
zer que este é o primeiro ano que estamos
trabalhando nos moldes que idealizamos
e apenas dentro de mais uns dois teremos
uma real noção do mercado. Vivemos também um momento de incertezas, pois o Ibama está elaborando uma lista das espécies
que poderão ser criadas como animais de
estimação; e caso as serpentes não constem
desta lista, teremos um ano para encerrar as
atividades. A criação de animais silvestres é
altamente atrativa mas proporcionalmente
instável juridicamente o que inibe maiores
investimentos”, lamenta o criador.
Especialistas ressaltam que o comércio
no Brasil é subestimado uma vez que a
maior parte dos animais que são comercializados não possuem origem legal. “Com
toda certeza aumentando a divulgação
o mercado cresceria muito. Os criadouros legais representam menos de 5% do
comércio de repteis no Brasil, os mesmos
têm batalhado a cada dia para fortalecer a
criação comercial legalizada e combater o
tráfico de animais”, finaliza Myller.
revista mercado rural
75
EVENTO / Treinamento
EVENTO / Dia de Campo
Grupo PGV
Fazenda Mata do Cedro
reúne produtores rurais
No dia 27 de janeiro, o Grupo PGV,
realizou treinamento para consultores
e colaboradores, com a participação
do renomado coronel da policia militar
Mauro Alves, que palestrou sobre gestão
de conflitos. O treinamento é realizado
todas as terças feiras na sede da empresa e
conta sempre com a presença de grandes
nomes do ramo imobiliário e autoridades.
Marcos Silva, Nathan Alves, Lana Klier,
Erivelto Júnior e Jairo Henrique
Edmar Aquino, Pertesson Fernandes,
Fabiano Santos, Felipe Kind e Marcela Castro
Eduardo Rodrigues, Marcela Castro,
Andre Kind e Felipe Kind
Anacleto Teles, Erivelto Júnior,
Carlos Mendes e Carlos Eduardo
No dia 25 de janeiro, o empresário do ramo
frigorífico e pecuarista, Silvio Silveira, reuniu
em sua fazenda na cidade de Pará de Minas,
Minas Gerais, amigos e pecuaristas para um
dia de campo que contou com a participação da empresa de rações Futura.
Elberth Lanza, Antônio
Gonzaga e Luiz Silveira
Wilton Teixeira, Sergio Luis, Lucas Moreira,
Silvio Silveira, Geraldo Magela e Isnei Faria
Mariana Soares, Kelly Carvalho, Amanda Menezes,
Daniela Machado, Karina Braga e Thaís Vilela
Paulo Cesar Rocha, Alysson Paolinelli,
Silvio Silveira, Oswaldo Pereira e Júlio Pereira
Matheus Pierre, Bruno Veloso, Leonardo Dias,
Thiago Oliveira e Erivelto Júnior
Luiz Silveira, Amanda Ribeiro
e Silvio Silveira
Eduardo Amorim e Silvio Silveira
Elaine Gomes, Bruno Veloso, Marcela Castro e Antonio Carlos
EST Ú DIO
Paulo Cesar Rocha, Alysson Paolinelli,
Silvio Silveira e Deputado Inácio Franco
Eduardo Gontijo, Naor José dos
Santos e Silvio Silveira
p r oj e to s g ráf i c o s - d i r eçã o d e a rte
Carlos Augusto, Amanda Ribeiro e Paulo Henrique.
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76
abril 2014
Luiz Marcos e Silvio Silveira
Ana Paula Silva, Deusdelia Ribeiro, Anderson,
Ana Paula e Ana Carolina Medeiros
EVENTO / Comemoração
EVENTO / Comemoração
50 anos Heleno
Lamounier
95 anos de
Dona Nadica
No dia 01 de fevereiro, Heleno Lamounier comemorou seus 50 anos no Sítio da Prata, na
cidade de em Itapecerica, Minas Gerais.
O evento reuniu familiares e amigos em descontraído almoço que se arrastou até a noite.
Mais uma grande comemoração
reuniu a família Lamounier no
Sítio da Prata no dia 08 de feve- Leonarda Norvinda Lamounier
reiro, em Itapecerica, Minas Gerais.
O motivo para comemorar, foram os 95 anos de Dona Nadica,
que em grande festa, reuniu amigos e familiares para festejarem quase um século de vida.
Leonarda Lamounier, Frei Nataniel e filhos
Marta, Fernanda, Marco Ttúlio, Heleno, Isnar, José Alves e José Pedro Lamounier.
Marcelo Lamounier, Fabiano Tolentino,
Fernando Lamounier e Sinval Diniz
Telmo Rios, Heleno Lamounier, Fabiano Moura,
Rúbya Cristina, Fábio Moura e Rayana Campos.
Maria Tereza Malaquias, Matilde Oliveira
e Janaina Lamounier.
Isnar Cesár, Marcos Malaquias,
Heleno Lamounier e Jorge Gussen
Marcelo Malaquias, Eder Santos, Heleno Lamounier,
Marco Túlio, José das Graças e Isnar Lamounier.
Heleno Lamounier, Célio Santos,
Fabiano Lopes e Telmo Rios
Glória, Miriam, Leonarda, Conceição
Lamounier e Débora Santos
José Alves, Hamilton, Norvinda, Leonarda,
Elisa Lamounier e Cecilio Santos
Conceição, Marcelo ,
Teodoro, Leonarda,
Glória, Marcelo e Luiza
Lamounier
Ana Elisa, Marcela, Célia,
Leonarda, Debora e Célio Santos
Fabiano Tolentino, Antônio Hilário,
Giancarllo Carneiro e Fernando Azevedo
Gabriela Rezende, Leonardo, Heleno
Lamounier e Denise Ribeiro.
Sebastião Melo, José Carneiro,
Márcio Lamounier e Geraldo Loures
Paula Lamounier, Junia Alves, Kátia,
Mariana e Flávia Lamounier
Mariana e Thatiana
Bernardo Papini e Laura Lamounier Lamounier
Bruna, Brígida, Luiza e Ana
Elisa Lamounier
Marcio José, Flávia,
Marcio, Leonarda,
Thatiana Lamounier
e Jacira Rocha
Pricila Assis e Yasmin Alvarenga
Heleno Lamounier, Denise Ribeiro,
Conceição e Marcelo Lamounier
78
abril 2014
Candido Lamounier, Magda , Telmo, Marcia
Rios, Neiva Gussen e Afonso Araújo
Débora Santos, Miriam, Conceição
Lamounier e Sania Moraes
giro rural
XII Campeonato Nacional do Semex oficializa parceria
Mini-Horse
com CT Agrovap
Governo busca
alternativas
para reativar
setor de etanol
O governo brasileiro está buscando
alternativas para reativar a cadeia produtiva de etanol, mas ainda não encontrou a
solução. A afirmação, é do diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis
do Ministério de Minas e Energia (MME),
Ricardo Dornelles. “Estamos trabalhando
pela competitividade do etanol. Não estamos parados. O governo vê o setor como
vital para o País”, acrescentou em rápida
conversa com jornalistas durante o Sugar
Ethanol, em São Paulo.
Questionado sobre a desoneração
da alíquota Cide sobre a gasolina, Dornelles disse que esse não é o único fator
a pesar contra o setor sucroalcooleiro.
“Se fosse só a (decisão de retomar) Cide,
bastaria publicar um decreto. Mas outras
circunstâncias não permitem”, afirmou.
Elizabeth Farina, presidente da
União da Indústria de Cana-de-açúcar
(Unica), destacou que a isenção da Cide
sobre a gasolina traz um benefício de R$
0,28 por litro. Já a isenção da alíquota
PIS/Cofins sobre o etanol, embora importante para o setor, traz um alívio menor, de apenas R$ 0,12 por litro.
Associação Brasileira
dos Criadores de
Senepol elege nova
diretoria para o
triênio 2014/2017
No dia 24 de janeiro, a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol realizou a Assembleia Ordinária e
Geral Eleitoral de 2014. O evento aconteceu no Center Convention, em Uberlândia (MG), cidade sede da ABCBS, e contou com a presença de dezenas de associados, que vieram
de diversas regiões do Brasil para definirem, juntos, os caminhos a serem percorridos pelo Senepol nos próximos anos.
A nova Diretoria Executiva da Associação Brasileira dos
Criadores de Bovinos Senepol ficou assim definida:
• Diretor Presidente: Gilmar Goudard
• Diretor Vice Presidente: Adilson Reich
abril 2014
Para os torcedores estrangeiros que
estarão no Brasil a partir do mês de junho para a Copa do Mundo, a Fifa desenvolveu uma cartilha com 10 conselhos,
que considera importantes para evitar
mal-entendidos culturais.
“Experimente o açaí” – diz a nona dica.
Segundo ela, os frutos da Amazônia podem realmente fazer maravilhas. São agentes emagrecedores naturais, previnem doenças e são energéticos. Uma porção no
intervalo da partida pode ajudar o jogador
mais cansado a recuperar as suas forças.
Conap elege novo presidente
Em Assembleia Geral, a Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap) definiu seu novo conselho
administrativo para a gestão 2014/2017. Cristiano Augusto de Carvalho e Silva foi nomeado presidente, e
Irone Martins Sampaio, que ficou à frente da cooperativa por seis anos, atuará como conselheiro.
Dia de Campo apresenta
sistemas iLPF
80
Fifa recomenda
‘açai’ em
cartilha para
estrangeiros
durante a Copa
Cerca de 700 pessoas, entre produtores, professores e estudantes, participaram, no
dia 20 de março, da oitava edição do Dia de Campo sobre integração Lavoura-PecuáriaFloresta (iLPF), na Fazenda Santa Brígida, em Ipameri (GO). O evento contou com a
presença de autoridades como o Ministro da Agricultura (no período de 1974 a 1979),
Alysson Paolinelli, o diretor-presidente da Embrapa, Maurício Lopes, o vice-presidente
de negócios emergentes da Caixa, Fábio Lenza, e a prefeita de Ipameri, Daniela Carneiro.
Também estiveram presentes, os chefes-gerais da Embrapa Cerrados, José Roberto
Peres, e da Embrapa Arroz e Feijão, Flavio Breseghello, além dos representantes do
Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Banco do Brasil,
da Associação Brasileira de Agronegócios e do Sindicato Rural de Ipameri.
A proprietária da Fazenda Santa Brígida Marize Porto Costa falou da sua experiência a
partir de 2006 na implantação da iLPF e da complexidade do sistema. “Ninguém ganha jogo
sozinho. Isso aqui é resultado do esforço de um time. O sistema leva a um ganho econômico,
mas com certo grau de dificuldades. A exploração é tripla – lavoura, pecuária e floresta, e por
isso a gestão é mais complexa”, declarou.
No mês de abril, terá início o XII Campeonato Nacional do Mini-Horse que
se estenderá até novembro com uma etapa por mês.
A primeira etapa será a Exposição Estadual do Paraná a ser realizada
durante a EXPO LONDRINA, no período de 10 a 13 de Abril de 2014, na cidade
com mesmo nome no Paraná.
Serão apresentados em pista, mais de 100 animais e o julgamento ficará a cargo
de José Roberto Almeida Junqueira. A Exposição Nacional, a grande festa da raça,
será na cidade de Avaré, sede da Associação Brasileira dos Criadores de Mini-Horse.
Depois de um intenso período de negociações, a Semex
Brasil oficializou recentemente uma parceria que há muito tempo
era pretendida, com o CT Agrovap - Centro de Treinamento
Agropecuário do Vale do Paraíba, localizado na cidade de
Caçapava/SP, à 110km da capital paulista. A parceria tem como
objetivo, qualificar estudantes e profissionais da área com
conhecimento técnico e prático sobre técnicas da Inseminação
Artificial. “É importante fomentar as principais técnicas, de maneira
que os novos profissionais consigam atender as necessidades do
mercado.” Comenta o Gerente Distrital da Semex em São Paulo, Luis
Felipe Mello, um dos responsáveis pela parceria.
Até julho deste ano, estão programados cinco cursos que
abordam os benefícios do melhoramento genético, reconhecimento
de cio,descongelamento de sêmen, manipulação e aplicação entre
outras informações sobre manejo e índices zootécnicos.
Giro Técnico ACCOMIG/CAPRILEITE
No dia 08 de fevereiro, a ACCOMIG/CAPRILEITE realizou seu primeiro giro técnico,
no sítio Sabores da Ovelha, em Itapecerica, MG.
O evento teve como objetivo divulgar a criação, através de seu registro na
agroindústria familiar e na Lei do Leite Legal para cabras e ovelhas, buscando
conhecimento e legalidade.
Heloísa Magalhães, Sebastião Melo, Lara Dias, Aurora
Guimarães, André Dias, Cinthya Leite E Rivaldo Nunes.
giro rural
EUA: clima seco deve forçar alta de
3,5%no preço de alimentos em 2014
A escalada dos preços dos alimentos nos
Estados Unidos está pesando sobre os consumidores e as companhias que ainda não se
recuperaram totalmente da crise econômica.
Em meio ao clima seco que atinge importantes regiões produtoras do país, o governo prevê que os alimentos devem ficar 3,5%
mais caros neste ano, o maior incremento
anual em três anos e acima da média dos últimos 10 anos, de 2,8%. Também deve superar
a alta de 1,4% observada em 2013.
Carnes e lácteos são os produtos que mais
devem exercer pressão. Anos de estiagem no Texas e na Califórnia reduziram a oferta de animais
para abate, enquanto exportações maiores para
a Ásia fizeram com que os estoques domésticos
minguassem. Mas há também preocupação
com frutas, vegetais, açúcar e bebidas. No mercado futuro, as cotações do café arábica renovaram as máximas e já se valorizaram mais de 70%
neste ano. As do cacau, 12%, e as do açúcar, 3%.
O motivo para esse avanço expressivo está
em países emergentes. No Brasil, uma seca fora
de época prejudicou as safras de café e cana-de-açúcar. Um clima adverso também afetou a produção de cacau da África Ocidental. Segundo o
governo dos EUA, os preços dos vegetais devem
subir 3% neste ano, após alta de 4,7% em 2013,
enquanto que os de frutas devem ter ganho de
3,5%, contra 2% no ano passado
junho
maio
abril
Agenda Rural
82
02/04 a 06/04
XIV exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador
Paraíba do Sul
RJ
02/04 a 06/04
Exposição Especializada e Ranqueada do Cavalo Campolina
Esmeraldas
MG
03/04 a 06/04
22° Expofeira Nacional da Cebola
Ituporanga
SC
06/04 a 06/04
Leilão Nelore Genética Colorado - Edição 2014
Canal Rural
TV
08/04 a 11/04
VII CONCURSO INTERNACIONAL DE VINHOS DO BRASIL
Bento Gonçalves
RS
12/04
7º Leilão Qualidade Pilotos- Leite e genética
Quatis
RJ
12/04
Leilão Haras Luanda- Praia do Forte
Salvador
BA
26/04
6º Leilão Genética Superior Fazenda Piedade
Rio das Flores
RJ
26/04
7º Leilão Haras São Judas Tadeu
Itaipava
RJ
27/04 a 03/05
Expo da FOB - 63º Campeonato Brasileiro de Ornitologia
Itatiba
SP
01/05 a 11/05
80ª ExpoZebu
Uberaba
MG
03/05
8º Leilão Fazenda Mônica
Barra Mansa
RJ
08/05 a 09/05
Simpósio Técnico da Cultura do Eucalipto
Jaboticabal
SP
08/05 a 10/05
3ª Mostra de máquinas e inventos para a agricultura familiar
Pelotas
RS
09/05 a 14/06
II ATUALIZAÇÃO EM PECUÁRIA DE CORTE EMPRESARIAL
Piracicaba
SP
13/05 a 15/05
AveSui 2014
Florianópolis
SC
13/05 a 18/05
Exposição Mangalarga Itapetinga/BA
Itapetinga
BA
15/05 a 20/05
71ª EXPOCURVELO
Curvelo
MG
17/05
Leilão Pampa Elite Ginga 15 anos
Sapucaia
RJ
01/06 a 08/06
Superagro
Belo Horizonte
MG
04/06 a 08/06
15ª Exposição Nacional do Cavalo Bretão
Teresópolis
RJ
06/06 a 08/06
Clínica Internacional de Ferrageamento
Sorocaba
SP
06/06 a 09/06
XXVI Exposição Especializada do Cavalo Mangalarga Marchador
Jacareí
SP
10/06 a 16/06
Expoinel MT 2014
Cuiabá
MT
14/06 a 11/07
Pós-Graduação Gestão no Agronegócio-Rehagro
Belo Horizonte
MG
16/06 a 22/06
41ª Expaja - Exposição Agropecuária de Jataí
Jataí
GO
19/06 a 21/06
SIMCORTE - SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE
Viçosa
MG
24/06 a 26/06
ExpoCorte 2014
São Paulo
SP
abril 2014
A
IA LHA
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Nos últimos três anos, a Assembleia criou novas medidas de austeridade e transparência,
reduziu custos e melhorou a qualidade de vida dos cidadãos de todas as idades.
Também investiu em mecanismos de aproximação com a população, para maior
participação de todos, e trabalhou para diminuir as diferenças sociais no Estado. Isso
porque a Assembleia de Minas é sua. É o poder e a voz do cidadão.
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revista mercado rural
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Entrevista
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