Graxaria Brasileira
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Graxaria Brasileira
Revista 1 Ano 1 / Edição 06 / Nov-Dez 2008 / www.editorai9.com.br Graxaria Brasileira R e v i s t a Indústria de Farinha e Gordura AnimalG r a x a r i a Automação Industrial Pode Contribuir ainda mais para a Melhoria do Segmento B r a s i l e i r a Editorial 2 Revista R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a R e v i s t a Ano 1 / Edição 06 / Nov-Dez 2008 / www.editorai9.com.br Graxaria Brasileira Indústria de Farinha e Gordura Animal Automação Industrial Pode Contribuir ainda mais para a Melhoria do Segmento G r a x a r i a Edição 06 novembro/dezembro 2008 Prezado Leitor, No setor da aviação, há uma pequena história que circula entre os especialistas do meio. Em um futuro breve, os aviões não vão precisar mais de pilotos. E se precisarem, haverá cachorros ao lado, treinados para evitar que eles apertem qualquer botão. Talvez seja exagero, mas a historinha em tons de piada dá a idéia do nível de automação no qual – possivelmente – vamos chegar. Os sistemas automatizados estão cada vez mais presentes em nossas vidas, seja em atividades do dia-a-dia como atravessar uma rua quando o farol fecha ou até mesmo dentro de nossas casas. Mas existe um lugar no qual a automação vem mudando as perspectivas há um bom tempo: as indústrias. O motivo é simples. Ao uniformizar os processos e dispensar a influência humana direta, diminui os erros e descontinuidades da linha de produção. O resultado é, entre outros, mais qualidade do produto final. No segmento das graxarias, o seu uso ainda é incipiente, é verdade. São poucas as graxarias no “estado da arte” da automação, com todos os seus processos, do começo ao fim, gerenciados por softwares e equipamentos. Mas, sim, isto é possível! A automação teve, como porta de entrada nas graxarias, as normativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Polêmicas à parte, muitos donos de graxarias já estão conhecendo o que o mundo da automação pode proporcionar às suas fábricas. Há uma série de fatores, motivos e considerações a servirem de reflexão antes de se optar por automatizar algum processo ou até mesmo a fábrica inteira. É o que buscamos mostrar em nossa matéria de capa deste número. Ainda na mesma reportagem, trazemos algumas das empresas que vêm ajudando as graxarias a se modernizarem. E, pelo visto, há todo um mundo – muito interessante – a ser descoberto pelos empresários do segmento. 3 Aproveitando o momento, agradecemos a todos que fazem possível a Revista Graxaria Brasileira, desejando boas festas e que possamos dar grandes notícias em 2009. Boa leitura! Daniel Geraldes Editor Chefe B r a s i l e i r a 4 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Sumário / Expediente 06 18 5 notícias Diretor Daniel Geraldes Em Foco 1 Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Jornalista Colaborador Paulo Celestino - MTB 998/RN Publicidade [email protected] 20 capa 24 Foco na qualidade 26 Pet Food On Line [email protected] Redação Lucas Priori [email protected] 28 entrevista 30 caderno técnico 1 Direção de Arte e Produção Leonardo Piva [email protected] Conselho Editorial Bruno Montero Claudio Mathias Clênio Antonio Gonçalves Daniel Geraldes Luiz Guilherme Razzo Valdirene Dalmas Comitê Tecnico Cláudio Bellaver Dirceu Zanotto Lucas Cypriano Fontes Seção “Notícias” BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança Pecuarista. Impressão Gráfica Vox Editora Distribuição ACF Alfonso Bovero 34 caderno técnico 2 40 caderno técnico 3 49 Ponto de Vista Editora i9 Rua Leôncio de Carvalho, 303 / Conj. 101 Cep: 04003-010 / São Paulo - SP Tel/Fax. (11) 3213-0047 A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral da Editora i9. A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação do mercado de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem de 4.000 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 6 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias UE modifica idade para teste de EEB em bovinos Especialistas em saúde animal da União Européia (UE) aumentaram a idade mínima para que sejam feitos testes de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, em bovinos nos 15 Países Membros mais antigos da UE para 48 meses de idade, considerando a redução no número de casos da doença. Atualmente, todos os bovinos saudáveis abatidos com idade de mais 30 meses e todos os animais com mais de 24 meses, que sejam considerados em risco de ter a doença precisam ser testados. Os especialistas agora concordaram que o novo limite de idade para testes de EEB em animais saudáveis abatidos e em animais em risco seja de 48 meses, informou a Comissão Européia. Se for aprovada pelo Parlamento Europeu, a nova regra passará a valer a partir de janeiro de 2009. O número de casos positivos para EEB na UE tem caído significantemente nos últimos anos, embora a idade dos animais com resultado positivo tenha aumentado. Essa nova regra somente será aplicada aos 15 países que já eram membros da UE antes da sua ampliação de 2004, uma vez que estes já cumpriram com outros critérios. Por pelo menos seis anos, esses países tiveram uma barreira total ao uso de proteínas animais em ração de animais de produção, conduziram amplos testes de EEB, usaram um sistema completo de rastreabilidade e identificação animal e viram uma situação “favorável” para a EEB em termos de número de casos. Alguns dos novos membros da UE também fizeram esforços para cumprir com estes critérios antes de entrarem no bloco, disse a Comissão, certa de que em breve poderão aplicar essa nova regra referente a idade mínima para teste. Em 25 anos, participação das aves no abate inspecionado cresce 82% 7 JBS confirma aquisição da Smithfield Beef A JBS anunciou que completou a aquisição da unidade de carne bovina do Grupo Smithfield e também das suas operações de confinamento conhecidas como Five Rivers. A quantia total paga foi de US$565 milhões em dinheiro, não havendo nenhuma apropriação de dívida. A Smithfield Beef está sediada em Green Bay, Wisconsin e será chamada "JBS Packerland" de hoje em diante. A Five Rivers está sediada em Loveland, Colorado e de hoje em diante será chamada de "JBS Five Rivers". A JBS Packerland representa uma diversificação geográfica para a JBS, adicionando quatro plantas de abate às já operantes pela Companhia nos Estados Unidos. Além de operar no Centro-Oeste, a JBS agora possui também unidades importantes no Nordeste e no Sudoeste. Uma nova capacidade de 7.600 cabeças por dia será adicionada a já existente nos Estado Unidos de 20.500. A JBS Five Rivers já fez parte do Grupo Swift no passado e possui 10 confinamentos com capacidade simultânea de engorda de 820.000 cabeças de gado em quatro estados diferentes, adjacentes às unidades já existentes da JBS. A integração destas aquisições somada às unidades já existentes da JBS nos Estados Unidos proporciona a Companhia a oportunidade para continuar reduzindo custos e implementando sinergias que agregarão valor tanto para seus fornecedores quanto para seus clientes. Sadia reconhece que pode ter 1º prejuízo em 64 anos Pela primeira vez, em seus 64 anos de história, a Sadia deverá fechar o ano com prejuízo. Segundo Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia, “de Breve retrospectiva nos dados do IBGE mostra que em 1983 (um quarto de século atrás), o maior volume de carnes repente, se não der para ganhar porque afundamos R$ produzidas em estabelecimentos sob inspeção (federal, estadual ou municipal) provinha de bovinos - 56% do total, mais da 760 milhões [valor que se refere a perdas anunciadas no metade das carnes produzidas sob inspeção. Então, as aves (cujos dados, naquela época, incluíam não só o frango, mas fim do mês passado em razão de operações financeiras também galinhas, perus, patos, marrecos e codornas) respondiam por cerca de 29% das carnes produzidas, cabendo os com câmbio], pelo menos poderemos empatar.” Isso restantes 15% aos suínos. porque, além de as vendas do último trimestre serem geralmente mais fortes, a Sadia está tentando reverter Os dados relativos ao primeiro semestre de 2008 demonstram que houve mudanças bastante significativas nesse quadro. No período, a participação dos bovinos no abate inspecionado (tonelagem produzida) foi de 35% - um retrocesso, pelo menos parte do prejuízo. portanto, de 38% em 25 anos. A dos suínos também retrocedeu, mas em nível mais moderado, 14% a menos. Dessa forma, o único ganho foi das aves (agora, exclusivamente frangos), cuja participação no abate inspecionado subiu de 29% responder se houve “conivência ou indução a essa para 52%, um incremento de participação de 82% em 25 anos. falha por parte dos bancos internacionais”. “Estamos Segundo Furlan, a auditoria em andamento irá tomando todas as providências no sentido de preservar Tyson Foods quer aproveitar oportunidades e expandir A gigante Tyson Foods, líder mundial em alimentos, anunciou que tem disponível US$ 1,5 bilhão para aproveitar oportunidades com a crise e fazer aquisições a preços mais baixos. A empresa anunciou que as negociações estão abertas tanto nos Estados Unidos como no Brasil, na China e na Índia. A companhia, que entrou timidamente no país com a aquisição de três plantas pequenas de abate de aves, deve assumir um posicionamento mais agressivo no Brasil. “Temos perto de US$ 1,5 bilhão no banco prontos para aproveitar as oportunidades, quer sejam domésticas ou nos três países de crescimento: Brasil, China e Índia”, disse o chairman John Tyson à agência Bloomberg. o interesse dos acionistas e dos funcionários, que foram prejudicados”, diz ele. Incluem-se nas iniciativas negociações com os bancos estrangeiros além de medidas judiciais cabíveis, que poderão ser impetradas caso não se chegue a um acordo, tão logo o levantamento da consultoria KPMG seja concluído. O fundo de previdência Previ, um dos maiores investidores da Sadia, pediu esclarecimentos à empresa depois do prejuízo. Furlan, que esteve com o presidente Lula, afirmou ter lembrado a ele que a afirmação de que empresas exportadoras, como a Sadia, estariam especulando contra o real “foi infeliz”. “Os bancos internacionais que colocaram 200 empresas brasileiras numa situação de aperto especularam contra o real”, disse Furlan. “Quem especulava a favor acreditava na estabilidade da economia, na taxa de câmbio histórica e no que o próprio presidente falou, que a crise não chegaria ao país. Essas empresas é que levaram ferro.” A Sadia deverá postergar os investimentos em novas fábricas, previstos para o próximo ano. Nos novos projetos há duas fábricas no Brasil e a segunda unidade da empresa no exterior. No país, as fábricas cujos investimentos poderão ser postergados são um abatedouro de frangos em Campo Verde (MT) e um de suínos em Mafra (SC). Os investimentos previstos são da ordem de R$ 630 milhões e R$ 650 milhões, respectivamente. Já a fábrica de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, um dos principais mercados da Sadia, exigiria gastos de R$ 150 milhões. No Brasil, seriam geradas 8.000 vagas e, nos Emirados, 700. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 8 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 9 Alta dos alimentos causa mudança de hábito alimentar Uma nova pesquisa encomendada pela BBC indica que 60% das pessoas em 26 países pesquisados estão sentindo muito os efeitos da alta global dos preços dos alimentos e quase metade (43%) se viram obrigadas a mudar seus hábitos alimentares por conta disso. A pesquisa ouviu 27.319 pessoas em Austrália, Brasil, Canadá, China, Costa Rica, Egito, Estados Unidos, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Quênia, Líbano, México, Nigéria, Paquistão, Panamá, Filipinas, Polônia, Rússia, Coréia do Sul, Espanha, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido. De acordo com o levantamento, muitas famílias, sobretudo aquelas que vivem em países em desenvolvimento, cortaram gastos com os alimentos porque consideram o custo muito alto. A situação mais preocupante foi encontrada nas Filipinas e no Panamá. Nos dois países, 63% das famílias ouvidas no estudo disseram que estão diminuindo o consumo de alimentos. A pesquisa também revelou que 70% das pessoas em todo o mundo estão insatisfeitas com as políticas de governo adotadas em seus países para tornar os preços dos alimentos mais acessíveis. O levantamento foi conduzido entre 8 de julho e 15 de setembro pela empresa de pesquisas internacional GlobeScan com o Programa sobre Atitudes Políticas Internacionais, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Um fato interessante e que deve amenizar a alta do alimentos é que com o agravamento da crise econômica global, o preço do barril de petróleo está caindo. Conseqüentemente, o valor das commodities agrícolas também deve recuar - já que um petróleo mais barato significa fertilizantes e custos de redistribuição menores. Diante de possível recessão frigoríficos refazem planos O Minerva é um dos que estão se adequando à nova para os próximos cinco anos, mas a discussão em torno realidade da economia mundial. O principal objetivo dele já é contagiada pela crise financeira. João Nogueira é proteger o caixa”, diz Fernando Galletti de Queiroz, Batista, CEO da empresa, afirma que a maior parte dos presidente da empresa. Segundo ele, o plano para 2009 aportes de R$ 1,8 bilhão previstos para 2008, já está previa a construção e possíveis aquisições de fábricas, aplicada. Um dos investimentos em curso é a construção mas no novo cenário a empresa está mais cautelosa. de uma unidade em Diamantino (MT), que deve começar “Continuamos olhando [possíveis aquisições], mas mais a operar em 2009. Se os valores dos ativos recuarem, o na linha de diversificação geográfica, não de ampliação Bertin também não descarta aquisições. do que já temos”, afirma. Para Batista, o consumo de alimentos sofre menos Joesley Batista, presidente da JBS, a maior empresa de num ambiente de recessão, mas caso a crise se aprofunde carne bovina do mundo, concorda que o arrendamento é pode ocorrer a substituição de produtos mais caros por uma alternativa. Mas não descarta ir às compras em 2009 itens mais baratos. - no Brasil, se houver oportunidades. “Ninguém vai parar de comer”, concorda Marcos A Perdigão, outra que investiu bastante em aquisições Molina, presidente do Marfrig. O empresário acredita que recentemente, também mostra cautela. Segundo Nildemar o consumidor pode optar por produtos mais baratos ou Secches, presidente da empresa, o momento é de finalizar deixar de comer no restaurante para fazê-lo em casa por a integração das operações com a Eleva, forte em lácteos, conta da crise. Segundo Fernando Queiroz, do Minerva, comprada em outubro de 2007. No segmento de bovinos, a demanda até agora não caiu no Brasil e em países de a companhia fará o que chama de “parada técnica”. “A Oriente Médio, Leste Europeu e Extremo Oriente. pior coisa para comprar numa liquidação é o que você não precisa”, compara José Antônio Fay, presidente da eventual recessão - com aperto no crédito - pode até elevar a Perdigão. demanda por bens de consumo. “Numa recessão, o consumidor pode optar por não trocar o automóvel, por exemplo”. O Bertin, ainda não definiu seu plano de investimentos Para Mauro Pilz, presidente do frigorífico Mercosul, uma R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 10 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias Receosa com a crise Aurora adia investimentos A Coopercentral Aurora, central de cooperativas sediada em Chapecó (SC), informou que, em virtude da crise global, adiará investimentos e que essa postergação envolverá R$ 871 milhões em obras que estavam previstas para começar apenas em 2009. Além da construção de um novo frigorífico em Canoinhas (SC), orçado em cerca de R$ 400 milhões, e da ampliação da unidade de suínos em São Gabriel do Oeste (MS), em um total de R$ 71 milhões, a cooperativa adiará outros R$ 400 milhões que seriam aplicados em Carazinho (RS), em uma nova unidade cuja construção começaria somente no ano que vem. O prefeito de Carazinho/RS, Alexandre Goellner, deverá se reunir com o presidente da Cooperativa Aurora, Mário Lanznaster, para tratar sobre a suspensão do investimento de R$ 400 milhões. "É necessário fazer adequação do cronograma. Precisamos definir se devemos agilizar o processo de aquisição da área, que já está em andamento, ou aguardar para confirmar a compra". O prefeito afirmou que os compromissos serão mantidos e que o valor para aquisição da área está no orçamento de 2009. "É um momento de cautela. Algumas expectativas de Carazinho foram frustradas com a notícia, mas estamos otimistas que esta crise econômica será revertida e o investimento, confirmado", destacou. O presidente da Cotrijal e conselheiro da Aurora, Nei Mânica, disse que a decisão é prudente. "É preciso deixar claro que o investimento não saiu de pauta, apenas foi adiado", argumentou. O projeto da Aurora em Carazinho prevê instalação de abatedouro, incubatório, granjas e fábrica de rações. A unidade terá capacidade de abater 300 mil aves/dia e deverá gerar 3,2 mil empregos. MS: com oferta reduzida, número de abates continua baixo Os abates de bovinos de Mato Grosso do Sul tiveram reação de 6,2% em outubro na comparação com setembro último, mas ainda assim continuam abaixo do mesmo período do ano passado, segundo dados da SFA (Superintendência Federal de Agricultura). Foram abatidos em outubro 225.468 animais, contra 212.300 em setembro. Naquele mês, os abates com SIF (Serviço de Inspeção Federal) atingiram o menor nível desde 2005. Em outubro ano passado foram 228.233 abates de bovinos. No ano são 2.621.063 bovinos abatidos, número 10,5% menor que o acumulado de janeiro a outubro de 2008, o que corresponde ao equivalente a um mês de abate. A redução dos abates reflete a queda de oferta de animais ofertados pelo produtor rural e do grande descarte de matrizes dos últimos anos. Na concorrência pelo produto, os frigoríficos maiores, geralmente exportadores, conseguem oferecer melhores preços ao criador e os menores acabam com capacidade ociosa. Vários já fecharam ou anunciaram a suspensão de atividades. Um caso é o Campo Oeste, em Campo Grande, que deixou dívida estimada em R$ 12 milhões com pecuaristas. Em novembro foi anunciado que o frigorífico Estrela, de Ribas do Rio Pardo, deve suspender as atividades. O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Junior, afirma que o momento é de "sinal amarelo" para os produtores devido aos problemas no setor. Ele explica que a Famasul tenta criar uma câmara de arbitragem para discutir mecanismos e acordos para evitar grandes perdas aos produtores. 11 Em 25 anos, participação das aves no abate inspecionado cresce 82% Breve retrospectiva nos dados do IBGE mostra que em 1983 (um quarto de século atrás), o maior volume de carnes produzidas em estabelecimentos sob inspeção (federal, estadual ou municipal) provinha de bovinos - 56% do total, mais da metade das carnes produzidas sob inspeção. Então, as aves (cujos dados, naquela época, incluíam não só o frango, mas também galinhas, perus, patos, marrecos e codornas) respondiam por cerca de 29% das carnes produzidas, cabendo os restantes 15% aos suínos. Os dados relativos ao primeiro semestre de 2008 demonstram que houve mudanças bastante significativas nesse quadro. No período, a participação dos bovinos no abate inspecionado (tonelagem produzida) foi de 35% - um retrocesso, portanto, de 38% em 25 anos. A dos suínos também retrocedeu, mas em nível mais moderado, 14% a menos. Dessa forma, o único ganho foi das aves (agora, exclusivamente frangos), cuja participação no abate inspecionado subiu de 29% para 52%, um incremento de participação de 82% em 25 anos. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 12 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 13 R e v i s t a Carne de frango será a mais consumida pelos brasileiros também em 2009 Se as previsões do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estiverem corretas e as atuais turbulências da economia não atrapalharem, em 2009 os brasileiros deverão consumir, em média, 90,3 kg per capita das quatro principais carnes – bovina, suína, de frango e de peru. O consumo Carnes Evolução do consumo dos brasileiros entre 2003 e 2009 (2008: preliminar; 2009: projeção) KG per capita Consumo Ano Bovina Suína De Frango De Peru total 2003 34,2 10,6 31,2 0,9 76,9 2004 34,4 10,6 32,1 1,0 78,1 2005 36,0 10,3 35,0 1,1 82,4 adicional, ou 7,8 kg) deve ser garantida pela carne de 2006 36,4 11,4 35,8 1,0 84,6 frango, cujo consumo per capita em 2009 deve chegar aos 2007 36,8 11,7 38,1 1,4 88,0 39 kg, quantidade que representa expansão de 25% sobre 2008 37,2 12,1 38,5 1,5 89,3 2003 e mantém o produto (pelo terceiro ano consecutivo) 2009 37,3 12,4 39,0 1,6 90,3 como a principal carne consumida pelos brasileiros. Var. 9,06% 16,98% 25,00% 77,78% 17,43% 03/09 +3,1KG +1,8KG +7,8KG +0,7KG +13,4KG previsto corresponde a um adicional de 13,4 kg per capita (ou quase 17,5% a mais) que o estimado para 2003. A maior parte dessa expansão (58% do volume No acréscimo previsto, a contribuição da carne bovina será de 3,1 kg, volume 9% maior que o consumido em Fonte:USDA – Elaboração e análises: AVISITE 2003, vindo a seguir a carne suína, com expansão de pouco significativo, de cerca de 1,5 kg per capita em cerca de 17%, o que significa adicional de 1,8 kg. 2008. Se no ano que vem tiver um consumo per capita de 1,6 kg, como prevê o USDA, a expansão de consumo da De toda forma, o maior índice de expansão vem de outra carne avícola, a de peru, cujo consumo continua carne de peru será de mais de 77%. UE: Brasil será “gigante exportador” agrícola até 2017 A União Européia avalia que o Brasil consolidará seu status como “exportador gigante” de produtos agrícolas até 2017, visto seu domínio nas vendas de oleaginosas, açúcar, etanol, carnes bovina e de frango. Já a UE deve perder espaço nas vendas de grãos, açúcar, lácteos e carnes. A exceção será para o trigo, cujas exportações deverão aumentar. Os Estados Unidos continuarão líder no comércio de trigo e de milho, principalmente. A nova projeção européia para o comércio agrícola global prevê que o Brasil vai passar os Estados Unidos como maior produtor mundial de óleo de soja em 2016/17. O Brasil e a China (como importador) representarão mais da metade desse comércio em 2010. Argentina e EUA continuarão na liderança das exportações. A UE projeta para o etanol o domínio do Brasil como exportador e dos Estados Unidos como importador. O comércio internacional deve crescer velozmente, pelos cálculos de Bruxelas. As exportações brasileiras podem alcançar 13 bilhões de litros dentro de dez anos, pelo cenário europeu. O setor de carnes como um todo manterá sua expansão, graças ao aumento da população mundial e maior renda nos países em desenvolvimento. O comércio deve aumentar 2,5% ao ano. O Brasil ganhará mais da metade do crescimento, com 30% das exportações globais de carnes em 2017. Os Estados Unidos também ganharão fatias de mercado. A Rússia permanecerá como o maior importador líquido, seguido pelo Japão. A China representará mais de 40% do crescimento da demanda, mas isso terá menos impacto no comércio mundial porque o consumo pode ser atendido em grande parte pela produção doméstica. O Brasil continuará dominando o comércio de carne bovina, com 47% das exportações mundiais. Também poderá mais que dobrar suas exportações de carne de porco. E será o único país onde a produção de frango é prevista para aumentar significativamente mais rápido do que o consumo, consolidando sua posição de maior exportador, a frente dos EUA. G r a x a r i a B r a s i l e i r a 14 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 15 Frango ou automóvel? Quem merece mais apoio? “Tomamos essa decisão porque a indústria automobilística tem uma cadeia extraordinária e nós não queremos que deixe agronegócio brasileiro nos próximos 10 anos, o Ministério Referindo-se à frase acima (atribuída pela imprensa ao da Agricultura também fez projeções em torno da possível Presidente Lula ao informar que o governo, através do Banco participação do Brasil no mercado internacional (leia-se: do Brasil, atuará no financiamento de automóveis), um exportações) por volta de 2018/2019. E apontou, entre empresário do setor avícola perguntava ontem se o Presidente sete produtos agropecuários brasileiros hoje negociados da República não se equivocou, mencionando “indústria internacionalmente, que a maior parcela de participação deve automobilística” em vez de “indústria avícola”. Porque – ser detida pela carne de aves – o que pressupõe carne de bradava o empresário – “a indústria avícola, sim, é que tem frango e de peru, mas principalmente a primeira. uma cadeia extraordinária; além de ser um dos carros-chefe mais importantes da economia brasileira”. Alinhava algumas razões para comprovar sua tese: 1 – Só de frango in natura, a avicultura brasileira já exportou 4 – Na indústria automobilística, paralisações não causam perdas maiores para as empresas: a matéria-prima não neste ano (até outubro) mais de US$5 bilhões. Trouxe para o se perde, fica estocada. Na avicultura, vão simplesmente Brasil, em receita cambial, um bilhão de dólares a mais que para o lixo investimentos (em animais de produção e os automóveis. Sem precisar pagar “royalties”; reprodução) que, em alguns casos, datam de até três anos. E 2 – Ao contrário da indústria automobilística, concentrada a perda ou interrupção desses investimentos não só afeta os em alguns pólos industriais, a avicultura está espalhada por procedimentos de uma longa cadeia, como também requer todo o Brasil – e na área rural. Mas não se esgota na mera um longo prazo para recuperação plena; produção de aves ou ovos: sustenta um infindável número de 5 – O efeito final de uma paralisação na indústria atividades satélites e vêm gerando a riqueza de municípios que até recentemente eram extremamente pobres; 3 – O contingente humano empregado pela avicultura é automobilística será menos gente andando de carro zero quilômetro; o efeito de uma paralisação na indústria avícola pode ser a fome, porque além de ser a carne mais barata muitíssimo maior que o de toda a indústria automobilística oferecida ao consumidor brasileiro, o frango é também a reunida. Pegue-se o pessoal empregado por uma das líderes carne mais consumida no País, respondendo por mais de 40% do mercado avícola e se constatará que supera o de muitas do abastecimento nacional de carnes. grandes montadoras. Porém, diferentemente da indústria automobilística, a mão de obra ocupada pela avicultura está sem novos automóveis, mas não pode viver um segundo no campo. Assim, o setor ajuda a evitar o inchaço ainda maior sequer sem a produção do frango”, o empresário conclama o dos grandes centros urbanos – inclusive dos que abrigam a setor a requerer o indispensável apoio oficial neste momento indústria automobilística; de crise. “É absolutamente justo!”, entende. Concluindo que o Brasil pode, momentaneamente, “viver Regime especial do DIPOA agora tem apenas três estabelecimentos Como tem feito habitualmente a cada início de mês, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), do Ministério da Agricultura, divulgou Nota Técnica em que atualiza a relação de abatedouros avícolas mantidos sob “regime especial de fiscalização” por burlas à legislação ou não-conformidades com os regulamentos legais. Na lista atualizada, apenas três estabelecimentos permanecem sob o regime especial – um catarinense, um paulista e um paranaense. Dos três, o que se encontra há mais tempo sob vigilância restrita do DIPOA é o estabelecimento de Santa Catarina: há praticamente um ano, ou seja, desde 5 de dezembro de 2007. De toda forma, esse abatedouro, a exemplo do abatedouro paulista, apenas tem seus produtos sujeitos à análise prévia do DIPOA antes da liberação para comercialização. Já o estabelecimento paranaense permanece interditado desde 30 de julho passado. Nas projeções que divulgou sobre as tendências de produção e exportação dos principais produtos do de ser um dos carros-chefe da economia brasileira”. MAPA: em 10 anos Brasil pode deter quase 90% do mercado de carne de frango Pelas projeções do MAPA, em 2018 a participação da carne bovina no comércio mundial praticamente dobrará, passando de 31% para 60,6% do total. A participação da carne suína também dobrará, mas como ela alcança, no momento, apenas 10% do comércio mundial, sua participação no total comercializado será pouco superior a 20%. Já a carne de aves, cujas exportações neste ano devem representar 44,6% das exportações mundiais, pode se expandir a um nível que dobraria sua participação atual e que, nas projeções do MAPA, pode chegar a 89,7% do total comercializado mundialmente. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 16 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Notícias 17 Em 10 anos produção de carne de frango cresce 56%, aponta projeção do MAPA As “Projeções do Agronegócio 2008/2009 a 2018/2019”, aumento na oferta interna da ordem de 38%. E, novamente, divulgadas pelo Ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura, vem da carne de frango a maior contribuição: 44% de indicam que nos próximos 10 anos a produção brasileira de expansão, índice que corresponde a um incremento anual carnes deve registrar aumento de pelo menos 50%, o que médio pouco superior a 3,5%. significa passar dos 24,6 milhões de toneladas previstos para 2008 pelo MAPA para cerca de 37,2 milhões de toneladas o MAPA, a recessão mundial, o protecionismo dos países e em 2018. mudanças climáticas severas. Nessa expansão, a maior contribuição virá da carne de frango, cuja produção deve chegar aos 17,4 milhões de toneladas, 56,72% a mais que os 11,1 milhões de toneladas previstos para 2008. Vem a seguir a carne bovina, com expansão de 49,41% e, por fim, a carne suína, com E que fatores podem influir nesses resultados? Segundo perto de 37% de incremento. E se tudo isso se confirmar, 2018 Var. Produção Considerado um dos setores prioritários na estratégia do governo de tentar minimizar o impacto da crise financeira mundial no crescimento do país no ano que vem, o agronegócio apresentou sua fatura à equipe econômica. Depois da injeção de R$ 13 bilhões neste ano, os agricultores pedem mais R$ 3,5 bilhões até o início de 2009, além de uma solução para R$ 75 bilhões em dívidas das três últimas safras e a criação de um fundo com dinheiro do Orçamento da União para reduzir o risco atribuído ao setor pelos bancos e permitir que os produtores possam tomar novos empréstimos para a safra 2009/2010. Tudo isso, de acordo com a nova presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), precisa ser acompanhado da definição “de uma política de abastecimento e renda”. Carnes Tendências de produção, exportação e oferta interna no Brasil entre 2008 e 2018 Milhões de toneladas 2008 Ruralistas pedem mais R$ 3,5 bi para enfrentar a crise Na prática, isso significa novas regras para os subsídios dados pelo governo para seguro rural, diminuição da carga de juros e garantia de um preço mínimo para os produtos na época da comercialização. O setor rural tem a seu favor o temor do governo de que a crise global interrompa a onda de crescimento econômico justamente nos dois últimos anos do governo Lula. “O cenário é preocupante e a população sentirá as conseqüências desta crise quando ela atingir a mesa”, afirmou a senadora, traçando quadro ameaçador. “Chegamos ao nosso limite. Máquinas estão sendo arrastadas, recursos para comercialização da safra atual são insuficientes e não há crédito para a safra 2009/2010”, diz. a participação do frango na produção brasileira de carnes, Frango 11,130 17,443 56,72% atualmente da ordem de 45%, subirá para perto de 47%. Bertin inicia operações na Europa Bovina 10,382 15,512 49,41% O aumento de produção previsto vai servir, sobretudo, Suína 3,107 4,252 36,82% para atender as exportações que, na visão do MAPA, devem Total 24,619 37,207 51,13% deve ocorrer com a carne bovina, cujo volume exportado Frango 3,615 6,602 82,63% Bertin Alimentos concluiu a aquisição de 50% da Riggamonti, a maior produtora quase dobrará em relação a 2008. As vendas externas de Bovina 2,400 4,626 32,75% italiana de bresaola, especialidade gastronômica, tradicional na Itália, feita com carne suína também devem apresentar aumento significativo, Suína 0,625 1,113 78,08% cortes de coxão mole. A Riggamonti tem 40% desse mercado e faturou 130 da ordem de 78%, enquanto as de carne de frango poderão Total 6,640 12,341 85,86% milhões de euros em 2007. crescer pouco mais de 85%. Neste caso, a maior expansão apresentar expansão média anual pouco superior a 6%, isto significando incremento de 82% até 2018. Porém, mesmo ampliando francamente as exportações, o setor produtor de carnes não deixará desabastecido Exportação Oferta Interna Frango 7,515 10,841 44,26% Bovina 7,982 10,886 36,38% Suína 2,482 3,139 26,47% Total 17,979 24,866 38,31% o mercado interno, já que para o período é previsto um Fonte: Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) do MAPA Elaboração e análises: AVISITE 50% da companhia italiana, a B&M pagou 17 milhões de euros, conforme Batista. expectativa de Merlo é que essa quantidade aumente. 26 e 27 de março. As chamadas para os trabalhos apresentandos já foram abertas pelo Sincobesp. Para a edição de 2009 já foram confirmados as presenças de diversas autoridades: Reinhold Stephanes (Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Roberto Rodrigues (Coordenador do Centro de Agronegócios FGV), Roberto Mangabeira Unger (Ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos) e Silvio Crestana (Presidente da Embrapa). Com a participação de empresas nacionais e internacionais, e visitantes de outros países da América Latina, da Itália e USA, o evento consolida o Brasil dentro do cenário mundial graxeiro. Durante dois dias a mais avançada tecnologia, as empresas mais significativas e os visitantes mais interessados encontrar-se-ão em São Paulo, a capital de negócios do país. Convidamo-os a participarem deste evento, mostrarem seus produtos aos profissionais, dirigentes, técnicos e compradores do mercado global que estarão presentes, realizando contatos e novos negócios. Com a operação, a Bertin inicia atividades de processamento na Europa. A empresa já está no Uruguai e Paraguai, com abate de Frigorífico vai suspender abate de aves por 6 meses Mesmo dobrando o número de expositores para 2009, já foram vendidos todos dos estandes para a edição do próximo ano, que será realizado nos dias Segundo Claudio Merlo, sócio da B&M, antes das restrições da Europa à carne bovina in natura do Brasil, praticamente toda a matéria-prima para produzir a bresaola (90%) era brasileira. Agora, a fatia corresponde a 10% do total. Mas a bovinos, e China, com curtume. "É a primeira experiência [na Europa]. Vamos começar devagar", afirmou o presidente-executivo. A Fenagra 2009 – Feira Nacional das Graxarias, em sua 4ª edição constitui o mais importante evento nacional do setor de graxarias no Brasi. Aquisição foi concluída seguindo a estratégia da empresa de agregar valor a seus produtos, disse o presidente-executivo da Bertin, João Nogueira Batista. Pelos Através da Bertin&Merlo (B&M), empresa de distribuição baseada na Itália, a Com o apoio do Sincobesp – Sindicato Nacional dos Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal – o evento é direcionado a toda a cadeia produtiva do setor – graxarias, fabricantes de máquinas/equipamentos, produtos e matérias-primas, tecnologia, serviços e seus clientes. Maiores Informações: Daniel Geraldes Tel/Fax.: (55) 11 3213-0047 [email protected] A direção do frigorífico Diplomata (antigo Frango Vit/Comaves) anunciou que vai suspender os abates por seis meses. O motivo seria a reforma da unidade em Campo Grande, mas a informação já colocou os produtores de frango em alerta. O medo é de que os abates não sejam retomados depois deste período. A Diplomata já comunicou aos seus 40 parceiros da indústria, que criam os frangos, sobre a suspensão. Os produtores de aves integrados, muitos deles totalmente dependentes da atividade, estão preocupados. O produtor Claudemir Talgatti conta que a comunicação sobre a suspensão dos abates não foi feita por ofício, apenas verbalmente e gera preocupação aos integrados, que fizeram investimentos e que não podem ficar parados por meio ano. “Vamos buscar uma solução”, diz. Ele diz que alguns integrados diversificam a atividade e conseguirão se manter no período de suspensão de abates com outros produtos, como leite, por exemplo. “E quem depende só das aves?”, questiona. Há ainda receio de que a unidade não volte a abater após os seis meses de suspensão. Os produtores integrados também reclamam dos valores pagos pelos animais, cerca de R$ 0,20 por cabeça, quando para remunerar os custos, segundo eles, o ideal seria R$ 0,30. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 18 Em Foco 1 19 Por: Antonio Noca Freire –Auditor Ambiental R e v i s t a R e v i s t a G r a x a r i a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Subproduto Animal: indústria ou recicladora!? Nas últimas décadas experimentamos mudanças sig- B r a s i l e i r a ral e estadual, cobrando a omissão dos estados brasilei- nificativas quanto à consciência ambiental. O radical de ros ao cumprimento da legislação vigente. bandeirinha deu lugar ao profissional do meio ambiente, ao técnico, ao científico, e a mudança surge através de no- como eram conhecidas são, hoje, fundamentais para os vas formas de cobrança, legal ou competitiva. A primeira grandes aglomerados humanos, como as metrópoles e as através de resoluções reguladoras, como as do Conselho megalópoles. Imaginem o que representaria a paralisação Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, que estabelece desta atividade, desse setor. Representaria um impacto critérios de padrões científicos para minimizar ou miti- de alguns milhões de toneladas de vísceras animais, so- gar os impactos causados por esta ou aquela atividade bras de aves, penas, ossadas e restos animais, em estado produtiva. A segunda, focada na normatização Interna- de putrefação. A conseqüência imediata seria o abando- tional Organization for Standardization – ISO, como uma nados nas ruas, estradas, em terrenos esmos, lançados forma de pressão competitiva, um diferencial que garante nas lagoas, provocando nuvens de urubus cobrindo os o compromisso de preservar e respeitar o meio ambiente centros urbanos, a proliferação de uma série de doenças para esta e para as futuras gerações. infectocontagiosas e o estado legal não tem, não teria condições imediata de realizar um contingenciamento Entretanto, identificamos uma atividade produtiva, As “Graxarias”, denominação antiga para a atividade, que exerce um papel extremamente importante para a para esta situação. sociedade urbana, além de gerar empregos, a indústria de derivados e de subprodutos animais, a que recolhe os os- que recolhe todo esse resíduo impactante, tritura-o e o sos, as vísceras e outros subprodutos animais que estão transforma em subproduto para outras atividades indus- proibidos de serem depositados nos aterros sanitários, triais, como insumo para a produção de sabão, ração ani- lixões ou em valas sépticas. mal e biodiesel. Então não podendo ser depositado em aterros sani- A atividade, hoje é denominada de Reciclagem Animal, Como está evidenciado essa atividade realiza uma tário, deveriam ser montados mega-incineradores para ação socioambiental, assim não estaria à legislação sendo atender a demanda de milhões de toneladas geradas dia- injusta, cobrando-lhe impostos, sobretaxando de obriga- riamente em todo Brasil? E ainda, o Brasil sendo o maior ções tributárias, fiscalizações rígidas e abusivas? exportador mundial de carne (não exporta ossos e nem vísceras) este volume aumentaria substancialmente. Esta a mudar e corrigir essa falha e passar essa atividade in- responsabilidade de incinerar seria do governante? Então dustrial para atividade recicladora, inclusive isentando de onde está o órgão federal, os estaduais e os municipais impostos, e ao contrário do que ai está incentivar a pro- de fiscalização que já deveriam exigir do próprio governo dutividade de tal atividade, que realizar uma de mitigação o cumprimento da legislação vigente? e eliminação de um “Passivo Ambiental” para a Prefeitura, para os Estado e para a União? Caberia ai uma intervenção do ministério público fede- Os legisladores e os governantes estariam propensos 20 Capa 21 Por: Paulo Celestino da empresa. Tornar o processo de produção muito mais homogêneo, reduzindo as falhas e interrupções da produção estão entre as principais motivações. A segurança é outro fator, ao deslocar a mão-de-obra para atividades gerenciais, em vez de manter operadores lidando diretamente com a produção. Uma eventual economia, tanto de energia, como de mão-de-obra, é ainda outro motivo para ser levado em consideração. Outros pontos defendidos pelos empresários do setor são a redução dos custos de manutenção e o aumento do tempo de disponibilidade das máquinas. A área de automação é marcada pela variedade, desde os produtos colocados pe- las empresas do ramo, até soluções criadas por elas. A variação de preços também é grande. Por sua vez, os níveis de automação vão de sistemas mais simples aos mais complexos, dependendo do tamanho das plantas. Entre os processos nos quais a automação pode ser utilizada estão abertura e fechamento de válvulas; injeção de vapor; recepção e pesagem dos produtos; acompanhamento do tempo de processo de caldeiras e digestores; controle da velocidade dos processos para se obter a máxima eficiência, entre outros. “Em geral, os seus usos são indicados principalmente onde há processos constantes e repetidos, para que não haja a necessidade de trabalho físico, A dispensando operadores diretos”, afirma Ferreira. automação industrial ingressa nas graxarias tendo as normativas do Mapa como porta de entrada, mas empresas especializadas querem mostrar que podem contribuir ainda mais para a melhoria do segmento Um mundo a se descobrir Ainda segundo ele, para conduzir a automação dentro das empresas, há de se ter muito cuidado. Em primeiro lugar, o investimento é algo que exige uma reflexão dos empresários e depende muito do tamanho da empresa. Portanto, está diretamente ligado à escala de produção. O custo para automatizar uma pequena ou grande produção pode ser o mesmo. É necessário ainda avaliar bem antes de se investir. “É preciso perguntar para quê a graxaria necessita da automação, o que se espera dela. Há um retorno imediato, que pode ser agregado para a empresa, como um ambiente mais limpo, seguro e confiável. Com isso, sobra mais tempo para se ganhar dinheiro. Mas, financeiramente, é importante ter em mente que os retornos são a médio e longo prazo”, coloca o consultor. Uma coisa é fato: de forma geral, a indústria de automação registra um bom ano no exercício 2008, com muitas vendas e ampliação da carteira de clientes. As empresas Quando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tizadas. Porém, há uma certeza: a automação tem muito utilizaram a normativa do Mapa como cartão de visitas para promover uma maior apro- exigiu a implantação de esterilizadores com características a contribuir com a melhoria de processos e a qualidade ximação com as graxarias. Daí por diante, esperam ampliar o leque de produtos a se- automáticas, muitos empresários se depararam com um di- final dos produtos de qualquer área industrial. rem fornecidos e também de projetos completos de automação nas graxarias. Mas os lema. Os custos, eficiência e, até mesmo, a necessidade da Nas graxarias, especificamente, o quadro está mudan- empresários já consideram um cenário de expectativa para 2009. Com menos crédito e esterilização da farinha são ainda hoje questionados. Polê- do e tem uma motivação muito clara. A grande porta de financiamentos, a perspectiva é de que as graxarias invistam menos em equipamentos micas à parte, a normativa terminou levando um elemento entrada da automação no segmento tem sido a implanta- no próximo ano. Os executivos do setor já têm sentido sinais da crise. As empresas novo para muitas graxarias: a automação. Hoje em dia, ela ção dos esterilizadores de farinha, a partir das adequações que utilizam linhas de crédito federais já observam o alongamento de prazos para a está em todo lugar, apesar de passar despercebida em mui- às instruções normativas nº 34, de medidas de precaução liberação de recursos. Os financiamentos, como o Finame, do BNDES, já estão levando tos lugares. É só lembrar de coisas simples como o vidro contra a Febre Aftosa, e nº 15, de Boas Práticas de Produção mais tempo para ser aprovados. elétrico do carro, o caixa eletrônico do banco ou as cance- nas graxarias. Além dessa necessidade específica exigida las eletrônicas nas rodovias, que se utilizam da tecnologia. por Lei, há ainda um grande leque de processos que podem gundo os empresários e especialistas ouvidos, a médio e longo prazo, as graxarias te- Há quem diga que até os aviões serão não-tripulados – isto ser automatizados de forma independente ou em conjunto rão de buscar situações de menor custo operacional, até como estratégia para voltar a é, não vão precisar de pilotos – no futuro não tão distante. com outras atuações dentro das graxarias. ganhar o mais rápido possível assim que a tempestade passar e os ventos da economia Algumas graxarias brasileiras estão até partindo para voltarem a soprar mais calmamente. Os fabricantes acreditam nisto. “Como estamos muda a nossa vida, dentro das indústrias se dá uma automatização completa da fábrica. E, para isto, contam no setor primário, devemos sentir menos os impactos da crise”, afirma o diretor da revolução que muitas vezes não é percebida. Grandes com diversos tipos de soluções, até mesmo de empresas Hidromatic, Valter Toshio Fukunishi. Já o proprietário da Alphalink, Luis Alberto Cas- complexos industriais hoje são operados por sistemas locais. Segundo o consultor Alexandre Ferreira, há uma trucci, estima que 2009 será um ano difícil, mas ao mesmo tempo vê o período como eletrônicos e automáticos. No segmento das graxarias, transferência de conhecimento de outras áreas industriais uma oportunidade de explorar novos mercados. “Será um ano para as empresas se pre- a automação é uma área incipiente. A verdade é de que que já utilizam a automação e as adaptações para as graxa- pararem para o momento pós-crise. Quem sair na frente vai conseguir uma vantagem muitas das empresas ainda trabalham com sistemas an- rias têm se dado de forma competente. Além disso, há em- muito grande”, acredita. tigos, com tempo estimado ou visual de processo. Em presas já especializadas no segmento. Mas ele alerta que, muitos casos, de forma precária. Mas os empresários do independente da empresa, é importante haver um conheci- “qualquer” solução, amadora, sob o risco de trazer prejuízos, não só para as empresas, segmento já começam a conhecer mais o que a auto- mento e interesse pelo “chão de fábrica”. “Há empresas que mas para todo o setor. A seguir, conheça algumas das empresas que vêm atuando mação pode fazer por suas empresas. Não há números saíram na frente neste aspecto”, afirma. junto às graxarias na implantação de projetos completos de automação ou, de forma específicos de quantas plantas já se encontram automa- separada, fornecendo produtos automatizados. Se em pequenas coisas do dia-a-dia a automação São vários e bons motivos para se investir na automação Mas, no geral, acreditam que os investimentos não vão parar como um todo. Se- Mesmo em meio a períodos de “vacas magras”, o que não se pode acreditar é em 22 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Capa 23 Thor Máquinas e Produtos atua exclusivamente no desenvolvimento e implantação de Automação. Ele cita como exemplo um momento crítico, equipamentos como digestores (processo de cozimento), Para o supervisor de vendas da Thor, Paulo Caneda, a sistemas de automação de indústrias há mais de vinte anos, mas que mostra a seriedade com que a empresa trata o prensa (torta final) e decanter (separador de impurezas automação surge da necessidade de se buscar um padrão em diversos tipos de plantas, principalmente no segmento segmento. Eles realizaram um recall de 74 máquinas co- no óleo) podem entrar no processo”, ressalta. de qualidade nas fábricas de farinha, além de maior segu- de beleza e limpeza, como fábricas de sabão e sabonetes, mercializadas. A empresa detectou que as válvulas de en- rança. Na opinião dele, como a normativa do Mapa veio para glicerina e detergentes. Também acumula experiência em trada e saída de produto do esterilizador estavam com de- industrial, a Hidromatic busca desenvolver parcerias com disciplinar o processo produtivo nas fábricas, a automação indústrias como produção de fertilizantes, ácido sulfúrico feito. Segundo ele, foram gastos mais de R$ 2 milhões no o cliente para resolver problemas de produção e melhorar tem muito a contribuir com isto. “A automação pressupõe e cimento. Para as graxarias, a Alphalink engloba equipa- recolhimento dos produtos, sem custos para os clientes. a qualidade e a produtividade. A tecnologia empregada uma disciplina de processos. Ela garante que o produto fi- mentos e programas de automação do processo de esteri- “Isso mostra que a seriedade não se mede pelos anos de está disponível no mercado nacional, sendo adequadas nal terá a mesma forma e teor, com mais economia e mais lização exigidos pelo Mapa e também a automação como existência e reafirma que a Beta, apesar de ter apenas qua- às diversas aplicações. A empresa oferece o projeto com- qualidade. A automação é a ferramenta mais importante um todo, em processos como seqüenciamento da matéria- tro anos no mercado de graxaria, é uma empresa que veio pleto de automação de plantas e também outros produtos para tornar a indústria pecuária mais segura”, defende o prima, controle do cozimento nos digestores e segurança para ficar”, diz. de forma separada. Montam painéis de força e comando, supervisor. das caldeiras. O setor de automação da empresa atua com todo o pro- Com o perfil focado em soluções globais de automação vendem equipamentos como válvulas borboletas, guilho- Hidromatic Segundo informa Castrucci, um dos diferenciais da Al- tinas esfera, posicionadores atuadores, transmissão de cesso, desde a descarga da matéria-prima nas moegas de phalink é o atendimento. “Como estamos na linha de frente O diretor da Hidromatic, Valter Toshio Fukunishi, tam- pressão, sensores de nível e fins de curso. Configuram recebimento, passando pela trituração, carga dos digesto- da automação nas indústrias, tendo contato direto tanto bém aponta a automação como um diferencial em qualquer ainda os PLC’s e sistemas supervisórios para a interface res contínuos ou bateladas, prensas, moagem, esteriliza- com os controladores quanto com o pessoal de operação, indústria. Segundo ele, a automação garante o perfeito fun- do operador. ção, tratamento de gases, até os silos de armazenagem ou conseguimos entender e aprender rapidamente as neces- cionamento com a mínima ocorrência de erros, evitando ensacados. Por meio do seu departamento de engenharia, sidades específicas e adaptar nossos sistemas”, afirma. O ainda as paradas impróprias. Ao mesmo tempo, ele vê que ça a se ter atenção no atendimento da Norma. Segundo a Thor realiza o próprio desenvolvimento de toda a sua tec- desenvolvimento dos produtos é interno, portanto, não a automação também proporciona uma maior segurança de ele, algumas graxarias buscam adaptar a esterilização no nologia utilizando, para isto, simulações e protótipos insta- depende de terceiros. O software de supervisão é também bens materiais e das pessoas envolvidas no processo. próprio digestor. Com isso, muitos digestores não funcio- lados em clientes. desenvolvido pela própria empresa, cujo controle permite Na avaliação do diretor, o nível de automação nas gra- nariam adequadamente. “Além disso, há falhas conceitu- competitividade econômica, além de garantia de solução de xarias ainda é baixo, mas tem crescido significativamente ais no projeto, inclusive oferecendo riscos para os ope- novos desafios em prazos curtos. devido à nova regulamentação. Para Fukunishi, a procura rários, pois, normalmente, as válvulas de entrada e saída em 2008 foi diretamente proporcional às exigências do de produto são manuais e podem ser abertas a qualquer Mapa. Mas ele reforça que não é só o processo de es- momento, estando o digestor-esterilizador pressurizado terilização que tem potencial para a automação. “Outros ou não”, afirma. Ainda na sua linha de produtos, a Thor oferece as pren- sas Expeller com PLC, nas quais o cone de prensagem da massa é móvel, atuado por pistões hidráulicos. A máquina Beta Automação tem a carga automática controlada para que não trabalhe na potência máxima, assim como os moinhos de farinhas, Para Rubens Amado Neto, diretor-executivo da Beta, evitando paradas indesejáveis durante o processo. “Com a automação está ligada diretamente à qualidade do pro- isso, a máquina possui um força para extrair maior índice duto e à rentabilidade de uma empresa. “É cada vez mais de sebo da massa, oferecendo maior rentabilidade do que crescente a demanda por soluções para viabilizar o fluxo as prensas mecânicas”, explica. do processo de forma econômica e com qualidade. Isso é Um software também foi desenvolvido para gerenciar um diferencial estratégico. E só a automação proporciona processos como abrir e fechar válvulas, ligar ou desligar isso”, afirma. Na sua avaliação, as graxarias estão migran- motores, injetar vapor de forma totalmente automática e do aos poucos para os sistemas informatizados, principal- gerenciar os processos, entre outras atividades. A Thor mente aproveitando o cenário de liderança brasileira no notou uma preocupação muito grande de parte dos em- setor de proteínas. presários do setor de graxaria no que tange a área ambien- tal e o aproveitamento de energia. A partir disso, lançou são de fornecer equipamentos de alta qualidade, inovando dois novos produtos para a área de frigoríficos. O Sistema e criando soluções para seus clientes. Empresa 100% na- Trocador de Calor, para tratar gases dos processos de co- cional e nova no segmento de graxarias, acumula grande zimento de resíduos com co-geração de energia térmica experiência em diversos segmentos. “Esse nosso conheci- e o Sistema de Queima de Rúmen, que seca os resíduos mento está sendo colocado à disposição das graxarias”, intestinais e ruminais gerados nos frigoríficos que abatem afirma. Ainda segundo ele, no processo de busca por solu- bovinos, gerando matéria-prima a ser queimada na forna- ções práticas, a Beta busca um contato direto com o clien- lha da caldeira. te, ouvindo suas necessidades. “Só no chão de fábrica se Amado Neto define a empresa como jovem, com a mis- aprende”, disse. Alphalink Automação A Beta proporciona a opção de automação completa de Segundo o proprietário da Alphalink, Luiz Alberto Cas- plantas ou instalação separada de produtos, como esterili- trucci, a empresa teve os esterilizadores como carro-chefe zadores de subprodutos e válvulas do tipo guilhotina auto- dos produtos na busca do atendimento à normativa do matizadas. Recentemente, lançou no mercado os kits para Mapa. No balanço geral, Castrucci avalia que 2008 foi um coleta automática de resíduos, que reduzem custo e mão- ano “extremamente” positivo para a Alphalink, com aumen- de-obra, facilitando ainda o carregamento de caminhões to de faturamento e expansão da base de clientes. nos pontos de coleta. Uma das pioneiras no setor da automação, a empresa O diretor ressalta a importância do pós-venda na Beta Mas o diretor destaca que há uma questão de seguran- R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 24 Foco na qualidade Por: Claudio Bellaver R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Claudio Bellaver Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores Associados, Concórdia SC - [email protected] Digestibilidade em Pepsina Ligando o artigo escrito para a edição passada, em ambas as farinhas; mas, a diferença entre as duas que definiu o significado da qualidade, abordaremos a farinhas aumenta à medida que diminui a concentração seguir, em uma serie de artigos, variáveis identificadoras de Pepsina. da qualidade das farinhas e gorduras animais. da PB solúvel com menos Pepsina, há também maior S abe-se que na alimentação animal é importante diferenciação entre as duas farinhas. conhecer a digestibilidade dos nutrientes e energia Assim, a concentração de 0,0002% de Pepsina, é melhor dos alimentos. O meio mais adequado para isso é a do que as outras concentrações para classificar a determinação da digestibilidade diretamente no animal, digestibilidade da PB de farinhas animais. Por outro lado, havendo farta e conhecida literatura desse assunto é preciso cuidado no laboratório, pois as quantidades de da nutrição. Entretanto, os métodos in vivo, com enzima usadas são muito pequenas e sujeitas ao erro. vantagens de confiabilidade e boa repetibilidade, são Por isso, recomenda-se o preparo de concentrações caros e demorados. Por isso, as técnicas laboratoriais maiores (0,2%) para depois diluí-la, chegando a menor também são usadas para estimar o valor nutritivo concentração (0,0002 %). Sugere-se ainda que a filtração dos ingredientes. Um dos métodos para predizer que consta da técnica do AOAC, possa ser substituída a digestibilidade de proteínas animais é através da pela centrifugação a 2500 RPM e análise do N solúvel no Digestibilidade em Pepsina, analisando o Nitrogênio sobrenadante. Com isso, se ganha tempo sem perda de solubilizado pelo método. Esse procedimento guarda precisão, sendo que os demais passos do procedimento boa correlação com valores in vivo, é de rápida execução devem ser seguidos conforme o AOAC. e relativamente barato. Em geral os laboratórios que Digestibilidade em Pepsina (%) de Farinhas de Carne e Ossos (FCO) executam essa análise, baseiam-se no método original do AOAC, que iniciou com Pepsina na concentração de 0,2% e atividade de 1:10.000. Estudos recentes mostram que existem diferenças na solubilidade da proteína bruta (PB), quando comparado com as concentrações de 0,002% ou 0,0002% de Pepsina. Comparando na tabela abaixo, duas farinhas de carne e ossos, sendo uma de maior PB e de melhor qualidade que a outra, à medida que diminui a concentração da Pepsina há menor solubilidade da PB Portanto, embora haja uma diminuição Diferença Concentração FCO FCO na de alta PB digestibilidade 0,0002 33,7616 78,6777 44,92 0,002 65,2901 87,0494 21,76 0,02 90,9477 91,9651 1,02 0,2 90,9562 91,9653 1,01 de Pepsina (%) de baixa PB 26 Pet Food On Line 27 Por Claudio Mathias R e v i s t a R e v i s t a G r a x a r i a G r a x a r i a Claudio Mathias Consultor de Processos Industriais B r a s i l e i r a Especializado em Processos de Extrusão (Pet Food e Fish Feed) A EXTRUSÃO NO PREPARO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO (PET FOOD) A extrusão na sua história foi descrita por alguns pesquisadores como uma arte e em nossa atualidade sabemos que é uma ciência e encontramos grandes pesquisadores e indústrias de tecnologia a nível mundial trabalhando para aperfeiçoar e inovar cada vez mais este processo. Em linhas gerais pode- se definir o processo de extrusão como: “É o processo pelo qual amidos e/ou proteínas umedecidos, expansíveis, tomam forma plástica e são cozidos em um tubo sob uma combinação de umidade, pressão, temperatura e fricção mecânica”. A extrusão teve rápida aceitação como importante operação de processamento de alimentos devido a varias vantagens apresentada pelo processo. A versatilidade do processo de extrusão permite que uma ampla variedade de produtos tais como, rações aquáticas, farinha de soja integral, rações para cães e gatos bem como outras especialidades de rações com diferentes formas, densidades e qualidades nutricionais e sensoriais sejam produzidas através de um único sistema básico variandose apenas os ingredientes de formulação e as condições de extrusão. A extrusora realiza numerosas funções (todas elas simultaneamente), com tempo muito reduzido, caracterizando um processo bastante complexo. Para realizar este processo, as extrusoras dispõem de vários equipamentos e dispositivos cujo arranjo mecânico varia de acordo com o fabricante, porém pode-se dizer que os componentes ou sistemas básicos dos extrusoras são os seguintes: - Sistema de alimentação - Sistema de pré-condicionamento - Sistema de extrusão (canhão, eixo extrusora, roscas, camisas e matriz de formatação) - Sistema de corte Atualmente quatro tipos de extrusoras têm sido utilizados no processamento de alimentos para animais, são eles: extrusoras de cozimento STHT (short time/high temperature) de rosca simples, extrusoras de cozimento STHT de rosca dupla (twin-screw), extrusoras de cozimento por pressão e as extrusoras de cozimento a seco. Para melhor entender o processo não podemos resumir somente os aspectos do sistema de extrusão, pois para o processamento de alimentos para animais de estimação precisamos especificar todas as etapas envolvidas. As matérias-primas que compõe a formulação do produto e suas características físico-químicas bem como os padrões de qualidade das mesmas são na realidade o começo de tudo, pois é necessário definir quais matérias-primas serão utilizadas e conhecer qual a contribuição nutricional de cada uma delas e quais serão os efeitos da combinação das mesmas no processo de extrusão e na qualidade final do produto, pois muitas vezes nos deparamos com formulações onde todas as necessidades nutricionais são atendidas e com excelentes custos, mas em nível de processo não são viáveis. Ao ingressar na fábrica as matérias-primas devem ser avaliadas de acordo com padrões de qualidade previamente estabelecidos e após sua recepção devem ser estocadas adequadamente em silos ou em armazéns. Os grãos e os farelos peletizados devem passar por um processo de prémoagem antes de sua utilização no processo de mistura, pois para garantir uma boa qualidade de mistura, ou seja, uma mistura homogênea é importante que as partículas dos ingredientes que compõe a formula possuam uma distribuição de tamanhos adequados. Após a pesagem e mistura dos ingredientes a farinha resultante deve passar por um processo de moagem fina e nesta etapa não se deve pensar somente em produtividade de moagem em toneladas/h e consumo de energia em Kw/ tonelada, mas também no tipo de curva granulométrica oferecida pelo sistema de moagem, pois uma farinha com uma curva granulométrica adequada, resulta em um produto de excelente aparência e com menor geração de finos, e melhora a performance do processo de extrusão, pois auxilia no cozimento do produto e ainda minimiza o desgaste dos componentes do sistema. Chegamos à etapa de extrusão e aí a grande pergunta é: é este o coração da fabrica? Depende do ponto de vista, pois se avaliarmos o processo é nesta fase que ocorre a grande transformação, onde os amidos são gelatinizados , as proteínas são modificadas e a farinha que era sólida tornase uma material semi-líquido e transforma-se em produtos com formatos, densidades e cores diferenciados mas não podemos esquecer que se as etapas citadas anteriormente não estiverem de acordo não será possível obter os resultados desejados. Na sequência do processo de produção de alimentos para animais é necessária uma etapa de secagem ,pois devido a utilização de água e vapor durante o cozimento no processo de extrusão o produto resultante possui uma alta umidade que deverá estar em torno de 22 a 25% e por segurança alimentar, ou seja, para garantir a estabilidade microbiológica do produto é necessário reduzir esta umidade a um limite máximo no qual se obtém um produto com baixa atividade de água (< 0.62) a qual não permite o crescimento de fungos, leveduras e bactérias. Para o processo de secagem existem muitas opções de secadores em relação a marcas e modelos fabricados, mas basicamente são utilizados secadores horizontais e verticais, sendo que atualmente no Brasil o maior número de secadores em operação são do tipo horizontal, utilizando sistemas de aquecimento proveniente de vapor ou gás, sendo que o principio e o objetivo de todos é o mesmo, ou seja, reduzir uniformemente a umidade do produto com a maior eficiência possível, lembrando que a umidade interferirá diretamente na palatabilidade,na estabilidade dos produtos extrusados e na rentabilidade do processo sendo que o ideal é manter a umidade o mais próximo possível de 10 % e com atividade de água abaixo de 0.62%. Neste processo existem uma série de variáveis envolvidas e a escolha e o dimensionamento correto do equipamento é o primeiro passo. Após a etapa de secagem o produto recebe uma aplicação externa de líquidos e/ou pós para melhorar a sua palatabilidade. Nesta etapa do processo é muito importante a aplicação uniforme de gorduras e palatabilizantes ( líquidos e/ou pós) sobre toda a superfície do produtos , sendo que para isso existem diversos sistemas de aplicação atmosféricos e / ou à vácuo. A última fase do processo antes do empacotamento do produto é o resfriamento, e não menos importante que as outras etapas muitas vezes é esquecido e estudos mostram que problemas com fungos em produtos podem ser originários de um sistema de resfriamento sem eficiência e sem controle. Na próxima edição estaremos nos aprofundando mais sobre cada etapa do processo. B r a s i l e i r a 28 Entrevista 29 Por Paulo Celestino R e v i s t a grandes inquietações no setor. Por um lado, os preços G r a x a r i a RGB - E quais são as suas expectativas para 2009? da farinha e do sebo estão satisfatórios, por outro, Salvador - As expectativas para o ano de 2009 são houve uma redução bastante acentuada no volume e na de uma estabilização da crise mundial. Nossa empresa qualidade da matéria-prima processada, pois os abates pretende alcançar um crescimento de cerca de 15%. estão reduzidos e os animais abatidos estão com o peso médio menor. E isto leva uma a uma matéria-prima de qualidade inferior e, conseqüentemente, a um menor B r a s i l e i r a Salvador - Somos especializados na área de moagem assim as graxarias. A pouca oferta de boi gordo para para farinha de carne e sub-produtos animais em geral. abate é conseqüência, entre outras coisas, das chuvas Fabricamos e comercializados moinhos a martelo, escassas e irregulares dos anos anteriores, quando peneiras, chapas perfuradas para a caixa peculadora, o produtor foi obrigado a enviar para o abate grande pisos antiderrapantes, rotores, anéis, pinos e martelos quantidade de vacas. E isso levou a um desequilíbrio na para moinho. Contamos hoje com maquinário de alta oferta do bezerro de reposição no pasto. tecnologia para balanceamento de rotores. RGB - O senhor acompanha o segmento das RGB - Quais são os diferenciais dos produtos Salvador - Hoje, o setor se apresenta com uma Salvador - O diferencial nos produtos para graxaria Revista Graxaria Brasileira - Que balanço o senhor produtos e serviços voltados para as atividades de moagem e ruins. Na minha opinião, o ano de 2008 teve três em diversos setores além das graxarias. Grecco vê o segmento com outra “roupagem” quando comparado a tempos passados. Para ele, tornou-se mais organizado, “com empresários com auto-senso e consciência da importância da sua atividade dentro da cadeia produtiva de proteína animal”. Grecco avalia que 2008 foi um ano com períodos bons, excelentes e ruins. Apesar da crise, aposta na estabilização da turbulência e planeja crescimento para o próximo ano. A Revista Graxaria Brasileira também discutiu outros assuntos com o diretor, como a questão do biodiesel e os diferenciais de seus produtos. faz do mercado de graxarias em 2008? Salvador J. Grecco - A graxaria, como qualquer outra atividade, é cíclica, tendo períodos bons, excelentes realidades diversas nos três quadrimestres. O primeiro, de janeiro a abril, foi de expectativas, com um mercado pouco demandado para sebo e farinha, mas com boas Martec para as graxarias? “roupagem” muito diferente da de tempos passados. foi o desenvolvimento de modernos moinhos com Tornou-se mais organizado, tendo empresários com alta tecnologia e aprimoramento na área de farinha auto-senso e consciência da importância de sua de carne e sub-produtos em geral. O martelo é atividade dentro da cadeia produtiva de proteína fabricado em aço especial, com dureza de 62 RC, animal para o ser humano. Isso está ligado ao fato de usinado e cementado com camada de 1,8 mm, contra o Brasil possuir uma posição de grande importância um padrão de mercado de 1 a 1,2 mm, o que confere no cenário internacional, sendo o maior produtor de ao moinho mais capacidade de ajuste e durabilidade carne bovina do mundo. entre 30 e 40% maior. Além disso, contando com o desenvolvimento em parceria de chapas perfuradas, RGB - Qual foi o impacto da chegada do biodiesel? oferecemos peneiras com maior aproximação entre Salvador - O biodiesel teve um papel relevante as furações, o que pode aumentar a produtividade na no cenário. No entanto, alguns empresários mais área de moagem em até 50%. afoitos deram início a uma concorrência predatória na aquisição da matéria-prima, ampliando seus raios de atuação, fazendo coleta de matéria-prima acima de 500 quilômetros de suas plantas industriais. Isso onera a produção e minimiza resultados. Esta é uma De carona no mundo das graxarias. Assim o diretor comercial da Martec, Salvador J. Grecco vem acompanhando o segmento de perto há pelo menos 30 anos. A empresa na qual trabalha fornece moinhos e peças, entre outros segmento de graxarias? rendimento da produção final de sebo e farinha, onerando graxarias há bastante tempo. Como o avalia? Salvador J. Grecco (Martec) RGB - Quais os produtos fabricados por sua empresa para o prática antiga que os empresários têm que repensar. RGB - Como o senhor chegou a esses diferenciais? A sua empresa desenvolve tecnologia própria? Como se dá o processo de desenvolvimento de novas tecnologias em sua empresa? Salvador - Sim, desenvolvemos nossa própria tecnologia de produtos. Chegamos a esses diferenciais RGB - Havia uma expectativa de maior aquisição de máquinas e outros investimentos em processo em 2008 com a disponibilidade de crédito. A redução de crédito e de financiamentos é um dos primeiros efeitos da crise financeira mundial. Como a sua empresa vê o cenário a curto prazo? por meio de pesquisa e sugestões feitas por nossos clientes dentro das graxarias e frigoríficos, além de outros setores moageiros. O processo usado no desenvolvimento é efetuado pelo nosso competente departamento técnico. Nosso objetivo é oferecer maior produtividade, durabilidade e rendimento, aumentando perspectivas para os meses seguintes. As empresas Salvador - A crise globalizada dos bancos é um programaram grandes investimentos para atender a fator inegável, que afeta toda esta cadeia produtiva normas do Ministério da Agricultura e melhorias em e a economia como um todo. Até o momento, não suas plantas industriais. O segundo quadrimestre, de sentimos o efeito da crise financeira mundial em nossa maio a agosto, foi um momento de euforia para o setor. empresa, pois o mercado de fabricação de máquinas foi Salvador - A Martec desenvolveu materiais para As empresas passaram a colher os bons frutos de um estável no ano vigente. Os empresários do setor estão manutenção de todos os segmentos na área de trabalho que vinha sendo feito nos anos anteriores. confiantes, mas, como todos nós, estão cautelosos, moagem, entre eles, alimentos, mineração e fábricas O último quadrimestre, ainda em curso, está gerando revendo suas metas, redimensionando seus objetivos. de ração. assim o lucro de nossa clientela. RGB - Quais outros segmentos a Martec atende, além das graxarias? R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 30 Caderno Técnico 1 31 Por Don A. Franco, DVM, MPH The Franco Foundation R e v i s t a é identificado, Esta é uma situação perfeitamente de ingredientes/suplementos de rações para compreendida de gado, aves e aqüicultura e animais domésticos. alimentos, advogados de consumidores e outros Aceitando-se que seja verdade, e o pensamento ligados direta e indiretamente a alimentos, da minoria do cohorte de processadores. incluindo o pessoal técnico e profissional das G r a x a r i a agências e os políticos. indústria de processamento produz alimentos e O processo tornou-se basicamente político está sujeita ao significado ampliado de adulteração nas duas últimas décadas. É parte da realidade do de 1967 da Food and Drug Administration (FDA) mundo de políticas de segurança alimentar e das que afirma que os artigos usados em alimentos pressões para influenciar mudança em políticas e para animais estão incluídos na definição de regulamentos. É litigioso e envolve a promoção alimentos da Seção 201(f) da Federal Food, Drug, B r a s i l e i r a de agendas por grupos de interesses especiais, and Cosmetic Act (Lei Federal sobre Alimentos, tentando fazer com que seus vieses sejam Drogas e Cosméticos). ampliados, quer exista ou não apoio científico adulteração para afirmar ou validar suas posições. processados são tratados da mesma forma que produtora De acordo com as leis e regulamentação, a e Assim, aspectos de contaminação de produtos os alimentos para o homem – devem obedecer as segurança leis. Isto deve ser perfeitamente compreendido de alimentos não tenham fundamentos, mas pela indústria de processamento quando agentes mostra também que alguns grupos se tornaram do governo intervêm para investigar ou realizar tão emocionalmente envolvidos pelo âmbito auditorias. da segurança que eles não têm a paciência de examinar as nuances da ciência de risco, fator de processamento, tendo como base auditorias tão fundamental à objetividade e um pré requisito oficiais do governo tem um registro de obediência à tomada de decisões corretas. Freqüentemente que deveria ser inveja da indústria de alimentos, a emoção acaba vencendo a razão e não se com uma média de 95 ou mais de percentagem de consegue chegar a um consenso. obediência durante avaliações na ultima década. Isto algumas Uma obrigação da indústria de processamento indústria que Segurança Alimentar: pela não significa das obrigatoriamente preocupações com E isto é péssimo. A segurança dos alimentos A lei é clara e rigorosa. Felizmente, a indústria Comunicação bilateral entre a indústria e a e um empreendimento de sucesso quando as FDA garantindo a obediência contribuiu para o forcas trabalham com um programa único e em sucesso, Os processadores perceberam que a conjunto, respeitando as diferentes opiniões. não obediência custava um preço que eles não embaraçosos que acentuam falhas na segurança estavam preparados para pagar. salientando os problemas da cadeia alimentar nos alimentar e proteção ao consumidor. de alimentos deve continuar a procurar a Estados Unidos. Alguns editoriais sugeriram, nos Além disto, relatórios tipo do governo, GAO transparência que evoluiu nas duas últimas últimos meses, que o atual sistema de segurança ou semelhantes fornecem, aos advogados de décadas e manter o público informado sobre os Aspectos/Conceitos da Garantia de Segurança de Alimentos: alimentar não consegue proteger os consumidores consumidores, combustível para críticas e racional inúmeros programas instituídos para garantir e é, em si mesmo, um risco. Críticos e advogados para algumas das reformas propostas. Isto mostra o fornecimento de alimentos seguros. Alguns processamento é produzir e vender produtos de consumidores mencionam o relatório do claramente o atributo de transparência praticado regimes, como os programas de analise de risco e seguros por meio de sistemas operacionais U.S. Government Accountability Office (GAO) nos Estados Unidos e Canadá, fornecendo tanto ponto de controle crítico (HACCP), foram tornados para ganhar dinheiro e continuar no negócio. que culpa o atual sistema federal de inspeção aos que criticam como os que apóiam programas obrigatórios pelo governo, mas a maioria dos Este objetivo reconhece que cada empresa é alimentar citando, a partir deste relatório: “O atual abertos para aumentar o debate sobre as varias setores da cadeia alimentar implementaram proprietária sistema federal fragmentado causou coordenação perspectives de segurança alimentar nos dois voluntariamente medidas de prevenção e controle pela manutenção adequada e controles além e ineficaz e uso pouco eficiente de recursos… para países. No meio tempo, o publico continua para aumentar a segurança, com grandes custos acima dos requisitos regulatórios impostos pelo ajudar a garantir a detecção e resposta rápidas a preocupado, às vezes alarmado, freqüentemente no processo e sem um requisito regulatório. governo. qualquer contaminação acidental ou propositada sentindo-se mal informado e confuso pela miríade Felizmente, de alimentos antes que a segurança e saúde de temas que aparecem e contribuem para o que a incorporação de medidas de segurança na da produção de alimentos. Em essência, cada publica sejam comprometidas.” parece ser um continuo de diferentes desafios a produção de alimentos sempre resulta em companhia tem a única função de administrar segurança alimentar. benefícios de longo prazo que ultrapassam os e controlar qualquer falha em potencial da historicamente o cenário de pior dos casos, uma custos. Assim, a abordagem proativa agregou segurança dos alimentos. Assim toda indústria de tradição naquele “escritório”. Mesmo assim, os descrito como uma ameaça à saúde pública. Isto valor à indústria de processamento. processamento deve possuir: achados publicados se tornam parte de registros tende a ser difícil de definir, freqüentemente públicos e são usados pelo Congresso como exagerado e raramente ou nunca considerando a indústria de processamento, lembrei aos de todas as áreas de operação; agentes de mudança para instituir medidas as medidas protetoras tomadas pelas indústrias processadores que eles produziam alimentos. Sem • monitoramento da tecnologia e expertise corretivas e estabelecer modificações (regulatórias ou pelas agências regulatórias para mitigar ou duvidas, alguns continuam a pensar em termos necessária de inúmeros produtos e processos; ou políticas) para evitar recorrências de cabeçalhos evitar danos aos consumidores quando o “risco” A mídia continua repleta de relatórios As preocupações expressas pela GAO são O tema central de preocupação foi sempre Da mesma forma, a indústria produtora No a começo experiência de minha demonstrou associação que com A função primeira da indústria de da produção, sendo responsável Isto não é diferente de qualquer outro setor • um sistema que garanta a qualidade e segurança R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 32 Caderno Técnico 1 33 Integrar a gestão R e v i s t a • gestão de dados e elementos para monitorar e • como lados se preparam cuidadosamente para produtos prontos (refeições à base melhorar a qualidade e segurança do produto; parte da política da empresa para aumentar a as discussões e apresentam soluções e de proteína), as metas da indústria se • manter-se a par de todas as facetas da indústria, conscientização e a comunicação com a mídia e opções para consideração com racional expandiram com o passar dos anos para incluindo requisitos regulatórios e políticos; e o governo. e lógica. Quando aplicável, seria bom programas holísticos de segurança, de • treinar uma forca de trabalho para que se tornem • Manter-se atualizado sobre leis e regulamentos para a indústria, trazer uma curta acordo com os princípios da HACCP G r a x a r i a lideres efetivos e parte integral da missão/visão que regem a produção, distribuição e manuseio apresentação aos representantes do para todos os produtos processados a da empresa. dos produtos fabricados pela empresa. governo para avaliação, principalmente fim de garantir a segurança do produto Os cinco grandes objetivos/garantias mencionados • Administrar e inspirar ao maior potencial a nos primeiros estágios de qualquer final. acima podem ser alcançados por meio de: missão/visão da empresa. processo • tornar o comprometimento da administração Recomendações para Criação de um Programa O acordo não é obrigatório. O que é neste artigo foi discutida de uma forma para com segurança de produtos por meio da de Manutenção de Registros para Validar os necessário, no entanto, é um exame ou outra dentro da APPI durante os B r a s i l e i r a adoção de programas como HACCP ou semelhante Controles da Empresa: justo e completo do assunto, um anos e subseqüentemente adotados com os mesmos objetivos como o Código de • Todo registro da empresa deve ter uma ponto-contraponto Pratica da indústria de processamento; finalidade específica senão é desnecessário. diferenças, • organizar o sistema operacional com pessoal • Determinar se o registro/arquivo possui um adequado de suporte técnico e cientifico; valor de curto ou longo prazo e quais suas a indústria possui direitos definidos não é fora do comum em programas • estabelecer uma organização descentralizada implicações regulatórias. e o governo a responsabilidade para que garantem a segurança. E não é que permita discussões próximas ao ponto de • Um documento deve ser completo e qualquer garantir segurança para proteger a nada diferente do processamento de produção e operações; ação necessária deve ser realizada antes do saúde humana e animal. Assim, não é produtos para consume humano onde • criar uma unidade de negócios que seja central preenchimento do mesmo. surpreendente que freqüentemente as redundância para o sucesso da organização e desempenhe um • A manutenção eletrônica de registros é aceitável diferenças possam ser resolvidas em abundantes. papel ativo na tomada de decisões; se for protegida de mudanças não autorizadas. nível técnico, resultando na evolução de • desenvolver o melhor sistema funcional que • Todos os registros de um lote ou remessa soluções mutuamente acordadas. Isto exceto para melhorar e promover o seja simples, flexível e administrável, refletindo a especial processados devem ter um sistema para se alavanca melhor em uma atmosfera atual Código de Prática da Indústria visão/missão da empresa; ligá-los entre si, por ex., matéria prima e produto de negócios, já mencionada acima, onde de • estabelecer sistemas bem sucedidos e integrados pronto. todos os envolvidos têm a intenção segurança em todas as dimensões de forma que todos os elementos da operação • Cada registro da empresa deve ter um nome de contribuir objetivamente para o concebíveis. se relacionem a gerentes chave para manter o e numero de versão e sempre ser datado, debate, reconhecendo e respeitando controle efetivo dos processos (integração interna especialmente a perspectiva e o ponto de vista dos de controle de qualidade e estrutura da gestão); regulatórias. outros. A indústria de processamento e da habilidade de prever e planejar, • garantir que a cultura da empresa e o braço • O arquivamento e manutenção devem obedecer é bem representada por uma equipe organizar, comercial funcionem em conjunto para refletir ao plano de controle de registros da empresa e profissional que compreende totalmente controlar. É a avaliação de prováveis o sistema e aumentar a confiança, conjunto e os registros devem ser facilmente armazenados, estes atributos durante as discussões cenários futuros, decidindo qual a unidade de propósito; identificados e recuperados. com agências governamentais. melhor forma de reagir a eles, encontrar para de informação 33 obedecer a auditorias regulatório em potencial. A maioria dos tópicos apresentados profissional das pela maioria das empresas. Como todos ocorrem, com os programas de controle preventivo maturidade e educação, aceitando que podem ocorrer sobreposições e isto quando e sobreposições são Na verdade, não é nada de novo, Processamento que aumenta a Mas o processo precisa também comandar, coordenar e os recursos necessários para uma • colaborar abertamente e comunicar em todos Comunicações Governo/Indústria os níveis do sistema e promover um esforço do produto; e políticas • encorajar todos na empresa a ter uma atitude garantir a cadeia alimentar segura.Tanto nos de de do sistema que nenhuma companhia de aceitação - devem acreditar, dizer e fazer, do Estados Unidos quanto no Canadá, as indústrias processamento começou de diferentes poderia suportar no mundo atual da presidente ao zelador. afetadas tem oportunidade de comunicar suas maneiras a mais de 25 anos. Começou indústria de alimentos. A indústria preocupações aos representantes do governo formalmente com o estabelecimento de durante encontros marcados ou por escrito. da Animal Protein Producers Industry consciente disto e, sem dúvida, a frente e estabelecer regulamentos para resposta bem sucedida e empregá-los da unificado para garantir a qualidade e segurança O Papel do Principal Responsável pela Operação: O Governo tem o mandato para formular Conclusão dos A correlação que torna a segurança alimentos negócios uma para a obrigação indústria melhor forma possível. Qualquer coisa a menos poderia causar um fracasso processamento está totalmente Freqüentemente, desacordos em boa fé durante (APPI) como um braço de biosegurança da curva, à medida que continuamos • Colocar pessoas qualificadas em cargo de discussões políticas e regulatórias. da indústria em 1984. a produzir ingredientes seguros para garantia de qualidade e segurança do produto. Ainda que o objetivo inicial da garantir rações seguras, gado, aves, • Ouvir o conselho da equipe de apoio técnico e sinceridade e profissionalismo forem pontos APPI fosse a prevenção e controle peixes e animais domésticos saudáveis profissional na tomada de decisões que beneficiem centrais e se ambos os lados estiverem se de contaminação por Salmonella em e alimentos seguros. o crescimento e desenvolvimento da empresa. esforçando para garantir que o respeito mútuo • Exigir que os fornecedores obedeçam a predomine especificações estabelecidas e acordadas – o para resolver os principais pontos da discussão. produto é apenas tão seguro quanto seus Confiança e respeito são elementos importantes componentes. nestes discursos. Isto se obtém quando ambos os Estas devem agregar valor ao debate, se enquanto fornecem informações Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Outubro de 2008. Reprodução autorizada pelo autor. Tradução de Anna Maria Franco R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 34 Caderno Técnico 2 35 Por Mike Bekedam e James F. Williams, Industrial Steam R e v i s t a história. Por exemplo, considere uma planta corrugadora G r a x a r i a de pressão positiva. Não é raro ver-se uma fábrica deste B r a s i l e i r a caldeirões era aquecida por injeção direta de vapor. Com a R e v i s t a Tabela 1 de papel onde o vapor é utilizado a 175 psi por uma máquina que opera em ciclo fechado. O vapor é consumido para plasticização do papel antes da corrugação, mas o equilíbrio térmico é tal que há uma sobra considerável tipo despejando vapor na atmosfera para manter seus processos de produção em funcionamento. Outro exemplo é uma planta enlatadora (de conservas) – onde o alimento é preparado dentro de grandes caldeirões de água quente. Antes de 1980, a água para os introdução dos trocadores de calor e a volta do condensado em um sistema fechado sem purgadores pode-se fazer uma economia de 18%. Quando o preço do combustível era 3,5 centavos por unidade calorimétrica, tal conversão era difícil de justificar em operações sazonais, mas com o de combustível perdido representam economia direta de combustível. A tabela 1 não é totalmente precisa, pois não leva em consideração perdas incalculáveis como um aumento de descarga, aumento de uso de produtos químicos, custo da água de retenção mínima, custo de esgoto, e água e exigida por algumas municipalidades para esfriar a descarga. preço de combustível chegando próximo de 70 centavos ou mais por unidade calorimétrica, o retorno pode ocorrer em semanas. Não tendo revisado seus requisitos de energia, muitas indústrias estão percebendo a quantidade de dólares/combustível jogados fora (condensado para o dreno) ou perdidos como fumaça (vapor rápido). Perdas Revisão do equilíbrio térmico para economia de dois digitos Ciclo caldeira/vapor/condensado é a chave para economia de energia reais A tabela 1 mostra o volume real, calor total e perdas de combustível em várias pressões. A coluna do “total de calor perdido pelo vapor rápido” indica a perda de calor que pode ser atribuída a necessidade de substituir o vapor perdido com retenção mínima a 60 graus Fahrenheit (F). O que realmente chama a atenção é o combustível necessário para regenerar este calor perdido em uma caldeira operando a 80 % de eficiência (Coluna “Combustível perdido na substituição de calor perdido”). Com um sistema fechado estas porcentagens Reimpresso com permissão do número de junho de 2008 usina esteja correto, vapor e condensado não utilizados do HPAC Engineering. representam um quantidade significativa, na verdade a maior de todas, de perda de calor. Considere que a perda Os dias em que se repassava aos consumidores o de combustível de um sistema aberto de condensado de custo agora aparentemente negligenciável do preço do 15 libras por polegada quadrada (psig) pode chegar a 6% combustível é uma lembrança do passado. Para continuar do combustível necessário para produzir o calor. Em um competitivos nesta era de aumentos recorde de preços sistema de 100 psig, a perda de calor é de 19%. Com dos combustíveis, os usuários de energia devem avaliar um sistema de condensado fechado bem desenhado o seu consumo de combustível e encontrar formas de retorno pode se dar em questão de meses ou até menos. otimizá-lo. Requisitos Economizadores, trocadores de calor, queimadores de de energia baixo oxigênio, isolamentos etc., são meios excelentes de reduzir o consumo de combustível e devem ser térmico de uma planta é observar a operação da planta. considerados, mas, sem sombra de duvida, o local Vá ao telhado e veja se há vapor sendo perdido na mais produtivo para começar a buscar o máximo de atmosfera; se este for o caso, determine a fonte. Verifique economia de combustível/energia – o que oferece o(s) processo(s) procurando condensado potencialmente maior retorno sobre investimentos- é o ciclo caldeira/ recuperável. Ainda que a observação da operação da vapor/condensado. A menos que o equilíbrio térmico da planta possa revelar grandes “furos”, esta não é toda a A forma mais fácil e lógica de revisar o equilíbrio Categorias de equilíbrio térmico Existem dois tipos de equilíbrio térmico: um baseado na condição de operação atual da planta e outro baseado no uso ótimo de energia pela planta. A maioria das plantas está em uma das seguintes categorias: • Categoria 1: Todo o vapor é usado pelo processo e é irrecuperável devido a injeção direta, contaminação ou por ser impraticável.Uma planta agregada, um jato de vapor no vácuo, uma panela de pressão com o vapor potencialmente contaminado são bons exemplos. • Categoria 2: A maioria ou todo o condensado é recuperável e a temperatura média da água de alimentação é consideravelmente mais alta do que a pressão de operação do sistema de alimentação. Plantas de processamento, plantas de compensados, corrugadoras e plantas de borracha são bons exemplos.. • Categoria 3: Apenas uma porção do condensado é G r a x a r i a B r a s i l e i r a 36 Caderno Técnico 2 37 R e v i s t a recuperável e o equilíbrio térmico é menos de 212 graus em um sistema de condensado de loop fechado bem F. Enlatadoras, plantas químicas e fábricas de papel são desenhado que use um sistema de água pressurizada de exemplos. para alimentação da caldeira, um pequeno deaerator, Dependendo dos processos envolvidos e da configuração Em plantas da categoria 1 é importante que seja um tamanho para os requisitos reais é geralmente da planta, vários módulos podem ser usados em conjunto considerada a transformação de ciclos irrecuperáveis em incorporado. Freqüentemente sistemas de alimentação com o sistema. G r a x a r i a recuperáveis. Por exemplo, uma bomba de vácuo pode de água existentes podem ser usados. B r a s i l e i r a O módulo pode drenar para um sistema de alimentação água pressurizado com pequeno diferencial. O sistema na Figura 4 é semelhante ao que aparece na Figura 3, exceto que os módulos são equipados com bombas se pagar ao eliminar o jato de vapor perdido. Trocadores Equilíbrio de calor podem ser usados no lugar de injeção direta de térmico (para processos com pressões variáveis) ou controles de temperatura. As bombas evacuam continuadamente o vapor. Condensado perdido atribuído a impraticabilidade pode, de repente, se tornar custoefetivo. em um processo típico. O módulo incorpora um sistema condensado do processo, independente da pressão. insensível a pressão que sente o influxo e ajusta condensado fechado. automaticamente a saída para combinar. Como o módulo operam sob a mesma pressão. O equipamento do processo não possui um orifício fixo como um purgador, quedas de é drenado primeiro para um receptor comum, depois para alta-pressão não são necessárias para boa drenagem. uma única linha para um sistema de alimentação de água Figura 3 Figura 4 Uma planta de categoria 2 pede um sistema de Este tipo de planta geralmente produz uma grande quantidade de vapor rápido que, a menos que utilizado, A Figura 3 ilustra um módulo de drenagem usada No sistema ilustrado na Figura 5, vários processos resulta em alto grau de ineficiência. Muito cuidado é necessário não apenas para selecionar os componentes adequados às pressões e temperaturas envolvidas mas para individualizar o sistema à planta. É Figura 1 importante que o pessoal que trabalha com o sistema conheça o processo e o equipamento de produção envolvidos. Às vezes, o aumento de produção possível com um sistema fechado pode exceder a economia com combustível. Ainda que não pareça haver potencial de economia nas plantas de categoria 3, um exame cuidadoso revela perdas difíceis de detectar, tais como resfriadores de condensado e sistemas condensados de purgadores atmosféricos, que podem ser fechados para melhor utilização do calor. Além disto, um sistema fechado sem purgador bem desenhado pode aumentar a produção significativamente ao permitir drenagem sem restrição e remoção continua de gases não condensáveis para o máximo de transferência de calor. Tipos de Sistemas Figura 2 Com tantos processos empregando vapor, não há um único sistema que possa resolver todas as variáveis. Seis bombeamento sistemas relativamente básicos que podem ser usados modulada em proporção exata ao fluxo de condensado individualmente ou em combinação para fechar um loop e operando com sucção submersa (alagada, inundada) vapor/condensado e economizar todos os flashes de todo o tempo. Excelente remoção de gás maximiza a vapor disponíveis e as BTus perdidas na atmosfera estão produção, enquanto a ausência de purgadores melhora nas Figuras 1 a 6. o fluxo do condensado e acelera o startup. A seleção de uma bomba com um cabeçote de sucção liquida baixa é A Figura 1 ilustra uma abordagem para economizar direto, com a descarga da bomba calor pela qual o condensado é bombeado diretamente de critica. volta para uma caldeira. Figure 1 illustrates an approach to saving heat by which condensate is pumped directly de alimentação de água de caldeiras, que consistem de back to a boiler. Esta abordagem não responde à remoção um receptor operando em pressão controlada geralmente de gás, que e extremamente importante para a máxima igual ou um pouco mais alta que o equilíbrio térmico da transferência de calor. A bomba opera continuamente em planta. Estes sistemas economizam energia não apenas uma condição de semi-vapor que geralmente resulta em por conservar todo o condensado de alta pressão, mas manutenção considerável. também reduzindo os requisitos de CV da bomba com sua adicional pressão de sucção. A economia anual por A Figura 2 ilustra uma variação do conceito de As Figuras 3 a 6 ilustram os sistemas pressurizados CV é de ou quase de $ 500. Como a retenção é mínima R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 38 39 R e v i s t a pressurizado em localização remota. Bom controle de Determinando o equilíbrio térmico pressão permite que esta única linha opere em posição elevada e drene para um receptor localizado acima grade. necessário conhecer a carga média de vapor e a porcentagem Excelente remoção de gás não condensável é característica distribuída aos vários usuários. deste tipo de sistema. G r a x a r i a A Figura 6 ilustra um processo típico que usa vapor de 50.000 libras (lb.) por hora (1.500 CV) a uma pressão em várias pressões. O vapor rápido vai em cascata do de operação de 150 psig, dos quais 20% é perdido para processo de alta pressão para o processo de baixa pressão o processo, 60% retorna à pressão total e 20% retorna de permite o uso de um tipo de bomba menos dispendiosa um sistema de temperatura controlada com uma pressão no sistema de condensado. média de 65 psig. Suponha que todo o condensado esteja B r a s i l e i r a freqüentemente fornece uma porção significativa de vapor para o processo de baixa pressão. água de alimentação é 181,6 graus F. Após o fechamento Os sistemas nas Figuras 1 a 6 são meramente a do ciclo é 328,3 graus F. Um aumento de cerca de 10 ponta do iceberg. Variações e combinações são graus da temperatura da água de alimentação resulta em inúmeras e impossíveis de aplicar sem um bom estudo economia de combustível de 1%. Isto pode ser considerado da planta. como um aumento de capacidade da caldeira ou redução do O vapor rápido do processo Informação de alta pressão R e v i s t a O equilíbrio térmico não é difícil de determinar. É Considere, por exemplo, uma carga de vapor típica G r a x a r i a sendo salvo. B r a s i l e i r a Conforme visto na Tabela 2, a temperatura média da aquecimento. Por exemplo, o cálculo da Tabela 2 indica: necessária Um levantamento da planta exige informação em duas • uma economia de quase 15 % de combustível a 50.000 Figura 5 Figura 6 lb. por hora, ou, em outras palavras, o mesmo montante de áreas básicas: operação da planta e sala de caldeira. produção poderia ser realizado a 42.500 lb. por hora; Presumindo uma média de 3.000 horas de operação por • um aumento da capacidade da caldeira de até quase ano, a economia anual seria de $225.000. pois isto apresenta o maior potencial de economia de Informação detalhada sobre a operação da planta é necessária para determinar o equilíbrio térmico e 59.000 lb. por hora. o equipamento necessário. Especialmente difícil de Se a planta desperdiçava todo seu condensado no dreno obter é a pressão real de operação do equipamento do (sem retornos) o total do calor perdido seria 31,5 % em vez processo. de 15 %. disponíveis resulta tipicamente em economia de combustível Se, por exemplo, uma caldeira operando a 150 psig combustível de dois dígitos. Resumo Fechar um ciclo condensado para capturar todas as BTus de dois dígitos. A seleção adequada dos componentes Economia de combustível fornece vapor a um processo sem redução de pressão Revise o equilíbrio térmico da planta em primeiro lugar, do sistema de condensado é vital para maximizar a ou controle de temperatura, a pressão de operação Dos resultados acima, é fácil calcular a economia em economia. Se aplicada corretamente, a drenagem eficiente é 150 psig. Se uma válvula de redução de pressão for Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National Magazine of Rendering), edição Outubro de 2008. Reprodução autorizada pelo autor. Tradução de Anna Maria Franco dólares. Considerando um custo de 80 centavos por unidade do condensado ao lado da remoção contínua de gases Martin “Mike” Bekedam fundou a Industrial Steam incluída, a pressão de operação será a pressão ajustada calorimétrica ($8 por milhão de Btu), a economia por hora pode aumentar a produção e causar economias acima das em 1952.Logo depois, uniu-se a ele James F. Williams. para válvula de alívio de pressão a jusante. Um controle seria: economias calculáveis de combustível. de temperatura localizado na entrada de vapor do • Entrada (Btu por hora) × porcentagem de economia × equipamento de processo funciona como um sistema de custo por unidade calorimétrica ÷ 100.000 Btu por unidade mais rápidos, redução do tempo de lotes, superfícies mais controle de pressão variável. calorimétrica quentes e transferência de calor mensuravelmente melhor. • Entrada = saída ÷ eficiência da caldeira (50.000.000 ÷ A pressão do processo pode variar entre pressão de linha completa e pressão negativa, dependendo da carga, temperatura, etc., do processo. Às vezes, a única forma de determinar a pressão de operação média de um processo de temperatura controlada é marcar a pressão na entrada do purgador no equipamento em questão. E, ao fazer um levantamento da planta, é importante saber onde estão localizados os componentes, um em relação ao outro, e a sala de caldeira, o consumo de vapor de cada parte do equipamento e a altura da saída de condensado acima do soalho. A informação sobre a sala de caldeira é obrigatória se novo equipamento de condensado será incorporado à operação existente. A pressão de operação da caldeira, regulagem da água de alimentação, horas de operação, e custo do combustível são outras informações necessárias para o planejamento adequado de um sistema fechado de alimentação de água de caldeira. 0,80) × 0,15 × 0,80 ÷ 100.000 = $75 Tabela 2 Bons sistemas sem purgadores resultam em startups Bekedam faleceu em 16 de marco de 2008,com 94 anos. Williams continua com a Industrial Steam,desempenhando um importante papel de monitoria e ensino. 40 Caderno Técnico 3 41 Por Claudio Bellaver 2 – Subprodutos R e v i s t a Qualidade e aspectos técnicoeconômicos do setor de farinhas e gorduras de origem animal G r a x a r i a de Origem Animal É possível demonstrar que o uso das farinhas de origem animal é vantajoso na formulação de rações, pois implica na redução dos custos de produção de rações e por conseqüência no custo de produção animal, com grandes impactos na área ambiental (Bellaver et al., 2001 e Bellaver, 2005). Evidentemente que a qualidade das farinhas e gorduras animais deve ser assegurada e, portanto, no Brasil, deve ser aplicada a IN do MAPA no. 34 de Abril de 2008 (Brasil, 2008), a qual sucedeu a IN 15 de 2003 (Brasil, 2003). Nessas normas estão vários princípios que permitem a redução de risco à transmissão de doenças pelas farinhas animais. As exigências da norma estabelecem as boas práticas de fabricação (BPF) para estabelecimentos que B r a s i l e i r a processam resíduos de animais destinados à alimentação animal, o modelo de documento comercial e o roteiro de inspeção das BPF. São definidas as condições higiênico-sanitárias do local e construções, o processamento (não inclusão de animais mortos, processamento a 133oC, 3 Bars e 20 min., não canibalismo, etc.), as embalagens, os rótulos, a documentação e registros, os POP's e o manual de produção. Assim sendo, é importante obter farinhas animais de produtores que tenham, pelo menos iniciado o trabalho de melhoria da qualidade, que contemplem a norma estabelecida pelo MAPA para produção de farinhas e gorduras animais. Por isso enfatiza-se a necessidade da implantação de um sistema de qualidade na produção desses ingredientes, o qual depende da aplicação preliminar de boas práticas de fabricação (BPF) de farinhas e gorduras e mais adiante programas de análise de perigos e controle de pontos críticos (APPCC) e finalmente buscando a certificação de qualidade. Embora os sistemas tenham diferentes complexidades na implantação e desenvolvimento, são necessários ao final que sejam devidamente auditados por empresas independentes e com credibilidade pública, visando garantir a qualidade 1 – Produção de Carnes Essa redução deve-se principalmente à China, não sendo Nas três últimas décadas a produção de carnes e pro- o caso do Brasil, cuja produção se expande na taxa de 4% dutos oriundos dessa produção, cresceu consideravelmen- (USDA, 2007) com aumento de exportações. Portanto, espera- te podendo ser visto pelas estatísticas da FAO para o ano se à longo prazo uma intensificação no comércio mundial de de 2005, que enquanto a produção de carne bovina cres- carnes prejudicados por eventos passados da vaca louca na ceu 57,6% a de carnes suína e de aves cresceram respec- América do Norte, da aftosa em bovinos no Brasil e da influenza tivamente, 186,4% e 436,5% nesse período. Dados globais aviária na Ásia. Por conseqüência, também há perspectivas de de uma série de anos mais recentes tabulados pelo USDA crescimento da oferta de subprodutos de origem animal no sinalizam para a redução global da produção e consumo Brasil conforme trabalho de Bellaver e Zanotto (2008) durante de carne suína que pode se visualizar na tabela 1. o VII Workshop do Sincobesp (Tabela 2). Tabela 1 - Produção e consumos mundiais de carnes (mil toneladas)1. % de mudança de Sumário 2003 2004 2005 2006 2007 20082 2006:2008 Produção Bovinos 50.089 51.327 52.454 53.734 54.489 54.551 1,5 Suínos 90.488 92.801 96.139 98.504 94.678 92.992 -5,6 Frangos e perus 59.888 61.313 64.583 65.499 67.992 69.523 6,1 Total 200.465 205.441 213.176 217.737 217.159 217.066 -0,3 Consumo 1 Bovinos 49.097 49.907 50.923 51.824 52.470 52.231 0,8 Suínos 89.870 91.790 94.891 97.263 93.595 91.924 -5,5 Frangos e perus 58.329 59.435 62.674 64.165 66.082 67.137 4,6 Total 197.296 201.132 208.488 213.252 212.147 211.292 -0,9 USDA (2007); 2 Previsão dos produtos para os mercados interno e externo. Também é necessária a compreensão por parte de setores do governo e privados para apoio aos programas educativos, visando a realização de cursos sobre as normas que regem o setor, bem como financiando a modernização e pesquisas do setor de farinhas e gorduras animais. Considera-se também que é de fundamental importância a ação fiscalizadora e de monitoramento com sanções cabíveis para os casos em que a produção desses ingredientes não atenda as especificações de qualidade normalizadas. Em adição, é inquestionável a importância ambiental da produção de farinhas e gorduras animais, Produção anual Frangos Suínos Bovinos Abate (cabeças) * 5.151.985.000 34.317.191 47.143.806 Peso médio de abate, kg 2,20 105,00 400,00 Mat. prima p/ ind. farinhas, % 0,30 0,30 0,45 Matéria prima, total T 3.400.310 1.080.992 8.485.885 Rendim. na ind.de farinhas, % 0,40 0,40 0,40 - % de FCO, FV, FOA ** 0,53 0,55 0,58 0,42 Total 12.967.187 - % de gordura 0,24 0,45 - % de farinha de penas 0,23 - - Volume da produção/ano Frangos Suínos Bovinos Total - FCO, FV (t/ano) 720.866 238.553 1.961.937 2.921.356 - Gordura (t/ano) 326.430 193.843 1.432.417 1.952.691 - Farinha de penas (t/ano) 312.829 - - 312.829 *Anualpec, 2007; ** FCO - farinha de carne e ossos; FV- farinha de vísceras; FOA - farinha de origem animal 42 Caderno Técnico 3 43 R e v i s t a pois contribuem efetivamente para o mecanismo de mistura de proporções conhecidas desses ingredientes de incubatório associada a coadjuvantes tecnológicos os quais podem variar de empresa para empresa, e.g.: produção mais limpa. primários formando assim as farinhas mistas com de processo. A opção da compostagem dos resíduos certificações para frigoríficos sob Inspeção Federal No aspecto nutricional da fabricação de rações de possibilidade ainda de inclusão de sangue, ossos de incubatório precisa ser estudada e comparada com (SIF), certificações da série ISO 9001 e outras séries alta qualidade a premissa máxima é que, ingredientes de e cartilagens da desossa. A mais conhecida dessas o processo anterior quando esse for elaborado com (e.g. 14000), rastreabilidade, HACCP, BPF, produto má qualidade geram rações de má qualidade na relação misturas e a de sangue na farinha de penas. Dois qualidade. de qualidade, granja e fábrica de processamento de G r a x a r i a direta de participação na fórmula, independentemente resíduos da cadeia de carnes que também precisam ser de quaisquer outros fatores da produção. Portanto, considerados são os resíduos de água industrial servida a qualidade dos ingredientes é o primeiro e mais e os resíduos de incubatório (Bellaver e Dai Pra, 2008). B r a s i l e i r a produtos finais. Um sistema de qualidade, porém, 3 – Sistemas de Qualidade para Farinhas e Gorduras Animais não é somente a existência burocrática do mesmo e justificativo para atender as exigências de auditoria Em segmentos da cadeia das carnes suína e de frango, e certificação. Embora o manejo de fatores de risco algumas empresas de produção e industrialização têm seja crucial, ele não garante por si só a qualidade, Devido a crescente produção mundial de carne visto seus sistemas internos de Controle da Qualidade, que sendo necessário que o sistema de qualidade atenda a ser processado é essencial para indicar a qualidade anteriormente e que muitas empresas dispõem de são avaliados por dados operacionais e que deveriam as especificações declaradas do produto final. Oliver e, se desconhecido, pode ser um problema para a sistemas conjuntos (aves e suínos) de processamento ser pontuados de acordo com as conformidades e (2003) define que um sistema de qualidade é um plano formulação de rações. Para dar maior clareza a essa da água industrial são gerados anualmente cerca de especificações dos processos e dos produtos a que se de trabalho ou ação projetado para inspirar confiança necessidade Bellaver e Zanotto (2004) e Sindirações 150 milhões de toneladas de efluentes no abate dessas referem. Outras empresas têm sistemas de Certificação entre os clientes e consumidores. Liga-se a necessidade (2005), descrevem as principais características dos duas espécies. O efluente é constituído por água da Qualidade com auditorias periódicas independentes, de sistemas de qualidade aos vários eventos ligados à ingredientes de origem animal e definem variáveis de processamento que carreia resíduos de sangue, proporcionando maior confiança entre os clientes e segurança dos alimentos que corroboraram para que analíticas necessárias para categorizar a qualidade dos gordura, líquidos fisiológicos, carne, ossos, vísceras, entidades relacionadas e, outras empresas estão à frente, os governos e compradores internacionais impusessem ingredientes. Embora os custos e as facilidades para além da água de higienização. Por meio de tratamentos pois estabeleceram processos de Gestão da Qualidade. suas restrições no comercio de carnes e ingredientes de analisar cada partida do ingrediente tornem a rotina de seqüenciais contínuos do efluente, floculação, flotação Nesse, além do controle e da certificação são incluídos fabricação de rações. Assim, é muito importante ter em análise difícil de ser implementada, é preciso ter em e centrifugação é possível obter um composto orgânico conceitos gerais de qualidade, segurança alimentar, conta que as noticias negativas do setor agropecuário mente que a qualidade das farinhas é perceptível por denominado flotado industrial (FI). Estima-se que saúde ambiente, deram perspectivas diferentes na discussão sobre variáveis analíticas, entre as quais: a) contaminação sejam produzidos anualmente em torno de 1 milhão políticas de educação e desenvolvimento sustentado, segurança dos alimentos e, por conseguinte, a busca bacteriana (Salmonelas, Coli), b) peroxidação das de toneladas de FI com 35% de matéria seca. Contendo sendo ativamente envolvidas em demonstrar a resposta pela gestão da qualidade de rações e ingredientes é gorduras, c) presença de aminas tóxicas, d) composição 44,03% de proteína bruta e 32,74% de extrato etéreo na global da empresa. Em todos os sistemas de busca de um ato continuo na segurança dos alimentos humanos, química, e) digestibilidade dos aminoácidos e da matéria seca, o potencial de uso do FI na produção de qualidade, são emitidos os certificados de qualidade, reforçando o conceito da “segurança do campo à mesa”. energia, f) análise sensorial e ainda pela existência de farinhas animais deve ser explorado como alternativa um sistema de gestão da qualidade da produção de desde farinhas e gorduras. processamento imediato. A inclusão isométrica de A discussão sobre destinação das matérias prima 10% de flotado industrial no processo de produção de que são utilizadas para fabricação de farinhas e farinha de carne e osso suína (FCO), não altera os teores gorduras animais tem dois aspectos, sendo que ao de MS, EE e MM. Os valores médios de EMAn para FCO final da discussão, o resultado deve ser sinérgico. Se suina em dietas para frangos de corte foi de 2571 kcal/ por um lado o fator bioseguridade animal faz com que kg (Zanotto; Bellaver et al. 2007a e 2008b). importante item para obedecer na produção de rações e para alcançá-lo, é preciso conhecer muito bem os 2.1 – Resíduos ingredientes. O conhecimento da origem do material que de água servida preenchidas (água do flotador) condições de higiene e existam restrições legais nos processos de produção e barreiras técnicas internacionais são impostas; não 2.2 – Resíduos menos importantes são as alternativas para destinação das matérias primas existentes e que devem ser resultante da cocção, secagem e moagem da mistura de processadas para atender a legislação, mas que ao cascas de ovos, ovos inférteis e não eclodidos, pintos mesmo tempo possam ser agregadoras de valor ao não viáveis e os descartados, removida ou não a gordura produto resultante. por prensagem (Sindirações, 2005). Há sugestões de que Os resíduos do abate são aqueles que se originam 25 % do peso dos ovos incubados resultem em resíduos após o abate animal e que devem ser submetidos de cascas, pintos mortos, refugos, ovos não eclodidos a processos de cocção resultando na produção de oriundos de uma taxa de inviabilidade de 15% dos ovos ingredientes, os quais devem ser isentos de materiais incubados. Considerando a produção de 5,26 bilhões estranhos microorganismos de pintos de corte por ano, com peso médio de ovo de patogênicos. Os principais ingredientes referidos no 60g e 25 % do peso dos ovos incubados constituído por Compêndio de Alimentação Animal (Sindirações, 2005), mortalidades embrionárias, inférteis e todas as cascas são as farinhas de carnes, de carne e ossos, de sangue, dos ovos, chega-se a produção de aproximadamente de penas hidrolisadas, de vísceras e de resíduos de 80 mil toneladas anuais de resíduos de incubatório. incubatório. No lado das gorduras, as mais importantes Esses devem ser submetidos ao processo de fabricação são o sebo bovino, a graxa suína e o óleo de frango. de farinhas em equipamentos adequados a essa Também, em alguns processamentos é possível fazer a finalidade visando a fabricação de farinha de resíduos à sua composição e de Incubatório A farinha de resíduos de incubatório é o produto do consumidor, preservação do R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 44 Caderno Técnico 3 45 R e v i s t a Especificamente com as farinhas e gorduras animais final, em qualquer parte do território nacional, conforme permitirá a produção de combustíveis de terceira que podem não ser as indicadas e adequadas para devem ser consideradas as perspectivas da qualidade fixado pela mesma lei. Considerando apenas o valor de geração, ou sintéticos, originários de gorduras animais produção de biocombustíveis a partir de gorduras nutricional; da qualidade técnica; da segurança para 2% de biodiesel pela lei, serão necessários cerca de 782 de segunda ácidas e borras residuais. A propósito, sobre processos os animais, ambiente e consumidores e, finalmente, milhões de litros por ano (~ 800.000 t/ano). A produção geração seriam aqueles derivados de gorduras animais e fontes de matérias primas, sugere-se a leitura do artigo a consumidores; de soja em 2006 foi de 55 milhões de toneladas que, e vegetais de alta qualidade; portanto, produzindo na “Seleção de processos para produção de biodiesel. – G r a x a r i a sendo que, o sucesso do empreendimento depende da contendo 18% de óleo, resultam em aproximadamente refinaria, energia renovável na forma convencional de gorduras animais vs óleo de soja” de Singh et al. (2007), harmonização destes conceitos. Além do uso nutricional 10 milhões de toneladas de óleo bruto. A esterificação produção de biodiesel. A qualidade do combustível traduzido para a Revista do Sincobesp de Setembro de de rotina é preciso ter em conta que a inovação pode desse volume produziria cerca de 90 % de biodiesel sintético é superior a qualquer outro combustível, 2007. Um projeto de bancada laboratorial está sendo determinar novas alternativas para as farinhas e e 10% de glicerina bruta, o suficiente para atender tendo apelo para uso em motores a jato num amplo conduzido por Higarashi (2008) na Embrapa Suínos e gorduras animais. Entretanto, isso requer intuição, toda a demanda de biodiesel para dar conformidade à espectro de temperaturas. Destaca-se que foi calculado Aves, no qual se prevê a avaliação de alternativas de idéias e pesquisas com uso do método cientifico. lei. Ocorre porém, que a soja é uma commodity com um investimento de US$ 150 milhões em uma primeira fontes de gordura animal na produção de biodiesel, B r a s i l e i r a Algumas das alternativas que podem ser consideradas múltiplas aplicações e de acordo com Bellaver , com fabrica para produção de 285 milhões de litros de buscando com isso a agregação de valor econômico das para uso não nutricional das farinhas e gorduras animais menores chances de sucesso quando o óleo vegetal for biodiesel em 2010. Também é importante notar que há fontes. são a incineração e/ou briquetagem, biodiesel, biogás, originalmente produzido para o consumo humano, o um incentivo em redução de impostos de 1 US$/galão compostagem e produção de polímeros plásticos que eleva seu preço no mercado (e.g. óleos de soja, de biodiesel produzido. semelhantes (Barone e Schmidt, 2005; Barone, 2006; girassol, canola). Por isso, na dependência de preços de Vários processos de produção de biodiesel e na produção glicerol, glicerina ou propano-1,2,3-triol Bellaver, 2007; Brasil 2007; Garcia et al. 2004; Oliveira mercado o biodiesel demandado poderá derivar-se de bióleos são possíveis, entre os quais o mais comum (IUPAC, 1993) que é um composto orgânico pertencente e Higarashi, 2006a e 2006b). outras fontes de gorduras como, por exemplo, a gordura é o de transesterificação com metanol ou etanol e à função álcool. É líquido à temperatura ambiente (25 °C), animal ou, através da modificação do processamento catalisadores básicos, ácidos ou heterogêneos. Outros higroscópico, inodoro, viscoso, com densidade de 1,261g/ para redução do custo de produção do biodiesel. A processos que na seqüência levam a esterificação das cm3 e de sabor adocicado. O termo Glicerina (Nº. CAS: qualidade emocional ligada aos 4 – Energia Renovável Fortalecedora Indústria Animal da baixa qualidade. Biocombustíveis de 6 – Co-produto Glicerol O processo de transesterificação de gorduras resulta modificação da extração de óleos por solventes pela gorduras purificadas, conversão em baixa temperatura, 56-81-5) refere-se ao produto na forma comercial, com Grande parte da discussão atual sobre energia via de transesterificação in situ com produção de metil/ craqueamento/pirólise, destilação em alta pressão pureza acima de 95% (Wikipedia, 2007). Entre as muitas renovável está sendo direcionada para o bem sucedido etil ésteres, glicerol, e laminados vegetais modificados com separação por resinas filtrantes podem resultar possibilidades de aplicações para o glicerol podem-se programa do álcool no Brasil. Por exemplo, recentemente com aplicações diferentes para a indústria de rações. em compostos energéticos com valor agregado maior. agrupar em farmacêutica, cosmética, tintas e também na Folha de São Paulo foi escrito um artigo intitulado: Pesquisas são necessárias para o desenvolvimento dos Entretanto, deve-se nesse momento, por prudência, na fabricação de rações animais, o que poderá ser uma Bionegociações. O novo termo remete a uma discussão novos processos nessa área, podendo haver impacto manter cautela na implantação de plantas industriais opção para agregar valor ao ingrediente glicerol. em andamento sobre posicionamentos das nações substancial e a necessidade de certificar a produção de energia originados da extração de óleo in situ. na alimentação de aves com farelos renovável de forma sustentável; isto é, relacionada 5 – Oportunidades para o Biodiesel Gorduras Animais com o econômico, o ambiental e o social. No aspecto ambiental é necessária uma relação de menor gasto para de a produção de energia renovável em relação à energia fóssil, havendo, portanto um balanço favorável na Brasil há um volume apreciável de cerca de 2,0 milhões redução de emissões de carbono na atmosfera. Assim, de toneladas/ano. Essas gorduras terão destinações para o caso do álcool produzido a partir da cana-de- técnicas diferentes tais como, uso nas indústrias açúcar a relação é plenamente alcançada, sendo estimada cosméticas, farmacêutica, tintas, resinas, rações e, uma em 1:8,3 e, para o etanol, produzido a partir do milho, parte, poderá ser destinada, na dependência de preços a relação é bem menos favorável e apenas satisfatória, de mercado, à produção de biodiesel. A viabilidade do ou seja 1:1,3. No aspecto social a certificação deve uso para produção de biocombustível é dependente do garantir condições de trabalho regulamentadas pelas custo da matéria prima, do processamento e de despesas leis federais. Isso, harmonizado entre países, permitirá administrativas que não podem ultrapassar ao valor do que o álcool se torne uma commodity, com menores diesel na bomba de distribuição. Portanto, o biodiesel chances de barreiras não alfandegárias. No aspecto de obtido de gorduras animais requer, uma visão critica nutrição animal há uma serie de possibilidades oriundas do funcionamento do setor de carnes e de subprodutos do processamento e desenvolvimento de ingredientes de origem animal, operados pelos grandes frigoríficos para rações, com destaque para a levedura e o bagaço e por coletadores de matérias-prima residuais de hidrolisado. abatedouros, açougues, casas de carne, supermercados e de resíduos graxos de cozinha. Com a inclusão do biodiesel na matriz energética Do ponto de vista das gorduras animais, somente no nacional , as distribuidoras de combustíveis colocaram no mercado em 01/2008 o B2, composto por 98% de nos grandes mercados mundiais. Por exemplo, grandes diesel e 2% de biodiesel. Esse valor deverá atingir 5% frigoríficos como Tyson Foods estão se associando com em volume (B5), como mínimo obrigatório de adição de empresas produtoras de biocombustíveis. A notícia não biodiesel ao diesel comercializado para o consumidor seria tão notável se não fosse anunciado que a parceria É preciso também verificar o que está acontecendo R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 46 Caderno Técnico 3 47 Em Janeiro de 2007 foi realizado um seminário para e, c) melhorar à biosegurança animal fruto da retirada discussão do uso de glicerol na alimentação animal, com de produtos sanitariamente problemáticos da cadeia de participação de diversas empresas e governo americano, alimentação animal e de carnes. tendo sido concluído que o glicerol poderá estar contaminado com Metanol, o qual tem seu limite máximo de farinhas e gorduras tem retardado a visão da estabelecido em 150 ppm, pelo FDA para uso humano, necessidade de pesquisa e desenvolvimento para havendo necessidade de outros estudos de toxicidade melhoria para mudança desse nível. Entretanto se o processo de produção de alternativas; da participação junto ao transesterificação para produção de biodiesel for com governo e empresas de equipamentos e insumos e da etanol, não há problemas dessa natureza. transferência de tecnologia dentro do próprio setor. O glicerol bruto (87% de pureza), derivado da Seria vantajoso para a cadeia de carnes, estabelecer produção de biodiesel foi testado por Lammers, et estratégias para a tomada de decisões e melhorias nos al. (2007a) em dietas basais para suínos, sendo que seguintes aspectos: a digestibilidade da energia (ED) nas dietas das fases 7.1 – Desenvolvimento inicial (12 kg) e final (110 kg) foi respectivamente de 3386 ± 149 kcal/kg e 3772 ± 108 kcal/kg; tendo triais alternativos (e.g.: extrusão e extração de gordu- sido concluído que o glicerol é fonte de energia para ra de farinhas animais); b) processos de preparação de suínos. Noutro experimento de desempenho de suínos, gorduras ácidas para o processamento na planta de bio- o glicerol incluído até 10% em dietas isocalóricas e diesel com definição dos parâmetros exigidos pela ANP; isolisinicas na fase de creche proporcionou o mesmo c) desenvolvimento de novos produtos com o uso dos desempenho e ganho de peso dos leitões controle, subprodutos (ex. glicerina) da produção de biodiesel; podendo ser adicionado como energético nas dietas de d) produção de novas moléculas comerciais a partir de leitões (Lammers et al. 2007b). proteínas e gorduras animais; e) definição dos parâme- Kerr et al. (2007) determinaram que a EMAn do tros significativos da qualidade das farinhas e gorduras glicerol seja de 3.684 e 3.805 kcal/kg em frangos e para a alimentação animal e outros usos (classificação aves de postura, respectivamente e de 3.207 kcal através de parâmetros analíticos); f) antioxidantes e an- EM/kg em suínos. Assim, o glicerol bruto pode ser ti-salmonelas; g) compostagem de resíduos do abate e usado como uma excelente fonte de calorias para do lodo de flotadores para uso fertilizante; h) produção não-ruminantes. Outras experiências com suínos em de biogás de farinhas e efluentes industriais. R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 8 – Literatura consultada são importantes na nutrição animal por reduzirem os 7.3 – Educação custos de produção e melhorarem aspectos ambientais, mas por outro lado há necessidade de se implantar com apoiadoras da qualidade em programas educativos de urgência, sistemas de qualidade visando a certificação e treinamento de pessoal das indústrias, visando com garantia de farinhas e gorduras animais de qualidade. isso conhecer as normas e processos que regem a pro- As gorduras animais têm oportunidade de contribuir dução de qualidade e orientar melhor a sua aplicação Barone J. R. et al. 2006. Extrusion of feather keratin J. Appl. Poul. Sci. 100(2):1432-42. 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Ações de divulgação geral na mídia são Ciência Avícola - Suplemento 10, p159. brasileira trazendo implícitas as vantagens de: a) utilizar importantes, ressaltando-se a necessidade de comuni- matérias primas residuais para agregação de valor car a importância do setor para a cadeia de carnes, para em produtos e co-produtos; b) contribuir com novas o ambiente e como geradora de empregos. Em adição, dos o setor processos de e produção de industrial equipamentos na São necessários estudos sobre: a) processos indus- crescimento indicam que 10% parece ter pouco impacto na performance de suínos, na composição das carcaças 7.2 – Técnico ou qualidade da carne. Níveis de outros compostos da glicerina bruta, como metanol sódio, potássio e AGL sólida ação de formação de base de dados estatísticos, devem ser monitorados nos impactos sobre os valores a exemplo do que faz o NRA dos EUA; b) uma forte de EM e desempenho do ingrediente glicerol. Outros participação das associações junto ao governo federal aspectos de manejo e manufatura de rações devem ser nas áreas de meio-ambiente e agricultura na busca de observados dependendo da concentração de glicerina apoio financeiro com taxas de juros atrativas junto ao na dieta (fluidez das rações nos comedouros e umidade BNDES, FINEP, e outros fundos de apoio empresarial; c) da cama de aviário). buscar a união da categoria de produtores de farinhas e Administrativo São necessárias ações nos seguintes pontos: a) uma e gorduras nos objetivos comuns de fortalecimento do 7 – Implicações e conclusões setor. As farinhas animais originadas dos resíduos do abate soluções para melhoria e redução de riscos ambientais continuada É importante promover as parcerias com instituições Claudio Bellaver é PhD, Qualyfoco Consultoria Ltda e ProEmbrapa - Concórdia, SC; [email protected] 47 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a 48 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a Agenda AVISULAT- I Congresso Sul Brasileiro de Por Alexandre Ferreira IV – Feira Nacional das Graxarias Data: 19 a 21 de novembro de 2008 Data: 26 e 27 de março de 2009 Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Local: São Paulo – SP Gonçalves, RS Site: www.fenagra.com.br Telefone: (51) 3228-8844 Site: www.avisulat.com.br International Poultry Expo Data: 28 a 30 de Janeiro de 2009 Local: Atlanta – USA Site: www.ipe09.org Certificados de Garantia VIII WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP G r a x a r i a Data: 26 e 27 de março de 2009 Local: São Paulo – SP Site: www.fenagra.com.br FCE Comestique Ao comprarmos qualquer bem, móvel ou (BPF), que estão no bojo das primeiras imóvel, exigimos uma garantia. Hoje em dia medidas de capacitação expostas acima, a garantia passou a ser um item obrigatório porém o Selo representa algo concreto para Data: 26 a 28 de maio de 2009 para que qualquer fabricante possa estampar um Local: São Paulo - SP Há situações em que a própria garantia Certificado de Garantia em seu produto. Site: www.fcecosmotique.com.br é vendida como algo à parte (garantia National Biodiesel Conference and Expo a confiabilidade de um produto. Como agregar valor aos produtos desta estendida). forma? Pet South America Como podemos “vender” garantia com Nossos clientes têm um custo relativamente Local: San Francisco – USA Data: 22 a 24 de julho de 2009 os nossos Produtos? Como agregar valor alto para garantir que os ingredientes Site: www.biodieselconference.org Local: São Paulo - SP aos mesmos desta forma? comprados estejam em conformidade com os ingredientes formulados. Em caso de Data: 01 a 04 de Fevereiro de 2009 Site: www.petsa.com.br Na edição 05 de nossa revista o Dr. Claudio Bellaver apresenta o caminho: Deve- inconformidade se investir em Qualidade. Como fazer? produtos, há prejuízos pela necessidade capacitação de reposição não planejada. Caso uma dos recursos humanos da empresa, que empresa possa garantir a conformidade dos pode ser feito através de cursos ou da produtos que vende, ela poderá negociar contratação de consultoria especializada. É com seu cliente a redução dos custos que o importante que haja consciência a respeito mesmo deverá ter. disto, pois as etapas de Controle, Garantia e Gestão da Qualidade são feitas por pessoas se faça em uma indústria, um retorno é não por máquinas. Desta maneira para esperado. Investir em Qualidade certamente que os resultados sejam alcançados, além é retorno garantido, pois cada um de nós das diretrizes serem uma determinação valoriza de alguma maneira os produtos da liderança da empresa, deve haver uma que compramos. A classificação é simples: participação dos colaboradores que só acontece de maneira efetiva quando os BARATO ... mesmos Que tipo de produto é o seu? O primeiro são passo é devidamente a instruídos e mesmo devolvendo os Para todo e qualquer investimento que O produto/serviço MELHOR ou o MAIS incluídos em um planejamento estruturado. Após a implantação das primeiras etapas Até a próxima edição! pode-se vislumbrar finalmente um instrumento concreto para que se possa oferecer produtos com Garantia de Qualidade. O Sincobesp desenvolveu há alguns anos um Programa de Certificação de Qualidade em Farinhas de Origem Animal com a SGS do Brasil visando à evolução do mercado com a disponibilização do Selo de Qualidade em FOA. Entre a documentação de referência para a obtenção deste Selo está a IN-34 e toda a questão das Boas Práticas de Fabricação 49 R e v i s t a FENAGRA 2009 Avicultura, Suinocultura e Laticínios Realização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPS Ponto de Vista Alexandre Ferreira Consultor Técnico em Processos Industriais. B r a s i l e i r a 50 Assinaturas R e v i s t a R e v i s t a ASSINATURA DA REVISTA Graxaria Brasileira G r a x a r i a B r a s i l e i r a 51 Você pode solicitar o recebimento da Revista Graxaria Brasileira sem qualquer custo. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: Nome: Editora i9 Rua Leôncio de Carvalho, 303 – Conj. 101 Cep: 04003-010 – São Paulo / SP Tel/Fax: (55 11) 3213-0047 ou por e-mail: [email protected] Tipo de Empresa: ( ) Graxaria Independente Empresa: ( ) Graxaria / Frigorífico ( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos Endereço: Nº: ( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas Complemento: Cidade: Cep: UF: ( ) Prestadores de Serviços ( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria Fone: ( ) ( ) Consultoria / Assessoria Fax: ( ) Universidades / Escolas ( ) E-mail: ( ) Outros: Cargo: Aboissa 3º Capa Tel. (11) 3353-3000 E-mail: [email protected] www.aboissa.com.br Bovimex 33 Tel. (14) 3413-2700 E-mail: [email protected] www.bovimex.com.br Folem 43 Tel. (46) 3544-1447 E-mail: [email protected] www.folem.com.br Abra 23 Tel. (61) 4501-7199 E-mail: [email protected] www.abra.ind.br Braido 21 Tel. (11) 4368-4933 E-mail: [email protected] Gava 48 Tel. (11) 3105-2146 E-mail: [email protected] www.joaogava.com.br AGM & PETT 47 Tel. (11) 3531-4333 E-mail: [email protected] Anhembi Agro Industrial 47 Tel. (11) 3685-8907 E-mail: [email protected] Bertin 5 Tel. (14) 3533-2000 www.grupobertin.com.br Beta Automação 4º Capa Tel. (11) 3787-2382 E-mail: betaautomacao@ betaautomacao.com.br www.betaautomacao.com.br Chibrascenter 37 Tel. (11) 5521-3373 E-mail: decanter@chibrascenter. com.br www.chibrascenter.com.br Dupps Company 13 Tel. (+1) 937-855-6555 www.dupps.com Eurotec Nutrition 19 Tel. (48) 3242-4860 E-mail: danieli.zanoni@euronutri. com.br Farima 43 Tel. (44) 3544-1292 E-mail: [email protected] www.farima.com.br Giglio 45 Tel. (11) 4368-1822 E-mail: [email protected] www.giglio.com.br Grupo Braido 48 Tel. (11) 4227-9500 E-mail: [email protected] www.grupobraido.com Ipufol 45 Tel. (49) 3449-0372 E-mail: [email protected] Martec/Percon 41 Tel. (14) 3342-3301 Tel. (11) 4018-4222 Nutract 25 Tel. (49) 3329-1111 E-mail: [email protected] www.nutract.com.br Qualyfoco 41 Tel. (49) 3444-1422 E-mail: [email protected] www.qualyfoco.netcon.com.br Razzo 35 Tel. (11) 2164-1313 E-mail: [email protected] www.razzo.com.br Sincobesp 15 Tel. (11) 3237-2860 E-mail: [email protected] www.sincobesp.com.br Julian Máquinas 11 Tel. (14) 3621-6937 E-mail: [email protected] Thor Máquinas 9 Tel. (55) 3211-1515 E-mail: [email protected] www.thor.com.br LDS Máquinas 2º Capa Tel. (14) 2104-3200 E-mail: [email protected] www.ldsmaquinas.com.br União Caldeiraria 39 Tel. (11) 4595-5077 E-mail: [email protected] www.uniao.srv.br G r a x a r i a B r a s i l e i r a 52 R e v i s t a G r a x a r i a B r a s i l e i r a