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Nutrição
Nutrição
Nutrição
de Suínas
Fêmeas
Suínas
Nutrição de Fêmeas
de
Alta Performance Reprodutiva nos
de Alta Performance
Trópicos
Reprodutiva nos Trópicos
Dr. Bruno A. N. Silva
IPG, Institute for Pig Genetics The Netherlands
[email protected]
A Fêmea Moderna
A produtividade da fêmea suína
aumentou de forma substancial nos últimos 10 anos devido ao manejo, avanços
genéticos e seleção baseada em parâmetros, tais como tamanho de leitegada,
intervalo desmama-estro e eficiência na
lactação. É possível ver, na Tabela 1, uma
indicação do tipo de progresso alcançado
nas 10% melhores granjas comerciais,
hoje, na Holanda.
Estes dados demonstram a eficiência da seleção genética balanceada, que
traz, associada, maior capacidade reprodutiva das fêmeas, vigor e sobrevivência dos
leitões, permitindo a produção de leitegadas maiores, sem aumentar a mortalidade
dos leitões (Figura 1). Os resultados indicam um crescimento estável de 0.35 leitão
desmamado/fêmea/ano. Estes valores nos
levam a uma estimação para 2020 de 15
– 16 leitões nascidos vivos/leitegada ou
33 leitões desmamados/fêmea/ano. Neste
momento não existem evidências de que
este melhoramento já tenha alcançado o
seu patamar máximo (ex.: raças chinesas
com 17 leitões nascidos vivos).
Nos últimos anos foi verificado
que uma seleção balanceada é de fundamental importância para equilibrar o
aumento do tamanho da leitegada com
Figura 1. Tendência genética para mortalidade pré-desmame e número de leitões nascidos vivos por
leitegada (IPG, 2010).
a vitalidade dos leitões. Entretanto, é de
comum conhecimento que o aumento do
tamanho da leitegada implica na redução
do peso ao nascimento e em variações do
peso dentro da leitegada, levando a vitalidade reduzida até o desmame. Isto é
mostrado na Figura 2 para a situação de
manejo em que não há acompanhamento
direto do parto da fêmea, na qual podemos
verificar que a vitalidade do leitão não é
apenas dependente do peso ao nascimen-
Tabela 1. Progresso alcançado em produtividade nas 10% melhores granjas
comerciais da Holanda entre 2000 e 2009 (IPG, 2010).
2000
2007
2009
# granjas (10% melhores)
48
62
94
95
# fêmeas/granja
287
351
435
489
Leitegadas/porca/ano
2.42
2.43
2.44
2.46
Nascidos vivos/leitegada
12.2
12.7
13.5
14.0
Desmamados/ leitegada
11.0
11.5
12.0
12.5
Desmamados/porca/ano
26.7
27.9
29.4
30.8
Suínos & Cia
10
2004
to, mas também da linha genética. A vitalidade do leitão, assim como o tamanho
da leitegada, é uma característica de baixa
herdabilidade (h2 = 0.05, Knol 2000), mas
com oportunidades claras para melhoramento genético.
Novos modelos estatísticos e protocolos adicionais de coleta de dados entre o nascimento e o desmame têm sido
desenvolvidos e testados para combinar o
progresso no número de nascidos vivos, a
vitalidade dos leitões e a uniformidade da
leitegada em progresso genético sustentável para o número de leitões desmamados/
fêmea/ano, ou seja, cada leitão nascido
extra deverá nascer vivo e ser desmamado. Isto é combinado com a seleção para
habilidade materna (número de tetas, ganho de peso dos leitões até o desmame,
etc) e a eficiência alimentar das porcas.
A Tabela 2 mostra o progresso
genético esperado para uma seleção baseada em um grande número de leitegadas
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Figura 2. Relação entre peso ao nascimento e sobrevivência de leitões até o desmame em leitegadas
sem assistência ao parto para duas linhas genéticas (Merks, 2008).
fenotípicas e informação de família para
tamanho de leitegada, peso ao nascimento
e sobrevivência até o desmame, comparado a tendências realizadas entre 2000 e
2004.
A longevidade das fêmeas é relevante para uma alta performance reprodutiva (até o 4º parto o tamanho da
leitegada aumenta, Figura 3), bem como
para um sistema de produção sustentável.
Uma pesquisa com mais de 50 granjas utilizando o mesmo material genético mostrou que diferenças na longevidade estão
diretamente relacionadas aos diferentes
tipos de instalações e manejos adotados
pelas granjas. Isto significa que apesar das
oportunidades genéticas (longevidade é
hereditário h2 = 0.10 – 0.18, mas a um nível baixo, assim como outros parâmetros
reprodutivos), a escolha da instalação e
do sistema de manejo influencia de forma
mais efetiva na longevidade das fêmeas.
No entanto, longevidade versus performance reprodutiva por ordem de parto
deverá permanecer como parte da seleção
genética balanceada.
O intenso trabalho de melhoramento genético realizado nos suínos,
com o objetivo de obter maior eficiência
alimentar e carcaças com maior teor de
carne magra, tem provocado alterações
significativas nas matrizes atualmente
disponíveis no mercado. As matrizes modernas são mais precoces e produtivas e
possuem maior peso corporal, portanto,
são nutricionalmente mais exigentes.
A Nutrição da Fêmea Moderna
Embora os avanços genéticos
tenham tornado as fêmeas mais produtivas, elas são mais exigentes nutricionalmente e menos resistentes aos desafios
Tabela 2. Progresso genético realizado e esperado para a produtividade de leitões,
sendo 2000 o ano base, e os resultados do Brasil e da Holanda (Merks, 2008).
Realizado
2000
Leitegadas/porca/ano
2.45
2.45
2.45
2.45
2.45
Nasc. Vivos/leitegada
12.2
12.6
13.0
13.4
14.2
Mortalidade %
7.5
7.3
7.2
7.1
7.0
Desmamados/
leitegada
11.3
11.7
12.1
12.4
13.2
Desmamados/porca/
ano
27.6
28.6
29.6
30.5
32.4
Suínos & Cia
12
Realizado Esperado Esperado Esperado
2004
2008
2012
2020
nutricionais. As necessidades nutricionais
das fêmeas modernas e a disponibilidade
de nutrientes da dieta delas são pouco
conhecidas em comparação ao conhecimento que se tem dos suínos em fase de
crescimento e terminação. O número de
pesquisas publicadas durante os últimos
40 anos com fêmeas suínas, de acordo
com o Commonwealth Agricultural
Bureau database (5), equivale a menos de
1% de todas as publicações referentes a
suínos. A produtividade dos genótipos
modernos aumentou de forma extremamente rápida nos últimos 20 anos, entretanto, os níveis nutricionais adotados para
estes animais ainda são baseados em resultados de pesquisas feitas entra a década
70 e o começo dos anos 90 (Agricultural
Research Council-ARC) (3) e National
Research Council (NRC) (53). Além disso,
grande parte das recomendações nutricionais atuais adotadas para as fêmeas em
reprodução são extrapolações não verificadas de pesquisas realizadas com suínos
em terminação. Pesquisas mais recentes,
utilizando os genótipos modernos, têm
mostrado que as necessidades, tanto de
energia quanto de aminoácidos, são muito
mais elevadas por uma margem significativa do que os níveis propostos pelo
National Research Council (NRC) (53).
Para estabelecer um adequado
programa de nutrição para matrizes modernas, deve-se considerar o material
genético da granja, suas necessidades
nutricionais e os fatores que afetam essas
necessidades. Também é preciso entender os diversos aspectos metabólicos da
interação entre o genótipo, a nutrição e
a reprodução da fêmea suína. Este entendimento é fundamental para que se possa
alcançar, ao mesmo tempo, produtividade
e longevidade do plantel.
Nutrição da Fêmea Gestante
Mudanças na nutrição energética
O estado energético da fêmea
gestante pode influenciar diretamente seu
desempenho na lactação. O excesso de
energia pode causar obesidade ao parto,
o que resulta em um consumo voluntário
reduzido, resultando em perdas corporais
elevadas durante a lactação (76,34). Comparando porcas gordas (349 g de gordura/kg de
peso corporal) com magras (280 g de gordura/kg de peso corporal), mas com semelhantes pesos ao parto, Revell et all (1998)
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
autores concluíram que o valor sugerido
por Noblet et al. (1997) e NRC(53) para a
atual população de fêmeas está abaixo da
necessidade real em, aproximadamente,
14%. A provável explicação para as mudanças nas necessidades está relacionada
à queda no conteúdo de gordura corporal
e ao aumento do conteúdo de massa protéica, bem como ao aumento das taxas de
turnover protéico dos genótipos modernos.
Figura 3. Relação entre ordem de parto e tamanho da leitegada, como visto em diferentes linhas
genéticas (Merks, 2008).
observaram uma redução de 30% no consumo e maior perda de gordura dorsal nas
porcas gordas durante a lactação, efeitos
que foram acompanhados por maior concentração de ácidos graxos não-esterificados e glicerol no sangue. A explicação é
que altos índices de consumo alimentar
durante a gestação irão reduzir os níveis
de insulina durante a lactação e/ou diminuir a sensibilidade à insulina, o que, por
sua vez, resultará em maiores lipólise e
nível de NEFA e, consequentemente, em
um apetite reduzido (64).
A redução no consumo voluntário
passa ser um problema ainda maior quando se trata de fêmeas de primeiro e segundo partos em relação às porcas pluríparas.
Matrizes de primeiro parto apresentam
menor capacidade de consumo alimentar,
da ordem de 20% (17), quando comparadas a porcas pluríparas. De acordo com
Boyd et al. (2000), isso pode ser devido
à menor capacidade gastrointestinal das
fêmeas jovens. Como as primíparas ainda
estão em fase de crescimento, esse insuficiente consumo pode acarretar efeitos
mais prejudiciais em sua vida produtiva e
reprodutiva futura quando comparadas às
fêmeas pluríparas.
Uma deficiência severa de energia poderá resultar em porcas magras ao
parto, podendo levar a problemas durante
o parto e lactação com redução na capacidade de produção de leite e no peso da
leitegada ao desmame. Para controlar de
forma mais eficiente o consumo de energia pela fêmea gestante, o uso da alimentação restrita e/ou controlada é realizada.
As estimativas de energia para porcas ges-
Suínos & Cia
14
tantes foram determinadas por Noblet et
al. (1997), nas quais os autores afirmam
que mais de 60% das exigências de energia das fêmeas gestantes são representadas pela mantença, estando em torno de
0.44 MJ (ou 105 kcal) de EM/ kg de peso
metabólico (PC0.75)/ dia, em condições de
termoneutralidade. Este valor, segundo os
mesmos autores, não é significativamente
influenciado pela ordem de parto, gestação e fase da gestação. Mais recentemente, Samuel et al. (2007) reavaliaram as
necessidades de energia metabolizável de
mantença para genótipos modernos (altas
taxas de deposição de tecido magro e prolificidade) e observaram uma necessidade
de 0.50 MJ (ou 120 kcal) de EM/ kg de
peso metabólico (PC0.75)/ dia. Os mesmos
O ganho materno deve ser entendido como o ganho líquido de peso
da porca durante o período de gestação,
desconsiderando o ganho de peso atribuído ao útero, placenta, fluidos placentários,
fetos e glândula mamária. De acordo com
Tokach et al. (1999), a demanda energética para ganho materno, considerando a
composição do ganho em 25% de gordura
e 15% de proteína, é de, aproximadamente, 4.8 MJ (ou 1150 kcal) de EM/ dia. A
contribuição do ganho materno para a
exigência energética da matriz é variável
e está relacionada à fase de crescimento
da matriz, sendo maior em fêmeas primíparas.
O crescimento fetal do útero e
da glândula mamária, representando as
necessidades energéticas da reprodução,
exige um total de 1.59 MJ (ou 380 kcal)
de EM/ dia para uma leitegada equivalente a 12 fetos, independentemente do peso
da fêmea (57). Se considerarmos os genótipos modernos, nos quais se observam fêmeas com 16 fetos, esta exigência seria de
1.98 MJ (ou 473 kcal) de EM/ dia, um aumento de 25% na necessidade de energia
para reprodução. Segundo Close (2001),
Figura 4. Exigências energéticas de porcas de primeiro parto (a) e quarto parto (b) em função do
período de gestação (Adaptado de Close, 2001).
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
aos 114 dias de gestação,
60% do gasto energético
com a reprodução é devido ao útero gravídico,
e o restante, ao desenvolvimento da glândula
mamária.
Tabela 3. Ganho de conteúdo protéico (CP) e aminoacídico pelo feto e tecido mamário durante a
gestação (adaptado de Kim et al., 1999a; Wu et al., 1999; Ji et al., 2004; e McPherson et al., 2004).
Item
CP
Lis
Thr
Trp
Met
Val
Arg
Ile
Leu
Tecido fetal
D 0 a 70 de gestação
% em proteína
7,79
4,04
1,22
2,23
5,30
6,45
3,56
8,12
Além de diferirem entre porcas nulípaGanho, g • d-1 • feto-1
0,25 0,019 0,010 0,003 0,006 0,013 0,016 0,009 0,020
ras e pluríparas, as exiD 70 ao parto
gências energéticas se al% em proteína
6,11
3,51
1,20
1,99
4,55
6,84
3,07
7,16
teram durante a gestação
(Figura 4). As exigências
-1
-1
Ganho, g • d • feto
4,63 0,283 0,162 0,056 0,092 0,211 0,317 0,142 0,332
para ganho materno são
Tecido mamário
maiores no primeiro terço de gestação e signifi% em proteína
7,50
4,25
1,17
1,98
5,70
6,13
4,13
8,37
cativamente superiores
D 0 a 80 de gestação
em porcas primíparas.
Ganho, g • d-1 • glând.-1 0,14 0,011 0,006 0,002 0,003 0,008 0,009 0,006 0,012
Por outro lado, a demanda energética para
D 80 ao parto
reprodução é maior no
Ganho, g • d-1 • glând.-1 3,41 0,256 0,145 0,040 0,068 0,194 0,209 0,141 0,286
terço final de gestação. A
demanda energética total
aminoácidos como indicadores. Estes o crescimento muscular deverá ser conde uma fêmea gestante depende, também,
autores encontraram que a necessidade siderado nas fêmeas mais jovens como
da condição corporal da matriz no mode lisina é de 49 mg/ kg de peso meta- parte de suas necessidades reprodutivas.
mento da cobertura. Segundo Young et
bólico (PC0,75); este valor excede a atual Analisando estudos recentes com fêmeal. (2005), animais com menor reserva de
as de genótipos modernos, tem sido dada
recomendação (23, 53) em 30%.
gordura corporal exigem maior quantidaHá mais informações disponíveis uma atenção, em particular, ao crescimende de energia para atingirem a condição
to fetal(49), desenvolvimento das glândulas
corporal preconizada para o momento do sobre as exigências de lisina do que de
(28)
mamárias
e crescimento materno (29).
outro aminoácido essencial. Entretanto, se
parto.
aplicarmos a relação de proteína ideal uti- Os resultados obtidos por estes autores
lizando a necessidade de lisina proposto indicam um crescimento cúbico, tanto do
Mudanças na nutrição proteíca e
por Samuel et al. (2008a), a necessidade tecido mamário quanto dos fetos, princiaminoacídica
de metionina seria 40% superior à reco- palmente a partir dos 70 dias de gestação.
mendação atual. A metionina desempe- Resultados, estes, superiores aos observanha função essencial durante a gestação, dos em estudos similares nas décadas de
A restrição alimentar imposta
incluindo a metilação de DNA durante 80 e 90.
durante a gestação poderá tornar-se um
o desenvolvimento gestacional, o que a
De acordo com McPherson et al.
fator limitante para ingestão de proteítorna extremamente importante para a re- (2004) e Kim et al. (2009), um feto ganha
nas, causando deficiências, especialmente
gulação da expressão genética. Dourmad 17,5 g de proteína corporal do dia 0 ao 70
durante o terço final da gestação. Assim, e Etienne (2002) concluíram que a ne- (0,25 g de proteína/dia) e 203,7 g de proconsiderando um fornecimento limitado cessidade de treonina durante a gestação teína do dia 70 ao 114 (4,63 g de proteína/
de ração para restringir o consumo de para as fêmeas modernas é maior do que dia). Se considerarmos uma fêmea com
energia, torna-se importante fornecer uma o valor proposto pelo National Research 16 fetos, são 4,0 e 74,1 g/dia de ganho
dieta que permita uma elevada eficiência Council (NRC)(53). As autoras atribuem protéico para o início e final da gestação,
de utilização da proteína.
esta diferença a uma maior retenção de respectivamente. Isto equivale a uma diDurante a gestação, as exigências
protéicas de mantença têm sido estimadas
com grande variabilidade, com valores
entre 50 a 133 g de proteína/dia (60), podendo estar relacionada à massa protéica
corporal. Fuller et al., (1989) e National
Research Council (NRC) (53) estimaram
a exigência diária de lisina para mantença em 36 mg para cada kg de peso metabólico (PC0,75). Recentemente, Samuel
et al. (2008a) avaliaram as necessidades
de lisina para mantença em fêmeas de
genótipo moderno usando a oxidação de
Suínos & Cia
16
nitrogênio diária observada nas fêmeas
modernas durante a gestação. Estes resultados corroboram para a hipótese de que
as necessidades de aminoácidos dos genótipos modernos sejam maiores, em virtude
de uma maior capacidade de deposição de
tecido magro e turnover proteico.
Para que o crescimento fetal e
o desenvolvimento do tecido mamário
ocorram de forma rápida durante a fase
final da gestação, as necessidades de aminoácidos tendem a ser maiores nesta fase,
particularmente em primíparas. Portanto,
ferença de 70,1 g/dia ou um aumento de
18,5 vezes na taxa de ganho protéico entre as fases inicial e final da gestação. Wu
et al. (1999) avaliaram a composição de
aminoácidos de fetos suínos durante diferentes fases da gestação e observaram que
esta variável muda de forma significativa
com o progresso da gestação.
O ganho individual da glândula
mamária é de, aproximadamente, 11,2 g
de proteína do dia 0 até 80 (0,14 g de proteína/dia) e 115,9 g de proteína do dia 80
até 114 (3,41 g de proteína/dia). Se uma
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
fêmea tem 16 glândulas mamárias, serão
2,2 e 54,6 g/ dia de ganho protéico para
as fases inicial e final da gestação, respectivamente. Isto representa uma diferença
de 52,3 g ou um aumento de 24,4 vezes
na taxa de ganho proteico entre o início
e o fim da gestação (28). Com base nestes
resultados, é possível determinar o ganho
protéico e aminoacídico dos fetos e do tecido mamário durante a gestação (Tabela
3). As mudanças nas taxas e composição
dos ganhos de tecidos afetam as necessidades individuais dos aminoácidos para
o crescimento fetal e mamário durante a
gestação.
O National Research Council
(NRC)(53) e o Centraal Veeroederbureau
(CVB) (3), que utilizam modelos baseados
em genótipos diferentes dos atuais para
estimar as necessidades de lisina para
gestação, indicam níveis de 9 a 10 g/dia
de lisina para pluríparas e 11 a 12 g/dia
para nulíparas. Segundo Close (2001),
matrizes gestantes pluríparas têm exigência de lisina da ordem de 10 a 11 g/dia,
enquanto nulíparas ou matrizes em processo de crescimento exigem 14 a 15 g/
dia de lisina. A partir da composição aminoacídica dos diversos tecidos (materno,
útero, feto, placenta e glândula mamária)
e das mudanças que ocorrem durante a
gestação foi possível desenvolvermos um
modelo (IPG Sow Model® 2010) baseado
no perfil produtivo dos genótipos modernos, por meio do qual obtivemos necessidades de lisina da ordem de 12 a 13 g/
dia para pluríparas, enquanto que para
fêmeas nulíparas e primíparas obtivemos
uma necessidade média da ordem de 14
a 16 g/dia de lisina. Nossos resultados
estão próximos aos encontrados por Close (2001) e superam, aproximadamente,
24% dos requerimentos propostos pelo
National Research Council (NRC)(53) e o
Centraal Veeroederbureau (CVB)(3) (Figura 5). Segundo Ji et al. (2005), baseado
nas exigências de mantença, como ganho
de tecido materno e crescimento dos conceptos, porcas nulíparas gestantes exigem
6,8 e 15,3 g/dia de lisina digestível antes
e após os 75 dias de gestação. Separando as necessidades em duas fases (antes e
após os 75 dias de gestação), obtivemos,
com nosso modelo, um requerimento de
10,3 e 17,8 g/dia de lisina digestível para
matrizes nulíparas e 9,2 e 16,6 g/ dia para
pluríparas. As diferenças observadas entre
os resultados de Ji et al. (2005) e os nossos podem ser atribuídas às diferenças de
condição corporal das fêmeas no começo
Ano VI - nº 37/2010
Figura 5. Comparação das necessidades de lisina digestível para matrizes utilizando dois modelos
diferentes (IPG Sow Model® 2010 – azul; e CVB 1996 – rosa).
da gestação, ao número e peso dos fetos e
ao genótipo utilizado.
Com base nos resultados das recentes pesquisas tem-se estimulado o estabelecimento de programas nutricionais
baseados em mais de uma fase, e não mais
uma única dieta durante todo o período de
gestação(49). Embora Clowes et al. (2003a)
não tenham encontrado benefícios produtivos e reprodutivos para fêmeas alimentadas com três níveis de proteína durante
a gestação, os autores recomendam tal
prática pela redução da excreção total e
emissão de amônia, o que pode contribuir
para maior produtividade animal e atendimento da legislação ambiental.
A nutrição durante a gestação deve
maximizar a retenção protéica e garantir
uma adequada deposição de gordura. Esta
estratégia maximiza a liberação de insulina, minimiza os níveis de glucagon, aumentando o consumo voluntário de ração
durante a lactação (32).
Nutrição materna durante a gestação como uma oportunidade para melhorar peso e uniformidade da leitegada
ao nascimento
A seleção genética para maior
prolificidade alcançou bons resultados,
aumentando o tamanho da leitegada. Assumindo que a capacidade do útero em
manter o número de feto inteiramente formados até o parto é limitada, é aceitável
Figure 6. Relação entre o número de fetos e o peso médio. O peso fetal foi mensurado
nos dias 46 (l) e 56(n) de gestação (Adaptado de Musser et al., 2004).
Suínos & Cia
17
Nutrição
que se estabeleça uma correlação negativa entre o aumento do número de fetos e
o seu crescimento individual (Figura 6).
Sendo assim, vários autores observaram
aumentos na desuniformidade do peso
dos leitões dentro de uma mesma leitegada, bem como a redução do peso médio da
leitegada, devido à seleção genética para
tamanho de leitegada (45,82,24) (Figura 7).
O peso ao nascimento e sua variação dentro da leitegada representam
um fator de interesse, uma vez que tem
sido mostrado que estão positivamente
correlacionados com a mortalidade prédesmame(89). Em leitegadas com grandes
variações na uniformidade ao nascimento, os leitões menores são excluídos do
acesso aos tetos funcionais e produtivos,
devido à desvantagem em competir com
os leitões maiores pelos melhores tetos.
Estes leitões apresentam menor ingestão
de colostro e de leite, o que leva à menor aquisição de imunidade passiva, acarretando um estado nutricional baixo (65)
Consequentemente, os leitões menores
são comprometidos fisiologicamente em
termos de reservas de energia, sendo mais
susceptíveis à hipotermia (89).
Em adição, leitegadas com maior
variação no peso ao nascimento também
apresentam maiores variações de peso ao
desmame. Este fato, como não é desejado,
resulta em um manejo mais complicado.
Leitões que nascem com pesos abaixo da
média apresentam índices de crescimento mais lentos e idade mais avançada ao
abate(26).
O não atendimento das exigências
nutricionais das fêmeas durante a gestação, associado às necessidades nutricionais elevadas para suportar mais fetos no
útero, pode ser correlacionado ao fenômeno denominado restrição do crescimento
intrauterino (IUGR) e, por consequência,
Figura 7. Relação entre o numero de leitões nascidos e o peso médio do leitão dentro da leitegada
(Adaptado de Smit., 2007).
afetar negativamente o desempenho da
leitegada por meio do aumento na desuniformidade e redução do peso de nascimento dos leitões.
A nutrição durante o período préovulatório e suas consequências sobre o
desenvolvimento e a sobrevivência embrionária têm sido avaliadas por diversos
autores(38, 64, 92, 93). Entretanto, evidências
que provam este efeito são limitadas. Ferguson et al. (2006), avaliando os efeitos
das alterações na quantidade e composição de dietas pré-cobertura em marrãs,
não encontraram efeitos sobre variabilidade no peso da placenta, peso fetal ou
comprimento do feto nos dias 27/28 de
gestação (Tabela 4). Entretanto, os autores encontraram indícios de fetos com
restrição do crescimento intrauterino em
muitas leitegadas.
Os efeitos da nutrição pré-ovulatória sobre os folículos e oócitos estão
associados ao efeito da nutrição sobre a
concentração de hormônios circulantes,
tais como hormônios de crescimento e
leptina, mais em especial as considerações de insulina e IGF-I. Concentrações
sanguíneas de insulina e IGF-I são consideradas importantes mediadores dos efeitos da nutrição sobre os ovários. Segundo
Yang et al. (2000a), o nível de ingestão
de lisina durante a lactação anterior afetou
a distribuição e o tamanho dos folículos
na população pré-ovulatória, a atividade
esteroidogênica dos folículos maiores e a
habilidade do folículo em suportar maturação do oócito (qualidade folicular). De
acordo com os autores, estes achados dão
suporte fisiológico para a redução observada na performance reprodutiva, resultado de uma ingestão deficiente de aminoácidos durante a lactação.
O nível de energia da dieta também tem sido investigado como um fator
relacionado ao desenvolvimento da placenta e do feto. Noblet et al. (1985) observaram uma relação direta entre a nutrição
Tabela 4. Efeito da dieta pré-cobertura sobre o crescimento fetal até os dias 27/28 de gestação (Adaptado de Ferguson et al., 2006).
Ma
(n = 10)
1.8 x M
(n = 8)
2.6 x M
(n = 8)
Fibrab
(n = 8)
Proteinab
(n = 8)
Amidob
(n = 8)
1
4
1
1*
0
5#
Número de leitegadas com fetos SGA
3
2
2
3
4
2
Total de leitegadas com fetos IUGR ou SGA
4
6
3
4
4
7
% de leitegadas contendo fetos com
crescimento inadequado
40
75
38
50
50
88
Número de leitegadas com fetos IUGRc
d
a
b
c
M = mantença
1.8 x M isoenergética
IUGR = restrição do crescimento intrauterino
SGA = pequeno para a idade gestacional
* Sign. diferente do 1.8 x M controle (p<0.05)
# Sign. diferente do M control (p<0.05)
d
Suínos & Cia
18
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Tabela 5. Performance reprodutiva de marrãs suplementadas ou não com 1% de L-arginina-HCL
(Adaptado de Mateo et al., 2007).
Tratamento
Parâmetros
Erro padrão
Controle
Arginina
Total nascidos vivos por leitegada (n)
9,37
11,40*
Peso da leitegada ao nascimento, nascidos vivos (Kg)
13,19
16,38*
0,74
Natimortos por leitegada (n)
1,86
0,66*
0,147
Variação de peso leitões nascidos vivos (Kg)
0,240
0,253
0,017
0,56
*Sign. ao nivel de P<0.05
materna e o peso fetal, na qual, reduzindo
o consumo de ração e, por consequência,
a ingestão de energia após os 80 dias de
gestação, levou-se à uma redução do crescimento fetal em marrãs. Lawlor et al.
(2007) não observaram influência sobre
peso ao nascimento, peso ao desmame e
uniformidade da leitegada quando avaliaram cinco diferentes níveis de energia
durante a gestação. Laws et al. (2009)
observaram que a suplementação de óleo
(10%) alterou a distribuição dos pesos
dos leitões ao nascimento e melhorou o
estado energético dos leitões mais leves.
A suplementação de MUFA durante a primeira metade da gestação tem mostrado
resultados benéficos por meio da redução
de leitões com peso baixo ao nascimento.
Já o fornecimento de dietas com níveis
elevados de PUFA tem um efeito inverso.
Kongested (2005) sugeriu que a taxa de
prenhez e o tamanho de leitegada podem
ser influenciados pelo consumo de energia, entretanto, o autor concluiu que os
resultados de literatura são inconsistentes
e não fornecem uma ideia clara da relação
ideal entre o fornecimento de energia e a
performance reprodutiva.
A restrição protéica tem sido relacionada com efeitos negativos observados durante a gestação. Segundo Wu et
al. (1998), marrãs recebendo dietas com
baixos níveis de proteína apresentam
concentrações reduzidas de aminoácidos
básicos (arginina, lisina e ornitina) e de
vários aminoácidos neutros (alanina, glutamina, glycina, prolina, serina, taurina e
treonina) na placenta e no endométrio ao
nível de 16% a 30%. Uma restrição severa
de proteína reduzirá as atividades do óxido nítrico sintetase e a síntese de citrulina
a partir da atividade da arginina e ornitina
descarboxilase na placenta e no endométrio em 30% a 51%, 34% a 42% e 44%
a 77%, respectivamente. Estes resultados
mostram evidências da importância da nutrição materna, mais especificamente dos
aminoácidos da família da arginina sobre
o crescimento fetal, já que as funções
afetadas são estritamente relacionadas à
angiogênese e ao crescimento da placenta
e embrionário. Mateo et al. (2007) avaliaram a suplementação de 1% de L-arginina
na dieta para marrãs e observaram um aumento em 22% no número de nascidos vivos e 24% no peso da leitegada (Tabela 5).
A explicação é que a suplementação de arginina aumentou a síntese de óxido nítrico
e de poliaminas, elevando a eficiência no
processo de angiogênese e crescimento da
placenta, melhorando a circulação uteroplacental, aumentando a transferência de
nutrientes e O2 entre a porca e os fetos e
consequentemente, aumentando a sobrevivência e crescimento fetal.
A utilização de aditivos pode ser
uma alternativa para melhorar o desempenho da leitegada durante a gestação. A
suplementação da ração com L-carnitina
(Tabela 6) durante a gestação aumentou o
tamanho e o peso da leitegada ao nascimento (Ramanau et al., 2008).
A variação na quantidade de ração
fornecida tem sido relacionada a melhoras do peso da leitegada ao nascimento.
Mahan (1998), avaliando diferentes níveis de fornecimento de ração para fêmeas gestantes, observou que aquelas que
receberam 130 gramas de ração adicional
por dia pariram um número maior de leitões, mais pesados do que o tratamento
controle. Diversos autores (51, 56, 42 11) observaram efeitos negativos sobre a mortalidade, número total de nascidos vivos,
peso da leitegada e uniformidade quando
forneceram quantidades elevadas de ração em diversas fases da gestação. O que
pode ser explicado é que o fornecimento
elevado de ração altera a concentração de
progesterona circulante, que, por sua vez,
modifica o desenvolvimento do endométrio e sua atividade secretora, afetando a
composição dos fluidos alantóicos que
fornecem nutrientes para os fetos(4,19). Recentemente, Quesnel et al. (2010) observaram que níveis elevados de alimentação
(4 vs. 2 kg/ dia) da cobertura até os 28 dias
Tabela 6. Efeito da suplementação de L-carnitina (25 ou 50 mg/ kg) durante a gestação sobre o tamanho da leitegada, peso do
leitão ao nascimento (kg) e peso da leitegada ao nascimento (kg) (Adaptado de Ramanau et al., 2008).
Controle
Número de fêmeas
50 mg/kg
P-value
(25 vs. C)
P-value
(50 vs. C)
P-value
(50 vs. 25)
491
535
521
Total nascidos
11,47
11,76
11,99
0,35
0,04
0,49
Número nascidos vivos
10,60
11,07
11,18
0,04
0,01
0,86
Natimortos & mumif,
0,87
0,68
0,81
0,01
0,46
0,09
Peso nascimento leitão
1,40
1,48
1,51
<0,001
<0,001
0,08
Peso leitegada ao parto
15,07
16,39
16,78
<0,001
<0,001
0,24
Suínos & Cia
20
25 mg/kg
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Figura 8. Esquema do metabolismo energético em fêmeas lactantes (Bergsma et al., 2009).
Ano VI - nº 37/2010
Suínos & Cia
21
Nutrição
de gestação em marrãs prolíficas não afetaram a sobrevivência embrionária e não
tiveram nenhum efeito benéfico ou detrimental sobre o tamanho e a variabilidade
dos embriões.
Nutrição da Fêmea Lactante
Mudanças na nutrição energética
Fêmeas em lactação exigem energia para sua mantença e produção de leite.
Tais exigências dependem de seu peso,
produção e composição de seu leite e das
condições ambientais sob as quais estão
alojadas. Embora a mensuração dessas
exigências seja difícil, segundo Aherne &
Foxcroft (2000), de 25% a 80% das exigências energéticas das fêmeas lactantes
são destinadas à produção de leite, e os
25% restantes, à mantença.
Informações atualizadas sobre a
necessidade de energia para matrizes lactantes modernas são limitadas. O consumo
inadequado de energia durante a lactação
faz com que a matriz mobilize nutrientes
de diferentes tecidos corporais, levando a
uma significativa perda de peso. A maioria dos trabalhos aponta para exigências
energéticas de mantença semelhantes entre fêmeas gestantes e lactantes. Noblet
et al. (1990) sugerem diferentes valores,
0,46 (ou 110 kcal) e 0,44 (ou 105 kcal)
MJ de EM/ kg de peso metabólico (PC0.75)
para lactação e gestação, respectivamente. Porém, estas diferenças parecem ser
relativamente pequenas, da ordem de 5%.
Mais recentemente, Samuel et al. (2007a,
b, c, d) estimaram a energia de mantença para fêmeas lactantes em 0,51 (ou 122
kcal) ± 0,07 (ou 16,73 kcal) MJ de EM/
kg de peso metabólico (PC0.75), 10% superior ao valor proposto por Noblet et al.
(1990).
Para o cálculo da demanda energética para a produção de leite é utilizado
o ganho de peso da leitegada no período
de lactação. Porém, novos conceitos têm
sido adotados para melhor estimação da
produção de leite e eficiência de utilização da energia para tal produção. Para que
a fêmea suporte um número crescente de
leitões durante a lactação, torna-se extremamente importante mantê-las em uma
condição corporal adequada. Geralmente,
o consumo de ração durante a lactação
não é suficiente para sustentar uma produção de leite adequada e manter leitegadas
grandes(57,20). Se uma maior demanda por
energia não pode ser atendida via consumo extra, as matrizes são obrigadas a
mobilizar suas reservas corporais. Níveis
excessivos de mobilização podem tornarse um problema para a longevidade da
fêmea(13, 14). Como resultado da seleção
para suínos mais magros e com maior
eficiência alimentar, o consumo de ração
tende a diminuir, pois a alta deposição
muscular e a eficiência alimentar são negativamente correlacionadas com o apetite (Kanis, 1990). Assim sendo, torna-se
necessário focar na eficiência lactacional
(Figura 8;(6)), ou seja, aumentar a eficiência energética durante a lactação poderá
ser uma solução, levando a uma maior
produção de leite com um dado consumo
e mobilização de reservas.
Um exemplo de determinação das
necessidades de energia para fêmeas lactantes é proposto por Abreu et al. (2005).
De acordo com os autores, os dados da
Tabela 7 indicam que as exigências energéticas totais de fêmeas em lactação são
muito superiores do que em gestação e
que podem, na maioria das condições comerciais de criação, não serem atendidas
pelo consumo alimentar da fêmea. Isso
implica que a matriz necessitará mobilizar reservas corporais para atendimento
das necessidades nutricionais.
Koketsu et al. (1996), trabalhando com fêmeas primíparas, avaliaram o
uso de rações com altos (69 MJ [ou 16,5
Mcal] EM/dia) ou baixos (27 MJ [ou 6,4
Mcal] EM/dia) níveis de energia, durante
um período de lactação de 21 dias. As restrições de consumo de energia foram impostas durante toda a lactação e durante
a primeira, segunda ou terceira semanas
de lactação. Os autores verificaram que o
consumo de dietas com níveis elevados de
energia durante toda a lactação promoveu
menor perda de peso corporal e menor
intervalo desmame-estro e ainda que a
restrição de consumo de energia em qualquer período da lactação possui um efeito
importante sobre a produtividade das fêmeas. O efeito do alto consumo de energia
sobre a capacidade reprodutiva das fêmeas após o desmame pode ser atribuído ao
perfil de secreções dos hormônios, LH e
insulina(20, 85).
Mudanças na nutrição protéica e
aminoacídica
Em sistemas de manejo convencionais, leitões recém-nascidos são
capazes de atingir somente uma fração do
seu real potencial de crescimento durante
a fase de amamentação(27). Nos últimos
Tabela 7. Exigência diária de energia metabolizável de porcas em lactação em função do peso da matriz e do ganho de peso da
leitegada (adaptado de Abreu et al., 2005).
Peso da porca após o parto (kg)
200
Energia metabolizável
250
Ganho de peso da leitegada (kg/dia)1
2,0
3,0
2,0
3,0
Para mantença (MJ)
24,5
24,5
28,9
28,9
Para produção (MJ)
52,0
79,6
52,0
79,6
Total (MJ)
76,5
104,1
80,9
108,5
18,3
24,9
19,3
25,9
5,9
8,0
6,2
8,3
Total (Mcal)
2
Kg de ração
1
– 10 e 12 leitões para 2,0 e 3,0 kg/dia respectivamente
2
– 12,9 MJ (3083 kcal) de EM/ kg
Suínos & Cia
22
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
anos, este fato tem levado pesquisadores
a focarem na importância dos nutrientes,
em particular, os aminoácidos, para otimizar o potencial das glândulas mamárias
durante a lactação(34). O crescimento da
glândula mamária durante a lactação afeta a quantidade de leite produzido pelas
fêmeas e, por consequência, o crescimento dos leitões(35). Desta forma, o manejo
nutricional adotado durante a lactação deverá priorizar o máximo crescimento mamário. Kim et al. (1999b) demonstraram
que o crescimento mamário é afetado pelo
consumo de aminoácidos e de energia durante a lactação. O crescimento das glândulas mamárias foi maximizado quando
as fêmeas receberam 55 g de lisina e 71
MJ (ou 16,9 Mcal) de EM por dia durante
a lactação, entretanto, este valor excede a
recomendação proposta pelo National Research Council (NRC)(53).
As necessidades de aminoácidos
para maximizar a produtividade de leite
também podem ser afetadas pelo tamanho da leitegada. A deposição de lisina
(ou aminoácidos essenciais) na glândula
mamária aumenta em 0,13 g/dia (ou 1,20
g/dia) para cada leitão adicionado à fêmea
durante a lactação(37). Nielsen et al. (2002)
determinaram a quantidade de lisina utilizada pelas glândulas mamárias de fêmeas
com diferentes tamanhos de leitegadas
(1,92 g de lisina/dia) para cada leitão
extra (por leitegada), durante 21 dias de
lactação.
Considerando os resultados obtidos por Kim et al. (1999c) e Nielsen et al.
(2002), as necessidades de aminoácidos
para cada leitão adicional serão maiores
do que o acúmulo atual de aminoácidos
pelos tecidos. Estes resultados indicam
que os programas nutricionais atuais não
são ideais para o crescimento da glândula
mamária, especialmente para as fêmeas
de genótipos modernos, que possuem leitegadas grandes e mais glândulas mamárias ativas.
Segundo Abreu et al. (2005), as
exigências de proteína e de lisina de fêmeas lactantes podem ser estimadas fatorialmente a partir das exigências para a
mantença e produção de leite, devendo,
ainda, ser descontadas as quantidades
fornecidas por meio da mobilização da
proteína corporal. Utilizando as equações
propostas por Close (2001) e o novo requerimento de lisina para mantença proposto por Samuel et al. (2008a), é possível
estimar as exigências de lisina para fême-
Ano VI - nº 37/2010
as lactantes:
De acordo com Samuel et al.
(2008a), as exigências são:
Exigência de lisina para mantença =
0,049 g x peso corporal(kg) 0,75
E segundo Close (2001) são:
Exigência de lisina para produção de
leite:
• Produção de leite (g/dia) = 4 x ganho de
peso da leitegada (g/dia)
• Produção de proteína no leite (g/dia) =
produção de leite x 0,056
• Produção de lisina total (g/dia) = produção de proteína no leite (g/dia) x 0,076
• Eficiência de utilização de lisina para
produção de leite = 80%
• Digestibilidade da lisina = 90%
Lisina da proteína corporal:
• Proteína mobilizada (g/dia) = perda de
peso diária(g) x 0,175
• Eficiência de utilização da proteína do
tecido = 85%
• Lisina total mobilizada (g/dia) = proteína mobilizada x 0,07
• Digestibilidade da lisina = 90%
A partir das informações acima,
na Tabela 8 são apresentadas estimativas
de exigência de lisina para fêmeas em lactação com 200 kg de peso, para um período de lactação de 21 dias.
mad et al. (1998) afirmaram que fêmeas
de alta capacidade produtiva precisam de,
no mínimo, 55 g/ dia de lisina dietética
para minimizar a perda corporal, e este requerimento é o mesmo que o proposto por
Kim et al. (1999b) para obter o máximo
crescimento da glândula mamária.
O conceito de proteína ideal tem
sido utilizado para estimar as necessidades dos diversos aminoácidos, a partir do
conhecimento da exigência de lisina. De
acordo com o ARC (1981), como as necessidades de aminoácidos para produção
de leite pela fêmea são bem maiores do
que para outros processos metabólicos,
o balanço dietético ideal de aminoácidos
relativo à lisina deveria ser semelhante
ao balanço de aminoácidos do leite da
fêmea. Entretanto, os estudos de Trottier
et al. (1997) têm demonstrado que o perfil de aminoácidos extraídos do plasma
pela glândula mamária difere, consideravelmente, do perfil de aminoácidos da
proteína do leite. Entre os aminoácidos
essenciais, os autores encontraram, respectivamente, uma retenção significativa
de arginina, leucina, isoleucina, valina,
fenilalanina e treonina, e não foram observadas retenção de metionina, lisina
e histidina. Estes autores acreditam que
os aminoácidos retidos seriam utilizados
para manutenção da glândula mamária,
síntese de proteínas estruturais, ou como
fonte de energia.
Quando fêmeas não recebem
quantidades adequadas de aminoácidos
na dieta, proteínas do tecido materno,
particularmente proteínas musculares esqueléticas, são mobilizadas para atender
à produção de leite. A mobilização excessiva de proteína materna geralmente
resulta em falhas na atividade reprodutiva
subsequente(30).
Outro aspecto que deve ser levado em consideração no estabelecimento
das exigências de aminoácidos de fêmeas
lactantes é o grau de mobilização dos tecidos corporais durante a lactação. Kim et
al. (2001) sugerem diferentes padrões de
proteína ideal para fêmeas em lactação,
de acordo com o grau de mobilização do
tecido muscular. Assim, para fêmeas que
apresentam baixo consumo voluntário de
alimento e substancial mobilização de tecidos durante a lactação, a treonina é um
aminoácido crítico, enquanto que a valina
torna-se mais importante para fêmeas que
apresentam um alto consumo de alimento
e pouca mobilização de tecidos durante a
lactação. A lisina, entretanto, continua a
ser o principal aminoácido limitante em
ambos os casos.
Portanto, estabelecer os requerimentos de aminoácidos ideais para fêmeas
em lactação não só maximiza a produção
de leite para os leitões, mas também auxilia na mantença da condição corporal para
garantir uma boa longevidade(36). Dour-
Conduzindo um ensaio a campo,
Silva et al (2003) verificaram menor perda
de peso e proteína corporal em fêmeas
que receberam ração com redução de
proteína bruta adicionada de aminoácidos
sintéticos, na qual a relação treonina
A produção de leite é relativamente pouco afetada por uma deficiência
modesta de proteína na dieta, isto porque
as fêmeas são capazes de mobilizar proteína corporal para suportar as demandas
por aminoácidos para a síntese de leite(69).
Entretanto, uma deficiência severa de proteína na dieta durante a lactação reduz a
produção de leite (39,30).
Suínos & Cia
23
Nutrição
Tabela 8. Estimativa fatorial da exigência de lisina de porcas em lactação com 200 kg
de peso corporal (Adaptado de Close, 2001; e Samuel et al., 2008a)
GPD leitegada (kg/dia)
Produção de leite (kg/dia)
1,8
2,2
2,6
7,2
8,8
10,4
Com 0% de perda de peso
Lisina para mantença (g/dia)
2,6
2,6
2,6
Lisina para produção de leite (g/dia)
38,3
46,8
55,3
Lisina mobilizada (g/dia)
0
0
0
Exigência lisina digestível (g/dia)
40,9
49,4
57,9
Exigência lisina total (g/dia)
45,4
54,9
64,3
Com 10% de perda de peso
Lisina para mantença (g/dia)
2,6
2,6
2,6
Lisina para produção de leite (g/dia)
38,3
46,8
55,3
Lisina mobilizada (g/dia)
9,9
9,9
9,9
Exigência lisina digestível (g/dia)
31,0
39,5
48,0
Exigência lisina total (g/dia)
34,4
43,9
53,3
Com 15% de perda de peso
Lisina para mantença (g/dia)
2,6
2,6
Lisina para produção de leite (g/dia)
38,3
46,8
55,3
Lisina mobilizada (g/dia)
14,8
14,8
14,8
Exigência lisina digestível (g/dia)
26,1
34,6
43,1
Exigência lisina total (g/dia)
29,0
38,4
47,9
digestível/lisina digestível foi aumentada.
Embora não tenha havido diferenças para
o desempenho da leitegada, as fêmeas
que perderam menos peso apresentaram
menor intervalo desmame-cio.
Nutrição da Fêmea Moderna nos
Trópicos
Efeitos do clima tropical sobre a
produtividade de fêmeas gestantes e
lactantes
Durante a última década, a produção de suínos em regiões tropicais, como
o Brasil, aumentou de forma intensa.
Nestas regiões, a produção e a performance geralmente permanecem abaixo
daquelas obtidas em países de clima temperado, como na Europa e América do
Norte. Apesar de muitos fatores estarem
envolvidos, o clima é o primeiro fator limitante para uma produtividade eficiente
em regiões quentes. Enquanto que o estresse por calor é um desafio ocasional
nas regiões de clima temperado por meio
das chamadas “ondas de calor”, nas áre-
Suínos & Cia
24
2,6
as tropicais e subtropicais é um desafio
constante. Em adição, nestas regiões, os
efeitos das temperaturas elevadas podem
ser intensificados pela umidade relativa
do ar(70). Os suínos, como animais homeotérmicos, possuem um sistema de controle
do ambiente interno, acionado quando o
ambiente externo apresenta situações desfavoráveis. Sob condições de estresse por
calor, os suínos reduzem seu apetite como
forma de diminuir a produção de calor endógena, devido ao efeito termogênico do
alimento (TEF). Esta redução no consumo
é dependente de fatores relacionados à categoria animal, tais como peso vivo, raça
e sexo, e fatores ambientais, como instalações, manejo alimentar e condições climáticas. A redução de consumo de ração
resulta em perdas na performance produtiva e reprodutiva dos suínos, o que gera
prejuízos para o setor produtivo. Quando
consideramos os genótipos modernos, os
efeitos climáticos são mais intensificados
devido às taxas elevadas de crescimento,
deposição de tecido muscular e potencial
reprodutivo(70).
Segundo Brown-Brandl et al.
(2004), a capacidade de produção de calor
dos genótipos modernos é 18,1% superior
a dos genótipos das décadas de 80 e 90.
Isto se deve, em grande parte, às mudanças na composição corporal dos animais
(mais músculo e menos gordura) e ao aumento nas taxas de crescimento de tecido
muscular. Tess et al. (1984) estimaram
que para cada 2,1% de aumento na porcentagem de tecido magro, a produção de
calor aumenta em 18,7%. Portanto, é de
suma importância considerar estas alterações na capacidade de produção de calor
do suíno moderno, já que este fator, associado às condições climáticas observadas
nos trópicos, implica na necessidade de
redefinir conceitos das instalações e de
manejo para podermos maximizar o potencial produtivo dos animais.
Altas temperaturas podem afetar
todos os estágios da vida reprodutiva e
produtiva das fêmeas, desde o desenvolvimento da puberdade até a reprodução e
nascimento dos leitões. Alguns dos efeitos negativos do clima em matrizes gestantes são atraso no desenvolvimento normal dos níveis de hormônios em marrãs,
redução na taxa de concepção, aumento
na mortalidade ao nascimento, aumento na incidência de aborto e mortalidade
embrionária(41). Fêmeas destinadas à reprodução possuem elevado peso corporal
e espessa camada de gordura subcutânea e
também apresentam maior atividade metabólica, devido à manutenção dos processos reprodutivos, seja manutenção da
gestação e/ou da lactação(61,75).
As variações na temperatura ambiente e o fotoperíodo são os principais
fatores externos responsáveis pela infertilidade estacional em fêmeas suínas, representando perdas econômicas expressivas
durante os períodos mais quentes do ano.
No período de gestação, a temperatura elevada pode ser um fator de risco
para aumentar o número de leitões mumificados ou reduzir o número de leitões
nascidos vivos, e mesmo quando a exposição ao calor ocorre durante um curto período do ciclo reprodutivo (três dias antes
do estro previsto, prolongando-se até dois
dias após a ocorrência do mesmo), pode
aumentar a incidência de cistos ovarianos,
estros tardios, anestros e até mesmo de estros anovulatórios em leitoas(7). Por outro
lado, as menores taxas de parto observadas no período de verão estão relacionadas com distúrbios reprodutivos ocorridos
no início da gestação, provavelmente em
consequência da inadequada secreção de
LH ou da endometrial, que interferem no
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Figura 9. Efeito da estação e hora do dia sobre as flutuações diárias da temperatura (linhas pontilhadas) e do consumo de ração em porcas lactantes
(linhas sólidas) (Silva et al., 2009a).
desenvolvimento normal dos embriões,
e da habilidade deles em produzir sinais
estrogênicos quando do reconhecimento
materno da gestação (41). Embora não estejam ainda completamente desvendados
os mecanismos pelos quais a temperatura
ambiente elevada induz aos distúrbios reprodutivos na fêmea suína, algumas teorias foram propostas e estão relacionadas
ao consumo alimentar, mudanças endócrinas e elevação da temperatura retal.
Com a elevação da temperatura
interna da maternidade, além da máxima
de conforto térmico, a fêmea lactante fica
sujeita ao estresse por calor, e à medida
que esta condição estressante vai se mantendo ou aumentando, o desempenho da
leitegada vai piorando(77). Quanto mais
elevada for a temperatura, maior poderá
ser o estresse por calor. As fêmeas, quando
submetidas ao estresse por calor, passam a
fazer uso do processo de respiração superficial, que é pouco eficiente em dissipar o
calor corporal, em virtude do menor tempo disponível para a saturação do ar expirado. Animais sob estas condições, para
manter a temperatura corporal constante,
aceleram a respiração, reduzem a ingestão
de alimentos e aumentam a ingestão de
água(80). Em decorrência disto, as fêmeas
diminuem quantitativamente a produção
Suínos & Cia
26
de leite e aumentam a perda de peso. Isto,
dependendo da intensidade, pode acarretar no atraso do cio pós-desmame e/ou
em aparecimento de cio infértil e, como
consequência, leva à redução da taxa de
concepção (taxa de partos), podendo resultar em aumento da mortalidade embrionária naquelas fêmeas que fecundaram. O estresse por calor também pode
ocasionar alterações no comportamento
das fêmeas em lactação. Essas alterações
comportamentais devido a estresse térmico podem ocasionar alterações na cinética
de consumo diário, bem como na redução
da ingestão total de alimento pelas fêmeas
(Figura 9), redução do tempo de oferecimento de leite aos leitões e agitação com
mudanças de posicionamento das porcas
(elas deitam e levantam mais vezes do
que o normal e em decorrência desta agitação ocorre o aumento da mortalidade
de leitões por esmagamento)(80). Assim,
constata-se que a falta de bem-estar pode
resultar em consequências graves sobre a
produtividade das matrizes, comprometendo o seu ciclo reprodutivo e o desempenho dos leitões.
as na maternidade. A partir destes resultados pode-se concluir que se não houver
interferências do homem para minimizar
as condições de calor nas maternidades
nas horas mais quentes do dia, no verão
ou mesmo no inverno em algumas regiões
do Brasil, a produção de leitões e a produtividade das porcas pode ser bastante
afetada.
Na Tabela 9 estão apresentados,
de forma resumida, os resultados de algumas pesquisas nas quais as condições de
temperatura foram variadas para as fême-
No ambiente termoneutro, o animal apresenta melhor eficiência na utilização dos nutrientes, consequência do mínimo esforço termorregulatório para man-
Segundo Prunier et al. (1997), Renaudeau et al. (2003) e Silva et al., (2009),
três hipóteses podem estar envolvidas na
redução da produção de leite de fêmeas
estressadas pelo calor: a) o suprimento de
nutrientes para a glândula mamária não
ser suficiente para atender a produção de
leite em virtude do reduzido consumo de
alimento; b) diferentemente de fêmeas
mantidas sob condição de termoneutralidade, fêmeas estressadas por calor podem
ter dificuldades para mobilizar reservas
corporais diante da redução de consumo
alimentar e c) o fluxo sanguíneo para a
glândula mamária pode ser reduzido e,
consequentemente, reduzir ainda mais a
disponibilidade de nutrientes para a síntese de leite.
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Tabela 9. Resumo de experimentos com porcas em lactação estressadas por calor
(Adaptado de revisão de Farmer & Prunier (2002).
Tratamentos
Redução consumo
de ração pela
porca (%)
Perda de peso da
porca (kg)
Redução produção
de leite (%)
Redução ganho de
peso da leitegada
(%)
Messias de Bragança
et al. (1998)
30 oC vs 20,0 oC,
por 20 dias
42,9
22,0 vs 8,0
-
21,0
Quiniou & Noblet
(1999)
29 o C vs 18 o C,
por 21 dias
45,7
35,0 vs 23,0
17,5
22,5
Pérez Laspiur and
Trotier (2001)
29 o C vs 20 o C,
por 22 dias
18,8
15,7 vs 6,8
-
22,0
Renaudeau and
Noblet (2001)
29 o C vs 20 o C,
por 28 dias
44,7
34,0 vs 16,0
29,5
26,1
Autores
ter a temperatura corporal(23). Nas regiões
tropicais, os suínos estão frequentemente
expostos a temperaturas acima das convenientes para o seu conforto térmico.
Por isso que alguns esforços científicos têm sido despendidos na busca de
alternativas genéticas, nutricionais e/ou
ambientais, que, na impossibilidade de
se eliminar totalmente o desconforto do
animal, minimizem os efeitos negativos
fisiológicos e endócrinos causados pelo
calor.
Seleção genética como uma
oportunidade para melhorar a
produtividade nos trópicos
Está claro que o desempenho produtivo e reprodutivo de matrizes suínas é
maximizado quando uma combinação ideal entre genótipo e ambiente é alcançado.
A seleção genética de fêmeas prolíficas,
normalmente, é realizada em rebanhosnúcleos e, principalmente, em regiões de
clima temperado. Como consequência,
multiplicadores e produtores enfrentam
uma variedade ampla de respostas frentes às diversas condições climáticas, nas
quais os seus animais são obrigados a
produzir(39). Diferenças reprodutivas entre granjas em regiões tropicais e regiões
temperadas têm dado suporte a esta ideia.
De acordo com Bloemhof et al.
(2008), tem sido encontrado uma variabilidade genética suficiente para tolerância ao estresse por calor para leite, gordura e produção de proteína, permitindo,
portanto, a seleção genética para maior
tolerância ao calor. Os mesmos autores
mostraram, recentemente, que existem
diferenças entre linhas comerciais para
fêmeas em regiões termoneutras (Figura
Ano VI - nº 37/2010
10), especialmente para a taxa de parição.
A utilização de tais estratégias genéticas
já são práticas comuns de algumas empresas de genética de suínos, e a utilização
destas fêmeas selecionadas para maior tolerância ao calor já é realidade em países
de regiões tropicais, como, por exemplo,
o Brasil.
Na Tabela 10 estão apresentados
de forma resumida os resultados de desempenho de três diferentes linhas genéticas para fêmeas em condições de clima
tropical (Brasil) e temperado (Holanda)
na maternidade. A partir destes resultados
pode-se concluir que diferentes regiões/
mercados necessitam de estratégias reprodutivas otimizadas, ou seja, diferentes
linhas genéticas.
Apesar das matrizes selecionadas
geneticamente para maior tolerância ao
calor apresentarem resultados produtivos
superiores aos das fêmeas não selecionadas, ainda assim existe espaço para estratégias nutricionais e ambientais que visem
à melhora na produtividade, visto que os
resultados de desempenho ainda são inferiores aos das fêmeas em condições temperadas.
Alternativas nutricionais e modificações
ambientais para atenuar os efeitos
negativos do clima tropical
Devido ao reconhecimento dos
problemas causados pelas temperaturas
elevadas na eficiência de produção das fêmeas, os objetivos de várias pesquisas nos
últimos anos têm sido o de desenvolver
soluções para aliviar os efeitos negativos
das altas temperaturas. Várias técnicas de
manejo têm sido testadas, porém, apenas
um número limitado mostrou-se realmen-
te eficiente e viável economicamente.
Aumentar o consumo de alimento pela fêmea é um dos maiores desafios
para o nutricionista em condições de clima
tropical. A temperatura ambiental elevada
é um dos principais fatores que afetam a
capacidade de consumo alimentar pelas
fêmeas lactantes. Quando esses animais
são submetidos a temperaturas elevadas,
condição frequente em regiões tropicais,
em geral, ocorre uma redução no consumo de ração, queda na produção de leite,
maior perda de peso corporal, aumento no
intervalo desmame-estro e prejuízos no
tamanho e peso da leitegada(80).
Alguns trabalhos têm sido realizados na tentativa de estimular o consumo de ração pela porca durante a lactação. O aumento da capacidade do trato
gastrointestinal por meio da alimentação
das fêmeas durante a gestação com níveis
mais altos de fibra tem sido pesquisado,
e alguns resultados favoráveis têm sido
obtidos. Entretanto, níveis muito altos de
fibra dietética podem reduzir o ganho de
peso das matrizes e o peso ao nascer dos
leitões(54). Além disso, essa prática necessita ser mais bem avaliada em regiões de
clima quente, tendo em vista o aumento
da massa visceral dos animais e o consequente aumento da produção de calor
metabólico.
A utilização de aditivos pode ser
outra alternativa para melhorar o consumo de ração pelas fêmeas. A suplementação da ração com L-carnitina aumentou
em até 11% o consumo de ração pela fêmea em lactação, com reflexos positivos
na produção de leite e no ganho de peso
da leitegada(68).
Ajustes na nutrição protéica podem proporcionar menor desgaste da fê-
Suínos & Cia
27
Nutrição
mea durante a lactação, principalmente
em condições de alta temperatura ambiental, com benefícios para o seu desempenho reprodutivo após o desmame. A
redução do consumo de ração pelo animal
é uma forma de reduzir o calor gerado nos
processos de digestão, absorção e metabolismo dos nutrientes, também conhecido
como incremento calórico. Neste sentido,
dietas com menor incremento calórico
vêm sendo estudadas em condições de
estresse por calor. De acordo com Le Bellego et al. (2001), uma redução de 18,9%
para 12,3% no nível de proteína da ração
resultou em uma redução da ordem de 7%
na produção de calor endógena de suínos
de 35kg. Seguindo esta hipótese, Silva et
al. (2009b), avaliando os efeitos da redução de proteína bruta (17,3 vs. 14,1 %
PB) da ração para fêmeas em lactação sob
estresse por calor, observaram que esta redução permitiu um aumento de 12% (540
g/ dia) no consumo diário de ração, o que
resultou, segundo os autores, em menor
mobilização de tecido corporal por parte
das fêmeas. Renaudeau e Noblet (2001)
também observaram que a redução de
proteína na ração (17,6 vs. 14,2% PB) aumentou o consumo das fêmeas lactantes
sob estresse térmico em 639 g/ dia.
Na prática tem sido sugerido que
aumentando o consumo de ração da fêmea
também resulta em aumento da produção
de leite. Esta afirmação está correta se considerarmos condições de clima temperado, porém, em condições de clima tropical
isto não é observado. Diversos autores(66,
71, 77, 78)
validaram alternativas nutricionais
que melhoraram o consumo e a condição
corporal das fêmeas lactantes, porém,
sem efeito algum sobre o desempenho das
leitegadas (Tabela 11). A explicação para
isto é que a redução da produção de leite
em fêmeas estressadas por calor parece ter
envolvimento endócrino. De acordo com
Prunier (1997), Renaudeau et al. (2003)
e Silva et al., (2006; 2009 e 2009b) estas
fêmeas apresentam níveis reduzidos de
hormônios catabólicos circulantes, tais
como triiodotironina e tiroxina, os quais
exercem importante função no controle
do metabolismo celular, reduzindo a produção de calor metabólico como forma de
adaptação ao estresse térmico. Isso resulta
em efeito negativo sobre a mobilização de
reservas corporais para produção de leite e sobre a própria síntese de leite. De
Bragança & Prunier (1999) verificaram
menores concentrações plasmáticas de
cortisol em fêmeas em lactação mantidas
Suínos & Cia
28
Figura 10. Médias para três parâmetros de performance reprodutiva [a = taxa de parição (FR); b =
tamanho de leitegada (LS); c = número total de leitões nascidos na primeira inseminação (TNBF)]
em função da máxima temperatura externa no dia de inseminação, para duas linhas de fêmeas,
Yorshire holandês puro (- - -) e uma internacional, Large White puro (—) (Bloemhof et al., 2008).
1 SG Calor = linha genética selecionada para maior tolerância ao estresse por calor
2 NSG Calor = linha genética comum sem seleção para calor
em ambiente a 30 oC quando comparadas
a animais mantidos a 20 oC, o que poderia resultar em menor disponibilidade de
energia para a glândula mamária, uma vez
que o cortisol favorece a mobilização das
reservas corporais.
O aumento da densidade nutricio-
nal da ração vem sendo sugerida como
alternativa de sustentar o aporte de nutrientes para a fêmea em lactação: a qual
apresenta queda do consumo de alimento
durante períodos de estresse por calor. Entretanto, alguns trabalhos têm mostrado
que esta alternativa nem sempre resulta
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Tabela 10. Resumo de resultados produtivos da maternidade para porcas
selecionadas ou não para maior tolerância ao calor (dados próprios).
Clima
Tropical
Linha Genética
SG calor1
Temperado
NSG calor2
NSG calor
Performance Maternidade
Média nascidos por leitegada
13,6
11,8
13,7
Média peso nascidos vivos
1,3
1,3
1.4
0,7
0,6
0,5
Natimortos
Performance Desmama
Desmamados por porca
11,4
9,7
12,2
Peso médio/ leitão desmamado, kg
5,6
4,9
6,3
Peso da leitg.ajust.21 dias, kg
64,1
48,2
76,9
Desm./ fêmea coberta/ano
28,5
23,9
30,0
Produção de leite, kg/d
8,7
6,8
10,4
em benefícios para os animais. Isso pode
ser explicado, em parte, pela limitação da
resposta, devido às alterações endócrinas
e metabólicas que ocorrem com a fêmea
em lactação(16), o que sugere uma limitada capacidade de compensar, por meio da
nutrição, os efeitos prejudiciais das altas
temperaturas sobre o desempenho das
matrizes suínas lactantes.
A resposta à utilização de altos níveis de gordura/energia na ração também
foi avaliada em fêmeas sob estresse por
calor. Quando dietas com altos níveis de
gordura foram utilizadas sem aumentar
os níveis de proteína bruta (PB) da ração
ou o aporte de aminoácidos essenciais
(AAs) essenciais para manter constante
a relação CP/EM, a perda corporal e a
produção de leite não foram afetadas pelo
tratamento(48). Em contrapartida, quando
a dieta foi balanceada de forma correta
para PB ou lisina/EM, o aumento da densidade dos nutrientes em fêmeas lactantes
sob estresse por calor melhorou o ganho
de peso da leitegada por meio do aumento
no nível de gordura do leite, mas não aumentou a produção de leite e não limitou
a mobilização de reservas corporais(66,75).
Entretanto, a magnitude destes efeitos parece ser dependente dos níveis de gordura
incorporada à dieta.
Como visto anteriormente, nem
sempre as alternativas nutricionais conseguem reverter por completo os efeitos
negativos das altas temperaturas. Sendo
assim, o uso de alterações ambientais passa a ser uma opção para se obter melhoras
significativas nos parâmetros fisiológicos
Suínos & Cia
30
e nas variáveis de desempenho de fêmeas
em gestação e em lactação e de suas leitegadas.
Das alternativas usadas para reduzir a exposição da matriz às temperaturas
internas elevadas nas salas de gestação, o
sistema de acondicionamento por meio de
resfriamento adiabático evaporativo tem
sido mais eficiente do que a ventilação
forçada, no sentido de melhorar as condições térmicas da instalação. Entretanto,
devem ser utilizadas moderadamente por
alterar em demasia a umidade do ambiente interno. Uma opção prática é a otimização do sistema de ventilação natural, por
meio de amplas aberturas nas laterais. De
acordo com Sousa (2010), os sistemas de
resfriamento adiabático evaporativo consistem em mudar o ponto de estado psicrométrico do ar, para maior umidade e
menor temperatura mediante o contato do
ar com a superfície umedecida ou líquida,
ou com água aspergida ou pulverizada.
Como a pressão de vapor do ar insaturado a ser resfriado é menor que a da água
de contato, ocorre a vaporização da água;
o calor necessário para esta mudança de
estado vem do calor sensível contido no
ar e na água, resultando em decréscimo
da temperatura de ambos, e, consequentemente, do ambiente. O sistema de nebulização consiste na formação de gotículas
extremamente pequenas, que aumentam a
superfície de uma gota d’água exposta ao
ar e asseguram a evaporação mais rápida.
A nebulização associada à movimentação
do ar, ocasionado pelos ventiladores, acelera a evaporação e evita que a pulverização ocorra em um só local e venha molhar
a cama. A nebulização de água sem os
ventiladores ou outro sistema de controle
pode conduzir ao umedecimento da cama
ou aumento exagerado da umidade relativa do local.
Os limites críticos de temperatura
para os suínos na maternidade encontramse em condições opostas em relação ao
conforto dos animais alojados nelas, pois
as fêmeas lactantes suportam bem o frio e
não suportam o calor, enquanto que os leitões necessitam de calor e não suportam
o frio. Por isso, foi iniciado um processo
de estudos de alternativas para melhorar
Tabela 11. Resumo de resultados produtivos da maternidade para fêmeas
submetidas a diferentes dietas (Adaptado de Silva et al., 2009b).
Dieta
Sign.1
Variáveis
NP
LP
NP+
Consumo diário de ração, kg/d
4,39
4,93
4,91
*
27,0
25,4
21,8
*
Perda peso corporal da fêmea, kg
Tamanho da leitegada
Ao Parto (após equalização)
12,2
12,4
11,4
NS
Ao Desmame
10,1
10,1
10,7
NS
NS
Peso do leitão ao desmame, kg
7,5
7,4
7,1
GPD leitegada, kg/ dia
2,2
2,1
2,1
NS
Produção de Leite, kg/d
7,6
7,3
7,5
NS
1
Sign.: * P<0.05 e NS não significativo.
NP = dieta proteína normal (17,3%)
LP = dieta com redução de proteína (14,1%)
NP+ = dieta NP + complemento de AAs “on top”
Ano VI - nº 37/2010
Nutrição
Tabela 12. Parâmetros fisiológicos e desempenho de matrizes em lactação e de suas leitegadas, segundo tratamento do piso da
maternidade da fêmea com ou sem resfriamento (Adaptado de Silva et al., 2006).
Tratamento
Variáveis
Temperatura piso
Piso com resfriamento
(28 oC)
Piso sem resfriamento
(36 oC)
CV (%)
P
27,6
37,3
6,58
0,01
Parâmetros fisiológicos da porcaa
Frequência respiratória (mov/min)
33,4
80,0
44,93
0,01
Temperatura da nuca (oC)
36,5
37,7
3,70
0,01
Temperatura peitoral em contato (oC)
32,5
37,3
5,90
0,01
Desempenho da porca
Consumo de ração (kg/dia)
6,47
5,60
14,28
0,01
Produção de leite (kg/porca/dia)b
10,22
7,20
16,45
0,01
Variação de peso (kg)
-6,9
-12,2
45,63
0,01
Intervalo desmame-estro (dias)
4,0
5,7
41,53
0,01
Peso ao desmame (kg)
6,42
5,30
12,88
0,01
Ganho de peso leitão (g/dia)
257
201
15,14
0,01
Desempenho da leitegada
o bem-estar ambiental para fêmeas na
maternidade e, por conseguinte, viabilizar o potencial produtivo e reprodutivo
dos plantéis. Dentre estas alternativas
destacam-se aquelas nas quais é utilizado
algum tipo de sistema de resfriamento.
Os sistemas de ventilação forçada não
têm sido satisfatórios, pois, muitas vezes, não reduzem a temperatura do ar. Já
o sistema de resfriamento evaporativo do
ar, que consiste em incorporar vapor de
água diretamente a ele, causando mudança em seu ponto de estado psicrométrico
(aumento da umidade e redução da temperatura), tem sido difundido com sucesso, porém, o sistema tem suas limitações,
não podendo ser utilizado em regiões de
umidade relativa do ar elevada, pois reduz
a eficiência do sistema e contribui para
aumentar a umidade do microambiente do
leitão, podendo causar desafios imunológicos para ele.
Silva et al. (2006 e 2009) avaliaram um sistema de resfriamento do piso
da fêmea e dietas com diferentes densidades na lactação durante o verão. Segundo
os autores, o aumento da densidade da
ração como forma de compensar o baixo
consumo por causa do calor trouxe apenas
benefícios para a condição corporal das
fêmeas, sem aumentar a produção de leite e sem benefícios no ganho dos leitões.
Ano VI - nº 37/2010
Enquanto que para as fêmeas submetidas
ao resfriamento do piso foram verificadas
alterações significantes em seus parâmetros fisiológicos, bem como no desempenho e produção de leite, o que resultou em
um aumento significativo do peso dos leitões ao desmame. Na Tabela 12 podem ser
visualizados os resultados obtidos nestes
trabalhos.
fêmeas modernas não é uma tarefa sim-
O resfriamento da água de beber
das fêmeas em lactação sob estresse por
calor também foi avaliado (Jeon et al.,
2006). A utilização deste sistema aumentou em 40% o consumo voluntário das fêmeas, porém, sem efeitos sobre a produção de leite ou desempenho dos leitões.
também a perda de peso da fêmea. O esta-
Considerações finais
dos corporais.
O programa de seleção genética
balanceado mudou completamente o perfil produtivo das fêmeas modernas. Essas
matrizes são mais precoces e produtivas,
possuem maior peso corporal e são mais
exigentes nutricionalmente. Além disso,
apresentam menor reserva corporal de
gordura e padrão de consumo de alimento
muitas vezes insuficiente para atender à
demanda nutricional da fase de gestação
e lactação.
Como observado, a nutrição de
ples. Vários fatores podem interferir na
capacidade produtiva e reprodutiva desses animais. A nutrição protéica da fêmea
gestante deve ser diferenciada segundo a
ordem de parto. Na lactação, a preocupação não deve ser somente a produção de
leite e o crescimento da leitegada, mas
belecimento de um programa nutricional
deve levar em consideração o potencial
genético do animal, o número de fetos, o
desenvolvimento do aparelho mamário,
a capacidade de consumo de alimento, a
produção de leite e a mobilização de teciPráticas devem ser adotadas na
granja, visando a maximizar o potencial
genético destes animais. As alternativas
podem envolver modificações químicas
ou físicas da ração ou modificações de
manejo (horário e quantidade das refeições). Em períodos de calor, pode não
ser possível, por meio da nutrição e do
manejo, amenizar o problema da redução
do consumo de ração, necessitando que
sejam adotadas medidas de controle ambiental das instalações.
Suínos & Cia
31
Nutrição
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