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Edição I - Ano X setembro . outubro 2013 O 100 Comentários tem o apoio de: 100 comentários Assunto: Divulgação do Programa “Parlamento dos Jovens” Inês Aguiar O grupo de Filosofia vem convidar todos os alunos do Ensino Secundário a participar no Programa “Parlamento dos Jovens”, com o seguinte tema em debate: "Crise demográfica (emigração, natalidade, envelhecimento)” Vai haver na tua Escola um Professor coordenador (Professora Inês Aguiar), em colaboração com a professora Iolanda Antunes, que te vão ajudar a estudar o tema, organizando debates, por exemplo, e que vão estar atentas às regras do programa e supervisionar o processo eleitoral. É aquela Professora que vai constituir uma Comissão Eleitoral Escolar para gerir essa fase na Escola e que vai orientar o grupo dos participantes até à Sessão Distrital, ou à Nacional se a tua Escola for eleita. Para seres deputado à Sessão Escolar tens de te organizar com outros colegas numa lista de 10 e esta pode ser integrada por alunos de várias turmas, contendo o nome, ano e turmas. Em conjunto, têm de propor 3 medidas sobre o tema e cada medida deve ser apresentada de um argumento que a fundamente. Isto é: o que acham que a Assembleia da República, o Governo, os órgãos locais (ou outras entidades) ou até o que os próprios jovens devem fazer para resolver uma questão, relacionada com o tema, que vocês considerem importante (será o vosso “programa eleitoral”). O ideal é que outros colegas façam outras listas para o debate eleitoral ser animado. Depois da fase da campanha eleitoral, haverá a eleição em Janeiro e poderás vir a ser um dos eleitos à Sessão Escolar! Para mais informações, contacta os professores do grupo de Filosofia. Contamos com a tua participação ativa, uma vez que o objetivo é promover a educação para a cidadania, incentivando o teu interesse pela participação cívica e política e respetiva capacidade de argumentação na defesa de ideias. Calendarização das Atividades: Novembro/dezembro: Realização de 1 debate, com a participação de um deputado da Assembleia da República De 11 a 16 de dezembro: Apresentação das listas à Comissão Eleitoral De 9 a 13 de janeiro: Campanha Eleitoral 15 de janeiro: Eleição das listas 21 de janeiro: Sessão Escolar [email protected] Coordenadora: Iolanda Antunes Equipa: Fátima Joaquim, Inês Aguiar, Manuel Carlos Ribeiro, Stella Ferreira. 02 Capa: Fátima Joaquim e Iolanda Antunes Arranjo Gráfico: Manuel Carlos Ribeiro 100 comentários EDITORIAL Iolanda Antunes Ao pensar sobre o que iria escrever neste editorial, estava convicta de que o certo seria apresentar-vos sumariamente o conteúdo das nossas rubricas, contudo, ao refletir mais aturadamente, ocorreu-me que o certo nem sempre é o mais fecundo, que o óbvio e o linear nem sempre são o mais profícuo e, então, lembrei-me das palavras de Hegel “para fazer Filosofia deveremos lançarnos à corps perdu”. Talvez Hegel tivesse razão, talvez as coisas importantes da vida, e não apenas a Filosofia, mereçam de nós o desafio de jogar sem rede, por isso optei por falar-vos, não do jornal que têm perante vós, mas daquilo que ele poderá tornar-se, se todos cooperarem na sua feitura. Assim, se atribuímos o nome de Os Argonautas da Esla ao magazine das artes, ciência e cultura, que criamos este ano para o 100comentários, tal significa justamente a incompletude de uma busca. Os Argonautas, aqueles que viajaram no navio Argo à procura do velo de ouro, emprestam-nos a simbologia dessa demanda de um tesouro espiritual que ainda não se logrou, mas que incessantemente se almeja alcançar. Os Argonautas da Esla somos todos nós, todos aqueles que acreditam na partilha dos diferentes saberes, todos aqueles que contribuem com os seus artigos ou dos alunos ou outros para o desenvolvi- mento de competências cognitivas, sociais ou de cidadania de toda a comunidade escolar, crentes de que uma identidade, a identidade da Esla, se constrói narrativamente, persuadidos de que um jornal escolar pode ser não apenas um barómetro da vida da escola e do seu pulsar, mas ainda, e sobretudo, um instrumento de autoconhecimento e autoaperfeiçoamento. Não gostaria, todavia, de dar este texto por terminado sem antes vos dar a conhecer as razões pelas quais a capa do 100comentários está intimamente ligada ao que acabei de escrever: a Liberdade, a Conduzir a Revolução na pintura do Delacroix, foi desenraizada do seu solo e da sua pátria, para vir até nós, porque não há demanda espiritual, nem humanidade sem liberdade. Porque ser homem é, como o disse Kant*, Estimar-se a si mesmo e considerar o homem como uma criatura digna de respeito. Não tolerar nenhuma submissão abjeta e respirar liberdade no seu nobre peito. Abominar todas as cadeias, quer sejam elas os colares de ouro que se usam nos palácios ou as pesadas grilhetas de ferro dos escravos das galeras. *Considerações acerca do Belo e do Sublime 03 100 comentários BIBLIOTECAS ESCOLARES Adriano Aires, Almiro Lemos, João Lopes Ele aí está! O novo ano letivo! Atravessamos tempos de mudança: novidades na colocação de professores, novidades nos dirigentes escolares, novidades na constituição de turmas, estas compostas por gente nova e outra já conhecida. Até novidades geológicas, com a nova ilha que nasceu ao largo do Paquistão. De facto, a novidade está na moda! nadores de departamento para se conhecer as suas necessidades e os seus projetos. Numa primeira medida, iniciámos já a conversão de fundo documental para formatos mais modernos (inteiramente digital e portátil) a pedido de alguns docentes. Ainda como atividades próprias, na ESLA tivemos o início do projeto “Livros que deram filmes”, com recomendações do prof. Pedro Félix, o nosso especialista em Cinema! E a escola é o local priviDa leitura, retiramos a legiado para prepararmos Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, nossa interpretação indivios novos cidadãos para Muda-se o ser, muda-se a confiança: dual dos desafios que o essas mudanças. Compete Todo o mundo é composto de mudança, autor nos expõe. Mas tamTomando sempre novas qualidades. -nos fornecer-lhes as ferbém nos é possível assistir ramentas para descobriContinuamente vemos novidades, ao prisma de um realizarem o mundo à sua mediDiferentes em tudo da esperança: dor que connosco quer da; compete-lhes ter a Do mal ficam as mágoas na lembrança, partilhar o seu sentido da vontade e desenvolver a E do bem (se algum houve) as saudades. obra. Quais as diferenças? capacidade de as utilizaCabe-nos descobrir. Em O tempo cobre o chão de verde manto, rem. outubro: As vinhas da Que já coberto foi de neve fria, No que toca às Bibliotecas Ira. O livro de John SteinE em mim converte em choro o doce canto. do agrupamento, também beck, vencedor de um Pufarão a sua quota-parte. E afora este mudar-se cada dia, litzer em 1939, deu azo a Outra mudança faz de mor espanto, Em articulação com os que John Ford realizasse o Que não se muda já como soía. vários departamentos, as filme homónimo, pelo bibliotecas organizaram o Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" qual recebeu o óscar de seu plano anual de ativiMelhor Realizador em dades no sentido de irem 1940 e Jane Darwell o de Melhor Atriz Secundáao encontro das necessidades pedagógicas dos vária. No dia 24 de outubro, pelas 10h15, na Sala de rios docentes. As bibliotecas servem para vos auxiProfessores da ESLA, tivemos a apresentação do liar. Usem e abusem delas… livro da Carla Dias, “Poder Mudar”. A autora esteve presente e, depois de falar brevemente sobre a Apesar da estreita colaboração que se começa a obra, concedeu uma sessão de autógrafos que se desenhar com as outras estruturas escolares, temos prolongou até perto do meio dia e meia. a nossa própria programação. Em Setembro iniciámos a nossa ronda de reuniões com os coorde- 04 100 comentários BIBLIOTECAS ESCOLARES (Continuação…) Em outubro comemorou-se o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE). Este ano o mote foi “Uma porta aberta para a vida!”. As BE do 1.º ciclo organizaram o Concurso “Biblioteca Escolar: uma porta para...” e desenvolveram atividades de formação de utilizadores para todos os meninos da educação pré-escolar (Jardinsde-infância n.º3 e da Abelheira) e para todos os alunos do 1.º ciclo das 3 escolas! Viram também, nas maçanetas da ESLA, alguns avisos de porta com as nossas sugestões de leitura pertencentes à listagem do Contrato de Leitura para o Ensino Secundário. Neste mês começou também, a nível nacional, a preparação para o Concurso Nacional de Leitura. Assim, a escola EB23 e a ESLA tratarão de organizar o método de seleção interna dos três melhores leitores do ensino básico e do ensino secundário. Os vencedores por escola irão discutir a final regional e, se ultrapassarem esta prova, ir a Lisboa disputar a final nacional! Ainda no que toca a concursos, há alunos (nomeadamente do 8ºA) a participarem já no II Concurso Internacional de Escritores Lusófonos infanto-juvenis " La Atrevida", publicitado junto dos docentes através de correio eletrónico. Já o 6ºA irá participar no Concurso “Pequeno Grande C”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian. 1.º ciclo continuarão a desenvolver o projeto “Pequenos Bibliotecários” que incide sobre a área da animação responsabilizante da Biblioteca Escolar. Desta forma, os alunos têm sido responsáveis por algumas tarefas inerentes ao serviço de empréstimo domiciliário e à gestão dos espaços das Bibliotecas Escolares. Outro projeto que tem sido desenvolvido pelas Bibliotecas Escolares do 1.º Ciclo, com as crianças que frequentam a educação préescolar, insere-se na proposta “Ler+ em família” e chama-se “Leitura vai e vem”. Os meninos dos Jardins-de-Infância levam semanalmente livros para casa para serem lidos e, posteriormente, comentados pelos familiares. No âmbito do domínio “Projetos, parcerias e atividades livres e de abertura à comunidade”, as BE do Fazemos votos de um Bom ano letivo e… Boas Leituras! Em destaque, coloca-se ainda um projeto de articulação entre as Bibliotecas Escolares dos 1.º e 2.º ciclos em estreita colaboração com os professores titulares de turmas do 1.º ciclo e os professores de Português do 5.º ano, intitulado «Oficina das Palavras». Esta atividade visa a planificação e desenvolvimento de atividades semanais com todas as turmas dos 3.º, 4.º e 5.º anos nas BEs, em regime tutorial, abordando a diversidade da tipologia textual para que os alunos se apropriem de mecanismos processuais que lhes permitam ler/ compreender e escrever textos de diferentes tipos, no 1.º ciclo, inseridas na área do Português da componente letiva e no 2.º ciclo. 05 100 comentários Manuela Encarnação e Sandra Coelho Ao passar pela sala de aulas de uma turma Self, poderás ficar baralhado ao ouvir: « Alors, lisez le problème, s’il vous plaît. » … « On jette une pièce de monnaie. Quelle est la probabilité d'amener face? C’est facile, n’est-ce pas ? », « Oui… alors allez au tableau résoudre l’exercice… », « Attention, regardez la figure ! C’est un triangle rectangle et non pas isocèle! » Estará a professora de matemática « baralhada » ou « confusa »? Os alunos estarão a perceber a matéria? Estas serão as perguntas mais prováveis, mas é fácil confirmar que os “élèves” da aula de matemática estão a fazer os exercícios, tiram dúvidas... É uma aula normal, ou quase… porque os números são “les nombres”, os algarismos são “ les chiffres”, as potências são “les puissances” … e quando chamam a professora, os alunos dizem “Mademoiselle”. Na realidade, trata-se de um projeto, com uma longa tradição na Europa, mas que chegou a Portugal em 2006. A EB2,3 do nosso agrupamento foi pioneira ao abrir uma secção em 2006! Atualmente, temos uma no oitavo ano e outra no nono ano. Ambas têm como disciplina não linguística a matemática e, uma vez por semana, tenta-se falar, escrever e pensar em francês numa aula de matemática. Ao princípio, os nossos alunos estranharam, mas rapidamente tornou-se um hábito e neste momento, o estranho seria não ouvir a professora de matemática falar francês nas aulas! É de facto uma forma diferente de aprender uma língua estrangeira… Vê se consegues resolver este enigma … E já agora, pensa em francês! + Ω + Ω + = 1 4 + Ω = 1 6 φ = 8 Σ = 1 8 + φ + + + ψ = 1 6 Ω=4 Φ=2 Ψ=8 06 Σ + = 12 =6 Découvre les codes utilisés. Chaque symbole représente un chiffre de 0 à 9. Pour t’aider, tu as les sommes par ligne et par colonne. + Solution: Σ Σ 100 comentários 07 100 comentários Milene Martins U do funeral de Joe. Com o passar dos dias reconquista a confiança de Annie, mas Zack continua a vê-la como uma estranha. Ella sente-se um barco à m livro de emoções, uma leitura fácil e agradável, mas que nos faz deriva com a presença de Paige. pensar... Ella, recém-divorciada, tentou engravidar sem sucesso durante anos… Joe, um pai divorciado a braços com dois filhos pequenos: Annie e Zack, abandonados pela mãe de ambos quando Zack tinha apenas 4 meses… Quando Ella decide dar um novo rumo à sua existência e viaja até Elbow não sonha que a sua vida vai mesmo mudar. Conhece Joe e a paixão entre ambos nasce. Pouco tempo depois Ella e Joe decidem morar juntos. Ella passa a ter a família que nunca teve mas sempre sonhou: um marido carinhoso e dois filhos adoráveis. Sim, apesar de ser sua madrasta, Ella ama, ensina e cuida das crianças como se fossem suas. É a sua mãezinha! Vivem cerca de três anos de felicidade pautados por alguns desentendimentos, afinal não há casamentos perfeitos, até que um dia um vagalhão inesperado apanha Joe distraído e atira-o ao mar e contra as rochas da falésia que fotografava cessando a sua vida. Mas algo de terrível está ainda para acontecer... Paige, a mãe biológica das crianças, volta no dia 08 Paige quer a guarda das crianças, Ella quer a guarda das crianças. O tribunal tem de decidir qual das duas tem esse direito e, quando parece que vai tudo correr bem para Ella, esta decide confiar nas justiça e revelar algo que irá mudar as suas vidas e deixá-la com a sensação de naufrágio eminente. Paige vai afastar as crianças de si e de todas as pessoas que as conhecem. Será que perdeu as suas crianças para sempre? Será que Paige irá reconsiderar? Nada como ler esta bela história de amor para saber o seu desfecho. Qual destas duas mães tem razão? Qual das duas deverá ficar com a guarda dos irmãos? A nossa consciência diz uma coisa, o nosso coração diz outra. Qualquer mãe, qualquer madrasta ficará na dúvida, o coração a bater mais forte, as lágrimas à espreita. Ninguém ficará indiferente a esta luta de amor. Uma das histórias que mais me emocionou nos últimos tempos e que, sem sombra de dúvida, vale a pena ler... 100 comentários DR. FAUSTO de THOMAS MANN Laura Rocha, 11ºB, nº14 Ao dar início a esta crítica literária ocorreu-me a questão: por que motivo escolhi este livro e não outro qualquer, mas a resposta nem sequer é difícil. Aqui para nós, que somos alunos, os professores estão sempre a dizer-nos “Leiam, leiam”, a bombardear-nos com nomes de escritores que desconhecemos, quero com isto dizer que, muitas vezes, elegemos os autores e os livros que nos foram aconselhados. Foi este o caso do livro que irei apresentar-vos. O Dr. Fausto de Thomas Mann é um livro que foi escrito na década de 40, do séc. XX, por um autor alemão que foi Prémio Nobel da Literatura e cuja história se pode contar em poucas palavras. Adrian Leverkühn é um compositor desalentado com o seu talento que não é superlativo, no entanto, a sua ambição é a de se tornar um músico capaz de tocar o âmago, a essência dos seres humanos. Neste sentido, estabelece um pacto com o demónio, oferecendo-lhe a sua alma em troca desse dom. Com o avançar da narrativa, damo-nos conta que as implicações de tal pacto são, no mínimo, trágicas, Adrian isola-se cada vez mais do resto da humanidade, perde aqueles que lhe são mais queridos e uma sombra de dor avança na sua vida. Todavia, se a história não é demasiado intrincada, a verdade é que a sua complexidade radica na sua polissemia: este livro é, tão somente, mais uma versão do mito de Fausto. De Marlow a Goete, o Fausto é o alquimista que vende a alma ao Diabo em troca do conhecimento, transação cujas consequências são a dor e a morte e, portanto, ele aproxima-se de outros mitos ocidentais recorrentes como o mito de Prometeu, a história de Ícaro ou a da árvore do conhecimento de Adão e Eva. Encontramos neles sempre a mesma obsessão pelo conhecimento, a ideia de que o saber é mais importante do que a própria vida, de que a essência da humanidade é transcender os seus limites. Contudo, a marca verdadeiramente original deste Fausto de Thomas Mann é o facto do autor alemão atribuir ao povo alemão a encarnação dessa personagem trágica: o povo alemão sofre porque vendeu a alma aos nazis e essa foi a sua tragédia: Nessa altura a Alemanha […]no apogeu de selvagens triunfos, cambaleava, ébria, a ponto de conquistar o mundo, graças a um pacto ao qual tencionava manter-se fiel e que assinara com o seu sangue. Thomas Mann, Dr. Fausto, p.692 09 100 comentários Os alunos do 10º ano fizeram um trabalho de memória sobre o peixe. Criaram uma composição sobre o mesmo tema através da colagem e do pastel a óleo. Os alunos do 11º ano fizeram um trabalho de desenho cego com a figura humana sobre o tema “a dança”. Este processo consistiu no corte e colagem das figuras e utilização do pastel a óleo. 10 100 comentários Os alunos do 12º ano fizeram um trabalho de observação em que registaram as orelhas, usando a técnica da grafite. Criaram uma composição abstrata sobre o tema de paisagem através das linhas obtidas no desenho de observação, usando a técnica mista da colagem e do pastel a óleo. 11 100 comentários Luís Reis Há já muitos anos que conseguimos passar um dia completo sem “tropeçarmos” no Latim, visto que ele morreu e já não é possível estudá-lo nem encontrá-lo no quotidiano. À noite adormeço e sonho que estou novamente in illo tempore, quando os jardins eram floridos: acordo numa villae, ou num duplex que comprei fora da urbe para descansar no ager publicus. O meu dia começa com um banho relaxante guarnecido de lux, sanex ou nivea; depois da roupa, calço umas sapatilhas ASICS [Anima sana in corpore sanum – Alma sã num corpo são]; é condição sina qua non tomar um pequenoalmoço frugal acompanhado por lácteos agros; saio de casa e passo num quiosque para comprar a última edição fac-simile [faz semelhante= cópia] da “Mensagem” [Mens agit molem] de Fernando Pessoa; aproveito ainda para tomar um café expresso [espremido]; entretanto chego atrasado ao trabalho e o meu patrão diz-me que tem andado a “gastar o seu Latim” quando me fala da necessidade de pontualidade; almoço no Forum e regresso ao meu posto de trabalho, a Vobis [para vocês]; mesmo ao chegar à porta contribuo para a Caritas [caridade]; na loja ao lado, na Imaginarium, vejo sorrisos de crianças; do outro lado, na Boticário, vejo alguém que pensa que Carpe diem é apenas o nome dum filme ou o nome dum perfume; de regresso a casa passo pelo mecânico para compor o turbo do meu Focus; à noite, depois de jantar, aju- 12 do os meus filhos com trabalhos sobre o mapa mundi e sobre o nosso sistema solar. Este não teria sido propriamente um dia muito feliz, pois não frequentei nenhum SPA [Sanum per aquam], mas poderia ter sido bastante pior: se tivesse ido responder ao tribunal [Domus Iustitiae], visto que Dura lex, sed lex; se não conseguisse acabar as palavras cruzadas do jornal enquanto estava numa sala de espera, por não saber as abreviaturas dalguns elementos da tabela periódica; se tivesse sido assaltado ou atingido por uma magnum [claro que não falo de gelados]; se ficasse sem saldo no meu telemóvel da Optimus; se o meu esquentador Vulcano resolvesse entrar em erupção… Não quero ser uma persona non grata nem maçar alguém com o meu modus vivendi. Quero apenas concluir, em jeito de despertar, que terminaria esse dia com a ida para a cama e arriscaria, incautus, um coitus interruptus ou talvez usasse um preventivo durex. 100 comentários A GUERRA DOS PRIMOS Mauro Maia Quando a Terra tinha já 5 mil milhões de anos, surgiu um grupo de mamíferos, os Primatas. As características que distinguiam (e ainda distinguem) dos restantes mamíferos incluem terem cinco dedos em cada membro; terem unhas (!) em vez de garras; terem os olhos virados para a frente (visão binocular) e verem a cores; terem polegares oponíveis (esta última característica não é exclusiva dos primatas). Nestes há dois grupos principais, osPlatirrínios (do grego «platos»+«rhis» que significa nariz largo), representados apenas pelos Macacos do Novo Mundo (ou seja, do Continente Americano). Como o seu nome indica, têm narizes largos com as narinas viradas para fora. O filósofo Platão recebeu o seu nome devido às suas costas largas, «platos» em grego. Tendo em conta que esta é uma característica física que apenas surge na adolescência, a teoria de que devia o seu nome às suas costas largas remete para a hipótese de que se trataria de uma alcunha. Não havendo qualquer evidência de que tivesse outro nome além de Platão, este parece ser um nome de batismo, sem ligação a características físicas, tal como alguém chamado Filipe (do grego «philos»+«hippos», amigo de cavalos) não o é necessariamente. Os Catarrínios (do grego «catos»+«rhis» que significa nariz estreito). Como o nome indica, têm narizes estreitos e as narinas viradas para baixo. A maioria vive em grupos sociais (como nós). «Primatas» (do latim «primas» que significa excelente, nobre, o primeiro). Dentro da ordem primata há duas subordens e numa delas estão incluídos os macacos, os gibões e os símios superiores. São três infraordens bem diferentes, cada uma com as suas características e descendem todos de um mesmo primata (que não era obviamente um macaco, que surgiram depois). Há 25 milhões de anos, separaram-se os símios dos grandes símios, que incluem seres humanos, chimpanzés, gorilas e orangotangos. Há uma característica visual permite distinguir os Hominídeos (os grandes símios) dos restantes primatas (apesar de haver algumas poucas exceções): a ausência de cauda. A maioria dos primatas possui caudas. Geralmente só os hominídeos (os grandes símios, como nós) não têm cauda, possuindo o Osso do Cóccix, no fundo da coluna vertebral. Longe de sermos descendentes dos macacos, somos seus primosgenéticos. Aliás, de entre todos os grandes símios, não há nenhum mais próximo dos chimpanzés do que os humanos. Formamos uma tribo aparte (no sentido biológico do termo), os Homininos. Os demais grandes símios pertencem a tribos diferentes. Há ainda incorretas traduções do inglês «ape» (que se refere à superfamília Hominoidea, que inclui Gibões, Orangotangos, Gorilas, Chimpanzés e Humanos) para «macaco», que pertencem a famílias diferentes e incluem os Macacos do Novo Mundo e os Macacos do Velho Mundo. O filme «Planetofthe Apes» não podia ter pior tradução do que «Planeta dos Macacos». Neste pequeno planeta, girando à volta de um normal sol, de uma normal galáxia, recusamos estender a mão a quem nos é mais próximo, tanto outras pessoas como os nossos irmãos e primos genéticos. Somos ainda uma espécie infantil, que surgiu há apenas 150 mil anos, comparados com os 4 milhões de anos que a Vida tem neste planeta. E o ritmo a que destruímos o nosso quarto de dormir e atiramos papa para o chão é assustador… A ideia de que «o Homem descende do Macaco» nunca foi defendida por Darwin. A vasta família direta do Ser Humano é a ordem biológica 13 100 comentários Mãe Doce brisa Mãe! Uma palavra linda de imaginação infinda. Quem, Doce brisa, és tu que vens tão leve, de onde chegas tão forte e generosa, para onde vais tão lesta e tão fogosa, Forte, corajosa e amável que infinito motor te move breve? Não tens corpo, nem tronco, nem tens membros. são as palavras que me veem à cabeça Tens um intuito, sonho, tens amor? quando penso na minha mãe! Tens o orvalho das folhas da ampla flor, tens em ti todo o Sol dos meus Dezembros, Mãe! A palavra da vida com uma história nunca antes lida. Seni Sepol tens o suspiro do que nunca dura, tens os beijos contidos com o olhar, tens a impossível meta tão futura. Não te toco, não te quero afastar. Oh! Doce brisa, terna queimadura, tu só me beijas quando estou a sonhar. Matemática Mauro Maia Haverá coisa mais emblemática do que a matemática?! Contas de somar e subtrair, quem consegue resistir! Contas de multiplicar e dividir, porque teimam em insistir ?! Sinais de menos e de mais, isto já não é demais? Frações e reduções que nem sequer têm as soluções... Teste, aí vou eu.... Seni Sepol 14 100 comentários Inês Aguiar A psefologia da hybris da razão revela-se inelutável nos tempos da contemporaneidade. O desvelamento da agathusia, ressumbrante de paganismo mundano e epicurista, deslumbra-se numa democracia individualista silente de monstros ctónicos metamorfoseados, num eterno retorno, em Erínias, Hécate e Medusa. Na nossa anatomia da sepultura, o idílio de Rousseau, metamorfoseou-se num rubor héctico e numa pseudoliberdade filantrópica burguesa putrescível, em ascetismos absolutistas e esclarecidos do eu. Títeres de ideologemas sacralizados, os nossos ademanes féretros, verdadeiramente omniimpotentes, face ao niilismo que carateriza a politização egótica do espírito transubstanciado na idolatria do estado, revelam-se em aporias revolucionárias conservadoras ou em conservadorismos revolucionários. Como nos diz Goethe “A civilização é um exercício constante de respeito. Respeito pelo divino, pela terra, pelo nosso semelhante e, portanto, pela nossa própria dignidade.” Não somos civilizados, queremos ser apenas como o flautista de Hamelin e mefiticamente conduzir a humanidade alienada à apoptose. *Imagem da Internet 15 100 comentários Susana Fernandes Mónica Simões Olá! Bem-vindos a mais um ano letivo, 2013/2014! Nós, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), estaremos mais um ano convosco. À semelhança do ano letivo anterior, encontramo-nos diariamente na sala 4 do bloco C, disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou dificuldade que vos pareça pertinente. Para quem não se lembra e para quem é novo no agrupamento, o nosso trabalho desenvolve-se em torno de toda a comunidade escolar, no sentido de promover um ambiente mais humanizado e facilitador da integração escolar e social, contribuindo para o crescimento harmonioso e global dos alunos. Assim, centramo-nos, fundamentalmente, no apoio aos alunos e às famílias. Pretendemos intervir nas seguintes problemáticas: Assiduidade/Pontualidade; Dificuldades de adaptação escolar; Situações pessoais de violência familiar ou de namoro; Sexualidade/gravidez na adolescência; Anorexia, Bulimia, obesidade, entre outras; Consumo de substâncias ilícitas e de comportamentos desviantes; Conflitos entre alunos e restante comunidade escolar; Problemas de caráter psicológico, social e emocional. O nosso trabalho assenta nos princípios da imparcialidade, privacidade e confidencialidade, por isso se sentes que precisas de ajuda, ou que podemos ajudar alguém que te é próximo, podes sempre contactar-nos, pessoalmente, no nosso gabinete ou através do email, [email protected], e facebook. Obrigada! 16 100 comentários Alina Mikhelyeva, nº 3, Dorin Gujuman, nº 6, 11º B Hoje em dia, vivemos numa sociedade dependente de muitos materiais ele- trónicos que, com o passar do tempo, perdem as suas funcionalidades e são, simplesmente, deitados Consequentemente, a acumulação deste lixo é cada vez maior pondo em risco o ambiente e a saúde dos cidadãos, uma vez que se no lixo. Ora, a produção e a trata de elementos bastante utilização de tecnologias é tão nocivos. Exemplos disso são o elevada que a acumulação de lítio, presente nas baterias de lixo tornou-se num grave pro- telemóveis e os gases CFC, blema. presentes nos frigoríficos, que Em primeiro lugar, é con- contaminam não só os solos, veniente saber que o lixo ele- mas também a água e o ar. trónico é constituído por todo o tipo de materiais eletrónicos, entre eles, os eletrodomésticos como os frigoríficos, fogões e os Concluindo, cada cidadão tem de assumir a sua instrumentos de comunicação e entretenimento, responsabilidade nesta matéria pois este é um pro- como os telemóveis, os computadores, televisões e blema de todos nós. outros. Estes materiais ou porque avariaram ou porque estão desatualizados são facilmente substi- * Imagem da internet tuídos. Portanto, é necessário diminuir o lixo eletrónico, o que se pode concretizar de duas formas: uma delas é a reutilização do equipamento, passando para uma segunda mão; outra é a sua reciclagem, pois estes aparelhos contêm metais raros. 17 100 comentários Eduardo Pires 18 100 comentários Sandra Coelho 1. Descobre os símbolos e efetua seguinte operação: 3. Estes dois carros cruzaram-se na estrada entre Lisboa e o Porto. Sabendo que cada carro A saiu do Porto às 14h e que o carro B saiu de Lisboa às 15h, que carro está a menor distância de Lisboa? 1. 2. Solução: 3. Solução: Estão à mesma distância Soluções: 3694 2. 19