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Edição I - Ano X
setembro . outubro
2013
O 100 Comentários
tem o apoio de:
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Assunto: Divulgação do Programa “Parlamento dos Jovens”
Inês Aguiar
O grupo de Filosofia vem convidar todos
os alunos do Ensino Secundário a participar no
Programa “Parlamento dos Jovens”, com o seguinte tema em debate:
"Crise demográfica
(emigração, natalidade, envelhecimento)”
Vai haver na
tua Escola um Professor coordenador
(Professora
Inês
Aguiar), em colaboração com a professora Iolanda Antunes,
que te vão ajudar a
estudar o tema, organizando debates, por
exemplo, e que vão
estar atentas às regras do programa e supervisionar
o processo eleitoral. É aquela Professora que vai
constituir uma Comissão Eleitoral Escolar para
gerir essa fase na Escola e que vai orientar o grupo
dos participantes até à Sessão Distrital, ou à Nacional se a tua Escola for eleita.
Para seres deputado à Sessão Escolar
tens de te organizar com outros colegas numa lista
de 10 e esta pode ser integrada por alunos de
várias turmas, contendo o nome, ano e turmas.
Em conjunto, têm de propor 3 medidas sobre o
tema e cada medida deve ser apresentada de
um argumento que a fundamente. Isto é: o que
acham que a Assembleia da República, o Governo,
os órgãos locais (ou outras entidades) ou até o que
os próprios jovens devem fazer para resolver
uma questão, relacionada com o tema, que vocês considerem importante (será o vosso
“programa eleitoral”). O ideal é que outros colegas façam outras listas para o debate eleitoral
ser animado. Depois da fase da campanha eleitoral, haverá a eleição em Janeiro e poderás vir
a ser um dos eleitos à Sessão Escolar!
Para mais informações, contacta os
professores do grupo de Filosofia. Contamos
com a tua participação ativa, uma vez que o
objetivo é promover a educação para a cidadania, incentivando o teu interesse pela participação cívica e política e respetiva capacidade de
argumentação na defesa de ideias.
Calendarização das Atividades:
Novembro/dezembro: Realização de 1 debate,
com a participação de um deputado da Assembleia da República
De 11 a 16 de dezembro: Apresentação das
listas à Comissão Eleitoral
De 9 a 13 de janeiro: Campanha Eleitoral
15 de janeiro: Eleição das listas
21 de janeiro: Sessão Escolar
[email protected]
Coordenadora:
Iolanda Antunes
Equipa:
Fátima Joaquim, Inês Aguiar, Manuel Carlos Ribeiro,
Stella Ferreira.
02
Capa: Fátima Joaquim e Iolanda Antunes
Arranjo Gráfico: Manuel Carlos Ribeiro
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EDITORIAL
Iolanda Antunes
Ao pensar sobre o que iria escrever neste
editorial, estava convicta de que o certo seria apresentar-vos sumariamente o conteúdo das nossas
rubricas, contudo, ao refletir mais aturadamente,
ocorreu-me que o certo
nem sempre é o mais fecundo, que o óbvio e o
linear nem sempre são o
mais profícuo e, então,
lembrei-me das palavras
de Hegel “para fazer Filosofia deveremos lançarnos à corps perdu”. Talvez Hegel tivesse razão,
talvez as coisas importantes da vida, e não apenas a
Filosofia, mereçam de nós
o desafio de jogar sem
rede, por isso optei por
falar-vos, não do jornal
que têm perante vós, mas
daquilo que ele poderá
tornar-se, se todos cooperarem na sua feitura.
Assim, se atribuímos o nome de Os Argonautas da Esla ao magazine das artes, ciência e cultura, que criamos este ano
para o 100comentários, tal
significa justamente a incompletude de uma busca.
Os Argonautas, aqueles
que viajaram no navio
Argo à procura do velo de
ouro, emprestam-nos a
simbologia dessa demanda de um tesouro espiritual que ainda não se logrou, mas que incessantemente se almeja alcançar.
Os Argonautas da Esla somos todos nós, todos
aqueles que acreditam na partilha dos diferentes
saberes, todos aqueles que contribuem com os seus
artigos ou dos alunos ou outros para o desenvolvi-
mento de competências cognitivas, sociais ou de
cidadania de toda a comunidade escolar, crentes de
que uma identidade, a identidade da Esla, se constrói narrativamente, persuadidos de que um jornal
escolar pode ser não apenas um barómetro da vida
da escola e do seu pulsar,
mas ainda, e sobretudo,
um instrumento de autoconhecimento e autoaperfeiçoamento.
Não gostaria, todavia, de
dar este texto por terminado sem antes vos dar a
conhecer as razões pelas
quais a capa do 100comentários está intimamente ligada ao que acabei de
escrever: a Liberdade, a
Conduzir a Revolução na
pintura do Delacroix, foi
desenraizada do seu solo e
da sua pátria, para vir até
nós, porque não há demanda espiritual, nem humanidade sem liberdade.
Porque ser homem é, como o disse Kant*,
Estimar-se a si mesmo e
considerar o homem como
uma criatura digna de
respeito. Não tolerar nenhuma submissão abjeta e
respirar liberdade no seu
nobre peito. Abominar
todas as cadeias, quer
sejam elas os colares de ouro que se usam nos
palácios ou as pesadas grilhetas de ferro dos
escravos das galeras.
*Considerações acerca do Belo e do Sublime
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BIBLIOTECAS ESCOLARES
Adriano Aires, Almiro Lemos, João Lopes
Ele
aí está! O novo ano letivo!
Atravessamos tempos de mudança: novidades na colocação de professores, novidades
nos dirigentes escolares, novidades na constituição
de turmas, estas compostas por gente nova e outra
já conhecida. Até novidades geológicas, com a
nova ilha que nasceu ao largo do Paquistão. De
facto, a novidade está na moda!
nadores de departamento para se conhecer as suas
necessidades e os seus projetos. Numa primeira
medida, iniciámos já a conversão de fundo documental para formatos mais modernos (inteiramente
digital e portátil) a pedido de alguns docentes.
Ainda como atividades próprias, na ESLA tivemos
o início do projeto “Livros que deram filmes”,
com recomendações do prof. Pedro Félix, o nosso
especialista em Cinema!
E a escola é o local priviDa leitura, retiramos a
legiado para prepararmos
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
nossa interpretação indivios novos cidadãos para
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
dual dos desafios que o
essas mudanças. Compete
Todo o mundo é composto de mudança,
autor nos expõe. Mas tamTomando sempre novas qualidades.
-nos fornecer-lhes as ferbém nos é possível assistir
ramentas para descobriContinuamente
vemos
novidades,
ao prisma de um realizarem o mundo à sua mediDiferentes em tudo da esperança:
dor que connosco quer
da; compete-lhes ter a
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
partilhar o seu sentido da
vontade e desenvolver a
E do bem (se algum houve) as saudades.
obra. Quais as diferenças?
capacidade de as utilizaCabe-nos descobrir. Em
O tempo cobre o chão de verde manto,
rem.
outubro: As vinhas da
Que já coberto foi de neve fria,
No que toca às Bibliotecas
Ira. O livro de John SteinE em mim converte em choro o doce canto.
do agrupamento, também
beck, vencedor de um Pufarão a sua quota-parte.
E afora este mudar-se cada dia,
litzer em 1939, deu azo a
Outra mudança faz de mor espanto,
Em articulação com os
que John Ford realizasse o
Que não se muda já como soía.
vários departamentos, as
filme homónimo, pelo
bibliotecas organizaram o
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" qual recebeu o óscar de
seu plano anual de ativiMelhor Realizador em
dades no sentido de irem
1940 e Jane Darwell o de Melhor Atriz Secundáao encontro das necessidades pedagógicas dos vária. No dia 24 de outubro, pelas 10h15, na Sala de
rios docentes. As bibliotecas servem para vos auxiProfessores da ESLA, tivemos a apresentação do
liar. Usem e abusem delas…
livro da Carla Dias, “Poder Mudar”. A autora esteve presente e, depois de falar brevemente sobre a
Apesar da estreita colaboração que se começa a
obra, concedeu uma sessão de autógrafos que se
desenhar com as outras estruturas escolares, temos
prolongou até perto do meio dia e meia.
a nossa própria programação. Em Setembro iniciámos a nossa ronda de reuniões com os coorde-
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BIBLIOTECAS ESCOLARES (Continuação…)
Em outubro comemorou-se o Mês
Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE). Este ano o mote
foi “Uma porta aberta para a vida!”. As BE do 1.º ciclo organizaram o Concurso “Biblioteca Escolar: uma porta para...” e desenvolveram atividades de formação de
utilizadores para todos os meninos
da educação pré-escolar (Jardinsde-infância n.º3 e da Abelheira) e
para todos os alunos do 1.º ciclo
das 3 escolas! Viram também, nas
maçanetas da ESLA, alguns avisos
de porta com as nossas sugestões
de leitura pertencentes à listagem
do Contrato de Leitura para o Ensino Secundário. Neste mês começou também, a nível nacional, a
preparação para o Concurso Nacional de Leitura. Assim, a escola
EB23 e a ESLA tratarão de organizar o método de seleção interna
dos três melhores leitores do ensino básico e do ensino secundário.
Os vencedores por escola irão discutir a final regional e, se ultrapassarem esta prova, ir a Lisboa disputar a final nacional! Ainda no
que toca a concursos, há alunos
(nomeadamente do 8ºA) a participarem já no II Concurso Internacional de Escritores Lusófonos infanto-juvenis " La Atrevida", publicitado junto dos docentes através de correio eletrónico. Já o 6ºA
irá participar no Concurso
“Pequeno Grande C”, promovido
pela Fundação Calouste Gulbenkian.
1.º ciclo continuarão a desenvolver
o projeto “Pequenos Bibliotecários” que incide sobre a área da
animação responsabilizante da Biblioteca Escolar. Desta forma, os
alunos têm sido responsáveis por
algumas tarefas inerentes ao serviço de empréstimo domiciliário e à
gestão dos espaços das Bibliotecas
Escolares.
Outro projeto que tem sido desenvolvido pelas Bibliotecas Escolares do 1.º Ciclo, com as crianças
que frequentam a educação préescolar, insere-se na proposta
“Ler+ em família” e chama-se
“Leitura vai e vem”. Os meninos
dos Jardins-de-Infância levam semanalmente livros para casa para
serem lidos e, posteriormente, comentados pelos familiares.
No âmbito do domínio “Projetos,
parcerias e atividades livres e de
abertura à comunidade”, as BE do
Fazemos votos de um Bom ano
letivo e… Boas Leituras!
Em destaque, coloca-se ainda um
projeto de articulação entre as Bibliotecas Escolares dos 1.º e 2.º
ciclos em estreita colaboração com
os professores titulares de turmas
do 1.º ciclo e os professores de
Português do 5.º ano, intitulado
«Oficina das Palavras». Esta atividade visa a planificação e desenvolvimento de atividades semanais
com todas as turmas dos 3.º, 4.º e
5.º anos nas BEs, em regime tutorial, abordando a diversidade da
tipologia textual para que os alunos se apropriem de mecanismos
processuais que lhes permitam ler/
compreender e escrever textos de
diferentes tipos, no 1.º ciclo, inseridas na área do Português da componente letiva e no 2.º ciclo.
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Manuela Encarnação e Sandra Coelho
Ao passar pela sala de aulas de uma turma
Self, poderás ficar baralhado ao ouvir: « Alors,
lisez le problème, s’il vous plaît. » … « On jette
une pièce de monnaie. Quelle est la probabilité
d'amener face? C’est facile, n’est-ce pas ? »,
« Oui… alors allez au tableau résoudre l’exercice… », « Attention, regardez la figure ! C’est un
triangle rectangle et non pas isocèle! »
Estará a professora de matemática
« baralhada » ou « confusa »? Os alunos estarão
a perceber a matéria? Estas serão as perguntas
mais prováveis, mas é fácil confirmar que os
“élèves” da aula de matemática estão a fazer os
exercícios, tiram dúvidas... É uma aula normal, ou
quase… porque os números são “les nombres”, os
algarismos são “ les chiffres”, as potências são “les
puissances” … e quando chamam a professora, os
alunos dizem “Mademoiselle”.
Na realidade, trata-se de um projeto, com
uma longa tradição na Europa, mas que chegou a
Portugal em 2006. A EB2,3 do nosso agrupamento
foi pioneira ao abrir uma secção em 2006! Atualmente, temos uma no oitavo ano e outra no nono
ano. Ambas têm como disciplina não linguística a
matemática e, uma vez por semana, tenta-se falar,
escrever e pensar em francês numa aula de matemática. Ao princípio, os nossos alunos estranharam, mas rapidamente tornou-se um hábito e neste
momento, o estranho seria não ouvir a professora
de matemática falar francês nas aulas! É de facto
uma forma diferente de aprender uma língua estrangeira…
Vê se consegues resolver este enigma …
E já agora, pensa em francês!
+
Ω
+
Ω
+
=
1
4
+
Ω
=
1
6
φ
=
8
Σ
=
1
8
+
φ
+
+
+
ψ
=
1
6
Ω=4
Φ=2
Ψ=8
06
Σ
+
=
12
=6
Découvre les codes utilisés.
Chaque symbole représente un
chiffre de 0 à 9. Pour t’aider,
tu as les sommes par ligne et par
colonne.
+
Solution: Σ
Σ
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Milene Martins
U
do funeral de Joe. Com o passar dos dias reconquista a confiança de Annie, mas Zack continua a
vê-la como uma estranha. Ella sente-se um barco à
m livro de emoções, uma leitura
fácil e agradável, mas que nos faz
deriva com a presença de Paige.
pensar...
Ella, recém-divorciada, tentou engravidar sem sucesso durante anos…
Joe, um pai divorciado a braços com dois filhos
pequenos: Annie e Zack, abandonados pela mãe de
ambos quando Zack tinha apenas 4 meses…
Quando Ella decide dar um novo rumo à sua existência e viaja até Elbow não sonha que a sua vida
vai mesmo mudar. Conhece Joe e a paixão entre
ambos nasce. Pouco tempo depois Ella e Joe decidem morar juntos. Ella passa a ter a família que
nunca teve mas sempre sonhou: um marido carinhoso e dois filhos adoráveis. Sim, apesar de ser
sua madrasta, Ella ama, ensina e cuida das crianças
como se fossem suas. É a sua mãezinha!
Vivem cerca de três anos de felicidade pautados
por alguns desentendimentos, afinal não há casamentos perfeitos, até que um dia um vagalhão
inesperado apanha Joe distraído e atira-o ao mar e
contra as rochas da falésia que fotografava cessando a sua vida.
Mas algo de terrível está ainda para acontecer...
Paige, a mãe biológica das crianças, volta no dia
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Paige quer a guarda das crianças, Ella quer a guarda das crianças. O tribunal tem de decidir qual das
duas tem esse direito e, quando parece que vai tudo correr bem para Ella, esta decide confiar nas
justiça e revelar algo que irá mudar as suas vidas e
deixá-la com a sensação de naufrágio eminente.
Paige vai afastar as crianças de si e de todas as
pessoas que as conhecem.
Será que perdeu as suas crianças para sempre? Será que Paige irá reconsiderar? Nada como ler esta
bela história de amor para saber o seu desfecho.
Qual destas duas mães tem razão? Qual das duas
deverá ficar com a guarda dos irmãos? A nossa
consciência diz uma coisa, o nosso coração diz
outra. Qualquer mãe, qualquer madrasta ficará na
dúvida, o coração a bater mais forte, as lágrimas à
espreita. Ninguém ficará indiferente a esta luta de
amor.
Uma das histórias que mais me emocionou nos
últimos tempos e que, sem sombra de dúvida, vale
a pena ler...
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DR. FAUSTO de THOMAS MANN
Laura Rocha, 11ºB, nº14
Ao dar início a esta crítica literária ocorreu-me a
questão: por que motivo escolhi este livro e não outro qualquer, mas a resposta nem sequer é difícil. Aqui para nós, que
somos alunos, os professores estão sempre a dizer-nos
“Leiam, leiam”, a bombardear-nos com nomes de escritores
que desconhecemos, quero com isto dizer que, muitas vezes,
elegemos os autores e os livros que nos foram aconselhados.
Foi este o caso do livro que irei apresentar-vos.
O Dr. Fausto de Thomas Mann é um livro que foi
escrito na década de 40, do séc. XX, por um autor alemão
que foi Prémio Nobel da Literatura e cuja história se pode
contar em poucas palavras.
Adrian Leverkühn é um compositor desalentado com o seu
talento que não é superlativo, no entanto, a sua ambição é a
de se tornar um músico capaz de tocar o âmago, a essência
dos seres humanos. Neste sentido, estabelece um pacto com o
demónio, oferecendo-lhe a sua alma em troca desse dom.
Com o avançar da narrativa, damo-nos conta que as implicações de tal pacto são, no mínimo, trágicas, Adrian isola-se
cada vez mais do resto da humanidade, perde aqueles que lhe
são mais queridos e uma sombra de dor avança na sua vida.
Todavia, se a história não é demasiado intrincada, a
verdade é que a sua complexidade radica na sua polissemia:
este livro é, tão somente, mais uma versão do mito de Fausto.
De Marlow a Goete, o Fausto é o alquimista que vende a alma ao Diabo em troca do conhecimento, transação cujas consequências são a dor e a morte e, portanto, ele aproxima-se de
outros mitos ocidentais recorrentes como o mito de Prometeu, a história de Ícaro ou a da árvore do conhecimento de
Adão e Eva. Encontramos neles sempre a mesma obsessão
pelo conhecimento, a ideia de que o saber é mais importante
do que a própria vida, de que a essência da humanidade é
transcender os seus limites.
Contudo, a marca verdadeiramente original deste
Fausto de Thomas Mann é o facto do autor alemão atribuir ao
povo alemão a encarnação dessa personagem trágica: o povo
alemão sofre porque vendeu a alma aos nazis e essa foi a sua
tragédia:
Nessa altura a Alemanha […]no apogeu de selvagens triunfos, cambaleava, ébria, a ponto de conquistar o
mundo, graças a um pacto ao qual tencionava manter-se fiel
e que assinara com o seu sangue.
Thomas Mann, Dr. Fausto, p.692
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Os alunos do 10º ano fizeram um trabalho de memória sobre o peixe. Criaram uma composição sobre o mesmo tema através da colagem
e
do pastel a óleo.
Os alunos do 11º ano fizeram um trabalho de
desenho cego com a figura humana sobre o
tema “a dança”. Este processo consistiu no
corte e colagem das figuras e utilização
do pastel a óleo.
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Os alunos do 12º ano fizeram
um trabalho de observação em
que registaram as orelhas,
usando a técnica da grafite.
Criaram uma composição abstrata sobre o tema de paisagem
através das linhas obtidas no
desenho de observação, usando a técnica mista da colagem e
do pastel a óleo.
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Luís Reis
Há já muitos anos que conseguimos passar
um dia completo sem “tropeçarmos” no Latim,
visto que ele morreu e já não é possível estudá-lo
nem encontrá-lo no quotidiano.
À noite adormeço e sonho que estou novamente in illo tempore, quando os jardins eram floridos: acordo numa villae, ou num duplex que
comprei fora da urbe para
descansar no ager publicus. O
meu dia começa com um banho relaxante guarnecido de
lux, sanex ou nivea; depois da
roupa, calço umas sapatilhas
ASICS [Anima sana in corpore sanum – Alma sã num corpo são]; é condição sina qua
non
tomar um pequenoalmoço frugal acompanhado por lácteos agros;
saio de casa e passo num quiosque para comprar a
última edição fac-simile [faz semelhante= cópia]
da “Mensagem” [Mens agit molem] de Fernando
Pessoa; aproveito ainda para tomar um café expresso [espremido]; entretanto chego atrasado ao
trabalho e o meu patrão diz-me que tem andado a
“gastar o seu Latim” quando me fala da necessidade de pontualidade; almoço no Forum e regresso
ao meu posto de trabalho, a Vobis [para vocês];
mesmo ao chegar à porta contribuo para a Caritas
[caridade]; na loja ao lado, na Imaginarium, vejo
sorrisos de crianças; do outro lado, na Boticário,
vejo alguém que pensa que Carpe diem é apenas o
nome dum filme ou o nome dum perfume; de regresso a casa passo pelo mecânico para compor o
turbo do meu Focus; à noite, depois de jantar, aju-
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do os meus filhos com trabalhos sobre o mapa
mundi e sobre o nosso sistema solar.
Este não teria sido propriamente um dia
muito feliz, pois não frequentei nenhum SPA
[Sanum per aquam], mas poderia ter sido bastante
pior: se tivesse ido responder ao tribunal [Domus
Iustitiae], visto que Dura lex, sed lex; se não conseguisse acabar as palavras
cruzadas do jornal enquanto
estava numa sala de espera,
por não saber as abreviaturas
dalguns elementos da tabela
periódica; se tivesse sido assaltado ou atingido por uma
magnum [claro que não falo
de gelados]; se ficasse sem
saldo no meu telemóvel da
Optimus; se o meu esquentador Vulcano resolvesse
entrar em erupção…
Não quero ser uma persona
non grata nem maçar alguém com
o meu modus vivendi. Quero apenas concluir, em jeito de despertar,
que terminaria esse dia com a ida
para a cama e arriscaria, incautus,
um coitus interruptus ou talvez
usasse um preventivo durex.
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A GUERRA DOS PRIMOS
Mauro Maia
Quando a Terra tinha já 5 mil milhões de anos,
surgiu um grupo de mamíferos, os Primatas. As
características que distinguiam (e ainda distinguem) dos restantes mamíferos incluem terem cinco dedos em cada membro; terem unhas (!) em vez
de garras; terem os olhos virados para a frente
(visão binocular) e verem a cores; terem polegares
oponíveis (esta última característica não é exclusiva dos primatas). Nestes há dois grupos principais,
osPlatirrínios (do grego «platos»+«rhis» que significa nariz largo), representados apenas pelos Macacos do Novo Mundo
(ou seja, do Continente
Americano). Como o seu
nome indica, têm narizes
largos com as narinas
viradas para fora. O filósofo Platão recebeu o seu
nome devido às suas costas largas, «platos» em
grego. Tendo em conta
que esta é uma característica física que apenas
surge na adolescência, a
teoria de que devia o seu
nome às suas costas largas remete para a hipótese de que se trataria de
uma alcunha. Não havendo qualquer evidência de
que tivesse outro nome
além de Platão, este parece ser um nome de batismo, sem ligação a características físicas, tal como
alguém
chamado
Filipe
(do
grego
«philos»+«hippos», amigo de cavalos) não o é
necessariamente. Os Catarrínios (do grego
«catos»+«rhis» que significa nariz estreito). Como
o nome indica, têm narizes estreitos e as narinas
viradas para baixo. A maioria vive em grupos sociais (como nós).
«Primatas» (do latim «primas» que significa excelente, nobre, o primeiro). Dentro da ordem primata
há duas subordens e numa delas estão incluídos os
macacos, os gibões e os símios superiores. São três
infraordens bem diferentes, cada uma com as suas
características e descendem todos de um mesmo
primata (que não era obviamente um macaco, que
surgiram depois). Há 25 milhões de anos, separaram-se os símios dos grandes símios, que incluem
seres humanos, chimpanzés, gorilas e orangotangos. Há uma característica visual permite distinguir os Hominídeos (os grandes símios) dos restantes primatas (apesar de haver algumas poucas
exceções): a ausência de cauda. A maioria dos primatas possui caudas. Geralmente só os hominídeos
(os grandes símios, como nós) não têm cauda, possuindo o Osso do Cóccix, no fundo da coluna vertebral. Longe de sermos descendentes dos macacos, somos seus primosgenéticos. Aliás, de entre
todos os grandes símios, não há nenhum mais próximo dos chimpanzés do que os humanos. Formamos uma tribo aparte (no sentido biológico do termo), os Homininos. Os demais grandes símios pertencem a tribos diferentes. Há ainda incorretas traduções do inglês «ape» (que se refere à superfamília Hominoidea, que inclui Gibões, Orangotangos,
Gorilas, Chimpanzés e Humanos) para «macaco»,
que pertencem a famílias diferentes e incluem os
Macacos do Novo Mundo e os Macacos do Velho
Mundo. O filme «Planetofthe Apes» não podia ter
pior tradução do que «Planeta dos Macacos».
Neste pequeno planeta, girando à volta de um normal sol, de uma normal galáxia, recusamos estender a mão a quem nos é mais próximo, tanto outras
pessoas como os nossos irmãos e primos genéticos. Somos ainda uma espécie infantil, que surgiu
há apenas 150 mil anos, comparados com os 4 milhões de anos que a Vida tem neste planeta. E o
ritmo a que destruímos o nosso quarto de dormir e
atiramos papa para o chão é assustador…
A ideia de que «o Homem descende do Macaco»
nunca foi defendida por Darwin. A vasta família
direta do Ser Humano é a ordem biológica
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Mãe
Doce brisa
Mãe!
Uma palavra linda
de imaginação infinda.
Quem, Doce brisa, és tu que vens tão leve,
de onde chegas tão forte e generosa,
para onde vais tão lesta e tão fogosa,
Forte, corajosa e amável
que infinito motor te move breve?
Não tens corpo, nem tronco, nem tens membros.
são as palavras que me veem à cabeça
Tens um intuito, sonho, tens amor?
quando penso na minha mãe!
Tens o orvalho das folhas da ampla flor,
tens em ti todo o Sol dos meus Dezembros,
Mãe!
A palavra da vida
com uma história nunca antes lida.
Seni Sepol
tens o suspiro do que nunca dura,
tens os beijos contidos com o olhar,
tens a impossível meta tão futura.
Não te toco, não te quero afastar.
Oh! Doce brisa, terna queimadura,
tu só me beijas quando estou a sonhar.
Matemática
Mauro Maia
Haverá coisa mais emblemática do que a matemática?!
Contas de somar e subtrair, quem consegue resistir!
Contas de multiplicar e dividir, porque teimam em insistir ?!
Sinais de menos e de mais, isto já não é demais?
Frações e reduções que nem sequer têm as soluções...
Teste, aí vou eu....
Seni Sepol
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Inês Aguiar
A
psefologia da hybris da razão
revela-se inelutável nos tempos da contemporaneidade. O desvelamento
da agathusia, ressumbrante de paganismo
mundano e epicurista, deslumbra-se numa democracia individualista silente de monstros
ctónicos metamorfoseados, num eterno retorno, em Erínias, Hécate e Medusa.
Na nossa anatomia da sepultura, o
idílio de Rousseau, metamorfoseou-se num
rubor héctico e numa pseudoliberdade filantrópica burguesa putrescível, em ascetismos
absolutistas e esclarecidos do eu.
Títeres de ideologemas sacralizados,
os nossos ademanes féretros, verdadeiramente
omniimpotentes, face ao niilismo que carateriza a politização egótica do espírito transubstanciado na idolatria do estado, revelam-se em
aporias revolucionárias conservadoras ou em
conservadorismos revolucionários.
Como nos diz Goethe “A civilização é
um exercício constante de respeito. Respeito
pelo divino, pela terra, pelo nosso semelhante
e, portanto, pela nossa própria dignidade.”
Não somos civilizados, queremos ser
apenas como o flautista de Hamelin e mefiticamente conduzir a humanidade alienada à
apoptose.
*Imagem da Internet
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Susana Fernandes
Mónica Simões
Olá!
Bem-vindos a mais um ano letivo, 2013/2014!
Nós, Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF), estaremos mais um ano convosco. À semelhança do ano letivo anterior, encontramo-nos diariamente na sala 4 do bloco C,
disponíveis para esclarecer qualquer dúvida ou dificuldade que vos pareça pertinente.
Para quem não se lembra e para quem é novo no agrupamento, o nosso trabalho desenvolve-se em torno de toda a comunidade escolar, no sentido de promover um ambiente
mais humanizado e facilitador da integração escolar e social, contribuindo para o crescimento harmonioso e global dos alunos. Assim, centramo-nos, fundamentalmente, no apoio
aos alunos e às famílias.
Pretendemos intervir nas seguintes problemáticas:
Assiduidade/Pontualidade;
Dificuldades de adaptação escolar;
Situações pessoais de violência familiar ou de namoro;
Sexualidade/gravidez na adolescência;
Anorexia, Bulimia, obesidade, entre outras;
Consumo de substâncias ilícitas e de comportamentos desviantes;
Conflitos entre alunos e restante comunidade escolar;
Problemas de caráter psicológico, social e emocional.
O nosso trabalho assenta nos princípios da imparcialidade, privacidade e confidencialidade, por isso se sentes que precisas de ajuda, ou que podemos ajudar alguém que te é próximo, podes sempre contactar-nos, pessoalmente, no nosso gabinete ou através do email,
[email protected], e facebook.
Obrigada!
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Alina Mikhelyeva, nº 3, Dorin Gujuman, nº 6, 11º B
Hoje
em dia, vivemos numa sociedade
dependente de muitos materiais ele-
trónicos que, com o passar do tempo, perdem as
suas funcionalidades e são, simplesmente, deitados
Consequentemente, a acumulação deste lixo é cada
vez maior pondo em risco o ambiente e a saúde
dos cidadãos, uma vez que se
no lixo. Ora, a produção e a
trata de elementos bastante
utilização de tecnologias é tão
nocivos. Exemplos disso são o
elevada que a acumulação de
lítio, presente nas baterias de
lixo tornou-se num grave pro-
telemóveis e os gases CFC,
blema.
presentes nos frigoríficos, que
Em primeiro lugar, é con-
contaminam não só os solos,
veniente saber que o lixo ele-
mas também a água e o ar.
trónico é constituído por todo
o tipo de materiais eletrónicos, entre eles, os eletrodomésticos como os frigoríficos, fogões e os
Concluindo, cada cidadão tem de assumir a sua
instrumentos de comunicação e entretenimento,
responsabilidade nesta matéria pois este é um pro-
como os telemóveis, os computadores, televisões e
blema de todos nós.
outros. Estes materiais ou porque avariaram ou
porque estão desatualizados são facilmente substi-
* Imagem da internet
tuídos.
Portanto, é necessário diminuir o lixo eletrónico, o que se pode
concretizar de duas formas: uma delas é a reutilização do equipamento, passando para uma segunda mão; outra é a sua reciclagem, pois estes aparelhos contêm metais raros.
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Eduardo Pires
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Sandra Coelho
1.
Descobre os símbolos e
efetua seguinte operação:
3.
Estes dois carros cruzaram-se na estrada entre Lisboa e o Porto. Sabendo que
cada carro A saiu do Porto às 14h e que o
carro B saiu de Lisboa às 15h, que carro
está a menor distância de Lisboa?
1.
2.
Solução:
3.
Solução:
Estão à mesma distância
Soluções:
3694
2.
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