resumo da resenha das forças armadas 30 de dezembro de 2011
Transcrição
resumo da resenha das forças armadas 30 de dezembro de 2011
RESUMO DA RESENHA DAS FORÇAS ARMADAS 30 DE DEZEMBRO DE 2011 O Globo Suspenso plano contra homicídios Governo engaveta projeto de redução de assassinatos e contraria Conselho de Segurança Jailton de Carvalho O governo suspendeu, por tempo indeterminado, a elaboração de um plano de articulação nacional para a redução de homicídios, um dos pilares da política de segurança pública anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no início do ano. A decisão surpreendeu e irritou integrantes do Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), que acompanham a escalada da violência no país. O Brasil é o país com o maior índice de homicídios do mundo em termos absolutos - quase 50 mil por ano, 137 por dia - e o sexto quando o número de assassinatos anuais é comparado ao tamanho da população. Em janeiro, ainda embalado pelo ritmo da campanha do ano passado, Cardozo anunciou que buscaria um pacto com os governadores, inclusive com os oposicionistas, para preparar um grande plano de combate à violência. Em maio, depois de longos meses de discussões internas, um representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública chegou a apresentar o esboço do plano numa reunião do Conasp. A proposta seria enviada ao Palácio do Planalto e, depois, anunciada formalmente como o plano do governo federal para auxiliar governos estaduais a reduzirem crimes de sangue. Mas, depois de passar pela Casa Civil, o plano foi discretamente engavetado. No Conasp circula a informação de que a proposta foi vetada pela presidente Dilma Rousseff. A presidente teria orientado o Ministério da Justiça a concentrar esforços na ampliação e modernização do sistema penitenciário, no combate ao crack e no monitoramento das fronteiras, áreas em que o governo tem papel primordial, conforme a Constituição. Planos específicos de combate a homicídios estariam a cargo dos governos estaduais. - Ficamos sabendo que Dilma mandou devolver o plano porque a redução de homicídios é papel dos estados e não do governo federal. Consideramos isso um retrocesso e estamos cobrando do governo que apresente sua estratégia de enfrentamento da violência - afirmou Alexandre Ciconello, representante do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) no Conasp. Segundo ele, a equipe de Cardozo suspendeu até mesmo as discussões sobre o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) no âmbito do conselho. Lançado em 2008 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa reunia quase cem diferentes ações com um objetivo central: reduzir o índice de homicídios no Brasil de algo em torno de 26 por 100 mil habitantes para 14 por 100 mil em 2012. O último Mapa da Violência, divulgado pelo Instituto Sangari, informa que a média nacional de homicídios é de 26,2, um número bem distante da meta original. Conselho exige esclarecimentos A existência do plano de homicídio, apresentado e depois retirado de pauta, foi atestada também por Tião Santos, um dos dirigentes da ONG Viva Rio com assento no Conasp. Segundo ele, um dos assessores da secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, fez uma apresentação da proposta numa reunião do conselho em maio. - O Daniel (assessor da Senasp) apresentou as linhas gerais da proposta (de redução de homicídios), mas não fez o detalhamento. Esperamos que isso aconteça o quanto antes defendeu Santos, que acredita que, mesmo que o combate aos homicídios seja atribuição dos estados, o governo federal poderia atuar como coordenador: - Poderia definir rumos para monitorar homicídios, ajudar com aparelhagem tecnológica e até demarcar, por exemplo, em que grupo os índices devem cair primeiro. O Mapa da Violência mostra a faixa etária e a classe social mais atingidas. Trabalhar este grupo poderia ser um começo. A surpreendente guinada na política de segurança pública foi notada inicialmente pelo exsecretário nacional de Segurança Pública Luiz Eduardo Soares, que escreveu um duro artigo criticando o governo e responsabilizando a presidente pela alteração de rota. O texto, divulgado em outubro, foi recebido com silêncio pelo governo. A retirada do plano e a falta de respostas aumentaram a tensão no Conasp. Segundo Ciconello, o conselho não voltará a se reunir até que o governo se disponha a esclarecer como encara a questão dos homicídios. - É lamentável que as decisões do governo federal com relação à política de segurança pública se deem de forma irracional e autoritária. É lamentável também a passividade do ministro da Justiça e da Secretaria Nacional de Segurança Pública com essa atitude da presidente da República, que desconsidera a lei que criou o Pronasci e que estabelece a responsabilidade da União na articulação de ações da segurança pública, com foco explícito na redução de homicídios- afirma. Em entrevista ao GLOBO, Cardozo negou que a presidente Dilma tenha abdicado da política de redução de homicídios. Segundo ele, o plano que estava sendo preparado inicialmente sobre o assunto esbarrou na falta de informações confiáveis sobre violência. O governo decidiu, então, enviar um projeto de lei ao Congresso para criar o Sinesp (Sistema Nacional de Estatística de Segurança Pública e Justiça), que torna obrigatório o repasse regular de dados ao Ministério da Justiça. - Relativamente ao plano de homicídios, nós esbarramos num problema grave que precisa ser colocado: a imprecisão de dados, a dificuldade que nós temos de localizar a criminalidade no país. Nosso próprio Mapa da Violência é divulgado com dados do SUS (Sistema Único de Saúde) de 2008, o que, óbvio, dificulta imensamente uma estratégia de enfrentamento da violência. Segurança pública exige uma avaliação global. É preciso cruzar dados para saber causas - disse Cardozo. Segundo o ministro, o governo não pode agir por intuição. Cardozo calcula que o projeto do Sinesp será aprovado até 2013. Antes disso, ele acredita que o governo já terá dados consistentes para preparar novos planos de ação. Uma auxiliar de Dilma Rousseff negou que a presidente tenha vetado o plano para redução de homicídios: - A presidenta analisa todas as propostas. Se encontra pontos fracos, devolve ao autor e determina a reelaboração. É só isso. Não tem veto. No 1º ano de Dilma, aprovação alta e 7 demitidos. Supernavio com minério da Vale aporta na China Embarcação que teve casco rachado no MA permanece no Brasil XANGAI e RIO. Após meses negando autorização para atracação dos supernavios da Vale em seus portos, a China recebeu ontem o primeiro carregamento de minério de ferro transportado em um dos supercargueiros da mineradora, segundo fontes do setor ouvidas pela agência de notícias Reuters. A liberação é um importante avanço na estratégia logística da empresa, que vem enfrentando resistência dos armadores locais. A Vale fez uma encomenda bilionária de 35 navios para transportar seu minério de ferro para a China, com o objetivo de baixar o frete e, assim, barrar seus concorrentes australianos. Mas, como ainda não havia obtido sinal verde das autoridades chinesas, a empresa chegou a rever sua estratégia. Em vez de ser a dona dos navios, vai dar preferência à contratação de embarcações para transporte exclusivo por longo prazo. O supercargueiro Berge Everest, com capacidade para 388 mil toneladas, começou a descarregar minério de ferro ontem no porto de Dalian e deve partir no sábado, conforme fontes. No Brasil, permanece atracado na Baía de São Marcos (MA) o Vale Beijing, cujo casco teve rachaduras enquanto era carregado com minério de ferro no início deste mês. O navio, um dos 35 encomendados pela Vale, iria para Roterdã. Até agora, a empresa responsável pela operação da embarcação, a sul-coreana STX, não conseguiu consertar as fissuras. Segundo Nelson Calmon, da Capitania dos Portos do Maranhão, a balsa para a qual será transferida parte do óleo que está no navio chegou ao local terça-feira passada, mas a forte correnteza está impedindo a transferência do combustível. Com a marca da "faxina", presidente tem melhor avaliação para um início de mandato; inflação alta preocupa Chico de Gois Luiza Damé BRASÍLIA. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou em bordão a frase "nunca antes na História deste país", mas, neste primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff poderia apoderar-se do jargão. Ela foi a mais bem avaliada presidente num primeiro ano de mandato - e citada também entre as personalidades relevantes na eleição feita pelos jornais mais influentes da América Latina, o Grupo de Diários América (GDA). Dilma superou seu próprio padrinho, e desfez-se de sete ministros em 12 meses, sendo seis demissões por suspeitas de irregularidades. Eleita para ser a continuidade do governo Lula, Dilma herdou vários problemas de seu antecessor, e a benevolência com o padrinho não se estendeu aos apadrinhados do expresidente. Considerada dama de ferro, Dilma agiu sem complacência com os que pisaram fora da linha, apontando-lhes o caminho da porta de saída. À exceção de seu amigo Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, suspeito de prática de tráfico de influência em suas atividades de consultoria, que lhe renderam R$2 milhões em 2009 e 2010, como O GLOBO denunciou. O novo jeito de fazer política - bem diverso de outros presidentes, mais levados à contemporização - estremeceu, no início, a base governista, mas solidificou no imaginário popular a ideia de que Dilma não é complacente com o erro. Viagens no Brasil foram por 13 estados O novo estilo - mais voltado a assuntos técnicos do que propriamente políticos - deixou sem norte os que tinham em Lula uma referência. Com discurso sem apego popular, e com acessos de irritação visíveis em todas as cerimônias e reuniões, Dilma foi o inverso de seu padrinho. Além do jeito menos carismático de se expressar - foram cerca de 200 discursos no ano -, Dilma demorou a ganhar gosto por uma das paixões de Lula: as viagens. No Brasil, foram 13 estados, com concentração de compromissos em Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas. Em seu périplo, deixou de lado estados como Piauí, Tocantins e Goiás, vizinho ao Distrito Federal. No cenário internacional, a agenda foi intensificada no segundo semestre. Dilma andou por 15 países e introduziu rotina diferenciada da de Lula: o gosto pelo turismo, fazendo questão de conhecer museus, palácios, galerias e restaurantes. Para 2012, a agenda prevê reuniões multilaterais, com grupos como G-20 no México, Brics na Índia, e Mercosul na Argentina. As bilaterais vão contemplar reunião com o presidente Barack Obama, para retribuir a visita do americano a ela este ano, e possivelmente uma visita a Cuba. Aficionada por números, a presidente economista não se deu muito bem com eles em dois medidores de eficiência do país: crescimento e inflação. O descalabro fiscal do ano passado a impeliu a cortar gastos de R$50 bilhões, reduzindo o ritmo do crescimento, o que, por contágio, acabou gerando demanda reprimida, aumentando a inflação. Ao desembarcar em solo estrangeiro, levando na bagagem o trunfo de manter um crescimento positivo no Brasil, Dilma passou a ser ouvida pela comunidade internacional. A lição apregoada é a mesma: para sair da crise, os países devem apostar em medidas que gerem crescimento e não apenas contenção de despesas. Para o professor Ricardo Caldas, da UnB, o Brasil é ouvido no exterior justamente porque mantém seu mercado aquecido e é atrativo para os países que enfrentam retração. Por isso, Dilma pode ganhar ainda mais espaço. No meio de todas as pendengas políticas e econômicas, Dilma conseguiu pôr de pé algumas das promessas de campanha, como o Brasil Sem Miséria; o Programa de Fortalecimento da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo do Útero e de Mama; o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec); a Rede Cegonha; e o Plano Brasil Maior. Outro ponto positivo foi a criação da Comissão da Verdade e a Lei de Acesso às Informações Públicas. Outras, porém, ainda estão na intenção, como a aprovação do Fundo de Previdência dos Servidores Federais e da Lei Geral da Copa. Ricardo Caldas avalia que neste primeiro ano de governo Dilma acumulou pontos positivos em termos políticos. - Do ponto de vista político, ela foi vencedora porque conseguiu reverter a favor dela coisas delicadas, como a troca de ministros - disse. - No imaginário popular, ela agiu com firmeza e não compactua com a corrupção. Se vai continuar agindo assim no futuro, é outra questão. No entanto, Caldas observa que esse ganho político pode se perder se houver problemas com a economia e diz que Dilma não deu a atenção devida à inflação: - No governo Lula, a prioridade era reduzir a inflação à menor possível. No governo Dilma, a preocupação é apenas deixá-la dentro da meta. Na ponta do lápis Panorama Econômico Míriam Leitão As contas públicas do primeiro ano do governo Dilma são menos brilhantes do que parecem. Chegou-se a novembro com quase toda a meta cumprida. Ótimo. Os problemas são: essa não é a melhor meta; o ajuste foi feito com aumento da arrecadação e da carga tributária; os gastos comprimidos foram os dos investimentos; alguns gastos continuam não sendo contabilizados. A comparação feita pelo Ministério da Fazenda com os países europeus para mostrar que o quadro fiscal brasileiro é bem mais favorável do que países como a Inglaterra é grosseiramente equivocada. Eles estão em crise e pioraram muito os dados fiscais. A piora deles não torna o Brasil melhor, apenas relativamente melhor. Nós, felizmente, não estamos em crise e mesmo assim terminamos o ano com um déficit de 2,36% do PIB no critério nominal. O país usa há muito tempo o conceito de resultado primário. Isso fazia sentido anos atrás quando ainda se estava completando o trabalho de transição para a economia de inflação controlada. Há anos o Brasil deveria prestar mais atenção ao conceito nominal; que inclui o custo do pagamento de juros e é a forma mais completa de ver as contas públicas. Em 2005, o então ministro Antonio Palocci sugeriu que se buscasse o déficit zero, aproveitando o bom momento da economia brasileira. A então ministra-chefe da Casa Civil disse que era um objetivo "rudimentar". Nada mais equivocado. Se tivesse buscado o déficit zero naquela ocasião o país teria enfrentado de forma muito melhor a crise de 2008, que levou o Brasil à recessão em 2009. O superávit primário foi conseguido principalmente por aumento de arrecadação. A arrecadação das receitas federais aumentou 11,69% de janeiro a novembro, já descontada a inflação, em relação ao mesmo período do ano passado. A receita do Imposto de Renda Pessoa Física ficou 20,69% maior no período, só para citar um imposto. Ao mesmo tempo, os investimentos caíram de R$39,82 bilhões, em 2010, para R$38,75 bilhões, este ano, uma redução de 2,7%. A queda é ainda maior quando se calcula que o orçamento permitia investimentos que não foram realizados. Já os gastos de pessoal e encargos sociais subiram 8%, de R$147 bilhões para R$160 bilhões. O Estado de São Paulo Oposição já se movimenta para convocar ministro em fevereiro Parlamentares também querem que Congresso investigue o aumento de gastos no custo inicial do projeto de transposição ANDREA JUBÉ VIANNA A realização de nova licitação no valor de R$ 1,2 bilhão para tentar concluir a transposição do São Francisco mobilizou a oposição, que quer investigar o aumento de 40% no custo inicial do projeto no Congresso. "É vergonhoso, quem conhece a obra sabe que não vai parar por aí", disse o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA). Na reabertura do Congresso, em fevereiro, os oposicionistas reapresentarão requerimentos de convocação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para que ele explique o descontrole de gastos com a principal obra do PAC. "Vamos fazer uma sabatina da incúria governamental", avisou o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), para quem a transposição é o maior exemplo de má gestão, projetos defeituosos e licitações equivocadas do atual governo. Ele ressalta que o aumento de gastos é tão exorbitante que nem aditivos contratuais podem ser feitos porque excedem o limite legal de 25%. No último dia 7, a oposição tentou convocar Bezerra para prestar explicações sobre o abandono da obra revelado em reportagem do Estado no último dia 4. O ministro chegou a se oferecer para comparecer espontaneamente à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara em fevereiro, após o recesso, mas lideranças governistas intervieram para impedir a negociação. Agora Roberto Freire adianta que reapresentará o requerimento para que o ministro compareça à comissão a fim de esclarecer ambas as denúncias: de negligência e descontrole dos gastos. Prazo. O PSDB cobra, ainda, o ritmo lento de execução orçamentária do projeto, a principal vitrine dos governos Lula e Dilma Rousseff no Nordeste. Um levantamento feito junto ao Sistema de Administração Financeira (Siafi) mostra que apenas 5,2% do orçamento destinado à obra neste ano havia sido executado até 30 de novembro. O partido solicitou ao ministério cópias dos contratos dos lotes da obra para fazer o cruzamento dos dados com pareceres do TCU e o cronograma financeiro. "O governo ainda não apontou o responsável pelos malfeitos cometidos. Não pode haver tranquilidade com tudo que já foi gasto. O governo tem de dar esclarecimentos e vamos cobrar", avisou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra. Brasil já é uma das maiores rotas de cocaína, diz União Europeia 320 quilos da droga, saídos de porto brasileiro, foram apreendidos na Bélgica; segundo Reino Unido, fato não é isolado JAMIL CHADE A Europa fez soar o alerta em relação à transformação do Brasil em uma das maiores rotas do tráfico internacional de cocaína. Ontem, a polícia federal da Bélgica anunciou apreensão de 320 quilos de cocaína, achados em carregamento vindo do Brasil, enquanto a Europol - serviço policial subordinado à União Europeia - confirma que o País, neste ano, foi uma das principais rotas da droga em direção ao mercado europeu. Agentes das polícias alemã, britânica e espanhola passam a atuar no Brasil para tentar frear a atuação de grupos criminosos. A Europol estima que um terço da produção de cocaína - cerca de 250 toneladas - foi transportada entre América do Sul e Europa. Mais da metade passaria pelo Brasil antes de ir ao mercado europeu, vindo de Colômbia, Bolívia ou Peru. Portos do Nordeste seriam os mais visados, já que o controle seria mais frouxo. No caso do carregamento apreendido ontem na Bélgica, a polícia local se surpreendeu não tanto pela quantidade, mas pelo fato de os contrabandistas não tentarem nem mesmo disfarçar a droga. Ela foi descoberta em uma empresa na cidade de Willebroek, que havia acabado de receber um contêiner com material vindo do Brasil para a fabricação de asfalto. "Para sua grande surpresa, ao abrirem o contêiner, os funcionários da empresa se depararam com 11 malas onde estava a droga", relatou a polícia belga em um comunicado. A suspeita é de que as malas foram embarcadas no Brasil e seriam recuperadas pelo grupo criminoso ao desembarcar no porto de Anvers, na Bélgica. "Mas, por um motivo ainda desconhecido, isso não ocorreu", afirmou Johan Geentjens, diretor judicial da polícia federal belga. O carregamento está avaliado em 12 milhões. No Reino Unido, documentos do Comitê de Relações Exteriores do parlamento britânico apontam que a operação na Bélgica não foi caso isolado. "O Brasil tem sido uma rota cada vez mais importante do tráfico para a Europa." Prioridade. A Agência para o Crime Organizado, ligada à polícia britânica, admitiu ao parlamento em outubro que o Brasil havia se transformado em uma de suas prioridades. Presença de porta-aviões dos EUA próximo ao Irã eleva tensão Tom das declarações sobre a ameaça iraniana de bloquear o Estreito de Ormuz sobe após advertência dos EUA Uma aeronave do Irã gravou um vídeo e fez fotografias de um porta-aviões americano durante os exercícios militares da Marinha iraniana em curso perto do Estreito de Ormuz, passagem do Golfo Pérsico. A informação foi divulgada ontem pela agência oficial de notícias Irna. A reportagem não trazia detalhes da operação e não se sabe ao certo que tipo de informação as Forças Armadas iranianas poderiam obter a partir das imagens. Mas o anúncio é um indício de que o Irã pretende que sua Marinha desempenhe um papel mais importante nas águas da região. A Irna citou declarações do comandante da Marinha, almirante Habibollah Sayyari, segundo o qual as operações mostram que o Irã "controla os movimentos das forças estrangeiras" na área em que Teerã está realizando um exercício militar com duração prevista de dez dias. "Uma embarcação iraniana e uma aeronave espiã rastrearam, filmaram e fotografaram um portaaviões dos EUA quando este entrava no Golfo de Omã vindo do Golfo Pérsico", disse Sayyari. O exercício iraniano ocorre em águas internacionais perto do Estreito de Ormuz - passagem pela qual transita um sexto da produção mundial de petróleo. A 5.ª Frota da Marinha americana, instalada no Bahrein, também atua na área, bem como navios de guerra de vários outros países que patrulham as águas em busca de piratas. A tenente Rebecca Rebarich, porta-voz da 5.ª Frota americana, disse que o porta-aviões USS John C. Stennis e o cruzador USS Mobile Bay, armado com mísseis teleguiados, saíram do Golfo e passaram pelo Estreito de Ormuz na terça. Ela descreveu a passagem pelo estreito como "um trecho rotineiro" para o porta-aviões, que oferece apoio aéreo aos soldados no Afeganistão. O episódio se segue aos alertas feitos pelos EUA diante da ameaça do Irã de impedir o tráfego pelo Estreito de Ormuz, caso Washington imponha sanções às exportações iranianas de petróleo em represália ao programa nuclear da república islâmica. Na quarta-feira, Rebecca disse que a Marinha estava "sempre pronta para responder a ações malignas e garantir a liberdade de navegação". O general Hossein Salami, comandante em exercício da Guarda Revolucionária do Irã, rebateu. "Os EUA não estão em posição de afetar as decisões do Irã", disse Salami à agência Fars ontem. "O Irã não pede permissão para implementar suas próprias estratégias defensivas." Governo egípcio manda invadir ONGs estrangeiras Forças de segurança do Egito invadiram 17 escritórios de organizações não governamentais, incluindo pelo menos 3 grupos pró-democracia financiados pelos EUA, como parte de uma investigação que, segundo os governantes militares do país, revelará a influência estrangeira nos mais recentes protestos ocorridos no país. As manifestações exigiram a entrega do poder a civis. No Cairo, homens armados usando uniformes negros da polícia vasculharam caixas e gavetas, apreenderam documentos e computadores e detiveram temporariamente os funcionários de dois dos grupos americanos - o Instituto Democrático Nacional e o Instituto Republicano Internacional -, que são afiliados aos principais partidos políticos dos EUA e recebem financiamento de Washington. "Estamos confinados enquanto eles vasculham o escritório", escreveu um funcionário da ONG ligada aos democratas em uma mensagem durante a revista. As autoridades egípcias também invadiram as dependências da Freedom House (Casa da Liberdade), que tem sede na capital americana. As operações de ontem representam uma súbita escalada no que parece ser uma campanha da junta militar para obter apoio entre a população, com base nos sentimentos nacionalistas e antiamericanos comuns no país. As incursões ocorrem logo após o início de uma investigação do governo que apura o financiamento estrangeiro a organizações sem fins lucrativos no Egito. A junta militar sugere que esse dinheiro foi fundamental para fomentar os protestos que exigiam a queda do governo formado após a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro. A atuação ostensiva dos militares coincide com a absolvição de cinco policiais acusados de matar manifestantes durante os protestos que provocaram a queda do ditador. A Justiça egípcia considerou que os agentes ou não estiveram nas cenas dos crimes ou, no caso de dois deles, dispararam suas armas em legítima defesa, segundo a imprensa local. Segundo analistas, a decisão deverá enfurecer ainda mais os opositores da junta militar. Apelo. Defensores dos direitos humanos pediram ao governo interino que abandone sua investigação sobre o financiamento estrangeiro de ONGs. Um relatório feito por promotores de Justiça em setembro identificou quase 30 entidades não registradas recebendo dinheiro do exterior para financiar suas operações no Egito. De acordo com a legislação que rege essas associações, isso representa um delito punido com prisão. Os institutos dos republicanos e dos democratas têm trabalhado abertamente no Cairo desde 2005 e atuaram como observadores na recente eleição parlamentar ocorrida no país. Em comunicados distintos, ambas organizações manifestaram apreensão sobre as operações em suas dependências. Futuro da transposição, além do alto custo, esbarro em preço da tarifa de água MARTA SALOMON / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo Com dificuldades para completar as obras da transposição do Rio São Francisco, cujo custo já explodiu, o governo analisa como cobrar do consumidor do semiárido nordestino o alto preço da água. Para vencer o relevo da região, as águas desviadas do rio terão de ser bombeadas até uma altura de 300 metros. O trabalho consumirá muita energia elétrica e esse custo será repassado, pelo menos em parte, à tarifa de água, que ficará entre as mais caras do País. Estimativas preliminares apontaram custo de R$ 0,13 por metro cúbico de água (mil litros) apenas para o bombeamento no eixo leste, entre a tomada da água do São Francisco, no município de Floresta (PE), até a divisa com o a Paraíba. Nesse percurso, haverá cinco estações de bombeamento, para elevar as águas até uma altura maior do que o Empire State, em Nova York, ou do tamanho da Torre Eiffel, em Paris, ou ainda 96 metros menor do que o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. O maior arranha-céu de São Paulo nem chega perto. A estimativa de custo do bombeamento da água no eixo leste foi feita pelo Ministério da Integração Nacional e projetava o início do funcionamento dessa parte da transposição ainda em 2010. Como a obra só deve começar a operar completamente em dezembro de 2015, conforme a última previsão do ministério, o custo deverá aumentar. Sem revisão, o valor já representa mais de seis vezes o custo médio da água no País. Novo estudo sobre o custo foi encomendado à Fundação Getúlio Vargas. Imbróglio. Trata-se de uma equação não resolvida. O governo federal se comprometeu a bancar o custo total da obra, estimado inicialmente em R$ 5 bilhões e que deverá alcançar R$ 6,9 bilhões, mas não definiu como financiar a operação do projeto, com a manutenção dos canais e o consumo de energia para o bombeamento. O custo da construção já inclui a estimativa de gasto de mais R$ 1,2 bilhão para concluir um saldo de obras entregues a consórcios privados que não conseguirão entregar o trabalho, como revelou o Estado na edição de ontem. O Ministério da Integração Nacional, responsável pela obra, não se manifesta, por ora, sobre a concessão de subsídio à água a ser desviada do Rio São Francisco para abastecimento humano e também para projetos de irrigação e industriais, segundo informa o último Relato de situação do projeto da transposição. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), também não acredita em subsídio direto por parte dos Estados: "O custo pela água efetivamente consumida pelos Estados deverá ser rateado entre o ente estadual e os consumidores finais, seja para consumo humano ou para outros usos, como a irrigação". A União e os Estados assumiriam o custo de manutenção e conservação dos canais e bombas, completou o governador. O assunto é debatido com os quatro Estados que receberão as águas transpostas do São Francisco: além da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. As companhias de abastecimento desses Estados deverão integrar um consórcio comandado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para administrar o projeto, segundo proposta em discussão no Ministério da Integração. Consórcio. Até o final do governo Lula, o ministério trabalhava com a hipótese de criação de uma nova estatal para gerir a transposição. Agora, a equipe do ministro Fernando Bezerra trabalha também com a possibilidade de uma parceria público-privada para administrar a distribuição da água e a manutenção da infraestrutura da transposição. Mas essa PPP enfrentaria dificuldades para se viabilizar, como a "alta complexidade institucional e financeira", aponta documento do ministério. A formação de um consórcio público, em estudo, dependeria de autorização de leis federais e estaduais. O centro de controle do projeto já tem localização definida, no entanto. Será no município de Salgueiro, em Pernambuco, que também abriga a última estação de bombeamento do eixo norte. A transposição do Rio São Francisco prevê a construção de mais de 600 quilômetros de canais de concreto em dois grandes eixos para o desvio das águas. Ao longo do caminho, o projeto prevê a construção de nove estações de bombeamento de água. No eixo norte, haverá três estações de bombeamento, que elevarão as águas até uma altura de 180 metros. Depois da fronteira com o Ceará e no Rio Grande do Norte, o eixo contará com a gravidade para levar as águas. Com isso, o custo final da água deverá ser menor do que no eixo leste. De acordo com o Ministério da Integração, os equipamentos para o bombeamento da água já foram encomendados. Relatório da pasta registra 77,8% de avanço no cronograma de compra de bombas e demais equipamentos, com R$ 459 milhões já desembolsados, de um total de R$ 2,8 bilhões que a transposição do rio custou até aqui. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). É o projeto mais caro bancado com dinheiro da arrecadação de impostos. A primeira fase de operação deverá ser iniciada, no eixo leste, só ao final de 2012. Folha de São Paulo Exército vai adotar fuzil fabricado no Brasil Tipo substitui belga usado desde 1964 LUIS KAWAGUTI O Exército começará em 2012 a substituir seus fuzis FAL pelo modelo IA2, desenvolvido e fabricado no Brasil. A nova arma deve também equipar a Marinha, a Aeronáutica e as polícias militar e civil, além de ser exportado. O FAL, de fabricação belga, é usado desde 1964, e boa parte das cerca de 150 mil unidades está velha e defasada. "Em vez de substituir [os fuzis] por outros FAL, seria melhor ter uma arma mais moderna", disse o general Sinclair Mayer, chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. A opção mais barata seria comprar lotes de fuzis importados, como o americano AR-15 ou o russo Kalashnikov. Mas o Exército optou por desenvolver tecnologia própria, para não depender de suprimentos estrangeiros. A Indústria de Material Bélico do Brasil, que fabrica tanto o FAL como o IA2, não divulga o valor do novo fuzil. Só diz que ele terá preço competitivo. Segundo Mayer, a indústria tem capacidade para produzir até 30 mil fuzis por ano em sua fábrica em Minas, mas o ritmo da substituição dependerá da verba liberada pelo Ministério da Defesa. Exército e Polícia Editoriais Um jovem de 15 anos foi morto durante aparente troca de tiros entre criminosos e militares do Exército, na favela do Caracol, na zona norte do Rio. Pela versão oficial, a vítima encontrava-se em companhia de dois suspeitos, que teriam atacado uma patrulha a tiros. Já moradores do local afirmam que não houve confronto e que o adolescente estava a poucos metros de sua casa quando foi atingido. Foi aberto processo administrativo para apurar o caso. O episódio é mais uma evidência dos riscos a que se expõe o Exército ao desempenhar papel de polícia nos complexos de favelas do Alemão e da Penha. Se de início a presença da força se anunciava temerária, o quadro só se agravou com a prorrogação do prazo da missão. A tomada desses complexos, em novembro de 2010, foi comemorada como um marco da reconquista de territórios dominados por traficantes na capital fluminense. A operação foi realizada, entretanto, em condições improvisadas. Precipitada por ataques de criminosos, a ocupação não seguiu o roteiro bem-sucedido de outras ações similares. Com dificuldades para instalar UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) naqueles complexos e manter o controle territorial, o governo do Estado decidiu recorrer ao apoio do Exército. A presença militar, defensável naquelas circunstâncias, deveria ter sido encerrada em outubro quando as UPPs estariam instaladas. As autoridades, entretanto, não cumpriram o anunciado e obtiveram a extensão do prazo até junho de 2012. Não se desconhecem as dificuldades inerentes à pacificação dessas áreas, mas já transcorreu tempo suficiente para que se providenciasse uma solução definitiva. Ao exercer papel de polícia em contato permanente com o tráfico, o Exército corre o risco de ser contaminado pela corrupção e de cometer abusos contra a população. O recurso às Forças Armadas em missões desse tipo deve submeter-se às prescrições constitucionais e ser o mais breve possível. Como esta Folha tem defendido, é preciso que a Força Nacional de Segurança Pública, composta, sobretudo, por policiais estaduais, funcione como uma espécie de Polícia Militar da Federação. A corporação já existe, mas precisa ser treinada, bem equipada e estar pronta para agir em situações de emergência, como a verificada no Rio. A prioridade do Exército e das Forças Armadas é zelar pela segurança nacional. A volta para casa Monica Bergamo Reviravolta no caso do sargento gay Laci de Araujo, preso em 2008 depois de se assumir homossexual e dar entrevista a Luciana Gimenez, na RedeTV!, ao lado do companheiro. Ele conseguiu reverter o processo em que era acusado de deserção. Provou que tinha epilepsia e depressão -e poderá se aposentar pelo próprio Exército. DE VOLTA 2 O caso, na época, mobilizou movimentos de direitos humanos, que acusavam a força de perseguir e retaliar o militar por causa de sua condição sexual. A reviravolta ocorreu depois que uma junta pericial do próprio órgão, à qual o sargento recorreu para rever a deserção, concluiu que Laci é, na verdade, "incapaz definitivamente" para o serviço militar. O Exército diz que seguirá a determinação do laudo. DE VOLTA 3 Laci de Araujo ainda responde, em liberdade, a outro processo por caluniar as Forças Armadas. Quando saiu da prisão do Exército, ele disse que foi torturado. Foi condenado a um ano de prisão. Está recorrendo. Correio Braziliense Tesourada nas vitrines de Lula Programas da gestão anterior sofreram cortes de até 90% em 2011 ao mesmo tempo em que o Bolsa Família fica cada vez mais robusto Josie Jeronimo Programas sociais e de apoio de infraestrutura em áreas carentes que foram as vedetes do governo Luiz Inácio Lula da Silva sofreram corte de R$ 1,8 bilhão no primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff. Uma comparação da execução orçamentária de projetos sociais e ações de rápida resposta voltadas à população de baixa renda mostra diferença de perfil dos governos petistas. Programas como Acesso à alimentação; Erradicação do Trabalho Infantil; Habitação de Interesse Social; Luz para Todos; Paz no Campo; Proteção a Pessoas Ameaçadas; e Resposta aos Desastres sofreram uma redução de até 90% (veja quadro ao lado). Durante a elaboração do Orçamento de 2012, parlamentares que atuaram na linha de frente do governo Lula no Congresso confessaram que o ex-presidente está preocupado com a manutenção dos programas sociais, diante da política de austeridade orçamentária. O relatório setorial de Integração Nacional e Meio Ambiente foi aprovado com corte de R$ 425 milhões no Brasil sem Miséria. A redução no carro-chefe do governo, que deverá ser um selo social para Dilma, gerou constrangimento, e para "salvar" o programa o relator do orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), teve que tirar R$ 1 bilhão de suas emendas de relatoria para tampar o rombo. "Como relator, acabei reforçando algumas áreas, como o Brasil sem Miséria. Os gastos nesse programa são muito importantes para o governo", pontuou Chinaglia. Em 2011, a execução do Brasil sem Miséria ocorreu por meio de créditos suplementares e, mesmo assim, com baixos índices, como mostrou reportagem do Correio. Em sua coluna semanal da última segunda-feira, Dilma afirmou que 2011 "não foi fácil" e prometeu dias melhores para a área social em 2012. Questionado sobre os cortes em programas direcionados à população de baixa renda, o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou que a maioria dos projetos não será prejudicada, pois o governo optou por reforçar o Bolsa Família — que ganhou aporte de R$ 2,5 bilhões — e a transferência de renda favorece a proteção das crianças e a segurança alimentar. "No momento em que ampliamos o Bolsa Família, trazendo um contingente maior de crianças para a sala de aula, estamos combatendo o trabalho escravo. Os recursos vão diretamente para a mãe", argumenta Pimentel. Sobre as reduções orçamentárias em programas rurais e da área de Integração Nacional, voltados às respostas a calamidades, o líder do governo no Congresso atribui a diminuição de recursos a "dificuldades de infraestrutura e assessoria técnica". Polícia Federal O líder do PT na comissão mista que discutiu o Orçamento de 2012, deputado André Vargas (PR), atribui a diferença nas contas de 2010 e 2011 a uma segunda fase dos programas sociais, a que chamou de "sintonia fina". De acordo com o parlamentar que representou o PT na elaboração do Orçamento do próximo ano, a economia é o maior programa social do governo. "É um processo de aprimoramento, o governo está preocupado com isso. O governo do presidente Lula foi marcado pelos programas sociais. O grande programa social do governo é a economia. A grande política de inclusão se deu no ambiente da economia. A diferença é essa. Depois de cumprir a missão de acabar com a miséria, é hora da sintonia fina." Além dos programas de inspiração social, outras áreas amargaram cortes no primeiro ano de governo da presidente Dilma. No início de 2011, o governo anunciou o enxugamento de despesas de sua principal força de segurança. O corte transpareceu no programa de Modernização da Polícia Federal, que caiu de R$ 43 milhões em 2010 para R$ 5,4 milhões em 2011. O comparativo de execução orçamentária do último ano do governo Lula e do primeiro de Dilma não levou em conta o montante de recursos inscritos na rubrica de "restos a pagar", apenas as verbas inscritas durante o ano corrente. Comparação Confira como ficou a execução orçamentária no último ano do governo Lula e nos primeiros 12 meses de Dilma PROGRAMA - 2010- 2011 - REDUÇÃO % Acesso à alimentação R$868.150.707 R$ 587.074.415 R$ 281.076.292 -32,3 Assentamento para trabalhadores rurais R$ 503.671.956 R$ 463.758.834 R$ 39.913.122 -7,9 Controle interno e combate à corrupção R$ 617.872.854 R$ 551.271.318 R$ 66.601.536 -10,7 Drenagem urbana e controle de erosão R$ 163.799.950 R$ 84.970.289 R$ 78.829.661 -48,1 Erradicação do trabalho infantil R$ 269.644.358 R$ 259.710.469 R$ 9.933.889 -3,6 Gestão e apoio institucional na área da Justiça R$ 50.161.441 R$ 19.074.991 R$ 31.086.450 61,9 Habitação de interesse social R$ 14.963.193 R$ 10.464.832 R$ 4.498.361 -30 Luz para Todos R$ 2.531.182 R$ 234.332 R$ 2.296.850 -90,7 Paz no Campo R$ 6.871.463 R$2.390.163 R$ 4.481.300 -65,2 Proteção a pessoas ameaçadas R$ 20.719.632 R$ 19.524.854 R$ 1.194.778 -5,7 Respostas aos desastres e reconstrução R$ 2.028.023.996 R$ 602.139.185 R$ 1.425.884.811 70,3 Fonte: Siga Brasil Correspondências trocadas entre militares e religiosos mostram tentativa de diminuir o tom dos embates Edson Luiz Dois anos depois do golpe militar de 31 de março de 1964, igreja e governo travaram intensos embates em torno de temas políticos. Mas também havia sinais de que os dois lados pretendiam diminuir o tom. Uma troca de correspondências entre o clero e o então presidente Humberto Castelo Branco, ocorrida de agosto a setembro de 1966, mostra que o chefe da Nação não queria intrigas com os religiosos, mas não conseguia controlar outros militares, principalmente os do Nordeste. Em São Paulo, Castelo Branco chegou a justificar ao cardeal Agnello Rossi os motivos que o levaram a transferir um dos generais da capital paulista para outra região. Os primeiros anos após o golpe de 1964 foram tumultuados no país, principalmente no campo político. O governo temia a eclosão de rebeliões, especialmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Relatórios ultrassecretos confeccionados pelo regime à época mostram que o medo foi gerado em razão de os estados terem reforçado seu setor de segurança pública, preparando a Força Pública, de onde se originaram as polícias militares atuais. Mas a igreja também representava um problema para os militares, em especial à cúpula do poder. Castelo Branco negociava muitas vezes diretamente com os religiosos, como fez em agosto de 1966, quando esteve reunido com o clero. Porém, o presidente da República não conseguia parar seus oficiais, que usavam de todos os artifícios para tentar desqualificar os religiosos. Isso acontecia com frequência no Nordeste, como ficou registrado em uma carta pessoal de D. Helder Câmara — então arcebisto de Recife e Olinda — a Castelo Branco, há 45 anos. "O encontro pessoal da tarde de domingo último pareceu-me cordial e deixou-me a impressão de que V.Excia realmente desejava pôr um termo à série de equívocos quem vem surgindo entre militares e bispos do Nordeste", escreveu D.Helder, que reclamava de declarações do presidente, dias depois da reunião. "O discurso de V.Excia, na manhã do dia 15 de agosto, parece-nos inamistoso, com indisfarçáveis e injustas alusões à declaração dos bispos", acrescentou o religioso. Carta de Castelo Branco ao cardeal Agnello Rossi: justificativas A correspondência pessoal de D. Helder mostrava também que a igreja trabalhava com o governo em alguns projetos, como relatara o religioso a Castelo Branco. "Injustas (as críticas do presidente) porque V.Excia sabe — mesmo sem aludir ao trabalho constante da igreja não só na ajuda aos necessitados, mas em ajuda ao desenvolvimento — que a Operação Esperança vem oferecendo colaboração a órgãos como a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e a Cohab (Companhia de Habitação)", disse o arcebispo. Dias antes da carta de D. Helder, o então arcebispo de Fortaleza, D. José de Medeiros Delgado, havia reclamado ao chefe da Nação a campanha difamatória que os militares do Nordeste faziam contra o religioso pernambucano. Mesmo dizendo que esperava um desmentido da Secretaria de Imprensa da Presidência, o arcebispo de Recife e Olinda estava decidido a não levar o caso adiante, como escreveu na carta a Castelo Branco. "O desejo sincero de não agravar a delicada situação nacional leva-nos a relevar mais este equívoco, desta vez particularmente grave em vista de partir de V.Excia", encerrou o religioso. Transferência Em carta anterior, citada por Castelo Branco, D. Agnello Rossi parecia reclamar de outros fatos, mas, assim como D. Helder, queria manter uma relação conciliadora com o presidente. A recíproca foi verdadeira, como ressaltou o chefe da Nação na correspondência. "As expressões de sua eminência, além de serem uma benção, mostram o seu elevado espírito conciliador. Sou, pois, muito reconhecido à iniciativa de suas observações", diz Castelo Branco, que justifica ao religioso os motivos da transferência do comandante do II Exército, em São Paulo, para o Rio de Janeiro. Lista da tortura A viúva do líder comunista Luiz Carlos Prestes, Maria Prestes, decidiu doar para o Arquivo Nacional o acervo pessoal do marido, do qual faz parte um documento com o nome de 233 militares e policiais acusados de cometer tortura durante a ditadura militar. O "Relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil", datado de fevereiro de 1976, foi elaborado por 35 presos políticos que cumpriam pena no Presídio da Justiça Militar Federal, entre eles o ex-presidente do PT e hoje assessor do Ministério da Defesa José Genoino e o ex-ministro dos Direitos Humanos e idealizador da Comissão da Verdade, Paulo Vanucchi. A lista foi divulgada ontem no site da Revista de História, da Biblioteca Nacional, que trará reportagem sobre o relatório na sua edição de janeiro. Veja Online Míssil intercontinental russo Bulavá está pronto para ser lançado Moscou, 28 dez (EFE).- O míssil intercontinental russo Bulavá, projetado para manter a igualdade nuclear com os Estados Unidos, está pronto para entrar em funcionamento, anunciou nesta quarta-feira o Ministério da Defesa da Rússia. 'A decisão corresponde agora aos dirigentes políticos e militares do país', afirmou uma fonte militar à agência oficial 'RIA Novosti'. O presidente russo, Dmitri Medvedev, confirmou ontem que os testes com o Bulavá, míssil capaz de superar qualquer escudo antimísseis, haviam terminado, mas não estabeleceu prazos para sua entrada em serviço na Armada. Os testes com este míssil marinho, que começaram em 2004, sofreram vários revezes nos últimos anos que causaram a demissão de vários responsáveis pelo projeto e estiveram a ponto de jogar por terra o programa, no qual o Ministério gastou grande parte de seu orçamento. De 18 testes, 11 foram considerados bem-sucedidos, quatro deles no último ano, todos realizados no submarino nuclear de última geração 'Yuri Dolgoruki', que também está pronto para entrar em operação. O míssil R30 3M30 Bulavá-30 (SS-NX-30, segundo a classificação da Otan), projeto lançado em 1988, tem alcance de oito mil quilômetros e foi projetado para ser utilizado em submarinos nucleares russos de última geração. A Rússia acredita que os Bulavá e os Topol, míssil intercontinental terrestre, permitirão ao país manter a paridade nuclear com os EUA pelo menos durante o próximo meio século. No projeto, a Rússia também planeja construir oito submarinos exclusivamente para transportar os Bulavá. Os militares russos sustentam que esses mísseis são capazes de burlar todos os sistemas de defesa conhecidos até agora, inclusive o escudo antimísseis americano. Fabricados pelo Instituto de Tecnologia Térmica de Moscou, os Bulavá podem levar até dez ogivas nucleares. EFE China faz sua própria versão do GPS Jeremy Page, The Wall Street Journal, de Pequim A China colocou em operação um serviço de navegação por satélite desenvolvido no próprio país, com o objetivo de criar uma alternativa ao Sistema de Posicionamento Global dos Estados Unidos e que, segundo especialistas do setor de defesa, poderia ajudar os militares chineses a identificar, acompanhar e atacar navios americanos na região, no caso de um conflito armado. O Sistema de Navegação por Satélite Beidou começou a oferecer os primeiros serviços de posicionamento, navegação e cronometragem para China e "arredores" ontem, disse Ran Chengqi, porta-voz do sistema. Ele acrescentou que até o momento a China lançou dez satélites para o sistema Beidou, incluindo um este mês, e planeja colocar mais seis em órbita em 2012, para aumentar a precisão do sistema e expandir sua cobertura para a maior parte da região da Ásia e Oceania. A China começou a construir o precursor experimental do Beidou em 2000, com a meta de criar seu próprio sistema global - chamado Compass - com 35 satélites até 2020. Além do GPS - a sigla em inglês para o sistema americano -, o único outro sistema global em operação é o Gionass, da Rússia, embora o sistema Galileo, da União Europeia, deva ser finalizado até 2020. O Beidou, assim como o GPS, vai oferecer serviços gratuitos para civis - para usuários chineses e internacionais - que poderão ser usados juntamente com aplicativos desenvolvidos comercialmente para ajudar a navegação de veículos privados, monitorar caminhões e navios comerciais e oferecer assistência em casos de desastres naturais. Ele tem a vantagem de incluir o serviço de mensagens curtas por celular. O sistema foi desenvolvido em parte para dar às empresas chinesas uma fatia maior no mercado de sistemas de navegação por satélite da China, que hoje é dominado pelo GPS e que, segundo a agência estatal de notícias Xinhua, estava avaliado em 50 bilhões de yuans (US$ 7,9 bilhões) em maio deste ano, ante 4 bilhões de yuans em 2003. Ran não falou sobre o potencial uso militar do serviço na coletiva de imprensa, cuja transcrição foi colocada no site do departamento de informações do Conselho de Estado chinês. O sistema também vai dar ao exército chinês uma alternativa ao GPS, que foi desenvolvido pelo Pentágono e é controlado pelo governo americano. Os EUA poderiam, em teoria, desabilitar ou negar acesso ao sistema para terceiros em caso de um conflito, embora afirme que nunca tenha feito isso. Acredita-se que o GPS seja amplamente utilizado pelos militares chineses, de acordo com especialistas de defesa. O Beidou não é visto como tão preciso quanto o GPS americano. Entretanto, o sistema poderia ser usado juntamente com o sistema de satélite de sensores remotos Yaogan e satélites de imagem mais antigos para dar apoio a operações militares táticas, de acordo com um trabalho feito por Eric Hagt e Matthew Durnin para publicação especializada "Journal of Strategic Studies", em outubro. "Embora a China ainda tenha muito a fazer antes de ter uma cobertura tática em tempo real, mesmo do ambiente marítimo regional, o país agora conta com uma cobertura confiável e frequente de alvos estacionários e tem ao menos a capacidade básica de identificar, acompanhar e mirar em navios no mar", escreveram eles. "Com um sistema de reconhecimento espacial como espinha dorsal, a China está claramente adquirindo capacidade maior não apenas de se defender contra aviões que penetrem seu espaço aéreo, mas de atacar também." Diário do Nordeste Um terço dos aprovados no ITA é de Fortaleza Tradição e investimento nas escolas cearenses são a receita dos bons resultados nas provas e concursos nacionais IVNA GIRÃO REPÓRTER As mais de 13 horas diárias que a estudante Adriana Nunes Chaves, 19, dedicou para os estudos lhe renderam bons resultados. Ela foi a primeira mulher a passar em 1º lugar no Instituto Militar de Engenharia (IME) e recebeu ontem a notícia da sua aprovação no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA). "O que faz a gente se sair bem é que cada vitória é um estímulo a mais para continuarmos nos dedicando. Os colégios nos ajudam muito também", diz a garota medalhista, dona de um sorriso de uma orelha a outra. Contudo, as conquistas não se restringem apenas à Adriana, mas à centenas de alunos cearenses que se destacaram nos concursos mais concorridos do País. Dos 120 aprovados do ITA, 40 são de Fortaleza, 33% do total. No IME, dos 398 aprovados - entre ativos e reservistas - 111 são cearenses, 27% do grupo. Os resultados, entretanto, não param por aí. Dos 120 medalhistas na Olimpíada Brasileira de Física de 2011, 37 moram na Capital. Dos 34 premiados na Olimpíada Brasileira de Química, por exemplo, 15 são do Ceará. Para o coordenador geral da turma ITA do Colégio Farias Brito, Teixeira Júnior, o Ceará é destaque nacional tanto qualitativamente como quantitativamente. "Temos chamado muito atenção lá fora. Já estamos sendo reconhecidos pelos próprios organizadores dos concursos que perguntam qual o nosso segredo para aprovar tanto", comenta Júnior. A estrutura dada para os alunos, com turmas especiais e professores qualificados, fazem a diferença nas provas. Tradição O diretor da Seara da Ciência da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcus Vale, vibra com o sucesso dos cearenses, mas diz que não é sorte, mas sim preparação e dedicação. Ele até brinca comentando que os paulistas, por exemplo, estariam com raiva dos fortalezenses. "Temos uma certa tradição. Nas provas do ITA, por exemplo, sempre levamos em torno de 40% das vagas. Há um pesado investimento e uma estrutura que garante qualidade e dedicação dos alunos. Há uns 20 anos que estamos tendo bons resultados", afirma. O diretor conta também que os "prêmios" financeiros dados pelas escolas também estimulam. Para Wagner Andriola, professor da Universidade Federal do Ceará, o mérito é mais dos alunos e dos familiares que apoiam, vibram e sofrem juntos. "Atesta-se que a aposta no potencial, através da educação, pode conduzir os indivíduos ao pleno êxito. Não é o ingrediente que falta à educação pública?", questiona. O Dia Aumento pago em três anos Proposta de reajuste nas Forças Armadas prevê recuperação inflacionária e ganho real MARCO AURÉLIO REIS Rio - O plano de reajuste dos soldos militares em análise pela presidenta Dilma Rousseff prevê parcelamento dos ganhos por três anos. A informação que circula na cúpula militar é que está em discussão a adoção de nova política para os vencimentos. A proposta é recuperar perdas provocadas pela inflação (em torno de 9% desde o último aumento, em julho de 2010) e permitir ganho real de modo a equiparar a remuneração dos militares com as de servidores civis da administração direta, especificamente com a paga nas polícias Federal e Rodoviária. Ao comparar salários, percebe-se o hiato entre as carreiras. Um tenente das Forças Armadas, por exemplo, recebe R$ 7,3 mil por mês, pouco menos da metade dos R$ 13,3 mil pagos a um delegado iniciante da Polícia Federal. Conforme a Coluna Força Militar de O DIA antecipou com exclusividade em 25 de novembro, partiu dos Comandos das Forças a proposta com a nova política de remuneração. Esse documento aponta que os soldos pagos a oficiais e praças deverão oferecer condições de assegurar a atração e a retenção de profissionais qualificados, como um “fator para a permanência no serviço ativo.” O documento orienta que a remuneração deve inserir e manter o militar em nível socioeconômico correspondente ao dos demais servidores da alta administração. E defende a equiparação “não só pela valorização do militar, mas pela necessidade do trabalho conjunto com esses profissionais”. Revisão salarial a cada três anos A proposta dos Comandos Militares prevê ainda que os soldos sejam revistos a cada três anos, de modo a impedir o surgimento de novo hiato salarial entre as Forças e as carreiras da Administração Federal. A preocupação é estancar a evasão de militares dos quartéis, grande parte pedindo baixa para assumir posto civil mais bem pago. A iniciativa em estudo estabelece premiação a militares hoje empenhados em missões de pacificação. A intenção é que quem desempenha atividades complexas em localidades “inóspitas” que ponham em risco a vida e a saúde possa receber adicionais. O documento fala em “aperfeiçoar a compensação financeira” aos militares empregados nessas atividades especiais, que implicam, inclusive, “desgaste psicológico”. Portal Terra Novos satélites ampliam alcance militar da China A China atingiu um novo patamar nesta semana em sua tentativa de dominar o uso militar do espaço com o lançamento dos testes para a rede de posicionamento global do seu satélite Beidou. A iniciativa deixará o país mais perto de se equiparar à capacidade dos Estados Unidos no espaço. Se Pequim conseguir colocar em atividade os 35 satélites planejados para a rede Beidou até 2020, os militares chineses estarão livres de sua atual dependência da navegação pelos sinais do GPS americano e pelo sistema similar russo Glonass. E, diferentemente das versões civis menos precisas do GPS e Glonass disponíveis ao Exército da Libertação do Povo (ELP), essa rede dará à China a precisão para guiar mísseis, munições inteligentes e outras armas. "Isso permitirá um grande salto na capacidade do ELP de realizar ataques de precisão", disse Andrei Chang, analista das forças militares chinesas e editor da revista Kanwa Asian Defence, de Hong Kong. A China já lançou 10 satélites Beidou e planeja lançar outros seis até o fim do ano que vem, de acordo com o Escritório Chinês de Gerenciamento de Navegação de Satélites. Especialistas militares chineses e estrangeiros afirmam que o Departamento do Estado-Maior e o Departamento Geral de Armamentos do ELP coordenam e apóiam todos os programas espaciais chineses dentro do vasto conhecimento científico e da burocracia aeroespacial. Como parte do sistema Beidou, a rede terá um importante papel militar ao lado da rede de rápida expansão de vigilância, produção de imagens e satélites. A China nega rotineiramente que tenha ambições militares no espaço. O porta-voz do Ministério da Defesa Yang Yujun negou na quarta-feira que a rede Beidou imponha uma ameaça militar, observando que todos os sistemas internacionais de navegação por satélite são projetados para uso civil e militar. A China acelerou as pesquisas e o desenvolvimento de satélites militares depois que os comandantes do ELP se viram incapazes de rastrear dois grupos de batalha de porta-aviões dos EUA enviados em 1996 ao Estreito de Taiwan em um momento de alta tensão entre a ilha e o continente, afirmam analistas.