Como financiar uma boa ideia

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Como financiar uma boa ideia
DEBATES
expansão
Como financiar
uma boa ideia
Cresce o interesse de fundos nacionais, estrangeiros
e empresários com muito dinheiro no bolso por negócios inovadores
no Brasil. Saiba como aproveitar a boa fase
E
Graziele Dal-Bó e Rodrigo Rocha, de São Paulo
ra final dos anos 1990, época em que o mundo assistia à
supervalorização das empresas de tecnologia, quando quatro estudantes – todos com menos de
20 anos – resolveram criar um site que
comparava preços de produtos vendidos
na internet. Com um comércio eletrônico ainda incipiente no Brasil e o risco
da chamada “bolha da internet” estourar, poucos apostariam que, passados 13
anos, essa ideia se tornaria o que é hoje
o Buscapé, buscador líder em visitantes
únicos no e-commerce brasileiro, segundo a consultoria comScore.
Além do primeiro lugar no núme-
ro de acessos, o Buscapé tornou-se referência em atração de investidores. A
última tacada veio do grupo sul-africano Naspers, em 2009. A empresa adquiriu 91% do site, em uma negociação que
envolveu US$ 342 milhões. “A recepção
foi ótima. Fizemos nosso próprio sistema de relações públicas”, explica Rodrigo Borges, um dos quatro fundadores
do Buscapé. Os outros empreendedores
são Romero Rodrigues, Ronaldo Morita
e Mauro Letelier.
Mas há outras histórias de empresas brasileiras bem-sucedidas, além do
Buscapé. Alheio às famosas adversidades que implicam a criação de um negó-
cio no Brasil, o segmento de startups –
empresas em estágio inicial geralmente
ligadas ao setor de tecnologia – está em
expansão no país. Segundo a consultoria UHY, esse tipo de empreendimento
cresce a uma média anual de 7,2% desde 2006. Em 2010, 617 mil startups foram registradas, de acordo com a consultoria. Esses números têm chamado a
atenção de investidores nacionais, internacionais e até do governo.
No mês passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anunciou
um aporte de R$ 40 milhões às startups
com o objetivo de acelerar o crescimento de 150 empresas até 2014. O volume
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de recursos faz parte de uma das principais medidas do Plano TI Maior, que vai
alocar cerca de R$ 500 milhões em companhias de software e serviços de tecnologia da informação até 2016. Além
da ajuda governamental, os candidatos
a empreendedores ainda podem contar
com recursos dos chamados investidores-anjos e dos fundos que investem em
seed capital (como é conhecido o “capital semente”). São duas modalidades
bastante conhecidas nos Estados Unidos – o berço deste tipo de investimento –, mas que somente agora começam a
ganhar força no Brasil.
Focado em empresas nascentes com
alto potencial de rentabilidade e cujo
aporte inicial não passe de R$ 1 milhão
(a média é de R$ 400 mil por empreendimento), o investimento-anjo é o recurso
alocado por pessoas físicas, geralmente empresários e executivos experientes,
que veem neste tipo de negócio a possibilidade de diversificar sua carteira de
aplicações. “Percebemos que está acontecendo uma migração da renda fixa para esses investimentos. Ultimamente, somos muito procurados por pessoas que
querem tirar parte do dinheiro que está na poupança, por exemplo, para colo-
car nessas empresas e precisam de orientação jurídica”, conta o advogado Júlio
Santiago da Silva Filho, sócio do escritório Guimarães e Santiago Advogados
Associados e especializado em startups.
Segundo os especialistas, o retorno do
investimento-anjo gira em torno de 50%
ao ano, enquanto a caderneta de poupança rende anualmente cerca de 6% mais
TR (taxa referencial) e a bolsa acumula uma alta de 3% de janeiro a agosto de
2012 (até o dia 23). Mas é preciso lembrar que os riscos também são altos.
De acordo com Cassio Spina, presidente da recém-criada Anjos do Brasil, associação que reúne 200 investidores, de cada três empresas que recebem
A quem recorrer
Etapas de um investimento
Família e amigos
Investidor-anjo
Fundos semente
Venture capital
Private equity
IPO (bolsa)
Fonte: Anjos do Brasil
aporte, uma não dá certo. Por isso, sugere-se que o investidor aposte em pelo
menos cinco negócios. “Se de cada cinco, uma for muito bem – e via de regra é
isso que acontece -, ela paga o fracasso
das outras e ainda proporciona um retorno muito mais alto do que qualquer outro
investimento”, explica Spina.
INVESTIDOR-ANJO
Mas multiplicar a riqueza não é o único
objetivo dos investidores-anjos. Repassar conhecimento também faz parte desse tipo de negócio. Marcelo Amorim é
um dos que colocam essa regra em prática. Ex-diretor da Microsoft, ele foi dono
de quatro empresas antes de passar para
o outro lado do balcão. Aproveitou a estada de um ano nos Estados Unidos, em
2009, para amadurecer a ideia e, em 2010,
fundou a Jacard Investimentos, que conta com quatro membros. Com atuação
em São Paulo, Florianópolis e Campinas
(SP), a Jacard já investiu em cinco negócios até agora. “Como nossa expertise é
em software, web consumer e empresas
com alto grau de tecnologia, priorizamos
esses segmentos. Mas existe muita coisa
interessante também em soluções para a
saúde e a educação”, afirma.
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Uma das empresas nas quais Amorim
investiu é a Axado, de Florianópolis, um
buscador de fretes ao estilo dos sites que
comparam preços de passagens aéreas, criado em 2011 pelos sócios Guilherme Reitz e Leandro Meintanis. “A Axado surgiu de uma necessidade nossa e
não propriamente da vontade de criar algo. Tínhamos uma empresa e muita dificuldade em achar um local onde pudéssemos comparar os preços de fretes. Foi
aí que pensamos em nós mesmos desenvolvermos essa plataforma”, conta Reitz.
Com pouco mais de quatro meses de
funcionamento, os empreendedores receberam um aporte de R$ 190 mil de
Marcelo Amorim, que ficou com 25% de
participação na startup. Hoje, 50% das
maiores transportadoras do país já constam do banco de dados da empresa, que
espera faturar R$ 50 milhões até 2014.
O caminho seguido por Guilherme e
Leandro foi o mesmo do também catarinense Eric Santos, que está em fase de
captação de recursos para sua segunda
startup. Nascida em 2011 para auxiliar
pequenas e médias empresas a fazer marketing digital por meio de consultoria
e venda de softwares específicos para a
área, a empresa está em negociação com
fundos de venture capital. Com a experiência acumulada na primeira negociação, Santos sabe como atrair esse tipo de
investidor. “Primeiro, é preciso gerar re-
Rodrigo Borges é um
dos fundadores do Buscapé,
que se tornou referência
para as startups
ceita. Esse processo leva de seis
meses a um ano e meio. Depois,
é a vez de pensar em escala. Então, após um ano e meio a dois
anos e meio, o empreendedor sabe se aquela empresa irá prosperar. Aí sim, é hora de buscar um
investidor”, orienta.
Santos, que criou sua primeira startup em 2004, vendida seis
anos mais tarde a um comprador
estratégico (empresa que atua no
mesmo setor da companhia adquirida), fez parte do primeiro
fórum da Finep (Financiadora
de Estudos e Projetos, empresa
ligada ao governo federal) em
2006 e afirma que, de lá para cá,
muita coisa mudou. “Na época,
12 empresas participaram e apenas uma
recebeu investimento. Havia muita dúvida ainda sobre o que era exatamente esse
tipo de processo”, diz.
FUNDOS ESTRANGEIROS
A profissionalização do processo de entrada de capital em companhias iniciantes, o espírito empreendedor brasileiro e a estabilidade econômica do país,
Quem precisa de um anjo?
Negócios com alguma inovação,
seja no produto/serviço, no processo de fabricação ou no modelo de negócio. Não basta ter
um preço mais baixo ou um
atendimento melhor, seu
negócio deve ser diferenciado em relação a concorrentes diretos e indiretos.
Normalmente negócios locais, como lojas, prestadores de serviços ou negócios
tradicionais estão fora do escopo de investidores-anjos, o
têm chamado a atenção dos fundos estrangeiros, que surgem como mais uma
oportunidade para as empresas em estágio inicial. No final de julho, as companhias americanas Redpoint Ventures e
e.ventures criaram uma empresa brasileira (a Redpoint e.ventures), que administrará um fundo que destinará US$ 130
milhões a empresas de tecnologia voltadas a serviços para o consumidor.
Perfil dos empreendedores-alvo
que não significa que não possam ser
bons negócios. Nestes casos, procure
entidades que sejam focadas em apoiar
este tipo de negócio, como o Sebrae de
sua região e fontes alternativas de financiamento, como o Finep.
O negócio precisa ter bom potencial de
crescimento e alta rentabilidade (acima
de 50% ao ano), também chamado de
“escalável”.
Apenas uma boa ideia não representa
um bom negócio. O que interessa é a
sua execução.
O valor do investimento não deve ultrapassar R$ 1 milhão. Se o valor necessário for superior, um caminho são os fundos de investimento.
Os empreendedores devem ter as competências básicas necessárias para a
execução do negócio, pois o investidor-anjo se dedica a orientar e a apoiar, não
a executar. Assim, a equipe da empresa deve ter as habilidades mínimas necessárias.
É importante observar que o investimento-anjo se destina a criação e ao de-
Fonte: Anjos do Brasil
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Fotos: Divulgação; Herminio Nunes
Marcelo Amorim (ao centro), investiu na Axado, de Guilherme Reitz (à dir.) e Leandro Meintanis
Ambas já vinham investindo no Brasil
desde 2010, quando ajudaram a impulsionar o Grupo Xangô, holding com sede
no Rio de Janeiro criada para desenvolver startups. Segundo o sócio-fundador
da Redpoint e.ventures, Anderson Thees, criar um fundo local ajudou na aproximação com os investidores. “Queremos um fundo com mentalidade de Vale
do Silício, mas focado no Brasil.”
O Monashees Capital é outro caso de
fundo que voltou sua atenção para os
empreendedores brasileiros. Um dos negócios em que investiu foi o GetNinjas,
site que auxilia os consumidores a encontrar prestadores de serviço em qualquer região do país, criado pelo engenheiro Eduardo L’Hotelier, de 27 anos.
“Segundo nossas estimativas, o mercado de prestação de serviços é de cerca de
R$ 1 bilhão no Brasil”, afirma L’Hotelier.
O empreendedor explica que foram
os próprios sócios do Monashees que fizeram o contato – uma característica do
fundo, conhecido pelo estilo “low profile”. Nem mesmo o valor alocado na empresa foi revelado. Comenta-se que foi
por volta de R$ 1 milhão. “A gente sabia
que a ideia era interessante, mas tínhamos de escolher: montar um plano ou
senvolvimento de novos negócios inovadores. Para outras necessidades de
capital, como estoque, ampliação de
parque fabril, compra de máquinas e
equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, recuperação e pagamento de dívidas, devem ser utilizadas outras linhas
de financiamento.
clientes, pois além de aumentar o interesse dos investidores-anjo, você valoriza seu negócio.
seu negócio, você deve estar pronto para fazer uma apresentação inicial rápida
(pitch) de dois a três minutos, apresentar
um sumário executivo de até duas páginas, que contenha as principais informações do negócio (produto, mercado, equipe, concorrentes, necessidade e uso
do capital) e, se possível, um plano de negócio (business plan).
É necessário ter um plano ou um modelo de negócio bem estruturado e é altamente recomendável que haja pelo menos um protótipo ou prova de conceito
do seu produto, e que tenha validado o
interesse de compra junto a potenciais
Se você não tiver os recursos necessários para tirar sua ideia do papel, existem
diversos caminhos para isto, desde família e amigos, até programas governamentais
de fomento
a pesquisa e
ao desenvolvimento.
Para apresentar
Sugere-se que se tenha um ou
mais conselheiros para sua
empresa. Esta é uma prática
muito comum nos EUA e de alto sucesso.
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ALÉM DA IDEIA
Apenas uma boa ideia, no entanto, não é
suficiente para garantir o financiamento
de um anjo ou de uma empresa de venture capital. “Analisamos uma série de critérios. No nosso caso, os principais são a
equipe, o produto [o que ele tem de especial] e o tamanho do mercado”, comenta
Thees, da Redpoint e.ventures.
A lógica serve também para investidores ligados a companhias, caso da Intel
Capital, braço de investimentos em capital de risco da Intel. “Os empreendedores são um ponto importante. Muitas vezes, vale mais um time nota ‘A’ com um
plano ‘B’ do que um time nota ‘B’ com
um plano ‘A’”, afirma o diretor de Investimentos da Intel Capital para a América Latina, Ricardo Arantes.
O mineiro Gustavo Caetano, que criou
em 2004 a Samba Tech com o objetivo
inicial de vender jogos para celular, concorda com a importância do empreendedor. “Ideia, muita gente pode ter. A questão é quem consegue executá-la”, explica
Caetano, que também é presidente da
Associação Brasileira de Startups.
No caso da Samba Tech, a rapidez
com a qual Caetano percebeu que precisava mudar de direção foi fundamental para o sucesso da companhia. Diante
de um mercado cada vez mais competitivo na venda de jogos para celular, ele
resolveu mudar o foco do negócio e agora atua na área de vídeos corporativos.
Atualmente, a empresa atende oito dos
10 principais grupos de mídia do Brasil e terminou 2011 com um faturamen-
to de R$ 15 milhões. Em 2012, a meta é
dobrar esse valor.
De olho em casos como esse, cerca de
50 investidores, todos ex-alunos da Universidade de Harvard, criaram no início deste ano o Harvard Business School Alumni Angels of Brazil, um clube de
investimento com foco nas áreas de TI
(tecnologia da informação), serviços financeiros, energia, varejo, agroindústria
e biomedicina.
O aporte financeiro de cada projeto
deve ficar entre R$ 300 mil e R$ 800 mil
e a meta é investir, no mínimo, R$ 1,5
milhão ao ano. “Já recebemos cerca de
Agradecimento: Galeria Estação
fazer e analisar depois. Fizemos um plano só depois de falar com o investidor”,
afirma L’Hotelier.
Quem também escolheu esperar um
pouco antes de correr atrás de investimento foram os sócios do Donde Voy,
buscador de restaurantes que permite
aos usuários avaliar os serviços e disponibilizar os dados online, no ar desde julho deste ano. Com atuação em São Paulo
e no Rio de Janeiro, o site, idealizado pelos amigos Pedro Cavalcanti, de 25 anos,
Vinicius Moreira, de 23, Renan Alves, de
22, e Pedro de Cicco, de 23, deve chegar a
Belo Horizonte no mês que vem e ao interior paulista, a Porto Alegre e ao Nordeste a partir do próximo ano. “Já tivemos
algumas sondagens, mas não concretizamos nada ainda. Sabemos que a entrada
de capital potencializará muito o negócio, mas queremos estar mais bem preparados para essa hora”, afirma Cavalcanti.
Enquanto focam na finalização do plano de negócios, os quatro mantêm a empresa com recursos próprios. O investimento inicial para colocar o site no ar foi
de R$ 100 mil, e a receita deve ser gerada
de três formas: venda de espaços publicitários, parcerias com empresas de reservas online e um clube de fidelização
para os restaurantes – se a casa quiser aumentar as opções de sua área na webpage, por exemplo, terá de pagar, enquanto
o contrato padrão é gratuito. Embora ainda não tenham uma meta de faturamento
para os próximos anos, Cavalcanti conta
que o objetivo é que o buscador comece
a dar lucro a partir de seu segundo ano.
“Nos primeiros três meses, queremos ter
200 mil acessos. Somos pioneiros aqui
no Brasil nesse tipo de serviço, então
acho que é um número bem aceitável.”
Benjamin Quadros aposta
no conceito de “inteligência
coletiva” ao reunir um grande
número de investidores
617
mil startups
foram registradas
no Brasil em
2010, segundo a
consultoria UHY
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Fotos: Marcela Beltrão/Milenar; Divulgação
Magnus Arantes,
líder do HBS Alumni
Angels of Brazil, diz
que meta é investir,
no mínimo,
R$ 1,5 milhão
ao ano
200 propostas pelo site e outras dez vieram por meio de indicação. Dessas, vamos avaliar três neste primeiro momento”, afirma Magnus Arantes, um dos
líderes do projeto, que faz parte também
do Global Board do HBS Alumni Angels, com sede nos Estados Unidos.
Segundo um dos integrantes do clube, Benjamin Quadros, a ideia de reunir um grande número de pessoas para
direcionar o investimento faz parte do
conceito de “inteligência coletiva”. “A
maioria de nós já faz esse tipo de trabalho e vemos que a troca de ideias ajuda
muito nesse processo. Algumas vezes,
sozinhos, acabamos investindo em algo que, em conjunto, avaliamos não ser
a melhor escolha”, completa.
O Harvard Business School Alumni Angels of Brazil tem trabalhado em parceria com o grupo de Nova York (HBS Alumni Angels of New
York), que iniciou suas atividades em
2011 e até agora concretizou seis investimentos. Desse modo, os grupos
conseguem facilitar o acesso caso as
empresas americanas que receberam
investimento queiram entrar no Brasil, ou vice-versa. Além de Estados
Unidos e Brasil, o Harvard Business
School atua no Reino Unido, na França, na Índia, na China, no Canadá, no
Japão e na África do Sul.
FUTURO
As recentes movimentações de investidores à procura de bons negócios no
Brasil mostram que o potencial de crescimento do venture capital e do investimento-anjo é alto no país, principalmente na área de tecnologia. “O Brasil,
hoje, está alcançando um ponto sem
volta. É o segundo em número de usuários no Twitter, no Facebook e no Tumblr. O mercado de e-commerce já movimenta R$ 18 bilhões ao ano. Mas,
mesmo assim, apenas 80 milhões de
pessoas são usuárias de internet. Outro ponto é que nós já temos mais linhas
de celular do que pessoas, mas apenas
12% são smartphones”, detalha o sócio-fundador da aceleradora carioca
21212, Frederico Lacerda. Uma aceleradora funciona como uma incubadora
física ou à distância e tem como objetivo aproximar o empreendedor do mercado oferecendo, por exemplo, estutura e instalações adequadas para isso.
O GetNinjas, de
Eduardo L’Hotelier,
foi procurado
pelo fundo
Monashees
Algumas barreiras, no entanto, ainda
impedem que o setor deslanche de vez
no Brasil. Na avaliação de Robert Binder, coordenador do Comitê de Empreendedorismo, Inovação e Capital Semente da Abvcap (Associação Brasileira
de Private Equity e Venture Capital),
um dos pontos prioritários diz respeito
à parte fiscal. “Em outros tipos de investimento, quando você perde uma grande quantia de dinheiro, tem abatimento,
e isso não ocorre quando você coloca recursos em uma startup e ela não dá certo”, compara. As entidades ligadas ao
setor trabalham atualmente na construção de uma agenda de reivindicações
que devem levar ao governo em breve.
“Estamos tentando criar a via rápida da
empresa de inovação”, resume Binder.
Enquanto os pedidos estão apenas no
campo das ideias, mais e mais estudantes buscam recursos para financiar seus
projetos. Segundo um estudo da ONG
Endeavor, organização de apoio a novos
empresários, cerca de 65% dos universitários brasileiros desejam ter um negócio próprio no futuro. A questão, agora,
é tornar o Brasil um ambiente propício
para essa onda de empreendedorismo.
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