Estruturação - Grupo Photon
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Ano 23 – Número 225 Especial 487098 0 0 2 2 5 Empresas do aftermarket usam criatividade para fidelizar a clientela, afinal, é mais fácil e barato manter do que conquistar novos compradores Entrevista José Augusto Dias, diretor Comercial da Odapel, fala sobre os benefícios da modernização do setor Estruturação Oficinas sentem cada vez mais a necessidade de se equipar com um bom ferramental para atender o mercado de reparação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Índice Índice 20 Capa Oficinas precisam de ferramentas adequadas à mão para continuar operando 8 4 Entrevista 16 Geomarketing 30 Estatísticas 12 Pesados 24 Aniversário 32 Especial 14 Carro 28 Eventos – Shanghai 35 Gift Group Diretor Comercial da Odapel, José Augusto Dias explica por que é necessário modernizar o setor de reposição Volvo Bus aposta em veículos híbridos para aumentar faturamento global Kia apresenta a versão 2014 do Cadenza e espera se recuperar no mercado brasileiro Rio de Janeiro G-Busch – Seis décadas com a mesma energia Automechanika Shanghai 2013 já bate recorde de inscrições Emplacamentos: mantida tendência de queda em setembro No mundo automotivo, manter o cliente se tornou mais interessante do que conquistar novos compradores. Hoje, fidelizar é a palavra-chave Caderno especial de Brindes w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Carta ao Leitor Olho no olho N Diretoria ão tem coisa que me irrite mais do que eu ter que ouvir um monte de opções de uma máquina até ela chegar à opção que me atende! Isso quando chega! Uma perda enorme de um tempo que eu não tenho mais! As empresas não querem perder tempo! O delas, claro! Mas se acham no direito de fazer você perder o seu! Não acho justo. Um antigo ditado dizia que “tempo é dinheiro”! Então, em outras palavras, essas empresas estão fazendo “você, cliente”, perder dinheiro. Pense nisso! Muito embora a maioria das empresas ainda não tenha se dado conta disso, tendo apenas percebido que ninguém gosta de “falar com máquinas”. No entanto, estas mesmas empresas gastam um monte de dinheiro em “campanhas de relacionamento”, e de recuperação de clientes, e não se apercebem que para manter um relacionamento é preciso “estar em contato” com seu cliente. É encontrar as empatias com seu cliente. Para quem não sabe ou esqueceu, “empatia” é a faculdade de compreender emocionalmente; ou capacidade de se identificar com outra pessoa; entendimento; identificação emocional. E isso nenhuma máquina faz! É preciso ter o olho no “olho” do cliente! O ser humano aprendeu, ao longo de sua existência, a identificar e a distinguir de maneira subjetiva, e até instintiva, o amigo do inimigo com apenas um olhar! Nos primórdios da civilização essa faculdade era determinante para sua subsistência. A máquina simplesmente apagou esta faculdade, deixando frias nossas relações e impedindo que descubramos de cliente o que ele quer ou precisa. E aí a alternativa é promover encontros e pesquisas para tentar descobrir o que antes fazíamos de forma natural e prazerosa. Ou seja, nos vendo, conversando e olhando nos olhos de nossos clientes e amigos. Que tal voltar a atender ao telefone e “falar” com seus amigos novamente?! Nem que seja para convidá-los a vir tomar um café, e ter a oportunidade de olhar de frente e dizer, como no filme Avatar: – “Eu vejo você”... e poder reconhecer novamente o amigo e cliente daqueles tempos! Olho no olho... faz a diferença! Jarbas Salles Ávila Filho, ...Alô... diretor do Grupo Photon 6 Grupo Photon na internet www.photon.com.br www.twitter.com/grupophoton Boa Leitura Marilda Costa Salles Ávila [email protected] Jarbas Salles Ávila Filho [email protected] Jornalista Responsável Jarbas Salles Ávila Filho (MTB 35.378) Revista mercado Automotivo na Internet www.revistamercadoautomotivo.com.br www.twitter.com/automotivo Redação [email protected] Jarbas Salles Ávila Filho, diretor; Cléa Martins, Sérgio Duque, Thassio Borges, Daízio Ferreira e Weslei Nunes, colaboradores; Mariangela Paganini, revisora Departamento de negócios Marilda Costa Salles Ávila [email protected] Gutenberg Soledade – DNF Comunicação [email protected] Comercial Fernanda Soares [email protected] Bruna Soledade – DNF Comunicação [email protected] Fotografia Arquivo Photon, Divulgação Arte e produção Elvis Pereira dos Santos [email protected] mídias digitais Adriano Failde [email protected] Administrativo e Financeiro Adalgisa Cruz................. [email protected] Valdirene Fernandes....... [email protected] As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas, desde que citada a fonte. REVISTA MERCADO AUTOMOTIVO é uma publicação mensal do Grupo Photon. Circulação setembro de 2013. Central de Assinaturas: [email protected] Avenida do Guacá, 1.067, 1º andar - CEP 02435-001 - São Paulo - SP - Brasil Tel./Fax 55 11 2281.1840, [email protected] Divulgação Entrevista Evoluir é preciso Em entrevista exclusiva à Revista Mercado Automotivo, o diretor Comercial da Odapel, José Augusto Dias, explica porque é necessário modernizar o setor de reposição. Entre outros assuntos, o diretor da distribuidora de autopeças destaca os benefícios que uma reforma tributária traria para o País. Redação Revista Mercado Automotivo – O programa TDV Light já tem mais de dez anos. Gostaria que explicasse como ele funciona e qual sua situação nesse momento? José Augusto – Ele funciona como um terminal de vendas no nosso cliente. Daí, inclusive, vem seu nome: Terminal De Vendas (TDV). O cliente, além de poder efetuar sua venda no balcão, pode fazer a compra por meio desse sistema. Se ele quiser fazer a compra pela 8 Odapel, já está na mão dele. É um sistema simples, é uma aplicação, na qual ele terá uma senha de acesso e poderá se conectar. Assim, durante todo o dia ele terá à disposição dele, em sua tela, as informações sobre os produtos. E isso chega ao consumidor também? Quem mais utiliza esse sistema são as autopeças mesmo. Para o consumidor já é um pouco mais difícil porque, às vezes, as informações são muito técnicas e é necessário conhecimento para a correta utilização. Dá para fazer a busca no sistema? Dá, mas não é tão simples se a pessoa não tiver um conhecimento técnico dos produtos. O senhor tem notado aumento nas vendas nos locais em que o TDV é utilizado atualmente? Sim. Um cliente que já se habituou ao sistema não precisa mais ficar nos consultando por telefone. Se ele fizer um pedido de dez itens, por exemplo, caso a Odapel w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r não tenha um desses produtos no estoque, haverá um retorno para o cliente. Ele já ficará sabendo que não temos esse item por falta de estoque. No entanto, já abre para o cliente a possibilidade de utilizar outra marca e, assim, ele refaz o pedido sem problemas. A informação acaba sendo oferecida de forma muito mais rápida, muito mais objetiva do que se ele tivesse ligado para nós. Nesse caso, ele poderia ter de esperar para falar com um vendedor e isso, principalmente nas horas em que há um fluxo maior de ligações, acaba se transformando em um contratempo para o cliente. Hoje temos clientes que fazem 80% dos seus pedidos pelo sistema. Os clientes costumam se adaptar bem a esse sistema, então? Com certeza. Depois que ele “pega o jeito”, ele mesmo conclui que é muito mais simples. Cada cliente vai fazendo as suas compras conforme sua necessidade. O senhor considera que o setor de reposição tem dificuldades atualmente para implementar processos mais tecnológicos em seu dia a dia? Infelizmente sim. Acredito que essa questão já deveria estar mais evoluída, mas ainda há um pouco de resistência. O varejo precisa investir, pelo menos, em um computador um pouco mais moderno, para ter mais velocidade. É necessário investir também numa conexão de internet mais rápida. Se ele tiver uma conexão ruim, terá dificuldades para receber essas informações. É necessário que haja um investimento também por parte do cliente. E, além disso, o cliente tem dificuldade em entender que essa falta de tecnologia acaba influenciando também no ganho dele, certo? Pois é, ele pode até achar que não influencia, mas no fundo ele sabe que impacta diretamente nas suas receitas. E onde O TDV é utilizado atualmente? O sistema “nasceu” em São Paulo e, até por uma questão de proximidade, 80% dos clientes que utilizam estão no Estado paulista. Mas tenho clientes também no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Há Estado, no entanto, que prefere outro tipo de atendimento. Atualmente a Odapel tem planos para expandir a atuação do TDV para outros Estados ou a empresa prefere atuar de forma mais calma nesse sentido? Nós não forçamos a expansão do programa já que, muitas vezes, se você tentar impor algo pode acabar criando uma resistência ainda maior. Então, nós deixamos o cliente saber que existe e esperamos que ele se interesse. Porque se você forçar a inserção do produto, não dá certo. Nós levávamos o TDV nesses lugares, mostrávamos como funcionava e aí então o interesse começava a surgir. Hoje a maior parte do varejo já está informatizada, mas chegamos a apresentar o sistema para clientes cujo estoque ainda não era informatizado. Ou seja, de que adiantaria implantar esse sistema nesses locais? Não faria sentido para o cliente. O interessante é que o estoque e as vendas também sejam informatizados para fazer uma unificação com o nosso sistema. É possível, inclusive, deixar o TDV no modo automático. Você coloca qual é o estoque máximo e o mínimo e o pedido sai automaticamente para a Odapel repor esse estoque. O cliente não tem nem o trabalho de olhar o que ele precisa comprar. Tudo que ele vendeu será reposto pela Odapel de modo automático. Como é ele que coloca os parâmetros, não há nem o risco de comprar itens a mais, já que é o cliente que informa ao sistema seu estoque máximo. Não são todos os clientes que utilizam esse sistema, porém existe essa possibilidade no TDV. E, de qualquer forma, a Odapel está preparada para atender esse cliente que, seja por uma questão cultural ou de tecnologia, não está pronto para utilizar esse sistema, certo? Onde mais investimos é no atendimento, mas é complicado porque no horário de pico às vezes o vendedor não dá conta de atender todo mundo. Ainda bem que há o TDV Light que acaba tirando bastante esse peso. Se todo mundo tivesse que comprar apenas por telefone ficaria tudo congestionado. Ficariam 30, 40, 50 ligações na fila de espera. E hoje essa fila praticamente não existe, já que a grande maioria dos clientes de maior volume aqui de São Paulo está no TDV. Qual a situação do estoque da Odapel atualmente? Ele ainda é responsável pela maior parte do custo da empresa? O estoque é o grande vilão de qualquer distribuidora. Não é uma particularidade apenas da Odapel. A estrutura pesa? Sim, pesa no início, quando você monta uma filial, mas esse custo posteriormente vai diluindo. Agora, o estoque não. 9 w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Entrevista Você precisa manter o estoque, acaba sendo um custo full time. Praticamente 80% do meu custo hoje são referentes ao estoque. Ele precisa estar lá, abastecido. Se você não tiver a peça no estoque hoje você perdeu a venda. Você simplesmente perde a venda. Porque até você fazer o pedido para a fábrica, esperar pela entrega... você já perdeu a venda três vezes! Quando o entrevistei há pouco menos de dois anos o senhor afirmou que teve de aumentar o nível de estoque por conta da irregularidade das entregas das fábricas. Isso ainda acontece? Daquela época para cá, melhorou um pouco. As montadoras ainda continuam sugando bastante a capacidade produtiva das fábricas, principalmente daquelas que atendem diversas marcas. E há também aquelas fábricas que estão no limite. Como elas atendem as montadoras, acabam prejudicando o aftermarket. A situação até melhorou, mas não foi de forma significativa. A missão da Odapel é não deixar o veículo parado por falta de peças. Ultimamente o senhor considera que tem sido mais difícil cumprir essa missão? O nosso percentual de perda de venda por falta de peças é bem baixo. Porque, além de termos um estoque regular, de quase 90 dias, ainda trabalhamos com outras marcas. Então, se alguma marca está com muita dificuldade, nos sentimos na obrigação de estar com uma segunda ou até com uma terceira marca. Por falta de mercadoria eu perco pouquíssimas vendas. Posso perder por 10 conta da marca, mas não pelo produto em si. Ou seja, o veículo não vai ficar parado. De repente não será com a marca que o consumidor quer, mas se a fábrica não entrega, não tenho muito o que fazer nesse sentido. bém, um cliente de Londrina que comprou uma peça na Odapel de Curitiba e outra na de São Paulo. É capaz dele receber antes a que saiu do Estado paulista. Hoje o sistema tributário dificulta muito o atendimento a todo o País. Se Se hoje eu pudesse vender sem problemas de impostos, sem pedir ressarcimento, de São Paulo para o resto do País inteiro, não haveria problemas de logística A Odapel é uma empresa que atende todo o País. É difícil atender todos os Estados brasileiros? Para atender, creio que se hoje tivéssemos um único imposto para o Brasil inteiro e pudéssemos vender de São Paulo para o restante do Brasil, o atendimento seria melhor do que se eu abrisse filiais nos outros Estados. Isso porque, quando você abre uma filial, você leva no mínimo três anos para adequar a necessidade local com o estoque que você precisa ter. E eu aqui em São Paulo tenho praticamente todos os itens. Não tenho dificuldades de variedade de produtos. Então, se hoje eu pudesse vender sem problemas de impostos, sem pedir ressarcimento, de São Paulo para o resto do País inteiro, não haveria problemas de logística. Hoje a transportadora atua bem no mercado, principalmente saindo de São Paulo. Por exemplo, se um cliente do Paraná me fizer um pedido às 17 horas, no dia seguinte às 8 horas o produto já estará na loja dele. Imagine, tam- eu tivesse dois centros logísticos, um em São Paulo e outro em Goiânia, no centro do País, conseguiria atender o Brasil inteiro com um bom índice de entrega. Poderia demorar um pouco pela distância, mas a qualidade da entrega iria beirar os 100%. Quais são os planos da Odapel para os próximos cinco anos? O objetivo para os próximos cinco anos se remete ao que já fazemos atualmente. Estamos abrindo novas filiais para estarmos mais próximo do cliente. Se você não estiver perto há uma diferença de imposto muito grande e ele não consegue comprar aqui. Então a tendência para os próximos cinco anos é abrir novas filiais conforme formos enxergando as necessidades, identificando locais nos quais estamos perdendo vendas. Hoje temos filiais em Goiás, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além disso, estamos abrindo agora a de Campinas. Divulgação Pesados Futuro híbrido Volvo aposta na inversão da matriz energética do transporte urbano de passageiros nos próximos 10 anos Redação E letromobilidade. Esta estranha palavra é a aposta da Volvo para seu setor de ônibus nos próximos anos. A empresa acredita, inclusive, que a matriz energética do transporte urbano de passageiros deverá ser invertida na próxima década. “Vamos ter mais veículos híbridos e elétricos do que ônibus a diesel circulando nos sistemas de transporte público”, aponta Euclides Castro, gerente de Ônibus Urbanos da Volvo Bus Latin America. A aposta é arriscada, mas não é absurda. Ainda mais quando levamos em consideração o atual cenário brasileiro, no qual milhões de pessoas foram às ruas das principais capitais do País exigindo a revogação de aumentos nos preços das passagens de ônibus municipais. A resposta política às demandas populares foi atordoada e passou à população a impressão de que os próprios políticos não têm ideias claras sobre como reduzir ou até mesmo evitar reajustes nas passagens do transporte urbano no médio prazo. Uma das alternativas pode ser justamente o investimento em veículos híbridos e elétricos para esse tipo de transporte. Apesar do valor atrelado a esse tipo de veículo – ainda superior aos dos modelos convencionais com motores a diesel –, o custo-benefício acaba valendo a aposta. É pensando desta forma que a Volvo decidiu dedicar tempo 12 e dinheiro para ampliar sua produção de modelos híbridos para transporte urbano. Ao todo, já foram mais de mil ônibus híbridos vendidos em 21 países, o que garantiu à Volvo a liderança no mercado global do segmento. E o Brasil, naturalmente, é um dos mercados-alvo da montadora para seguir no topo do setor. A fábrica da empresa no País é a primeira fora da Suécia a produzir os ônibus híbridos e o objetivo agora é iniciar uma produção em série e em escala. “Estamos preparados para atender as demandas por veículos menos poluentes. Com isso, mantemos nossa posição de liderança em colocar no mercado soluções de transporte urbano que contribuam para a melhoria da qualidade de vida nas cidades”, afirma Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. Pimenta vai além e ressalta que a montadora tem investido constantemente em produtos e tecnologias inovadoras, que contribuam para o desenvolvimento de soluções sustentáveis de transporte. “A trajetória da Volvo mostra a liderança da empresa na criação de veículos seguros, eficientes no consumo de combustível, que sejam menos poluentes e que gerem produtividade ao sistema de transporte”, completa o presidente. Para Castro, as metrópoles brasileiras já podem pensar em soluções de transporte mais limpo e ecológico. Para atender a uma eventual demanda deste tipo no País, Castro w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r aponta ainda que a montadora “investe fortemente” na área de ônibus movidos a eletricidade e a diesel. Ou seja, falta “apenas” tirar os projetos municipais e estaduais do papel. E se alguém busca um bom exemplo de transporte menos poluente vale a pena olhar para Curitiba, no Paraná. A cidade, onde se localiza a planta brasileira da Volvo, recebeu os 30 primeiros veículos híbridos da montadora no País. “Somos os primeiros a trazer para o Brasil a melhor solução híbrida em transporte urbano de passageiros já desenvolvida pela indústria automotiva no mundo”, garante Pimenta. Cinto de segurança salva vidas. Tecnologia O ônibus híbrido da Volvo, movido a eletricidade e a diesel, tem a vantagem de reduzir em 50% a emissão de gases poluentes em relação aos veículos com tecnologia Euro 5. Além disso, a tecnologia utilizada no modelo permite uma economia de combustível de até 35%. Ele ainda é mais silencioso e não emite ruído em cerca de 30% a 40% do tempo de operação. “O sistema híbrido da Volvo reduz não somente as emissões de CO2 em 35% (gás carbônico, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa), mas também de NOx (Óxidos de Nitrogênio, responsáveis por alergias e ardência nos olhos, por exemplo) e de materiais particula- dos”, explica Fábio Lorençon, coordenador da Engenharia de Vendas da Volvo Bus Latin America. A tecnologia utilizada no modelo da Volvo é conhecida como “Híbrida em Paralelo” e foi desenvolvida para um ônibus com dois motores, um a diesel e outro elétrico, que podem funcionar em paralelo ou de forma independente. O segundo é usado para arrancar o veículo e acelerá-lo até uma velocidade de aproximadamente 20 quilômetros por hora. Além disso, o motor elétrico é usado como gerador de energia durante as frenagens. Já o motor a diesel é utilizado quando o veículo alcança velocidades mais altas. Ele, no entanto, fica desligado quando o ônibus está parado, seja no trânsito, em semáforos ou em pontos de ônibus. Quando os freios são acionados, a energia gerada pela desaceleração é usada para carregar as baterias. As vantagens da tecnologia híbrida são convidativas, mas as empresas ainda precisam convencer os governantes de uma forma geral de que o investimento nesse tipo de ônibus já deixou de ser uma aposta. A julgar pela confiança da Volvo no segmento, a tarefa não deverá ser tão difícil. “A América Latina tem um excelente potencial de mercado com um grande interesse pelo híbrido. O caminho para a eletromobilidade é irreversível”, conclui Castro. 13 Divulgação Carro Atualizações precisas Kia lança a versão 2014 do Cadenza com a expectativa de recuperar-se no mercado C Redação adenza deriva de um termo musical italiano que é usado para descrever um som elaborado e ornamentado para um concerto. A metáfora se faz necessária. A Kia apostou em atualizações pontuais tanto no exterior quanto no interior do Cadenza e traz ao mercado brasileiro um veículo que não apresenta grandes diferenças de preço em relação à versão anterior, mas está mais elegante e confortável. O modelo, “elaborado e ornamentado”, precisa agora destacar-se no mercado brasileiro, um cenário que não foi positivo para a Kia nos últimos anos. Em 2012 a montadora foi uma das principais prejudicadas pela medida do governo que elevou em 30 pontos percentuais o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). À época, a Kia era a maior importadora de veículos do mercado brasileiro e sentiu na pele as dificuldades que o novo cenário traria. Houve queda de mais de 40% nas vendas da Kia na comparação com 2011. Para este ano, a montadora projeta chegar a cerca de 45 mil unidades, quase quatro mil a mais do que registrou em 2012. É pouco, se comparado aos 77 mil que vendeu dois atrás, mas a situação agora exige metas mais palpáveis. O Kia Cadenza 2014 é uma das apostas da marca para voltar a crescer no mercado brasileiro. Para isso, a Kia investiu em mudanças que deixaram o modelo mais moderno e sofisticado. Além disso, a nova versão do Cadenza 14 incorporou as características do design que a Kia utiliza em outros modelos atualmente como o Picanto, o Cerato e o Optima. Entre as principais diferenças do Cadenza 2014 em relação à sua versão anterior estão os novos faróis. Tanto o conjunto dianteiro quanto as lâmpadas traseiras receberam luzes em LED, sendo que o segundo adota um design mais esportivo para realçar a beleza e a jovialidade do modelo. A grade e o para-choque frontal também estão diferentes. Têm o formato conhecido como “boca de tigre”, que garante imponência ao veículo. A Kia optou ainda por rodas de liga leve e este pode ser considerado um dos pontos positivos nas mudanças pelas quais passou o Cadenza. Externamente, a montadora alterou ainda o capô, a tampa do porta-malas e as lanternas e para-choque traseiros. Na parte interna a principal novidade diz respeito ao design do painel, que conta com tela de LCD e exibe o velocímetro e as demais funções do computador de bordo. Além disso, vale citar que a câmera de ré, que antes era mostrada no retrovisor interno, agora é exibida no visor central do painel. Apesar disso, a Kia garante: o interior do Cadenza é tão elegante e sofisticado quanto o seu exterior. A montadora não está errada. “O interior é dominado pela abordagem Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r futurista e inovadora do painel ‘flutuante’”, relata a marca em material divulgado à imprensa. Quem adquirir a versão 2014 do Cadenza não tem do que reclamar quando o assunto é espaço interno e conforto, pontos considerados fortes neste veículo. “Os engenheiros isolaram a cabine e seus ocupantes contra choques na estrada e contra vibrações geradas por esses componentes. Os subchassis também permitem que o motor, a transmissão e as suspensões dianteira e traseira sejam precisamente instalados por baixo do veículo durante a montagem”, completa a Kia. O objetivo é deixar o interior do veículo cada vez mais silencioso. Afinal, essa é uma das preocupações do público que procura esse tipo de automóvel: conforto e silêncio. Motor e tecnologia Se a Kia buscou inovar no exterior e no interior da nova versão do Cadenza, o mesmo não se pode dizer do motor do veículo. O modelo 2014 não apresenta alterações na motorização e está disponível em uma configuração única. Ele é equipado com motor 3.5 litros V6 de 290 cv a 6.600 rpm e torque máximo de 34,5 kgfm a 5.000 rpm, a gasolina. A transmissão automática tem seis velocidades e o motorista pode optar pelas trocas sequenciais ou pelo paddle shift. No quesito tecnologia o novo Kia Cadenza 2014 não faz feio, mas também não apresenta nada que possa ser considerado inovador no segmento. Como itens de série o veículo oferece o ar-condicionado automático digital Dual Zone e os bancos dianteiros com regulagem elétrica. Além disso, o motorista contará com a chave Smart Key para abertura das portas e acionamento do alarme; botão Start/ Stop; iluminação especial no teto para console central e alavanca de câmbio; indicador de marchas no conjunto de mostradores; luz interna com temporizador e efeito fade out; rádio CD/MP3 player com controle no volante, entrada auxiliar USB; sistema remoto de abertura das portas e porta-malas; travamento elétrico central das portas e porta-malas; e vidros elétricos nas quatro portas com função One Touch Down & Up e antiesmagamento para o motorista e passageiro dianteiro. O novo Kia Cadenza sai por R$ 139.900, um aumento de R$ 10 mil em relação à versão 2013. A alta não chega a impressionar, ainda mais quando se leva em consideração as mudanças pelas quais o veículo passou. E é assim, com mais este lançamento, que a Kia espera recuperar os índices de vendas que obtinha no mercado brasileiro até o ano passado. Em 2012, a montadora completou duas décadas de atuação no Brasil, mas o momento não inspirava comemorações. 15 Elv is P. S a nto s Geomarketing Rio de Janeiro Sérgio Duque O Estado do Rio de Janeiro possui extensão territorial de 43.696,0 km2, com população residente estimada em 16 milhões de pessoas em 92 municípios, onde circulam aproximadamente 3,3 milhões de veículos e que resulta em índice de 4,9 habitantes por veículo, enquanto a média nacional atual é de 4,0 habitantes por veículo. O PIB estimado para 2013 do Estado é de US$ 195,3 bilhões concentrados sobretudo nas atividades de serviços (61% do PIB) e indústria (35%), com baixíssima participação da atividade agropecuária, mais concentrada em hortaliças na região serrana do Estado. São 6 mesorregiões, com seus respectivos municípios de referência: (1) Baixadas Litorâneas (Cabo Frio e região dos Lagos); (2) Centro Fluminense (Cantagalo e Nova Friburgo); (3) Metropolitana do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro); (4) Noroeste Fluminense (Itaperuna e Santo Antônio de Pádua); Norte Fluminense (Campos e Macaé); e Sul Fluminense (Vale do Paraíba Fluminense com os municípios principais em Volta Redonda e Barra Mansa). No Estado do Rio de Janeiro a malha rodoviária é de 24,8 mil km de extensão, sendo 6,9 mil km de es- 16 tradas pavimentadas, equivalente a 27,8% do total, e 15,5 mil de estradas não pavimentadas, mais 2,4 mil km de estradas planejadas, segundo dados de 2012 do DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Já os estudos da CNT-Confederação Nacional de Transportes apontam que, das estradas pavimentadas existentes no Estado do Rio de Janeiro, 20,6% delas estão em ótimo estado de conservação, 40,0% encontram-se em bom estado, 25,6% em estado regular, 11,8% em estado ruim e os restantes 2,1% em péssimo estado de conservação. Para 2013, estima-se que serão movimentados R$ 1,61 bilhão na cadeia de distribuição automotiva no Estado, algo em torno de 6,92% de todo o volume a ser negociado no aftermarket brasileiro, incluindo serviços. A Audamec Marketing e Pesquisas Automotivas realiza estudos e análises da demanda de autopeças por Estado da federação, por regiões nos Estados ou por município brasileiro. Consulte custos para ter um estudo personalizado com a linha de autopeças da sua empresa. Acesse www.audamec.com.br para mais informações ou ligue para (11) 2281-1840. w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r GEOMARKETING AUTOMOTIVO ESTADO EM REFERÊNCIA População RIO DE JANEIRO Índice Potencial Demanda Regional em Relação ao Brasil (%) 15.983.653 Angra dos Reis 0,09 Macaé 0,41 US$ 195,3 bi Cabo Frio 0,21 Niterói 0,75 Nº Veículos 3.278.458 Campos 0,37 Petrópolis 0,47 Automóveis 2.104.288 Duque de Caxias 0,88 Rio de Janeiro 3,05 Comerciais Leves 280.154 Itaperuna 0,13 Volta Redonda 0,58 Caminhões 107.842 PIB Estimado 2013 Potencial Demanda Estado 6,92 Nº estimado de pontos de venda e consumo de autopeças Ônibus 47.287 Tratores 31.785 Lojas de Varejo 2.015 Postos de Combustíveis 1.720 707.102 Centros Automotivos 784 Concessionárias 479 4,9 Retíficas 204 Frotistas 2.849 Motos Habitantes por Veículo Cinto de segurança salva vidas. Fontes: ANP, IBGE, Sincopeças e Renavam para dados gerais. Audamec Marketing para dados sobre frota e pontos de venda (www.audamec.com.br). 17 Divulgação IQA José Palacio é coordenador de Serviços Automotivos do IQA-Instituto da Qualidade Automotiva A rentabilidade que vem da prevenção José Palacio E studos revelam que a manutenção preventiva automotiva pode ser até 800% mais em conta do que a corretiva. É uma verdade já comprovada por especialistas do mundo inteiro, principalmente para quem utiliza o veículo de forma comercial, seja no transporte de cargas ou passageiros, ou ainda como meio de locomoção para visitar clientes. Cabe aos profissionais da reparação difundir isso claramente aos clientes, de maneira enfática e objetiva, principalmente para quem utiliza o veículo de forma particular, para ir e voltar ao trabalho, escola e lazer. Realizar a manutenção preventiva, além de ser mais barato para o dono do carro, é um ato de cidadania, pois motor bem regulado polui menos e preserva o meio ambiente, e um carro sempre revisado dificilmente para no meio da rua, o que minimiza o risco de acidentes e congestionamentos. 18 Alguns profissionais da reparação ainda não perceberam que existem benefícios também para as oficinas ao adotarem a manutenção preventiva como principal fonte de receita. As revisões periódicas são oportunidades para trazer novos clientes, e, mais do que isso, surpreendê-los positivamente. Como? Simples. Basta oferecer ao cliente mais do que havia sido pedido. Muitos donos de carro procuram uma oficina somente depois que o veículo apresenta problema e deixa de funcionar corretamente. Neste momento, o custo do conserto já é algo que ele não esperava e terá de fazer algum tipo de esforço para pagar pelo serviço. Além disso, ficará sem o automóvel por alguns dias, o que lhe trará outro inconveniente. É neste momento que o reparador deve buscar a conscientização para a manutenção preventiva. Em alguns poucos minutos, em conjunto com o dono do carro, w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Outro item que só é dada devida importância quando é tarde demais são as palhetas do limpador de para-brisas. Uma simples esguichada de água do reservatório é o bastante para saber ser é preciso trocá-las ou não. Na próxima chuva, o cliente o agradecerá. E não se esqueça de reabastecer o reservatório de água. E uma vez que o capô é levantado, faça uma inspeção visual em outros itens como líquido do reservatório de arrefecimento, óleo do motor (desde que o veículo esteja em local plano e tenha sido desligado há pelo menos 10 minutos, tempo necessário para que todo o óleo desça das galerias para o carter), fluido do freio, correia de acessórios, cabos de velas, velas de ignição e bateria. É possível realizar ainda a vistoria de diversos outros itens, como pastilhas, lonas e disco de freios, amortecedores e molas, alinhamento e balanceamento dos pneus, análise de gases do motor, entre outros. O mais importante é que, na entrega do veículo, o dono do carro saiba exatamente como está a saúde do automóvel para assim realizar paradas programadas que ajudarão a ele nunca mais precisar gastar uma fortuna em consertos de emergência. Respeite a sinalização de trânsito. faça uma rápida vistoria no automóvel e aponte todos os itens de segurança. Verifique as condições dos pneus, e recomente a calibração deles uma vez por semana, pois pneus fora da calibração causam maior consumo de combustível. Lembre também de calibrar o estepe. Verifique as condições dos cintos de segurança e do extintor de incêndio. Se estiver vencido, além de correr o risco de não funcionar direito em situação de emergência, é passível de multa. Outra dica: muitos motoristas não retiram o extintor do plástico em que é embalado quando novo. Isso também causa multa. Assim, retire o plástico para o cliente e o alerte para que o faça sempre que trocar o equipamento. Aproveite para ver se o macaco, chaves de roda e triângulo estão presentes e ok. Lâmpadas queimadas também causam multas e é sempre muito simples saber se estão ou não funcionando adequadamente. Assim, peça ao cliente para acender os faróis, o pisca alerta e também pisar no freio para verificar se estão todas em ordem. As luzes traseiras são mais difíceis de o dono do carro acompanhar o perfeito estado de funcionamento, assim, alertá-lo significa que se preocupa com ele. Fotolia.com Capa Ferramentas à mão A rápida evolução dos veículos nos últimos anos tornou essencial a necessidade de estar bem equipado, de ferramentas e equipamentos, para qualquer oficina se manter no mercado atual e futuro Weslei Nunes e Cléa Martins P ara competir no mercado de reparação e atender a demanda de frota diversificada – com novas tecnologias aplicadas nos veículos –, as oficinas precisam investir constantemente em equipamentos que auxiliam na execução dos serviços. Num mercado 20 no qual as concessionárias brigam cada vez mais por espaço, estar bem estruturado e equipado é sem dúvida um diferencial que não se pode negligenciar. A rápida evolução dos veículos nos últimos anos tornou a necessidade de estar bem provido de equipamentos e ferramentas uma constante no setor de reparação. “Hoje, para diagnosticar e identificar o problema é necessário usar um scanner para fazer a leitura, o que era impensável há 20 anos. Se a oficina não se modernizar não é possível fazer a manutenção nos veículos mais modernos”, argumenta Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios) e Sindirepa-SP. Em geral, acredita-se que menos da metade das mais de 90 mil oficinas no Brasil estejam adequadamente equipadas com ferramentas e equipamentos de serviço. Antônio Simão Domene, proprietário da oficina Auto Check-Up e ex-instrutor do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), calcula que as oficinas que contam com boa estrutura de equipamentos e ferramental não cheguem a representar nem 30% do total de estabelecimentos no País. “No Estado de São Paulo, acredito que esse número aumente para cerca de 50%. Acho que mais ou menos a metade das oficinas paulistas deve ter pelo menos um scanner para diagnóstico e outros equipamentos essenciais de manutenção. Porém, em alguns outros Estados, a situação chega a ser bem problemática [devido à fraca estrutura dos estabelecimentos]”, diz o empresário. Fiola também reconhece a falta de estrutura das oficinas em determinadas regiões do País. Mas, para o presidente do Sindirepa, uma questão tem tornado ainda mais difícil a estruturação das oficinas: “O problema é que ainda faltam linhas de crédito específicas para os empresários da reparação que encontram dificuldade em obter capital para investir em novos equipamentos. Há oficinas modernas, mas outras ainda não se modernizaram”, salienta. O presidente da entidade explica que o reparador, na grande maioria, é microempresário e ainda precisa arcar com o parcelamento do valor dos serviços aos clientes, com o alto custo do aluguel do imóvel (onde funciona a oficina), bem como com a folha salarial, entre outras despesas fixas. “[Logo,] é necessário ter uma boa gestão para programar a compra de equipamentos”, aconselha Fiola. Domene recomenda que se observe o tempo de amortização de um equipamento ou ferramenta antes da compra. “A verdade é que os mecânicos se endividam para comprar ferramentas; muitos deles porque adquirem um produto sem ter demanda de serviço suficiente para amortizar a dívida. Na Auto Check-Up, compramos, recentemente, um analisador de gases automotivos [que é um equipamento caro], mas nossos clientes pediam isso. Havia demanda. É isso que precisa ser levado em consideração”, adverte o reparador. Outra questão que o proprietário da Auto Check-Up ressalta é referente à rapidez com que os equipamentos ficam desatualizados. “Existem equipamentos que foram feitos especificamente para Chevrolet Monza e que hoje estão obsoletos, usados apenas por oficinas específicas para atender esse tipo de veículo. Trata-se de um equipamento que não é vantajoso ter no estabelecimento. Não adianta sair comprando tudo, é preciso se equipar com cautela”, diz. Essa atenção na hora de comprar um equipamento é recomendada até mesmo pelo próprio fabricante de produtos. Fernando Ferreira, responsável pelos conteúdos de marketing e de divulgação técnica da Raven Ferramentas, aconselha que o reparador inclusive pesquise os preços das ferramentas de serviços em diversas lojas físicas e pela internet. “Há uma grande variedade de preços no mercado. Por isso é importante buscar mais de uma opção de fornecedor. Pesquisar em sites de Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios) e Sindirepa-SP compra específico para o setor pode ser uma boa maneira de encontrar o melhor preço. O que vale a pena é o reparador procurar bem antes de fechar a compra”, diz o porta-voz. E as dicas não param por aqui. Ferreira, no entanto, aconselha aos reparadores não levarem em consideração apenas essa questão do custo de uma ferramenta, mas pesar também a qualidade de cada produto. “É imprescindível o reparador analisar o que é oferecido além do produto, como manual e suporte técnicos, entre outros serviços de pós-venda”, alerta. De olho no futuro A cada dia, a necessidade de estar bem equipada é maior para as oficinas. No futuro, essa pode ser uma questão de sobrevivência no mercado. “Há muita coisa nova chegando à medida que os carros evoluem. Este ano, visitei a Autopromotec, na Itália, e vi uma infinidade de equipamentos para as oficinas. Há muitas novidades nas áreas de mecânica e funilaria e pintura. Já ouvi 21 Capa falar até de calibrador de sensor”, conta Fiola. De olho nesse cenário, algumas empresas devem aumentar a oferta de ferramentas nos próximos anos – elas estão apostando que as oficinas vão querer estar mais bem equipadas num curto período de tempo. A Bosch dá um exemplo claro disso. A empresa, que já atuava na fabricação de equipamentos para os serviços de manutenção, está apostando em um novo nicho de mercado: o de ferramentas. A companhia comprou, recentemente, a SPX Service Solutions, fabricante norte-americana de ferramentas e equipamentos de diagnóstico automotivo, pelo valor de US$ 1,15 bilhão. “Uniremos nosso know-how e nossa experiência neste mercado em crescimento. Nosso objetivo é ser o principal fornecedor mundial de soluções de diagnóstico para todas as montadoras de veículos”, disse Robert Hanser, presidente mundial da divisão Automotive Aftermarket da Bosch, na época do anúncio de compra da companhia. Segundo Clécio Sanches, gerente de Marketing para o Brasil da divisão de Reposição Automotiva da Robert Bosch, as atividades de negócios da SPX foram integradas à divisão Automotive Aftermarket da Bosch. De acordo com o executivo, a combinação dessas áreas de competência dará à Bosch uma gama maior de clientes e um portfólio mais amplo, e abrirá novas oportunidades de mercado. “A intenção da Bosch é atender tanto pequenas quanto grandes oficinas, assim como as concessionárias também. É importante dizer que uma oficina bem equipada se iguala a um concessionário na prestação de serviços”, afirma. 22 Fotolia.com w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Além da Bosch, o Taitra (Conselho para Desenvolvimento do Comércio Exterior de Taiwan) anunciou, em meados deste ano, a intenção de algumas empresas taiwanesas fabricantes de ferramentas de se instalar no Brasil. Até agora, nada mais concreto foi divulgado. Quanto custa se equipar? Estar bem equipado custa caro. O presidente do Sindirepa explica que esse custo é variável de acordo com o tamanho da empresa. Segundo ele, o investimento mínimo para uma oficina estar bem estruturada, pelo menos com os equipamentos necessários e essenciais, parte de R$ 100 mil. “O investimento tem se tornado cada vez maior devido à necessidade das empresas estarem mais estruturadas, ter espaço amplo, contratar mais colaboradores e promover treinamentos para sua equipe de profissionais”, justifica. Segundo Fiola, hoje, no caso das oficinas mecânicas, é necessário ter pelo menos um elevador, compres- sor de ar, equipamentos de diagnóstico, informática, macaco, cavaletes e conjunto de ferramentas básicas para atender clientes-padrão. Já as oficinas de funilaria e pintura precisam de uma rede de ar, cabine de pintura, esticadores, elevador e ferramentas básicas. A Bosch criou um conceito de oficina adequada à prestação de serviços de manutenção e passou a credenciar os reparadores de pequeno porte que se enquadram a esse padrão e possuem ferramentas básicas. Hoje, a rede de empresas credenciadas, chamada de Original Auto Center, conta com 2.588 oficinas. Para conseguir o credenciamento é exigido da oficina no mínimo: dois mecânicos; um elevador; computador; acesso à internet; uma média de atendimento de quatro ou mais veículos por dia e registro da empresa (CNPJ – Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica). Esse seria um padrão mínimo para funcionamento. Respeite a sinalização de trânsito. Aniversário Seis décadas com a mesma energia Daízio Ferreira G eralmente as empresas nascem pequenas, mostram competência, conquistam a confiança do mercado e crescem com o passar dos anos. A GBusch não fugiu à regra, porém, se diferenciou no item “confiança”. Uma prova é que, embora tenha sido criada para atender ao segmento de reposição independente, a qualidade dos produtos fez a empresa tornar-se fornecedora da Volkswagen desde os primeiros anos de existência. Fundada em outubro de 1953, na capital paulista, a GBusch já nasceu com grande know-how da produção de autopeças. Esse conhecimento foi adquirido pelo fundador Guilherme Busch, que posteriormente adquiriu maquinário de uma indústria desativada e montou sua própria fábrica de peças para a linha elétrica automotiva, com portfólio de produtos que incluía dínamos, alternadores e partida. A subsidiária da montadora ale- 24 Divulgação Produtora de peças elétricas, a GBusch completa 60 anos inovando na administração, porém, mantendo a qualidade de produtos e os princípios que a tornaram empresa fornecedora do mercado de reposição mã tornou-se cliente de acessórios, especialmente de macacos sanfonados. Um dos pioneiros da industrialização de autopeças no Brasil, Guilherme Busch teve de percorrer as regiões Sudeste e Sul a bordo de um fusca para apresentar seus produtos às distribuidoras, lojas e oficinas, enquanto Herbert, seu filho caçula, se dedicava à produção. O trabalho de divulgação da empresa era praticamente individualizado, feito de “casa em casa”, devido às dificuldades tecnológicas e financeiras para realizar uma comunicação de massa. Outro fator que tornava o mercado mais disperso era a inexistência de autoelétricos. “Naquela época, todos os serviços eram executados nas oficinas mecânicas”, diz Herbert Busch, o atual presidente da empresa. “Somente a partir de 1957 alguns japoneses instalados no Brasil trouxeram o conceito de autoelétrica e então surgiram as primeiras casas especializadas”, complementa. Divulgação A especialização desse segmento de mercado gerou novo impulso às vendas da GBusch, cuja diretoria decidiu abrir mão da linha de acessórios e se concentrar em peças elétricas. A partir daí Guilherme Busch definiu o segmento como “a menina dos meus olhos”, dando início à expansão da linha de produtos e do campo de atuação da empresa, até atingir todas as regiões do País. Com seriedade na administração e foco na qualidade, Guilherme Busch esteve na direção de sua empresa por 30 anos, período em que os produtos foram reconhecidos no Brasil e no mundo, e exportados para vários continentes, inclusive o europeu. Seu sucessor, Herbert Busch, manteve o mesmo estilo, afinal, a sua trajetória profissional está integralmente ligada à empresa, onde começou aos 14 anos e recebeu o aprendizado no trabalho cotidiano com o pai. Posteriormente outros familiares se integraram à equipe da GBusch, dentre eles o irmão Edgar, os sobrinhos Ernesto, Monica e Rubens, sua filha Verônica e a esposa, Virgínia, que também fez longa carreira na empresa e exerce o cargo de diretora Comercial. A GBusch continua uma empresa familiar, porém, agora passa por um período de mudanças no perfil da administração, com a contratação de executivos do mercado. Instalada numa área de 8.000 metros quadrados, no município de Vinhedo (SP), para onde mudou em julho de 2007, mantém o mesmo nível de qualidade desde a origem. Conta com 700 itens de peças elétricas para reposição com especialidade em kits de reparos para alternador, partida, automático e dínamo. Além de atender o mercado interno exporta para países do Mercosul e da Europa. “Com o mesmo know-how adquirido nestes 60 anos, estamos implementando para 2014 serviços terceirizados na área de usinagem, estamparia e injeção plástica”, revela Virgínia Busch. Dentre as novidades da empresa a diretora Comercial destaca o programa de qualificação profissional de eletricistas. “As palestras são realizadas Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r em parceria com nossos distribuidores. O conteúdo está focado em temas técnicos sobre aplicação e manutenção dos produtos”, enfatiza Virgínia. “Para saber mais basta nos contatar diretamente ou conversar com um dos nossos representantes”, completa. Segundo a diretora Comercial, a GBusch é uma empresa que busca atualização sem jamais perder os valores básicos que caracterizaram sua criação e toda sua história de 60 anos. “Respeito com clientes, representantes, funcionários, meio ambiente e busca incessante pela qualidade de seus produtos e serviços fazem da GBusch uma empresa que valoriza sua tradição mas voltada para o século XXI”, conclui. 25 Eventos – Shanghai w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Automechanika Shanghai 2013 já bate recorde de inscrições Jarbas Ávila A Automechanika Shanghai 2013, Feira Comercial Internacional de Peças, Equipamentos e Serviços Automotivos que se realizará de 10 a 13 de dezembro no New International Expo Centre, em Shanghai, na China, bate novo recorde de expositores nos pavilhões internacionais, onde estarão presentes as principais marcas do setor automotivo mundial. Organizada pela Messe Frankfurt (Shanghai) Co. Ltd. e pela China National Automotive Industry International Corporation (CNAICO), esta será a segunda maior feira mundial Automechanika para peças, acessórios, equipamentos e serviços automotivos, ficando atrás apenas da Automechanika realizada em Frankfurt, na Alemanha. Até o momento, 80% do espaço de exposição da Automechanika Shanghai já foi vendido e um número recorde das principais marcas nacionais e internacionais mostrarão seus mais novos produtos e tecnologias nos setores de Peças & Componentes, Reparo & Manutenção, Acessórios & Equipamentos, Novas Fontes de Energia e Remanufatura. Nova área de peças para veículos comerciais Haverá também uma nova Área de Peças de Veículos Comerciais impulsionada pelo programa Truck Competence, que cobre a cadeia do setor de caminhões, e estará localizada no Salão E7 em resposta ao rápido crescimento do mercado de veículos comerciais, que atingirá um volume estimado superior a 35 milhões de veículos na China até 2015. Esta área receberá o apoio do programa Truck Competence, que cobre toda a cadeia de valor no setor de caminhões, de peças e acessórios, passando por equipamentos para oficinas, reparo e manutenção. Para introduzir expositores chineses ao conceito do Truck Competence e às últimas novidades no mercado de veículos comerciais da China, os organizadores da Automechanika Shanghai, juntamente com a CCVP, organizaram um seminário em junho, que contou com a participação de 30 representantes das principais empresas da indústria, incluindo: Asimco, F-Diesel e Jingang, que participaram do seminário e compar- 28 tilharam suas valiosas opiniões sobre como usar melhor a feira como plataforma para uma melhoria de oportunidades de negócio. Expositores internacionais A Automechanika Shanghai continuará fortalecendo sua posição internacional recebendo o apoio de marcas e organizações líderes no mercado. Este ano, foi necessário destinar dois pavilhões (W1 e W2) para atender à demanda do pavilhão internacional visto que as principais marcas se duplicaram. Dentre os expositores que estarão presentes nestes salões estão: Affinia, BorgWarner, Bosch, Dayco , Delphi, Federal Mogul, Fras-Le, Gates Unitta, Henkel, Hennessy, Mahle, NTN-SNR, Osram, Petro-Canada, Philips, Remsa, Schaeffler, SKF, Valeo, Walker Products, Winhere e ZF. Pavilhões internacionais Os pavilhões internacionais que estarão presentes à mostra são dos seguintes países: França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Coreia, Malásia, Singapura, Espanha, Taiwan, Tailândia, Reino Unido e Estados Unidos, e este ano haverá também a presença do pavilhão da Austrália, completando 14 pavilhões internacionais. Stuart Charity, diretor Executivo da Australian Automotive Aftermarket Association (AAAA) falou positivamente sobre a cooperação entre a Associação e a Automechanika Shanghai: “Estamos felizes em firmar parceria estratégica com a principal feira automotiva do mundo. A Automechanika apresenta aos nossos sócios oportunidades importantes de acesso a mercados internacionais em expansão, como a China. Nós levamos delegações de expositores e compradores a várias feiras Automechanikas pelo mundo há 20 anos, e estamos confiantes de que o pavilhão da Austrália deste ano na Automechanika Shanghai receberá visitantes e compradores de excelente nível”, declarou. A Automechanika Shanghai é uma das 13 feiras Automechanikas que acontecem na África, Ásia, Europa e nas Américas Central e do Sul. Para mais informações sobre a feira, acesse: www.automechanika-shanghai.com / www.automechanika.com Faça revisões em seu veículo regularmente. Estatísticas Fotolia.com w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r O emplacamento de veículos até agosto 2013 A tendência é de crescimento para os próximos meses O Sérgio Duque principais montadoras de duas rodas, antecipando até participação e novidades que serão apresentadas no mês de outubro no Salão das Duas Rodas. Para setembro acredita-se que será mantida a tendência de queda, mas com menor volume geral, com sensível recuperação no segmento de automóveis, considerando que no segmento de comerciais leves o desempenho continua favorável. Veículos comerciais pesados também deverão manter bom desempenho de vendas, seguidos pelo segmento de máquinas agrícolas e implementos rodoviários. emplacamento acumulado até agosto deste ano atingiu 3,5 milhões de novos veículos automotores no País, mais 89 mil máquinas agrícolas e implementos rodoviários, números que não revertem a curva de tendência decrescente já estimada pela Fenabrave para o período, volume que, aliás, registra queda de 21,6% menor do que o mês de agosto do ano anterior, quando 420,1 foram licenciados. O segmento de automóveis, cujos resultados eram estáveis no acumulado até julho, apresentou-se negativo pela primeira vez no ano, se comparado ao mesmo período de 2012. LICENCIAMENTO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES O mercado de caminhões, em recuperação, teve crescimento de 15,5% em Acumulado jan-ago Segmento % Var. relação a agosto de 2012, enquanto o 2013 2012 segmento de ônibus continua em franca recuperação, sendo que, na comparação Automóveis 1.813.611 1.879.780 -3,52 ▼ com julho, esse segmento registrou leve Comerciais Leves 530.825 509.448 4,19 ▲ alta de 1,2%. Caminhões 102.977 91.644 12,37 ▲ Veículos importados responderam por 18,9% de todos os veículos vendidos em Ônibus 23.045 20.098 14,66 ▲ agosto, quase no mesmo nível dos 18,8% Implementos 44.650 34.385 29,85 ▲ do mês anterior. Já o mercado de motocicletas mostrou uma sensível recuperação em relação ao mês anterior, resultado de campanhas de marketing e do estímulo para compras de lançamentos que foram realizados pelas 30 Previsão 2013 2.630.000 760.000 150.000 35.000 70.000 45.479 38.905 16,89 ▲ 65.000 Motos 1.011.534 1.127.719 -10,30 ▼ 1.500.000 Total 3.569.121 3.701.979 -3,59 ▼ 5.210.000 Máquinas Agrícolas Fonte: Licenciamento acumulado Fenabrave. Previsão 2013, estudos Audamec Marketing. Cinto de segurança salva vidas. Respeite a sinalização de trânsito. Transporte com segurança, use a cadeirinha. Fotolia.com Especial Conquistar é melhor do que atrair A palavra-chave para a boa estruturação dos negócios tem sido a fidelização de clientes; apostar nessa estratégia é mais vantajoso do que apenas captar novos consumidores Weslei Nunes e Cléa Martins N o mundo automotivo, manter a clientela tornou-se tão importante quanto conquistar novos compradores. Pelo menos é assim que muitas empresas têm conquistado o mercado de reposição. As concessionárias dão um exemplo disso. Os prazos estendidos de garantias, oferecidos para veículos novos, não deixam de ser uma 32 forma de manter o cliente sempre – no modo popular de dizer – bebendo por mais tempo da mesma fonte. Nesse sentido, as redes independentes do aftermarket também entendem a importância de se manter o cliente. “A fidelização é uma necessidade de todas as empresas que querem permanecer no mercado. Recuperar um cliente perdido é muito mais caro do que atrair um novo comprador. Assim entendo que devemos ir além de fidelizar o cliente, mas encantá-lo de modo que venha a fazer indicações positivas da empresa às pessoas de seu ciclo de convivência”, diz Maurício Braz, diretor-geral da Autozone no Brasil. Para Roberto Carbone, gerente de Vendas do Aftermarket Automotivo da Schaeffler Brasil, hoje em dia a Divulgação fidelização de cliente é algo comum para diversos estabelecimentos, como pizzarias, lavanderias, postos de gasolina, companhias aéreas, e todos têm o mesmo foco: agradar o cliente por sua lealdade, por meio de benefícios exclusivos, para que o relacionamento entre ambas as partes seja o melhor e mais longo possível. “Essa estratégia, que se consolida cada vez mais nos mais diferentes ramos, também está presente em nosso setor [de reposição], afinal, a fidelização é resultado de um combinado de produtos de qualidade e pós-vendas, e quando isso é bem feito pela marca, o cliente fica satisfeito e torna-se fiel”, afirma. Fidelizar é importante, mas é preciso saber por onde começar, criar uma estratégia eficaz. No site Administradores.com, que disponibiliza conteúdo on-line voltado à administração de empresas, a especialista em marketing de serviços, Daniela Santos, explica, em artigo, que nenhuma empresa pode satisfazer todas as necessidades de todos os consumidores e que é preciso concentrar-se em determinados Roberto Carbone, gerente de Vendas do Aftermarket Automotivo da Schaeffler Brasil clientes e fazer todo o possível para conservá-los – elaborar políticas de preços, linhas de produtos e níveis de serviços voltados para o crescimento de sua fidelidade. “Ao mesmo tempo, os executivos têm de fazer com que cada funcionário entenda que sua única razão de existir é encontrar um cliente que queira pagar por seus produtos/serviços”, escreve. Para a articulista, é mais fácil e barato manter do que conquistar novos clientes. Segundo ela, as empresas brasileiras também têm constatado, na prática, que a manutenção de um público cativo possibilita retorno mais significativo e rápido para os negócios. “Não se trata de abandonar a prospecção de novos negócios, o que é fundamental para qualquer empresa, de qualquer setor, em qualquer mercado. Ao contrário, estratégias de fidelização baseadas no planejamento e na criatividade criam benefícios para o público. Em outras palavras, um cliente satisfeito e fiel traz outro”, complementa. Mas como? A criatividade tem sido o caminho para a fidelização de clientes no aftermarket. “É preciso colocar as boas ideias em prática. Um cadastro do cliente bem completo já é um início. Existem ações mais caras [para as oficinas], como calendários e folhinhas de mesa para o ano subsequente. No entanto, há ações baratas também, como e-mail marketing, por exemplo”, sugere Pedro Scopino, proprietário da Auto Mecânica Scopino. Segundo Scopino, a oficina que leva seu nome tem oferecido ações diárias com intuito de tornar-se sempre lembrada pelos clientes como o lugar responsável pelo conserto de Divulgação w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Pedro Scopino, proprietário da Auto Mecânica Scopino automóveis. “São ações que remetem à empresa, como a aplicação de adesivos no para-brisa, lixeirinha na alavanca de câmbio e chaveiro (esse é o chamado kit Scopino). Há também outras ações em datas comemorativas, como Dia dos Pais, das Mulheres, das Mães, aniversário do cliente etc. E brindes: calendários e etiquetas de óleo”, conta. Na Schaeffler, Carbone explica que a companhia tem dado atenção especial aos serviços de pós-venda. “Contamos com uma área de assistência técnica especializada, que oferece todo o suporte ao cliente, seja por meio de materiais técnicos, palestras, treinamentos, além de atendimento por e-mail ([email protected]) e pelo telefone (0800 11 10 29). Com isso, podemos construir uma rede muito valiosa com nossos clientes, onde o relacionamento entre ambas as partes se fortalece cada vez mais e proporciona a empresa conhecer seus clientes e assim oferecer soluções que vão ao encontro de suas necessidades.” 33 w w w. re v i s t a m e rc a d o a u to m o t i vo. c o m . b r Especial Dicas de quem busca fidelizar a clientela no dia a dia: •• Conheça o cliente: quando se conhece o cliente é possível ter noção de suas principais necessidades e do seu perfil e, a partir dessas informações, atendê-lo de maneira mais especial. Para isso, a dica dos especialistas é coletar os dados tradicionais do cliente, como nome, endereço e telefone, e criar um histórico de compras ou serviços solicitados. Com estas informações você pode estabelecer um canal de comunicação com o cliente, oferecendo produtos, serviços e promoções de maneira personalizada. Mas vale lembrar a importância da moderação: não exagerar na quantidade de perguntas ou na tentativa de contato. A questão criatividade também não é tratada de forma diferente na Autozone. Segundo Braz, a empresa estabelece uma relação transparente com seus clientes, informando a peça correta para o veículo e se realmente é necessária a sua troca. “Os AutoZoners [como são chamados os colaboradores da empresa] são treinados para dar o que chamamos de ‘conselho confiável’, ou seja, retribuem a confiança depositada neles, buscando atender às necessidades de nosso cliente da melhor maneira possível. Além disso, disponibilizamos alguns serviços gratuitos, que tem como principal intenção reforçar nosso relacionamento com o cliente, como: teste e recarga de baterias, teste de alternadores, scanner de motor, além de pequenas instalações (como limpadores de para-brisa e lâmpadas)”, conta. Na prática A fidelização nada mais é senão um marketing de relacionamento. Logo, 34 •• Crie relacionamento: após conhecer o cliente, tudo fica mais fácil e a troca de informações mais natural e proveitosa. Os empresários do setor aconselham que o cliente tenha a oportunidade de fazer reclamações ou sugestões. Isso é proveitoso para ambas as partes. Canais de comunicação pela internet ou pelo telefone podem ser boas ferramentas. O chamado feedback do cliente, que é a opinião do comprador sobre a empresa, é sempre importante. Por isso, procure meios de perguntar o que ele achou do atendimento e dos serviços da companhia. Isso o fará se sentir respeitado e cliente de uma empresa que procura atendê-lo bem. Brindes são outra excelente estratégia para cativar. exige análise estratégica. Os empresários do mercado de reposição e reparação ressaltam que para colocar em prática qualquer ação desse tipo é preciso ter alguns cuidados e lembrar que cada cliente tem uma necessidade específica e que o estabelecimento não pode atendê-las em sua totalidade, mas pode prestar um atendimento pessoal diferenciado. Carbone não vê pontos difíceis ou problemáticos na criação de estratégias de fidelização e relacionamento com a clientela. Para ele existem apenas alguns desafios que exigem atenção, como, por exemplo, ter em vista que, à medida que o nível de entrega de serviços aumenta, o cliente vai sempre esperar por mais novidades. “Isso demandará que a empresa esteja em constante atualização e apresentando inovações e aumentando seu nível de eficiência, o que certamente resultará em benefício para a própria organização”, explica o executivo. No cotidiano, todos são clientes. Por isso, Braz acredita que as estratégias de relacionamento podem partir das próprias experiências e de como o empreendedor gostaria de ser tratado quando vai a algum estabelecimento comercial. “Então, ao pensar no seu negócio, imagine-se como alguém que entra pela primeira vez em seu estabelecimento. É um exercício que, apesar de parecer simples, é difícil de realizar na rotina diária. Estamos tão focados em nossas rotinas, objetivos de vendas, problemas que demandam soluções urgentes, relacionamento com fornecedores, sistemas etc. que tendemos a nos esquecer da simples experiência de compra. Assim, coloque-se no lugar do cliente e tente identificar qual a expectativa que ele tem em relação a cada passo de seu processo e trabalhe com foco em atender suas necessidades”, aconselha. 493 493 401 479 1020 471 777 686 1008 910 602 1018 1012 743 642