Nova abordagem da endocardiose valvar mitral em cães
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Nova abordagem da endocardiose valvar mitral em cães
Nova abordagem da endocardiose valvar mitral em cães MV. Msc. PhD. Ronaldo Jun Yamato NAYA Cardiologia Veterinária A endocardiose valvar mitral (EVM) é a mais frequente cardiopatia adquirida que acomete os cães de raça de pequeno porte, tais como o Pinscher, o Maltês, o Lhasa Apso, o Shi-Tzu, o Fox Paulistinha, entre outras, incluindo os cães sem raça definida. Porém, três raças apresentam alta probabilidade de desenvolverem a EVM, sendo os Cavalier King Charles Spaniels, os Poodles e os Dachshunds. Esta valvopatia adquirida é de etiologia desconhecida e pode acometer os cães a partir de 4 a 5 anos de idade, sendo que as manifestações clínicas de insuficiência cardíaca podem ter início aproximadamente a partir dos 8 anos de idade. No ano de 2009, o “American College of Veterinary Internal Medicine”, através de uma comissão formada por médicos veterinários diplomados em cardiologia pelo mesmo colégio, propôs novas diretrizes baseadas na medicina humana, para a abordagem, o diagnóstico e o tratamento da EVM em cães. Segundo as diretrizes, a endocardiose atualmente é divida em quatro estágios à saber: - Estágio A: neste estágio incluem-se os cães com alto risco de desenvolver a endocardiose, mas sem lesão em estruturas cardíacas. Os cães da raça Cavalier King Charles Spaniel, Poodle e Dachshund, devem ser incluídos neste estágio. - Estágio B: nesta fase, são considerados os pacientes com lesão em estruturas cardíacas, mas que nunca desenvolveram manifestações clínicas de insuficiência cardíaca congestiva. Este estágio é divido em dois, o estágio B1 que são pacientes sem evidências de remodelamento cardíaco (sinais de cardiomegalia) ao raio-x ou ecocardiograma, e o estágio B2 que são os animais com evidências de remodelamento cardíaco ao raio-x ou ecocardiograma. - Estágio C: no estágio C são incluídos os animais com manifestações clínicas ou que já apresentaram manifestações clínicas de insuficiência cardíaca congestiva, associado a lesões em estruturas cardíacas. Os animais neste estágio podem necessitar ou não de terapia intensiva (internação), conforme a gravidade das manifestações clínicas de insuficiência cardíaca congestiva. - Estágio D: são considerados neste estágio os pacientes em fase final da doença, com manifestações clínicas de insuficiência cardíaca congestiva causada pela endocardiose, e que são refratários à terapia convencional. Os animais neste estágio podem necessitar ou não de terapia intensiva (internação), conforme a gravidade das manifestações clínicas de insuficiência cardíaca congestiva. Na abordagem terapêutica dos cães com a EVM, segundo as diretrizes, os animais no estágio A e B1 nenhuma terapia farmacológica deve ser instituída e nenhuma mudança na dieta deve ser realizada, porém nos pacientes em estágio B2 o início da terapia é discutida, sendo que a maioria dos membros do consenso iniciam a terapia com inibidores da enzima conversora de angiotensina e discreta restrição de sódio na dieta, sendo que a palatabilidade e níveis adequados de proteína e calorias devem ser mantidos nesta dieta. No estágio C, existe a indicação do início do tratamento com os seguintes grupos de fármacos: os diuréticos em quadros congestivos (ex: furosemida), os inibidores da enzima conversora de angiotensina (ex: maleato de enalapril), os inodilatadores (ex: pimobendam) e os - bloqueadores, sendo que este último grupo de fármacos, não existe um consenso geral sobre qual tipo de fármaco a utilizar. A dieta, no estágio C, deve conter uma restrição moderada de sódio e níveis adequados de proteínas, sendo que as dietas formuladas para nefropatas devem ser evitadas. 1 Na terapia dos animais em estágio D, as recomendações são as mesmas para o estágio C, porém sugere-se a adição da espironolactona e doses mais altas de furosemida e mudanças nas vias de administração da mesma. Recomenda-se também a utilização dos - bloqueadores, mas com muita cautela. Com relação à utilização de um terceiro diurético (ex: hidroclortiazida), o aumento da dose do pimobendan, a utilização ou aumento da dose da digoxina, a utilização do citrato de sildenafil, a continuidade ou não do uso dos - bloqueadores, a utilização de antitussígenos e de broncodilatadores, é discutida e não existe um consenso de todos os membros. As recomendações dietéticas são idênticas aos pacientes em estágio C da doença. Deve-se ressaltar que o objetivo do tratamento dos animais acometidos pela EVM, não é curativo e sim aumentar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida destes pacientes. O prognóstico da EVM é de reservado a mau, sendo o mesmo relacionado ao estágio da doença no momento do diagnóstico. 2
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