Espaço Solidário nº. 28
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Espaço Solidário nº. 28
espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 CUSTO: 0,01€ pessoas a sentirem pessoas 2 Obra Diocesana de Promoção Social Obra em 3D dignidade, determinação e dinamismo Sumário 04 - Editorial Manuel Amial 05 - Mensagem do Bispo do Porto 14 - Discernir os Sinais do Tempo – Uma proposta à ODPS Professor Eugénio da Fonseca – Presidente Caritas Portugal 28 - Caminhando Maria Teresa Souza-Cardoso 31 - Louvor e Reconhecimento Sua Revª. D. Manuel Clemente Conselho de Administração 16 - Pensamento, Razão e Coração 06 - Serviço e Afectos Professor João Alves Dias 32 - A acção Faz a Obra Américo Ribeiro Emanuel Cunha 17 - *VUÅP[\HSPKHKLL+PZJLYUPTLU[V 08 - Silêncio e Palavra Padre José Maia 34 - Dia do Idoso Confhic 09 - Envelhecer Sonhando Padre Lino Maia 10 - A Ecologia da Afectividade Professor Daniel Serrão 12 - Me Despertas para uma Vida Mais!... Confhic 13 - O Rosto da Humanidade D. Pio Alves - Bispo Auxiliar do Porto João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho 18 - Peregrinação ao Santuário de Fátima 37 - Centro Social do Lagarteiro João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho 19 - Esperança Renascida Luísa Preto 38 - Mensagens do Espaço Solidário Cónego Rui Osório 20 - Aspectos Negativos do Nosso Tempo 39 - Amigos em crescendo! Frei Bernardo Domingues, O.P. 24 - Férias com Obra – Páscoa 2012 João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho Ficha Técnica Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro Pimenta Direcção/Redacção: Manuel Pereira Amial Propriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção Social Colaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Dra., Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.com Periodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da Juventude Sede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555 Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 3 4 Manuel Amial Os sacrifícios estão a sofucar a sociedade portuguesa! Obra Diocesana de Promoção Social Editorial O povo saiu à rua no passado dia 15 de Setembro, de forma massiva, indignado com as últimas medidas anunciadas pelo Governo, que penalizam de forma brutal a classe trabalhadora e ultrapassam o limite aceitável para os sacrifícios. Sem se ver uma luz ao fundo do tunel, sem uma ideia motivadora para os JPKHKqVZtT\P[VKPMxJPSHJLP[HYTLKPKHZJYLZJLU[LZKLH\Z[LYPKHKLX\LHÄUHSUqV têm vindo a dar o resultado esperado e têm contribuido para aumentar ainda mais o fosso do desemprego e o empobrecimento dos cidadadãos, especialmente os de menores recursos. Precisamos urgentemente de medidas que visem o desenvolvimento, que valorizem o trabalho e a produção, que criem emprego e que retirem o país de uma miséria anunciada. Nós que vivemos no seio da sociedade, que conhecemos as suas necessidades mais básicas e que sentimos que as instituições estão a esgotar as suas capacidades de resposta a cada vez mais pedidos de ajuda, sentimos que a paciência do povo está a esgotar-se. Que se tirem as necessárias conclusões antes que seja tarde, que a paz social volte à nossa vida coletiva, que se acenda nas pessoas a luz da esperança e que se tomem medidas motivadoras, exemplares, justas e equitativas que galvanizem os cidadadãos deste País para um objetivo claro de defesa de Portugal e dos Portugueses! Mensagem D. Manuel Clemente Bispo do Porto Com Setembro voltam as actividades normais, no ritmo geral da sociedade. Também assim na nossa Obra Diocesana, tão presente que está na cidade e na vida de muitos dos seus habitantes, de todas as idades e condições, com especial atenção a quem mais dela precisa: e são tantos! Para o “Espaço Solidário”, seguem dois votos, ligados ao seu bonito nome: Que seja “Espaço”, isto é, ocasião literária de encontro vivo, testemunhos concretos, mensagens mobilizadoras. Precisamos muito de “espaços” onde nos revejamos no melhor que transportamos, de ideal cristão e vontade de servir! Um “espaço” assim, aberto em cada número da publicação, é muito estimulante para todos os membros e amigos da Obra Diocesana de Promoção Social. Depois, que seja “Solidário”, como sempre procura ser. :VSPKHYPLKHKLZPNUPÄJH\UZJVTVZV\[YVZL\UZ WHYHVZV\[YVZZLTLZX\LJLYUPUN\tT :PNUPÄJH JVUZJPvUJPH KL X\L UqV ]P]LTVZ ULT podemos viver sozinhos e só em conjunto poderemos prosseguir. Assim é sempre e muito particularmente agora, nas presentes condições sociais. ( ZVSPKHYPLKHKL t V UPJV JHTPUOV L HTHPZLZ[PT\SHU[L¸ZHxKH¹WHYH\TM\[\YV Q\Z[VKPNUVLJYPH[P]V + Manuel Clemente Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 5 6 Obra Diocesana de Promoção Social Momento do Presidente Américo Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da ODPS Serviço e afectos Serviço e afectos, na minha JVTV\T[VKV\UPÄJHUKVLPUJVYWVYHU- ZH[PZMHsqVWHY[PSOHKVZ do diversos aspectos e processos inter- perspectiva, constituem uma dupla indissociável, integrando-se de modo :LY]PsV L HMLJ[VZ JVUÄN\- -relacionados; existe uma visível relação transversal e completando-se recipro- ram a proposição do bem-estar, onde de interdependência entre processos camente. se interligam e interagem várias par- cognitivos e processos emocionais. tes, nas quais estão os colaboradores O serviço, isto é, a acção de e as diferentes posições, que ocupam É muito importante pensarmos ZLY]PY KL ZL KHY JVT KLKPJHsqV UH OPLYHYX\PH WYVÄZZPVUHS L VZ JSPLU- nesta matéria WHYH JVUZ[Y\PYTVZ KL ZH[PZMHaLY ULJLZZPKHKLZ WLKP- tes. Estes recebem o serviço e, quase progressivamente, \TH TH[YPa Q\Z[H KVZ JVU]VJHsLZ KLZLTWLUOHY que involuntariamente, destacam-no correcta e sadia de vida pessoal e M\UsLZJ\TWYPYKL]LYLZ¯[LTKL pelo campo dos afectos; X\HU[VTHPZ ZVJPHS de conhecimento social e hu- LZ[HY PTWYLNUHKV KL HMLJ[VZ WHYH HMLJ[P]PKHKL, entendendo esta como mano LT X\L VZ HMLJ[VZ LTVsLZ LUJVU[YHY ZLU[PKV YHaqV ZVSPKLa o conjunto dos seus aspectos valora- L ZLU[PTLU[VZ ZL JVUNYLNHT LT JVY¯ WHYH ZL JVU[L_[\HSPaHY UH tivos, MVY H[YPI\xKH n HJ[P]PKHKL V\ L_WYLZZqV KL HTVY WLSVZ V\[YVZ ]PKHZLYJVTWVULU[LKLZ[HLLUYP- HJ[P]PKHKLZ presentes num determi- que tudo consegue, que tudo supera, X\LJvSHZPZ[LTH[PJHTLU[L nado momento, THPVY ZLYm V xUKPJL sabendo que a nossa sobrevivência KL JVU[LU[HTLU[V KL HSLNYPH X\L psicológica se fundamenta nas relações Pensando na nossa instituição, WYV]VJH Então, ambas as partes são interpessoais. Obra Diocesana de Promoção Social, contagiadas pela afectividade, saindo o sector do serviço inscreve uma enor- ILULÄJPHKHZ Nesta conjuntura, todos os HJ[VZ WYVJLKPTLU[VZ L KPMLYLU[LZ TLLKP]LYZPÄJHKHNHTHKLHJ[P]PKHKLZ que o caracterizam e lhe colocam a Na afectividade envolve-se a so- YLZWVUZHIPSPKHKLZKVZJVSHIVYHKV- JOH]L KH JVLZqV LÄJPvUJPH L X\H- lidariedade e na solidariedade envolve- YLZHZZ\TLTKLZ[HJHKVWHWLS con- SPKHKL VIQLJ[P]HUKV ILULMxJPVZ L -se a afectividade. A mente funciona tribuindo para esse valor qualitativo gru- Quanto mais afectividade for atribuída à a maior será o índice de c pal ou colectivo, que se deseja alcançar ;LTVZ KL ZLY TVKLSVZ WV- acompanha de perto o seu percurso, e sustentar. Esta visão UqVZLJVTWH- ZP[P]VZ KL HMLJ[V JVTWYLLUZqV L MHa \TH NLZ[qV VYsHTLU[HS WVY KLJL JVT WHZZP]PKHKL V\ HJVTV- YLZWLP[V MVYTHHKPZWVUPIPSPaHY\TKVUH[P]V X\LHWLZHYKLHVZZL\ZVSOVZSOL KHsqV mas sim prescreve progresso, Z\JLZZVLJVUÄHUsHUVZLY]PsVX\LZL Estou certo de que todos os desenvolve. A experiência, aliada à von- colaboradores/trabalhadores [HKLYLZWVUZHIPSPKHKLLJVUÄHUsHHIYL dem bem esta máxima, se situam em enten- VWVY[\UPKHKLnYLJVUZ[Y\sqVLPU[LUZPÄ- sintonia com ela e que tudo fazem para cação de afectos e estes, por sua vez, a conquistar e perpetuar. É assim que actuam como factores motivacionais. pensam e actuam as pessoas de bem! WHYLJLY YLK\aPKV WHYH U}Z KLZLU]VS]L\TNYHUKLLZ[xT\SVJVUMVY[V LJVU[LU[HTLU[V Serviço e afectos fazem T\KHUsHLTI\ZJHKHMLSPJPKHKL serviço e afectos HJVTWHUOHTH]LYKHKL Os afectos, tais como o cari- Por outro lado, ZPTWSLZ NLZ- serviço e afectos WYVTL[LT L JVT- UOVHHSLNYPHHNYH[PKqVVLSVNPV [VZLVYPLU[HsLZKL]PKHWLSHWHY- WYVTL[LT JHKH ZLU[PTLU[V JHKH V LUJVYHQHTLU[V H JVU[LTWSHsqV [L KL HTPNVZ ILUMLP[VYLZ L V\[YVZ PTW\SZV L JHKH HJ[V O\THUV L MH- V ZVYYPZV V HIYHsV H WHSH]YH HTP- dão-nos quadro sublime de afectos e aLTKLZ[LZ\TWYHKV]LYKLQHU[LKL NH H JOHTHKH KL H[LUsqV H LZ[P- MHaLTUVZYLÅLJ[PYWLSH]P]vUJPHLLTV- NLU[PSLaHS\JPKLaJVTWHUOLPYPZTV TH H ]HSVYPaHsqV KL WVYTLUVYLZ ção, o quanto são importantes. LO\TPSKHKL V ZLU[PYZL ILT JVUZPNV TLZTV¯ LT JVU[L_[V KL [YHIHSOV MHaLT H (WLUHZ \T L_LTWSV ZPUNLSV KPMLYLUsH ]vLT M\[\YV JVUZ[YVLT LJVUJYL[VX\LWYV]HLZ[HKPZWVZP- M\[\YV L KqV H ZLYLUPKHKL L H LZ- ção: determinado benfeitor, WHYHL_HS- [HIPSPKHKL ULJLZZmYPHZ WHYH V IVT [HYV]HSVYKH6+7: pelo serviço que M\UJPVUHTLU[V KL JHKH KLWHY[H- presta à comunidade e demonstrar que TLU[VLWHYHHKPUoTPJHNLYHS tal não lhe passa despercebido, pois :qVHMVYsHTV[YPaKV[LTWV e do coração! à actividade ou actividades, e contentamento, de alegria, que provoca. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 7 8 Obra Diocesana de Promoção Social CONFHIC Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição Silêncio e palavra: caminho de evangelização :\YWYLLUKLUVZHTLUZHNLTKL)LU[V?=0WHYHHV+PH4\UKPHSKH*VT\UPJHsLZ:VJPHZKLZ[LHUV 7LSHKPÄJ\SKHKLLTSLYTVZ[\KVX\HU[V KLZLQHTVZ WLUZmTVZ WHY[PSOHY HSN\THZ L_WYLZZLZX\LX\LZ[PVUHTLZ[LO\THUVLJV[PKPHUVWYVJLZZVV\ZLQHHJVT\UPJHsqV,X\L[LTT\P[VH]LYJVTVX\LZVTVZL MHaLTVZX\HSX\LYX\LZLQHVJHTWVKLTPZZqV Silêncio e palavra são dois momentos da comunicação que se verdadeiramente importantes. Quem sou eu? Que posso saber? Que devo fazer? Que posso esperar? devem equilibrar, alternar e integrar entre si, para se obter um diálogo au- Fala-se e escreve-se muito sobre o ministério da escuta. De facto, esta têntico e uma união profunda entre as é a grande procura das pessoas: encontrar alguém que acolha, escute e…em pessoas. Quando palavra e silêncio se tom menor. excluem mutuamente, a comunicação Estamos cansados do ruído e da futilidade das palavras. deteriora-se ou cria um clima de indi- Escutar e dizer, silenciar e falar é particularmente importante para os ferença; quando, porém, se integram reciprocamente, a comunicação gaUOH]HSVYLZPNUPÄJHKV O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, evangelizadores que o nosso tempo precisa. ;VSLU[PUV4LUKVUsHUV,SVNPVKV:PSvUJPVHÄYTHX\LHWHY[PSOHKLZ[L grandioso património do silêncio é um dos grandes contributos que a experiência religiosa poderá oferecer à cultura de hoje. A arte do silêncio é uma aprendizagem de primeira necessidade. Místicos e pensadores provocam-nos com poucas palavras: escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos. i UV ZPSvUJPV X\L ZL PKLU[PÄcam os momentos mais autênticos da comunicação entre aqueles que se Àquele que conhece Deus faltam-lhe as palavras. ( Rumi- persa do sec..XIII) Não é bastante ter ouvidos para ouvir…é preciso também que haja silêncio dentro da alma. (A.Caeiro) O silêncio é o único amigo que não nos atraiçoa. (Confucio) amam: o gesto, a expressão do rosto, o corpo, enquanto sinais que manifes- Na sua contínua busca de caminhos novos para uma evangelização re- tam a pessoa. No silêncio, falam a ale- novada, quis o Papa, sábio e vigilante aos tempos e aos seus sinais, questionar- gria, as preocupações… -nos para o retorno da pedagogia sempre nova da Palavra. É necessário criar um ambien- <THYLÅL_qVH[LU[HWLYTP[LUVZYLKLZJVIYPYHZNYHUKLZYLZWVZ[HZKVZ te propício, quase uma espécie de silêncios de Deus e de Jesus. Basta recordar o grande silêncio de Jesus, diante «ecossistema», capaz de equilibrar si- da pergunta de Pilatos: O que é a verdade? lêncio, palavra, imagens e sons. O silêncio é precioso para favorecer o necessário discernimento entre os inúmeros estímulos e as muitas respostas que recebemos, jus[HTLU[L WHYH PKLU[PÄJHY HZ WLYN\U[HZ Parafraseando Rubem Alves: Para mim Deus é isto: HILSLaHX\LZLV\]LUVZPSvUJPV Padre Lino Maia Envelhecer Sonhando i LKPÄJHU[L V YLQ\]LULZJPTLU[V dos avós que vêem nascer e crescer um síveis ou as circunstâncias os aconse- tHSPmZVZL\]LYKHKLPYVT}IPS lham. E enquanto há tempo para o neto: repentinamente as suas experiên- Ninguém ousa duvidar: o ideal sonho, para a fruição e para a partilha cias são potencializadas, os afectos re- seria que os idosos pudessem manter- é bom, agradável e salutar viver. E por nascidos, os espaços redimensionados, -se com gosto naquilo que com gosto isso, é tarefa de todos fazer da vida o os projectos de vida retomados e os so- LYN\LYHT!UHJHZHX\LLKPÄJHYHTJVT gosto de viver. nhos alimentados com novos cambian- a companhia daqueles que geraram, sa- [LZLUV]VZKLZHÄVZ;\KVÄJH[Y\UJHKV boreando afectos a que se devotaram, porém, quando esses idosos, depois, apreciando frutos das causas a que se E uma boa proposta a aprofun- se vêem coagidos a procurar um novo dedicaram, calcorreando caminhos que dar poderá ser a de mobilizar voluntários, lar que lhes é absolutamente estranho e abriram, alimentando relações que de- também jovens, que dêem tempo aos que, enquanto casa de idosos, é perma- senvolveram. idosos. Nas suas casas ou nos centros Algumas experiências vêm sendo desenvolvidas. nente evocação da sua decrepitude. È a 5qV]qVSVUNLVZ[LTWVZLT e lares. É importante a dádiva de tempo frustração de quem muito deu e por tro- X\LZLKPaPHX\LJVT\T]LSOVX\L para fazer companhia: não são raros os ca recebeu a “carta de despedimento” TVYYPHLYH\THIPISPV[LJHX\LHYKPH carecidos de quem seja eco da sua voz. porque já não fazia falta, foi “descartado” Ter um idoso em casa era uma preciosi- ,\TPKVZVt\TPULZNV[m]LS e não mereceu ser “reciclado”. Doravan- dade. Era o apreço pelos idosos, pelas THUHUJPHS KL L_WLYPvUJPH KL JV- te, para esses idosos não sobra mais suas experiências, pela sua serenidade, UOLJPTLU[V KL ZLUZH[La KL \TH tempo para o sonho ou para o gosto de pela inestimável capacidade de transmi- JLY[HÄSVZVÄHKL]PKH viver. tir valores que constituíam o fabuloso paDizem alguns estudos que os trimónio imaterial de uma comunidade. 7VYX\LUqVSHUsHYV\KLZLU]VS]LY WYVNYHTHZ X\L MH]VYLsHT H residentes em lares de idosos são mais Alguns poderão pensar que es- PUPJPHsqVUHPUMVYTm[PJHKVZPKVZVZ& propensos para a tristeza, para o desâ- ses eram os idos tempos da sociedade Para que eles possam perpetuar de uma nimo, para o desinteresse pela vida ou patriarcal e que os tempos de hoje são forma ágil conhecimentos adquiridos, WHYHVJVUÅP[ViVKYHTHKLX\LTZLU- tempos de desenfreada correria e de experiências vividas, pensamentos ali- te a dureza da solidão num turbilhão de implacável concorrência. É evidente que mentados. E para que possam entrar “muita” gente. E alguns, em alguma vez, os tempos avançam e não recuam e a neste fabuloso mundo da comunicação: já pensaram que melhor seria a sua sorte realidade de hoje não é a realidade de com outros idosos, com outras institui- se mais breves fossem os seus dias. ontem. ções, com o mundo que também é seu Nesses estudos, com conclu- 4HZ JVU[YPI\PY WHYH X\L [V- e que ajudaram a construir. A dádiva de sões nem sempre ajustadas e numa lei- KVZHX\LSLZX\L]P]LTWVZZHT\Z\- tempo, também dos jovens, aliada a pro- tura apressada, conclui-se que os lares MY\PYLHWYLJPHYVTHPVYKVTX\LtH gramas elaborados e apoiados, poderia são um mal, quando, efectivamente, mal ]PKH MH]VYLJLY JVUKPsLZ WHYH X\L fazer verdadeiros milagres. será fazer dos lares a solução para fugir [VKVZVZ]P]LU[LZZVYYPHTUH]PKHL 6Z PKVZVZ ZLU[PYPHT ]VU[HKL a soluções que, por acomodação, não WHYHH]PKHt\TKLZHÄVX\LX\LT KL KLZHÄHY VZ KPHZ WHYH VZ ]P]LY L se quer procurar. Eles são um serviço J\S[P]H H ZVSPKHYPLKHKL KL TVKV HS- [VKVZ S\JYHYPHT JVT [HU[V ZHILY L quando outros serviços não são pos- N\TLUQLP[H,TS[PTHHUmSPZLLZZL L_WLYPvUJPHHJ\T\SHKVZ Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 9 10 Obra Diocesana de Promoção Social Professor Daniel Serrão A Ecologia da Afectividade 1. Não quero ser pretensio- cional, como se chama a este 34xer- voca. Como o samaritano que viu o so mas a palavra ecologia, vem da cício mental, e, então, usada para almocreve ferido e caído na beira da raiz grega oikos X\L X\LYPH ZPNUPÄJHY decidir em muitas situações da nossa estrada e logo o socorreu. Os que casa, morada, habitação. vida diária e, por isso, pode escapar passaram antes usaram o raciocínio Então o nosso tema para este ao controle da parte do cérebro pela JYx[PJVLUHKHÄaLYHT"KVTPUHYHTYH- artigo é este: onde mora a afectivi- qual se exerce o pensamento crítico cionalmente a afectividade, se é que a dade? Onde a poderemos encontrar racional e as decisões são quase só chegaram a sentir em si. para a reconhecer e estudar (logos)? condicionadas pelos afectos. Então o primeiro lugar ou a A afectividade humana sus- Têm alguma razão os neuro- primeira morada da afectividade é o cita nos tempos modernos o maior cientistas e reconhecer-lha decorre cérebro do Homem pois é nele que interesse de análises empíricas que até são se forma a resposta afectiva às cir- simples se estamos atentos. cunstâncias que nos envolvem. Parti- porque neurobiologistas de topo, como Damásio, dedicam ao estudo e investigação dos afectos a Por exemplo, quando nos co- cularmente as que se relacionam com movemos e ajudamos o jovem senta- a vida humana; mas também com as Porquê? do na rua, a quem foram amputados que estão ligadas à vida animal e vegetal. máxima atenção. Porque pensam que a maior os braços, a nossa decisão é essen- parte das nossas decisões é condi- cialmente afectiva e não gastamos cionada pela avaliação afectiva das tempo a raciocinar sobre o que esta- 2. Mas a afectividade é, tam- percepções e pelas emoções que mos a ver. Decidimos imediatamente, bém, um elemento importante do dessa avaliação nascem na consci- pelo movimento interior afectivo que viver social, num aspecto ao qual o ência perceptiva.. A inteligência emo- o que estamos a ver logo nos pro- Papa Bento XVI chamou de Ecologia Neste campo todos temos bons ecologistas e saber o humana. A insistência na ecologia A afectividde social também grande instituição, a Obra Diocesana protectora da natureza e dos seres tem de ter o seu lugar, a sua ecologia. de Promoção Social que o Porto bem vivos animais e vegetais parece que A palavra de ordem para o exercício conhece e respeita e que se dirige relegou para segundo plano a eco- desta afectividade social foi dita por aos que vivem nos vários equipamen- logia dos seres humanos como tais Cristo: amai-vos uns aos outros como tos sociais camarários, tem a marca e como membros vivos do sistema Eu vos amei. A nós cabe-nos fazer PKLU[PÄJHKVYHKHHMLJ[P]PKHKL natural. Também os seres vivos hu- desta palavra uma regra social por via 8\L ZL YL]LSH UH JVUÄHUsH manos têm de ser protegidos do que da prática de uma afectividade cons- serena dos que a dirigem e pela ale- pode ameaçar a sua sobrevivência tante dada aos outros, estejam eles gria dos que distribuem benefícios e bem-estar, como o abortamento e perto ou longe de nós. com sorrisos, e prestam apoios físicos com carinho. E pela forma como a eutanásia. A vida humana é tanto ou mais sagrada que a vida animal 3. Organizações de apoio é respeitada a autonomia dos idosos, e vegetal. Desviamos o traçado de social como a ODPS, que além de dando-lhes informações com afectivi- uma autoestrada para não perturbar apoiar também promove, são uma dade, na qual não cabe nem a arro- o local onde uma estirpe de aves faz expressão perfeita de uma ecologia gância nem o descuido. VZ ZL\Z UPUOVZ WHYH JYPHY VZ ZL\Z Ä- da afectividade, porque no seu tra- Neste campo todos temos de lhos e não ajudamos a mulher que vai balho, esforçado e diário, são oikos, ser bons ecologistas e saber onde abortar porque não tem meios para são lugar, onde a afectividade está encontrar a afectividade. Z\Z[LU[HYVÄSOVX\LPYPHUHZJLYi\T bem instalada e pode ser sempre en- “crime” contra a ecologia humana, da contrada. Cada presença, cada ges- qual se excluiu a afectividade. to, cada serviço que acontece nesta s de ser r onde encontrar a afectividade. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 11 12 Obra Diocesana de Promoção Social CONFHIC Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição Me despertas para uma vida mais! Dou-te graças Senhor Porque me despertas para uma vida +! + \UPÄJHKH+ simples, + sóbria ,+ coerente. Graças ao teu Espírito Tenho razões para me abrir À conversão e à abertura A horizontes novos Cuja novidade és tu mesmo. Graças, porque me dás razões Para vencer a tentação da rotina, Do isolamento e da omissão. Tu és ó Deus a minha retaguarda Me corriges como um pai E me queres como uma mãe! Sinto-te a meu lado, Nas minhas dores e medos E isto me basta! Graças Senhor pelos amigos que me dás, Amigos seguros que me escutam LÄJHTUVZPSvUJPVMLJ\UKV da compreensão recíproca. ¯LV:LUOVYKPZZLTL! Faz da vida uma obra de arte. Cultiva a paz Vive com audácia Cuida a vida, a tua vida e a vida de quantos cruzam teu caminho . Vive com paixão Fala com serenidade E deixa o impossível para Mim!. D. Pio Alves Bispo Auxiliar do Porto O Rosto da Humanidade Num tempo em que vai fazendo caminho a expressão ¸0UZ[P[\PsLZZLT rosto” pedem-me para falar do ¸YVZ[VKH/\THUPKHKL¹. São muitas as expressões, acumuladas ao longo dos tempos, que põem de manifesto a importância, a centralidade, do rosto, da cara nas relações entre as pessoas: “ter cara”, “dar a cara”, “boa cara” … 6YVZ[VHJHYHt¶KPaZL[HTItT¶V¸LZWLSOVKHHSTH¹ De tal modo isto é assim que, fora as situações esporádicas trabalhadas, não é fácil esconder, no dia-a-dia da vida, o que enche ou perturba ou esvazia a nossa interioridade. Por isso, a solução mais segura para “ter boa cara” é estar preenchido: de bondade, de beleza, de perdão, de compreensão, em suma, de virtude cristã e, portanto, humana. A “boa cara” por mais que se pinte não se inventa: em última instância, ou se é ou não se tem! iKLMHJ[V\YNLU[Lcuidar da cara,HSPTLU[mSHUHZZ\HZYHxaLZ Os outros, por mais compreensivos que devam ser, à partida, não têm culpa das supostas razões do nosso mau humor. E, se têm, não será por aí que os vamos curar. :LTWYLLWHY[PJ\SHYTLU[LLTZP[\HsLZPKLU[PÄJHKHZKLJHYvUJPHKLO\THUPKHKL como são, em geral, os utentes das instituições de apoio social, as pessoas anseiam descobrir nos outros razões ou, pelo menos, sinais para a esperança. Recordo umas palavras do Santo Padre Bento XVI no recente Encontro Mundial das Famílias, em Milão: ¸,Z[HTVZJOHTHKVZ¯H]P]LYVHTVYYLJxWYVJVLWHYHJVT[VKVZJVTWHY[PUKVNVaVZLZVMYPTLU[VZHWYLUKLUKV HWLKPYLHJVUJLKLYVWLYKqV¯5\THWHSH]YHMVPUVZJVUÄHKHH[HYLMH KLLKPÄJHYJVT\UPKHKLZLJSLZPHPZX\LZLQHTJHKH]LaTHPZ\THMHTxSPH JHWHaLZKLYLÅLJ[PYHILSLaHKH;YPUKHKLLKLL]HUNLSPaHYUqVZ}JVTH WHSH]YH+PYPHTLSOVYWVYºPYYHKPHsqV»JVTHMVYsHKVHTVY]P]PKV¹. Esta irradiação passa pelo nosso rosto e chega às pessoas, uma a uma e, pela sua soma, à Humanidade. É o caminho inverso da Sociedade sem rosto (das sociedades sem YVZ[VX\LPTW\ULTLU[L]HPZLTLHUKVVNLSVHKLZJVUÄHUsHHUVP[LVPUKP]PK\alismo, o salve-se quem puder. Convencidos da importância da qualidade do rosto, da imagem, não nos resta verdadeira alternativa que não seja a da permanente reconstrução pessoal. E, para um crente cristão, a referência mais acabada e, ao mesmo tempo, mais à mão é Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. ,SLtVTHPZHTm]LSLH[YHJ[P]VYVZ[VKLO\THUPKHKLLWVYPZZVV ]LYKHKLPYVYVZ[VKH/\THUPKHKL E, para os nossos iguais, nós somos o Seu rosto. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 Convencidos da importância da qualidade do rosto, da imagem, não nos resta verdadeira alternativa que não seja a da permanente reconstrução pessoal. 13 14 Obra Diocesana de Promoção Social Professor Eugénio da Fonseca Discernir os Sinais dos Tempos – uma proposta à ODPS O tempo é um dos parado- rem a forma de pressão, dado que as há meios tecnológicos que permitem xos da atual civilização. Há gente que ações a realizar se apresentam como colocar as pessoas, mesmo à distân- gasta todo o tempo de que dispõe – necessidades urgentes. cia, a dialogar. (W}Z WVUKLYHKH YLÅL_qV e mais se houvesse – para conseguir Mesmo que determinadas ne- condições de bem-estar e nem sem- cessidades exijam reações rápidas, pode concluir-se que a instituição não pre chega a ter tempo para usufruir é necessário acautelar alguma pon- reúne condições para aceitar alguns delas. Também é frequente encontrar deração sobre as medidas a tomar KVZ KLZHÄVZ V\ TLZTV KVZ LUJHY- quem nunca tenha tempo para seja o para que as “receitas aplicadas resul- gos que lhe são apresentados. Bas- que for por estar demasiado centrado [LTLT[YH[HTLU[VZPULÄJHaLZV\H[t ta que a ação a desenvolver ponha sem si. A propósito destes sempre não agravem a enfermidade”. Uma em causa a preservação dos valores indisponíveis até se costuma dizer: instituição como a ODPS não pode identitários da instituição, levando-a a “Quando for precisa a colaboração dispensar-se de cuidar de tempos de desviar-se da sua matriz fundacional. de alguém, procure-se quem já tem YLÅL_qVTLZTVX\LHMHS[HKL[LTWV Para a ODPS, assim como para todas muitas ocupações, pois quem não as WVZZH WHYLJLY \TH KPÄJ\SKHKL ZVI as outras suas congéneres, o respei- tem é por falta de tempo”. pena de perder a sua identidade, au- to pela dignidade de cada pessoa Não é esta a desculpa dos [VUVTPHLÄJmJPHLH[tZ\Z[LU[HIPSPKH- tem que ser um dos valores matri- muitos e muitas que, como assalaria- de económica. Estes riscos são reais ciais irrenunciáveis. No cumprimento dos ou graciosamente, estão sempre e não se podem considerar “males incondicional deste princípio está a prontos a responder aos contínuos menores”, tendo em contam que se valorização de todas as componen- L L_PNLU[LZ KLZHÄVZ X\L ZqV JVSV- possa pensar ser mais grave uma tes humanas, sociais e espirituais que cados à Obra Diocesana de Promo- postura de indiferença perante pro- concorrem para a promoção de cada ção Social do Porto (ODPS), sendo blemas sociais que estão a gerar in- pessoa, de modo a que se sinta, de o maior de todos a conjugação das justiças e sofrimentos. Para se evitar fato, respeitada como tal. Foi muito respostas a dar-lhes com o tempo este tipo de questões ou irreparáveis inteligente a ideia de colocar na de- disponível. Quando a coesão social precipitações não se deve menospre- signação desta instituição a referên- está mais enfraquecida, como é a si- aHYHYLÅL_qVZVIYLYLW[VZX\LZLQHT cia à promoção social, não deixando, tuação atual da sociedade portugue- lançados à instituição. A falta de tem- assim, qualquer margem para dúvi- ZHOmVWLYPNVKLZ[LZKLZHÄVZ[VTH- po não deverá se óbice, porque até das, sobre a sua matriz fundamental. Uma IPSS católica deve estar permanentemente a pois Deus não é um ser distante que s a nível da sua consciência e cultura, m Para que os princípios estruturantes racionalidade económica e sustentabi- não é um ser distante que se revela de cada instituição não possam ser SPKHKL ÄUHUJLPYH JVT LJVUVTPJPZTV no âmago dos seres humanos a nível beliscados, é fundamental defender a Sem dúvida que não se pode descui- da sua consciência e cultura, median- autonomia. Esta defesa nada tem que dar a devida gestão dos bens - tanto te as pessoas e acontecimentos. Esta ver com o fechamento sobre si mes- mais que eles não são património dos descoberta exige discernimento dos ma, como há instituições que teimam dirigentes - na assunção de novos diferentes sinais feito a partir do co- em estar, mas numa total abertura a compromissos, porque se não corre- nhecimento do que vai acontecendo. A ação em rede, numa estreita coopera- -se o risco, por um lado, de criar fal- YLÅL_qVZVIYLLZZLZHJVU[LJPTLU[VZH ção com todas as entidades sem sub- sas expetativas aos destinatários das partir de encontros periódicos com a serviências de qualquer ordem. Outro respostas sociais criadas, proporcio- participação de todos os colabores e, dos aspetos que impõe ponderação nando condições de bem – estar que se possível mesmo com os destinatá- é saber se está reunido o mínimo de poderão durar pouco; por outro, de rios e suas famílias, é o melhor cami- condições para que seja alcançada al- colocar em perigo a continuidade das UOVWHYHX\LZLQHTHPZÄm]LSVKPZJLY- N\THLÄJPvUJPH5qVUHWLYZWL[P]HKH ações já em curso. A sustentabilidade nimento. VI[LUsqVKLYLZ\S[HKVZWHYHÄUZLZ[H- ÄUHUJLPYHt\TKVZHZZ\U[VZX\LKL]L A celebração dos 50 anos do tísticos ou propagandísticos, mas para L_PNPYWLYTHULU[LYLÅL_qV6ZKPYPNLU- Concílio Vaticano II poderá ser uma ex- que sejam encontradas soluções con- tes da ODPS sabem bem o que isso é. celente motivação para prosseguir este sistentes e não paliativas para o que se O tempo para uma instituição caminho e conhecer melhor o pensa- quer resolver. Também porque se deve como a ODPS não pode ser apenas, mento social da Igreja, imprescindível cuidar da utilização racional dos dife- como era para a civilização grega, uma para que seja realizada, em cada tem- rentes meios de que dispõem as IPSS. “sucessão de momentos” sem lhes dar po, a sua missão pastoral de levar o Daqui para a frente esta é uma das per- ULUO\TH X\HSPÄJHsqV THZ ¸[VKV V anúncio da Boa Nova a toda a gente, tinentes preocupações. Não é que se tempo está habitado por Deus e cada em particular aos mais pobres dos po- KL]HJVSVJHYVZHZWL[VZÄUHUJLPYVZUH momento é uma revelação nova dessa bres. cimeira dos critérios sempre que está presença”, no pensar de teólogo espa- em causa a pessoa humana e a defe- nhol Jesús Espeja. Uma IPSS católica sa dos seus mais elementares direitos. deve estar permanentemente atenta Sempre que tal acontece, confunde-se aos “sinais dos tempos”, pois Deus e atenta aos “sinais dos tempos”, e se revela no âmago dos seres humanos a, mediante as pessoas e acontecimentos. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 15 16 Obra Diocesana de Promoção Social Professor João Alves Dias Pensamento, Razão e Coração “Sempre que um homem sonha conscientes do seu ¸ZLY0NYLQH¹. apresentou a maqueta da desejada Re- o mundo pula e avança como bola colo- Sabia que podia contar com o ZPKvUJPH.LYPm[YPJHKL:qV1VZt"ao rida nas mãos de uma criança”. (António saber do Instituto de Serviço Social que ler no “Espaço Solidário” as muitas rea- Gedeão) desejava realizar trabalho social em fa- lizações da Obra; ao sentir o empenho vor do homem integral como agente da dos seus funcionários e Amigos, con- sua promoção pessoal e comunitária. JS\VX\LZLTHU[tT]P]VVLZWxYP[V A Obra Diocesana nasceu no coração de um bispo que muito se preocupava com os mais desfavorecidos. Sabia que podia contar com o X\L HUPTV\ H JYPHsqV KLZ[H 6IYH Ainda ressoavam as palavras do bom humanismo cristão do presidente da que revela a Igreja como sacramento do Papa João na abertura do Concílio Va- Câmara, Dr. Nuno Pinheiro Torres, que Deus-Amor, o “Abbá de Jesus”. ticano II: “A Igreja (…) abre a fonte da era apoiado pelo diretor dos serviços ( PU[\PsqV JVU[PU\H H ZLY Z\HKV\[YPUH]P]PÄJHU[LX\LWLYTP[LHVZ culturais e centrais da Câmara, Dr. Car- M\UKHTLU[HS WHYH \TH 6IYH X\L homens, iluminados pela luz de Cristo, los Lobo, e pelo empenho apostólico da WYPTH WLSH KLZJVILY[H KL YLZWVZ- compreender bem aquilo que eles são vereadora da ação social, D. Maria José tas originais perante novas e impre- na realidade; HZ\HL_JLSZHKPNUPKHKL Novais. visíveis situações, enquanto a razão a LVZL\ÄT"WVYTLPVKVZZL\ZÄSOVZ 7VKLTVZHÄYTHYX\LH6IYH ajuda a adequar as atitudes às exigên- estende ainda a toda a parte a plenitude UHZJL\ HZZLU[L UV [YPWt PU[\PsqV JPHZKLYPNVYUHWSHUPÄJHsqVLL_LJ\sqV da caridade cristã, que é o melhor auxílio YHaqVJVYHsqV dos projetos, na gestão e utilização dos para eliminar as sementes da discórdia.” (PU[\PsqV, que favorece a cria- bens disponíveis. Mas é o coração que E que ganhariam corpo na Gaudium et tividade do pensamento divergente, humaniza as relações de convivência e Spes: “As alegrias e as esperanças, as levou D. Florentino a aventurar-se por faz do cliente um irmão ou seja um “alter tristezas e as angústias dos homens de novos caminhos pastorais. Christus”. hoje, sobretudo dos pobres e de todos ( YHaqV, que possibilita a aná- ¸;\KV V X\L ÄaLYKLZ H \T aqueles que sofrem, são também as lise do pensamento convergente, ilumi- KLZ[LZTL\ZPYTqVZTHPZWLX\LUP- alegrias e as esperanças, as tristezas e nou-o na procura dos meios necessá- UVZHTPTVMHaLPZ¹4[ as angústias dos discípulos de Cristo. rios à concretização do seu sonho. (…) Por esse motivo, a Igreja sente-se O coração animou-o e deu-lhe real e intimamente ligada ao género hu- forças para vencer resistências e con- mano e à sua história”. gregar boas vontades. Esta matriz foi D. Florentino sabia que podia assimilada, desde o início, por quantos contar com os novos padres saídos do nela colaboraram seja como voluntários Seminário onde, imbuídos pela espiritu- ou funcionários: V TLZTV ZLU[PKV alidade de Charles de Foucauld, se ti- PUV]HKVY H TLZTH WLYZWL[P]H KH nham aberto à pastoral sócio-caritativa YLHSPKHKLZVJPHSLLJSLZPHSHTLZTH junto dos pobres do bairro da Sé. YPX\LaHKLHML[VZ Sabia que podia contar com Ao ver o entusiasmo com que, o entusiasmo e competência de mui- UVS[PTV1HU[HYKL)LULÄJvUJPHVWYL- tos leigos dos Cursos de Cristandade, sidente do Conselho de Administração Padre José Maia Conflitualidade e Discernimento Se há coisa que todos sabemos, por experiência própria, é que não é nada fácil conviver em comunidades plurais, democráticas, abertas à diferença de opiniLZLJVTWVY[HTLU[VZ:LTPYT\P[VSVUNLWVKLTVZ]LYPÄJHYLZ[HL_WLYPvUJPHUH nossa própria família, na empresa/instituição em que trabalhamos, na cidade ou no país onde exercemos a nossa cidadania! (Z JOHTHKHZ ¸ZP[\HsLZ KL JVUÅP[V¹ LTLYNLT X\HZL LZWVU[HULHTLU[L sempre que falta a capacidade e a inteligência de discernir, em cada momento, as YHaLZX\LZ\IQHaLTH[HPZZP[\HsLZKLJVUÅP[\HSPKHKL Por isso, uma boa forma de discernimento em relação a sintomas ou já exWYLZZLZJVUJYL[HZLHILY[HZKLJVUÅP[\HSPKHKLJVUZPZ[PYmUHI\ZJHJVTWYLLUZqV das suas verdadeiras “motivações” para depois, com recurso a uma apurada inteligência emocional e a uma imensa abertura de mente e coração, procurar, através de um diálogo ativo, transformar em oportunidades o que, numa primeira análise, WVZZH[YHUZWHYLJLYHWLUHZJVTVKPÄJ\SKHKLZJVU[LZ[HsLZZLTZLU[PKV(WLZHY de agressiva e muitas vezes indutora de comportamentos violentos, nas palavras e UVZH[VZHJVUÅP[\HSPKHKLVJ\WHVZL\S\NHYUHZ[LVYPHZZVJPVS}NPJHZJVTLZWLJPHS destaque na forma como se pode abordar a homogeneidade e a heterogeneidade, a crítica que destrói e a crítica que faz crescer, como fatores a ter em consideração no justo equilíbrio das relações entre diferentes modos de pensar e agir! Todos sabemos, por experiência, que muitas vezes é preferível “dar um T\YYVUHTLZH¹WHYHJSHYPÄJHYLX\x]VJVZLMHSZVZJVUZLUZVZHJVU[PU\HYH[VSLYHY uma “paz podre” que só enfraquece toda e qualquer relação interpessoal, aconteça ela a que níveis acontecer! <TJYP[tYPVImZPJVKLKPZJLYUPTLU[VLTMHJLKLZP[\HsLZKLJVUÅP[\HSPKHKL deverá ser a ponderação do que melhor possa interpretar o “bem comum”. Toda a JVUÅP[\HSPKHKLX\LZLHSPTLU[HKH]PVSvUJPHJVTVMVYTHKLKVTxUPVZVIYLVZTHPZ fracos, sem lhes garantir o direito de legítima defesa, perde a sua legitimidade ética, por mais justa e socialmente argumentativa que possa parecer a sua razão de ser! É sobejamente conhecida a expressão que aqui se reproduz: ¸U\UJH H YHaqVKHMVYsHZLWVKLYmZVIYLWVYnMVYsHKHYHaqV¹ ,U[YHYUHÄSVZVÄHKLZ[LWLUZHTLU[VWVKLYmJVUZ[P[\PYV¸ZLNYLKVKLHJLZso” ao cofre da gestão de recursos humanos onde muitas vezes se encontram soluções inimagináveis para problemas aparentemente insolúveis! Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 “nunca a razão da força se poderá sobrepor à força da razão” 17 18 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Peregrinação ao Santuário de Fátima Cerca de 100 idosos da Obra Diocesana de Promoção Social viveram o no dia-a-dia responde, com obras, à passado dia 13 de Setembro de uma forma muito especial. Nesse dia realizaram fome, à sede, ao frio”, por via do tra- uma peregrinação ao Santuário de Fátima para assistir às cerimónias religiosas. IHSOV KLZLTWLUOHKV WVY TPSOHYLZ KL A Missa da Peregrinação Aniversária foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima D. Pio Alves, Bispo Auxiliar da Diocese do Porto. WLZZVHZ]VS\U[mYPHZLWYVÄZZPVUHPZ D. Pio Alves lamentou a po- Ao longo das celebrações, D. Pio Alves reforçou a necessidade de os cris- breza mas realçou que é ainda mais tãos se comprometerem com a prática efetiva da solidariedade.(ÄYTV\X\L “lamentável” a existência de pesso- ¸WPLKHKLZLTJHYPKHKLtHWLUHZ[LH[YVYLSPNPVZV¹LX\L\TJYPZ[qV¸UqVWVKLMHaLY as e organismos que “sub-repticia- KLJVU[HX\LUqV]vX\LUqVV\]LX\LUqVZHILX\LUqVWVKLX\LUqVtJVUZP- mente” vivem “à custa da pobreza NVX\LV\[YVZMHYqVX\LHZH\[VYPKHKLZYLZVS]HT¹9LMVYsV\LZ[HPKLPHHJYLZJLU- alheia”, dado que “a dádiva verda- [HUKVX\L¸Om\ToTIP[VKLYLZWVUZHIPSPKHKLWLZZVHSX\LtPUHSPLUm]LSLZLTJ\QV deira nunca pode ser nem parecer L_LYJxJPVUqVOmLZ[Y\[\YHZVJPHSJHWHaKLYLZWVUKLYHKLX\HKHTLU[L¹ negócio”. 5\THTHYJHU[LTLUZHNLTZHSPLU[V\X\LtTHPZPTWVY[HU[LHQ\KHYVWY}- 6Z UVZZVZ PKVZVZ WHY[PSOHYHT _PTVKVX\LWYVJ\YHYYLZWVUZm]LPZWLSHJYPZLLMYPZV\X\LVJ\PKHKVWLSVZTHPZ este dia com muita alegria e devoção. necessitados deve passar das palavras ao atos, sugerindo uma maior atenção às Depois da celebração eucarística, se- JHYvUJPHZKVZ¸MHTPSPHYLZL]PaPUOVZ¹ guiu-se um almoço-convívio e um agra- 9LJVUOLJLUKVVZLY]PsVKLJLU[LUHZKLPUZ[P[\PsLZJH[}SPJHZV)PZWV(\_PSPHYKV7VY[VYLM\[V\H¸HJ\ZHsqVPUKPZJYPTPUHKHKLºHZZPZ[LUJPHSPZTV»MLP[HHX\LT dável passeio pelos locais mais embleTm[PJVZKHOPZ[}YPHKL-m[PTH Cónego Rui Osório Jornalista e pároco da Foz do Douro Esperança renascida Já não vale a pena pormos o ramo num lado e vendermos o vinho no Deu-me para sonhar naquela outro. Sabemos muito bem que é grave a crise económica, mais dura ainda pela mudança estrutural de que andamos incompetência dos políticos, e de todos e de cada um de nós, para a resolver. todos carecidos nesta crise que nos 5qVZV\HKP]PUOVWHYHPTHNPUHYX\LHJHIHYxHTVZJVT[HU[VTHSLZ[HYZLT\KmZZLTVZVZPZ[LTHWVSx[PJV;HS]La A raiz do problema, se calhar, é mais funda do que a simples mudança do sistema político. De pouco valerá a mudança das normas ou a alternância demo- desalenta e põe tantos dos nossos irmãos e das nossas irmãs à procura da sopa dos pobres nas instituições caritativas da Igreja. crática dos responsáveis políticos, por muito legitimados que estejam ou assim se Deus queira que ainda não julguem até para não cumprir o que tanto prometeram nas campanhas eleitorais. estejamos junto ao portal do inferno Deve ser preciso muito mais e bem mais a fundo, como concordam alguns VUKL+HU[L(SPNOPLYPWZHKP]PZHJVU- analistas que não se limitam a ver tudo apenas pelo lado político. Sugerem uma denação fatal: “Deixai toda a esperan- reforma mais radical, ou seja, a mudança das pessoas. ça, ó vós que entrais”. Na verdade, enquanto não chegarmos à mudança da nossa mentalidade Com a mudança de menta- e ao modo como vemos e valorizamos a vida, tendo em conta as relações com lidades e com os laços de solidarie- os outros, então não sairemos tão cedo, se é que alguma vez somos capazes de dade, na justiça e na paz, para tecer sair, da crise, cuja solução, como desejamos, tarda cada dia que passa e mais com os outros redes de estima mútua, nos sentimos incapazes de a resolver. é possível que encontremos razões Essa mudança, que me parece mais estrutural do que conjuntural, pode para manter a esperança, sem perda parecer a muitos demasiado ingénua, por mais bem intencionada que seja, e, por do sentido crítico das realidades, por isso, a julguem condenada ao fracasso. mais duras que sejam e que precisa- Não penso assim. Sei que precisamos de leis justas e de governantes mos de inverter, em nome da defesa KLÄJOHSPTWHJHWHaLZKLHZWYLTWYm[PJHMHaLUKVHZL_LJ\[HY:LPL\JVTV intransigente da dignidade de cada sabemos todos. O que talvez nos custe saber é que o problema maior está no pessoa, aberta aos outros com leal- coração de cada pessoa. dade e cuidados solidários de sama- ()xISPHKL]L[LYYHaqVHVWYVJVYHsqVUVJLU[YVKL[VKHHZHILKVYPH ritanos que não passam adiante sem humana, lugar privilegiado onde se escuta a lei do amor, como Deus a quer e os socorrer os feridos caídos nas valetas homens e as mulheres tanto precisam. da vida. Não sou adivinho para imaginar que acabaríamos com tanto mal-estar se mudássemos o sistema político. Talvez. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 19 20 Obra Diocesana de Promoção Social Frei Bernardo Domingues Aspectos Negativos do nosso tempo Vazio ético e alternativa possível Muito rapidamente pretendemos ]HaPVno domínio gnoseológico, sem cla- enfrentar o futuro, tendem a desencadear enumerar alguns aspectos marcadamen- ros critérios de verdade, de erro e de cer- o recurso ao hedonismo, ao consumismo te negativos, em forma de diagnóstico teza; sistemático e aos prazeres imediatos e 5qV KPZWVTVZ KL WVUKL- fortes. Efectivamente alimenta-se e de- YHKVZ JYP[tYPVZ para informar e formar senvolve-se o relativismo total, sem prin- provisório, sobre a fenomenologia mais saliente deste tempo: ,MLJ[P]HTLU[L LZ[HTVZ VÄJPHS- a consciência ética, pessoal e social, de cípios metafísicos e éticos consistentes mente, na segunda década, no dealbar modo a poder assumir, lucidamente, a e coerentes. Torna-se corrente a atitude de um novo milénio, com promessas, corresponsabilidade complementar de KLZJVUÄHKH L L_PZ[LUJPHSPZ[H H WHY[PY KL ameaças e riscos. Alguns receios estão todos os componentes das comunidades uma antropologia materialista e desgar- baseados em hipóteses e mitos, tradicio- humanas; rada. nalmente ligados à viragem milenar. De :VMYLTVZ KH WYLZZqV KV E, como é sabido, só haverá au- facto o tempo é neutro na medida das THS que vem da fome, das guerras, do têntico progresso e integrado desenvolvi- realidades criadas; são as pessoas que racismo, dos totalitarismos, da opressão mento humano na medida em que cada podem orientar, melhor ou pior, o possível e exclusão social, traduzido em aborto, pessoa for efectivamente reconhecida, futuro a viver pela qualidade de vida pre- eutanásia e genocídio. estimada, estimulada e aceite na respec- sente e pelos projectos viáveis e assumi- As pessoas, em geral, sofrem tiva diferença em que todos assumem os dos a curto, médio e longo prazo, pessoal dum real vazio ético e asfalta de sentido, respectivos papeis, funções e estatutos e colectivamente. mesmo que desfrutem de real poder ma- sociais. Na realidade todos somos generi- [LYPHSJPLU[xÄJVWVSx[PJVZVPHSLH[tYLSPNPV- camente semelhantes e pessoalmente di- so. ferentes nos modos de ser, pensar, sentir Sem pretender inventariar ou fazer balanços sobre toda a problemática e reagir aos problemas envolventes com da pós-modernidade, indicaremos alguns As situações de frustração são dos aspectos que os analistas apontam frequentes, necessitando de apoio social como suporte dalguns mitos e falácias e psiquiátrico sistemático, par aguentar o Torna-se pois, urgente recolher, que nos envolvem: que nos confrontamos. peso da solidão e o medo da vida a viver. séria e consistente documentação sobre -HS[HTUVZYLMLYvUJPHZTL- Cada vez há mais formas de marginali- a antropologia libertada e libertadora, pela [HMxZPJHZ fundamentais e fundamentadas dade e de evasão, recorrendo a todo o aplicação numa praxis coerente entre como suporte duma coerente escala de tipo de drogas e contraindo e difundindo pensar, programar, discernir, ponderar, valores orientadores da vida pessoal e so- doenças mortais. É frequente e denso o decidir e agir correctamente, de modo cial; sentimento de abandono e solidão, pro- consistente. 5qVKPZWVTVZKLWYVWVZ[HZ vocando situações de medo ou revolta, A liberdade, enquanto capaci- t[PJHZ e morais realistas, correctamente que inibem uma correcta forma de pen- dade actual, objectiva e subjectiva de se estruturadas, com objectividade e estabi- samento e coordenação de sentimentos e autodeterminar, exige ponderada e fun- lidade, capazes de darem sentido e co- relacionamento recíproco, a começar pela damentada capacidade de discernir, ver, erência aos comportamentos pessoais e fundamental instituição familiar. ponderar, decidir e agir bem e a tempo e sociais; :VIYL]P]LZL U\T NYHUKL O pessimismo, a falta de autocon- horas. É preciso que a todos seja propor- ÄHUsHZHKPHUH]PKHH]P]LYLVTLKVKL cionada a situação avaliativa e cautelosa WHYHWVKLYJVUÄYTHYZLUVLZMVYsVV\KL a uma escala de valores: a informação é cia, pouca solidariedade, fuga à dor, muito fazer agulha para servir os outros como superior a nossa capacidade assimilativa enjoada e adiada, tentando fugir à respon- eles precisarem e nós formos capazes. L H]HSPH[P]H KV ZPNUPÄJHKV L PTWHJ[V KHZ sabilidade. Na sociedade e nos grupos inter- (WYVISLTm[PJHKLTVNYmÄJHt mesmas. médios, é urgente que todos tenham voz, O ambiente social estimula o ma- WLY[\YIHKVYH Com efeito, a população vez e capacidade de emitir opinião fun- terialismo do lucro fácil e o hedonismo mundial aproxima-se rapidamente dos damentada. A participação na promoção permissivo de experimentar e desfrutar seis mil milhões de pessoas e de modo do Bem Comum, exige que se viva, pelo tudo e já, sem medir as consequências desequilibrado entre continentes desen- menos, o espírito de fraternidade afectiva para si e para os outros, a médio e lon- volvidos e os em eventual processo de LZVSPKHYPLKHKLJVTWSLTLU[HYLLÄJHa go prazo, em estilo de aventura inconse- desenvolvimento. Por isso mesmo quase quente. um bilião de pessoas é considerada gente A política e a dinâmica actual tendem a valorizar e a apreciar desmedida- O relativismo moral é evidente: o pobre, estando em expansão, visto que mente o que é “pequeno”, “leve”, “provi- único absoluto tornou-se o relativo, a pura aumenta anualmente em cerca de vinte sório” e “descomprometido”, perdendo subjectividade, o imediatismo e o consu- e cinco milhões. Na distribuição da geo- de vista as grandes questões: quem sou? mismo: ter tudo, o melhor e já, como se NYHÄHKHMVTLHZaVUHZY\YHPZHN\LU[HT donde venho? para onde vou? como ser fosse uma inevitável epidemia. Olha-se mais de metade dos pobres. Mas, com com, por e para os outros de modo cor- para o que parece interessante e menos o movimento de deslocamento massivo recto? o “porquê” e o “para quê”. para as cidades, a pobreza urbana tende- 0UZPZ[LZLWVPZUHZ\WLYÄJPHSPKH- O indiferentismo penetra por toda rá a aumentar e a sua forma é efectiva- de, no pragmatismo e até no provisório, a parte, e aceita-se o abuso das drogas, mente mais agressiva. Mais ainda: cons- trivial, inútil, fútil e permissivo, no “tanto leves e pesadas, a marginalidade e o “vi- tata-se que uns noventa e cinco milhões vale” ou “como lhe apetecer”, sem objec- ver de noite” e evadir-se de dia. Desta de crianças, com menos de quinze anos, tivo interesse pelo “porquê” das opções posição resvala-se para o pragmatismo e estão submetidas a duro trabalho manual que deveriam resultar do ver, discernir, o relativismo insensato, evitando os com- para sobreviverem e auxiliarem a minorar YLÅLJ[PYKLJPKPYWHYHHNPYILTLH[LTWVL promissos, rejeitam-se normas e obriga- a pobreza da própria família. E número horas. É que a nossa vocação fundamen- ções estáveis. idêntico de crianças desfavorecidas so- tal é de felicidade, de desvendar enigmas A neutralidade apresenta-se até brevivem, vegetam como “crianças de e confrontar-se com os “mistérios” que como uma conduta moral inteligente e rua”, sem eira nem beira, nem família, nem UVZ OHIP[HT L LU]VS]LT i UH ]PH ÄSVZ}- indulgente, levando à abstenção de emitir referências familiares, afectivas ou éticas. ÄJH WVt[PJH L JVU[LTWSH[P]H X\L [LTVZ juízos e convicções fundamentadas em As estatísticas indicam que mais a “chave” do possível dês velamento ou valores objectivos. Deixa-se a cada um de cento e vinte e cinco milhões estão de- “aleteia”. as suas opiniões e opções, independen- sempregados e outros tantos em subem- As conquistas tecnológicas e as temente dos “porquês” das escolhas. A prego. Entre nós, o desemprego, símbolo KLZJVILY[HZ JPLU[xÄJHZ UVTLHKHTLU[L cultura ambiental resvala para a “moral” da falência da política social, já anda pelos nos domínios da informática e da biologia, de: sem gorduras, sem calorias, sem co- dez ou onze por cento. fornecem informações de quase impossí- lesterol, sem açúcar… por causa de uma vel avaliação crítica e selectiva, porque se certa concepção estética. A nova utopia HJLU[\HTZL a pobreza aumenta, a torna impossível a síntese e a referência tornou-se uma apatia, sem transcendên- marginalidade, a violência e a droga são Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 6Z 21 KLZLX\PSxIYPVZ ZVJPHPZ 22 Obra Diocesana de Promoção Social fruto da exclusão social. Nisto tudo o ca- descobrir os porquês da vida, ou seja, vazio intelectual, moral e estético. É que pitalismo selvagem concorre para a desu- como ser capaz de verdade, liberdade e a verdade ontológica, lógica e moral, é manização do relacionamento humano e sentido. substituída pela perspectiva utilitária, os A pessoa normal e sadia busca a valores tornam-se mutáveis combinações verdade objectiva da lógica e vive a liber- com os possíveis, relativos e provisórios impede a auto-actualização integrada e sadia. 6 OLKVUPZTV WLYTPZZP]V e dade responsável, recorrendo a critérios consensos democráticos, cuja funda- sem referências tornou-se um modo de razoáveis e testados com garantia de ver- mentação são as opiniões circunstanciais, ZLZP[\HYU\TLZ[PSVKL]PKHPUZPNUPÄJHU[L! dade. Na experiência da vida pode depa- conduzidas pela publicidade massiva e a rar com o imprevisto, hesitar, enganar-se e manipulação insistente e depuradora. A até desorientar-se provisoriamente. permissividade, o hedonismo, o consu- A situação que estamos a passar ou a sofrer, segundo alguns analistas, é fruto do pós-modernismo, do pós-indus- Mas é pois uma situação provisó- mismo, a frivolidade, a marginalização trial, uma certa retoma do positivismo ria, visto que a necessidade de certezas dos mais frágeis e o vazio moral resultam, balofo e num contexto de queda dos re- fundamentadas, é uma exigência ética UH[\YHSTLU[LK\THÄSVZVÄHKV]HaPVLKV gimes totalitários. constante que brota do mais fundo da es- nada. A ciência, a técnica e a arte ec- trutura humana, sempre inquieta na busca Não vemos hipótese dum huma- lética desenvolvem-se num contexto he- das origens, do destino e os “porquês” da nismo sadio, coerente e promotor de vida donista, materialista e permissivo. Sem vida. JVTZLU[PKVZLTYLJVYYLYH\THÄSVZVÄH valores e códigos de referências bem Presentemente sofre-se uma si- realista da transcendência, com efeitos KLÄUPKVZ PUZPZ[LZL UHZ KP]LYZHZ MVYTHZ tuação de desorientação, refugiando-se ordenadores na imanência pessoal e so- requintadas de prazer. A vida parece ter ilusoriamente nas várias formas de drogas cial, enquanto objectivamente fundamen- ]HSVYLZPNUPÄJHKVJVUZVHU[LH]HYPLKHKL químicas, psíquicas e sensoriais. ta a verdade, o sentido e a vida democrá- profundidade e estabilidade dos prazeres sensoriais e narcísicos. É urgente encaminhar a inteligên- tica. Todos devem ter voz e vez, liberdade cia para o desenvolvimento integral do ser e a possível responsabilidade e com reais 6JVUZ\TPZTV entra na dinâmi- e da vida humana para, com certeza e ri- VWVY[\UPKHKLZ WHYH ZL HÄYTHYLT WLSH ca hedonista de gastar e consumir, como NVYH]HUsHYJVUÄHKHLLZJSHYLJPKHTLU[L ]PKH WYVÄZZPVUHS JVTWL[LU[L UVZ LTWL- se fosse a nova expressão de liberdade. O nos caminhos da vida. nhamentos sociais e políticos, na prática X\LZPNUPÄJHX\L¸YLZ[YPsqV¹WHYLJLULNH- É urgente decifrar a verdade do da solidariedade, própria das sociedades próprio ser pessoal, a autenticidade da abertas e consistentes porque conduzi- Esta atitude adormece a inteligên- realidade envolvente e a coerência nas das com referências a valores estáveis: a cia crítica, mata a metafísica e desagua circunstâncias. Só assim nos vamos tor- verdade, a justiça e o amor. Nela propor- no nada, no vazio, do ingénuo relativismo nando livres e felizes, com atitude realis- ciona-se a cada um o que for conveniente ético que indevidamente se denomina to- [H L JVUÄHU[L UV M\[\YV ZLT YLJVYYLY n e possível para se realizar e deve exigir-se lerância e ética dos consensos, ou seja, a violência, às cadeias e ao policiamento a participação no Bem Comum, segundo consumação da incoerência como norma repressivo. as capacidades de cada um. Ninguém ção da liberdade e do apetecer. 7LSV X\L ÄJH YLMLYPKV \T JLY[V deve ser preferido ou preterido, ultrapas- A pessoa só se realiza se for des- pragmatismo tende a tornar-se pois, uma sa-se o inútil e fútil e desenvolve-se a soli- perta para a totalidade de ser animal ra- ¸ÄSVZVÄHKLJVU]LUPvUJPH¹X\L[LU[HYLK\- dariedade festiva. cional, social, ético e estético, capaz de zir ao mínimo, a angustiante neurose de de vida. ( ZP[\HsqV WVY[\N\LZH HJ[\HS t pelo menos, interrogante. Depois de mais de trinta décadas protegido pelas “falsas notas” distribuídas tropológico de Nietzsche, assim como o pelo Ministério. fatalismo de Shopenhauer. de mudança de regime, as promessas (\TLU[V KL PUZLN\YHUsH L Precisamos de sensata imagina- estão por cumprir em muitas das suas JYPTPUHSPKHKL envolvendo roubo, vio- ção criadora e o exercício efectivo do livre perspectivas. lência, abuso de drogas pesadas e a mor- arbítrio para esclarecidamente ver, enten- te violenta, mesmo entre familiares e em der, discernir, ponderar, escolher, optar e aceleração. ser coerente e persistente nos modos de Apontaria alguns dos problemas X\LHÅPNLTHJVT\UPKHKLZVJPHS! generalizada *YPZL LJVU}TPJH NLULYHSPaH- viver segundo a recta razão, aberta ao ab- como modo de estar na vida social e, es- KH faltando habitação adequada, em- soluto e criticamente avaliativa do relativo, pecialmente, mas não só, no funcionalis- prego, assistência social e sanitária com de modo a bem distinguir o que é evidente mo estatal, tentando sacar o máximo de Z\ÄJPLU[LX\HSPKHKLLJVU[PU\PKHKL e urgente, o que é da ordem do opinável, Mediocridade proventos com o mínimo de esforço, com 7HYLJL KPS\PYZL V ZLU[PKV KH de modo a descobrir e estabelecer uma frequentes “baixas” mentirosas e fugindo WHY[PJPWHsqVYLZWVUZm]LSLZVSPKmYPH escala de valores promotora da feliz rea- aos impostos, sobrecarregando injusta- aumenta a falta de respeito pela liberda- lização das pessoas de modo solidário e mente os cidadãos honestos. de e diferença recíprocas. A vida torna-se complementar. )HP_H MLY[PSPKHKL tendo o País agressiva, sofre-se de insegurança afec- vivido mais duma década com saldo bio- tiva e social e vivemos envolvidos pelo lógico negativo, visto que o número de medo. Havia que: Descobrir que a autêntica auto-realização exige uma perspectiva de eternidade na vivência dos valores culturais, ÄSOVZ WVY JHZHS ZL ZP[\H UH TtKPH LZ[H- /mMHS[HKL\UPKHKLLJVU]LY- [xZ[PJHPUMLYPVYHÄSOVLTLPV,KLMHJ[VZ} NvUJPHJVUZLUZ\HS sobre os processos com a média de três seria possível renovar de desenvolver a comunidade nacional A consciência do permanente es- SKPJVZLZ[t[PJVZLJPLU[xÄJVZ com tensões entre tradição e inovação, coamento do tempo deve despertar-nos com caindo-se no espontaneísmo, nomeada- WHYH\UPÄJHYH]PKHWLSVZLY]PsVVHTVYL frequentes separações, divórcios e se- mente nos domínios da educação em que a solidariedade atenta e persistente, evi- gundas núpcias, de que resulta o fenó- parece que se vive uma crise mortal. tando a marginalização. a comunidade. 0UZ[HIPSPKHKL MHTPSPHY TLUV KVZ ÄSOVZ TVUV V\ WS\YPWHYLU[HPZ Nota-se recuo nas convicções Há que descobrir a ligação entre e respectivas funestas consequências \UPÄJHKVYHZ L VZ JVTWYVTPZZVZ ZVSPKm- tradição e projecto e a fundamentação e KL JVUÅP[\HSPKHKL HMLJ[P]H WY}WYPH KVZ rios, designadamente na fenomenologia ordem dos valores, orientadores da vida meio-irmãos e respectivo contexto familiar YLSPNPVZHJVTKLZHNYLNHsqVÅ\[\HsqVL pessoal e social. LX\x]VJV i X\L VZ ÄSOVZ KLP_HT KL [LY a emergência de seitas agressivas e ex- A relação entre direitos e deveres, uma autêntica família porque estão com ploradoras da ignorância e insegurança e a respectiva ordenação, deve partir do os “namorados” da mãe ou do pai. popular. conceito e exercício da liberdade e da *YPZLJ\S[\YHSNLUtYPJHnome- A alternativa saudável deveria responsabilidade, fundamentadas numa adamente nos domínios do ensino em induzir uma ética e esperança funda- HU[YVWVSVNPH LUNSVIHU[L \UPÄJHKH LZ[t- que frequentemente prevalece a mediocri- mentadas na esclarecida aceitação do tica e ética que inclui o conhecimento do dade e incompetência docente e por bai- Transcendente. Efectivamente a clarivi- “porquê” e o “para quê” da vida e respec- xa motivação dos discentes, envolvidos dente decisão racional exigiria que fosse tivas consequências para a vida a viver WLSV HTIPLU[L KV SH_PZTV VÄJPHSTLU[L ultrapassado o difundido imanentismo an- solidariamente. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 23 24 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Férias com Obra 2012 Pelo terceiro ano, a Obra Diocesana de Promoção Social promoveu, em que iniciaram o seu período de férias parceria com a Múltipla Escolha, a atividade “Férias com Obra”. Foi um mês muito com uma divertida e salutar camarada- ZPNUPÄJH[P]VWHYHHZJYPHUsHZKH0UZ[P[\PsqVWYVJ\YHUKV[VYUmSHZUVM\[\YVJPKH- gem, repleta de animação e exercício dãos bem formados e conscienciosos. físico. Mais uma vez este sucesso só foi possível devido ao enorme empenho e Ao longo do mês de Julho, as experiência de toda a equipa envolvida – monitores, educadoras de infância e aju- iniciativas foram imensas. As compo- dantes de ação educativa. nentes lúdicas, recreativas e desporti- Este campo de férias contou com a presença de cerca de 1000 crianças, vas conjugaram-se em dias que incluí- +PHYHKPJHS¶LZJHSHKHYHWWLS ram, entre outros: +PHVSxTWPJV¶JVYYPKHZKL]LSVJPKHKLSHUsHTLU[VZZHS[VLTHS[\YHZHS[V slide, zarabatana e tiro com arco. +PH ^VYRZOVW ¶ TZPJH L em comprimento, estafetas. +PHKHWPZJPUH¶HKHW[HsqVHVTLPVHX\m[PJVIYPUJHKLPYHZUHmN\H dança. +PH 6TUPRPU ¶ \T SLX\L KL +PH KH WYHPH ¶ IHUOV UV THY Z\YM L IVK`IVHYK JVUZ[Y\sLZ UH HYLPH novas e inovadoras atividades desporti- futebol de praia. +PHT\S[PKLZWVY[VZ¶M\[LIVSIHZX\L[LIVSHUKLIVS]VSLPIVSY\NI`L ]HZLU[YLHZX\HPZRPUIHSSL\UPOVJRL` +PHKVZPUZ\Åm]LPZ frisbee. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 25 26 Obra Diocesana de Promoção Social Para as crianças da creche, as atividades foram devidamente adaptadas à sua faixa etária, merecendo destaque as seguintes: 0UZ\Åm]LPZ 7PZJPUHKLIVSHZLWPZJPUHKLmN\H +PHKVJPULTHKPHKHTZPJHLKPHZLUZVYPHS As Férias com Obra proporcionaram a estas crianças dias plenos de contacto com a natureza, com muito convívio e alegria. Depoimentos ¸(KVYLPHWYHPH6HUVWHZZH- ¸-VYHT \THZ MtYPHZ T\P[V ¸(U[LZ KL PYTVZ WHYH H WPZ- KVHWYLUKPHMHaLYZ\YMLLZ[LHUVQm IVHZ ,Z[L HUV ]VS[LP H NHUOHY VZ JPUHÄaLTVZ\TWPJUPJ-VP\TKPH JVUZLN\PÄJHYLTWtUHWYHUJOH¹ QVNVZKLM\[LIVS9LWL[PVZSPKL]m- LZWL[HJ\SHY (KVYLP L H TPUOH PYTq YPHZ]LaLZ¹ THPZWLX\LUH[HTItT¹ Fábio Rodrigues (9 anos) ............... ¸.VZ[LPT\P[VKVKPHKVWHYX\LLKLLZ[HYJVTHZTPUOHZHTPNHZ¹ Érica Teixeira (4 anos) João Maria Vasconcelos (10 anos) Constança Figueiredo (8 anos) ............... ............... ¸6X\LTHPZNVZ[LPMVPKHWPZ- ¸.VZ[LPKHWYHPHLKVTHY-Pa JPUH L [HTItT KVZ ZHS[VZ X\L KLP \TJHZ[LSVUHHYLPHJVTVZTL\ZHTP- UVJHZ[LSVBPUZ\Åm]LSD¹ NVZ8\LYPH]PYTHPZ]LaLZnWYHPH¹ Luana Pinto (6 anos) Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 Luís Miguel Costa (5 anos) 27 28 Obra Diocesana de Promoção Social Maria Teresa de Souza-Cardoso Educadora de Infância Caminhando O Ano da Fé ,Z[mÄUHSTLU[LHHWYV_PTHYZLVKPHKL6\[\IYVKH[HX\LTHYJHVPUxJPVKV(UVKH-t O seu logótipo apresenta uma barca, “a imagem da Igreja”, cujo mastro é uma cruz com as velas enfunadas e o trigrama IHS, símbolo do nome de Jesus. O Santo Padre, Bento XVI, convida toda a humanidade “para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo, para que todos possam redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre”. i\YNLU[LYLKLZJVIYPYVJHTPUOVKHMt Como nos refere o presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização o Arcebispo D. Rino Fisichella “ a crise de fé é expressão dramática de uma crise antropológica que deixou o homem entregue a si mesmo. O Ano da Fé quer ser um caminho que a comunidade cristã oferece aos que vivem com nostalgia de Deus e com o desejo de O encontrar de novo. 6 T\UKV KL OVQL [LT MVTL KL [LZ[LT\UOHZ Sente necessidade vital delas porque procura coerência e lealdade”. No mundo imbuído pela cultura pós-moderna, os cristãos terão oportunidaKLKLYLÅLJ[PYZVIYLHZZ\HZJYLUsHZLHZZ\HZJVU]PJsLZ No mundo actual, onde grassa o desemprego e escasseiam os recursos para uma vida digna, nota-se claramente a crescente crise da família. Muitos casaTLU[VZT\P[HZ]LaLZHSPJLYsHKVZKLMVYTHZ\WLYÄJPHSJHTPUOHTWHYHVKP]}YJPV VZWHPZJHKH]La[vTTLUVZ[LTWVWHYHVZÄSOVZX\LZLYLM\NPHTLTL_JLZZVZ situações frequentes quando Deus e a fé não existem no seio das famílias. A crise KL]HSVYLZKL]HSVYLZ]LYKHKLPYVZJVTVVHTVYHLZWLYHUsHHJHYPKHKLL HMtVIYPNHUVZHYLWLUZHYVX\qVPTWVY[HU[LtJVUZ[Y\PYLHSPJLYsHYYLSHJPVUHTLU[VZZ}SPKVZUHMHTxSPHUHLZJVSHUHJVT\UPKHKL A OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL com plena consciência destes factos e da importância que o seu papel representa, junto das famílias, das crianças, dos idosos e da comunidade em geral, apresenta para este ano lectivo de 2012/2013, para o Ano da Fé, como seu Projecto Educativo: ¸;LTWV(WYLUKPaHNLT*PKHKHUPH¹ Atenta a que na sociedade actual não é permitido ter tempo, verdadeiro tempo livre, para parar, para pensar, para meditar, acredita que é cada vez mais importante dar tempo ao tempo, reiniciando toda uma aprendizagem de valores, de valores verdadeiros e bem desenvolvidos, que os conduzam à vivencia de uma cidadania plena, para a consciencialização da relação recíproca entre direitos e deveres. Este conjunto de valores, não sendo inatos, são antes adquiridos proporcionando o desenvolvimento ético e moral das crianças que interiorizam de forma clara, as noções de certo e errado, de bem e de mal. 5H6IYH+PVJLZHUH[VKVZZLZLU[LTJVYLZWVUZm]LPZLHZZ\TLTUV JSHYHTLU[L WLSV KLZLU]VS]PTLU[V TVYHS PU[LSLJ[\HS L O\THUV KHZ JYPHUsHZ H[YH]tZ KL L_LTWSVZ KL JVTWVY[HTLU[VZ L H[P[\KLZ WYVWVYJPVUHUKV H [VKVZ \T HTIPLU[L OHYTVUPVZV L ZLN\YV MH]VYm]LSH\TKLZLU]VS]PTLU[VZH\Km]LSLWYVMxJ\VVYPLU[HUKVVZWHYHH PTWVY[oUJPH KVZ ]LYKHKLPYVZ ]HSVYLZHVSVUNVKHZ\H]PKH E nada mais oportuno do que ter a enquadrar todo este projecto, que é de importância fundamental, pois constitui o primeiro passo para uma caminhada enquadrada pela família e pela comunidade, o Ano da Fé. Testemunhos da vida dos Santos, particularmente dos Santos portugueses, autênticas escolas de verdadeiros valores e testemunhas de fé inabalável, serão apresentados, pois são verdadeiras pontes entre os homens e Deus. E ainda há bem pouco tempo a Igreja passou a contar com mais um Santo, Nuno Alvares Pereira, canonizado pelo Santo Padre Bento XVI, como :5\UVKL:HU[H4HYPH que pela fé consagrou a sua vida a Cristo, tudo distribuindo pelos pobres para viver em simplicidade evangélica, aguardando a chegada do Senhor. Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 29 30 Obra Diocesana de Promoção Social Cada uma das vidas concretas dos nossos Santos mostra a vitória de Deus, que a todos oferece a Santidade. Serão também de realçar as inúmeras relações entre Fé e Arte, a que o mundo contemporâneo é tão sensível – está já anunciada a edição de um CD de Joao Gil e Luis Represas, “ Missa brevis” com textos em latim, iniciativa musical que marcará também o nosso Ano da Fé. Será também um instrumento precioso o “Compendio do Catecismo da 0NYLQH *H[}SPJH¹ X\L :: )LU[V ?=0 HWYV]V\ SVNV UV PUxJPV KV ZL\ WVU[PÄJHKV tornando o Catecismo mais acessível para todos, que será devidamente partilhado com as famílias, “Sendo a primeira vivência comunitária que geralmente temos, a família pode e deve ser também a primeira experiência eclesial, ou ‘ Igreja doméstica’, porque nela cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola KL]PY[\KLZO\THUHZLJYPZ[qZS\NHYKVWYPTLPYVHUUJPVKHMtHVZÄSOVZ¸*VTpendio, 350). A família é, sem dúvida, o primeiro lugar onde se vê e se ensina a fé, a responsabilidade e o amor para com os outros. (MHTxSPHKL]LZLY\TH]LYKHKLPYHLZJVSHKLHTVYLV(UVKH-tt \THL_JLSLU[LVWVY[\UPKHKLWHYHHMVY[HSLJLY Responsáveis pela educação das crianças, pais e educadores deverão desde cedo realizar um conjunto de actividades que promovam o conceito de fé, de paz e de amor junto dos mais pequenos. (6IYH+PVJLZHUHQ\U[HTLU[LJVTHZMHTxSPHZLHJVT\UPKHKLLTWLUOHZLMVY[LTLU[LUVZL\KPHHKPHWHYHX\L[VKHZHZJYPHUsHZHKX\PYHT PU[LYPVYPaLT L ]P]HT ]HSVYLZ LZWPYP[\HPZ TVYHPZ L Jx]PJVZ, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo e solidário. :LTWYL JVTHSLNYPHJVTLU[\ZPHZTVLUHMLSPJPKHKLKHUVZZHMt O católico tocado pela fé é uma das provas e evidências mais fortes da existência de Deus, vivendo a sua fé com toda a sua alma, com todo o seu coração, com todo o seu entendimento. (6IYH+PVJLZHUHKL7YVTVsqV:VJPHSHJLP[HKLJVYHsqV[YHUZIVYKHU[LKLHSLNYPHLLU[\ZPHZTVVJVU]P[LKV:HU[V7HKYLWHYH]P]LYLTWSLUP[\KLLZ[L(UVJVTV\TLZWLJPHS¸[LTWVKLNYHsH¹PS\TPUHKVWLSH3\a KL1LZ\Z*YPZ[VLZLTWYLJVTHKL]VsqVLZWLJPHSH4HYPHX\LZLTWYLUVZ LUZPUHL[YHUZTP[LHMVYsHLHILSLaHKH-t Conselho de Administração Louvor e Reconhecimento À Direcção da Obra Diocesana 5HX\HSPKHKLKLÄSOVKL-PSVTLUH*HIYLYHTVYHKVYHLT3VYKLSVKV6\YVUV7VY[V]LUOVWVYLZ[H]PHKHYVTL\ testemunho do esmero e dedicação inexcedível, na prestação de serviços que a Obra Diocesana, neste caso do Centro Social Rainha D. Leonor, com a notável orientação da Dra. Isabel Cristina, soube prestar durante os últimos anos a minha Mãe, hoje com 90 anos, portadora da doença de Alzheimer e agora acamada desde o início do ano. Vivi no Porto, com meus Pais, desde 1949 e desde 1953 em Lordelo. Hoje, habito em Paço de Arcos, e ia ver minha Mãe todos os meses durante os dias que me era possível. +LZKLVWHZZHKVKPHKL1\UOVW\KL[YHaLYHTPUOH4qLWHYH3PZIVHWHYHHJHZHKV(Y[PZ[HVUKLÄUHSTLU[L[L]L S\NHYHW}ZKVaLHUVZKLHZZVJPHKHnLZWLYHKL]HNH0UMLSPaTLU[LTPUOH4qLLZ[mJVUÄUHKHH\THJHTHLWV\JVHJVYKVKm ao que se passa à sua volta. Cá, tenho a garantia de uma assistência de toda a espécie, que em casa, no Porto, era impossível de conseguir, mesmo com a assistência que a Obra Diocesana proporcionava e um sistema que consegui montar à volta de minha Mãe. Ainda são só passados quinze dias e já tenho saudades de quem ia a nossa casa dar o apoio, que minha Mãe carecia. Não vou nomear, especialmente ninguém da Obra, com receio de falhar alguém, o que seria imperdoável, mas posso dizer que todas as meninas, directa ou indirectamente, o senhor enfermeiro e o Mário (que me é fácil na medida em que são os únicos OVTLUZJVTX\LTJVU]P]PMVYHTPUL_JLKx]LPZLTH[LUsLZLWYVÄZZPVUHSPZTV8\LYVWVPZSV\]HYVWYVJLKPTLU[V de que minha Mãe foi alvo em todo o tempo que dependeu da Obra. É pela existência de um Instituição como esta, já tão rara nos tempos que passam, que nos permite acreditar que ainda vale a pena viver no País que somos. Bem haja à Obra Diocesana de Promoção Social, Centro Social Rainha D. Leonor, quem lá trabalha e à Doutora Isabel Cristina que sempre tão bem nos atendeu. Reconhecido, respeitosamente 1VqV7LKYV(YLa-LYUHUKLa*HIYLYH Exmo. Senhor JOÃO CABRERA Bom dia! Em resposta ao email recebido, Quinta-feira, 12 de Julho, e dirigido à Direcção da Obra Diocesana de Promoção Social, em meu nome, como Presidente do Conselho de Administração (CA), e em nome dos outros elementos que o compõem, o nosso obrigado pelas palavras proferidas. Elas traduzem reconhecimento e elogio ao serviço prestado à sua mãe, Exma. Senhora D. Filomena Cabrera. iIHZ[HU[LNYH[PÄJHU[LYLNPZ[HYLZ[LZ[LZ[LT\UOVZWVPZ]vTHVLUJVU[YVKVSLTHLJ\S[\YHX\LZLTWYLKLMLUKLTVZL inculcamos nos nossos Colaboradores. A qualidade que queremos evidenciar, pelas práticas efectivadas, envolve os principais substratos a uma dinâmica vocacionada para proporcionar o bem-estar, nos diferentes aspectos, dos clientes que nos procuram. Ficamos felizes pelo Exmo. Senhor João Cabrera ter encontrado a solução mais adequada e desejada ao caso de sua Exma. mãe e formulamos votos para que continue a encarar a provação com realismo, conformismo e esperança. Aceite com amizade, os nossos cordiais e respeitosos cumprimentos (TtYPJV1*9PILPYV7YLZPKLU[LKV*( Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 31 32 Obra Diocesana de Promoção Social Emanuel Cunha Coodenador do Centro Social São João de Deus A acção faz a obra Valorizando todo o trabalho X\LLZ[L7HP[HU[VHWYLJPH mato, Logística e Manutenção da Obra desenvolvido, desde o nascimen- Prontamente, a Educadora de Diocesana, que a apresentou superior- [V KHZ Z\HZ ÄSOHZ WLSH LX\PWH KL Infância transmitiu ao Coordenador de mente, junto do Conselho de Administra- Infância do Centro Social de São Centro a admirável disponibilidade des- ção. Este órgão recebeu com exaltação 1VqVKL+L\ZVYLZWVUZm]LSWLSHZ te Pai para uma iniciativa, que poderia e entusiasmo a pretensão apresentada clientes, Sérgio Manuel Ferreira da ajudar a melhorar o aspecto exterior sobre a proposta dos trabalhos voluntá- *VZ[HL_WZQ\U[VKH,K\JHKVYHKL do Centro, bastante deteriorado e com rios de remodelação exterior do Centro Social de São João de Deus. 0UMoUJPHPU[LY]LUPLU[LHKPZWVUPIPSP- sinais evidentes dos problemas passa- KHKL KL JHYmJ[LY ]VS\U[mYPV WHYH dos durante os anos de existência do O Conselho de Administração, WVKLY WPU[HY V L_[LYPVY KV *LU[YV Bairro de São João de Deus, como os bastante satisfeito e encantado, per- X\LYLUKV JVU[YPI\PY HJ[P]HTLU[L KP]LYZVZNYHÄ[LZL_PIPKVZUVZT\YVZKL mitiu ainda a disponibilização de tudo WHYH X\L V TLZTV NHUOHZZL \TH todo o Centro. o que fosse necessário para que esta UV]HPTHNLTL_[LYPVYJVTVYLÅL_V A exposição foi reencaminhada, remodelação se concretizasse, de for- KH X\HSPKHKL KL ZLY]PsV WYLZ[HKV no imediato, para o Director de Econo- ma a valorizar e optimizar o voluntariado humano manifestado. Centro um novo aspecto, alargado aos portante e bem elaborado aludiu Qua- As capacidades de mobilização LZWHsVZ L_[LYPVYLZ VUKL [HTItT ÄaL- lidade e todas as pessoas, que directa LYLHSPaHsqVKV7HP:tYNPV*VZ[HÄaLYHT ram questão de intervir para que toda a ou mesmo indirectamente e de forma acrescentar ofertas, tais como tintas, zona envolvente do Centro possa ser um ;YHUZWHYLU[L concorreram para que materiais adstritos à pintura, disponibili- complemento à remodelação efectuada. o Centro Social de São João de Deus apresente hoje uma nova Identidade. zação temporária gratuita de andaimes, A oportunidade e a determina- máquina de pressão para lavagem de ção dos voluntários permitem retirar Neste momento os trabalhos WHYLKLZ L HÄUZ NYHJPVZHTLU[L JLKPKH \THPTWVY[HU[LYLÅL_qV! a de ensinar encontram-se em fase de conclusão e o pelo Núcleo da G.N.R. do Carmo). X\L U\TH HJsqV KLZ[HZ ZL WVKLT HNYHKLJPTLU[VWVY[qVUVIYLHJsqV Ainda mais importante, este En- KLZLU]VS]LY ]HSVYLZ [qV PTWVY[HU- ZLYmWLSHWHY[LKV*LU[YV:VJPHSKL carregado de Educação conseguiu sen- [LZ JVTV H /\TPSKHKL H :PTWSPJP- :qV1VqVKL+L\ZPUVS]PKm]LS sibilizar e mobilizar outras pessoas, bem KHKL H *PKHKHUPH¯ VZ X\HPZ TV- como amigos, que abraçaram esta ad- ]LT[VKH\THJVT\UPKHKL Porém, o Centro Social de São João de Deus agradecerá, diariamen- mirável actividade com responsabilida- Da mesma forma e evocando os [LJVTVWYVÄZZPVUHSPZTVLKLKPJHsqV de e, sem comprometimento monetário, valores da Obra Diocesana de Promo- dos seus colaboradores, sabendo e efectivaram o desejado, convergindo ção Social, diariamente presentes nos HWYLUKLUKV JVT LZ[H (JsqV KL esforços e vontades num envolvimento doze Centros, assistiu-se durante esta HTVY KL \T 7HP, que existem muitas cooperativo. remodelação à *VVWLYHsqV evidencia- descobertas a serem feitas e, principal- Sérgio Manuel Ferreira da da por todos os elementos partícipes, mente muitos objectivos, que queremos *VZ[H(UxIHS1VHX\PT*VZ[H;LP_LP- que quiseram contribuir com ,TWL- cumprir e superar, sabendo que depois ra, Carlos Manuel Rodrigues Rocha nhamento e 9LZWVUZHIPSPKHKL, as- deste grande passo, nos sentimos com L(\N\Z[V1VZt=PLPYH;LP_LPYH foram sumindo o *VTWYVTPZZV de renovar o dever e ainda com muito mais ener- os voluntários, que estiveram presentes, um espaço, onde a 7LYZVUHSPaHsqV de gia para todas e quaisquer acções que praticamente todos os dias, conseguin- cada interveniente contribuiu para a Ino- possamos levar a efeito. MÃOS – À – do em muito pouco tempo devolver ao ]HsqV. A execução do trabalho, tão im- OBRA! Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 33 34 Obra Diocesana de Promoção Social João Miguel Pratas Director do Economato, Logística e Manutenção Nutricionista Mónica Taipa de Carvalho Directora dos Recursos Humanos e Jurídicos Advogada Dia do Idoso No dia 1 de Outubro comemora-se o Dia Internacional do Idoso. Naque- ta de utentes dos Centros Sociais da Instituição, bem como dos colaboradores que diariamente zelam pelo seu bem-estar. la que é já uma tradição assumida pelo Os cânticos da celebração foram entoados pelo Grupo Coral da Obra Dio- Conselho de Administração, neste dia cesana, constituído por sessenta seniores da Instituição e dirigido pelo Senhor Diá- toda a Obra se reúne para homenagear cono Freitas Soares. os mais idosos. Como já vem sendo há- Numa cerimónia pautada pela devoção a Santa Teresinha do Menino Jesus, bito, Sua Excelência Reverendíssima D. concelebraram os Cónegos Amadeu Ferreira da Silva e Fernando Milheiro Leite, o Manuel Clemente, Bispo do Porto, pre- Monsenhor Virgílio Resende, o Frei César Pereira Pinto e o Padre Artur Jorge Soares. sidiu a uma Eucaristia na Sé Catedral da Após a celebração, foi possível testemunhar a satisfação no rosto dos mais nossa cidade, que se encontrava reple- de 400 idosos, que entretanto se dirigiram aos respectivos Centros Sociais para gratuidade e empenho demonstrado na usufruírem de um almoço-convívio. D. Manuel Clemente e os restantes convidados almoçaram no Centro Social preparação do Grupo Coral. Na sua intervenção, o Presi- de Rainha D. Leonor, que, este ano, foi escolhido para acolher o nosso Patrono. O almoço, que decorreu sempre num clima de alegria e partilha, iniciou- dente do Conselho de Administração, -se com a leitura de uma oração dedicada aos idosos. Uma intervenção musical a Senhor Américo Ribeiro, enalteceu a cargo das crianças da sala dos 5 anos permitiu valorizar e apreciar o convívio inter- vivacidade daqueles para quem a Obra -geracional. Diocesana é a razão da sua existência Neste momento, o Diácono Freitas Soares foi homenageado pelo Conselho de Administração através da oferta de uma imagem de Nossa Senhora em cristal e agradeceu a presença de D. Manuel Clemente. Este convívio terminou com – ex-libris da Instituição – num gesto de reconhecimento por toda a dedicação, Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 35 36 Obra Diocesana de Promoção Social =LSOPUOVZ De vós nos veio o prazer do presente que hoje somos De vós nos vem o saber e o quanto falta aprender do passado que já fomos Desse passado que a vida não esquece na distância outros dois momentos marcantes – a Passado que foi meu berço e cama da minha infância oferta de uma lembrança elaborada pe- Falai do tempo da guerra, do suor, trabalho e fome los idosos ao Senhor Bispo do Porto e da raiva surda que encerra o fazer nascer da terra a declamação do poema “Velhinhos”. o pão que nunca se come Esta poesia foi escrita propositadamente para este dia pelo Senhor Fernando Falai-me das vossas fugas, da alegria e do desgosto Campos de Castro, amigo da Instituição que foi a mãe dessas rugas cavadas no vosso rosto LÄSOVKLKVPZ\[LU[LZKV*LU[YV:VJPHS +PaLPTLKHX\LSHZ[HYKLZ[qVZVaPUOHZLZLTÄT de Rainha D. Leonor. onde inventais numa sesta todo o tempo que vos resta sobre um banco de jardim Mostrai a quem vos desdenha a esses montes de ingratos que só amam coisas fúteis que os velhos não se desprezam como se fossem farrapos, como se fossem inúteis Dizei que não vos merece nem vos prendem ilusões ao País que vos esquece e que se lembra de vós apenas nas eleições Sei que viveis de lembranças e que prezais a verdade Sei que vos sobram esperanças pois sois de novo crianças apenas com mais idade Vós sois o livro, a memória Vós sois com toda a certeza, o alicerce da história o mar, a terra, a glória desta Pátria Portuguesa Por tudo isto vos canto Por todos vós sou feliz Por isso vos quero tanto, velhinhos do meu País -LYUHUKV*HTWVZKL*HZ[YV Luísa Maria Lhano Preto Coordenadora do Centro Social do Lagarteiro Vítor Baía visitou a Obra Diocesana No dia 28 de Setembro, a Obra – participaram nesta receção com a canção “Os Abraços” e com um pequeno apon- Diocesana de Promoção Social, concre- tamento de dança. Como gesto de agradecimento, todos participaram na realização tamente o seu Centro Social do Lagar- de uma tela, que posteriormente oferecerão à Fundação Vítor Baía. teiro, recebeu a visita da Fundação Vítor Baía, na pessoa do seu Presidente, o ex-futebolista Vítor Baía. ( ]PZP[H [L]L JVTV ÄUHSPKHKL H entrega de um donativo às crianças dos Esta iniciativa veio ao encontro do projeto educativo da Obra Diocesana para o presente ano letivo, cujo tema é ¸;LTWV(WYLUKPaHNLTL*PKHKHUPH¹. É de louvar que, nos tempos que correm, em que o país atravessa bastantes KPÄJ\SKHKLZL_PZ[HTPUZ[P[\PsLZLM\UKHsLZX\LJVU[PU\HTHHWVPHYV[YHIHSOVZVcial com populações carenciadas. 5 anos e CATL, como incentivo e apoio A Obra Diocesana, representada pelo Senhor Américo Ribeiro, Presidente ao seu desenvolvimento pessoal e es- do Conselho de Administração, retribuiu o gesto com um sincero agradecimento. colar. O antigo guarda-redes da Seleção Acarinhou esta parceira, que se desenvolve já há vários anos, e abriu portas para a Portuguesa e do Futebol Clube do Porto sua continuação, materializada em iniciativas futuras. distribuiu 45 conjuntos constituídos por uma mochila Adidas, vários livros escolares e diverso material didático. As crianças de todas as respostas sociais – creche, pré-escolar e CATL Foi uma tarde diferente, que fez sorrir as nossas crianças. Para a história, ÄJHTHSN\UZKVZZL\Z[LZ[LT\UOVZ! “Vamos jogar futebol para o ringue.” – Verónica “És o melhor guarda-redes do mundo.” – José Pedro ¸6IYPNHKVHZTVJOPSHZZqVÄ_LZ¹¶]mYPHZJYPHUsHZ Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 37 38 Obra Diocesana de Promoção Social espaço solidario mensagens recebidas sobre o novo Exmo. Senhor TORNA-TE FELIZ, SERVINDO! Exmo. Senhor Américo Joaquim Costa Ribeiro e Exma. Senhora Dra. Mónica Taipa de Carvalho, Digníssimos Directores da Obra Diocesana de Promoção Social Com um sorriso aberto, acolhedor e discreto para todos e sempre segundo a sua situação. Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Pela saudação empática e delicada a todos os que vais encontrando na roda da vida. Os melhores cumprimentos. ASSUNTO: AGRADECIMENTO. Com uma palavra de simpatia para os desolados, tristes sós e marginalizados. Digníssimos e Prestigiados Directores, Quero agradecer a presença da Obra Diocesana nas instalações da nossa Paróquia. Venho por este meio, muito reconhecidamente, prestar uma grande homenagem, a quem por intuição e por ser seu timbre, faz bem a quem precisa da vossa prestigiada ajuda e solidariedade social. 7VY\THH[P[\KLKLLÄJHaLHSLNYLWHY[PJPWHção para com os que necessitam da ajuda imediata. Por uma atenção discreta e acolhedora para os desgarrados e descrentes da amizade sincera. *VTHSN\THZKPÄJ\SKHKLZKLHKHW[HsqVPUPJPHS foi para nós um elemento muito positivo pela presença das crianças, trabalhadores e familiares, e pelo sinal de que a Paróquia e a Obra são dois braços de um mesmo serviço è pessoa humana na linha do Evangelho de Jesus. Agradeço, desde já, todo o apoio que me deram no acompanhamento da minha doença e no apoio também ao meu lar familiar. Pela disponibilidade sensata para escutar, ouvir e entender os que não se entendem a si mesmos. Nenhum discurso poderia dizer isto melhor do que a vossa presença, que conteve a visita do Bispo D. Pio. Também aproveito desde já, para agradecer a todo o pessoal da Obra, que Vexas dirigem muito bem e, em especial ao Senhor Dr. Leandro, da forma como me recebe e me apoia. Com um claro gesto de perdão e reconciliação para quem te ofendeu, com ou sem razão. Agradeço ainda a contribuição económica para os serviços pastorais da Paróquia: de Se[LTIYVHÄTKL1\SOVKL(NVZ[V foram… Muito obrigado, estamos dispostos a dar o apoio que precisarem. Disponham. Desde já, mais uma vez, agradeço do fundo do coração, todo o apoio da Nossa Obra Diocesana, da qual, o nosso Presidente Américo Ribeiro é o grande obreiro. BEM HAJA!!! Estou sempre ao dispor da Nossa Obra Diocesana para tudo o que for preciso. ,Z[PT\SHHLZWLYHUsHHX\LTKLZJVUÄHUKV de tudo e de todos, desespera do Pai. Desperta a alegria de viver em paz a quem ZLTLPHH[YPZ[LaHLWYV]VJHJVUÅP[VZ Ensina a escutar a Deus e os outros pela reHJsqVHJVSOLKVYHLJVUÄHU[LJOVYHUKVJVT os que choram e alegrando-te com os alegres. -YLP)LYUHYKV+VTPUNVZVW BEM HAJAM PELO BEM QUE FAZEM EM PROL DA SOLIDARIEDADE SOCIAL. Muito Atentamente, apresento os meus cumprimentos 4HYPH3xKPH4HYX\LZKH*VZ[H-VUZLJH Amigo Senhor Américo, Um abraço grande e continue a dar-se na elaboração do Espaço Solidário. Vale a pena. Precisamos dele e de toda a imprensa escrita neste mundo virtual. Há muita gente que gosta de ler e pensar diante do escrito quando revelador de tanta aposta pelos outros. E os conteúdos são de qualidade e revelam por um lado esforços invisíveis para os manter e, por outro. uma resistência e luta cheias de esperança. Como diz um pensador: “o esforço chama os melhores” e estamos vivendo tempos que pedem este sereno, forte e persistente esforço pelo Bem comum. Um abraço grande e coragem neste caminho em que estamos todos juntos sabendo e sentindo que este é o segredo da fecundidade dos nossos empreendimentos. 0YTm4HYPH(TtSPH*VZ[H*65-/0* Exmo. Senhor Américo Joaquim Costa Ribeiro Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Encarrega-me o Senhor Primeiro-Ministro de acusar a recepção da carta dessa Instituição, data de 16 de Julho, e de agradecer a V. Exª. A Revista “Espaço Solidário” – Ano VII, nº. 27 da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS), que amavelmente lhe fez chegar e que mereceu a melhor atenção. 67mYVJV-LYUHUKV4PSOLPYV Exmo. Senhor AMÉRICO JOAQUIM COSTA RIBEIRO Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Tenho a honra de acusar a recepção da carta de V.Exa., data de 16 de Julho de 2012, dirigida a Sua Excelência O Presidente da República, enviando o exemplar do nº. 27, ANO VII, da Revista “Espaço Siolidário”, que se agradece. Cumpre-me informar que o assunto mereceu a melhor atenção. Com os melhores cumprimentos +H]PK1\Z[PUV+Y¶(ZZLZZVYWHYHVZ(ZZ\U[VZ :VJPHPZKH*HZH*P]PSKV7YLZPKLU[LKH9LWISPJH Com os melhores cumprimentos +YH,SZH-YHUJPZJV¶(ZZLZZVYPH(KTPUPZ[YH[P]H KV*OLMLKV.HIPUL[LKV7YPTLPYV4PUPZ[YV Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Agradeço a gentileza do envio da publicação “Espaço Solidário” – Edição nº. 27 – e venho deste modo felicitar V.Exªs. pelo excelente trabalho desenvolvido. Caríssimos Amigos, Faço seguir hoje, 23-VII-2012 o cheque da CGD com a minha partilha, um pouquinho mais reduzida por razões que já expus à Exma. Direcção. Ora colunas acrescidas e vida mais difícil… Muito agradecida pela Revista Espaço Solidário. Muito me ajuda na solidão em que vivo. Minhas saudações para todos. Desejo tudo de Bom! Aproveito a oportunidade para enviar os meus melhores cumprimentos Com consideração, meus respeitosos cumprimentos 7YVMLZZVY+V\[VY(U[}UPV9LUKHZ 4HYPH;LYLZH+PHZ;LP_LPYHKL4VYHPZ7YVMLZZVYH 9LP[VYKH<UP]LYZPKHKL5V]HKL3PZIVH O Padre Ramiro Ferreira Pinto cumprimenta, Exmo. Senhor Poucas palavras gastam para dizer tudo: Dá os parabéns pela actuação da Obra Diocesana de Promoção Social e junta uma pequena ajuda de 50,00 €. Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social Não posso mais…!!! Encarrega-me Sua Excelência o Ministro da Solidariedade e da Segurança Social de acusar a recepção da carta datada de 16.07.2012 e agradecer a V.Exª. o envio da Revista “Espaço Solidário”. É pouco porque são muitos os pedidos de ajuda. Respeitosamente 7HKYL9HTPYV-LYYLPYH7PU[V -LYYHKHS¶-0²,: Com os melhores cumprimentos Aceitem, por favor… a pequena partilha com amor. Toda a minha consideração pela Obra Diocesana de Promoção Social. Agradeço a Revista de Julho. Fraternalmente, 4HYPH;LYLZH+PHZ;LP_LPYHKL4VYHPZ .HIYPLS6Z}YPVKL)HYYVZ+Y¶*OLMLKV.HIPUL[L 7YVMLZZVYH(WVZLU[HKH Amigos em crescendo! Donativos de 10. Julho a 30. Setembro . 2012 Descrição Contribuição Casa Agrícola António Santos Lopes Herds., Lda. 96,00 € 100,00 € MBA - Marketing e Brindes, Lda. 322,48 € 25,00 € MMSC 150,00 € 25,00 € MTDTM 130,00 € 120,00 € EMMSB GROSB 250,00 € 1.000,00 € Junta de Freguesia de Paranhos Maria dos Anjos Pereira Pacheco, Enf.ª Contribuição Maria Fátima F D S Proença Padez, Dra. DAMC José Santos e Laura, Lda. Descrição Ramiro Ferreira Pinto, Pe. 50,00 € Rufino Marques Ribeiro 125,00 € 20,00 € Liga dos Amigos da Obra Diocesana Já se fez Amigo da Liga? Contribua com um Donativo Pode ser Mensal, Anual ou Único Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118 Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3) Obrigado! Ano VII . n.º28 . Trimestral . Setembro 2012 39
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