Pio XII salvou 11.000 judeus romanos

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Pio XII salvou 11.000 judeus romanos
Paróquia Nossa Senhora de Fátima - O meu Imaculado Coração triunfará
Pio XII salvou 11.000 judeus romanos
Notícias da Igreja
Enviado por: Secretaria
Postado em:01/08/2011 09:20:08
Dados publicados pela fundação Pave the Way
Por Jesús Colina
ROMA, sexta-feira, 29 de julho de 2011 (ZENIT.org) – Conforme documentação descoberta
recentemente por historiadores, a ação direta do papa Pio XII salvou a vida de mais de 11.000
judeus em Roma durante a II Guerra Mundial.
O representante da fundação Pave the Way na Alemanha, o historiador e pesquisador Michael
Hesemann, descobriu muitos documentos originais de grande importância ao pesquisar os arquivos
da igreja de Santa Maria dell'Anima, a igreja nacional da Alemanha em Roma.
A Pave the Way, com sede nos Estados Unidos, fundada pelo judeu Gary Krupp, anunciou o achado
em declaração enviada a ZENIT.
“Muitos criticaram Pio XII por guardar silêncio durante as prisões e quando os trens partiram de
Roma com 1.007 judeus, que foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz”,
declarou Krupp. “Os críticos não reconhecem nem sequer a intervenção direta de Pio XII para dar
fim às prisões, em 16 de outubro de 1943”.
“Novos achados provam que Pio XII agiu diretamente nos bastidores para impedir as prisões às 2
horas da tarde do mesmo dia em que elas começaram, mas não conseguiu deter o trem que tinha
aquele destino tão cruel”, acrescentou.
Segundo um estudo recente do pesquisador Dominiek Oversteyns, havia em Roma 12.428 judeus
no dia 16 de outubro de 1943.
“A ação direta do papa Pio XII salvou a vida de mais de 11.400 judeus”, explica Krupp. “Na manhã
de 16 de outubro de 1943, quando o papa soube da prisão dos judeus, enviou imediatamente um
protesto oficial vaticano ao embaixador alemão, que sabia que não teria resultado algum. O pontífice
mandou então seu sobrinho, o príncipe Carlo Pacelli, até o bispo austríaco Alois Hudal, cabeça da
igreja nacional alemã em Roma, que, conforme relatos, tinha boas relações com os nazistas. O
príncipe Pacelli disse a Hudal que tinha sido enviado pelo papa e que Hudal devia escrever uma
carta ao governador alemão de Roma, o general Stahel, pedindo que as prisões fossem
canceladas”.
A carta do bispo Hudal ao Generale Stahel dizia: “Precisamente agora, uma fonte vaticana [...] me
informou que nesta manhã começou a prisão dos judeus de nacionalidade italiana. No interesse de
um diálogo pacífico entre o Vaticano e o comando militar alemão, peço-lhe urgentemente que dê
ordem para parar imediatamente estas prisões em Roma e nas regiões circundantes. A reputação
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da Alemanha nos países estrangeiros exige esta medida, assim como o perigo de que o papa
proteste abertamente”.
A carta foi entregue em mãos ao general Stahel por um emissário de confiança do papa Pio XII, o
sacerdote alemão Pancratius Pfeiffer, superior geral da Sociedade do Divino Salvador, que conhecia
Stahel pessoalmente.
Na manhã seguinte, o general respondeu ao telefone: “Transmiti imediatamente a questão à
Gestapo local e a Himmler pessoalmente. E Himmler ordenou que, considerado o status especial de
Roma, as prisões sejam interrompidas imediatamente”.
Estes fatos são confirmados também pelo testemunho obtido durante a pesquisa do relator da causa
de beatificação de Pio XII, o padre jesuíta Peter Gumpel.
Gumpel declarou ter falado pessoalmente com o general Dietrich Beelitz, que era o oficial de ligação
entre o escritório de Kesselring e o comando de Hitler. O general Beelitz ouviu a conversa telefônica
entre Stahel e Himmler e confirmou que o general Stahel tinha usado com Himmler a ameaça de um
fracasso militar se as prisões continuassem.
Institutos religiosos isentos de inspeções nazistas
Outro documento, “As ações para salvar inumeráveis pessoas da nação judaica”, afirma que o bispo
Hudal conseguiu, através dos contatos com Stahel e com o coronel von Veltheim, que “550
instituições e colégios religiosos ficassem isentos de inspeções e visitas da polícia militar alemã”.
Só numa destas estruturas, o Instituto San Giuseppe, 80 judeus estavam escondidos.
A nota menciona também a participação “em grande medida” do príncipe Carlo Pacelli, sobrinho de
Pio XII. “Os soldados alemães eram muito disciplinados e respeitavam a assinatura de um alto
oficial alemão... Milhares de judeus locais em Roma, Assis, Loreto, Pádua e outras cidades foram
salvos graças a esta declaração”.
Michael Hesemann afirma que é óbvio que qualquer protesto público do papa quando o trem partiu
teria provocado o recomeço das prisões.
Ele ainda explica que a fundação Pave the Way tem no seu site a ordem original das SS de prender
8.000 judeus romanos, que deveriam ser enviados para o campo de trabalho de Mauthausen e ser
retidos como reféns, e não para o campo de concentração de Auschwitz. Pode-se pensar que o
Vaticano acreditasse em negociar a libertação deles.
Soube-se também que o Vaticano reconheceu que o bispo Hudal ajudou alguns criminosos de
guerra nazistas a fugir da prisão no fim do conflito.
Por causa de sua postura política, o bispo era persona non grata no Vaticano, e foi repreendido por
escrito pelo secretário de Estado vaticano, o cardeal Giovanni Battista Montini (futuro papa Paulo
VI), por sugerir que o Vaticano ajudasse os nazistas a fugir.
Gary Krupp, diretor geral da Pave the Way, comentou que a fundação “investiu grandes recursos
para obter e difundir publicamente todas estas informações para historiadores e peritos.
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Curiosamente, nenhum dos maiores críticos do papa Pio XII se deu ao trabalho de vir até os
Arquivos Vaticanos abertos (e abertos completamente, desde 2006, até o ano de 1939) para fazer
estudos originais. Também não consultaram o nosso site gratuito”.
Krupp afirma ter a sincera esperança de que os representantes dos peritos da comunidade judaica
romana pesquisem o material original, que se encontra a poucos passos de sua casa.
“Creio que descobriram que mesma existência hoje da que o papa Pio XII chamava ‘esta vibrante
comunidade’ deve-se aos esforços secretos deste papa para salvar cada vida”, disse. “Pio XII fez o
que pôde, quando estava sob a ameaça de invasão, de morte, cercado por forças hostis e com
espiões infiltrados”.
Elliot Hershberg, presidente da Pave the Way Foundation, acrescenta: “No serviço de nossa missão,
nos empenhamos em tentar oferecer uma solução para esta controvérsia, que atinge mais de 1
bilhão de pessoas”.
“Temos usado nossos links internacionais para obter e inserir em nosso site 46.000 páginas de
documentos originais, artigos originais, testemunhos oculares e entrevistas com especialistas para
oferecer esta documentação pronta a historiadores e especialistas.”
“A publicidade internacional deste projeto tem levado, a cada semana, nova documentação, que
mostra como estamos nos movendo para eliminar o bloqueio acadêmico que existe desde 1963.”
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