Artigo Geurbe_Estrutura ecológica da paisagem

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Artigo Geurbe_Estrutura ecológica da paisagem
ESTRUTURA ECOLÓGICA DA PAISAGEM:
UM CORREDOR VERDE NO CÓRREGO BORBA GATO, MARINGÁ-PARANÁ
Andréia Gonçalves1
Larissa Siqueira Camargo2
Heloisa Helena da Silva Machado3
Karin Schwabe Meneguetti4
RESUMO O crescimento acelerado da população e a ocupação desordenada dos espaços urbanos colocam em
pauta a discussão da sustentabilidade das cidades e a manutenção da qualidade de vida para seus habitantes. Este
trabalho discute a contribuição das estruturas ecológicas e dos corredores verdes como estratégias de
requalificação de áreas urbanas degradadas e de ocupação sustentável em áreas sob pressão urbana, e apresenta
uma proposta de reestruturação ecológica de um trecho da bacia do córrego Borba Gato, na cidade de Maringá,
Paraná, com o objetivo de fomentar a sustentabilidade urbana por meio da inserção de conceitos de ecologia
urbana. A área de intervenção situa-se dentro do perímetro urbano, sendo caracterizada por áreas de fundo de
vale degradadas, ocupações irregulares na Área de Preservação Permanente (APP) e áreas de vazios urbanos
intercalados com loteamentos consolidados, e um parque urbano ainda em processo de implementação. A
proposta expõe novos traçados e tipos de ocupação, bem como a locação de equipamentos públicos e de
serviços; considera os equipamentos já existentes dentro do limite territorial e alternativas para requalificação da
área, visando minimizar o impacto negativo do espaço já consolidado, a recuperação e preservação de áreas
florestadas ao longo do córrego, e a participação da população local para o bom funcionamento do ciclo. Para
tanto, a bacia do córrego Borba Gato foi dividida em três áreas de ação: áreas de preservação permanente; áreas
de transição; e áreas de urbanização. A relevância de transformações de um projeto urbano pautado em
princípios ecológicos é reconhecida, e tende a melhorar significadamente a qualidade de vida da população ao
local, ressaltando a importância das áreas verdes no ambiente urbano num momento em que o contato humano
com a natureza torna-se cada vez mais distante.
Palavras-chaves: estrutura ecológica urbana; paisagem urbana; sustentabilidade; planejamento urbano.
1
INTRODUÇÃO
O crescimento acelerado da população e a ocupação desordenada dos espaços urbanos
podem gerar diversos impactos negativos no ambiente, criar e/ou acentuar os problemas do
desenvolvimento moderno, voltando às ações de gestão e planejamento urbano à busca
constante por soluções mais adequadas às transformações das cidades. As cidades brasileiras
passam por um período de acentuada urbanização refletindo de forma negativa na qualidade
de vida de seus moradores. O crescimento desordenado das cidades provoca a remoção de
grande parte da vegetação, aumentando a cobertura pavimentada da área urbana e,
consequentemente, reduzindo os espaços abertos e permeáveis. Esses fatos mostram que os
1
Arquiteta UEM, Mestranda em Engenharia Urbana UEM. Email: [email protected]
Designer CESUMAR, Mestranda em Engenharia Urbana UEM. Email: [email protected]
3
Admistradora FECEA, Mestranda em Engenharia Urbana UEM. Email: [email protected]
4
Arquiteta UFPR, Doutora FAUUSP, Professora UEM. Email: [email protected] Universidade Estadual
de Maringá, Avenida Colombo, 5790. CEP 87020-900 Maringá – Paraná. Fone: (44) 3011-4052.
2
espaços abertos e verdes têm se tornado uma forma de equilíbrio da qualidade do ambiente
urbano.
Outro fator agravante é a falta de planejamento que considere os elementos naturais,
resultando no empobrecimento da paisagem urbana. Sendo assim, o planejamento das
cidades deve considerar o sistema de espaços públicos, o verde contínuo, que fará a conexão
entre as áreas verdes e as demais estruturas do espaço urbano (NARCISO, 2008), pois
conforme afirma Pellegrino et al. (2006), não existem divisões entre o ambiente urbano e a
natureza, os mesmos processos naturais ocorrem na floresta e na cidade, querer separar essas
duas estruturas é fato que não corresponde à realidade.
Nesse contexto, faz-se necessário repensar o modo de expansão das cidades de maneira
que esta se estruture visando os menores impactos ao ambiente e à qualidade de vida de seus
moradores, introduzindo conceitos paisagísticos e da estrutura ecológica urbana na cidade,
por meio da inserção de uma rede de sistemas com o verde contínuo, de forma a preservar
áreas indispensáveis à manutenção do equilíbrio ecológico, psíquico e social do espaço
urbano.
O presente trabalho apresenta uma proposta de reestruturação da bacia do córrego Borba
Gato em Maringá- Paraná, por meio da criação de um corredor verde, que propõe a
requalificação da malha urbana existente e a promoção de um suporte para a regeneração
ecológica, incluindo a recuperação do potencial de biodiversidade no espaço urbano, criando
mecanismos de ligação e interação entre os sistemas vivos dentro do perímetro urbano.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Estrutura ecológica da paisagem
A estrutura ecológica constitui-se com um instrumento de planejamento ambiental e de
ordenamento do território que pretende criar um “continuo natural” ou verde contínuo,
atuando como um instrumento que integre, salvaguarde e reestruture os sistemas naturais e
culturais fundamentais ao equilíbrio ecológico e à qualidade de vida da população, tendo os
corredores verdes como instrumentos de aplicação (NARCISO, 2008). Pode ser definida
como um elemento estrutural que engloba componentes ecológicas, como as áreas principais a
proteger, as zonas de transição e corredores de biodiversidade.
O conceito de “continuo natural” apoia-se nos princípios da continuidade, promovida pela
circulação e movimentos dos elementos naturais (água, ar, solo, vegetação e fauna); da
elasticidade, onde os elementos se adaptam a várias situações distintas; e da intensificação,
com a otimização das funções físicas e biológicas, contrabalanceando o empobrecimento no
sistema ecológico causado por meio da artificialização dos demais sistemas no ambiente
urbano. (CABRAL, 1980; MAGALHÃES, 2001, apud ALVES, 2010).
O conceito de corredores verdes passou a ser difundido no século XIX, sobretudo nas
cidades mais industrializadas, onde surgiu o conceito de pulmão verde, que é descrito por
DGOT (1992) como “o de espaço verde com dimensão suficiente para produzir o oxigênio
necessário à compensação das atmosferas poluídas”. Posteriormente, o conceito evoluiu para
os “green belt”, caracterizados por um cinturão verde ao redor da cidade, identificado como
um dos princípios de cidade jardim descritos por Ebenezer Howard. “Pensava-se que, assim,
se conseguiriam criar condições de oxigenação, humidificação e filtragem do ar, necessárias à
melhoria da atmosfera urbana.” (DGOT, 1992).
Assim, os espaços verdes deixam de ter apenas função estética e passam a assumir
destaque como solução para as preocupações higienistas, uma opção de locais de ar puro, que
contribuem para a melhoria da ambiente urbano.
Os corredores verdes, por sua vez, podem ser definidos como espaços abertos ou lineares
com diferentes funções ecológicas, entre elas, a conservação da biodiversidade, proteção de
corpos d’água, conexão entre fragmentos de vegetação, manejo de águas pluviais e promoção
da integração social com áreas recreativas e culturais (DGOT, 1992; FRISCHENBRUDER;
PELLEGRINO, 2006; FERREIRA, 2010). Entende-se assim que os corredores verdes são
elementos de extrema importância para a recuperação dos recursos naturais, pois como
afirma Ahern (2004), a conectividade é a principal característica dos sistemas de paisagens e
manter essa conectividade em uma paisagem, significa garantir que seus processos e funções
particulares ocorram.
Diante deste cenário, a reestruturação e integração dos espaços verdes, sejam eles públicos
ou privados, torna-se de grande importância para se alcançar a sustentabilidade da cidade, por
meio de um desenvolvimento integrado. De acordo com Narciso (2008, p.84), a estrutura
ecológica urbana como instrumento de planejamento “entende a construção do território com
base na sobreposição de estruturas de diferentes naturezas – ecológica, edificada, cultural e de
mobilidade”. E, como elemento estruturante, a estrutura ecológica urbana comporta-se como
um suporte para a organização da cidade, contendo e direcionando a expansão urbana,
podendo assim potencializar vazios existentes, formar fronteiras permeáveis entre os setores
da cidade e ligar-se com outros elementos estruturadores, promovendo assim, a identidade e
legibilidade da cidade. Sendo, portanto, mais uma infraestrutura necessária ao funcionamento
urbano, assim como a malha urbana, os sistemas viários, sistemas de saneamento básico, etc.
O planejamento ecológico da paisagem estabelece mudanças de maneira que as
intervenções humanas aconteçam de forma a minimizar os impactos sofridos pelo
ecossistema. O principal objetivo dos planos e projetos paisagísticos atuais tem sido o uso
racional e sustentado da paisagem. (MENEGUETTI et al., 2005).
O autor McHarg (1971) considera que para a reestruturação dos espaços urbanos é
necessária à identificação dos processos atuantes no ecossistema que compreendem a área de
estudo; identificação e mapeamento dos elementos integrantes dos processos; interpretação e
avaliação das informações e sua organização em um sistema valorativo; determinação das
condições favoráveis de cada área para um determinado uso com base no sistema de valores
anteriormente definido; verificação das possibilidades de usos simultâneos e compatíveis.
Desta forma, abre-se a possibilidade da interação da comunidade na valoração dos
espaços, atribui-se a característica da replicabilidade aos projetos, e apresenta-se de forma
consistente a possibilidade do planejamento com uso racional e simultâneo da natureza,
manutenção e aumento das áreas florestadas, visando a redução do impacto negativo do
desenvolvimento urbano no ambiente.
Segundo Loboda e De Angelis (2005), são vários os elementos reunidos na estrutura
urbana ligados diretamente à qualidade de vida, sendo os espaços livres públicos de
qualidade imprescindíveis para o bem estar da população.
De acordo com Lyle (1996), tanto o poder público quanto o privado estão focando o
planejamento de suas ações nas questões ambientais, seja por reais preocupações ambientais,
seguindo a legislação exigida, ou por motivos de promoção pessoal, de obtenção de lucros.
De qualquer maneira, essa cena atual faz com que novas áreas verdes destinadas a população
surjam a todo o momento.
As destinações dessas áreas são diversas, e tendem a ser criadas para atender a uma
demanda do local onde serão instaladas. Alguns desses projetos são menos complexos e
compostos, algumas vezes, por poucas estruturas, contando com a área da própria mata ciliar
e o básico para o seu uso, mas existem aqueles que se destacam por seu diferencial e
importância.
De acordo com Lyle (1996), ainda há tempo para uma reestruturação da paisagem, e
muitos ambientes considerados “perdidos” podem se tornar áreas mais sustentáveis e
aceitáveis do ponto de vista ambiental, e um ambiente anteriormente comprometido pode
passar a ser uma área verde.
2.2 A cidade e suas estruturas verdes
No espaço urbano, os espaços livres naturalizados, frequentemente chamados de áreas
verdes, desempenham um papel importante, sendo responsáveis por aproximar a cidade das
condições normais da natureza, proporcionando benefícios ao seu entorno, sendo essenciais
para a saúde física e psíquica humana. Esses benefícios estão diretamente ligados ao volume,
distribuição, densidade e tamanho, dos espaços. (MENEGUETTI et al., 2005). Pois, segundo
Lamas (1993, apud LOBODA; DE ANGELIS, p. 125-139, 2005) “as estruturas verdes
constituem também elementos identificáveis na estrutura urbana” e são capazes de dar a essa
a imagem e a identidade própria, além de elementos de composição e desenho urbano.
O conceito de espaço verde público sofreu alterações ao longo do tempo, principalmente,
a partir do momento que surge a ideia de integração dos espaços verdes urbanos. Neste
momento surgem novos centros urbanos na periferia das grandes cidades, buscando melhorar
a qualidade de vida da população através da recriação da natureza no interior das cidades.
Surgem parques urbanos e novas cidades voltadas ao contato com a paisagem do entorno, em
especial com os espaços abertos públicos. Para Fadigas (1993), a implantação de jardins e
parques públicos foi fator determinante para a transformação das cidades.
Os parques são elementos muito importantes no sistema de espaços livres urbanos, pois é
nesses locais que as pessoas têm a chance de um contato direto com a natureza. Quando o
projeto permite, pode existir uma interação entre os seres humanos e a dinâmica ambiental,
podendo estreitar a relação dos homens com a natureza, já que muitos dos moradores da
cidade não têm essa possibilidade de forma efetiva e constante. Assim, alguns parques têm
sido implantados no centro das cidades, permitindo que a população tenha fácil acesso e possa
desfrutar desse ambiente mais naturalizado cotidianamente, permitindo, também, uma cidade
mais saudável, um microclima mais agradável e favorecendo a convivência entre diferentes
grupos sociais. (LOBODA; DE ANGELIS, 2005).
Outro elemento importante para a ecologia urbana são os corredores verdes que por
apresentar dimensões variáveis, constitui-se em um sistema bastante diversificado, onde a
massa vegetal se integra com as fontes de água, com o solo, animais e com a população que se
apropria e se utiliza deste espaço. Permite a conectividade dos diferentes espaços da cidade,
definindo o caráter dos corredores verdes, que segundo Ferreira (2010) “têm dado um
contributo significativo na compatibilização das áreas ecologicamente sensíveis com o
desenvolvimento e reestruturação do tecido urbano”.
As estruturas verdes podem ainda ser definidas simplesmente por espaços onde não é
possível a ocupação, como por exemplo, as faixas que acompanham as linhas de transmissão
de energia elétrica ou estruturas subterrâneas que impedem construções.
3 METODOLOGIA
A metodologia proposta para a elaboração da estrutura ecológica urbana para a área em
estudo privilegia aspectos como: análise empírica e sistemática do trecho da bacia em todos
os seus componentes, destacando, referenciando e metodizando diversos aspectos que a
caracterizam e identificam. Dentre eles, os principais usos presentes, tipo de ocupação, áreas
verdes e remanescentes vegetais existentes, espaços livres e públicos.
3.1 Maringá e suas áreas verdes
A cidade de Maringá está situada na região Noroeste do Estado do Paraná. Fundada na
década de 1940 a partir do projeto do urbanista Jorge de Macedo Vieira, a cidade destaca-se
pelo seu traçado e planejamento marcado pelas características de cidade-jardim inglesa,
apresentando, em seu plano original, soluções formais coerentes com os princípios da
ecologia da paisagem. No entanto, as práticas cotidianas e a constante pressão do mercado
imobiliário estão descaracterizando a singularidade dessa paisagem urbana. A falta de uma
política de manutenção e recuperação da qualidade ambiental aliada ao declínio do sistema
de espaços livres observados na cidade, não condiz com as discussões ideológicas
contemporâneas (MENEGUETTI et al., 2005).
É uma característica da cidade a farta arborização de suas vias, fruto de um projeto
paisagístico que teve forte intenção estética e preocupação com o conforto ambiental. Dois
parques urbanos foram delimitados quando da confecção do projeto inicial da cidade, e
passaram a funcionar como “pulmões” verdes, preservando as duas nascentes ali existentes.
A intenção do projeto destes parques, segundo seu projetista, era permitir que a população do
futuro pudesse conhecer a vegetação da época da colonização e também para que a cidade
jamais viesse a sofrer com a poluição (MENEGUETTI, 2001).
Além das duas reservas naturais no centro da cidade, foi preservada também uma terceira
área natural denominada Horto Florestal. Esta área localiza-se em espaço urbanizado e abriga
parte da Bacia do Córrego Borba Gato, objeto deste estudo. Configura-se em uma reserva
que ainda hoje conserva a mata nativa intacta (RECCO, 2005), mas, no entanto, encontra-se
abandonada e fechada para o uso público (MENEGUETTI et al. 2009).
Em 1967 o governo do estado do Paraná financiou o primeiro plano diretor de Maringá,
este, segundo descreve Meneguetti et al. (2009), tinha um “forte apelo racional e teóricometodológico modernista, priorizava o sistema viário em detrimento da paisagem urbana”. No
entanto, esse plano foi responsável pela gênese dos corredores ecológicos, com a adoção de
faixas de proteção ao longo dos córregos que foram implementadas gradativamente.
Segundo Meneguetti et al. (2005), a preocupação ambiental relacionada aos espaços
públicos de características mais naturais, foi assimilada a partir do plano de diretrizes viárias
em 1979 onde, para as áreas verdes de preservação de fundos de vale foram adotadas faixas
contínuas de sessenta metros de cada lado dos córregos, no mínimo, sendo que nestas faixas
deveriam se instalar parques lineares, adotando o princípio de corredores ecológicos e faixas
de contenção da variação fluvial. Assim, além da constituição dos parques lineares se
evidenciou o sistema hídrico municipal como elemento estruturador da forma urbana.
Meneguetti et al. (2009) argumenta que através desse momento foi possível “conectar as
manchas urbanas que se encontravam desligadas do projeto original, conservar e proteger as
áreas ambientalmente fragilizadas” e permitiu a conexão entre as áreas verdes, assim como, a
implementação de um sistema de áreas livres de caráter ecológico.
Dando continuidade a esse pensamento, o novo plano diretor da cidade, aprovado em
2006, ainda que de forma bastante geral, manteve as preocupações ambientais com relação
aos corredores de biodiversidade e à proteção do manancial de abastecimento.
(MENEGUETTI et al. 2009).
Entretanto, Maringá ainda possui muitos aspectos a desenvolver e a corrigir, seja no
planejamento, projeto ou gerenciamento dos espaços livres vegetados. Os parques e reservas
florestais da cidade de Maringá encontram-se em situação bastante precária, espaços
negligenciados que sofrem pressão pelo aumento da urbanização do entorno e pela falta de
reconhecimento de suas funções ambientais. (MENEGUETTI et al., 2005; MENEGUETTI et
al., 2009).
3.2 Fundos de vale
Nos dias atuais os corredores verdes mais evidentes na cidade de Maringá são formados
pelas áreas de fundo de vale, que conectam as manchas verdes e desempenham assim, um
papel muito importante na sustentabilidade ambiental. No entanto, a ocupação ao longo
desses corredores é bastante desigual, sendo ocupados ora por espaços de uso público e ora de
uso privado, como chácaras uso comum nos fundos de vale maringaenses. Estes espaços
encontram-se fragmentados, degradados ambientalmente e algumas áreas encontram-se
invadidas, o que não favorece a formação de parques lineares para lazer e recreação da
população, ao contrário, constituem áreas abandonadas e fechadas ao uso público.
Existem algumas áreas onde o poder público promoveu o fechamento das áreas de fundo
de vale, com o objetivo de evitar o que se tornassem locais de descarte inadequado de lixo e
implantaram pistas de caminhada ao redor dessas áreas, o que de certa forma, aproximou a
população dessas áreas e promoveu a apropriação das mesmas, no entanto, a população
continua sem acesso mais profundo nas áreas de preservação. Outro elemento que tem sido
implantado em algumas áreas de fundo de vale maringaense são as hortas comunitárias.
Meneguetti (2007) argumenta que esses corredores ripários, ainda que em condições
precárias de preservação e integridade ambiental, desempenham um papel importante na
condução da vida silvestre. Ainda que, um contato maior da população com os cursos d’água
não ocorra devido às transposições dos mesmos serem feitas através de canalização, o que
impede o contato direto e a visualização dos mesmos dentro da área urbana da cidade.
Partindo deste pressuposto, apresenta-se uma proposta de reestruturação ecológica,
baseada nos conceitos de ecologia urbana apresentados até aqui, para uma área ao longo de
um curso d’água no perímetro urbano da cidade de Maringá-Paraná. Trata-se de um trecho da
bacia do córrego Borba Gato que possui sua nascente no interior de uma reseva natural, o
Horto Florestal, e alcança a zona rural do município, cortando um trecho urbano.
A escolha desta área para realização da proposta de requalificação se deu a partir das
condicionantes locais como presença de reservas naturais e parques públicos em processo de
implantação, localização e diversidade de usos (comercial, residencial, lazer, rural).
4 DISCUSSÃO E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A definição de uma estrutura ecológica para a bacia do córrego Borba Gato tem como
objetivo a promoção do desenvolvimento sustentável do território através da compatibilização
dos usos urbanos e dos espaços de preservação permanente, com a integração e valorização do
patrimônio natural, cultural e paisagístico. Pretende-se ainda a requalificação e regeneração
dos espaços de valor ambiental em articulação com os instrumentos de execução urbanística,
de forma que este espaço adquira a função de corredor ecológico, provendo habitat para fauna
e flora, constituindo um filtro de ar e água; funções social e cultural pela promoção do
equilíbrio estético e paisagístico, propiciando à população espaços livres para recreação, lazer
e educação ambiental, compatibilizando os recursos naturais existentes com a atividade
humana.
Para tanto, o projeto de reestruturação propõe novos traçados urbanos e tipos de
ocupação, bem como a inserção de equipamentos públicos e de serviços, visando minimizar
o impacto negativo causado pelo espaço já ocupado, além da recuperação e preservação de
áreas florestadas ao longo do córrego.
O trecho da bacia analisado foi dividido em três áreas de ação: áreas de preservação
permanente; áreas de transição; e áreas de urbanização, englobando os equipamentos já
existentes dentro do limite territorial.
4.1 Áreas de Preservação
Para a área em estudo foram consideradas áreas de preservação permanente as faixas de
mata ciliar, trinta metros de cada lado da margem do córrego, conforme determina o Código
Florestal Brasileiro (BRASIL, 1965), e os remanescentes de vegetação nativa, incluída a
reserva referente ao Horto Florestal.
O projeto de revitalização dos vales prevê a recuperação dos fundos de vale na sua área
de influência, respeitando e protegendo planícies de inundação naturais e buscando controlar
inundações em áreas habitadas.
Nesse contexto, propõe-se a criação de trilhas ecológicas dentro do espaço do Horto
Florestal que visam proporcionar aos usuários conhecer o ciclo biológico natural; reativação
do viveiro de mudas; introdução de atividades recreativas não nocivas à preservação desta
reserva, como o arborismo e inserção de mobiliário urbano para melhor atender aos usuários
e visitantes. A reabertura do Horto Florestal promoverá a formação de elos entre a sociedade
e seus espaços livres, fomentando a consciência quanto à preservação das águas e das áreas
florestadas, e possibilitará a apropriação deste espaço pela população.
Acredita-se ser a comunidade a maior responsável pela preservação desses espaços, por
meio da conscientização, preservação e formação do patrimônio natural, estando a cargo do
poder público, em parceria ou não com o poder privado, a gestão e manutenção dos mesmos.
4.2 Áreas de Transição
As áreas existentes entre a área de preservação permanente e as áreas de urbanização
foram determinadas, neste estudo, como áreas de transição. Estas áreas foram subdivididas
em diferentes usos: áreas de uso público; turísticos; produção de hortaliças e frutas em
pequenas propriedades; e hortas comunitárias.
Nas áreas de uso público o objetivo é a implantação de usos de baixa densidade e alta
permeabilidade, que não agridam o ambiente e permitam maior infiltração das águas pluviais.
Para tanto, propõe-se a criação de um parque linear ao longo do curso do Córrego Borba
Gato, abrigando diversos equipamentos de uso público para atender a demanda populacional
dos bairros do entorno imediato, da cidade e da região. Nesta área encontra-se o Parque do
Japão, inserido no projeto de reestruturação, é um parque urbano em processo de
implantação, que conta com equipamentos para uso esportivo e um jardim japonês.
Os equipamentos previstos para esta área têm a função de aproximar a comunidade das
áreas de preservação, permitindo a esta entender como os processos naturais ocorrem.
Assim, todas as edificações construídas nestas áreas devem seguir conceitos de
sustentabilidade por meio da integração de espaços internos e externos, assim como a
utilização de materiais construtivos alternativos. Além disso, deve ser respeitada a topografia
natural, as áreas permeáveis e o ambiente natural do entorno.
Além dos usos de lazer e recreação, cabe ainda nesta área a consideração da localização
de um centro de pesquisa ambiental, para a formação de estudantes e profissionais de
diversas áreas. Segundo Lyle (1996), a educação é a força maior na revitalização ambiental.
Na área destinada a equipamentos turísticos, defende-se a instalação de hotelaria,
restaurantes, área para camping, espaços destinados à prática de esportes relacionados à
natureza. Pretende-se assim, criar fontes de renda para o investimento nas ações de
preservação.
Quanto à produção de hortaliças e frutas pretende-se incentivar os proprietários das
chácaras já existentes, para o atendimento da demanda local e regional. As chácaras urbanas
são elementos importantes na transição entre as áreas de preservação e as áreas urbanizadas,
resultando em espaços altamente permeáveis que podem colaborar na gestão da drenagem
das águas urbanas.
As atividades produtivas desenvolvidas em chácaras devem, de preferência, gerar o
menor impacto ao ambiente possível. Para tanto, uma alternativa é fazer uso de sistemas de
policultura e produção de alimentos orgânicos, altamente rentáveis, pois, de acordo com Lyle
(1996), a sustentabilidade na agricultura e estabilidade nas operações rurais pode gerar uma
paisagem saudável.
Por fim, as hortas comunitárias propostas visam ocupar uma grande área sob as linhas de
alta tensão, as quais não podem ter outros usos permanentes por se tratarem de faixas de
segurança.
A horta é uma alternativa de baixo custo de manutenção fomentando a conservação e
manutenção das faixas de segurança, reduzindo o risco de invasão, contribuindo para a
geração de renda e melhoria na qualidade de vida dos beneficiários, principalmente no
entorno, além da valorização dos imóveis da região. A apropriação destes espaços pela
população faz com que haja a conscientização sobre o correto uso das faixas por onde
passam as linhas de alta tensão.
As hortas comunitárias devem promover o desenvolvimento do cultivo menos agressivo
ao meio ambiente, através de práticas de produção orgânica como a não utilização de
agrotóxicos e adubos químicos, fazendo controle natural de pragas, rodízio de culturas e uso
de composto orgânico como adubo. Com a implantação das hortas, áreas degradadas e
desvalorizadas podem ser totalmente recuperadas e ganhar o respeito da população, além de
uma fonte de renda, alimentação e convívio social.
4.3 Áreas de Urbanização
Para facilitar o estudo, as áreas de urbanização foram divididas em dois tipos: áreas a
urbanizar e áreas urbanas já consolidadas.
As áreas definidas como espaços com potencial para urbanização e densificação são áreas
já conectadas a outros loteamentos por vias ou infraestrutura urbana, ou seja, com maior
facilidade de conexão com o restante da malha urbana e maior acessibilidade às demais áreas
da cidade. O objetivo é instalar os novos loteamentos em vazios urbanos, incentivando a
ocupação dos mesmos e reduzindo a necessidade de se criar novos loteamentos em áreas
cada vez mais periféricas.
A expansão sem controle assim como as construções dispersas pela cidade gera problema
por conta da maior necessidade de deslocamentos e custos altos com implantação e gestão
das infraestruturas urbanas.
Na proposta de urbanização para a Bacia do Córrego Borba Gato o objetivo é promover
o adensamento populacional, garantindo a quantidade e a qualidade dos espaços livres
públicos. As novas áreas de urbanização devem oferecer os serviços e equipamentos básicos
para atendimento à população - comércio, escolas, saúde básica, áreas de recreação –
diminuindo assim o deslocamento dos habitantes de suas residências até esses equipamentos
em outros pontos da cidade. Fornecer estrutura que incentive as caminhadas e uso de
bicicletas como meio alternativo de transporte, reduzindo a utilização do automóvel como
meio de transporte principal.
Vale destacar que as edificações a serem implantadas nestas novas áreas de loteamentos
devem, independente do uso a que se destinarem, primar pela busca da eficiência energética,
buscando soluções ecologicamente viáveis.
As áreas urbanas já consolidadas integram loteamentos como o Parque Itaipu, Jardim
Industrial e Jardim Alzira. Estes bairros são destinados ao uso residencial e possuem
tipologia ocupacional do tipo unifamiliar, contando com uma unidade habitacional por lote.
O traçado predominante é do tipo “tabuleiro de xadrez” e as formas dos loteamentos são do
tipo retangular, iniciando-se no ponto mais alto da gleba, indo em direção ao fundo de vale.
O traçado desses bairros não acompanha o relevo natural do terreno, o que resulta em vias
com inclinação acentuada.
Com relação à arborização de acompanhamento viário, estas áreas possuem vegetação
consolidada na maioria das ruas, vegetação esta que faz a ligação ecológica com as áreas de
mata ciliar e vegetação remanescente.
A proposta para essas áreas consolidadas é a transformação das calçadas comuns em
calçadas ecológicas, ou seja, com faixas de áreas permeáveis para drenagem das águas
pluviais, diminuindo o fluxo que chega ao córrego. Assim como acontece na cidade de
Portland, nos Estados Unidos, onde as calçadas proveem a infiltração da água pluvial
proveniente
das
vias
em
seus
canteiros
permeáveis.
O objetivo é criar ruas verdes e incentivar a conservação dos espaços livres intra-lotes por
meio da conscientização da população no que diz respeito à importância dessas áreas para a
qualidade da paisagem e do conforto urbano. Outro aspecto a ser analisado nestas áreas são as
conexões entre os bairros que necessitam transpor o Córrego
rego Borba Gato e áreas de fundo de
vale, onde as canalizações do curso d’água devem ser eliminadas,, deixando o leito natural.
A alternativa da proposta é fazer essas transposições por meio de pontes ou passarelas
elevadas, permitindo o fluxo livre de pessoas,
pessoas, veículos e dos animais que habitam a região sob
as transposições, de modo a garantir a conexão segura e independente dos fluxos viários.
viários
Outra função dessas transposições,
transposições além de conduzir a fauna e a flora de um lado para o
outro, é permitir à população que se utiliza dessas vias, entendendo como se dá a estrutura
ecológica dessa paisagem.
paisagem Entende-se que, esta seja uma alternativa mais ecológica e
sustentável, do ponto de vista da manutenção da conectividade da estrutura verde formada
pelo leitoo do córrego e demais áreas de preservação permanente.
A Figura 1 apresenta o mapa da proposta de reestruturação ecológica do Córrego Borba
Gato, detalhada e descrita neste estudo.
Figura 1: Mapa da Reestruturação do Córrego Borga
Borg Gato – Maringá-PR.
Maringá
Fonte: Autores.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A formação da estrutura ecológica urbana tem como principal objetivo proporcionar,
defender e promover os recursos ecológicos vitais para a sustentabilidade da cidade. Sendo
assim, deve viabilizar a coexistência de áreas de grande valor ecológico com o espaço urbano,
a defesa dos elementos naturais e humanizar e “embelezar” a paisagem urbana.
A estrutura ecológica urbana procura assegurar e preservar os sistemas biológicos
fundamentais para o equilíbrio do espaço urbano, onde a continuidade se dá a partir da
implementação de corredores verdes, que constituem a estrutura básica que suporta a
continuidade, a diversidade e a intensificação de todos os processos físicos e biológicos da
cidade, garantindo a ligação entre o espaço natural e o espaço construído.
A importância dos espaços livres naturais no ambiente urbano é indiscutível,
principalmente no contexto atual do desenvolvimento das cidades, onde o contato humano
com a natureza torna-se cada vez mais precário e distante. Desta forma, um projeto urbano
pautado nesses princípios pode melhorar significativamente a qualidade de vida da população
ao seu redor.
A proposta apresentada para reestruturação de parte da bacia e a renovação do Córrego
Borba Gato, na cidade de Maringá, da área vem ressaltar a ideia de requalificação da
paisagem natural, entretanto, com uma preocupação diferenciada. A área de proteção
permanente (APP) será preservada para a recuperação do córrego, apoiada pela revegetação
da área de transição composta de vias para caminhadas, áreas de lazer e educação ambiental,
incorporando a implantação de um parque urbano já em andamento na área, o Parque do
Japão. Com os equipamentos propostos, serão conectadas estruturas e o tecido pré-existente
no entorno mais próximo, até então disperso, dado uso ao espaço e estruturação do
crescimento por meio da qualificação da paisagem de fundo de vale.
O projeto proposto tem o poder de transformar não apenas a população local, mas toda a
população da cidade vista a possibilidade de diversas instalações com diferentes funções
(recreativas, educativas, ecológicas), com capacidade para atender a demandas atuais e
futuras da população local. A possibilidade de implantação de um centro de pesquisa junto a
uma área de forte apelo ecológico consolida a ideia e acompanha a forte tendência
educacional da cidade, abrindo espaços para pesquisadores e estudantes de toda a região. O
espaço destinado às instalações públicas pode abrigar bibliotecas, teatros, museus, e outros
tipos de uso, incluindo o turismo ecológico, aproximando assim, a população de situações
nem sempre presentes no cotidiano citadino, o que favorece a integração entre diferentes
classes sociais.
A reestruturação faz da área um modelo de ordenação urbana, por meio da implantação
de novos traçados e tipos de ocupação seguindo a topografia natural do terreno, bem como a
implantação de equipamentos públicos e de serviços ao longo da área proposta, procurando
minimizar o impacto da área urbana já consolidada.
Este trabalho contribui para a reflexão sobre a estrutura ecológica da urbana como modelo
de organização da paisagem urbana onde, em conexão com os demais sistemas urbanos, as
relações de continuidade e funcionalidade sejam mantidas. Demonstra a viabilidade da
regeneração das estruturas verdes e das áreas urbanas afetas a ela, de forma que o
planejamento da paisagem deve considerar não apenas questões ambientais, mas também
sociais e econômicas, passando a atender aos padrões da sustentabilidade e responder aos
novos desafios impostos pela urbanização no novo milênio.
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