Revista Interdiscipl inar - Revista Eletrônica Interdisciplinar
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Revista Interdiscipl inar Digitally signed by Revista Interdisciplinar DN: cn=Revista Interdisciplinar, o=UNIVAR, ou, email=roziner@univar. edu.br, c=BR Date: 2009.12.09 11:10:12 -02'00' 1 O DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA E AS MUTAÇÕES DO TRABALHO: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, AS FÁBRICAS MECANIZADAS E O SISTEMA INDUSTRIAL Orlando Moraes da Costa1 Resumo A história da indústria é recente. Igualmente como aconteceu com o surgimento da Administração, a indústria teve uma explosão impressionante a partir da virada do século XX quando ocorreu um infindável momento criativo e inventivo. Tudo efetivamente começou a acontecer quando da invenção da máquina a vapor e a sua utilização no sistema produtivo com a substituição do trabalho humano pela força motriz. Eram máquinas grandes e pesadas, mas com incrível superioridade sobre os processos manuais o que iniciou grandes transformações nas oficinas que se transformaram em fabricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura. A rápida mecanização das oficinas provocou fusões de pequenas oficinas que passaram a integrar outras maiores e que aos poucos foram crescendo e se transformando em grandes fabricas. Com o aumento dos mercados decorrente da popularização dos produtos as fabricas passaram a exigir grandes contingentes humanos levando a divisão do trabalho e a simplificação das operações. Com o aumento dos mercados decorrente da popularização dos produtos as fabricas passaram a exigir grandes contingentes humanos levando a divisão do trabalho e a simplificação das operações. O capitalismo se solidifica e cresce o tamanho de uma nova classe social: o proletariado. Surgiram conflitos entre classes e as organizações e as empresas modernas. Palavras-chave: Revolução Industrial, Mecanização, Capitalismo, Globalização. Introdução Este trabalho tem como objetivo abordar a mecanização na sociedade industrial destacando o desenvolvimento capitalista e as mutações do trabalho e considerando a revolução industrial, as fábricas mecanizadas e o sistema industrial. Para isso faremos uma contextualização histórica desde o inicio do período industrial até os nossos dias e considerando essa evolução sob o aspecto do trabalhador e sua relação com as máquinas. Procuraremos mostrar a introdução da máquina na rotina das fábricas e a participação do operário nessa introdução e uma evolução histórica dos momentos que serviram como laboratórios para Taylor, Ford e Fayol e a ligação que se iniciou na convivência homemmáquina. 1 Contabilista. Graduado em Tecnologia em Sistema de Informação pela UNIVAR – Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. MBA para Altos Executivos pela USP - Universidade de São Paulo. Foi coordenador de Administração Sistêmica do CEPROTEC. Professor Universitário na UNIVAR. Gerente aposentado do Banco do Brasil. Consultor e Palestrante (ORLANDO MORAES TREINAMENTOS E PALESTRAS). [email protected] 2 Finalmente, desenvolveremos o tema da possível substituição do homem pelas friezas das máquinas e, se isso estiver acontecendo, as conseqüências desse fenômeno. Para isso analisaremos os ideais do Taylorismo, do Fordismo e do Fayolismo, uma vez que o primeiro foi o principal responsável pela criação das técnicas de administração científica, o segundo pela criação da idéia de linha de montagem e de produção em massa e o último fez a evolução dessas técnicas e foi o principal responsável pela Teoria Clássica de Administração. A Revolução Industrial A Revolução Industrial começou na Inglaterra em meados do século XVII e se caracterizou pela passagem da etapa de produtos manufaturados (artesanatos) à fase da indústria mecânica. A Inglaterra incorporou máquinas fabris para multiplicar o rendimento do trabalho e aumentar a produção global. Com isso, adiantou em cerca de 50 anos a sua industrialização em relação ao continente europeu o que possibilitou sair na frente na expansão colonial. Naquele período, a utilização do carvão de coque2, a invenção da máquina a vapor e o tear mecânico causam uma verdadeira revolução produtiva. Com esse inicio de industrialização e aplicação da força motriz às maquinas fabris, a mecanização se difunde na indústria têxtil e na mineração. Posteriormente, com a utilização do aço, da energia elétrica e do dínamo as fábricas puderam produzir em série o que possibilitou o surgimento da indústria pesada e a invenção dos navios e locomotivas a vapor vindo a acelerar a circulação das mercadorias. Com esse novo sistema industrial ocorreu uma profunda transformação nas relações sociais e criou duas novas classes sociais que foram fundamentais para a operacionalização desse novo sistema de produção. Os capitalistas (empresários) são os detentores do capital, dos imóveis, maquinas e matérias-primas e os bens resultantes dessa produção. Os trabalhadores assalariados (operários) possuem apenas sua força de trabalho o que utilizam para ser útil aos empresários na produção de mercadorias em busca de seu sustento. No início dessa revolução, os capitalistas impuseram duras condições de trabalho aos operários sem que isso aumentasse os seus salários, visando apenas o aumento da produção e a garantia do lucro crescente. Essa rígida disciplina nas condições de trabalho não oferece 2 O coque é um tipo de combustível derivado do carvão betuminoso. Começou a ser utilizado na Inglaterra do século XVII. O coque obtém-se do aquecimento da hulha (ou carvão betuminoso), sem combustão, num recipiente fechado. Pode ser utilizado na produção de ferro gusa (alto forno), sendo adicionado junto com a carga metálica. 3 segurança sendo que havia jornada de trabalho ultrapassando às 15 horas diárias e os descansos e as férias não eram cumpridos. As mulheres e crianças não têm qualquer tratamento diferenciado. Nessa época começam os primeiros conflitos entre os operários e os empresários. Sendo que os primeiros reivindicam melhores condições de trabalho. Iniciaram essa manifestação através da depredação de máquinas e instalações fabris. Com o templo surgem organizações de trabalhadores – o princípio do sindicalismo – resultado de um longo processo em que os trabalhadores conquistam gradativamente o direito de associação. Ainda na Inglaterra, por volta de 1824, surgem os primeiros centros de ajuda mútua e de formação profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicados como associações locais visando a conquista de melhores condições de trabalho e de vida. Com o surgimento da divisão do trabalho, a produção em série e a urbanização, visando maximizar o desempenho nas fábricas, os operários subdividem a produção em várias operações e cada trabalhador executa apenas uma única parte, utilizando sempre a mesma metodologia. Foi o surgimento da linha de montagem que limitava o domínio técnico dos trabalhadores sobre o próprio trabalho. A burguesia fortalecida passa a investir no campo através de grandes propriedades rurais e a utilização de métodos agrícolas que permitem o aumento da produtividade e da racionalização do trabalho. As conseqüências dessa “inovação” foram severas para os camponeses que perderam o seu trabalho no campo e são expulsos de suas terras e tiveram que buscar trabalho nas cidades e são incorporados pela indústria crescente. Nesse período houve grande avanço da medicina preventiva e sanitária e o controle das epidemias favorecem o crescimento demográfico o que aumenta a oferta de trabalhadores para a indústria latente. O período de 1860 a 1900 foi caracterizado pela expansão dos princípios de industrialização especialmente na França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Estados Unidos e Japão. Esse período foi denominado como sendo a segunda fase da revolução industrial. As mudanças no processo produtivo ocorreram com a utilização de novas formas de energia (elétrica e derivada de petróleo). As Fábricas Mecanizadas A Revolução Industrial passou por duas épocas. A primeira Revolução Industrial que apresentou a fase de mecanização da indústria e da agricultura, a aplicação da força motriz, o 4 desenvolvimento do sistema fabril e o espetacular crescimento dos transportes e da comunicação. Na segunda Revolução Industrial teve como principais características a substituição do ferro pelo aço como material industrial básico, a substituição do vapor pela eletricidade e por derivados do petróleo como fonte de energia, o desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do trabalhador e o crescente domínio da indústria pela ciência. O Algodão: A industrialização do algodão revolucionou os hábitos e costumes das populações, de inicio na Europa e depois nos USA, que passou a evoluir a industrialização para tecidos de melhor qualidade e a preços inferiores. É um produto que veio de plantações coloniais da America e da Índia e foi processado, de inicio, artesanalmente, e que evoluiu para a utilização de novos equipamentos, como maquinas de fiar e o tear mecânico. Nas fábricas têxteis se originou uma infinidade de estudos, inclusive os primórdios dos computadores, produziu uma seqüência de evoluções industriais. Os espaços eram distribuídos de forma racional. Uma roda hidráulica impulsionava as máquinas que processavam o algodão nos andares superiores. Essa roda utilizava a força hidráulica para se mover o que fazia com que as fabricas têxteis fosse localizado junto aos rios. O Carvão: Foi a fonte básica de energia da Revolução Industrial e que servia para produzir energia nas fundições do ferro e para impulsionar a máquina a vapor. Era extraído de minas que utilizava de trabalhadores especializados e capazes de trabalhar em condições difíceis. As crianças eram empregadas como mão-de-obra barata para trabalhar nas minas. A Máquina a Vapor: Inventada por Watt3 permitiu melhorar o rendimento nas fábricas e substituir a força humana pela energia produzida pelo vapor. Marcou o início da mecanização e transformou completamente os métodos tradicionais de produção especialmente a estrutura das fábricas têxteis uma vez que não dependiam apenas da energia da água dos rios. Com a utilização de fiar e o tear mecânico ocorreu um aumento substancial na produção e na qualidade dos tecidos. 3 James Watt nasceu em Greenock, Escócia, em 19 de janeiro de 1736 e faleceu em 25 de agosto de 1819 em Heathfield Hall, perto de Birmingham, Inglaterra. Inventor da moderna máquina a vapor, que possibilitou a revolução industrial. 5 Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e sua posterior aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, em um lapso de um século, foram maiores do que todas as mudanças ocorridas no milênio anterior. (CHIAVENATO, 2003, p.33) A Siderurgia: Surgiu na Inglaterra com a idealização, por Abraham Darby4, da produção de ferro com o uso de carvão coque. A produção industrial de ferro foi indispensável para a construção do próprio maquinário fabril e, a partir desse passo inicial, a construção de locomotivas e estradas de ferro. A invenção da máquina a vapor revolucionou o setor têxtil. As Máquinas: A revolução industrial está intrinsecamente ligada à invenção e ao desenvolvimento de máquinas industriais. A invenção e utilização da lançadeira volante, por exemplo, permitiu o desenvolvimento do setor têxtil e que mais tarde foi beneficiado com a invenção da fiadora e do tear mecânico. A máquina a vapor inaugurou a etapa da mecanização das fábricas e a locomotiva e o navio a vapor revolucionaram os transportes. Nos transportes, as máquinas foram preponderantes para a exploração dos mares, em que a Inglaterra possuía uma frota mercante poderosa, fazendo com que a America, a África e a Ásia fossem exploradas pelas companhias de comércio que se dedicavam à compra de produtos agrícolas e materiais primas coloniais, ao trafico negreiro e a venda de produtos industrializados ingleses. Com todo esse desenvolvimento mercantil, os ingleses impulsionaram a busca de novas técnicas e métodos de produção de mercadorias. Assim, a produção realizada nas casas ou oficinas de artesanatos foi substituída pela produção nas fabricas que concentravam um grande número de operários e utilizavam de equipamentos cada vez mais sofisticados visando produzir mercadorias para atender mercado cada vez mais vasto. Criaram os arados e generalizou-se o uso da debulhadora e da ceifadeira. O mundo industrial tornou-se como uma imensa fabrica onde a aceleração do motor ou sua desaceleração e paralisações modificavam a atividade dos operários e regulavam a produtividade. 4 Abraham Darby (1678-1717) Cientista e tecnólogo. Inglês industrial que desenvolveu a técnica de coque de carvão vegetal nas fundições de ferro. Para fazer isso ele usa coque com baixo teor de enxofre, extraído das jazidas do Severn. 6 As fábricas: O trabalho em cadeia, a mecanização e a divisão hierárquica dos trabalhadores foram as inovações mais importantes nos centros fabris durante a Revolução Industrial que as fabricas adotaram na organização do trabalho que permitia o aumento da produção e da produtividade. A evolução na organização das fábricas ampliou o controle do empresário industrial sobre o trabalhador que ainda detinha conhecimentos técnicos sobre a produção. Criaram hierarquia e uma ordem com visão industrial. Surgiu, assim, o operário disciplinado e assalariado. A Sociedade: Ao final do século XIX a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas e predominavam pequenas oficinas, artesões independentes, pequenas escolas e profissionais autônomos (médicos, advogados, etc.), o lavrador, o armazém da esquina, etc. Atualmente a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista em que as obrigações sociais estão a cargo de organizações (indústrias, universidades, escolas, etc.) que são administradas por dirigentes que tem o objetivo primordial de se tornarem eficientes e eficazes. A Influência dos Filósofos: A filosofia mostrou preocupações com os problemas da época, especialmente quanto à essa evolução industrial e as profundas alterações na sociedade e nos povos. A administração recebeu influência da Filosofia desde os tempos da Antiguidade. Sócrates, filósofo grego (470 a.C. – 399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência. (CHIAVENATO, 2003, p. 30) Francis Bacon5, filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna, baseou-se no método experimental e indutivo em que mostrou a preocupação pratica de separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Antecipou-se ao principio administrativo da “prevalência do principal sobre o acessório”. 5 Francis Bacon - Nascido em Londres em 22 de Janeiro de 1561 e faleceu em Londres em 9 de abril de 1626. Foi um político, filósofo e ensaísta inglês, barão de Verulam, visconde de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna. Como filósofo, destacou-se com uma obra onde a ciência era exaltada como benéfica para o homem. Em suas investigações, ocupou-se especialmente da metodologia científica e do empirismo, sendo muitas vezes chamado de "fundador da ciência moderna". Sua principal obra filosófica é o Novum Organum. 7 René Descartes6 foi o maior expoente dessa época. Filósofo, matemático e físico Frances e fundador da Filosofia Moderna criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à matemática e a geometria. O método cartesiano tem os seguintes princípios: da dúvida sistemática ou da evidencia, da analise ou de decomposição, da síntese ou da composição e o da enumeração ou da verificação. A Administração Científica A Administração Científica foi uma tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração a fim de alcançar elevada eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da administração foram a observação e a mensuração. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação de métodos da ciência aos problemas da Administração a fim de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração. (CHIAVENATO, 2003, p. 54) O engenheiro americano Frederick W. Taylor7 é considerado o fundador da moderna Teoria da Administração. Provocou verdadeira revolução no pensamento administrativo e no mundo industrial da sua época. Sua preocupação inicial foi tentar eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar o nível de produtividade através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. No primeiro período, Taylor iniciou suas experiências e estudo pelo trabalho do operário, seguindo o caminho de baixo para cima e das partes para o todo. Nesse inicio de observação, ele concluiu que o objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos unitários de produção que, para isso, deve se aplicar métodos científicos de pesquisa e experimentação No segundo período de observação, denominado de Administração Cientifica, concluiu que as indústrias padeciam de vadiagem sistemática por parte dos operários e que as 6 René Descartes – Nascido em 31 de Março de 1596 em La Haye en Touraine, França e faleceu em 11 de Fevereiro de 1650 em Estocolmo, Suécia), foi filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se sobretudo por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Foi uma das figuras-chave na Revolução Científica. 7 Frederick Winslow Taylor - Engenheiro norte-americano – Nascido em 20-3-1856, Germantown, Filadélfia e faleceu em 21-3-1915, Filadélfia. Fundador da moderna administração de empresas. 8 empresas utilizam de métodos empíricos ineficientes que fazem o operário desperdiçar grande parte do seu esforço e do seu tempo, um desconhecimento pela gerencia das rotinas de trabalho e do tempo necessário para a sua execução e falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho. Taylor verificou que os operários aprendiam suas tarefas por meio da observação dos companheiros e que isso levava a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Assim, na tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho (ORT). A Organização Racional do Trabalho (ORT) se baseia no Estudo dos Tempos e Movimentos, Estudo da Fadiga Humana, Divisão do Trabalho e Especialização do Operário, Desenho de Cargos e Tarefas, Incentivos Salariais e Prêmios de Produção, Conceito de Homo Economicus, Condições de Trabalho, Padronização e Supervisão. Princípios Básicos de Ford Henry Ford8, mecânico e engenheiro chefe de fábrica, idealizou e projetou um carro, fundou a Ford Motor Co. e imaginou fabricar carros destinados aos milionários. Revolucionou a estratégia comercial da época com um carro de preço popular, um plano de vendas e assistência técnica. Ford, em seus estudos, adotou os seguintes princípios: da Intensificação, da Economicidade e o da Produtividade. Promoveu a grande inovação do século: a fabricação em massa. Inovou a organização do trabalho através da produção através de linha de montagem o que permitiu a produção em série. Estabeleceu o salário mínimo e a jornada diária de oito horas diárias. 8 Henry Ford - Inventor norte-americano – Nascido em 30/07/1863, Greenfield Township, Michigan e faleceu em 07/04/1947, Dearborn, Michigan. Criou a fábrica moderna e um carro simples, acessível e fácil de usar. Lançado em 1908, a 850 dólares cada, o Modelo T foi um sucesso e vendido 15 milhões em cerca de 20 anos. 9 Administração Clássica Henri Fayol9 nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris. Engenheiro de minas e desenvolveu a sua carreira em uma metalúrgica. Afirmou que o seu êxito se devia principalmente aos métodos que empregava. Demonstrou que com a previsão cientifica e métodos adequados de gerência os resultados satisfatórios eram inevitáveis. Se a Administração Cientifica se caracterizava pela ênfase na tarefa realizada pelo operário, A Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente. Na realidade, o objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das organizações. Segundo a Administração Cientifica, essa eficiência era Alcan;cada por meio da racionalização do trabalho do operário e do somatório da eficiência individual. (CHIAVENATO, 2003, p. 79-80). Fayol, em seus estudos, definiu importantes princípios de administração como a subordinação do interesse particular ao interesse geral, a centralização, a hierarquia, a ordem, a eqüidade, a estabilidade do pessoal, a iniciativa, a união pessoal. Definimos alguns: Igualdade entre Autoridade e Responsabilidade - Uma pessoa responsável pelo resultado de uma operação deve ter autoridade suficiente para tomar as medidas necessárias para assegurar o sucesso dessa operação. Unidade de Comando - Um empregado deve receber ordens de apenas um superior, ou, como disse mais acima, uma pessoa deve ter apenas um chefe diante do qual ela é responsável. Esse princípio é ainda mais válido no caso das empresas de família. Unidade de Direção - Deve haver “uma cabeça e um plano” para um grupo de atividades que cumpre o mesmo objetivo. 9 Henri Fayol - Nascido em Constantinopla, Estambul em 29 de julho de 1841 e faleceu em 19 de novembro de 1025 em París. Foi um dos primeiros estudiosos a analisar a natureza da actividade empresarial, a formular uma teoria completa de gestão e a definir as principais actividades do gestor dentro das organizações: planear, organizar, comandar, coordenar e controlar. 10 O Sistema Industrial – A Globalização A emergência de um novo momento tecnológico e, ainda, a globalização financeira são os traços mais marcantes dos últimos tempos. Aproximou-se a integração da economia mundial e a revolução tecnológica se difundiu de forma desigual entre os países. Estamos num momento de intensa concorrência globalizada em que os países que possuem mão-deobra barata têm a característica de hospedar indústrias que produzem produtos visando atingir mercados pelo mundo todo utilizando tecnologia dos países avançados. A globalização representa uma nova fase no processo de internacionalização e de dispersão da indústria como um todo. A globalização é um conjunto de condições emergentes em que o valor e a riqueza estão sendo produzidos de maneira crescente e distribuídos dentro das redes mundiais. Essa nova maneira de dispersar a produção de manufatura e serviços está influenciando fortemente os padrões internacionais de produção e troca de bens e serviços. As rápidas transformações ocorridas neste último século demonstram que o mundo tornou-se pequeno para as relações humanas. Todo esse processo de alterações em curtos intervalos de tempo possui grandes conseqüências que vão desde a divisão de classes, a grande utilização dos meios naturais até a expansão do sistema capitalista por todos os cantos do planeta gerando novas formas de relações entre os povos e as nações. Desde que os portugueses e espanhóis começaram a desbravar os oceanos que a globalização começou a tomar forma. Esse processo foi intensificado a partir das novas descobertas dos sistemas de transportes (rodovias, ferrovias, aviões, navios, etc.) e de comunicações (telégrafo, telefone, internet, televisões, etc.). Assim, as pessoas são consideradas cidadãos do mundo onde a facilidade de circular pelo planeta é limitada apenas pelo capital. Nas indústrias essa globalização de informações foi preponderante para a disseminação de uso e conhecimento de técnicas visando buscar o desenvolvimento em um mundo globalizado fundamental para garantir a sobrevivência nessa brutal concorrência através de estratégias apuradas nos mais diversos campos com a utilização de tecnologia de ponta onde é possível concentrar capital e conhecimento visando deter força e poder possível para se garantir uma soberania globalizada. A Era da Informação surgiu graças ao impacto provocado pelo desenvolvimento tecnológico e pela tecnologia da informação. A Tecnologia da Informação (TI) – o casamento do computador com a televisão e as telecomunicações – invade a vida das organizações e das pessoas provocando profundas transformações. (CHIAVENATO, 2003, p. 576) 11 Nesse ágil ritmo de se globalizar a ocupação através de conhecimentos e produções industriais a grande preocupação é quanto ao ganho financeiro e a ocupação de espaços em mercados altamente competitivos. Assim, a preocupação com o social e com o meio ambiente é mínima. Grandes corporações industriais poluem de forma exagerada e irresponsável chegando ao ponto de ocorrer comprometimento da sobrevivência da humanidade e, até mesmo, da extinção de espécies da fauna e flora. Isso é decorrente de uma política global de livre concorrência em que faz com que as indústrias pensem somente nos lucros e não no nosso meio ambiente. Considerações Finais A invasão da tecnologia de nossos atuais dias sem dúvida somente poderia estar ocorrendo a partir da Revolução Industrial. A Revolução Industrial foi responsável, também, pelo considerável aumento da população urbana uma vez que com a produção em larga escala industrial resultou no aumento da estrutura do comercio, dos transportes e da comunicação trazendo, com isso, mais vagas de empregos nas cidades e melhores condições de vida para as populações urbanas. O incrível foi a quantidade de produtos e serviços inventados no curto espaço de tempo que ocorreu a Revolução Industrial. Partindo da utilização do ferro, do vapor e dos navios, continuando com a utilização do aço, dos combustíveis e, principalmente, do dínamo. Seguindo com a invenção do telegrafo, ondas do radio, etc. O mais incrível é que essas mudanças ainda ocorrem e cada vez mais as regiões industriais crescem, os meios de transportes ficam cada vez mais rápidos e seguros, os meios de comunicação partiram para a “onda” do sem-fio. E parece que não para mais. Essa invasão da Tecnologia em nosso século nos oferece uma crescente disponibilização de produtos indispensáveis às nossas vidas e que são geradores de facilidades do nosso cotidiano favorecendo um desfrute da vida o que poderá até estarem nos tornando homens escravos de uma intrincada rede e de engrenagens que, saindo da linha de montagem industrial e chegando aos sofisticados celulares (verdadeiros computadores de bolso que tudo fazem), esta nos viciando irremediavelmente às facilidades tecnológicas. Somente o tempo dirá se isso é bom ou ruim para a humanidade. 12 Referências Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a administração geral. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. _________, Introdução á teoria geral da administração. São Paulo: Campus, 2003. _________, Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: McGrraw-Hill, 1985. _________, Teoria geral da administração. 3. ed. São Paulo: McGrraw-Hill, 1987. * Artigo entregue em: 15/11/2008 * Aceito para publicação em: 05/12/2008