TÍTULO TODO EM LETRAS MAIÚSCULAS NO ESTILO
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TÍTULO TODO EM LETRAS MAIÚSCULAS NO ESTILO
ESTUDO DE PERTURBAÇÕES EM ÓRBITAS AO REDOR DO ASTEROIDE 216 KLEOPATRA UTILIZANDO MODELO DE POLIEDROS FLAVIANE C. F. VENDITTI1, EVANDRO M. ROCCO1, ANTONIO F. B. A. PRADO1. 1. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Divisão de Mecânica Orbital e Controle E-mails: [email protected], [email protected], [email protected] Abstract This work is a study of orbits around irregular shaped bodies. In the solar system there are many bodies orbiting the Sun called asteroids. These objects don’t have a symmetric distribution of mass, which makes the gravitational field around them to act different from orbits around spherical bodies. Besides the irregularity of the shape, asteroids have rotation, what makes the dynamics of orbits even more perturbed. Several initial orbital elements are covered for a vehicle orbiting an asteroid. With the purpose of searching for very close orbits, on the collision boundary, and very distant orbits, on the limit of escaping the sphere of influence of the gravitational field of the asteroid, many combinations of initial orbital elements are tested and analyzed. Keywords orbit dynamics, asteroids, perturbation. Resumo Este trabalho é um estudo de órbitas ao redor de corpos com formas irregulares. No sistema solar existem inúmeros corpos ao redor da órbita do Sol denominados asteroides. Estes objetos possuem distribuição de massa assimétrica, o que faz com que o campo gravitacional ao seu redor atue diferente de órbitas ao redor de corpos esféricos. Além da forma irregular, os asteroides possuem rotação, o que torna a dinâmica da órbita mais perturbada ainda. É realizada uma varredura dos elementos orbitais inicias para se colocar um veículo espacial ao redor de um asteroide. Com finalidade de fazer uma busca por órbitas muito próximas, no limite de colisão, e órbitas muito distantes, no limite de escape da esfera de influência do campo gravitacional do asteroide, uma série de combinações de elementos orbitais iniciais são testados e analisados. Palavras-chave dinâmica orbital, asteroides, perturbação. 1 Introdução O sistema solar possui uma grande quantidade de corpos com formas assimétricas. Esses corpos são os asteroides, cometas e até mesmo satélites naturais de planetas. Grande parte dos asteroides está localizada entre as órbitas de Marte e Júpiter. Existem também os asteroides troianos, localizados nos pontos Lagrangeanos de Jupiter, os Centauros, com órbitas instáveis entre Jupiter e Netuno (JPL, NASA). Pequenos corpos com perihélio menor que 1.3 UA são chamados de Near Earth Objects (NEOs), que incluem asteroides e cometas. Os NEOs possuem órbitas passando próximas da órbita da Terra, e no caso dos asteroides, são chamados de Near Earth Asteroids (NEAs). Dentro do grupo dos NEAs existem os asteroides considerados potencialmente perigosos, ou PHAs, sigla em inglês. Estes possuem distância mínima de interseção da órbita com a Terra de 0.05 UA, e magnitude absoluta 22, que significaria um asteroide de pelo menos 110-240 metros, dependendo do seu albedo, que é a taxa de reflexão de luz. Neste trabalho, o asteroide é modelado por meio do método dos poliedros, que fornece uma precisão muito boa da forma irregular do corpo. Através desse modelo é possível simular órbitas ao redor do asteroide e, assim, obter um conjunto de órbitas possíveis, de acordo com o objetivo desejado. 2 Modelagem de corpos não esféricos 2.1 Método dos Poliedros Modelar corpos irregulares não é uma tarefa simples devido à complexidade da distribuição de massa destes corpos. Existem abordagens diferentes para o estudo do potencial gravitacional dos asteroides, e desde o século XIX já se conhecem estudos do potencial gravitacional do paralelepípedo (Everest, 1830). Existem trabalhos sobre a modelagem analítica do potencial gravitacional, como por exemplo, estudos para algumas formas geométricas planas desenvolvidos por Kellogg (1929) e Broucke (1995). Também estudos das propriedades das órbitas ao redor de objetos retangulares foram desenvolvidos (Broucke & Prado, 2004). Para se aproximar de modo mais preciso da forma real do asteroide foram desenvolvidos trabalhos que tratam do potencial de corpos tridimensionais por meio do método de poliedros (Werner, 1994). O potencial gravitacional pelo método dos poliedros é expresso como a soma de finitos termos associados a faces e vértices. A formulação analítica para o potencial e atração do modelo de poliedros pode ser definida pelas equações (1) e (2), respectivamente de acordo com Werner & Scheeres (1996): U 1 1 G re E e re Le G rf Ff rf w f e edge f faces 2 2 U G Ee re Le G Ff rf w f eedge f faces (1) (2) , onde ρ é a densidade do asteroide, re o vetor de qualquer ponto da aresta e até r, e rf o vetor de qualquer ponto da face até r. Ff e Ee são definidos por (3) e (4) respectivamente: ^ ^ Ff nf nf ^ ^ (3) ^ ^ Ee n f n e n f' n e f f' (4) Le é o fator adimensional que soma as conexões das arestas dos poliedros: ri r j eij 1 Le ds ln r ri r j eij e Figura 2. Face x-z de Kleopatra (5) , onde ri e rj são as distâncias do centro do corpo até a extremidade de uma aresta e. Para uma face triangular unida pelos vértices Pi, Pj, Pk, o termo adimensional wf em cada face é calculado pela equação (6): wf 2 arctan Figura 1. Face x-y de Kleopatra Figura 3. Face y-z de Kleopatra 3.2 Simulador ri rj rk ri r j rk ri (rj rk ) r j (rk ri ) rk (ri rj ) (6) 3 Metodologia 3.1 Shape Models utilizado Através de observações de radar feitas pelo telescópio de Arecibo por Ostro el al. (2000) foi possível criar o modelo de poliedros para diversos asteroides considerando densidade constante (Neese, 2004). O modelo utilizado para o asteroide (216) Kleopatra possui 2048 vértices e 4092 faces triangulares (Ostro et al, 2004). A força perturbadora devido à forma do asteroide é calculada pela soma das forças de cada face triangular do modelo. As figuras 1, 2 e 3 representam as três vistas do asteroide (216) Kleopatra usando o modelo com faces triangulares: As simulações são realizadas utilizando o modelo de faces descrito no item anterior. A forma que o campo gravitacional é gerado por este corpo será a soma das forças de cada face dos triângulos do modelo de poliedros. Uma órbita de referência não perturbada, com campo gravitacional central que resulta em uma órbita kepleriana, é utilizada para meio de comparação com a órbita perturbada devido à assimetria do asteroide. O movimento orbital pode ser simulado resolvendo a equação de Kepler para cada passo da simulação. Sendo assim, dado um estado inicial e um intervalo de tempo, o estado pode ser transformado em elementos Keplerianos, e utilizando a equação de Kepler, os elementos podem ser propagados para cada intervalo de tempo estipulado. Assim, os novos elementos Keplerianos podem ser convertidos para o novo estado (Rocco, 2006). 4 Resultados O movimento orbital nas proximidades de corpos irregulares normalmente é diferente do movimento de uma órbita kepleriana, isso devido aos efei- tos de pressão de radiação solar, que afeta mais asteroides de massa muito pequena (Baoyin, 2013), gravidade do Sol, forma do corpo, e rotação do corpo. Os efeitos da gravidade e rotação do asteroide perturbam uma órbita ao seu redor mais intensamente quando próximo a ele. Para órbitas distantes, o efeito da pressão de radiação solar afeta mais. De acordo com as condições iniciais, essas perturbações podem gerar trajetórias que escapam, colidem, ou que aos poucos tem a órbita alterada até o impacto no corpo. regra geral. No caso do modelo utilizado este raio é de aproximadamente 115 km. 4.1 Órbitas possíveis próximas A definição da proximidade máxima que um veículo poderia chegar de um corpo pode ser definida pelo raio médio (Scheeres, 2012). Este é o raio de uma esfera de volume igual ao corpo irregular, sendo este raio a média geométrica do menor e maior raio do objeto. Este raio equivalente depende do volume do asteroide, consequentemente da densidade, e é dado por: 3V R 4 1 3 (7) , sendo V o volume, que é a razão da massa do asteroide por sua densidade, podemos escrever a equação da forma: 3M R 4 1 3 (8) Utilizando para o asteroide (216) Kleopatra os valores para massa de 4,64±0,2x1021g, e a densidade de 3,6±0,4 g/cm3 (Descamps, 2011), este raio médio, ou raio equivalente, é de 67,51 km. Devido à peculiaridade da forma deste asteroide, a determinação de raio médio aproximado para órbitas próximas possíveis através da equação (8) não é aplicável para quaisquer condições iniciais. Como pode ser visto na figura 4, órbitas próximas à órbita polar de raio mínimo R são praticáveis, porém para órbitas equatoriais este raio mínimo causaria colisão com o asteroide. Figura 5. Raio mínimo para órbita ao redor de Kleopatra Ainda assim este raio mínimo está sujeito a falhar dependendo das condições inicias, como por exemplo, para órbitas muito excêntricas. Considerando somente o efeito da gravidade e rotação do asteroide, podemos calcular de forma aproximada a região do raio de órbita síncrona rs (Scheeres, 2004): 13 T 2 r s 4 2 (9) , onde µ é o parâmetro de massa do asteroide, e T o período de rotação do asteroide. Para o asteroide Kleopatra, que possui período de rotação de 5,385 horas, e massa de 4,64±0,2x1021g, o valor do raio de órbita síncrona rs é de 143,38km. Devido à distribuição de massa dos asteroides, geralmente estes corpos possuem somente quatro pontos específicos perto de rs em que realmente o movimento é síncrono. Para a maioria dos asteroides conhecidos esses pontos são instáveis, levando ao impacto ou escape (Scheeres, 1996). 4.2 Órbitas possíveis distantes O raio da órbita que delimita aonde a influência gravitacional do corpo orbitado passa a ser menor que a influência gravitacional do Sol, pode ser obtido pelo Raio de Hill, dado por: 1 m 3 RHill a(1 e) Ms Figura 4. Asteroide Kleopatra e raio médio em vermelho. Para órbitas próximas evitando risco de colisão, considerar o limite máximo de aproximação como sendo o maior raio do asteroide pode ser uma (10) , onde a é o semi-eixo maior, e a excentricidade, m a massa do corpo sendo orbitado, e Ms a massa do corpo mais massivo. No caso da excentricidade ser igual à zero, a equação pode ser usada da forma: 1 m 3 RHill a Ms (11) 0.025 current reference 0.02 eccentricity O raio de Hill pode ser usado como critério para delimitar a esfera de influência do asteroide orbitado. Quando o raio da órbita é maior que o raio de Hill, pode ser considerado que o satélite escapa da órbita do asteroide. Para o asteroide (216) Kleopatra, o raio de Hill calculado é de 28.890,340 km. Ou seja, a aproximadamente 29.000 km, um satélite passaria a estar predominantemente sujeito à atração gravitacional do Sol, e não mais a do asteroide. 0.015 0.01 0.005 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 time (s) 4 x 10 Figura 8. Excentricidade em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra no plano equatorial. 1.003 4.3 Gráficos 1.002 inclination (deg) 1.001 1 0.999 current reference 0.998 0.997 0 0.5 1 1.5 2 2.5 time (s) 4 x 10 Figura 9. Inclinação em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra no plano equatorial. 80.15 right ascencion of ascending node (deg) Diversas simulações foram realizadas para testar o comportamento de um veículo ao redor de um asteroide. A seguir são mostradas simulações para o asteroide (216) Kleopatra para órbitas muito próximas. Foi considerada rotação no eixo z com período de 5,385 horas, semi-eixo maior inicial de 115km, excentricidade 0, ascensão reta do nodo ascendente de 80o, argumento do periapside de 72o, anomalia média de 113o, e inclinação variando em dois valores: 1o, 90o. Os elementos orbitais iniciais são mostrados nos gráficos em cor magenta para comparação, e em azul a variação dos elementos ao longo das órbitas. Para a órbita polar, também foi feito simulações para excentricidade igual a 0,6. A seguir são mostrados gráficos para órbita equatorial: current reference 80.1 80.05 80 79.95 79.9 0 0.5 1 1.5 2 2.5 time (s) 4 x 10 Figura 10. Ascensão reta do nodo ascendente em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra no plano equatorial. 400 current reference 350 perigee argument (deg) 300 250 200 150 100 50 0 Figura 6. Órbita equatorial próxima ao redor de Kleopatra. 5 1.1507 current reference 1.1506 0 0.5 1 1.5 time (s) 2 2.5 4 x 10 Figura 11. Argumento do periapside em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra no plano equatorial. x 10 1.1505 semi-major axis(m) 1.1504 1.1503 1.1502 1.1501 1.15 1.1499 1.1498 1.1497 1.1496 0 0.5 1 1.5 time (s) 2 2.5 4 x 10 Figura 7. Semi-eixo maior em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra no plano equatorial. As figuras 7 a 11 mostram, durante 1000 órbitas ao redor de Kleopatra, o semi-eixo maior, excentricidade, inclinação, ascensão reta do nodo ascendente e argumento do periapside. As figuras 13 a 17 mostram a variação nos elementos orbitais ao longo de 1000 órbitas para uma órbita polar: 400 350 perigee argument (deg) 300 250 200 current reference 150 100 50 0 0 0.5 1 1.5 2 2.5 time (s) 4 x 10 Figura 17. Argumento do periapside em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar. Figura 12. Órbita próxima polar ao redor de Kleopatra. A seguir, são mostrados nas figuras de 18 a 22, os elementos orbitais para órbita polar, com excentricidade igual a 0,6. 5 1.1507 x 10 5 1.151 current reference 1.1506 1.1505 x 10 1.15 1.1503 semi-major axis(m) semi-major axis(m) 1.1504 1.1502 1.1501 1.15 1.149 1.148 1.147 1.1499 1.1498 1.146 1.1497 1.1496 current reference 0 0.5 1 1.5 2 1.145 2.5 time (s) 4 0 0.5 1 2 2.5 time (s) x 10 Figura 13. Semi-eixo maior em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar. 1.5 4 x 10 Figura 18. Semi-eixo maior em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar com excentricidade inicial 0,6. 0.025 0.601 current reference current reference 0.6005 0.02 eccentricity eccentricity 0.6 0.5995 0.015 0.01 0.599 0.5985 0.598 0.005 0.5975 0 0 0.5 1 1.5 2 0.597 2.5 time (s) 4 Figura 14. Excentricidade em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar. 2 2.5 4 x 10 current reference 90.002 90.001 90.001 inclination (deg) inclination (deg) 1.5 90.003 current reference 90 89.999 90 89.999 89.998 89.998 0 0.5 1 1.5 2 89.997 2.5 time (s) 4 80.15 80 79.95 1.5 time (s) 2 1.5 2 2.5 4 x 10 Figura 16. Ascensão reta do nodo ascendente em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar. 2.5 4 x 10 Figura 20. Inclinação em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar com excentricidade inicial 0,6. right ascencion of ascending node (deg) 80.05 1 1 80.15 80.1 0.5 0.5 time (s) current reference 0 0 x 10 Figura 15. Inclinação em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar. right ascencion of ascending node (deg) 1 Figura 19. Excentricidade em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar com excentricidade inicial 0,6. 90.002 79.9 0.5 time (s) 90.003 89.997 0 x 10 current reference 80.1 80.05 80 79.95 79.9 0 0.5 1 1.5 time (s) 2 2.5 4 x 10 Figura 21. Ascensão reta do nodo ascendente em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar e excentricidade inicial 0,6. 400 current reference 350 perigee argument (deg) 300 250 200 150 100 50 0 0 0.5 1 1.5 2 time (s) 2.5 4 x 10 Figura 22. Argumento do periapside em 1000 órbitas ao redor de Kleopatra para órbita polar com excentricidade inicial 0,6. 5 Conclusão Foi realizado um estudo da perturbação gerada na órbita de um veículo espacial devido à irregularidade do corpo orbitado. Um modelo de poliedros do asteroide (216) Kleopatra foi utilizado, sendo que o modelo é formado por 2048 vértices e 4092 faces triangulares, que representa com boa precisão a forma deste asteroide. As simulações foram feitas considerando órbita próxima equatorial, polar, e polar com excentricidade diferente de zero. Testes para órbitas muito distantes (no limite da esfera de influência do asteroide), e órbitas próximas desconsiderando rotação, não mostraram variação significativa comparada com as simulações apresentadas. Os gráficos gerados mostram o desvio na órbita devido à forma irregular do asteroide em azul, sendo a linha magenta os dados inicias para comparação. Considerando rotação no eixo z, para excentricidade igual à zero a órbita polar sofre menor desvio que a equatorial na maioria dos elementos orbitais. Em relação à inclinação, apesar do desvio sofrido ser cíclico, ele é maior para órbita polar. Comparando os gráficos de órbita polar é possível notar que, para excentricidade inicial 0,6, ocorre uma variação muito maior no semi-eixo maior (que teve escala estendida em comparação aos de excentricidade zero), excentricidade e inclinação, do que quando a excentricidade inicial é nula. Enquanto a excentricidade e semi-eixo maior tendem a diminuir para a órbita polar muito excêntrica, para excentricidade nula tende a aumentar, mas em grau bem menor. Os resultados obtidos são importantes para se aplicar no estudo de controle de órbitas ao redor de corpos irregulares. Quando se deseja manobrar um veículo ao redor de um corpo com forma não esférica é fundamental levar em consideração os efeitos que a distribuição de massa não uniforme irá gerar, principalmente em órbitas próximas ao corpo. Referências Bibliográficas Baoyin, H., Liu, X., & Beauvalet, L. (2013). Analysis of potential locations of asteroidal moonlets. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. Broucke, R. A. (1995). “Closed form expressions for some gravitational potential: triangle, rectangle, pyramid and polyhedron”. In: Spaceflight Mechanics Meeting, Albuquerque. Proceedings San Diego: AAS/AIAA, (PAPER AAS 95 - 190). Broucke, R. A. and Prado, A. F. B. A. (2004). Orbits Around an Elongated 3D-Object Adv. in the Astronaut. Sci. 119 3037-3060. Descamps, Pascal, et al., (2011). "Triplicity and physical characteristics of Asteroid (216) Kleopatra." Icarus 211.2 (2011): 1022-1033. 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