Gestão da Cadeia de Suprimentos: contribuições para a construção

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Gestão da Cadeia de Suprimentos: contribuições para a construção
Centro Universitário Tupy – UNISOCIESC
Joinville, Santa Catarina, Brasil
ISSN 2237-5163 / v. 04, n. 01: p. 01-25, ano 2014
DOI: 10.14521/P2237-5163.2014.0005.0001
Gestão da Cadeia de Suprimentos: contribuições para a construção de um conceito
Supply Chain Management: contributions to the construction of a concept
Jaqueline de Fátima Cardoso ([email protected], Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina – IFSC, Santa Catarina, Brasil)
 R. Alba Dias Cunha, 190, AP. 301, Trindade, Florianópolis, SC - 88036-020, Brasil
Nelson Casarotto Filho ([email protected], Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Santa
Catarina, Brasil)
Resumo: Esta pesquisa consiste em analisar conceitos de gestão da cadeia de suprimentos
(Supply Chain Management – SCM), demonstrando sua evolução e seus diferentes pontos de
vista, de modo a contribuir para a construção de um conceito. Trata-se de um estudo
teórico/conceitual o qual é focado em livros e trabalhos científicos envolvendo estudos teóricos e
práticos. Os resultados demonstram a existência de diferentes conceitos de SCM e sua origem a
partir da evolução da logística. A amplitude do conceito é vasta e, por isso, a SCM, na prática,
não vem sendo aplicada por completo. Verificou-se que a implementação da SCM no Brasil
ainda não foi alcançada em toda a sua complexidade, sendo o setor automobilístico o que
demonstra maior evolução na aplicação do conceito. Observaram-se oportunidades de pesquisa
a partir de modelos conceituais concebidos para estudos no campo da SCM. O tema estudado é
bastante tratado na literatura, existem estudos preocupados em identificar e construir conceitos
de SCM, esse trabalho caminhou nessa direção.
Palavras-chave: Gestão da cadeia de suprimentos; Cadeia produtiva; Cadeia de valor; Cadeia de
suprimento.
Abstract: This research consists in analyzing the concepts of Supply Chain Management (SCM),
showing their evolution and their different points of view, so as to contribute to the construction
of a concept. It is a theoretical/conceptual study which is focused on books and scientific papers
involving theoretical and practical studies. The results demonstrate the existence of different
concepts of SCM and its origin from the evolution of logistics. The breadth of the concept is
broad and, therefore, the SCM has not been fully applied in practice. It was found that the
implementation of SCM has not yet been reached in all its complexity in Brazil, and the
automotive sector is the one which shows further progress in implementing the concept. Research
opportunities were observed from conceptual models designed for studies in the field of SCM.
The topic studied in this paper is fairly approached in the literature. There are studies concerned
with identifying and building concepts of SCM, and this work went towards this aspect.
Recebido 30/09/2013; Aceito 16/05/2014
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DOI: 10.14521/P2237-5163.2014.0005.0001
Keywords: Supply chain management; Production chain; Value chain; Supply chain.
1. Introdução
A Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management – SCM) é um termo
amplamente utilizado tanto pelas empresas e instituições de ensino superior, quanto por
pesquisadores. No entanto, esse termo encontra-se no contexto de outros, tais como: cadeia de
suprimento, cadeia produtiva, cadeia de valor e logística. O que leva, muitas vezes, a uma
confusão na demarcação de fronteiras conceituais, não se sabendo em que ponto termina uma
definição e começa outra. Tendo em vista o aumento da complexidade das empresas – como, por
exemplo, produzir e distribuir em diferentes países – a utilização da SCM é fator estratégico para
as operações produtivas.
Embora Correa (2010, p. 1) afirme que a SCM esteja hoje “no topo da agenda dos
principais executivos da maioria das empresas...”, a SCM é ainda uma disciplina emergente, em
fase de consolidação. Apenas recentemente os construtos mais relevantes foram identificados
(MIGUEL; BRITO, 2010).
Face ao exposto, o objetivo deste trabalho é levantar conceitos a cerca de SCM,
demonstrando sua evolução e seus diferentes pontos de vista, de modo a contribuir para a
construção de um conceito. O trabalho está estruturado da seguinte forma: além desta introdução,
o texto divide-se em procedimentos metodológicos; unidades de análise das empresas (cadeia
produtiva, cadeia de valor, cadeia de suprimento e comparação entre essas unidades); gestão da
cadeia de suprimentos (surgimento, conceitos e SCM no Brasil); oportunidades de pesquisa; e
conclusões.
2. Procedimentos metodológicos
O trabalho é classificado como teórico/conceitual, pois faz revisão da literatura,
desenvolve conceitos e promove discussões teóricas (NAKANO, 2012). Compreende uma
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pesquisa realizada em livros e trabalhos científicos que tratassem em alguma medida do conceito
de SCM.
A busca pelos artigos foi feita nas bases de dados Scopus, Web of Science, Science Direct
e Scielo. Os termos utilizados na busca das bases de dados internacionais foram “Supply Chain
Management” combinado com a palavra “conceito”, para isso utilizou-se o operador booleano
“and”. Inicialmente foram encontrados 20 artigos na Scopus, 20 artigos na Web of Science e 97
na Science Direct. Após a exclusão das duplicidades restaram 132 artigos, foram lidos os
resumos dos mesmos com a finalidade de identificar se efetivamente tratavam de estudos
relacionados ao conceito de SCM e/ou aplicar esses conceitos em estudos empíricos. Os artigos
selecionados resultantes desse processo fazem parte deste trabalho e constam nas referências.
No que tange a SCM no Brasil, a busca concentrou-se na base de dados nacional Scielo,
tendo como critério de seleção o artigo apresentar estudos teóricos abrangendo conceitos de SCM
e/ou aplicar esses conceitos em estudos empíricos. Nessa base iniciou-se a busca pelo assunto,
para isso foi empregado o termo tanto em inglês quanto em português, ou seja, “Supply Chain
Management” e “Gestão de Cadeia de Suprimento”. Foram identificados 28 artigos dos quais,
após a leitura dos resumos, selecionou-se 6 que compõem o Quadro 3.
Inicialmente buscou-se fazer a diferenciação entre cadeia produtiva, cadeia de valor e
cadeia de suprimento, tendo em vista que o foco do trabalho era na cadeia de suprimento.
Ao analisar o referencial teórico foram identificados termos presentes nos conceitos a
cerca de SCM, compreendendo: logística, fornecedores/compras, processo produtivo, canal de
distribuição/distribuição, integração, relacionamento, consumidor final/clientes, informação e
vantagem competitiva/valor. Cada conceito foi classificado de acordo com os termos que possuía
de modo a verificar qual o conceito que mais abrangia tais termos.
Por fim, foram encontrados estudos preocupados em criar ferramentas para viabilizar
pesquisas empíricas, bem como construção teórica no campo da SCM, em decorrência disso foi
criada a seção 5 com vistas a oportunidades de pesquisa relacionadas à SCM.
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3. Unidades de análise das empresas
Na visão de Gasparetto (2003) as empresas são membros de arranjos nos quais se torna
agente cuja competitividade depende do seu desempenho e do desempenho de todas as demais
empresas envolvidas nas etapas necessárias para o fornecimento de um determinado produto aos
clientes finais. Nesse sentido, uma empresa pode ser visualizada e analisada a partir de três
unidades principais:

como participante de um dos elos (indústria) de uma cadeia produtiva (filière), seja na
cadeia principal ou auxiliar desta;

de forma isolada, no contexto de sua cadeia de valor (value chain), em que as atividades
executadas são analisadas com o objetivo de apontar potenciais de vantagem competitiva;

como um dos membros de uma cadeia de suprimentos (supply chain), visualizada a partir
de uma empresa, e englobando as empresas envolvidas a montante e a jusante desta,
desde as fontes originais de matérias-primas, até os clientes finais.
A seguir cada uma dessas unidades de análise será discutida.
3.1 Cadeia produtiva
O surgimento dos termos “cadeia produtiva” e “análise da cadeia produtiva”, no Brasil, é
associado ao desenvolvimento do conceito de filière e da analyse de filière na França e na
Inglaterra, no decorrer da década de 1930. Na França e na Inglaterra, a analyse de filière foi um
conceito desenvolvido em paralelo às discussões sobre a modelagem sistêmica como alternativa à
modelagem reducionista, por isso, incorporava uma visão mais integrada e dinâmica dos
fenômenos. Entretanto, a analyse de filière somente foi amplamente difundida na década de 1960
e direcionada para o setor agrícola. No Brasil, a visão de filière foi extrapolada para outros
setores industriais, além do setor agrícola (LEITE, 2004). Nos trabalhos de Leite (2004) e
Gasparetto (2003) os conceitos de cadeia produtiva e filière têm o mesmo significado.
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A cadeia produtiva é definida a partir da identificação de determinado produto final e o
encadeamento das várias operações técnicas, comerciais e logísticas, de jusante a montante,
necessárias à sua obtenção (BATALHA, 2007; PIRES, 2001).
Gasparetto (2003) e Pires (2011) afirmam que uma cadeia produtiva pode ser descrita a
partir de uma matéria-prima ou de um produto final, mas em ambos os casos ela é composta por
dois níveis: a cadeia principal e as cadeias auxiliares. Na cadeia principal as atividades são diretas
e vinculadas ao objetivo principal da cadeia. Já a cadeia auxiliar realiza atividades indiretas e de
suporte ao objetivo principal, interagindo dinamicamente com a cadeia principal, a qual está
subordinada, dando-lhe os meios de que ela necessita para a execução de suas atividades e
oferecendo-lhe opções técnicas e comerciais.
3.2 Cadeia de valor
Para Novaes (2007) e Porter (1990), num ambiente competitivo, valor é o montante que
os compradores estão dispostos a pagar por um produto que uma empresa ou indivíduo oferece.
Conforme ilustra a Figura 1, o valor de um determinado produto é composto pela margem e pelas
atividades de valor.
As atividades de valor são formadas por dois grupos. As atividades
primárias compreendem os processos de: logística de entrada, operações, logística de saída,
marketing e vendas, e serviço pós-venda. E o grupo das atividades de apoio compreendem os
processos de aquisição de insumos e serviços, desenvolvimento da tecnologia, administração de
recursos humanos e infra-estrutura da empresa. A execução dessas atividades compõe os
elementos que geram vantagem competitiva às empresas, portanto, a cadeia de valor é um
conjunto de atividades interdependentes (NOVAES, 2007).
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Figura 1 - Cadeia de valor
Fonte: Porter (1990)
Segundo Novaes (2007), o conceito de cadeia de valor, desenvolvido por Porter, é um dos
pilares do moderno gerenciamento da cadeia de suprimentos. Para Novaes (2007), a cadeia de
suprimentos é formada por uma sequência de cadeias de valor, cada uma correspondente a uma
das empresas que formam o sistema.
3.3 Cadeia de suprimentos
Ballou (2006a, p. 29) define cadeia de suprimentos como “um conjunto de atividades
funcionais (transportes, controle de estoques, etc) que se repetem inúmeras vezes ao longo do
canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se
agrega valor ao consumidor”.
Na mesma linha Novaes (2007, p. 38) apresenta a cadeia de suprimentos como o
“caminho que se estende desde as fontes de matéria-prima, passando pelas fábricas dos
componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores e chegando finalmente ao
consumidor através do varejista”. E ainda, destacam Slack, Chambers e Johnston (2009, p. 145),
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em um projeto de SCM “as operações são definidas no contexto de todas as operações com as
quais interage”.
Para Casarotto Filho (2010) a cadeia de suprimentos é uma rede comandada, via de regra,
por uma empresa “mãe”, num processo top down, em que essa empresa “mãe” normalmente se
responsabiliza pelos elos da cadeia que agregam maior valor, ou que estão mais aos extremos da
cadeia de valor geral. A Figura 2 representa essa visão mostrando que partes da cadeia de valor
geral são assumidas pela empresa “mãe” e pelos demais participantes. A marcação em cinza tem
tendência de maior responsabilidade das atividades pela empresa “mãe”, já a branca tende a
responsabilidades de atividades assumidas pelas demais empresas da rede.
Figura 2 - Cadeia de valor geral e participação das empresas da rede
Infraestrutu
ra
Tecnologia de gestão: recursos humanos, qualidade, planejamento, gestão
financeira
P e D:
-Atualização
setorial
Operação
-Desenvolvimento de
produtos
Logística de
Aquisições:
Produção:
-Produção
interna
(montagem)
-Compras
Logística de
Distribuição
-Estocagem de
produtos
-Estocagem
de materiais
Marketing:
-Atualização
setorial
-Marca
-Redes de
distribuição
-Tecnologia
de processos
-Transporte
de materiais
-Produção
externa
-Transporte de
produtos
-Vendas
atacado
-Atendimento
(responsividade
)
-Assistência
+
-
-
+
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Tendência para a empresa mãe
(Agregação de valor)
Fonte: Casarotto Filho (2010)
3.4 Comparação entre as três unidades principais
Leite (2004) apresenta uma comparação entre os conceitos de cadeia de valor, cadeia de
suprimentos e cadeia produtiva (Quadro 1).
Quadro 1 - Aspectos relevantes da cadeia de valor, de suprimentos e produtiva
Cadeia de valor (value chain)
Principal conceito: Porter (1989)
Abrangência: análise de uma
empresa e dos elos responsáveis
pelo desempenho de sua
competitividade
Fatores de análise:
- Classificação das atividades
primárias e das atividades de
apoio
- Cada empresa possui sua própria
cadeia de valor
Cadeia de suprimentos (supply
chain)
Principal conceito: Lambert,
Cooper e Pagh (1998); Slack
(1993)
Abrangência: análise da empresa
em conjunto com sua rede de
relações, a montante e a jusante
da empresa focal, em todos os
níveis
Fatores de análise:
- Empresa focal
- Assume um formato diferente
para cada empresa, mesmo que
produza produtos iguais
- Número de níveis envolvidos na
análise
- Pode fazer parte de uma ou de
várias cadeias produtivas
Cadeia produtiva (filière)
Principal conceito: Labonne
(1995)
Abrangência: análise que abrange
todo um setor, por exemplo, o
automobilístico
Fatores de análise:
- Mesoanálise
- Parte-se de uma matéria-prima
ou de um produto final
- Cadeia principal e auxiliar
- Identificam-se as etapas diretas e
indiretas envolvidas na
transformação do produto
Fonte: Leite (2004, p. 226)
Na visão de Leite (2004), apesar dos avanços nas discussões acadêmicas e empresariais
em decorrência do reconhecimento e da importância da gestão conjunta, para o ganho de
competitividade no mercado, os conceitos de cadeia de valor, cadeia de suprimentos e cadeia
produtiva ainda apresentam percepções diferentes e pouca homogeneidade nas interpretações.
Isso confunde o entendimento dos limites de cada abordagem.
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Gasparetto (2003) também analisa cada um dos três conceitos abordados - cadeia de valor,
cadeia de suprimentos e cadeia produtiva. O conceito de cadeia de valor pode ser utilizado para
análises no âmbito de uma empresa, analisando os elos responsáveis pela sua competitividade,
enquanto o conceito de cadeia de suprimentos pode ser empregado para análises focando uma
empresa e sua rede de relações, a montante e a jusante, em todos os níveis. A cadeia de
suprimentos terá uma configuração diferente para cada uma das empresas de uma indústria,
mesmo que elas produzam o mesmo produto. O conceito de cadeia produtiva pode ser utilizado
para análises amplas, no nível da mesoanálise. Tomando por base, por exemplo, uma matériaprima ou um produto final, identifica-se todas as etapas envolvidas direta ou indiretamente na sua
transformação, sendo que cada etapa engloba todas as empresas que a compreendem
(GASPARETTO, 2003).
A cadeia de suprimentos tem evoluído e a união dos participantes tem sido necessária para
aumentar a competitividade das empresas, sendo assim, afirma Novaes (2007), os ganhos devem
ser de todos os integrantes da cadeia e não de somente um em detrimento dos demais. Para se
chegar ao estágio de integração plena com benefícios para todos os membros da cadeia, defende
o autor, são necessários processos de modernização das empresas envolvendo a organização, os
sistemas de informações e os sistemas de custos adequados aos objetivos pretendidos, permitindo
transparência de informações entre os parceiros da cadeia. Ainda para Novaes (2007) essa forma
da cadeia de suprimentos é fruto de uma operação logística integrada e moderna denominada de
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, em inglês Supply Chain Management (SCM). Ballou
(2006a) diz que SCM é uma evolução da logística empresarial, sendo que capta a essência da
logística integrada e a ultrapassa.
Casarotto Filho (2010) apresenta outro tipo de rede que forma uma cadeia, a rede flexível,
que tem nos consórcios italianos seus maiores representantes. As empresas, normalmente de
pequeno e médio porte, unem-se num processo cooperativo tipo botton up, criando uma espécie
de “cabeça” virtual que se ocupa com as funções extremas da cadeia de valor (pesquisa e
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desenvolvimento de um lado, distribuição internacional e marca regional do outro), ficando para
as pequenas e médias empresas a produção. Mas esse tipo de rede não será objeto deste estudo.
4. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management - SCM)
Esta seção aborda o surgimento da SCM, os conceitos aplicados ao termo e a aplicação da
SCM no Brasil.
4.1 Surgimento da SCM
O período entre 1980 e 2000 foi marcado por transformações nos conceitos gerenciais,
especialmente no que toca à função de operações. O movimento da qualidade total e o conceito
de produção enxuta trouxeram consigo um conjunto de técnicas e procedimentos como o JIT,
CEP, QFD, SMED, kanban e engenharia simultânea (FLEURY, 1999). No caminho dessas novas
técnicas surgem dois outros conceitos: logística integrada e Supply Chain Management. A
logística integrada surgiu no início da década de 1980 e já possui um arcabouço teórico e prática
consolidados (FLEURY, 1999). Para o autor a SCM apareceu no início da década de 1990 e a
base conceitual ainda encontra-se em construção. Na aplicação prática, mesmo no âmbito
internacional, poucas empresas conseguiram implementá-la com sucesso (FLEURY, 1999).
Mooler (1994) afirma que o foco da pesquisa em gestão de fornecedores é um sucessor
direto da pesquisa em JIT (Just in Time), na década de 1980. Para o autor, SCM é um conceito
próximo ao gerenciamento de fornecedores e focada no desenvolvimento da cadeia de
suprimentos em redes. Porém, defende o autor, SCM é um conceito mais amplo do que a gestão
de fornecedores, sendo esse conceito mais profundo e enraizado na pesquisa logística do que os
conceitos anteriores. Os primeiros trabalhos de SCM surgiram na década de 1980 e entre eles
estava uma dúzia de trabalhos idênticos dos consultores Booz, Allen & Hamilton Inc.
(MOOLER, 1994).
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No estudo de Ballou (2006b) intitulado “A evolução e o futuro da logística e do
gerenciamento da cadeia de suprimentos”, o autor diz que o termo SCM surgiu como um novo
nome, porém, sua origem parece um mistério e é exatamente o que a SCM é, em comparação
com a distribuição física e logística. Ballou (2006b) destaca que alguns autores afirmam ser um
cumprimento da promessa de integração das atividades implícitas nas definições iniciais de
logística, enquanto outros pensam que é um conceito novo e ousado. A alegação é que a SCM
não é nova e que certos autores reconhecem que os pioneiros de logística tinham muitas das
ideias promovidas por entusiastas atuais da SCM (BALLOU, 2006b).
O início da SCM pode ser traçado com o programa Quick Response na indústria têxtil e
posteriormente com o ECR (Efficient Consumer Response) na indústria de gêneros alimentícios
(LUMMUS; KRUMWIEDE; VOKURDA, 2001).
4.2 Conceito de SCM
Ao analisar os conceitos de SCM apresentados na década de 1980, Moller (1994) comenta
que a SCM é a perspectiva de um paradigma novo da logística, sendo que a logística tradicional é
contestada nas seguintes áreas: a cadeia de suprimentos é percebida como uma entidade, em vez
de atividades fragmentadas e dispersas ao longo do fluxo de material; a importância da SCM
passa a ser estratégica; e os sistemas passam a ser integrados ao invés de possuir apenas interface.
Para Fleury (1999) existem alguns profissionais que consideram a SCM como uma
evolução do conceito de logística. Isso pode ser percebido em Ballou (2006a, p. 27), quando
afirma que SCM “capta a essência da logística integrada e a ultrapassa”.
No entanto, Fleury (1999) defende que a SCM é muito mais completa, compreendendo o
desenvolvimento do produto, além de compras e desenvolvimento de fornecedores. O autor diz
que para melhor entender o conceito de SCM é fundamental entender primeiro o conceito de
canal de distribuição.
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Instrumento fundamental para a eficiência do processo de comercialização e distribuição
de bens e serviços, na visão de Fleury (1999) canal de distribuição pode ser definido como o
conjunto de unidades organizacionais, instituições e agentes, internos e externos, que executam as
funções que dão apoio ao marketing de produtos e serviços de uma determinada empresa. Dentre
as funções de suporte ao marketing incluem-se compras, vendas, informações, transporte,
armazenagem, estoque, programação da produção e financiamento. Qualquer unidade
organizacional, instituição ou agente que execute uma ou mais funções de suporte ao marketing é
considerado um membro do canal de distribuição. Os diversos membros participantes de um
canal de distribuição podem ser classificados em membros primários e membros secundários
FLEURY (1999). Membros primários são aqueles que participam diretamente, assumindo o risco
pela posse do produto, incluem fabricantes, atacadistas, distribuidores e varejistas. Já os membros
secundários são aqueles que participam indiretamente, basicamente através da prestação de
serviços aos membros primários, não assumindo o risco da posse do produto.
Na mesma linha, partindo do canal de distribuição para chegar ao conceito de SCM,
Bowersox e Closs (2009, p. 89) afirmam que “um canal de distribuição é um grupo de entidades
interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza sua troca durante o processo de
comercialização, do fornecedor inicial até o comprador final”. Nesse caso, comentam os autores,
forma-se a cadeia de suprimentos e em função da variedade das tarefas a serem realizadas por
diversas empresas faz-se necessária a integração dessas atividades, o que é denominado de SCM.
O aumento da competição e a maior instabilidade dos mercados levaram a uma crescente
tendência à especialização, através da desverticalização/terceirização. Isso gera maior
complexidade e menor controle sobre os integrantes da cadeia de suprimentos. A solução para
esse problema passa pela busca de maior coordenação e sincronização, através de processo de
cooperação e troca de informações. Esse esforço de coordenação nos canais de distribuição,
através da integração de processos de negócios que interligam seus diversos participantes é
chamada de SCM. A partir desse entendimento, Fleury (1999) conceitua SCM como “o esforço
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de integração dos diversos participantes do canal de distribuição através da administração
compartilhada de processos-chave de negócios que interligam as diversas unidades
organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de
matérias-primas”.
Ganeshan e Harrison (2012) conceituam SCM como uma rede de serviços e opções de
distribuição que desempenha as funções de aquisição de materiais, transformação desses
materiais em produtos intermediários e acabados, bem como a distribuição desses produtos
acabados para os clientes. As cadeias de suprimentos existem em organizações prestadoras de
serviços e em organizações de manufatura, embora a complexidade da cadeia possa variar de
setor para setor e de empresa para empresa.
Para Dornier et al. (2000, p. 369) a “gestão da cadeia de suprimentos é a gestão de
atividades que transformam as matérias-primas em produtos intermediários e produtos finais, e
que entregam esses produtos finais aos clientes”. Para os autores, essas atividades envolvem
compras, manufatura, logística, distribuição e transporte, até o marketing. E geralmente,
diferentes empresas são proprietárias de diferentes conexões na cadeia de suprimentos.
Novaes (2007, p. 40) apresenta a definição adotada pelo Fórum de SCM realizado na
Ohio State University: “SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do
consumidor final e indo até os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações
que agreguem valor para o cliente”.
No estudo de Lummus; Krumwiede; Vokurda (2001), os autores realizaram uma pesquisa
cujo objetivo foi de levantar junto a seis empresas de grande porte – 2 empresas de manufatura, 2
empresas varejistas e 2 empresas de fornecedoras de serviços logísticos – qual a aplicação dos
termos logística e cadeia de suprimentos nessas empresas. As pessoas entrevistadas em cada
empresa eram gestores seniores ou ocupavam cargos de gerente de suprimentos ou vicepresidente de SCM. Foram feitas as seguintes questões:

como você define cadeia de suprimentos?;
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
como você define logística?;

como essas áreas estão relacionadas?
As respostas obtidas demonstraram que os conceitos de SCM e logística são
frequentemente confundidos e vistos como sobrepostos, dependendo da definição utilizada na
organização. A logística é vista como uma atividade interna da empresa, embora tenha sido
apontada como gerenciadora de fluxos entre a empresa, seus fornecedores e clientes. Já a SCM
inclui os fluxos logísticos, o gerenciamento dos pedidos dos clientes e processos produtivos e os
fluxos de informação necessários para monitorar todas as atividades dos elos da cadeia de
suprimentos. Aponta esse estudo que os diferentes entendimentos a cerca de SCM encontrados na
literatura são reforçados na realidade das empresas. Os autores reforçam que é importante as
empresas terem uma compreensão comum sobre esses conceitos tendo em vista a melhoria do
desempenho global da SCM.
Outro estudo que buscou a conceituação de SCM foi apresentado por Mentzer et al.
(2001). Nesse trabalho os autores dizem que a construção da gestão não pode ser efetivamente
feita por profissionais e pesquisadores sem um consenso sobre sua definição. Tal é o caso com o
termo Supply Chain Management que possui muitas definições, havendo pouco consenso sobre o
que significa. Assim, os autores examinam e pesquisam diferentes conceitos existentes. Várias
definições de SCM e "supply chain" são analisadas, categorizadas e sintetizadas. Antecedentes e
consequências da SCM são identificados, e os limites da SCM em termos de funções de negócios
e organizações são propostos. Um modelo conceitual e uma definição unificada de SCM são
apresentados pelos autores, conforme segue: A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades
relacionadas com o fluxo e transformações de produtos desde a matéria-prima até o usuário final,
bem como os respectivos fluxos de informações. Tanto os materiais quanto as informações fluem
em diversos sentidos (para baixo e para cima) na cadeia de suprimentos. A partir disso, Mentzer
et al. (2001) definem SCM como a integração dessas diversas atividades, mediante
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relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, com a finalidade de conquistar uma
vantagem competitiva sustentável.
Mooler (1994) diz que há tendência da SCM ter significados diferentes nos EUA e na
Europa. Nos EUA, o foco é sobre as relações com o cliente, atendimento ao cliente e os custos da
cadeia total. Na Europa, o foco é sobre as parcerias entre diferentes empresas produtoras. Em
ambos os casos a visibilidade da cadeia, o desenvolvimento de relações com confiança, a
cooperação e as barreiras são as mesmas.
Ballou (2006b) apresenta uma série de conclusões a partir da observação da evolução dos
conceitos por ele estudados: Claramente, a emoção e o foco estão voltados para a SCM. Em
primeiro lugar, pode-se dizer que a SCM está preocupada com a realização das oportunidades da
gestão integrada de processos de fluxo de produto entre funções e entre membros do canal.
Embora a ideia seja potente e os benefícios óbvios, a noção de redução de custos, incluindo mais
de um sistema de tomada de decisão não é nova. Foi, pelo menos, incorporado nos sistemas de
abordagem promovida por operações de pesquisadores entre 1940 e 1950. Em segundo, a
logística está agora sendo vista como um subconjunto da gestão da cadeia de suprimento. Gestão
interfuncional e interorganizacional parece ser da competência da gestão da cadeia de
suprimentos, em vez de logística. Logística, como um nome de identificação, substitui
distribuição física. A terceira observação diz que compras e produção estão agora incluídas no
âmbito da SCM. Como resultado, SCM é responsável por 70 a 80% do custo de vendas para
muitas empresas. Em quarto lugar, tantas áreas funcionais da empresa estão adotando a SCM que
está em perigo de tornar-se tão ampla que perde a sua identidade e foco. Algumas limitações
organizacionais e subdivisões podem ocorrer. Em quinto lugar, embora a SCM promova a
coordenação, integração, construção de relacionamento e colaboração ao longo do canal de
suprimentos, na realidade isso ocorre em um grau muito limitado. A SCM é praticada como
logística e não alcança a definição teórica mais ampla prevista para ela. Talvez os gestores vão
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começar a praticar SCM quando os seus benefícios forem melhores documentados e medidos, e
as técnicas e ferramentas necessárias para alcançar os benefícios forem refinadas.
Diante dos conceitos apresentados a cerca de SCM foi elaborada uma análise
comparativa, conforme ilustra o Quadro 2.
Quadro 2 - Análise comparativa de conceitos de SCM
Fleury
(1999)
Autores
Dornier
et al.
(2000)
Lummus,
Krumwie
de,
Vokurda
(2001)
X
X
Termos
Logística
Mentzer
et al.
(2001)
Novaes
(2007)
Ballou,
(2006b)
Bowersox,
Closs
(2009)
Ganeshan,
Harrison
(2012)
X
Fornecedores/
compras
X
X
X
X
X
X
X
X
Processo produtivo
X
X
X
X
X
X
X
X
Canal de
distribuição/
distribuição
X
X
X
X
X
X
Integração
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Relacionamento
Consumidor
final/clientes
Informação
Vantagem
competitiva/valor
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fonte: Os autores (2013)
No Quadro 2 os termos são aqueles encontrados nas definições, de modo que cada termo
foi sendo marcado de acordo com a sua presença nas definições analisadas. Os termos
fornecedores e processo produtivo aparecem em todas as definições. Na sequência vem
consumidor final, seguido por canal de distribuição e integração. Os demais termos aparecem em
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dois ou três dos oito conceitos apresentados. O termo que menos aparece é relacionamento, o que
causa estranheza, pois esse é um dos princípios para implementação da SCM. O conceito que
abrange mais termos é o proposto por Ballou (2006b), no entanto, o autor diz que a amplitude da
definição não é alcançada na prática das empresas e que o mais comum é a integração limitada
entre produtor e fornecedor.
Por fim, é possível dizer que o conceito de SCM, para ser abrangente, deve incluir todos
os termos destacados no Quadro 2, construindo-se o seguinte conceito: a SCM consiste na
integração dos processos produtivos, envolvendo fornecimento e distribuição, a fim de atender às
demandas dos clientes, tal integração deve ser permeada pelo relacionamento entre as partes
envolvidas em cada processo, compartilhando informações de modo a construir vantagem
competitiva para as organizações envolvidas.
Entretanto, permanece a questão se esse conceito pode ser efetivamente viabilizado nas
práticas empresariais.
4.3 SCM no Brasil
No Brasil, a onda da SCM começou a se disseminar no final da década de 1990,
impulsionada pelo movimento da logística integrada. Prova disso é o movimento Efficient
Consumer Response (ECR) Brasil (2012) iniciado em meados de 1997 que apresentou resultados
da fase de projetos-piloto, apontando para um grande potencial de redução de custos (FLEURY,
1999).
O ECR Brasil é um movimento global no qual empresas industriais e comerciais,
juntamente com os demais integrantes da cadeia de abastecimento (operadores logísticos, bancos,
fabricantes de equipamentos e veículos, empresas de informática, etc.), trabalham em conjunto na
busca de padrões comuns e processos eficientes que permitam reduzir os custos e melhorar a
produtividade em suas relações.
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Para Miguel e Brito (2010) as principais dimensões da SCM são: confiança (credibilidade
e benevolência), comprometimento, interdependência, compatibilidade organizacional, visão,
liderança da cadeia e apoio da alta gerência. Na visão dos autores uma revisão extensa da
literatura permite acrescentar a esses aspectos outras dimensões, como relacionamentos internos,
foco no cliente, sistemas de tecnologia e compras estratégicas. Empiricamente, ainda para os
autores, os estudos dos efeitos desses antecedentes sobre a SCM não podem ser considerados
conclusivos, especialmente em função de amostras não probabilísticas, importantes diferenças no
desenho de pesquisa e resultados conflitantes. Outro aspecto é a limitação geográfica das
pesquisas empíricas, focadas em países americanos e europeus, não explorando mercados
emergentes. Uma revisão das publicações nos principais periódicos de Administração nacionais –
RAE-Revista de Administração de Empresas, Revista de Administração Contemporânea (RAC),
Revista de Administração da USP (RAUSP) e Gestão e Produção – sugeriu que a maioria das
pesquisas sobre a matéria tem caráter exploratório ou descritivo (MIGUEL; BRITO, 2010). Uma
exceção é o trabalho de Cunha e Zwicker (2009) cujo foco foi avaliar o impacto da comunicação
sobre o relacionamento entre comprador e fornecedor, representado pelo comprometimento entre
empresas e desses dois construtos sobre o desempenho da empresa.
A cultura brasileira apresenta particularidades que a diferenciam do perfil americano ou
europeu, tais como concentração de poder, flexibilidade, paternalismo, lealdade às pessoas,
personalismo, aversão ao conflito e alto índice de impunidade (TANURE, 2009), alterando os
possíveis antecedentes da SCM. Diante disso, o autor realizou um trabalho cujo objetivo foi testar
o impacto, previsto pela teoria, de três antecedentes (confiança, relacionamentos internos e apoio
da alta administração) sobre a gestão da cadeia de suprimentos no Brasil. O modelo proposto foi
desenvolvido fundamentado na revisão da literatura, principalmente a desenvolvida nos Estados
Unidos e Europa. A SCM foi operacionalizada como um construto multidimensional cujas
dimensões de primeira ordem são: comunicação, cooperação e integração logística. As hipóteses
foram testadas usando um modelo de equações estruturais, com uma amostra de 112 empresas
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com operações no Brasil. Os resultados permitiram avaliar as relações dos antecedentes
mencionados com a SCM em uma economia emergente. Uma segunda contribuição dessa
pesquisa foi o desenvolvimento e a validação dos modelos de medição dos antecedentes da SCM
que podem ser usados em futuras pesquisas. Verificou-se que confiança e apoio da alta gerência
promovem a SCM, mas relacionamentos internos não é seu antecedente. Essa comprovação
empírica possui também relevância gerencial, identificando caminhos para o desenvolvimento da
prática da SCM no ambiente (TANURE, 2009).
Outras pesquisas que tratam do conceito de SCM no Brasil são apresentadas no Quadro 3.
Quadro 3 - Pesquisas sobre SCM no Brasil
Objetivo
Principais resultados
Autores
Estudar novas formas de organização
na cadeia da carne bovina do Rio
Grande do Sul, analisando se a forma
de relacionamento dos parceiros
configura a estruturação de uma cadeia
de suprimentos
Em função do objetivo de obter um
produto diferenciado - carne de novilho houve a necessidade de estabelecer
relações de parceria entre os agentes da
cadeia. No entanto, ainda prevalece o
comportamento oportunista nas relações
dos diversos elos, e considera-se uma
maior estruturação conforme o conceito
de Gerenciamento de Cadeia de
Suprimento, muito difícil no curto prazo
Ferreira, Padula
(2002)
São apresentados, inicialmente, os
principais pressupostos da abordagem
que ficou conhecida como Gestão da
Cadeia de Suprimentos (GCS). Em
seguida, procura-se ilustrar, a partir de
uma revisão parcial de trabalhos
realizados sobre a indústria
automobilística, em que medida tais
pressupostos podem, ou não, ser
verificados
Constatou-se que apenas em alguns casos
o conjunto de pressupostos tende a se
tornar realidade
Alves Filho et al.
(2004)
Utilizar conceitos e modelos da
literatura acadêmica de logística e
gestão de operações para analisar três
casos da indústria automobilística no
A indústria automobilística seguiu a
tendência de maior integração na gestão
da cadeia de suprimentos. Os processos
de negócios da cadeia de suprimentos são
Di Serio,
Sampaio, Pereira
(2007)
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Objetivo
Principais resultados
Autores
Brasil, e traçar um paralelo entre os
conceitos apresentados na literatura
acadêmica e a realidade operacional de
uma empresa ampliada, abordando a
identificação dos processos relevantes
na SCM e o papel da tecnologia da
informação neste processo de
integração da cadeia
viabilizados pela tecnologia de
informação amplamente utilizada nos três
modelos produtivos apresentados,
principalmente quanto aos processos de
gestão da demanda e a sincronização do
fluxo de informações
Comparar os graus de autonomia
tecnológica conquistados por três
montadoras de motores instaladas no
Brasil, bem como identificar as
atividades de desenvolvimento de
produtos que essas subsidiárias
realizam em conjunto com os
fornecedores
Em geral, as estratégias de
desenvolvimento de produtos dessas
montadoras são muito semelhantes e
orientadas para a competitividade local.
As diferenças ocorrem em função das
estruturas de suas cadeias de fornecedores
e de suas políticas de suprimentos
Cerra, Maia
(2008)
Apresentar como uma empresa
montadora de motores diesel utiliza
práticas logísticas e ferramentas da
qualidade para a colaboração em um
cenário industrial complexo - a
indústria automobilística
O presente caso ofereceu resultados
objetivos, apontando melhorias
alcançadas pela integração e pela
colaboração entre a empresa focal e sua
base de fornecimentos na troca de
informações de planejamento, gestão,
execução e medição de desempenho dos
processos dos fornecedores
Rodrigues,
Sellitto (2008)
Verificar o nível de formalização na
logística de suprimentos das
montadoras e fornecedores da indústria
automotiva brasileira
Das 23 montadoras e dos 50 fornecedores
analisados, constatou-se que as práticas
adotadas por ambos são convergentes, o
que se constitui em aspecto essencial na
implementação efetiva do conceito de
GCS, no entanto ressalta-se que nas
montadoras essas práticas estão mais
desenvolvidas
Guarnieri,
Hatakeyama
(2010)
Fonte: Autores citados neste Quadro
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A partir dos estudos contemplados no Quadro 3, acredita-se que a implementação de SCM
no Brasil ainda não foi alcançada em toda a sua complexidade. O setor automobilístico é o que
demonstra maior evolução na aplicação do conceito.
Em outra direção, é possível verificar a existência de estudos preocupados em criar
ferramentas para viabilizar pesquisas empíricas, bem como construção teórica no campo da SCM.
5. Oportunidades de pesquisa
Na visão de Ketchen, Tomas e Hult (2011), nos últimos anos o campo da SCM tem
colocado ênfase crescente sobre o uso de teorias para descrever, explicar e predizer relações entre
conceitos importantes. Uma fonte da teoria dentro desse trabalho tem sido as ciências
organizacionais - um grupo de áreas aliadas, incluindo gerenciamento, gestão estratégica,
comportamento organizacional e teoria da organização global cujo objetivo é identificar formas
de melhorar o funcionamento das organizações. Várias ferramentas para orientar o processo de
construção de teoria - e para avaliar os esforços dos outros – têm sido desenvolvidas no âmbito
das ciências organizacionais, entretanto, ainda não encontrou ampla aplicação no campo da
gestão da cadeia de suprimentos. Diante disso, os autores elaboraram um estudo com o objetivo
de descrever várias dessas ferramentas e explicar como tais ferramentas podem ser utilizadas para
melhorar a construção de teorias no âmbito da SCM, podendo ser aplicadas em pesquisas de
campo relacionadas à SCM.
Na mesma direção, Laeequddin et al. (2012) desenvolveram um modelo de construção
conceitual integrando confiança para as relações de parceiros da cadeia de suprimentos. Baseouse na literatura sobre modelos de construção de confiança de várias disciplinas. Foram
selecionados cinco modelos de construção de confiança amplamente referenciados na literatura a
fim de desenvolver um modelo conceitual integrado do ponto de vista das relações de parceiros
da cadeia de suprimentos. O modelo conceitual proposto sugere que a confiança é uma soma de
valiosas características de riscos dos membros da cadeia de suprimentos. Os resultados do estudo
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sugerem que os membros da cadeia de suprimentos devem se esforçar para reduzir os níveis de
risco a fim de construir a confiança. Enquanto os níveis de risco dos membros estão dentro de
limites suportáveis, pode ser considerado como um mecanismo de enfrentamento ao risco quando
os níveis de risco exceder seus limites suportáveis, o tema da confiança transforma-se em gestão
de risco/gestão de segurança. O modelo desenvolvido pode ser aplicado em trabalhos de campo
com objetivo de diagnosticar e aprimorar o nível confiança na SCM.
Mahmoud e Jemni (2008) partem do pressuposto que a SCM é um grande problema em
muitas indústrias, todavia, as empresas percebem a importância de criar uma relação de
integração com seus fornecedores e clientes. O objetivo da SCM é atender às necessidades do
consumidor final, fornecendo o produto certo no lugar certo no tempo e preço adequados. Para os
autores, durante a década de 1990, o interesse em SCM no agronegócio cresceu na Europa e nos
EUA. O conceito e sua aplicação tornaram-se uma das principais áreas de pesquisa e foco
comercial do agronegócio na última década. Nos últimos anos, o interesse passou a incluir o
potencial e as implicações do SCM em países em desenvolvimento. Face a essas questões, a
pesquisa dos autores teve o objetivo de analisar as etapas na evolução da gestão logística para um
Sistema de Gestão da Cadeia de Abastecimento Eletrônico (e-SCM). O trabalho tratou das
práticas de logística em empresas do setor de lácteos da Tunísia e identificou se algumas delas
estão implementando a SCM. Devido ao fato do Brasil ser um país em desenvolvimento esse
estudo torna-se interessante para oportunizar pesquisas relacionas às práticas de SCM em
diversos setores.
6. Considerações Finais
O objetivo deste estudo foi levantar conceitos de SCM, demonstrando sua evolução e seus
diferentes pontos de vista, de modo a contribuir para a construção de um conceito. Tal objetivo
foi alcançado. Constatou-se que a definição de SCM envolve diversos termos, a saber: logística,
fornecedores/compras, processo produtivo, canal de distribuição/distribuição, integração,
relacionamento, consumidor final/clientes, informação, vantagem competitiva/valor. Tais termos
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perpassam por distintas atividades relacionadas ao processo produtivo tanto dentro como fora da
empresa, o que necessita integração e fluxo de informações entre todas as empresas envolvidas.
Além disso, as relações entre empresas devem favorecer a todos os envolvidos e isso é um ponto
relevante para a aplicação efetiva do conceito.
Cabe destacar, que a evolução da logística parece ter levado ao termo SCM. O termo vem
evoluindo e sendo ampliado o que pode envolver demasiadas variáveis, gerando conflitos de
interesses e impedindo a execução efetiva do conceito na prática. Conclui-se que a amplitude do
conceito é vasta e, por isso, a SCM na prática, não vem sendo aplicada por completo.
Acredita-se que a efetivação da SCM no Brasil ainda não foi alcançada em toda a sua
complexidade, sendo o setor automobilístico o que demonstra maior evolução na aplicação do
conceito.
Modelos conceituais são encontrados para viabilizar as pesquisas no campo da SCM, isso
demonstra certo amadurecimento teórico sobre o assunto, não obstante, a diversidade conceitual
ainda persiste.
Os conceitos, as construções teóricas e os estudos de campo apresentados nesta pesquisa
podem servir de base para futuros estudos sobre SCM. Observou-se que o tema estudado é
bastante tratado na literatura, existem estudos preocupados em identificar e construir conceitos de
SCM. Nesse sentido, este trabalho caminhou nessa direção, revisando a literatura, contribuindo
para desenvolver conceitos e promovendo discussões teóricas no campo da SCM.
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Recebido 30/09/2013; Aceito 16/05/2014
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