2ª convenção sinaliza novos rumos

Transcrição

2ª convenção sinaliza novos rumos
Sindloc sp
Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo
2ª CONVENÇÃO
SINALIZA NOVOS
RUMOS
Empresários e especialistas
debatem cenário econômico e
miram no futuro da atividade
Cobertura completa da 2ª Convenção do Sindloc São Paulo:
palestras relevantes, novas parcerias e oportunidades
de negócios marcaram o evento, que recebeu elogios
dos participantes
Ano XX – Edição 180 – 2016
editorial
De braços dados
para novos rumos
Eladio Paniagua Junior
Presidente do Sindloc-SP
J
untos, vivemos mais uma vez um momento especial! Com expressiva e qualificada audiência,
a segunda edição da Convenção do Sindloc-SP ultrapassou o objetivo de integrar empresários,
parceiros e fornecedores em torno de novas ideias e estratégias. O rico convívio do qual desfrutamos em quatro dias me fez ter a clara certeza de que estamos realmente unidos e orientados pela
mesma rota.
Se na Convenção de 2014 estávamos focados em olhar fora do setor, interagindo com órgãos e
entidades provedoras de nossa atividade, desta vez nossa prioridade foi olhar para dentro de nossa
atividade. Ao criar alertas, expor tendências e apresentar ferramentas para dinamizar nossos processos e rotinas empresariais, a programação do evento suscitou intensas reflexões e contribuiu
para consolidá-lo no calendário do segmento e do mercado automotivo.
Com base em um gabaritado time de palestrantes e explanações didáticas, entendemos as mecânicas para aprimorar a mensuração do valor do nosso negócio e conceber um balanço contábil
que facilite a captação de crédito. Ouvimos dicas preciosas para aplicar a tecnologia, explorar novos
modelos, como os programas de fidelidade, e incorporar ao mercado brasileiro o que já é realidade na
atividade de locação nos Estados Unidos. Mas de nada valeriam tantas informações sem a dinâmica
que presenciamos em cada café, jantar, nos intervalos para relacionamento e no tempo livre à beira
da piscina ou nas muitas atrações do San Raphael Country Hotel.
Ali não havia concorrentes, e sim parceiros imbuídos do mesmo propósito, formando e disseminando uma grande rede de relacionamentos e conhecimentos. Ali estavam os principais dirigentes
setoriais, traçando caminhos comuns e em plena sinergia. Ali estavam montadoras nos vendo como
aliados essenciais. Não é à toa que o Sindloc-SP ampliou de 1.086 para 3.265 o número de associados em apenas dois anos. Essa é uma conquista que não se restringe ao sindicato, mas que propicia
ao setor uma representatividade proporcional à sua grandeza.
Somos mais de 3.200 locadoras, que sustentam 160 mil empregos diretos e indiretos. Somos
425 mil carros que percorrem o estado, facilitando o deslocamento de executivos e o planejamento
de casais e famílias nas viagens de lazer. Somos R$ 6,9 bilhões de movimento anual em vendas,
honrando um pagamento de tributos da ordem de R$ 2,7 bilhões. Somos um setor que, apesar dos
transtornos provocados pelos nossos "desgovernos", se mobiliza à procura de soluções.
O pedido que lancei logo na abertura do evento – "Vamos trabalhar!" – foi levado ao pé da letra.
Que continuemos com este espírito. Unidos e focados, nosso sinal verde para o sucesso é permanente. É a hora de olhar para dentro e para o nosso lado!
Abraços e sucesso!
EXPEDIENTE
A Revista Sindloc SP é uma publicação
mensal do Sindicato das Empresas Locadoras
de Veículos Automotores do Estado de São
Paulo, distribuída gratuitamente a empresas
do setor, indústria automobilística, indústria do
turismo, executivos financeiros e jornalistas.
Presidente: Eladio Paniagua Junior
Revisão: Júlio Yamamoto
Vice-presidente: Luiz Carlos de Carvalho Pinto Lang
Jornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS
Diretoria: Jeronimo Muzetti, José Mario de Souza, Luiz
17.095 - [email protected]
Cabral e Paulo Miguel Jr
Impressão: Gráfica Revelação
Conselho Fiscal: Flavio Gerdulo, Luis Godas,
Tiragem: 5 mil exemplares
Marcelo Fernandes, Paulo Bonilha Jr e Paulo Gaba Jr
Circulação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores
Produção Editorial: Scritta – www.scritta.com.br
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Redação: Dalton Almeida e Leandro Luize
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Fotos da matéria de capa: Rubens Shinkado
Conteúdo – www.ecoeditorial.com.br
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reportagens, desde que citada a fonte.
revista sindloc
3
Shutterstock
sumário
Confira algumas imagens e flashes da convenção que mobilizou
mais de 300 pessoas no interior paulista
Istock
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GALERIA
08 NEGÓCIO DE VALOR
KPMG apresenta o bê-a-bá para as
corporações na árdua missão de definir o
verdadeiro valor da empresa
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OPORTUNIDADE
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TENDÊNCIA
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OPINIÃO
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produtividade
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GESTÃO
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OLHO NAS CONTAS
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PERSPECTIVAS
Sindloc-SP incrementa parcerias para
dinamizar ainda mais os processos
operacionais das locadoras
Quanto custa reter e cativar clientes?
Programas de fidelidade podem ser
determinantes para atingir esse objetivo
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TECNOLOGIA
Utilização da nuvem pode ser a alternativa mais segura para que
as locadoras protejam sua ampla base de informações
Participantes ressaltam interatividade e os
ricos ensinamentos extraídos na programação
de debates
Venda de serviços agregados aponta o
caminho para impulsionar receitas, seguindo
o bem-sucedido exemplo dos Estados Unidos
Em tempos de retração, é preciso estar alerta
ao máximo no momento da elaboração de um
contrato de locação ou com fornecedores
Padrões globais de contabilidade
incorporados pelo país exigem ainda mais
apuro na preparação de balanços
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LANÇAMENTOS
Evento serve de palco para montadoras apresentarem seus mais
novos modelos sob medida para o rent a car e o segmento frotista
revista sindloc
Reclamar da crise? Não. Empresários partem
em busca de soluções práticas e vislumbram o
futuro da atividade
oportunidade
Múltiplas soluções ao
alcance das locadoras
Sindloc-SP incrementa rol de parcerias
e aprimora consultoria a associados
M
ais de 2 mil consultas de empresas associadas foram remetidas ao Sindloc-SP no último ano. Atento a essa realidade, o sindicato anunciou novas parcerias estratégicas
durante a convenção, com a promessa de absorver as mais diversificadas demandas das locadoras. “Procuramos trabalhar para
atender ao crescente apelo do setor por um apoio que vai além do
âmbito institucional”, pontua o diretor do Sindloc-SP, Luiz Cabral.
Uma das novidades é o lançamento da Segplus, sob medida para
o mercado de locação. “A nova modalidade de seguro, com preço
anual fixo por unidade veicular, é única no Brasil e propicia redução
de gastos operacionais para todos os envolvidos”, explica o sóciodiretor Carlos Figueiredo. O produto, com custo médio de R$ 317
por veículo por doze meses, com DC de R$ 100 mil e RCF DM de R$
50 mil, dispensa a necessidade dos custosos processos de avaliação de risco de cada unidade e cliente.
O seguro deve contemplar, no mínimo, cinco veículos. Inclui assistência 24 horas e acesso gratuito a uma plataforma de gestão de
frotas via web. A Segplus também oferece o apoio de uma equipe de
Tecnologia da Informação (TI) para a sincronização entre softwares do cliente e de seu sistema. Uma vez efetivada a integração, as
costumeiras adições e exclusões na frota ficam automaticamente
reconhecidas pela cobertura.
Novos parceiros
A Cavenaghi também acaba de se unir ao time de parceiros. Com
48 anos de trajetória, a companhia é pioneira e líder no desenvolvimento e fabricação de adaptações veiculares. A oferta de equipamentos acessíveis em condições diferenciadas às locadoras vai ao
encontro das novas exigências da legislação brasileira, contempladas no Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Outra novidade é a disponibilização, pela FleetMax, de um novo
aplicativo para garantir erro zero no envio de informações à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz/SP), sobre as
transações de compra e venda de veículos, necessárias para pleitear e obter a redução de 50% na alíquota do IPVA. O sistema põe
as informações no formato exigido pela Sefaz e identifica eventuais
duplicidades e inconsistências.
Já a SPC Brasil proporcionará às locadoras o
acesso a informações cadastrais das bases de
dados do Serasa e CDLs, em condições de preços
diferenciadas. Esses indicadores são de extrema
importância para identificar mais facilmente as
probabilidades de inadimplência de clientes e garantir mais segurança às operações.
A VR Benefícios, por sua vez, disponibiliza os
vales-refeição, alimentação e combustível com as
menores taxas do mercado e com prazo para pagamento que pode chegar a 15 dias. Além disso,
como promoção de lançamento, nas adesões feitas até 30/6/16, na aquisição de até 100 cartões
pré-pagos, será aplicada taxa zero por seis meses,
enquanto a isenção será estendida a um ano para
acima de 100 cartões. l
Quem são nossos
parceiros estratégicos?
Cavenaghi: adaptações veiculares para
pessoas com deficiência
SPC Brasil: acesso a informações cadastrais da base Serasa e CDLs
FleetMax: software para envio de informações sem erros à Sefaz
Juveniz Jr. & Rolim Ferraz Advogados
Associados: consultoria jurídica
Montadoras: comercialização de veículos em condições especiais
Personal Car: gestão e reparação de frota
PV Inova: rastreamento, mobilização e
recuperação de veículos
Segplus: administração de seguros
Sodré Santoro: desmobilização de frota e participação em leilões
VR Benefícios: vale-refeição, alimentação e combustível
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CENÁRIO
Retomada em construção
Abertura da convenção incentiva empresas a projetar horizontes
positivos para a economia
E
m meio
à convulsão
política, social
e econômica
pela qual passa o Brasil, é
natural que o
Julia Wilson, sócia-diretora
da KPMG
empreendedor projete um
cenário de piora, especialmente quando
rumamos para mais um ciclo de estagflação (combinação de estagnação e inflação), aumento de impostos, desemprego
e interferências desastradas do Estado.
Mas, apesar da impressão geral,
Julia Wilson, sócia-diretora da KPMG,
considera que as expectativas catastróficas não têm embasamento real
e o país vai se recuperar e ultrapassar o
crescimento alcançado em 2010 – antes
do declínio presente – a partir de 2020.
“Eu vim para o Brasil na época da
famosa capa da The Economist [revista britânica] com o Cristo Redentor
decolando como um foguete (Brazil
take off). Era um boa fase para o país,
mas sem uma série de fundamentos,
que, hoje, estão mais firmes na base
da economia”, avalia. “Tivemos aquele crescimento irreal de 7,5% há seis
anos, mas a situação começou a piorar após mudanças na Selic e queda
da demanda mundial por commodities. Esse panorama deve permanecer assim por mais um ou dois anos,
mas o país tem um PIB [Produto Interno Bruto] calcado em consumo, o que
é positivo”, adianta a executiva.
Conforme explicou, o Brasil, com
uma população de 200 milhões de
pessoas e uma economia pujante,
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embora em um momento de ajuste,
não tenderá a ficar assim por muito
tempo, pois a população deve voltar a
consumir e reativar o mercado.
“Na questão do segmento de locação, acredito que há diversas oportunidades, tanto para inovar, aproveitando a geração dos milenials [jovens
nascidos a partir dos anos 1980], que
é favorável a novos modelos de negócios, como para suprir as demandas turísticas externas, internas da
classe C ascendente e o potencial de
terceirização ainda inexplorado do
mercado”, elenca Julia.
Outras perspectivas positivas residem na tendência a políticas fiscais estatais de redução da Selic, o
que fomentará o crédito escasso –
devido ao excesso de exigências –,
tornando-o mais acessível e, também, ajudará no combate ao custo
elevado que tem sido identificado
para as renovações de frota.
“Apesar do momento difícil, comparado a outros países, o Brasil está bem
e possui um sistema financeiro sólido e com baixo risco. É um momento
com oportunidades para a melhora
na produtividade das empresas, que
podem contratar bons profissionais
a custos mais competitivos e, assim,
melhorar sua eficiência”, exemplifica a
consultora. Ela destacou, ainda, a importância do mercado nacional, que é
sempre aberto a absorver novas tecnologias, como o Waze, o que lhe imprime
um ritmo dinâmico de constante renovação e aperfeiçoamento. E revelou que
o momento reserva oportunidades na
venda de usados, uma vez que declina
a busca por automóveis zero pela po-
pulação, e que o público-alvo principal a
ser visado pelas empresas é, principalmente, o de 25 a 45 anos.
Poder setorial
Para a especialista, os indicadores
do setor demonstram uma estrutura e diversidade de demandas ideal
para novos modelos de negócios e
expansão. O faturamento anual desse
mercado no país gira em torno de R$
16,3 bilhões, com 7,5 mil empresas e
mais de 8,6 mil pontos de locação –
um crescimento de 10,7% entre 2003
e 2013, média acima do PIB.
Dos 853,2 mil veículos da frota
disponibilizada pelas locadoras brasileiras, 56% deles são destinados à
terceirização, 23% ao lazer e 21% a negócios. “Com um índice de penetração
de apenas 5,4% na terceirização, se
alcançarmos o índice francês, já seria
o equivalente a triplicar o setor, sem
contar que a moeda desvalorizada
favorece o turismo externo, com demandas para a locação, e pressiona
os brasileiros a viajar dentro do país”,
detalha a executiva.
Julia Wilson acredita que nos próximos anos, devido à questão orçamentária delicada, o governo buscará ainda mais a iniciativa privada na forma
de Parcerias Público-Privadas (PPPs)
para reverter a precária questão da infraestrutura nacional. O momento de
vacas magras pode até perdurar um
pouco mais, mas abre condições para
a criação de novos modelos de negócios e para que todos no segmento se
preparem para acelerar junto com o
país. O fim está muito longe de bater
às portas do Brasil.
Negócio de valor
Cálculo de valuation:
conheça o preço justo
de sua empresa
Especialista da KPMG ressalta importância dessa ferramenta para
saber real potencial do negócio
A
Luiz Motta
Sócio da KPMG
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revista sindloc
o contrário do que parece, conhecer o
valor de seu negócio não é útil apenas
para vendê-lo. Trata-se, na verdade,
de uma autoanálise corporativa mais profunda, que Luiz Motta, sócio da KPMG, buscou
apresentar em suas mais diversas facetas.
Naturalmente, a primeira coisa é entender
o conceito de valuation em si, que, segundo a
definição trazida por Motta, seria o “valor pelo
qual um ativo ou empresa poderia ser transacionado em um mercado competitivo e aberto
para uma troca justa entre vendedor e comprador, sendo ambos conhecedores do negócio, prudentes e sem urgência em efetuar a
transação”. Objetivamente, um valor justo, em
que ambas as partes obteriam vantagens no
processo de venda: uma recebendo o valor em
dinheiro, a outra, adquirindo uma excelente
estrutura empresarial.
Independentemente de um empreendedor
ter em mente se desfazer de seu negócio ou
mesmo adquirir outra empresa, o valuation
permite favorecer um exercício de autoavaliação estratégica e de autoconhecimento,
obrigando a empresa a se comparar com outros players do mercado, avaliar seu desempenho em diversos campos, valorizados pela
técnica, e, também, refletir sobre decisões de
negócios prementes, necessárias e futuras.
Um dos primeiros aspectos a ser analisados nesse cálculo é o contexto econômico
nacional e internacional. “São contabilizadas questões como câmbio, volatilidade de
mercado, queda nas commodities, impacto
de crises regionais, novos acordos comer-
ciais internacionais etc., tudo como forma de
avaliar os riscos oferecidos pelo mercado”,
explica Motta. “Com maior ou menor grau de
interação, tudo está cada vez mais global e
interligado, com competições mais acirradas
e que pressionam produtividade, margens de
lucro e demandam processos dinâmicos de
inovação”, acrescenta.
Há diversas maneiras de calcular o valor de
um negócio. Uma das metodologias é o fluxo de caixa descontado, no qual se projeta a
capacidade de uma empresa de gerar riqueza em uma janela de no mínimo cinco anos.
Outra é a avaliação por múltiplos, em que se
compara o negócio com outros similares que
tenham papéis em bolsa e que possuam um
multiplicador de seu lucro utilizado como referência para negociá-los.
Nesse cenário, são cada vez mais relevantes os chamados ativos intangíveis, ou seja,
aqueles que não estão limitados à estrutura
física de uma empresa, seus estoques, caixa
e passivos. “Bons exemplos de intangíveis
são a carteira de clientes, contratos com fornecedores e, eventualmente, a marca”, enumera o executivo. Motta também apresentou
um gráfico sintomático para que o empreendedor identifique a atual situação de sua empresa – se está em um momento de desenvolvimento ou de crise.
O tema que “seria suficiente para uma pósgraduação”, como destacou o próprio executivo da KPMG, foi uma rica introdução a um assunto que merece, sem dúvida, uma atenção
especial por parte das locadoras. l
TENDÊNCIA
Lealdade que gera
bons negócios
Programas de fidelidade são alternativas promissoras para cativar e reter a clientela
A
cumular pontos e ter desconto ou algum
benefício na compra de produtos e serviços,
da própria empresa ou de parceiros. Tudo
começou com o cartão de crédito, mas, na economia
em tempos de retração, cada vez mais consumidores
brasileiros recorrem aos programas de fidelidade.
E apostar nessa iniciativa pode ser a chave para
garantir clientes realmente leais e cativos.
Ao oferecer essas vantagens, a empresa só tem Adriano Monaco,
a ganhar, movimenta seu negócio e potencializa as diretor da EZP Easy
Points
chances de fidelizar público e atrair novos clientes.
"Mas não podemos imaginar que programas
do gênero resolverão eventuais problemas de venda das locadoras. Eles
devem ser vistos como um valor agregado, o que exige investimentos
para superar expectativas dos consumidores e manter uma operação que
proporcione a oferta de benefícios realmente tangíveis", destaca Adriano
Monaco, diretor da EZP Easy Points, que encerrou a série de palestras no
segundo dia de programação.
À primeira vista, a palavra "investimentos" pode afugentar os pequenos e
médios empresários, mas Monaco defende a customização dos gastos. "Pode
ser concebido um projeto que envolva apenas seus parceiros mais assíduos e
preferenciais, em vez de atingir toda a carteira. Até porque 80% do faturamento
de uma empresa advém de, no máximo, 20% dos clientes", exemplifica. "Isso
não pode ser entendido como uma despesa quando constatamos que
conquistar clientes é cinco vezes mais caro do que retê-los, e 10% dos seus
consumidores, em média, rescindem contrato após um ano", adverte.
Dois pilares sustentam a criação de programas de fidelidade: a recompensa
e o reconhecimento. O primeiro apresenta caráter racional – que premiações
vou receber e quando vou resgatá-las? Já o segundo tem apelo emocional e
leva em conta a sensação de exclusividade do participante ao ser contemplado
com upgrades, um pacote turístico, ingressos ou experiências.
O próximo passo é optar pelo modelo de programa. No de coalizão,
amplamente incorporado por redes varejistas e companhias aéreas,
sua empresa passa a integrar uma extensa lista de benefícios em
estabelecimentos, como supermercados, postos de gasolina e farmácias,
concedidos por meio de uma moeda virtual. O de proprietário, por sua vez,
consiste na criação de um programa exclusivo da empresa. "Esse último é
a escolha mais indicada para as locadoras de menor porte, pois elas não
dispõem tradicionalmente de uma base ampla de clientes. O custo para
implementar e operar é um pouco maior, mas
os resultados de valorização da marca são bem
mais compensadores", justifica.
Os objetivos traçados devem ser muito claros,
com percentuais preestabelecidos. "E uma
reflexão preponderante é questionar se, depois
de 12 meses, os usuários ganharão um chaveiro
ou um iPhone", enfatiza.
O engajamento dos funcionários também
deve ser um ponto de atenção, pois 68% dos
clientes abandonam uma marca por causa de
atitudes da equipe de atendimento e 71% são
fiéis a ela quando se sentem cativados. Em
tempos de incertezas econômicas, encantar é
questão de sobrevivência. l
Sucesso em números
Em diferentes segmentos, programas de
fidelidade impulsionam negócios. Confira:
4 Empresas aéreas
Aumento de 35% nas vendas anuais e
55% em faturamento
4 Hotéis e resorts
Aumento de 7% no volume de diárias e
4% em market share
4 Cartões de crédito
Até 50% de aumento no número de usuários e 20% no índice de renovações
4 Empresas de telefonia
Redução de 30% a 45% no número de
clientes que cancelaram o serviço
4 Redes varejistas
Aumento de 50% no tráfego nas lojas
revista sindloc
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OPINIÃO
Quatro dias de integração
O sempre aconchegante San Raphael Country Hotel foi o cenário
inspirador para um amplo intercâmbio de informações e estratégias.
Confira as impressões de alguns dos organizadores, palestrantes e
participantes sobre a 2ª Convenção do Sindloc-SP.
“Mais uma vez, nossa diretoria, empreendedores, parceiros e
representantes da indústria uniram esforços e inteligência. O resultado
não poderia ser melhor! Voltamos para casa muito mais ricos de
informações, conhecimentos e repletos de bons exemplos para seguir”
Eladio Paniagua Junior, presidente do Sindloc-SP
Aqui não há concorrentes, há amigos querendo entender seu setor para
melhorar o seu negócio. Este trabalho que o Sindloc-SP vem fazendo de
capacitação, de conhecimento dos negócios, trazendo os problemas e
tentando resolvê-los na raiz, é muito importante e de grande valia”
Paulo Nemer, presidente da Abla
“Se cada participante extrair, para o seu dia a dia, uma lição,
um aprendizado ou uma frase do evento, a convenção já terá
valido a pena”
Paulo Gaba Jr., presidente da Fenaloc
“A convenção foi completa e não deixa nada a dever aos melhores
eventos do gênero organizados nos Estados Unidos. Acreditamos
que esse é o caminho mais firme para o desenvolvimento de todo o
setor, tanto em seus aspectos econômicos quanto culturais”
Rodrigo Galvez, da Frontline PG
“Foi uma convenção fantástica! É exatamente nesses momentos que
devemos dividir conhecimentos para multiplicar sabedoria, garantindo
a disseminação de aprendizados a serem aplicados nos negócios. Além
disso, fomenta a responsabilidade de cada um em retransmitir sua
expertise a outros integrantes do setor”
Adriano Donzelli, Empresário do Setor e palestrante
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revista sindloc
ão e novos conhecimentos
“Além da oportunidade de reencontrar grandes amigos, eventos
como este sempre proporcionam uma interação única e constante
aprendizado. Com certeza, saímos motivados e preparados para
aprimorar nossas rotinas”
Jarbas dos Santos, da Mabb Locadora
“O formato foi um dos aspectos que mais me impressionaram
na convenção. De maneira muito descontraída, todos focaram a
atenção para o evento e garantiram dinamismo na disseminação
do conteúdo”
Paulo Henrique, da Audit Consult & Studio Fiscal
"Esta convenção é um excelente espaço para que possamos
apresentar as principais inovações de nossos produtos e serviços
e suas múltiplas possibilidades para as locadoras de automóveis”
Fabio Ayudarte, da Volkswagen
“Tivemos uma programação técnica primorosa, com um nível
altíssimo de palestrantes. Foi o momento para receber e compartilhar
importantes ensinamentos sobre as mais diferentes demandas e
desafios para as locadoras”
Luiz Carlos Lang, vice-presidente do Sindloc-SP
“Os debates que presenciamos estimulam a profissionalização
do setor e são determinantes para que os empresários avaliem
estratégias certeiras para ampliar receitas”
Marcel Rodrigues, do Juveniz Jr. & Rolim Ferraz Advogados Associados
“São raras as ocasiões em que podemos nos reunir com tantos
parceiros estratégicos e trocar conhecimentos tão preciosos. A
convenção trouxe, sem dúvida, grandes inspirações”
Carlos Figueiredo, da Segplus
revista sindloc
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galeria
C
entre amigos
onfira flashes dos quatro dias da 2ª Convenção do Sindloc-SP, que agitou o San Raphael Country Hotel, em Itu, no
interior paulista, e reuniu mais de 300 participantes, entre palestrantes, empresários, dirigentes setoriais, parceiros e
amigos, além da equipe de apoio do sindicato. Momentos especiais de integração, conhecimento, troca de informações, networking e congraçamento.
Tudo preparado para receber os participantes no Centro de Convenções, decorado
com as marcas dos patrocinadores, parceiros e apoiadores do Sindloc SP
Flagrante de uma das palestras com intensa atenção e participação dos
convencionais
Abla prestigiando o evento: Paulo Nemer, atual presidente da entidade (2º a
partir da esq.), e os ex-presidentes José Zuquim Militerno (1º a partir da esq.),
Paulo Gaba Jr (hoje presidente da Fenaloc) e Adriano Donzelli
Monica da Mata – Lead Locadora, Juliana – VW Financeira e Devincer Miguel – VW
Cristiano Gomes e Flávio Meira – Ford
Ao centro a consultora de imagem Mayra Freire com suas treinadas em visagismo, foi um sucesso!
Eládio dá posse a Marcelo Fernandes e Jarbas Santos,
como delegados regionais para o interior e Vale do
Paraiba, que receberam placas de homenagem das
mãos de Paulo Nemer - presidente da Abla e Paulo
Gaba Jr., presidente da Fenaloc
Equipe da PersonalCar orientando os convencionais
sobre seus serviços: Eduardo Pedro, Eduardo Scotti,
Rudi Garcia Marques e Rodolfo Ugliano
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revista sindloc
Jayme do Valle Jr apresentando os produtos da VR
Beneficios, VR, VA e VC, ao Eduardo da PersonalCar
Equipe da Fleet Max distribuindo em seu estande
o software para preenchimento sem erros das
informações a serem encaminhadas à Sefaz para
desconto de 50% no IPVA
Jonny, da Cavenaghi, em demonstração dos
equipamentos de adaptação veicular para
portadores de necessidades especiais, para Flávio
Gerdulo, da Locablind, e Gabriel Alves, da Hertz
Marília e Joelson, da SPC Brasil\SERASA, e Henrique,
da MVR, apresentando o novo sistema de informações
cadastrais do Sindloc-SP ao Jarbas Santos, da MAB
Locadora, e Junior e Vinicius, da Lider Car
Veículos das principais montadoras do país em
exposição durante todo o evento
Banda tocou música de qualidade em todos os
momentos
Em ambiente aconchegante do hotel, momento
de descontração ao redor da piscina
Eladio Paniagua, Pedro Daló (H Lobo), Luiz Cabral,
Vinicius Petinatti (Petinatti Locadora) e Jeronimo
Muzetti (presidente dos Independentes de Barretos
e da Panorama Locadora)
Chevrolet com representação de peso no evento:
Sindy Peres, Fábio Carvalho, Marcos Severino,
Tais Correa, Stephan Freiberger e Kleber Cruz
Casal Eloá e Vitor Sant´Anna, Casal Igor
Terpilauskas e Josiane, da Renault, acompanhados
de Roberto Mertens, da locadora Transarqui
Olga Magalhães, Rita Bittencourt, Noemia
Bittencourt, Ieda Cabral, com Patricia e Eladio
Paniagua (em pé), e Rosangela Pires, Luiz Cabral,
Luiz Carlos Magalhães e Roberto Pires
Equipe da Segplus que recepcionava os
convencionais em seu ônibus Happy Hour:
Márcio, Carlos Figueiredo, Andrea, Alexandra,
Francisco , Gabriel e Roberto
Maria Luisa Fernandes, Marcelo Fernandes e Eladio
Paniagua recepcionam gerentes regionais do interior
da Chevrolet: Guilherme Bianchi Jr com Hélvia
Bianchi e José Arrelaro com Isabela Brandão
revista sindloc
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produtividade
Não deixe o dinheiro
sobre a mesa. Pegue!
Modelo das locadoras norte-americanas vira norte para o mercado
brasileiro maximizar receitas
O
Rodrigo Galvez
Sindloc-SP está desenvolvendo um
projeto que visa buscar experiências no mercado de locação de automóveis internacional, para multiplicá-las
para suas associadas. Umas dessas experiências trazidas é a venda de produtos e
serviços agregados que domina o mercado
norte-americano.
Para esclarecer tudo sobre essa modalidade, os executivos Rodrigo Galvez e
Wellington Teixeira, da Frontline, fizeram
uma explanação impactante sobre o agressivo e bem-sucedido modelo norte-americano para maximizar receitas.
Representantes da Frontline PG, uma
das maiores especialistas em gestão, desenvolvimento e treinamento de funcionários com foco na venda de agregados do
mercado norte-americano, os palestrantes explicaram como têm guiado a transformação de empresas e suas culturas. O
intuito é prepará-las tanto para agarrar as
oportunidades de venda desperdiçadas – o
que chamam de “dinheiro sobre a mesa” –
como tornar a locadora uma especialista à
disposição para orientar o cliente.
Conheça alguns exemplos de agregados possíveis
para sua locadora:
Upsale
Atendimento de emergência
UpGrade garantido
Tanque de combustível
Ampliação das coberturas das proteções
Wi-fi
Proteção pessoal
GPS
Proteção para vidros
Motoristas adicionais
Guincho ilimitado
Cadeirinha
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revista sindloc
“Não é uma questão só de vender ou
empurrar algo, é preparar o funcionário da
linha de frente para entender as necessidades do cliente e aperfeiçoar a experiência
de consumo que ele terá com o produto ou
serviço da locadora”, observa Galvez. Conduta altamente sofisticada nos Estados
Unidos, onde dificilmente um cliente sai de
uma locadora ou outro serviço similar sem
adquirir agregados que potencializem seu
proveito e satisfação, esse segmento no
Brasil ainda é incipiente e com grande potencial de crescimento.
“No mercado norte-americano, desde
1993 o impacto foi de US$ 1 bilhão. Em
três anos, aqui no Brasil, mesmo em meio
à maior crise econômica em décadas, já
registramos mais de 3 milhões de vendas
agregadas, algo em torno de R$ 10 milhões
por ano. Há ainda muito a desenvolver, os
executivos acreditam em um grande potencial para o incremento em receitas, que
pode superar facilmente a cifra de 10% no
seu pipeline”, comenta Teixeira.
Segundo estimativas dos executivos,
o processo de mudança cultural, qualificação de pessoal, treinamento e implementação/definição de agregados leva
de um a cinco anos, de acordo com as
características de cada negócio, apresentando um aumento médio de venda de
agregados na faixa de 50%. “Se o cliente
tiver cabeça aberta e estiver pronto para
não deixar mais dinheiro sobre a mesa, o
mercado de agregados é uma fonte incrível para conquistar a confiança e fidelidade do cliente, ao mesmo tempo que se
captura valor”, finaliza Galvez. l
gestão
O contrato mais importante é sempre o próximo
Elaboração do documento representa uma tarefa essencial para proteger o bem essencial
de uma empresa: o lucro
O
advogado Marcel Rodrigues, do escritório Juveniz Jr. & Rolim Ferraz, ministrou uma das palestras que mais geraram indagações
na convenção. O especialista enumerou detalhes essenciais na
tarefa de elaborar um contrato de locação. “Não existe um modelo
pronto, mas ele tem de refletir integralmente a operação da locadora.
O que não está no contrato não pode ser cobrado do locatário. Infelizmente, muitas empresas ignoram o óbvio e só enxergam o problema
quando têm de assumir prejuízos que não são de sua responsabilidade”,
reitera. Rodrigues elencou as principais dúvidas entre os empresários e
suas interações com os procedimentos operacionais da locadora, e respondeu as perguntas mais frequentes sobre o tema (ver quadro ao lado).
Casos de fraude e estelionato
a) Análise documental cautelosa da CNH, foto e papel moeda; b)
atualização dos cadastros, efetuando bloqueio em suspeita de fraude; c) investir em equipamentos de identificação fotográfica, biometria e interfaces com sistemas policiais
Apropriação indébita
a) Clara previsão contratual quanto ao procedimento adotado pela locadora em casos de retenção injusta do veículo pelo locatário; b) enviar
notificação ou telegrama, com aviso de recebimento, ao endereço do
locatário constante no contrato, requerendo a devolução do veículo
em 24h, sob pena de configurar-se apropriação indébita; c) investir em
equipamento de rastreamento dos veículos
Responsabilidade sobre o veículo e terceiros
a) Prever no contrato que o locatário concorda que será responsável
por qualquer dano ao veículo ou a terceiros, independentemente de
culpa; b) termos de vistoria de entrega e devolução preenchidos e assinados pelo locatário e pela locadora, com imagens do veículo nos dois
momentos; c) contratar seguro de responsabilidade facultativa contra
terceiros; d) em caso de pagamento somente da participação obrigatória pelo locatário, caberá à locadora buscar ressarcir a diferença do
terceiro, desde que ele seja culpado pelo acidente
Proteções que limitam responsabilidade do locatário
a) Descrever de forma clara quais casos serão considerados mau uso
do veículo e causarão a perda da proteção contratada, como dirigir
embriagado e participar de rachas; b) informar o valor da participação obrigatória em caso de sinistro, destacando em negrito que será
cobrado o valor integral do dano em caso de perda da proteção; c)
constar no contrato as regras do produto, destacando as situações
em que a proteção é aplicável e sobre quais itens
Cobrança de multas e fator multiplicador
a) Constar no contrato que o locatário aceita a sua indicação automática e a cobrança do valor da infração em seu cartão de crédito; b)
16
revista sindloc
prever contratualmente que a cobrança será realizada
independentemente de recurso administrativo promovido pelo locatário, e que, caso tenha êxito no recurso,
os valores cobrados serão devolvidos pela locadora,
descontadas as taxas administrativas pelo processamento da multa; c) a locadora deverá comunicar o locatário sobre a infração de trânsito, para que ele exerça
seu direito de defesa
PERGUNTAS MAIS FREQUENTES
1 Qual o valor da multa contratual por rescisão
antecipada que se deve utilizar?
A multa aplicada poderá ser de até 100% do valor
remanescente do contrato.
1 Acidentes por desrespeito às leis de trânsito têm
cobertura contratual?
Vale o que for estipulado em contrato. O mais lógico
seria prever a exclusão das proteções nesses casos.
1 O que pode ser considerado mau uso do veículo?
Qualquer situação estipulada no contrato, desde
que haja mínima razoabilidade. Dirigir de regata,
por exemplo, não seria cabível. Dirigir embriagado,
participar de rachas, utilizar o veículo em estradas
de terra sem autorização expressa para tal são
situações aceitáveis. Multas de trânsito recorrentes
são passíveis de rescisão (por desrespeito às leis de
trânsito), desde que isto seja previsto no contrato.
1 Por que o boletim de ocorrência deve ser lavrado na
hora do sinistro?
Dessa forma se garante a identificação das partes e os
detalhes do acidente.
1 A locadora pode abrir contrato de locação cujo
pagamento ou caução sejam feito com cartão de
crédito de não titularidade do locatário?
Não é recomendável. Mas, se a locadora aceitar essa
prática, ela está condicionada a autorização expressa
e por escrito do titular do cartão, que deve estar
presente no ato do pagamento.
1 A locadora pode elaborar contrato de terceirização
de frota com a opção de compra dos veículos por
valor irrisório?
Esta prática não é permitida para as locadoras, pois
caracteriza arrendamento mercantil.
OLHO NAS CONTAS
Balanço contábil como aliado
na captação de crédito
Ajustes contábeis podem ser determinantes para conferir mais credibilidade
às demonstrações financeiras das locadoras perante o mercado
M
otivo de dor de cabeça para
quase todos os empreendedores, o fechamento dos
balanços financeiros do ano pode ser
um fator decisivo para assegurar mais
transparência perante mercado e investidores, e ainda ampliar a credibiPaulo Henrique, sócio
lidade da locadora na difícil tarefa de da Audit Consult
pleitear novos financiamentos.
A necessidade de clareza e realidade das informações tornou-se ainda mais evidente com a promulgação da Lei nº
11.638/2007, que oficializou, em 2010, a adesão do Brasil
aos padrões globais de contabilidade estipulados pelo International Financial Reporting Standards (IFRS). O IFRS busca mostrar os fatos como eles são em sua essência, e não apenas em
sua forma. O que vale é dar a informação real a valor justo de
acordo com o que o mercado entende e não necessariamente
buscar atender só os padrões e exigências do Fisco.
Os balanços das locadoras eram os únicos lugares em que
podiam ser encontrados veículos de três anos com valor
“zero”, ou seja, com valor residual contábil R$ 0,00 por terem
sido depreciados totalmente, pois a legislação “mandou”. O
padrão IFRS acabou com isso e nos propõe um novo pensar,
que é trazer dados fidedignos com a realidade, por exemplo,
colocar frota a valor de venda (valor justo), “do jeito que todo
mundo entende”.
A apresentação sobre o tema, conduzida pelo sócio da Audit
Consult & Studio Fiscal, Paulo Henrique, naturalmente despertou muito interesse dos convencionais e suscitou uma série de
questionamentos. O especialista enumerou recomendações
especiais, que podem fazer a diferença para as locadoras a fim
de “alavancar” a liquidez dos balanços, tornando-os “verdadeiros” e ainda mais transparentes, em um contexto pautado por
crédito mais rigoroso e desconfiança do mercado.
4 Levante quais veículos serão vendidos no próximo ano e os
contabilize no circulante como “Frota em Desmobilização”. Não
esqueça, é claro, de suspender as depreciações desses veículos
4 Avalie sua frota a valor justo de mercado, o que deve elevar
seu Imobilizado e aumentar o resultado contábil. Para quem
18
revista sindloc
está no Lucro Real, se for interessante e houver muito prejuízo
fiscal acumulado, ofereça esse resultado à tributação
4 Contabilize seus contratos de frota com geração de caixa no
futuro. Isso traz para o seu balanço uma realidade que não é
vista em um balanço tradicional fora do padrão IFRS. Lance somente contratos devidamente fechados e com documentação
hábil. Em termos contábeis, ficaria assim:
• D-Contratos de Frota a Faturar (ativo circulante)
• C-Custos de Frota a Faturar (passivo circulante)
• C-Contratos a Performar-Margem Esperada (passivo não circulante)
4 Levante quais veículos serão vendidos nos próximos 12
meses e os transfira para o ativo circulante. A transferência
deles ao circulante por valor de mercado afetará diretamente a liquidez de seu balanço. Esse é um procedimento que
requer trabalho bem fundamentado, utilizando-se de Molicar, Tabela Fipe ou outras
4 Pratique as novas normas de contabilização dos contratos
de leasing como ativo imobilizado. Esse procedimento trará
toda a sua frota “de verdade” para o seu balanço, demonstrando maior “poder de fogo” e corpo empresarial
4 Caso tenha alguns Refis em seu passivo circulante, veja se
neles estão contabilizadas as “promoções” dadas pelo Fisco,
que reduziriam os saldos a pagar, diminuindo seu passivo.
4 Empresas optantes pelos regimes do Simples ou Lucro
Presumido devem ter um cuidado extra. No momento em que
distribuem saques do lucro por meio do caixa, essas locadoras
devem preencher obrigatoriamente a Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais (DEFIS) e a Escrituração Contábil Digital (ECD), respectivamente. Quem está enquadrado
no Simples deve ter também um Livro Caixa com registro fidedigno de suas transações
Para Paulo Henrique, o segredo passa pela preparação de
um balanço mais próximo à realidade do negócio. "Dessa forma, um investidor ou instituição financeira entenderá de forma
mais clara a real situação de sua empresa." l
TECNOLOGIA
computação em nuvem: jornada
inevitável, mas rica em opções
Istock
Palestra orienta a garantir o melhor refúgio para seus dados e
agilidade administrativa
N
a Antiguidade, a regra era clara:
“Todos os caminhos levavam a
Roma”. Hoje, no atual panorama
e ritmo de desenvolvimento da tecnologia da informação, o rumo em direção à computação em nuvem parece
tão inexorável quanto se chegar à capital do Império. Mas há uma diferença: existem muitas rotas e velocidades
para o mesmo destino.
As diversas particularidades dessa
nova tendência foi o mote da palestra conduzida por Bernardo Campani
Chassot, sócio-diretor da Alest, representante do Google Apps no Brasil. “A
primeira coisa que se deve entender
é que a nuvem não é uma novidade
nem se trata de uma moda passageira.
Ela já estava presente há cerca de dez
anos com a chegada do Gmail e não
representa uma tecnologia disruptiva
que vai mudar o mundo. Pelo contrário,
20
revista sindloc
ela já o fez, é parte da realidade diária
de milhões, embora nem sempre seja
notada”, explica Chassot.
De acordo com o executivo, a possibilidade de uma empresa, independentemente do porte, aderir ou não
aos serviços digitais e de Tecnologia
da Informação (TI) na nuvem não é
uma questão de “se”, mas de “quando”,
sendo que muitas das preocupações
dos empresários, inclusive do setor de
locação de veículos, não fazem mais
sentido no atual estágio de desenvolvimento da tecnologia.
“Muitas vezes me perguntam quais
seriam, hoje, os custos em investimento na infraestrutura tecnológica
e em profissionais para uma empresa
possuir um e-mail corporativo estável e de qualidade, um disco virtual
seguro e confiável etc. A resposta é:
praticamente zero, já que, na nuvem,
os servidores
e estruturas
do fornecedor contratado é que
serão utilizados e eles já
fizeram esse
Bernardo Campani Chassot
aporte inicial.
O mesmo se
dá com a equipe técnica”, esclarece.
Além de poder contar com serviços
essenciais de qualidade, a terceirização
oferecida pelos fornecedores de computação em nuvem também colabora
na garantia de maior segurança no arquivamento de dados sensíveis. Isso é
viável graças à possibilidade de criptografia, confidencialidade, acesso multiplataforma de qualquer parte do globo
e à certeza de contar com infraestruturas sempre modernas e corpo técnico
altamente qualificado.
Em complemento às explicações
sobre as potencialidades da nuvem
para o aumento de negócios, aproximação dos clientes, redução de burocracia e agilidade administrativa,
Chassot também abordou a questão
da integração e aprendizado no uso
dessas novas tecnologias.
“Ao contrário das gerações mais
recentes, nativas digitais, muitos empreendedores ainda estão no processo de transição do universo analógico
para o digital. Para eles, o ideal é um
acompanhamento cuidadoso, cursos e
workshops para que, ao poucos, comecem a dominar e operar o ferramental
moderno”, conclui o executivo. l
perspectivas
Um sonho a construir e
uma união a fortalecer
Istock
Em um marcante encerramento, Adriano Donzelli
motiva empresários a enxergar oportunidades e
potenciais de crescimento
O
Adriano Donzelli
encerramento da 2ª Convenção do
Sindloc-SP não poderia ser mais inspirador. Com uma analogia evocando
a coragem necessária para se casar em um
mundo repleto de histórias de matrimônios
malsucedidos, Adriano Donzelli, que presidiu
destacadas entidades do setor, como Abla e
Fenaloc, retratou a coragem necessária para
empreender no Brasil – um país de desafios tão
variados e espinhosos quanto de oportunidades
e potenciais de crescimento.
“Ser empresário é um ato de fé, pois com ela
é possível crer sem ver e, graças a ela, construir
e ver”, destacou o executivo. Atento aos receios
onipresentes na realidade do empreendedor,
Donzelli compara a maturação de uma empresa à diferença entre a lagartixa e o jacaré.
“As decisões de hoje influenciam o amanhã.
Quando olhamos uma lagartixa ou um jacaré
recém-nascido, podemos ver que são muito
parecidos, mas o desenvolver com o tempo é
fundamental para mostrar a diferença de ambos. E aqueles que nascem com a mentalidade
de jacarés, assim o serão”, profetiza o palestrante. Ao se referir especificamente ao setor,
Donzelli acentuou a importância de entender o tempo como principal produto à venda pelas locadoras. “Um carro parado não
significa nada, tanto é que nossa medida de
valor é a diária, sendo que cada minuto de
um veículo no pátio significa uma redução
de faturamento. É preciso moldar nossa visão de negócio a essa realidade e, assim,
ampliarmos nossos ganhos”, detalha.
Mas esse não é um processo indolor nem
fácil. “Ao começar um negócio, é preciso
ter os planos financeiro e operacional bem
claros e estar pronto para procurar boas
parcerias. Deve-se reconhecer os próprios
pontos fracos e saber que a concorrência é
salutar. Ela nos estimula e serve como parâmetro de comparação e autocrítica para
alcançarmos o máximo potencial.”
Entretanto, Donzelli é claro ao afirmar que
toda a construção estratégica, técnica, financeira e operacional só frutificará se estiver
fundada em valores sólidos e verdadeiramente integrados ao espírito do negócio. “Muitas
vezes, ficamos excessivamente preocupados
com questões como o valor monetário de
nosso negócio, mas isso não deve ser a preocupação principal. Assim como um prédio é
tão alto quanto suas fundações o permitem,
uma empresa será tão próspera quanto os
valores na qual se funda. Ela é uma extensão
desses e de nossos sonhos”, explica.
Ele ainda ilustrou, com o ato de dirigir um
carro, orientações com relação ao presente
e ao futuro do negócio. “Controle e bom senso são melhores que a simples velocidade.
Assim, é preciso dar tempo aos processos e
amadurecer a experiência. Se notarem, o carro
possui um retrovisor pequeno e um amplo para-brisa. O primeiro serve para observar e dar
uma referência do passado, mas que agora é
pequeno frente ao segundo, um futuro cheio
de possibilidades”, enfatiza. “Juntos somos
mais fortes e mais capazes de compartilhar
conhecimentos. A crise econômica passará
e vai nos fortalecer. A hora de nos unirmos é
agora, nem um minuto mais tarde”, finaliza. l
revista sindloc
21
LANÇAMENTOS
Showroom de grandes novidades
Eventos do Sindloc-SP tornam-se espaços cativos para lançamento de novos modelos
A
qualificada e estratégica audiência da 2ª Convenção do Sindloc-SP foi um grande estímulo para
as maiores montadoras em atuação no país. As
marcas decidiram expor seus mais recentes lançamen-
Chevrolet
Cobalt
O veículo marca
a estreia da nova
geração do sistema MyLink, compatível com o Android
Auto e o Apple Car Play, um
diferencial, principalmente para o público
executivo. Já o OnStar permite ao motorista acionar uma central de atendimento 24 horas, encontrar lugares de interesse, fazer chamadas de emergência e
ler notícias. A tecnologia dá o tom, mas a
renovação visual não foi deixada de lado.
Faróis com projetores de dupla parábola, uma nova grade dianteira e lanternas
traseiras se estendendo da carroceria à
tampa do porta-malas modernizaram e
ampliaram a elegância do sedã. A cartela
de cores com oito tons, incluindo variações de bege, cinza e marrom, torna a
escolha ainda mais refinada.
Duster
Oroch
Alterações nos
faróis, grade, lanternas e parachoques embelezaram o utilitário, que
também evoluiu internamente. A nova iluminação branca permite visualizar mais facilmente o cluster de instrumentos. O volante foi outro
item a sofrer renovação, melhorando o
manuseio do motorista. A central multimídia NAV Evolution reproduz o sistema já consagrado nas últimas versões
do Sandero e do Logan. Ela é sensível ao
toque e exibe vantagens como informa-
22
revista sindloc
tos nos quatro dias de evento. Os participantes tiveram
a oportunidade de apreciar o design e os avanços tecnológicos de cinco novos modelos. Conheça um pouco
mais sobre eles:
ções de trânsito em tempo real, acesso a
redes sociais com uso de um aplicativo,
via smartphone, e detector de radares. O
porta-malas tem tampa rígida e dobrável, além de apoio na parte superior.
Fiat Toro
Um
ótimo
aliado
para
o turismo de
aventura, adaptado para rodar
sobre os mais diversificados terrenos. Com cara futurista
e imponente, impressiona ainda mais
quem explora seu interior e descobre
uma cabine tamanho família, capaz de
acomodar cinco adultos confortavelmente – boa pedida para viagens de
lazer. A caçamba suporta até 650 kg de
carga máxima na versão flex e até 1 tonelada na turbodiesel. O carro teve nota
máxima nos crash tests promovidos
pelo Latin NCAP, o que proporciona ainda
mais segurança no transporte de crianças. No aspecto ergonômico, as discretas mudanças de altura e profundidade
na coluna de direção e os bancos verticalizados conferem mais sofisticação a
esse autêntico utilitário esportivo.
Ford
Ranger
Comodidade
e segurança no
mais alto patamar. Não há melhor definição para
as três versões da nova Ranger. O XLS
dispõe de computador de bordo, piloto
automático, chave canivete com controle remoto, volante com ajuste de altura,
entre outros recursos. O XLT complementa a sensação de conforto por meio
de itens como monitoramento de pressão dos pneus e o sistema SYNC, com
tela touch screen de 8 polegadas, câmera de ré e comandos de voz para áudio,
telefone e navegação. O modelo mais
avançado é o Limited, que reúne piloto
automático adaptativo, alerta de colisão,
sistema de permanência em faixa, luz
ambiente personalizada em sete cores,
ajuste elétrico do banco do motorista em
oito posições, sensor de chuva e luz de
rodagem diurna.
GOL
O novo Gol
passa a trazer a opção do
motor 3 cilindros 1.0, que já
equipa o Fox e o Up!
Outras novidades, sob medida para as
locadoras, garantem um upgrade para
o carro popular, entre as quais a direção hidráulica, os vidros dianteiros com
acionamento elétrico, abertura interna
da tampa do porta-malas e desembaçador do vidro traseiro com temporizador.
Outras características ampliam a segurança de motorista e passageiros, como
o freio mais forte na dianteira e os discos
maiores, o que ajuda a evitar a fadiga no
caso de utilização mais intensa do veículo. O volante teve como inspiração o do
Golf, e o console foi redesenhado para
abrigar central multimídia, o que torna o
modelo ainda mais atraente sem deixar
de ser funcional.

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