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CENTRO DE ESTUDOS DO CLIMA, METEOROLOGIA E MUDANÇAS GLOBAIS
DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES
Nota de Imprensa + fotos
PASSAGEM DO “GLIDER” SILBO NO MAR DOS AÇORES (o “voo” solitário do SILBO)
No dia 23 de Junho passado foi lançado ao mar da Islândia (em Reikiavik) um pequeno
submersível amarelo, não tripulado, controlado remotamente por satélite a que deram o
nome de “SILBO” em homenagem à tradicional forma de comunicar (por silvos!) da ilha
Gomera do arquipélago das Canárias.
Passados 127 dias (a 27 de Outubro p.p.), coube ao Centro de Estudos do Clima e
Mudanças Globais da Universidade dos Açores coordenar um grupo de cientistas e
técnicos que, a bordo da Corveta António Enes, interceptaram com êxito o equipamento
para inspecção a cerca de 45 milhas a nordeste da Ilha Terceira.
Na missão participaram, para além da Universidade dos Açores, a Marinha Portuguesa
que contribuiu com os meios operacionais bem como com uma representação do
Instituto Hidrográfico, elementos da Universidade de Rutgers (USA), da Teledyne
Webb Research (USA), da Plataforma Oceanográfica de Canárias (PLOCAN) e a
Universidade de Las Palmas de Gran Canária (ULPGC). A colaboração entre as
diferentes instituições decorre de parcerias de há longa data, designadamente no âmbito
dos projectos CLIMAAT, CLIMARCOST e MACSIMAR.
Trata-se de uma das mais recentes experiencias no domínio da monitorização
oceanográfica de profundidade baseada nos mais recentes avanços da robótica oceânica
com recurso a planadores subaquáticos autónomos (“gliders”).
Sem meio de propulsão próprio os “gliders” baseiam o seu avanço, mergulho e ascensão
à superfície, apenas nos princípios básicos da hidrostática, fazendo variar a sua
flutuabilidade, e navegando com recurso à alteração da sua hidrodinâmica através de um
leme de direcção. Tudo isto consumindo quantidades mínimas de energia. Trata-se,
assim, de uma tecnologia que, pelos seus baixos custo, bem como pela sua elevada
autonomia, quando comparados com os meios tradicionais, vem revolucionar a
monitorização oceanográfica.
Programado para uma viagem solitária de circum-navegação (Challenger Mission),
contando já com mais de três mil quilómetros de trajecto até aos Açores, o glider
“SILBO” mergulha em média três vezes por dia até aos mil metros de profundidade,
emergindo à superfície para comunicar por satélite com grupos de investigadores
localizados em várias partes do mundo. A troca de informação, nos dois sentidos,
incluiu, para além da sua posição, a transmissão de milhares de dados científicos sobre
o perfil vertical do mergulho efectuado (temperatura, salinidade, densidade, correntes,
velocidade do som, etc.), recebendo em troca, periodicamente, instruções de como se
comportar nos próximos trajectos. A componente pública dos dados, gráficos e trajecto
do
equipamento,
pode
ser
acedida
através
do
endereço
http://marine.rutgers.edu/cool/auvs/index.php?
Eduardo M. V. Brito de Azevedo
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EDUARDO M. V. BRITO DE AZEVEDO
Director do Centro de Estudos do Clima, Meteorologia e Mudanças Globais
da Universidade dos Açores
Professor de Climatologia Aplicada, Hidrologia e SIG
Promotor e Coordenador do projecto CLIMAAT
Rua Capitão João de Ávila
9700-042 Angra do Heroísmo
e_mail: [email protected]
www.climaat.angra.uac.pt