Panorama_OUT2011_Socrates_Simples

Transcrição

Panorama_OUT2011_Socrates_Simples
PUBLICAÇÃO DA GENERAL MOTORS DO BRASIL
ANO 50 - Nº 10 - OUTUBRO DE 2011
O NOVO, DE NOVO
CHEVROLET CRUZE
SUCESSO DE VENDAS EM TODO O MUNDO, O CARRO GLOBAL
DA GENERAL MOTORS CHEGA AO MERCADO BRASILEIRO
PARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DOS SEDÃS MÉDIOS
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
P R E Z A D O L E I TO R ]
S
egundo o conceituadíssimo Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa, a palavra global tem três significados: relativo ao
globo terrestre ou, por sinonímia, mundial; que é considerado no
todo, por inteiro; e, por fim, a que nada falta, completo, total.
Nosso mais recente lançamento, o sedã médio Chevrolet
Cruze, é um carro global em todas as acepções da palavra.
Comercializado em mais de 70 países e produzido em nove deles,
inclusive o Brasil, é o automóvel de passeio Chevrolet mais
vendido no planeta. Seu projeto, executado pela GM da Coréia do
Sul e da Alemanha, teve a participação dos demais centros de
desenvolvimento de veículos da companhia, localizados nos
Estados Unidos, na Austrália e no Brasil.
Isso, por si só, explica o enorme sucesso do sedã em todo o
planeta? Grace Lieblein, presidente da General Motors do Brasil,
tem a resposta: "O Cruze foi concebido como um carro global.
Para isso, a General Motors analisou minuciosamente as
necessidades de cada mercado. O resultado é um carro único,
que criou um novo patamar mundial de requinte, segurança e
conforto e, principalmente, que satisfaz às necessidades dos
consumidores de todos os países”.
Design arrojado, espaço interno, qualidade, desempenho e
invejável comportamento dinâmico, entre muitas outras
características, fazem com que o sedã seja um novo e avançado
referencial em sua categoria. Graças à dedicação de todos os
departamentos da GMB, o Cruze produzido aqui tem o mesmo
conteúdo do que é vendido na Europa ou nos Estados Unidos e
ainda oferece recursos exclusivos: é o único no mundo a ter
tecnologia "flex" no novíssimo motor 1.8 Ecotec6 e o único na
América Latina a oferecer seis marchas tanto no câmbio
automático quanto no manual.
O lançamento do Chevrolet Cruze traz novas percepções.
Para o consumidor, a de que, depois de conhecer nosso novo sedã
médio, dificilmente se contentará com menos; para nós, da GM
do Brasil, a de que os desafios enfrentados –
e vencidos – para produzirmos um veículo
com tamanha tecnologia e modernidade
servirão como estímulo para que façamos
mais e melhor. Afinal, o Cruze é um carro a
que nada falta, completo, total. Global.
Boa leitura!
PEDRO LUIZ DIAS
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
NESTA EDIÇÃO ]
4 CIDADÃO DO MUNDO
O sedã médio Chevrolet Cruze chega ao Brasil
30 CONTRASTES EM HARMONIA
Gerenciamento de Programas coordenou projeto
12 NOSSA GRAMA ESTÁ MAIS VERDE
34 PERFEIÇÃO ESSENCIAL
Engenharia de Produto garante qualidade do Cruze
Qualidade da GMB garante Cruze perfeito
18 GREGOS E TROIANOS
Design da GMB foi fundamental para
trazer ao Brasil as formas do Cruze
20 ALÉM DA QUINTA MARCHA
36 A DANÇA DOS NÚMEROS
Finanças atua em todas as etapas de um projeto
38 ORQUESTRA AFINADA
GPSC aumenta sintonia entre suas áreas
Cruze brasileiro é o único com motor "flex"
22 TECNOLOGIA SEM FRONTEIRAS
Tecnologia da Informação inova
ferramentas globais já existentes
42 VEÍCULO GLOBAL, FÁBRICA GLOBAL
Engenharia de Manufatura implementa fabricação
52 MERCADO AGITADO
Chevrolet Cruze, sucesso de vendas
26 SELEÇÃO CAMPEÃ
Projetos da GM têm brasileiros como líderes globais
54 ELES ENSINAM A PESCAR
Pós-Vendas não pára de pensar no cliente
28 PONTO DE PARTIDA
Planejamento de Produto e Pesquisa de
Mercado trabalha para trazer o Cruze desde 2008
Publicação mensal dirigida
aos empregados e amigos da
General Motors do Brasil
Parte da verba obtida com a venda de anúncios na
revista Panorama é revertida ao Instituto GM
58 O NOVO, DE NOVO, DE NOVO...
Marketing define do conteúdo à publicidade
PRESIDENTE Grace Lieblein VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES PÚBLICAS E GOVERNAMENTAIS
Marcos Munhoz DIRETOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Pedro Luiz Dias DIREÇÃO EDITORIAL Nelson Silveira
EDITOR Günther Hamann COORDENADOR Carlos A. Pereira de Souza REPÓRTERES Camila Franco e
Flora Serra PRODUÇÃO EDITORIAL E COMERCIALIZAÇÃO GA Comunicação e Editora – Tel.: (55
11) 3813-3814 – [email protected] FOTOS ABC Imagem e GMB FOTOLITO E IMPRESSÃO Pancrom
TIRAGEM 26.000 exemplares CORRESPONDÊNCIA Av. Goiás, 1.805 – São Caetano do Sul – SP – CEP
09550-900 – Tel.: (55 11) 4234-6283 – Fax: (55 11) 4234-6070 – E-mail: [email protected]
IMAGEM DE CAPA Fabio Gonzalez/ABC Imagem
OUTUBRO D E 2 0 1 1
3]
CHEVROLET CRUZE ]
[4
OUTUBRO D E 2 0 1 1
CIDADÃO
DO MUNDO
COM ITENS INÉDITOS, COMO O MOTOR 1.8 ECOTEC6
E TRANSMISSÕES MANUAL E AUTOMÁTICA COM SEIS
MARCHAS, O CHEVROLET CRUZE CHEGA AO BRASIL
PARA REVOLUCIONAR O SEGMENTO DE SEDÃS MÉDIOS
le é um verdadeiro cidadão do
mundo. Seu projeto, executado pela
GM da Coréia do Sul e da Alemanha,
teve a participação dos demais centros
de desenvolvimento de veículos da companhia, localizados nos Estados Unidos,
na Austrália e no Brasil. Comercializado
em mais de 70 países, rapidamente conquistou o posto de automóvel de passeio Chevrolet mais vendido no planeta.
É o Cruze, que agora chega ao mercado
brasileiro para revolucionar o segmento
de sedãs médios.
O que explica tamanho sucesso do
modelo em todo o mundo? Grace
Lieblein, presidente da General Motors
do Brasil, tem a resposta: "O Cruze foi
concebido como um carro global. Para
isso, a General Motors analisou minuciosamente as necessidades de cada
mercado. O resultado é um carro único,
que criou um
novo patamar
Chevrolet Cruze:
nas versões LT e
mundial de refiLTZ, vem com o
namento, segunovo motor 1.8
rança e conforto
Ecotec6, que
oferece 144 cv,
e, principalmente,
quando
satisfaz às necesabastecido com
sidades dos conetanol e 140 cv,
sumidores
de
com gasolina
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
E
todos os países nos quais ele é comercializado”.
O design arrojado, o espaço interno,
a qualidade, o desempenho e o comportamento dinâmico – entre muitas outras
características – fazem com que o Cruze
estabeleça novos parâmetros em sua
categoria. E o fato de ser um veículo global não o torna idêntico em todos os
países. O sedã brasileiro é o único no
mundo a ter tecnologia "flex" no novíssimo motor 1.8 Ecotec6 e o único na
América Latina a oferecer seis marchas
no câmbio automático e no manual. Nas
suas duas versões, LT e LTZ, o nível de
equipamento e de tecnologia supera – e
muito – o que é oferecido no segmento.
“Com as novidades em termos de
equipamentos e de powertrain, o Cruze
chega para brigar em um segmento
onde a Chevrolet tem muita tradição.
Certamente vai continuar a história que
começou a ser escrita com o Opala, o
Monza e o Vectra. É a capacidade da
Chevrolet de criar o novo, de novo”, afirma Marcos Munhoz, vice-presidente de
Comunicação, Relações Públicas e
Governamentais da GMB.
O Cruze é produzido em nove países: Coréia do Sul, Austrália, Rússia,
OUTUBRO D E 2 0 1 1
5]
CHEVROLET CRUZE ]
ATRAÇÃO PELAS LINHAS
O grande destaque no design do Cruze é a linha do teto
arqueada, que se traduz em muita esportividade. A grade
bipartida ostenta o logotipo da Chevrolet, sendo ladeada pelos
blocos óticos, que terminam em cunha nos pára-lamas dianteiros. A traseira inclui as lanternas niveladas com a superfície da
carroceria e com duas formas circulares, encontradas em
outros modelos consagrados da Chevrolet. Tanto a versão LT
quanto a LTZ vêm com rodas de alumínio aro 17 com pneus
225/50 R17.
Outro ponto que vai surpreender os consumidores é a
qualidade de construção do Cruze, marcada por detalhes
que se encontram em automóveis de segmentos superiores.
O elevado nível de acabamento e a perfeição da união dos
painéis da carroceria contribuem para a percepção de qualidade do Cruze.
José Pedro Jobim
ATRAÇÃO PELO CONTEÚDO
Com um toque de esportividade e uma atmosfera envolvente, o habitáculo de cinco lugares caracteriza-se pelas linhas
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
Estados Unidos, China, Venezuela, Tailândia, Vietnã e, agora,
Brasil. O sedã sai da fábrica de São Caetano do Sul, em São
Paulo, com garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.
[6
OUTUBRO D E 2 0 1 1
COMERCIALIZADO EM
MAIS DE 70 PAÍSES E
FABRICADO EM NOVE,
O CRUZE É O AUTOMÓVEL
DE PASSEIO CHEVROLET
MAIS VENDIDO NO MUNDO
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
Destaques: a linha do teto se traduz
em muita esportividade; o interior do
Cruze, marcado pelo “dual cockpit”,
esbanja conforto, tecnologia e espaço
para todos os passageiros
harmoniosas e fluidas e pela aplicação
de materiais com texturas suaves ao
toque. Entre as características que colocam o Chevrolet Cruze no topo de sua
classe está a integração do painel de
instrumentos com os painéis de porta e
o generoso espaço para pernas, cabeça e ombros dos passageiros dos bancos traseiros.
O tema principal do design interior,
como em outros modelos da marca, é a
expressão moderna de uma linha de
estilo tradicional da Chevrolet, o "dual
cockpit". O elemento central dessa simetria é o console, que inclui o visor e os
comandos dos sistemas de informação,
entretenimento e climatização do Cruze.
A instrumentação do painel foi desenhada com a ajuda de
modelagem tridimensional. Os mostradores analógicos do
velocímetro e do conta-giros, com indicadores do nível de combustível e da temperatura do motor, apresentam a iluminação
"Ice Blue". No centro do painel de instrumentos, há uma tela
de cristal líquido que exibe as informações do computador de
bordo, outro diferencial do Cruze.
“O grafismo dos mostradores é muito atraente. Além de
ótima leitura, eles surpreendem pela iluminação tridimensional. Certamente, é um atrativo inédito para os exigentes consumidores do Cruze”, afirma Carlos Barba, diretor de Design
da GM América do Sul.
Os bancos são envolventes e têm uma construção em
trama que distribui o peso de forma equilibrada, bem como um
enchimento em espuma firme nos assentos e nos encostos,
tanto nos bancos dianteiros como traseiros. O forro pode ser
de tecido e de couro preto na versão LT, ou couro cinza na LTZ.
O ar-condicionado do Chevrolet Cruze tem comandos eletrônicos e inclui função AQS (Air Quality System), que mede a
qualidade do ar externo e ativa a recirculação do ar, em caso
do mesmo estar poluído.
Um capítulo à parte é o sistema de entretenimento integra-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
7]
CHEVROLET CRUZE ]
ATRAÇÃO PELA FORÇA
O Chevrolet Cruze é equipado com o novo motor 1.8
Ecotec6 e oferece duas opções de câmbio: manual e automático, ambos com seis marchas – outro item inédito no
segmento.
A família Ecotec reúne o que há de mais sofisticado em termos de engenharia e de tecnologia. Seu cabeçote tem duplo
comando de válvulas continuamente variável e coletor de
admissão variável, o que torna as respostas do motor mais
rápidas em qualquer rotação.
O motor 1.8 do Cruze tem bielas forjadas, ao invés de
fundidas, que garantem muito mais durabilidade – são utilizadas em carros de corrida e de alto desempenho. O cabeçote de alumínio e o bloco em ferro fundido têm galerias
internas para refrigeração especialmente desenhadas, de
modo que a temperatura no cabeçote seja menor, permitindo um maior avanço de ignição e menor consumo de combustível. A bomba d’água é montada no bloco e não é acionada por correia dentada, como em motores convencionais,
mas sim por correia secundária (ou de acessórios), o que
facilita a manutenção.
Com toda essa tecnologia, o 1.8 Ecote 6 oferece 144
cavalos quando abastecido com etanol e 140 com gasolina,
[8
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
do do Cruze. Por meio da tela de 7 polegadas localizada no
console central, o sistema de navegação oferece mapas do
Brasil e da Argentina, mais de 4 milhões de pontos de interesse e tem uma sofisticação poucas vezes vista – indica postos de gasolina quando o tanque do carro entra na reserva.
Além disso, o carro dispõe de rádio com leitor de CD e MP3.
A versão LT sai de fábrica com um amplificador de quatro
canais e seis alto-falantes; a LTZ oferece um sistema "premium" de áudio que inclui entrada USB para conexão de dispositivos móveis.
e 90% do torque já está disponível a 2.200 rpm. Traduzindo
isso em números, o Cruze, na versão manual, vai de 0 a 100
km/h em apenas 10,8 segundos e atinge a velocidade máxima de 204 km/h, quando abastecido com etanol. Com gasolina, ele leva 11 segundos para chegar aos 100 km/h e
chega aos 203 km/h de velocidade máxima.
Além da inédita transmissão manual de 6 velocidades, o
Cruze oferece a automática, também com seis velocidades e
a opção de mudanças no modo seqüencial, oferecendo a
escolha entre esportividade ou conforto. Esta caixa se adapta
ao estilo de condução do motorista e conta com um sensor
de inclinação, que
modifica as marCOM MUITO CONTEÚDO,
chas de acordo
O CHEVROLET CRUZE
com a necessidaSATISFAZ ÀS NECESSIDADES
de. Por exemplo,
DOS CONSUMIDORES DE TODOS
em uma descida,
OS PAÍSES NOS QUAIS ELE É
ela reduz marCOMERCIALIZADO
chas para a ajudar a frear o
carro,
mesmo
sem a intervenção do motorista; em subidas, ela evita trocas
desnecessárias de marcha.
Equipado com essa transmissão, o Cruze leva 11,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h e atinge a velocidade máxima de
197 km/h, quando abastecido com etanol. Com gasolina, o
carro precisa de 11,7 segundos para chegar aos 100 km/h e
atinge os mesmos 197 km/h de velocidade máxima.
ESTRUTURA E SEGURANÇA
A carroceria do Cruze tem uma resistência à torção exemplar. Sua estrutura firme e rígida leva a um comportamento
dinâmico de elevado nível, reduz o nível de ruídos e de vibrações, e garante segurança superior em caso de colisão. A engenharia do sedã foi realizada conjuntamente pelos centros de
Modernidade: o
console reúne os
comandos dos
sistemas de
informação,
entretenimento
e climatização do
Cruze; no painel
com iluminação
"Ice Blue" estão
os mostradores
analógicos do
velocímetro e do
conta-giros, com
indicadores do
nível de
combustível e da
temperatura do
motor; no centro,
está a tela com
as informações
do computador
de bordo
desenvolvimento da GM na Alemanha, nos Estados Unidos, na
Austrália e na Coréia do Sul.
“Em áreas fundamentais, como estrutura da carroceria,
suspensão, segurança e os sistemas eletrônicos, aplicamos as
melhores práticas empregadas pela GM em todo o mundo”,
explica Pedro Manuchakian, vice-presidente da Engenharia de
Produto da GM América do Sul.
As zonas de deformação e de absorção de energia na dianteira e na traseira do novo Cruze foram concebidas para absorverem os impactos da forma mais eficiente possível, de modo
a preservar a integridade dos ocupantes. As barras em todo o
comprimento e o reforço estrutural dos pilares A e B contribuem para a excelente resistência à colisão do veículo.
O habitáculo é reforçado com elementos tubulares que
OUTUBRO D E 2 0 1 1
9]
compõem as aberturas das portas e
suportam o teto. A combinação de uma
peça única estrutural lateral com barras
de aço de alta resistência integradas às
portas asseguram uma proteção eficaz
contra impactos laterais. Em baixas velocidades (até 4 km/h), o revestimento dos
pára-choques dianteiro e traseiro absorve a energia de pequenos impactos,
minimizando os danos na carroceria.
O Cruze tem cintos de segurança
de três pontos para os cinco ocupantes. Além dos airbags frontais para o
condutor e o passageiro, a lista de
equipamentos de série de segurança
passiva inclui airbags de cortina (na
versão LTZ), airbags laterais nos bancos e pedais desarmáveis.
A lista de
equipamentos de
segurança ativa
inclui ABS com
assistência a frenagem de pânico
(PBA), sistema
que mantém os
freios acionados e
a pressão do sistema quando percebe uma frenagem de forte intensidade (emergência),
reduzindo a distância de frenagem; controle de tração, que atua diretamente no
motor, impedindo que as rodas patinem
em uma arrancada; e de estabilidade,
que trabalha utilizando as informações
vindas dos sensores do ABS, da direção e
de gravidade. Quando o carro ameaça
perder sua trajetória, o sistema atua nos
freios e no motor, recolocando o carro na
trajetória ideal.
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
Ecotec6: o Cruze brasileiro é o único
no mundo a ter tecnologia "flex" no
novíssimo motor 1.8 Ecotec6 e o único na
América Latina a oferecer seis marchas
no câmbio automático e no manual
chassi tem dimensões generosas, o que
proporciona maior estabilidade e conforto. A suspensão dianteira é do tipo
McPherson e tem molas com formato
especial que contribuem para manter
todos os movimentos da carroceria dentro dos padrões pré-estabelecidos. As
buchas hidráulicas que fixam os braços
O CRUZE VAI CONTINUAR A
inferiores da suspensão ao subchassi –
HISTÓRIA QUE COMEÇOU A
comuns apenas em veículos mais caros
SER ESCRITA COM O OPALA,
– resultam em maior absorção das
O MONZA E O VECTRA. É A
vibrações em pisos irregulares e dirigibiCAPACIDADE DA CHEVROLET
lidade superior do veículo. O Cruze tem
freios a disco nas quatro rodas, sendo os
DE CRIAR O NOVO, DE NOVO
dianteiros ventilados. O sistema ABS
com distribuição eletrônica de frenagem
e os controles de tração e estabilidade são itens de série em
qualquer versão do Cruze, um diferencial expressivo na comPRAZER AO DIRIGIR
paração com seus adversários de segmento.
Os sistemas de suspensão, de freios e de direção do Cruze
A direção assistida eletricamente é mais direta e rápida nas
foram aperfeiçoados em campos de provas e estradas do respostas, e o volante precisa de menos do que três voltas para
mundo inteiro, inclusive as brasileiras, garantindo uma exce- ir de batente a batente. Tudo isso sem abrir mão do conforto e
lente relação entre conforto e comportamento dinâmico. Seu da leveza que o sistema oferece em manobras.
[ 10
OUTUBRO D E 2 0 1 1
AINDA MAIS
COMPLETO
ACESSÓRIOS CHEVROLET DISPONÍVEIS
PARA AS VERSÕES LT E LTZ DÃO MAIS
ESTILO E CONFORTO AO CRUZE
FLORA SERRA
Alberto Murayama/ABC Imagem
Muitos programas de televisão falam sobre moda,
mas limitam o sentido do tema, como se significasse apenas tendências de penteados e de roupas que estarão em
alta na próxima estação. Mas moda é muito mais do que
isso: pode ser um jeito de falar, de se portar, lugares, cursos e estilos de música.
Até a General Motors, empresa da indústria automobilística que nada tem a ver com penteados e vestimentas, procura seguir as tendências do universo da moda,
que mudam constantemente. Adalberto Casalecchi,
gerente de Desenvolvimento de Acessórios da GMB, afirma: “Os acessórios que criamos para
os veículos seguem modismos e
sempre vão se adaptando com o
passar do tempo”.
Por isso, esta área deve estar
sempre antenada para saber o que o
consumidor quer ter em seu carro.
“Somos os porta-vozes dos clientes
e precisamos identificar o que eles
vislumbram”, completa Alexandre
Wiering, coordenador de Desenvolvimento de Acessórios para o
Chevrolet Cruze.
O Cruze é um veículo global e foi
desenvolvido na Coréia do Sul.
Portanto, explica Wiering, uma das
opções seria importar os acessórios
do outro lado do mundo, mas a equipe preferiu produzi-los em território
nacional e, assim, manter o preço
competitivo.
O primeiro item da lista adiciona charme à aparência
esportiva do carro: são coberturas cromadas para os espelhos retrovisores externos. Mas não é só com estilo que a
equipe está preocupada. Para proteger seu Cruze de riscos
na pintura das molduras das portas, existem protetores de
soleira de metal com acabamento em cromo.
Se o tempo mudar e começar a ventar ou se for o dia
daquela reunião importante no trabalho, o proprietário
pode pendurar o terno em um cabide portátil que é encaixado na parte de trás do encosto de cabeça dos bancos
dianteiros. Outro acessório portátil e de conforto é a pequena geladeira que pode ser instalada no banco traseiro.
Além de gelar as bebidas, pode manter a temperatura dos
alimentos – uma ótima escolha para viagens longas.
Para a segurança do cliente, a área desenvolveu um
sensor de estacionamento, que auxilia nas temíveis
manobras, e um navegador GPS portátil para evitar surpresas desagradáveis pelo caminho. Esses dois acessórios
estão disponíveis apenas para a versão LT, uma vez que
já são itens de série na versão LTZ. Mesmo o completíssimo Chevrolet
Cruze pode ficar Alexandre Wiering, com Adalberto
Casalecchi, de Acessórios: “Somos os
ainda mais com- porta-vozes dos clientes e precisamos
pleto.
identificar o que eles vislumbram”
OUTUBRO D E 2 0 1 1
11 ]
CHEVROLET CRUZE ]
NOSSA GRAMA
ESTÁ MAIS VERDE
ENGENHARIA DE PRODUTO DA GM DO BRASIL GARANTE
QUE O CRUZE BRASILEIRO TENHA A MESMA QUALIDADE
DOS QUE SÃO PRODUZIDOS EM OUTROS PAÍSES
[ 12
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
Pedro
Manuchakian,
vice-presidente
da Engenharia de
Produto da GM
América do Sul (à
dir.), com Dalício
Guiguer, Alberto
Rejman e Luciano
Santos: o Cruze que
temos aqui é igual
ao que é vendido
no exterior
FLORA SERRA
uantas vezes você já não ouviu
alguém afirmar que os veículos
importados são de melhor qualidade do que os fabricados aqui? Não é
o que pensa Dalício Guiguer, gerente de Programas da Engenharia de
Produto: “Nós provamos que é possível fazer carros no mesmo nível
dos que são vendidos no exterior”,
diz ele, que acrescenta: “Este mito
não existe mais”. Guiguer se refere
Q
ao novo lançamento da GM, o Chevrolet Cruze, que chega ao Brasil para acabar de vez com essa história
de que a grama do vizinho é mais
verde que a nossa.
O projeto do Cruze foi desenvolvido e desenhado na Coréia do Sul e
na Alemanha, porém brasileiros
também tiveram participação nessa
fase inicial, fornecendo os requisitos
necessários para adequar o veículo
às condições particulares das terras
tropicais. “Passamos informações
sobre as temperaturas as quais
o carro estaria
submetido no
Brasil, o tipo de
combustível que
deveria ser utilizado e as características do terreno para se
projetar, corretamente, a parte de desempenho e
de estabilidade”, exemplifica Pedro
Manuchakian, vice-presidente da
Engenharia de Produto da GM
América do Sul.
O que há de especial, dessa vez,
é que o novo sedã da Chevrolet é
um carro global vendido em mais de
70 países e que não mudou sua fórmula para vir ao Brasil. “Não se
trata de um produto que foi, simplesmente, adaptado às condições
do nosso país, pois o Cruze foi,
desde sua concepção, feito para ser
brasileiro”, afirma Edson Furlan,
diretor de Programas da Engenharia
de Produto.
“Nós praticamente impedimos
qualquer modificação que, em
algum sentido, alterasse as características do veículo”, declara Guiguer.
Portanto, o Cruze que temos aqui é
igual ao que é vendido no exterior,
apenas com algumas alterações
necessárias para melhorar seu
desempenho em nossas estradas, de
acordo com o gerente.
PEÇAS INTERCAMBIÁVEIS
Guiguer relata as estratégias
para localização do produto, ou
seja, as ações realizadas para que
componentes do veículo fossem
fabricados no Brasil: a primeira
chama-se "Build to Print" e significa
que a peça nacional é produzida
OUTUBRO D E 2 0 1 1
13 ]
com o mesmo desenho e até com o
mesmo número (part number) da
peça utilizada no exterior. “Desta
forma, os componentes que são produzidos aqui podem ser vendidos
para qualquer outra fábrica da GM do
mundo – esta é a vantagem das peças
intercambiáveis”, explica ele.
Outra estratégia utilizada,
"Source to Requirement", atende às
demandas brasileiras para desenvolver componentes com os mesmos
requisitos técnicos dos que estão presentes no Cruze global, mas que
necessitem de alguma alteração nas
especificações em função de características de desempenho, por exemplo.
Este é o caso da suspensão, que precisa ser calibrada para ajustar molas
e amortecedores de maneira que
suportem as situações bem peculiares de nossas ruas e estradas.
Por último, a localização por meio
de um fornecedor comum (chamada
de "Same Supplier") permite que as
peças possam ser produzidas com fornecedores brasileiros que são filiais
ou parceiros comerciais dos estrangeiros responsáveis pela produção dos
componentes do modelo global. Segundo Guiguer, todo o processo de
localização foi compartilhado e alinhado com a Coréia do Sul e a Alemanha para que, somente então, a
lista de componentes a serem produzidos aqui fosse definida.
Na seqüência, a Engenharia de
Produto passou a definir as especificações e a fazer revisões técnicas
com os fornecedores para garantir
que as peças do veículo fossem
desenvolvidas localmente. “Não bastava que fossem semelhantes, mas
teriam de ser as mesmas peças”, diz
Guiguer, enfatizando que os desenhos em nada foram alterados.
É claro que um trabalho como
[ 14
Alberto Murayama/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
este não é nada fácil, pois exige
uma boa dose de interação com
outros países. “Um dos maiores desafios do projeto do Cruze foi manter contato constante com a equipe
do exterior”, revela o gerente. Mas o
departamento de Engenharia de
Produto da GMB contou com a
ajuda de cinco engenheiros de Sistemas Veiculares (VSE – Vehicle Systems Engineer).
Eles são representantes das especialidades da Engenharia de Produto: Engenharias de Exteriores, de
Interiores, de Chassi, Eletroeletrôni-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
“NÓS PROVAMOS QUE É
POSSÍVEL FAZER CARROS NO
MESMO NÍVEL DOS QUE SÃO
VENDIDOS NO EXTERIOR”, DIZ
DALÍCIO GUIGUER, GERENTE DA
ENGENHARIA DE PRODUTO
ca, Térmica e Powertrain (motor e
transmissão). Por meio de vídeo ou
teleconferências, esses engenheiros
se comunicam com seus respectivos
parceiros coreanos e alemães que
Dalício Guiguer,
gerente de
Programas da
Engenharia de
Produto da GM
do Brasil, com
sua equipe: “Nós
praticamente
impedimos
qualquer
modificação
que, em algum
sentido, alterasse
as características
do veículo”
exercem a mesma função. Assim, a
comunicação e os processos de decisão da área acontecem de forma
mais eficiente.
Além desses profissionais, o
assistente de Guiguer, Alexandre
Barbosa, reside na Coréia do Sul há
cerca de 18 meses e também facilita
a interação entre os times. Essa
estrutura de representantes com
parceiros estrangeiros, além do residente no local de desenvolvimento
do projeto, auxilia e agiliza toda
comunicação necessária para que
um trabalho em conjunto possa ser
realizado com sucesso. “Nós precisávamos acompanhar, em tempo
real, as melhorias e a evolução que
o Cruze apresentava pelo mundo”,
diz Guiguer.
PEÇAS DURÁVEIS
Se a GMB pode produzir peças
de mesmo nível das importadas, ela
também deve estar apta para validá-las, pois somente componentes
que passam por testes que verifiquem sua longevidade e sua funcionalidade resultam em carros de alta
qualidade. “Para a validação dos
componentes
locais, usamos,
b a s i c a m e n t e,
três parâmetros:
as peças físicas,
os seus dados
matemáticos e
todas as especificações de testes que são os
procedimentos
globais da GM
aos quais todas as peças devem ser
submetidas”, relata Luciano Santos,
diretor da Engenharia Experimental.
Segundo ele, mais de 2 mil testes
de bancada foram executados para
validar o desempenho de material, a
durabilidade, a performance e a
segurança dos componentes. No
Campo de Provas da Cruz Alta
(CPCA), em Indaiatuba, no interior
de São Paulo, os testes verificaram a
durabilidade em veículos já montados. Santos diz que eles ocorreram
em três etapas: na primeira, alguns
modelos do Cruze foram trazidos de
outro país e inteiramente desmontados para que suas peças fossem
substituídas pelas que foram feitas
aqui. “Desta forma, foi possível analisarmos se o processo produtivo do
fornecedor estava de acordo com o
que o projeto solicitava”, diz ele.
Mas faltava comprovar se o
carro estava apto a rodar pelas
sinuosas e esburacadas estradas do
Brasil. Esta foi a segunda etapa, que
testou as unidades que haviam sido
manufaturadas na GMB, o que,
segundo Santos, confirmou que os
processos de produção da empresa
estavam adequados.
Ele afirma que o Cruze rodou
cerca de 750 mil quilômetros nos
diferentes pisos do CPCA. “É preciso
considerar que o nível de severidade
OUTUBRO D E 2 0 1 1
15 ]
CHEVROLET CRUZE ]
do teste é cerca de três vezes maior
que a realidade do usuário. Então,
rodar de 40 a 50 mil quilômetros com
o veículo no CPCA equivale a aproximadamente 150 mil quilômetros
rodados pelo consumidor”, ressalta
Santos. Na última fase, após esses
testes de durabilidade, as unidades
foram desmontadas e cada peça foi,
novamente, verificada para garantir
sua integridade e longevidade.
Além disso, no início do projeto, a
equipe testou o motor e o sistema de
injeção eletrônica em cinco outros
carros – as chamadas mulas. "Crash
tests" frontais e traseiros, testes de
emissão de poluentes e de nível de
ruído de escapamento também
foram realizados e certificaram que o
Cruze estava de acordo com as exigências da legislação brasileira.
Como não poderia deixar de
acontecer em um projeto global, a
equipe da Engenharia Experimental
também esteve em contato constante com a Coréia do Sul e a Alemanha. Os profissionais que estabeleceram o elo entre o Brasil e esses
dois países nessa área foram os
engenheiros de Validação de Produto (PVE – Product Validation Engineer) e os de Desenvolvimento (LDE
– Lead Development Engineer). Estes, assim como os engenheiros de
Validação de Sistemas e Componentes, têm seus parceiros coreanos e alemães para alinhar os
processos.
“Por mais que tenhamos em
mãos os parâmetros necessários
para a validação – peça física, dado
[ 16
Mauricio Pavan/ABC Imagem
Antonio Barbosa Oliveira Neto, Valério
Dominguez, Alfio Pini Jr., Benedito Costa
e José Ortega (da esq. para a dir.), no
Campo de Provas da Cruz Alta: testes
exaustivos para confirmar a durabilidade
do Cruze; na foto menor, um “crash-test”
matemático e especificações de testes –, a experiência da pessoa que
acompanhou os primeiros testes
tem de ser considerada”, explica
Santos, que completa: “Nossos
resultados finais são compartilhados
com a região original para termos
certeza de que aqui teremos peças
idênticas às globais”.
“O CRUZE FOI, DESDE SUA
CONCEPÇÃO, FEITO PARA
SER BRASILEIRO”, AFIRMA
EDSON FURLAN, DIRETOR DE
PROGRAMAS DA ENGENHARIA
DE PRODUTO DA GMB
OS RESULTADOS FINAIS
“Para o Chevrolet Cruze, fomos
guiados por três palavras-chave:
robustez, resistência e segurança”,
afirma Alberto Rejman, diretor executivo da Engenharia de Produto da
GMB. E não é que o novo sedã da
marca apresenta mesmo essas
características? Quer ver?
A carroceria do Cruze consiste
em um quadro robusto e integrado
que utiliza aço de alta resistência
em 70% de sua estrutura, o que
diminui as torções e aumenta a
OUTUBRO D E 2 0 1 1
estabilidade, além de melhorar a
dirigibilidade do veículo. Falando
nisso, o brasileiro ficará satisfeito
em saber que a performance do
modelo foi adequada ao seu estilo
de dirigir.
Com a suspensão calibrada de
acordo com as condições das estradas e ruas do Brasil, o veículo
melhora seu ângulo de ataque (5
mm mais alto), ganha estabilidade,
conforto e resistência para enfrentar
buracos e o que mais vier pela frente. E o sistema de Direção Elétrica
Progressiva (EPS) faz com que o
esforço para dirigir seja maior conforme o carro aumenta a velocidade.
(AQS), que impede a entrada de ar
poluído no carro e ativa a circulação
de ar interno automaticamente. O
sistema PEPS (Passive Entry Passive
Start) possibilita a abertura das portas a uma distância de 1,5 metros e
a partida do motor por meio de um
interruptor.
“Desde o início, os engenheiros
se apaixonaram pelo projeto e tiveram duas grandes alegrias: trabalhar
com conteúdo tecnológico de ponta
e integrá-lo ao veículo de forma
intuitiva, simples e funcional”, diz
Rejman. Há sistemas de entretenimento e informação integrados ao
painel que podem ser controlados
por botões no volante. A navegação
por GPS foi adaptada para considerar os mapas do Brasil e da
Argentina, além dos rádios que também foram devidamente sincronizados por engenheiros brasileiros.
“Enfim, o resultado vocês poderão
ver e sentir nas pistas”, conclui
Rejman. Com certeza, nossa grama
está mais verde do que a do vizinho.
GMB
“Desta forma, o motorista se sente
mais seguro, mesmo em alta velocidade”, diz Pedro Manuchakian,
vice-presidente da Engenharia de
Produto da GM América do Sul.
Mas o Cruze não só proporciona
o sentimento de segurança, como
também é equipado com oito "airbags": dois frontais, dois laterais e
quatro de cortina. Além disso, 100%
das unidades têm o Programa
Eletrônico de Estabilidade (ESP), que
é a evolução do sistema ABS e possibilita aumentar a tração em uma
das rodas para corrigir um movimento, caso o dispositivo detecte
que o veículo está seguindo uma
direção distinta da que o motorista
pretende.
As portas são totalmente vedadas por um "sanduíche" com três
guarnições e há isolantes na carroceria que diminuem de 10% a 40%
os ruídos transmitidos para o interior do veículo. Além de excelentes
vedações, o modelo traz uma novidade: o Sistema de Qualidade de Ar
OUTUBRO D E 2 0 1 1
17 ]
CHEVROLET CRUZE ]
GREGOS E
FLORA SERRA
áris era príncipe de Tróia e, um belo
dia, raptou Helena, rainha da Grécia
que havia se casado com Menelau, rei
de Esparta. A partir daí, uma longa batalha entre os dois povos se iniciou. Essa é
a origem do provérbio “não se pode
agradar a gregos e troianos”, usado
para dizer o quão difícil, até mesmo
impossível, é contentar pessoas diferentes. Será?
A General Motors do Brasil desafia o
ditado ao lançar o primeiro veículo global no mercado nacional – o sedã
Chevrolet Cruze. “É muito complicado
atender ao mundo todo”, reconhece
Carlos Barba, diretor de Design da GM
América do Sul. “Mas já identificamos
diretrizes em alguns projetos que devem
ser seguidas”, completa ele.
“Nesse desafio, foi gratificante conseguirmos estabelecer uma ótima interação e parceria com a Coréia, o que permitiu obtermos rápidas respostas para
as decisões do projeto, mesmo interagindo com uma região do 'outro lado do
mundo'” diz Gabriela Belini, assistente
de Gerenciamento de Programas do
Design para o Cruze. “A área de
Gerenciamento de Programas do Design
é responsável por coordenar as atividades e a comunicação entre os estúdios
de Design da Coréia e do Brasil e as
demais áreas da empresa envolvidas no
projeto, para que seja possível estabelecer a melhor estratégia de produto para
P
[ 18
ÁREA DE DAQ DO DESIGN
DA GMB FOI FUNDAMENTAL
PARA TRAZER AO BRASIL
AS FORMAS DO CRUZE,
QUE FAZEM SUCESSO
EM TODO O MUNDO
o mercado brasileiro, no prazo estabelecido e com excelência na qualidade da
aparência”, completa a assistente.
Nesta nova empreitada, uma área do
Design bastante requisitada é a DAQ
(Design Appearence Quality ou Qualidade de Aparência do Design), pois é ela
que cuida dos elementos que saltam aos
olhos do consumidor. Barba diz que a
DAQ é fundamental para que o departamento entenda as estratégias de localização do programa, ou seja, como o projeto será realizado no Brasil.
“Nossa missão é contribuir com alterações e adaptações ao gosto e à necessidade dos brasileiros, como cores, materiais e acabamentos que foram ajustados no nosso Cruze, para melhorar a
aceitação do produto”, explica Marcel
Tapia, gerente de DAQ, que acrescenta:
“Um dos maiores desafios é provar globalmente que essas adaptações devem
ser realizadas”.
Ele diz que a área possui duas equipes: uma que trabalha na fase de desenvolvimento do projeto e cuida da execução de qualidade percebida (Perceptual
Quality Execution), e outra responsável
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Alberto Murayama/ABC Imagem
TROIANOS
pela fase de lançamento do produto
(Perceptual Quality Launching).
A primeira equipe cria regras ou
“características de aparência” para o
veículo, ou seja, trabalha para que sejam
considerados critérios de aparência perceptíveis aos clientes no desenvolvimento do tema do Design e dos critérios técnicos de engenharia. A equipe também
influencia em como os componentes
devem interagir e se encaixar para
“melhorar a qualidade do veículo como
um todo”, segundo Tapia.
“A DAQ acompanha todo o desenvolvimento dessas peças junto aos fornecedores para garantir a qualidade da
aparência do produto final”, diz Gabriela. Quando os materiais dos componentes são definidos pela área de Color&
Trim (Cores e Acabamentos), o time de
execução da DAQ inicia a interação com
os fornecedores para garantir que a aparência final desejada do material e sua
Carlos Barba, diretor de Design da GM
América do Sul (à dir.): “Projetos globais
trazem situações novas, como lidar com
pessoas de diferentes culturas que não
falam a mesma língua. Apesar disso, a
General Motors é e sempre será uma só”
execução
nos
componentes seÉ MISSÃO DO DESIGN
jam corretamente
CONTRIBUIR COM ALTERAÇÕES
interpretados peE ADAPTAÇÕES AO GOSTO
los fornecedores.
E À NECESSIDADE DOS
As referências são
BRASILEIROS, COMO CORES,
determinadas por
MATERIAIS E ACABAMENTOS
meio dos "master
samples" (amostras globais) dos
tecidos, das cores e das texturas que serão utilizados nas partes internas e externas do veículo.
Ela explica que, embora o projeto do Cruze tenha sido liderado pelo estúdio da Coréia do Sul, a equipe de Color&Trim do
Brasil teve participação desde o início, dando os "inputs" (considerações) dos acabamentos mais adequados ao mercado
local durante a fase de desenvolvimento.
O jeitinho brasileiro pode ser identificado nas cores externas exclusivas para o produto fabricado aqui: Mahler White
(branco), Polaris Silver (prata), Desert Beige (bege – a cor do
lançamento), Lotus Green (verde) e Rusk Gray (cinza). Além
dessas, o Carbon Flash Metalic, preto que faz parte da paleta
global de cores, também está disponível no país.
“Por isso, todas as peças visíveis são
aprovadas por essa equipe”, afirma Tapia. O processo consiste em certificar o
encaixe dos componentes, ou seja, a
qualidade de aparência do produto como um todo – uma vez aprovado, o carro
estará pronto para desfilar suas curvas
pelas ruas.
O Cruze passou nesses testes e vem
para arrasar nas passarelas tropicais.
Quer saber por quê? “As palavras que
nortearam o Design de Exterior foram sofisticação, dinamismo, elegância e confiabilidade”, revela Dagoberto Tribia, diretor
de Design de Interior. E o contorno dos
faróis do modelo realmente traz dinâmica e força ao veículo. “É possível fazer
uma analogia entre os faróis do carro e o
olhar de um lince”, observa Gabriela.
Além disso, o pára-brisa inclinado configura uma linha de
teto arqueada que também salienta o dinamismo do carro. A
elegância vem vestida com uma linha cromada que interliga os
faróis traseiros e com o conceito “Dual Port”, presente no DNA
da Chevrolet, que separa a grade dianteira no meio por uma
faixa, deixando em destaque a gravata dourada da marca. E as
rodas com aro de 17 polegadas completam o visual.
Como é dentro do Cruze? “Atraente, expressivo, arrojado e
convidativo”, declara Tribia. O volante de perfil esportivo possui botões de comandos e a iluminação interna é "Ice Blue". O
conceito “Dual Cockpit” (Compartimento Duplo), que também
faz parte da seqüência genética da marca, estabelece dois
ambientes no interior do carro, ampliando seu espaço interno.
Mas o grande diferencial do modelo são os novos materiais utilizados no painel: na versão LT, ele é revestido com tecido e na
LTZ, a versão completa, o painel é forrado com couro resistente à luz para não desbotar.
Como resistir a tamanho charme? O Cruze, que já é vendido em mais de 70 países, continua desafiando a diversidade e,
agora, chega ao Brasil. “Projetos globais trazem situações
novas, como lidar com pessoas de diferentes culturas que não
falam a mesma língua. Apesar disso, a General Motors é e sempre será uma só”, conclui Barba.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
19 ]
Mauricio Pavan/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
ALÉM DA
QUINTA MARCHA
FLORA SERRA
Cruze foi o modelo da Chevrolet
mais vendido no mundo em 2010
e agora também está disponível para
os brasileiros. Ele é o primeiro veículo
global da marca a ser comercializado
no país. Você sabe o que isso significa?
Que podemos nos orgulhar de ter um
modelo tão bom quanto o das nações
mais desenvolvidas do mundo, pois o
Cruze que temos aqui é o mesmo que
existe no exterior.
Mas, como o Brasil tem características particulares, a General Motors
percebeu que poderia melhorar a versão local do modelo. Afinal, somos
não só o maior produtor de cana-deaçúcar do mundo, como o maior
exportador de seus derivados – o açú-
O
[ 20
CRUZE BRASILEIRO É O
ÚNICO NO MUNDO COM
MOTOR "FLEX FUEL" E
ÚNICO NA AMÉRICA LATINA
COM TRANSMISSÃO
MANUAL DE SEIS MARCHAS
car e o biocombustível etanol. O
mundo está em busca de fontes de
energia alternativas ao petróleo – o
etanol é uma delas e é genuinamente
brasileira.
Então, por que não incrementar o
motor do Cruze para aproveitar a disponibilidade dos recursos naturais do
país e ainda diminuir as emissões de
gases poluentes na atmosfera? “A
motorização 1.8 Ecotec6, que equipa
OUTUBRO D E 2 0 1 1
o novo sedã da Chevrolet, tem forte
sotaque alemão”, reconhece Paulo
Riedel, diretor da Engenharia de
Powertrain da GMB. Apesar disso, ele
revela que houve participação de mais
dois países no desenvolvimento do
conjunto de motor e transmissões do
veículo: os Estados Unidos e o Brasil.
A Alemanha ficou responsável
pelo motor básico e pela transmissão
manual; os Estados Unidos colaboraram com a tecnologia para as transmissões automáticas; e o Brasil deu
todo o suporte técnico no desenvolvimento dos componentes e na calibração do powertrain para a utilização do
etanol no modelo brasileiro.
Sérgio Cicerone, engenheiro de
Sistemas Veiculares da Engenharia de
Powertrain da GMB, explica que, para
adequar o motor ao sistema "flex fuel
E100", foi preciso adicionar um reservatório de partida a frio ao conjunto.
Portanto, salienta Riedel, os engenheiros brasileiros não só ajudaram transmitindo a tecnologia, mas como também a desenvolvendo, calibrando,
Paulo Riedel, diretor da Engenharia de
Powertrain da GMB (à dir.), com a equipe
que trabalhou no motor do Cruze: o Brasil
deu todo o suporte técnico no
desenvolvimento dos componentes e na
calibração do powertrain para a utilização
do etanol no modelo brasileiro
vel também nas unidades com transmissão manual. Portanto, o modelo brasileiro apresenta um excelente desempenho, com economia de combustível e
redução da emissão de gases poluentes.
Cicerone aponta o sistema de sincronização de marchas tri-cone, que
reduz o esforço para engates. A carcaça
compacta da transmissão manual também reduz a massa e diminui os ruídos
e as vibrações que podem ser sentidas
no interior do veículo.
Nas unidades com transmissões
automáticas GF6, o sistema "Clutch to
Clutch" suaviza e agiliza as mudanças,
garantindo alta eficiência. Além disso, o
novo sedã identifica as várias condições
de dirigibilidade otimizando as trocas
de marchas para maior eficiência do
conjunto. Esta tecnologia é definida
como sistema adaptativo de mudança
de marchas.
Para motoristas que preferem uma
condução mais esportiva, basta ativar a
função "Active Select". Este sistema
possibilita ao condutor efetuar as trocas de marchas manualmente com apenas um toque para frente ou para trás
na alavanca de mudanças.
GMB
instalando e validando o conjunto
Ecotec6 do Cruze.
Motores dessa categoria já equipavam carros da GM, como Saturn
Aura, G6, Chevrolet HHR, Pontiac
Solstice, Chevrolet Malibu e Saturn
VUE (o nosso Captiva). Mas o Ecotec
evoluiu e se apresenta com uma nova
configuração no Cruze: ao invés de o
bloco ser em alumínio, ele é feito em
ferro fundido compacto e oco. Essa é a
tecnologia Hollow (oco), que, associada ao projeto do sistema de ventilação
interna do motor, reduz o número de
componentes e, conseqüentemente, a
massa do conjunto.
“Há um mito bastante disseminado
no mercado automobilístico que diz que
motores modernos sempre possuem
blocos em alumínio. O alumínio é de
grande contribuição para redução de
massa, no entanto o ferro fundido é
mais estrutural, o que diminui distorções e permite soluções mais compactas com alta densidade de potência,
garante Riedel. O diretor afirma que,
além disso, outros sistemas do motor
são mais leves, como o coletor variável
de admissão (VIM) em plástico e o acionamento dos comandos de válvulas
(Dual CVVT), tornando o conjunto mais
leve, comparável aos de bloco em alumínio, porém mais compacto.
O sistema de acionamento dos
comandos permite um funcionamento
suave e eficiente. A tecnologia desenvolvida pela GM permite alinhar vantagens de eficiência e suavidade das correias à durabilidade das correntes. “O
comando por correia instalado no
Cruze requer manutenção equivalente
ao de um sistema com corrente, ou seja,
troca aos 100 mil quilômetros rodados”, salienta Riedel. A correia é encapsulada para evitar exposição a impurezas. Desta forma, além de diminuir os
atritos e os ruídos, colabora, mais uma
vez, para a redução da massa.
“O Ecotec6 oferece alta densidade
de potência, tem uma cilindrada menor
[1.8 litro], porém sua força é maior”,
afirma Cicerone. Quando abastecido
com etanol, o sistema gera uma potência de 144 cavalos; com gasolina, 140
cavalos, ambas a 6.300 rpm (rotações
por minuto). Mesmo em baixas rotações, o torque é maior (com etanol, a
3.800 rpm, chega a 18,9 kgfm) e proporciona uma excelente dirigibilidade.
O motor de 16 válvulas possui duplo
comando de válvulas continuamente
variável (Dual CVVT) e coletor de
admissão de geometria variável (VIM).
O número 6 estampado na tampa
do porta-malas refere-se à presença
ousada da sexta marcha em todas as
versões do sedã. Riedel destaca que o
Brasil é o único país da América do Sul
a ter o Cruze com seis marchas disponí-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
21 ]
CHEVROLET CRUZE ]
TECNOLOGIA
SEM FRONTEIRAS
uitas pessoas associam o
termo tecnologia a instrumentos sofisticados e modernos, como
as televisões de plasma cada vez
mais finas e os notebooks cada vez
menores. Mas não é de hoje que
esta palavra está tão presente no
mundo, pois quando o homem conseguiu fazer fogo pela primeira vez
– na pré-história –, ele havia acabado de desenvolver uma nova tecnologia. Rapidamente, as ferramentas
evoluíram e, hoje em dia, não é mais
preciso raspar um pedaço de madeira contra o outro para obter uma
chama. Da invenção do fogo a equipamentos que ainda serão inventados, a tecnologia acompanhou e
continuará acompanhando a história da humanidade. Sua onipresença
pelo mundo é incontestável.
No "Universo GM", a palavra de
ordem também sempre foi essa: tecnologia. Ela é quesito primordial
para o desenvolvimento, a concepção e a realização de veículos tão
modernos. A novidade, agora, é que
os produtos da empresa têm aqui as
mesmas características que os carros vendidos nos países mais desenvolvidos do planeta. É o caso do
Chevrolet Cruze, o primeiro lançamento global da marca.
Para alinhar a tecnologia de um
país emergente como o nosso e
torná-la tão avançada quanto à
dos países de primeiro mundo, a
M
[ 22
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO NÃO SE CONTENTA EM
APENAS REALIZAR SEU TRABALHO E INOVA
FERRAMENTAS GLOBAIS JÁ EXISTENTES
GMB precisou manter contato
constante com o estrangeiro. O
Cruze foi desenvolvido na Coréia
do Sul e na Alemanha e, para possibilitar a comunicação rápida e eficaz entre os brasileiros e os profissionais dos países-sede do projeto,
o departamento de GMIT (General Motors Information Technology ou Tecnologia da Informação da
General Motors) foi mais do que
fundamental – foi onipresente,
como sempre.
O OUTRO LADO DO MUNDO É LOGO ALI
As reuniões intercontinentais
que precisavam ser realizadas não
seriam tão eficientes se não houvesse o pessoal de Tecnologia da
Informação (TI) para dar todo o
suporte ao sistema de comunicação
utilizado. Para facilitar os encontros
virtuais entre profissionais de diferentes países, eles até puderam
levar o notebook do trabalho para
casa, pois a diferença de fuso horário, de 12 horas entre Brasil e Coréia
do Sul e de 5 horas entre Brasil e
Alemanha, representava um empecilho aos encontros virtuais.
Sob a responsabilidade do
departamento de TI está também a
instalação, a verificação de funcio-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
namento e a
manutenção de
toda a estrutura
de hardwares e
softwares, que
vão desde uma
simples linha
telefônica aos
mais complexos
dispositivos de
comunicação e
informação por
computador.
Apesar de o
Cruze ter sido
desenvolvido na
Coréia do Sul e
na Alemanha, todos os demais centros de desenvolvimento da GM
(Austrália, Brasil, China, Índia e
Estados Unidos) puderam participar,
dando seus "inputs" (considerações) ao projeto. Esses "inputs"
eram sugeridos por meio de um
software usado globalmente pela
empresa, chamado Team Center, que
possibilita o compartilhamento de
informações visuais nas etapas de
desenvolvimento do produto.
Assim, o que está sendo feito
por profissionais do outro lado do
mundo pode ser visto, avaliado e
incrementado aqui, por profissioAlberto Murayama/ABC Imagem
FLORA SERRA
Equipe de Tecnologia da Informação da
GMB: no caso do Cruze, a maior parte
das ações ficaram concentradas nas
áreas de Manufatura e de Global
Purchasing and Supply Chain ou Compras
Globais e Cadeia de Fornecedores,
devido a suas demandas específicas
nais brasileiros, ou nos outros centros globais da empresa. “A GM do
Brasil provou que tem todas as
condições de colaborar e de participar ativamente do projeto e do
desenvolvimento de produtos globais”, afirma Carlos Leite, PIO
(Process Information Officer) de
Sistemas para Manufatura e para
Qualidade.
CRUZE NA FÁBRICA
Há também hardwares e softwares nos equipamentos, nas ferramentas, nas linhas de produção
dos veículos e até nos armazéns de
peças. “E existem sistemas que
atendem a cada um dos processos
necessários para produzir peças e
abastecer as fábricas com os materiais corretos”, explica Fernando Rostock, gerente de TI para
Gerenciamento de Programas da
GM do Brasil.
Para tanto, o departamento se
organiza conforme as especificidades que o veículo apresenta, ou seja,
há profissionais de TI responsáveis
pelo suporte de equipamentos e sistemas eletrônicos de cada área
envolvida no projeto. Assim, eles
conseguem atender às necessidades
gerais e particulares de todos os
processos.
Rostock diz que “no caso do
Cruze, a maior parte das ações ficaram concentradas nas áreas de
Manufatura e de GPSC [Global
Purchasing and Supply Chain ou
Compras Globais e Cadeia de
Fornecedores], devido a suas
demandas específicas”. O veículo
em questão é moderníssimo e, por-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
23 ]
GMIT: instalação,
tanto, exige que
verificação e
as fábricas temanutenção da
nham equipaestrutura de
hardwares e
mentos mais sosoftwares,
fisticados e que
que vão de uma
o pessoal de TI
simples linha
seja capaz de
telefônica a
complexos
acompanhar e
dispositivos
dar suporte a
de comunicação
esse processo
por computador
de adaptação.
Softwares do sistema PM&C
(Production Monitoring & Control),
que são utilizados para monitorar e
controlar a produção dos veículos,
foram configurados pelo GMIT para
incorporar as características do
Cruze. O GEPICS (Global Enterprise
Production Information & Control
System), por exemplo, é responsável
por estabelecer a seqüência da produção dos veículos, informando à
área de materiais quais peças
devem ser colocadas à disposição
em determinados momentos.
O GSIP (Global Standard
Inspection Process) é outro dispositivo que realiza o controle da qualidade da produção do veículo, ou
seja, identifica se há problemas na
produção; se houver, o software
pára o processo e aciona uma função chamada Car Hold, que pausa a
fabricação do carro, evitando, assim,
que a fábrica produza uma unidade
do modelo com alguma falha.
Outro sistema que auxilia a GM
a detectar e solucionar problemas é
o de rastreabilidade de peças e componentes. Cada parte dos veículos
tem um número de série (Vin
Number), que é estampado ao fim
de sua fabricação. Desta forma, se
alguma irregularidade for identificada posteriormente à produção e à
montagem, é possível diminuir a
faixa de abrangência dos veículos
[ 24
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
que devem ser chamados para a
substituição ou reparo da peça.
Para que esses sistemas – que já
existiam – sirvam para a fabricação
de um novo carro, como o Cruze,
eles devem ser configurados de
acordo com as especificações do
veículo, como número, peso e tamanho das peças, e seqüência de montagem. E isso também é trabalho da
equipe de TI.
TUDO QUE O CRUZE MERECE
Mas é claro que o GMIT não se
contentou em realizar apenas seu
complexo e rotineiro trabalho de
implantação e manutenção de sistemas. O departamento tratou de
incrementar a estrutura de TI, criando novas funcionalidades para
alguns dispositivos, que servirão não
só para o Cruze, mas para outros
lançamentos que estão por vir.
“Buscamos inovar as ferramentas globais já existentes”, diz
Marta Helena Piellusch, PIO de
Sistemas para GPSC, referindo-se à
OUTUBRO D E 2 0 1 1
integração dos usuais sistemas de
puxada eletrônica de materiais
(EPS – Electronic Pull System ou
PPS – Production Pull System) para
a produção com Controladores
Lógico-Programáveis (CLP). Essa
configuração, ao ser instalada nos
equipamentos da Funilaria, automatiza o sistema ao extremo e o
pedido de peças passa a ser realizado automaticamente, sem que o
profissional precise apertar um
botão sequer.
Em algumas situações, os sistemas de puxada de materiais para a
produção precisavam ser ativados
por meio de um botão. O profissional tinha de verificar as peças que
estavam em falta para, então, acionar o botão e realizar o pedido
para o estoque da fábrica. Mas
esse simples procedimento não é
mais necessário em certas áreas.
Marta explica que a falta de
uma peça no ponto de uso é identificada por uma balança, que verifica o peso do cesto das peças, ou
OS PROFISSIONAIS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ESTÃO ENGAJADOS PARA
COLOCAR O USO QUE A GM
FAZ DA TECNOLOGIA EM UM
PATAMAR MAIS ELEVADO
por meio de sensores que realizam
a contagem das peças e enviam
um aviso automático ao exato responsável pela reposição daquela
determinada peça. “É uma aplicação que não há em nenhuma outra
GM na região e os benefícios são
representativos, tanto para a área
de Manufatura quanto para a de
GPSC”, orgulha-se Marta.
Esses sistemas eletrônicos
implantados pelo pessoal de TI,
como o EPS e o PPS, têm capacidade de informar, em detalhes, a situação de todo processo de produção e
de abastecimento de peças para a
rede de dados da GMB. Assim, as
lideranças da empresa podem
acompanhar tudo o que está acontecendo nas etapas de fabricação
dos produtos.
Também foi realizada a implantação de um sistema de controle e
de programação de materiais, o
MGO (Materials Global Optimization ou Otimização Global de Materiais), na injeção de plásticos e na
pintura de pára-choques, localizada na Avenida Prosperidade, em
São Caetano do Sul, e no provedor
logístico externo da GM, a Syncreon, onde as peças importadas
são armazenadas. “A comunicação
en-tre a GM e o provedor logístico
fi-cou ainda mais robusta”, afirma
Rostock. Com isso, todo o processo de abastecimento de peças na
linha de montagem se tornou mais
ágil e eficiente.
Além disso, a fábrica de Mogi
das Cruzes, no interior de São Paulo,
passou a exclusivamente fornecer
subconjuntos para modelos Chevrolet. Antes, a unidade também
estocava peças, o que limitava seu
espaço. “A necessidade de ampliar a
participação dessa fábrica veio também com o projeto do Cruze”, diz
Rostock. Assim, com a ida de componentes de outros modelos para
Mogi das Cruzes, há mais espaço
para a produção de subconjuntos
do novo sedã Chevrolet em São
Caetano do Sul.
Segundo Marta, essa transformação possibilitou que a fábrica se
tornasse uma espécie de fornecedor
“just-in-time” para São Caetano do
Sul. Ou seja, ela abastece conforme
a necessidade da linha de montagem, o que melhora a organização
do processo de envio das partes dos
veículos de um lugar para outro.
“Vamos cada vez mais quebrar
paradigmas para garantir que o
departamento de TI entregue soluções a tempo, com qualidade e com
custo mais competitivo”, afirma
Mauro Pinto, que assumiu a posição
de CIO (Chief Information Officer)
do GMIT da GM América do Sul em
agosto passado.
Segundo o CIO, os profissionais
de TI estão engajados para colocar
o uso que a empresa faz da tecnologia em um patamar mais elevado.
As inovações que criaram em tão
pouco tempo para o projeto do
Cruze (cerca de 18 meses) são, por
enquanto, exclusivas da GM do
Brasil, mas poderão servir para o
mundo todo.
Um carro tão moderno quanto o
Cruze merece mais do que simplesmente sistemas globais já estabelecidos. Este novo lançamento da
Chevrolet merece a modernização
dos processos de produção e isso
não seria possível sem o suporte do
departamento de Tecnologia da
Informação da GMB.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
25 ]
Mauricio Pavan/ABC Imagem
Alberto Murayama/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
SELEÇÃO
CAMPEÃ
FLORA SERRA
o Brasil, o futebol é, sem dúvida, a
maior paixão nacional. Uma enorme quantidade de dinheiro é investida
pelos times na compra dos melhores
jogadores do mundo. Normalmente, os
craques brasileiros vão para clubes da
Europa que oferecem contratos duradouros e salários milionários. Mas,
uma vez a cada quatro anos, eles vestem a mesma camisa para disputar a
Copa do Mundo. A seleção brasileira,
pentacampeã mundial, já nos deu muitas alegrias e mostrou o que acontece
N
[ 26
PROJETOS DA GM REÚNEM
PROFISSIONAIS DE TODO
O MUNDO E TÊM
BRASILEIROS COMO
LÍDERES GLOBAIS
quando um time reúne seus melhores
jogadores: é campeão!
Para fazer os melhores produtos do
mundo, a General Motors também
escala sua própria seleção. É uma estrutura global criada pela empresa que
reúne os maiores especialistas dos gru-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
pos de componentes de veículos. Para
formar esse time de primeira, são
“convocados” os profissionais dos
centros de desenvolvimento da GM
Estados Unidos, Europa, Coréia do Sul,
Austrália, China, Índia e Brasil.
“Ao redor do mundo, trabalhadores
dessas regiões foram nomeados para
assumir a liderança de cada grupo de
peças”, explica Carlos Cuccioli. Ele, que
é BOM Leader (Bill of Material Leader
ou Líder da Lista de Componentes) de
Subsistemas de Acabamento de Carpetes, Compartimentos de Carga e
Isolação Acústica, diz que a finalidade
desse time é evitar que seja necessário
reinventar peças diferentes para cada
região. “Nossos projetos são globais;
portanto, buscamos criar soluções que
sirvam para o mundo todo”, afirma.
Além de Cuccioli, outro brasileiro
tem posto global: Plínio Cabral Jr., líder
da Lista de Componentes de Sistemas
de Carga e Bateria. Ele diz que os projetos devem passar pela análise e
aprovação de profissionais que têm
Líderes globais de São Caetano do Sul e
do Campo de Provas da Cruz Alta: parte de
uma estrutura criada pela GM que reúne
os maiores especialistas dos grupos de
componentes de veículos dos Estados
Unidos, Europa, Coréia do Sul, Austrália,
China, Índia e Brasil
um avançado conhecimento técnico
dos componentes do veículo. Por isso,
em cada equipe há um GSSLT (Global
Subsystems Leadership Team ou Liderança Global dos Times de Subsistemas), especialista em determinado
grupo de peças.
E também há brasileiros nesta categoria: no mesmo grupo de componentes de Cuccioli, a líder GSSLT é
Celly Khaski; no subsistema de Cabral, o cargo fica com Rogério Vollet.
“Nós somos responsáveis por desenvolver as especificações globais das
peças”, afirma Vollet. Khaski complementa: “Somos um grupo focado em
buscar soluções de engenharia que
reduzam custos e melhorem o desempenho do veículo”.
Como um subsistema pode ser
composto por várias peças, os times
também nomeiam experts de cada
componente. Estes são chamados de
BFO (BOM Family Owner) e são responsáveis por verificar se todos os
requisitos técnicos e parâmetros glo-
bais de cada parte do veículo estão
sendo obedecidos. É claro que há
representantes da GMB nesta função
também – são dez experts brasileiros.
Vollet explica como o trabalho é
feito: “O país de origem do projeto
define o conteúdo do veículo e o envia
aos líderes globais de subsistemas
para que verifiquem se as características são coerentes e podem, de fato, ser
realizadas”. Essas decisões são tomadas em reuniões chamadas de Peer
Review, que seguem tópicos para definir requisitos técnicos, antecipar soluções para possíveis problemas, rever
componentes e resultados de testes
antes e depois da montagem de protótipos e ressaltar pontos positivos que
podem ser reaproveitados em outros
projetos.
Por isso eles devem estar sempre
atentos para identificar, durante um
projeto, as chamadas Best Practices ou
Melhores Práticas, que passam a ser
parâmetros para qualquer outro produto da empresa. “Essa foi a forma
que encontramos de concentrar todo o
conhecimento que temos espalhado
pelo mundo”, resume Vollet.
Mas ainda há outros profissionais
brasileiros que aumentam a dose de
participação tropical nos projetos globais. Os líderes globais de desempenho
do veículo em determinadas disciplinas ficam no Centro de Provas da Cruz
Alta (CPCA), em Indaiatuba, interior de
São Paulo. Mais conhecidos como VPO
(Vehicle Performance Owners), eles
cuidam dos processos de validação e
definem as especificações dos testes
que devem ser realizados para cada
veículo. Marcelo Bertocchi, por exemplo, é VPO de Segurança Veicular para
Países Emergentes; Edson Errerias, de
Dinâmica Veicular para a mesma região; Gabriel Eduardo é VPO de Direção Manual; e, por fim, Luiz Eduardo
Martins, de Alternadores.
O Chevrolet Cruze, o primeiro
carro global da GM a ser lançado no
Brasil, é resultado do trabalho desse
time composto por diferentes nações,
inclusive a brasileira. Mas, em 2008, a
seleção da GM já havia lançado o primeiro veículo de arquitetura elétrica
global pela Europa: o Opel Insignia,
que foi eleito o Carro do Ano de 2009
no continente.
Eles já provaram que podem fazer
os melhores veículos globais, mas
agora irão mostrar que podem fazê-los
para o mundo todo. A empresa escala
seu time com os melhores jogadores
para que vistam a camisa e entrem em
campo para produzir os melhores carros, sempre. Vai que é sua, GMB!
OUTUBRO D E 2 0 1 1
27 ]
CHEVROLET CRUZE ]
PONTO DE
CAMILA FRANCO
GMB sempre encontra – ou cria –
espaços no mercado automobilístico brasileiro para lançar novos veículos, atender aos desejos dos consumidores e até superar suas expectativas.
Foi assim com o hatchback Agile, que
inaugurou um novo segmento em
2009 e nele se mantém como líder de
vendas, com a Nova Montana, que
desde 2010 “agita” a concorrida categoria de picapes compactas, e com
tantos outros lançamentos.
Com o sedã Cruze, o mais novo
integrante da “família Chevrolet” no
país, não seria diferente. O sedã mundial da GM foi trazido para o Brasil
porque tem tudo o que os brasileiros
buscam em seus automóveis: qualidade, segurança, tecnologia, conforto, beleza, inovação e ainda oferece
muito mais conteúdo que os seus
concorrentes.
Mas como ele veio parar aqui? E
como a GMB descobriu que o Cruze é
perfeito para o mercado nacional? O
departamento que responde a essas
perguntas é o de Planejamento de
Produto e Pesquisa de Mercado. Composto por 24 profissionais e dirigido
por Marcos Paiva, é ele que aponta as
necessidades dos consumidores e, com
isso, ajuda a determinar as características de um novo automóvel. Baseado
em pesquisas, esse time é responsável
por analisar o comportamento e as
A
[ 28
PLANEJAMENTO DE
PRODUTO E PESQUISA DE
MERCADO COMEÇOU A
ATUAR EM 2008 PARA
TRAZER O CRUZE
tendências dos clientes, e antecipar a
situação econômica do país e do mercado automobilístico. Em outras palavras, colabora para que a empresa
trace seus objetivos e defina seus próximos lançamentos.
Paiva explica: “A Chevrolet, em
especial no Brasil, tem um público fiel
e incomparável ao de outras marcas.
De acordo com nossos estudos, ele
estava ansioso por um sedã médio
com performance diferenciada, com
características globais e que fosse
competitivo. Por isso, trouxemos o
Cruze, ideal para atendê-los, acirrar a
disputa no segmento e dar ainda mais
prestígio para a marca”.
Ele revela, porém, que o modelo
passou por algumas modificações.
“Para ser comercializado aqui, ele teve
de atender a requisitos nacionais, como de motorização. Nos demais países em que o novo Chevrolet é vendido, a gasolina é o combustível mais
consumido. Já no Brasil, a tecnologia
flex é a principal”.
Essas mudanças começaram a ser
estudadas em 2008. “Era preciso definir todas as alterações para saber se o
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Alberto Murayama/ABC Imagem
PARTIDA
veículo, além de física e comercialmente, seria viável financeiramente. Foi aí
que criamos um time multifuncional,
de cerca de dez pessoas, conhecido
como APET, Advanced Program
Execution Team [Time Avançado de
Execução do Programa], o qual fazia a
interação entre a GMB e a GM Coréia
do Sul para a estruturação do projeto
do Cruze brasileiro”, explica Paiva.
Marco Cairo, Advanced Vehicle
Program Manager (gerente de Programa Avançado de Veículo), uma das
áreas de Planejamento de Produto e
Pesquisa de Mercado, coordenou esse
time e diz: “Tínhamos de fazer todo o
planejamento do projeto de forma que
ele pudesse ser executado no prazo
estabelecido pelo comitê executivo da
GMB e com a qualidade esperada.
Temos um processo global de desenvolvimento de programas bastante
robusto e minha responsabilidade era
garantir que as atividades desse processo fossem executadas com a máxima presteza. Outro desafio foi garantir
O gerente Marco Cairo e o diretor
Marcos Paiva à frente do time de
Planejamento de Produto e Pesquisa de
Mercado: demanda por um sedã médio
com performance diferenciada, com
características globais e competitivo
uma comunicação eficaz entre representantes de cada área funcional
da GMB com seus correspondentes da
GM Coréia do Sul, sempre alinhados
com o Global Segment Director, o diretor global da plataforma do Cruze,
que lidera o programa do sedã no
mundo. Uma vez que todos os requisitos do nosso programa foram discutidos e decididos, vimos que tínhamos
um programa viável e que valeria a
pena produzi-lo no Brasil, o submetemos à aprovação da matriz da
General Motors, em Detroit, nos
Estados Unidos”.
O sinal verde para a fabricação do
Cruze em São Caetano do Sul, segundo
Cairo, foi dado em agosto de 2009.
“Nos foi lançado um grande desafio:
iniciar a produção das unidades vendáveis exatamente dois anos depois”. Ele
conta que, em fevereiro de 2010, o
time deixou de ser o APET e passou a
ser chamado de PET (Program Execution Team ou Time de Execução do
Programa). “Eu parei de coordená-lo e
passei as atividades para a equipe de
Gerenciamento de Programas, responsável pela sua execução. Os outros
profissionais continuaram no grupo
para colocar o que havia sido planejado em prática”.
Mas o departamento ainda fez
muito mais. A equipe foi acionada para vários estudos. O gerente de Pesquisa de Mercado, Guilherme Barbosa,
revela que, em 2008, antes da aprovação do projeto, o Cruze foi analisado
por clientes em uma avaliação do portfólio da Chevrolet e de concorrentes,
realizada, geralmente, a cada três
anos. “Ela representou um exercício de
compra, no qual cerca de mil pessoas
de diferentes perfis avaliaram 114 veículos de todos os segmentos e marcas
vendidos no país. Nesse primeiro contato com o público, o Cruze já apresentou uma boa aceitação”.
Em 2011, mais uma pesquisa foi
realizada, a TME (Target Market Exploration ou Exploração do Público
Alvo). “São visitas a residências de
potenciais compradores do sedã.
Vamos até eles para entender, sobretudo, seus valores e expectativas”, explica Juliana Sato, analista de Pesquisa de
Mercado. Ela revela a conclusão: “Os
potenciais clientes do Cruze são pessoas realizadas, financeiramente estáveis, que já atingiram várias metas na
vida e agora querem ir além, buscando
a realização pessoal ”. Foram ouvidos
cerca de 15 entrevistados. O resultado
da TME foi enviado para o departamento de Marketing, que materializou
os desejos dos consumidores na campanha publicitária do veículo. “Salientamos que os sentimentos de
recompensa pelos esforços e status
deveriam ser enfatizados”, complementa Barbosa.
Dito e feito. O Marketing desenvolveu seis propostas para a campanha
do Cruze e duas para a propaganda
exclusiva da nova família de motores
Ecotec. Pesquisa de Mercado, por sua
vez, ouviu dos clientes suas opiniões
sobre as campanhas. “Em um primeiro
momento, perguntamos o que entenderam do filme e se a mensagem os
tocava de alguma maneira, entre
outras questões. Com essas respostas,
chegamos à melhor campanha do
motor e às duas melhores do veículo,
que foram testadas posteriormente em
uma pesquisa quantitativa, na qual as
pessoas assistiam a uma série de
comerciais. A que mais chamou a atenção e conseguiu melhor transmitir o
conteúdo do novo Chevrolet foi a escolhida”, afirma Juliana. Segundo Paiva,
mais de 250 clientes foram ouvidos
durante toda a implementação do projeto do Cruze.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
29 ]
CHEVROLET CRUZE ]
CONTRASTES
EM HARMONIA
ALÉM DE COORDENAR A EXECUÇÃO DO CRUZE,
GERENCIAMENTO DE PROGRAMAS INTEGROU OS TIMES
DA GM DO BRASIL, GM CORÉIA DO SUL E GM EUROPA
[ 30
OUTUBRO D E 2 0 1 1
CAMILA FRANCO
nquanto aqui é dia, lá é noite –
são exatas 12 horas de diferença
de um país para o outro. Se eles
fazem sinal de positivo com a cabeça, não se engane! Não querem
dizer que sim, como nós, brasileiros.
É apenas um sinal de que estão
compreendendo o que você está
falando. O idioma deles, então, é
bem diferente do português. Para
E
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
nós, até os seus nomes são impronunciáveis. Você saberia falar corretamente Boungyoun Kim?
Esse é justamente o nome do
VLD (Vehicle Line Director ou Diretor
da Plataforma) do Chevrolet Cruze
na Coréia do Sul, onde o modelo
começou a ser desenvolvido em
2006. E essas são alguns dos inúmeros desafios com que profissionais
de diferentes departamentos da GM
do Brasil se depararam ao conviver
com os sul-coreanos durante o processo de implementação do Cruze
na fábrica da GM em São Caetano
do Sul, no ABC paulista.
Foram 18 meses – de fevereiro
de 2010, quando o programa foi
aprovado, a julho de 2011 – para
que a primeira unidade vendável do
Cruze fosse fabricada por aqui. Sem
ajuda dos “donos do projeto”, convenhamos, isso não seria possível. É
um prazo curto tanto para o início
da produção, considerando as grandes mudanças pelas quais o complexo industrial teve de passar (confira
a reportagem sobre a atuação da
Engenharia de Manufatura na página 42), quanto para a integração
entre dois povos de culturas tão
diferentes.
Apesar de tantos contrastes, Rodolpho Bülau, o VLD do Cruze para a
General Motors do Brasil, afirma
que não há problema algum em
aproveitar um modelo que foi
desenvolvido do outro lado do planeta. Ele revela que o sedã foi concebido como um veículo global, é
extremamente moderno e tem bastante conteúdo. É capaz, portanto,
de atender a diversos mercados. Ele
diz que o Brasil é o nono país do
mundo no qual o modelo passou a
ser produzido. “Ele foi indicado
como o sucessor ideal do Vectra,
sedã médio que fez história na
Chevrolet, mas que já precisava ser
substituído”.
Bülau declara qual foi o principal
desafio para a GMB: “Essa é a primeira vez que a GM do Brasil é
cliente de um produto global de
Rodolpho Bülau (à esq.) com os
profissionais de Gerenciamento de
Programas da GMB: departamento
responsável pela coordenação de
projetos de veículos no Brasil
outro centro de desenvolvimento e é
também a primeira que negociamos
a importação de um projeto com a
Coréia do Sul. Trabalhamos muito
para atingir uma perfeita sincronia.
Aprendemos muito também”.
A primeira lição, aliás, veio antes
da interação com o país asiático. O
diretor salienta que o primeiro passo
foi conquistar a sinergia entre as
equipes da própria GMB. “Todas
elas precisavam estar alinhadas e
aptas a atender às normas globais
da GM, e, de fato, mostraram que
estavam. Além disso, deveriam materializar algumas alterações necessárias, como, por exemplo, a suspensão, a introdução do idioma português no painel e nas etiquetas, e a
motorização 'flex', para que o Cruze
atendesse perfeitamente às necessidades do mercado automobilístico brasileiro e pudesse rodar pelas
ruas do país”.
O diretor é capaz de avaliar o
desempenho das equipes porque o
Gerenciamento de Programas, departamento do qual faz parte, é responsável pela coordenação de projetos de veículos no Brasil. É ele
quem gerencia todos os times da
GMB no programa de um novo veículo. No caso do Cruze, teve ainda
de fazer o elo com o time do VLE
Thomas Simon, na Alemanha, e com
o grupo do VLD Boungyoun Kim, na
Coréia do Sul. Mas é claro que Bülau
não trabalha sozinho. O diretor tem
a ajuda de Rosana Herbst, gerente
do programa, e de Patrícia Galina,
coordenadora do projeto do Cruze
na unidade brasileira.
Rosana explica que, para facilitar
a integração entre as diversas equipes da GMB, assim como é feito no
desenvolvimento de um carro 100%
nacional, foi formado o PET (Pro-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
31 ]
gram Execution Team ou Time de Execução do Programa). “Eram cerca de quinze pessoas – um representante de cada departamento. Eles se reuniram semanalmente para discutir as atividades em andamento e os
próximos passos, além da interação com o PET coreano
e das reuniões com os líderes na alemães”.
A comunicação entre os três continentes acontece
graças à tecnologia de ponta que a GM disponibiliza aos
seus profissionais. Bülau faz questão de salientar a importância de um departamento, o GMIT (General Motors Information Tecnology ou Tecnologia da Informação
da General Motors), que, apesar de não entrar em contato direto com o carro, é imprescindível para sua execução. "Boa comunicação é fundamental, especialmente
quando temos times tão distantes uns dos outros. São
eles que nos fornecem os meios para nos comunicarmos
– telefones, computadores, sotwares integrados e
outros. Com os equipamentos que temos, podemos realizar reuniões eficientes e rápidas mostrando a todos
simultaneamente relatórios, gráficos e imagens".
Mas é claro que, por trás de todos esses desafios,
outro fator também fez diferença: comprometimento. A
gerente Rosana explica o porquê: “Os profissionais,
desde o início, tiveram de se empenhar para que todos
os processos fossem realizados impecavelmente. Cada
falha geraria uma perda de tempo enorme, principalmente por causa da distância entre as equipes. Para isso,
comunicação eficiente foi imprescindível, o que inclui o
perfeito preenchimento de toda a documentação conforme os padrões globais da empresa”. Patrícia complementa: “É necessário que os documentos estejam muito
bem feitos e
bem escritos.
Quantos mais
detalhes tiverem, melhor”.
A implementação de um
novo carro, requer o uso siBülau sobre o
projeto do Cruze:
“Trabalhamos
muito para atingir
uma perfeita
sincronia.
Aprendemos
muito também”
[ 32
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
multâneo de muitos processos em diferentes departamentos e países; portanto, todos tem de estar integrados
entre si para que o projeto se materialize. A cada modificação em uma peça do veículo, por exemplo, os engenheiros de Produto geram WOs (Work Orders ou Ordens
de Trabalho), que registram, em um sistema global da
GM, as alterações para que diversas áreas, como
Engenharia de Manufatura, GPSC, Qualidade e
Engenharia de Produto, possam trabalhar na sua obtenção e montagem. "No início, o time enfrentou desafios
para ter certeza de que tínhamos um processo robusto
de controle das WOs, para assegurar que nossas peças
estivessem no último nível de modificação e que chegariam a tempo de atender o nosso 'timing'", diz Kelly
Cardoso, que coordena a implementação das WOs.
Além das WOs, novos contratos de prestação de serviços, segundo Patrícia, tiveram de ser estabelecidos
todas as expectativas dos conOs departamentos da GMB
sumidores que
que fizeram parte do Program
alguns dos proExecution Team ou Time de
fissionais da
Execução do Programa do
GM do Brasil
Cruze brasileiro
foram para a
Coréia do Sul,
Acessórios
enquanto alguns sul-coreaDesign
nos vieram para
Engenharia de Manufatura
fábrica do ABC
Engenharia de Produto
Paulista. E não
é
só
isso.
Engenharia de Produto da
“Equipes
da
GMDAT (GM Daewoo
GMB realizaram reuniões
Automotive and Technology)
com outros tiFinanças
mes que lançaGerenciamento de Programas
ram o Cruze
anteriormente,
GM Argentina
como Rússia,
GPSC
Estados Unidos,
Marketing
Austrália e Alemanha”, revela
Pós-Vendas
Rosana.
Powertrain
Todo esse
esforço não foi
Qualidade
em vão, claro.
“Conseguimos
começar a produção de carros-piloto em tempo recorde, na qual os primeiros veículos foram montados e
distribuídos para que os departamentos pudessem
avaliá-los. Qualidade os testou exaustivamente, assim
como a Engenharia de Produto, que analisou o conjunto montado. Pós-Vendas os utilizou para desenvolver
os manuais de produto e de proprietário e Marketing
aproveitou para rever todo o seu conteúdo a fim de se
preparar para o lançamento” diz Patrícia. Rosana complementa: “Apesar do aprendizado totalmente novo
para a GM do Brasil, a equipe se saiu muito bem. Com
a comunicação alinhada, encurtamos processos e conseguimos atingir as metas estabelecidas”. E Bülau conclui: “Foi um projeto audaz, mas a sua implementação
foi extremamente competente. Atingimos os padrões
de qualidade e de performance estabelecidos, e tudo
isso dentro do prazo”.
OS INTEGRANTES DO PET
com a Coréia do
Sul. “Os deparFORAM 18 MESES – DE
tamentos JuFEVEREIRO DE 2010, QUANDO O
rídico, Finanças
PROGRAMA FOI APROVADO, A
e GPSC se emJULHO DE 2011 – PARA QUE A
penharam basPRIMEIRA UNIDADE VENDÁVEL
tante para conDO CRUZE FOSSE FABRICADA
seguir defini-los
no prazo ideal”.
Para importar
peças para o Cruze, a atuação do GPSC (Global
Purchasing and Supply Chain ou Compras Globais e
Cadeia de Fornecedores) também foi, segundo ela,
essencial. “Sem dúvida, esse foi um dos programas em
que eles mais participaram devido ao alto percentual
de peças importadas”.
A dedicação foi tanta para que o Cruze atenda a
OUTUBRO D E 2 0 1 1
33 ]
Fotos Alberto Murayama/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
PERFEIÇÃO
ESSENCIAL
DEPARTAMENTO DE QUALIDADE DA GMB SE EMPENHA
PARA GARANTIR QUE TANTO O CRUZE QUANTO SEUS
PROCESSOS DE PRODUÇÃO SEJAM PERFEITOS
CAMILA FRANCO
e nada adianta criar um produto
perfeito se a produção, de alguma
forma, comprometer sua qualidade. Já
imaginou comprar um pacote de deliciosos bombons – aparentemente intacto –
e encontrar alguns deles roídos? Ou
então adquirir um tablete da manteiga
favorita e encontrar um “band-aid” bem
no meio dela?
Mas não é só na produção de alimentos que pode ocorrer problemas e
os produtos, por conseqüência, chegarem defeituosos às mãos dos consumidores. Conscientes disso, os profissionais do departamento de Qualidade da
General Motors do Brasil trabalham
D
[ 34
desde o início do projeto de um novo
veículo, como o Cruze, e acompanham
toda a sua fabricação; afinal, para GM,
qualidade é essencial.
O gerente de Qualidade de Programas da GMB, José Luiz Pereira, assegura: “Estamos focados em satisfazer totalmente os clientes da Chevrolet. Por
isso, desde as primeiras unidades fabricadas, investigamos todos os possíveis
problemas que um modelo pode apresentar e, antes que ele chegue à concessionária, tratamos de solucioná-los. O
consumidor quer um carro impecável e é
nosso dever atendê-lo”.
A equipe de Qualidade tem trabalhado intensamente desde que a empresa
decidiu fabricar o Cruze no Brasil. O ge-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
rente revela: “No final de 2009, já começamos a definir algumas métricas de
qualidade para esse modelo. Demos suporte às áreas, principalmente a Engenharia de Produto, para que todas as
alterações no veículo, necessárias para
que ele pudesse rodar no Brasil, fossem
muito bem executadas. Acompanhamos,
por exemplo, os processos de calibração
da nova suspensão, ideal para os tipos
de solos brasileiros, e os de validação do
motor, que ganhou tecnologia "flex".
Nosso grande desafio foi fazer com que
o Cruze brasileiro superasse as expectativas e fosse até mesmo superior aos
fabricados em outros países”.
Vanderlei Loro, engenheiro de Qualidade de Programas, complementa:
“Fomos algumas vezes para a Coréia do
Sul, onde o Cruze foi desenvolvido, para
dirigi-lo e entender como ele é fabricado. Além disso, nos comunicamos com
equipes de outros complexos que o produzem para aprender com as suas experiências. Essa interação ajudou significativamente na definição de tudo o que o
carro deve ter para ser competitivo no
mercado automobilístico brasileiro”.
“Seria impossível desenvolver um
veículo global se a nossa empresa não
garantisse a interação entre as equipes.
Equipe de
Qualidade da GMB:
trabalho intenso
do início do
projeto de um
veículo à sua
fabricação; na foto
abaixo, Monica
Azzali, diretora
geral de Qualidade
da GM América
do Sul, com os
motoristas da área
Fomos muito bem suportados pelos profissionais da Coréia do Sul e dos Estados
Unidos. A colaboração deles, sem dúvida, foi imprescindível para que cumpríssemos o programa em um prazo curtíssimo”, salienta a diretora geral
de Qualidade da GM América do Sul,
Monica Azzali.
Mas, além disso, outra iniciativa fez
diferença. “Realizamos pesquisas de satisfação de clientes de todos os segmentos no mercado brasileiro e em outros
nos quais o Cruze já era comercializado,
como Europa e América Latina. Os resultados dessas pesquisas são indicadores
muito importantes para promovermos
melhorias na qualidade de nossos produtos. No caso do Cruze, conhecendo as
características e as necessidades de seu
segmento, analisamos os principais
itens que poderiam aumentar a satisfação das expectativas dos clientes e, juntamente com o time de desenvolvimento, trabalhamos para implementar as
melhorias necessárias antes do inicio da
produção”, revela Pereira.
Terminado o desenvolvimento do
automóvel, é chegada a hora de iniciar
a sua produção. O trabalho de
Qualidade, por incrível que pareça,
aumenta, como explica o gerente:
“Pegamos as primeiras unidades
fabricadas, que
não serão comercializadas, e as
avaliamos exaustivamente para
identificar possíveis defeitos, os
quais podem estar relacionados
tanto à arquitetura do veículo, quanto
ao seu processo de montagem”.
Uma das ferramentas de avaliação,
segundo ele, é o CTF (Captured Test
Fleet ou Teste com Veículos de Frotas).
“Selecionamos empregados da GM que
vão rodar com veículos de pré-produção
durante algum tempo. Eles os utilizam
no dia-a-dia e até em viagens com a
família, e nos informam, semanalmente,
a quilometragem do carro e seus aspectos positivos e negativos”. De acordo
com o engenheiro Loro, 45 Cruze foram
testados nesse processo, de maio a
agosto deste ano, e mais de 235 mil quilômetros foram percorridos.
Outro procedimento importante é o
QAP (Quality Assessment Process ou
Processo de Avaliação de Qualidade).
Loro explica: “Os engenheiros de Qualidade fazem avaliações estáticas e
dinâmicas em unidades do Cruze que
acabaram de ser fabricadas. Na sequência, eles as entregam para motoristas de
teste do Campo de Provas, que rodam
cerca de 1.200
quilômetros em
cinco dias, e as
devolvem para
mais avaliações
dos engenheiros.
O objetivo do
QAP é prover em
tempo hábil a
identificação de
problemas
de
qualidade durante o processo de desenvolvimento do veículo, para que sejam
completamente erradicados antes da
venda ao consumidor.
E ainda tem mais. Em todas as fábricas da GM, inclusive na de São Caetano
do Sul, que produz o Cruze, há processos
globais para identificar se cada unidade
montada está de acordo com o padrão
de qualidade estabelecido para o modelo. “Temos um critério de análise denominado GCA [Global Customer Audit ou
Auditoria Global do Cliente], que é uma
inspeção estática e dinâmica que o profissional faz logo depois que o veículo
foi produzido”, diz Pereira, que ainda aponta: “Fora isso, há o LDA [Launch Drive Audit ou Auditoria Dinâmica de Lançamento]. Ele é usado para detectarmos
problemas funcionais. Pegamos alguns
veículos produzidos e rodamos com eles
por ruas próximas ao complexo”.
O resultado de todo esse esforço
não poderia ser outro. Monica conclui:
“Os três pilares de Qualidade foram
muito bem trabalhados no Cruze. A
Qualidade Percebida, que são as características do produto captadas pelos
sentidos, a Qualidade Inicial, avaliação
do cliente nos primeiros 90 dias de uso,
e a Qualidade a Longo Prazo, que é a
satisfação do consumidor com o carro
adquirido e com atendimento e serviços
nas concessionárias, vão mostrar que o
Cruze é impecável e perfeito para o
nosso mercado”.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
35 ]
CHEVROLET CRUZE ]
A DANÇA
DOS NÚMEROS
s números são uma das formas que
a humanidade encontrou para representar a realidade. Eles podem dizer
muita coisa: quanto mede uma área, a
distância de um local para o outro, quanto custa um produto. Uma coisa é fato: o
departamento de Finanças da GM do
Brasil trabalha com números e é um dos
grandes responsáveis para que um novo
modelo Chevrolet torne-se real.
Tão certo como 2+2=4, esta área dá
suporte aos demais departamentos da
empresa e assegura que eles dêem continuidade às suas atividades de forma
competitiva e, principalmente, que tenham recursos para desenvolver novos
veículos. Os profissionais de Finanças
analisam custos e apontam alternativas
para que um determinado projeto seja
viável economicamente e traga lucratividade para a empresa. Afinal, não basta
criar um carro perfeito, como é o
Chevrolet Cruze; é imprescindível garantir que seu desenvolvimento tenha o
menor custo possível para a GM do
Brasil e, claro, que seu preço seja justo
para o consumidor.
É por isso que, independentemente
do programa, o departamento atua desde o início, como explica Sandra Mariani,
diretora executiva de Finanças e CFO
(Chief Financial Officer) da GMB. “Ele
passa a dar assistência às demais áreas
da GM e deve assegurar que tudo seja
executado dentro da margem de valor
que foi estipulada pela equipe e aprovada pela direção da companhia. Temos de
estar a par de todo o programa para que
O
[ 36
DEPARTAMENTO DE
FINANÇAS TRABALHA EM
TODAS AS ETAPAS DE UM
PROJETO PARA GARANTIR
VIABILIDADE ECONÔMICA
imprevistos não nos façam gastar mais
do que o planejado”.
A diretora usa um exemplo simples,
mas que representa muito bem a preocupação do departamento durante a
implementação de um novo modelo,
como o Cruze. “É como as despesas de
uma casa. Se não acompanhamos o que
é sido gasto desde o início do mês, no final dele teremos grandes surpresas e
não sobrará dinheiro para outros investimentos. Um contratempo ou outro pode
ocorrer, mas é importante ter visibilidade
dos riscos e estar atento para não perder
o controle da situação”.
Não por acaso, existe uma área específica de Finanças que cuida de novos
projetos. Denominada Desenvolvimento
de Produto, ela é dirigida por Marcelo
Heredia. Ele explica: “Em um primeiro
estágio, fazemos análises para avaliar o
retorno financeiro que a empresa terá
com o veículo. Ele vale a pena financeiramente? É a nossa pergunta principal.
Em uma segunda fase, quando já comprovada sua viabilidade e iniciada sua
execução, acompanhamos e aprovamos
os investimentos que estão sendo realizados para a produção do carro, como
gastos com ferramentas, aquisição de peças e despesas com mão-de-obra, entre
muitos outros. Temos que atualizar o pro-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Mauricio Pavan/ABC Imagem
CAMILA FRANCO
grama sem deixar de atender ao planejamento e de forma que a nossa expectativa de lucratividade se mantenha”.
Luiz Vieira, gerente dessa mesma
área e responsável pelo suporte ao programa, declara que uma das maiores dificuldades no projeto do Cruze foi o prazo apertado para a sua implementação.
“Ele foi aprovado em fevereiro de 2010
e a produção dos veículos comercializáveis teve início em julho de 2011”. Além
disso, ele diz que a comunicação com os
profissionais da Coréia do Sul foi bastan-
Sandra Mariani, diretora executiva de
Finanças e CFO (Chief Financial Officer) da
GMB, com Paulo Costinhas, Marcelo
Heredia, Silvio Payão e Luiz Vieira (da esq.
para a dir.): apontando alternativas para
que os projetos da empresa sejam viáveis
te difícil no início. “O idioma deles é totalmente diferente, não conhecíamos os
profissionais de lá e tínhamos de trabalhar juntos na lista completa de peças do
veículo, no custo das peças a serem importadas da Coréia e no contrato de fornecimento dessas peças. Isso sem contar
a grande diferença de fuso horário [12
horas] entre os dois países”.
Sandra revela: “Essa foi a primeira
vez que tivemos uma forte negociação
com a GM Coréia do Sul. Alguns de nossos profissionais chegaram a ir para lá
para facilitar a interação”. Vieira afirma
que, por outro lado, eles tiveram algumas facilidades. “Foi possível aproveitar
a experiência de outros times que haviam implementado o Chevrolet Cruze
antes. A grande vantagem de um projeto global é poder trocar informações e
aprender com quem já desenvolveu o
mesmo trabalho”.
Próximo do lançamento do automóvel, é essencial a participação de uma
outra área financeira: Gerenciamento de
Receitas. “Com a visão final do carro, ela
estuda, junto ao departamento de Marketing, o preço pelo qual o modelo deverá ser vendido”, explica a diretora, que
acrescenta: “Lançado o veículo, Finanças
continua a atuar. A gente tende a controlar três variáveis, que são custo do material usado para a produção, volume
comercializado – que varia mensalmente – e o preço final, que pode mudar de
acordo com influências do mercado”.
E ainda tem mais trabalho pela frente. A equipe de Alfândega, também de
Finanças, vai garantir que todas peças
importadas do automóvel – no caso do
Cruze, a maioria vem da Coréia do Sul –
cheguem a tempo e não comprometam
a produção aqui no Brasil. Sílvio Payão,
que gerencia a área, explica: “Desde a
fase de pré-produção do carro, quando
as primeiras unidades não-vendáveis
estão sendo fabricadas, a Logística é responsável por trazer as peças para
Manufatura. O papel de Alfândega é cuidar de toda documentação necessária e
desembaraçar os processos nos portos
ou aeroportos para que todas elas cheguem no prazo”.
Segundo ele, profissionais de Alfândega e de Logística foram até a Coréia
do Sul para participar de um workshop:
“Em outubro de 2010, apresentamos a
eles todas as exigências da legislação
brasileira, bastante rigorosa, para a
importação de peças. Isso foi fundamental porque nunca tínhamos importado
daquele país e para que não tivéssemos
grandes problemas em nossas operações. Recebemos da Coréia do Sul,
semanalmente, cerca de 180 contêineres
com peças do Cruze. E, como previsto, os
nossos processos tem sido muito bons”.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
37 ]
CHEVROLET CRUZE ]
ORQUESTRA
AFINADA
m uma orquestra, todos os músicos precisam estar em perfeita
harmonia e devem tocar as notas
certas no momento exato. Por isso,
cada fração de segundo é muito
importante. Há orquestras que chegam a ter mais de cem músicos –
imagine o trabalho e o tempo que se
leva para treinar todos eles. Mas
nem sempre é assim no mundo da
música, pois algumas pessoas já
nascem com o dom, como o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, que
foi um prodígio músical. Ele compunha óperas desde os cinco anos de
idade e, certa vez, compôs uma sinfonia inteira em apenas um dia.
Agilidade combinada a um grande talento não prejudica a qualidade da obra. E a General Motors
acaba de lançar um novo produto
no mercado que foi executado com
muita rapidez pelos profissionais da
empresa, o que poderia ter deteriorado sua qualidade. Mas não foi o
que aconteceu. As áreas estiveram
em total sintonia para que o sedã
Chevrolet Cruze chegasse ao Brasil
como o melhor em sua categoria.
Mas não bastava orquestrar de
forma harmônica todos os setores da
empresa, pois eles tinham que estar
internamente bem alinhados, engajados e dispostos a afinar seus instrumentos para acelerar o processo.
Foi, então, que o departamento de
GPSC (Global Purchasing and Supply
E
[ 38
DEPARTAMENTO DE
COMPRAS GLOBAIS E
CADEIA DE FORNECEDORES
CRIA TIME DE LANÇAMENTO
PARA AUMENTAR SINTONIA
ENTRE SUAS ÁREAS
Chain ou Compras Globais e Cadeia
de Fornecedores) criou o Launch
Team (ou Time de Lançamento),
composto por três áreas-chave: PPM
(Program Purchasing Management
ou Gerenciamento de Programas),
EQF (Engenharia de Qualidade dos
Fornecedores) e Readiness (Engenharia de Materiais).
Segundo Antônio Covelli, diretor
de Gerenciamento de Programas do
GPSC, essa orquestra foi formada por
35 profissionais das três áreas.
“Todos eles trabalharam para eliminar as falhas de comunicação e consolidar um só time”, diz ele. “Nos reunimos há um ano e, agora, o Cruze
será o primeiro lançamento a ser concluído com a atuação dessa equipe
em perfeita sintonia”, afirma Christopher Naegeli, diretor de EQF.
Mas quais instrumentos eles tocavam para que a melodia soasse tão
bem aos ouvidos? O que fizeram as
áreas de GPSC para conseguir lançar
um "baita" carro em tão pouco tempo? É o que você confere a seguir.
ATO 1: SINTONIA GLOBAL
Covelli explica que a área de
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Alberto Murayama/ABC Imagem
FLORA SERRA
Gerenciamento de Programas é responsável por coordenar as ações do
projeto, mas como o Cruze é um veículo global, seu envolvimento foi um
pouco diferente desta vez. “Foi como
se estivéssemos desenvolvendo um
carro do zero, pois houve a necessidade de reformular, de certa forma, a
metodologia de trabalho”, ressalta
Rosemeire Fabri, gerente da área.
Segundo ela, a equipe teve que
agir e reagir aos imprevistos do dia-adia com extrema agilidade para lançar o veículo em tempo recorde.
“Estamos envolvidos com o Cruze há
dois anos, ou seja, a metade do
tempo que normalmente levamos
para finalizar um projeto”, ressalta
Adilson Carmo, analista de Programas do GPSC.
Rosemeire diz que, além disso, a
equipe teve de aprender a trabalhar
com uma "partitura" global e não
mais com a local, à qual estavam
acostumados. Esta partitura é uma
espécie de relatório eletrônico que
contém todas as especificações técnicas das peças do veículo, desde notas
da engenharia e cadastro de materiais até alterações que precisam ser
realizadas. A diferença é que, desta
vez, o documento apresentava parâmetros globais de componentes e
processos de fabricação do Cruze
que deveriam ser obedecidos.
Como o projeto foi desenvolvido,
em sua maior parte, pela Coréia do
Sul, as informações foram constantemente compartilhadas com os sulcoreanos para que o modelo brasi-
leiro conservasse as características
fundamentais e a excelente qualidade do Cruze global, que já é sucesso
de vendas em mais de 70 países.
“Mandamos profissionais para lá
para garantir que estávamos planejando a montagem do veículo de
acordo com o que precisávamos”,
afirma Covelli. Um deles é Nilton
Marubayashi, gerente de GPSC, que
está na Coréia do Sul e lá ficará
por dois anos.
“A interação entre os países também foi importante para acompanhar
as alterações técnicas ocasionais, que
chamamos de WOs [Work Orders ou
Ordens de Trabalho], e depois explicálas em detalhes para o fornecedor”,
acrescenta Rosemeire. Para acompanhar o trabalho dos fornecedores e
garantir que as Profissionais de
Globais
alterações sejam Compras
e Cadeia de Forfeitas, a GM tem necedores da GM
uma equipe mul- do Brasil: total
tifuncional,
o sintonia para que
o sedã Chevrolet
PDT (Program Cruze chegasse a
D e v e l o p m e n t o Brasil como o
Team ou Time de melhor em sua
Desenvolvimento categoria
de Programa).
De acordo com ela, esse grupo se
reúne semanal ou quinzenalmente
para harmonizar os procedimentos.
Além dos fornecedores, representantes da Engenharia, de EQF, de Compras
e de outros departamentos compõem
o time. “Dependendo das particularidades dos componentes, pode haver
mais ou menos áreas agregadas ao
time”, explica ela.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
39 ]
[ 40
Alberto Murayama/ABC Imagem
ATO 2: SOM DE QUALIDADE
Mas gerenciar o programa é apenas o primeiro ato da "orquestra"
do GPSC. O som dos violinos ao
fundo é auxiliado pelos clarinetes da
Engenharia de Qualidade dos
Fornecedores, que trata de “assegurar a qualidade e a produtividade
das peças”, diz Rogério Radulov,
gerente de Lançamentos da EQF,
que salienta: “Temos de garantir
que nossos parceiros estejam aptos
a fabricar as partes dos veículos com
o nível de qualidade requerido”.
Uma das atividades de EQF
consiste em fazer uma avaliação
chamada PPAP (Production Parts
Approval Process ou Processo de
Aprovação das Peças de Produção),
uma espécie de selo de certificação que garante que os componentes sejam produzidos da mesma
forma e, portanto, que serão sempre iguais.
"Os PPAPs são classificados em
três categorias: Não-Vendáveis,
Vendáveis e Aprovação Completa.
Elas evoluem conforme as fases do
programa, desde a fase PPV (Product Process Validation ou Processo
de Validação de Produto) até o SORP
(Start of Regular Production).
Diversas áreas da GMB contribuem
na aprovação dos PPAPs, como, por
exemplo, Enge-nharia de Produto,
com importantes informações sobre
validação, e Design, com avaliações
de aparência", afirma Roberto
Espinet, coordenador de Lançamentos da EQF.
Para que possíveis mudanças de
engenharia (WOs) sejam feitas em
tempo, as peças são entregues em
datas pré-estipuladas, que são chamadas de MRD (Material Request
Date ou Data para Entrega de
Material). Por exemplo, a primeira
data é quando as partes classificadas como PPV chegam à fábrica.
Nas duas datas seguintes, peças na
fase MVB Não-Vendável são entregues e ainda são programados mais
três dias para as que têm o selo de
MVB Vendável. Assim, o processo
não deixa de seguir a evolução
natural do projeto.
A INTERAÇÃO ENTRE OS
PAÍSES FOI IMPORTANTE PARA
ACOMPANHAR AS ALTERAÇÕES
TÉCNICAS OCASIONAIS E
DEPOIS EXPLICÁ-LAS EM
DETALHES PARA O FORNECEDOR
ATO 3: GRAND FINALE
No ato final, quem passa a protagonizar a orquestra são os profissionais de Readiness. “A responsabilidade da nossa área no Time de
Lançamento de GPSC é garantir a
disponibilidade das peças até o início da produção dos veículos”, relata Adilson Boldo, gerente de Readiness para Material Importado.
No entanto, ele é responsável
por checar a entrega das peças
importadas à fábrica da GM. Para as
partes que são desenvolvidas por
fornecedores brasileiros, Nivaldo
Gianesi, gerente de Readiness para
Material Localizado, é quem cuida
das entregas. Ele explica que o
departamento é, atualmente, divido
em dois, devido à enorme quantidade de projetos que estão acontecendo ao mesmo tempo.
Além disso, o Cruze, por exemplo, tem alguns componentes fundamentais que são desenvolvidos fora do Brasil. Sua transmissão manual vem da Áustria, na Europa, enquanto que a automática é fornecida pela Coréia do Sul. O motor Ecotec6 também é importado de terras
estrangeiras – a Hungria. “São 72
fornecedores estrangeiros para o
OUTUBRO D E 2 0 1 1
novo lançamento da Chevrolet
e a maioria se
concentra no
continente asiático, onde fica
localizado
o
"home room"
(país de origem)
do projeto, a
Coréia do Sul”,
afirma Rosemeire.
Segundo Boldo, houve uma
mudança na logística de fornecimento das peças: “Não conhecíamos os fornecedores, os portos e
aeroportos do outro lado do mundo
e não sabíamos quais poderiam ser
os potenciais riscos da negociação.
Lidar com o desconhecido merece
muita atenção”, diz ele. Então, foi
preciso passar por um novo processo de aprendizagem para analisar os
perigos e se precaver para que os
componentes chegassem ao Brasil
no tempo certo e não prejudicassem
o lançamento do Cruze.
Boldo afirma que sua área realizou um estudo dos sistemas de
importação da Coréia do Sul e planejou todo o processo de entrega das
peças baseando-se nas novas rotas
que surgiram. Para facilitar o levantamento dessas informações, houve
profissionais de Readiness para
Material Importado que permaneceram por sete meses no país asiático.
Além disso, os que aqui ficaram
realizavam conferências intensivas
com os sul-coreanos para garantir a
chegada das peças em território
nacional. “O fuso horário [12 horas]
entre Brasil e Coréia do Sul dificultava o acompanhamento do fornecedor e, por isso, nós criamos um novo
turno de trabalho para cerca de
20% dos nossos profissionais. Eles
passaram a entrar às 15 horas e a
sair à meia noite”, relata Boldo.
Enquanto ele buscava entender
toda a logística do procedimento de
entrega de peças importadas e planejar rotas principais e alternativas,
Gianesi acompanhava o desenvolvimento dos componentes localizados. De acordo com Rosemeire, 52
fornecedores locais produzem
componentes
para o Cruze.
Há uma lista
com processos
para Material
Localizado que
devem ser checados pelo Readiness, com o
objetivo de garantir não só que
as peças cheguem à fábrica
no devido momento, como
que sejam produzidas corretamente. “Por isso,
trabalhamos em
conjunto com a
área de EQF”,
salienta Gianesi.
Entre os itens listados, o pessoal
deve verificar se
há contrato para
as peças serem entregues no local
exato e se o formato e a quantidade
das embalagens para cada componente, a classificação das fases em
que as peças se encontram (se são
vendáveis ou não-vendáveis) e os
números de série das peças estão de
acordo com o estipulado.
“Ao longo do desenvolvimento
de um programa, devemos atuar
como uma área de inteligência de
GPSC para antecipar, capturar e
alertar a organização sobre possíveis problemas”, resume Gianesi.
Afinal, o último ato consiste em certificar que as peças estarão disponíveis para "grand finale" – o lançamento –, o momento mais esperado
do concerto.
GMB
Antônio Covelli,
diretor de
Gerenciamento
de Programas do
GPSC; abaixo,
Edgard Pezzo,
vice-presidente
de GPSC da GM
América do Sul, e
Jaime Ardila,
presidente da GM
América do Sul
OUTUBRO D E 2 0 1 1
41 ]
CHEVROLET CRUZE ]
VEÍCULO GLOBAL,
FÁBRICA GLOBAL
Mauricio Pavan/ABC Imagem
ENGENHARIA DE
MANUFATURA PLANEJOU E
IMPLEMENTOU PROCESSOS
DE FABRICAÇÃO DO CRUZE
PARA QUE O COMPLEXO DE
SCS O PRODUZA COM
EFICIÊNCIA E QUALIDADE
[ 42
OUTUBRO D E 2 0 1 1
CAMILA FRANCO
ão importa se o veículo é 100% nacional ou se teve boa
parte desenvolvida fora do país, como é o caso do novo
sedã médio da GM do Brasil, o Chevrolet Cruze, que é fabricado na unidade de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, mas
foi criado pela GM Coréia do Sul e pela GM Europa. O trabalho do departamento de Engenharia de Manufatura é sempre
imprescindível.
N
“No caso do Cruze, não demos suporte à Engenharia de
Produto e ao Design da GM Coréia para analisar a sua manufaturabilidade no início do projeto, como fazemos com os
designers e engenheiros brasileiros quando desenvolvem um
carro em nosso Centro Tecnológico. Essa responsabilidade
coube às Engenharias de Manufatura da Coréia do Sul e da
Alemanha. No entanto, ditamos em qual fábrica da GMB e de
que maneira o novo automóvel seria produzido, considerando
"layouts", prédios, ferramentas e equipamentos que seriam
necessários”, explica Luiz Carlos Peres, diretor executivo de
Engenharia de Manufatura da GM América do Sul.
Para que um veículo global possa ser fabricado em qualquer complexo da General Motors não há segredo. Peres diz
que ele deve ser projetado de acordo com os requisitos globais da empresa. Dessa forma, as fábricas que atendem a
esses padrões, como a de São Caetano do Sul, estão preparadas para montar veículos provenientes das novas arquiteturas
globais, como é o caso do Cruze. “Há interação com os 'do-
nos' do projeto bem antes do início da produção. Eles nos
enviam, virtualmente, dados matemáticos do modelo, os
quais nos ajudam a planejar e a implementar os processos de
fabricação, de forma que o veículo tenha uma excelente qualidade e seja feito no prazo certo, com custo competitivo e
com um ambiente de trabalho totalmente seguro para os nossos empregados”.
Ele afirma que o Cruze foi resultado de uma nova série de
produtos de arquiteturas globais. “Quanto mais robusto é o
projeto de um veículo, mais a vida da Engenharia de
Manufatura e da fábrica é facilitada. E a arquitetura do sedã
médio foi baseada em aprendizados globais”.
O vice-presidente de Engenharia de Manufatura da GM
América do Sul, José Eugênio Pinheiro, revela que o projeto do
sedã trouxe processos mais modernos para a fábrica, que
pode fazer mais veículos globais. “Com este carro, tivemos
grandes mudanças na unidade. Atualizamos procedimentos,
aumentamos áreas, adquirimos novas máquinas e equipamentos. Tudo isso sem parar a produção e dentro do prazo de
18 meses. Essa foi a maior revolução no complexo de São
Caetano do Sul nos últimos 30 anos. Exigiu muito da capacidade do time de Engenharia de Manufatura”.
Formado por cerca de 700 engenheiros e técnicos, o departamento está dividido em nove centros, cada um com competências específicas. Os centros definem todos os processos de
fabricação dos veículos que serão produzidos no Brasil e na
Argentina, além de dar suporte na implementação de projetos
nos países andinos (Colômbia, Equador e Venezuela). Eles trabalham em conjunto e estão alinhados com as estratégias
definidas pelo time global da Engenharia de Manufatura.
TRABALHO AVANÇADO
O centro que faz os estudos para viabilizar, de maneira
competitiva, os projetos de novos veículos é o Planejamento
Avançado, gerenciado por Leonardo Marto Sanches. Ele explica: “Trabalhamos nos programas que
serão implementados dentro de três a
José Eugênio
Pinheiro, vicecinco anos, definindo o plano da
presidente de
Manufatura, os investimentos necessáEngenharia de
rios para cobrir as necessidades de ferManufatura da
GM América do
ramentas, equipamentos e instalações,
Sul (à frente, à
e os prazos de execução”.
dir.), e o comando
Segundo ele, sua equipe começou a
da área: “Essa foi
a maior revolução
estudar o projeto do Cruze em julho de
no complexo
2009, antes mesmo da sua aprovação,
de São Caetano
em fevereiro de 2010. “Avaliamos a viado Sul nos
bilidade de se produzir o sedã em São
últimos 30 anos
OUTUBRO D E 2 0 1 1
43 ]
CHEVROLET CRUZE ]
GERENCIANDO PROGRAMAS
Uma vez definidos os planos, é hora de executá-los. Para
isso, o centro dirigido por Luiz Cuccioli, Gerenciamento de
Programas da Engenharia de Manufatura, é essencial.
“Coordenamos toda a implementação dos programas da
Manufatura. Controlamos, basicamente, os investimentos que
estão sendo efetuados, a execução dos cronogramas juntamente com demais áreas técnicas da empresa, a validação
dos processos de manufatura e de qualidade e as corridaspiloto nas fábricas”, explica o diretor.
Para dar conta de todas essas responsabilidades, cada plataforma de veículo tem um MIM (Manufacturing Integration
Manager ou Gerente de Integração de Manufatura), que
representa a Engenharia de Manufatura nos vários fóruns globais da empresa.
Angélica Kondo é gerente regional de Integração da
Engenharia de Manufatura para a plataforma do Cruze e
explica como é o seu papel: “Além de participar de reuniões
semanais com representantes dos nove centros, trabalho
muito próxima ao VLD [Vehicle Line Director ou Diretor da
Plataforma] do sedã, e integro o PET [Program Execution
Team ou Time de Execução do Programa], representando a
Engenharia de Manufatura e interagindo com os demais
departamentos”.
Ela diz que, no projeto do mais novo Chevrolet, foi preciso agir com audácia. “O prazo para a sua execução era curto.
O que fizemos? Antes mesmo de termos a lista completa das
peças do carro, em fevereiro de 2010, a qual foi fornecida pela
[ 44
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Mauricio Pavan/ABC Imagem
Caetano do Sul e
definimos
os
“COM ESTE CARRO, TIVEMOS
investimentos e
GRANDES MUDANÇAS”, DIZ
custos que teríaJOSÉ EUGÊNIO PINHEIRO,
mos. Feito isso,
VICE-PRESIDENTE DE
apresentamos os
ENGENHARIA DE MANUFATURA
resultados para
DA GM AMÉRICA DO SUL
os outros centros
da Engenharia de
Manufatura, os
quais têm a responsabilidade de executar o programa”.
O maior desafio durante o planejamento, de acordo com
Sanches, foi pensar, em pouco tempo, em alternativas para
começar a produção do carro sem interromper a dos demais
e ainda deixar a fábrica preparada para receber novos veículos globais. “A solução foi conseguir bons espaços na unidade. Reorganizamos áreas de estoque de peças, transferimos
outras e fizemos algumas construções".
Engenharia de Produto da GM Coréia do Sul, arriscamos e
compramos todos os robôs e equipamentos necessários”.
Graças a essa decisão, segundo Cuccioli, todas as fases
do projeto dentro da Manufatura foram atendidas dentro
do tempo previsto. “Os primeiros equipamentos começaram a ser instalados em novembro de 2010 e fabricamos o
primeiro Cruze para testes em 14 de fevereiro deste ano”.
Comparando-o a outros projetos desta envergadura, ele
contabiliza: “Conseguimos reduzir em cerca de dois meses
a fase de implementação do Cruze, sem qualquer prejuízo
à sua qualidade”.
O CENTRO DA INTEGRAÇÃO
Para que todos os centros trabalhem em sintonia, existe a Integração da Engenharia de Manufatura, equipe
demais departamentos, principalmente
com a fábrica e com o GPSC [Global
Purchasing and Supply Chain ou
Compras Globais e Cadeia de
Fornecedores], que abastece a fábrica
com materiais”.
comandada pelo diretor Michel Goldflus. Ela é formada
por profissionais de Layout, que desenham as modificações das fábricas (prédios e instalações, posicionamento
das linhas de montagem, das máquinas e dos equipamentos); de Engenharia Industrial, que fazem cálculos de mãode-obra e de tempo das operações nos postos de trabalho,
e estudos de ergonomia; de Preparação de Planta, que
atuam na coordenação de atividades de rearranjos para
receber novas máquinas e equipamentos; e ainda do
Centro de Custos, que controlam as despesas da Engenharia de Manufatura e os gastos de projetos.
Goldflus revela: “Layout trabalhou muito neste projeto
para encontrar espaços e acomodar novos processos globais.
Houve uma grande reestruturação da fábrica com ela operando a todo vapor e o grupo de Preparação negociou com os
NOVAS CONSTRUÇÕES
Se o projeto requer novas construções, modificações de instalações e
habilitação de utilidades (energia elétrica, água, vapor e ar comprimido) para
alimentar as linhas de montagem, o
centro do WFG (Worldwide Facilities
Group ou Grupo Global de Facilidades),
dirigido por Claudio Eboli, entra em
atuação. “Nós projetamos e executamos modificações prediais, seguindo
rigorosamente a legislação e os requisitos ambientais, e buscando continuamente a redução de prazos e de custos”, explica o diretor.
Foi o que aconteceu na implementação da linha do sedã na unidade do
ABC. Eboli descreve as principais
mudanças: “Diversos processos de funilaria do Astra e do Vectra foram levados
para a fábrica de Mogi das Cruzes, que
teve de ser readequada e transferiu
parte de componentes estocados para
um novo galpão de mais de oito mil
metros quadrados construído no centro
de logística de Sorocaba; ampliamos o restaurante; fizemos
uma nova cobertura na Funilaria para estoque de peças;
expandimos a Montagem de Veículos; demolimos um antigo
prédio da Ferramentaria e erguemos um novo; reformamos a
pista de teste de ruídos veiculares; construímos uma nova
cabine de testes de vazamento; preparamos uma área para
novas cabines de testes de rolo; fizemos um novo acesso aos
vestiários e escritórios; instalamos um galpão vinílico; e estamos construindo uma nova linha de prensas”.
LINHAS AUTOMATIZADAS
Há um centro responsável pela instalação de robôs, transportadores e controles automáticos das linhas instaladas nas
fábricas. Eric Preuss, que o gerencia, explica: “Cuidamos da
automação industrial nas unidades. Buscamos e implementa-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
45 ]
DITAMOS EM QUAL FÁBRICA
DA GMB E DE QUE MANEIRA
O NOVO AUTOMÓVEL SERIA
PRODUZIDO”, EXPLICA O
DIRETOR EXECUTIVO L
UIZ CARLOS PERES
FERRAMENTAL, FERRAMENTARIA E
ESTAMPARIA
Sob a competência do diretor José
Zara está o centro responsável pelos
trabalhos de engenharia simultânea
com os departamentos de Design e de
Imagens GMB
mos as mais modernas tecnologias
para melhorar e agilizar os processos de
produção”.
Como o projeto do Cruze trouxe
uma série de inovações, o que não faltou a esse time foi trabalho. “Para a
área de Funilaria, instalamos 150
novos robôs de diferentes capacidades
de carga, como os que levantam até
600 quilos. Inauguramos seis sistemas
novos de transportadores de carrocerias e o novo sistema de gerenciamento da produção, chamado de ODD
[Option Data Delivery ou Entrega de
Dados de Opção], que organiza a
seqüência de fabricação dos carros de
acordo com uma lista emitida pelo
departamento de controle de produção
e é fundamental para as novas linhas
flexíveis. E construímos 20 novas áreas
de montagem com comunicação baseada em rede de alto desempenho”,
relata o gerente. Marcos Carvalho,
engenheiro de Manufatura e líder de
automação no programa do sedã, diz
que, além de tudo isso, a segurança
dos montadores e dos equipamentos
do Cruze é garantida por meio de dispositivos, como cortinas de luz e scanners a laser, interligados a uma rede de
segurança. “A GM é pioneira na utilização deste tipo de equipamento e a
fábrica de São Caetano do Sul é a primeira a receber a novidade”.
Eric Preuss fala sobre o que foi feito
na Pintura: “Instalamos robôs em uma
nova cabine, na qual é aplicada uma
resina que evita arranhões de pedriscos
nas soleiras do veículo. Adicionamos
transportadores e trechos de percurso
em algumas linhas e fizemos adaptações em processos. Na Montagem
Geral de Veículos, adaptamos o sistema
automático de montagem do painel
central do carro, expandimos a área em
que o motor é colocado automaticamente na carroceria e aumentamos a
quantidade de dispositivos no sistema
de montagem de portas”.
[ 46
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Mauricio Pavan/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
Engenharia de Produtos, visando obter
produtos manufaturáveis. Em seguida,
são desenvolvidos os processos para
estampagem das peças da carroceria,
utilizando software de simulação de
estampagem de última geração.
“Estes processos são desenvolvidos
com o objetivo de assegurar a qualidade e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de aço necessário para a fabri-
rais externas e portas, por exemplo.
Atualmente, sete painéis têm sua fabricação nacionalizada por meio de 28 ferramentas na estamparia da unidade de
São Caetano do Sul, mas Zara adianta:
“Estamos instalando uma nova linha de
prensas totalmente automatizada que
vai nos permitir estampar os 15 painéis
restantes a partir de junho de 2012. As
60 ferramentas que irão nessas prensas
estão em processo de finalização”.
cação de nossos veículos. Além das
peças metálicas, projetamos e construímos os moldes para injetar os componentes plásticos de grande porte,
como pára-choques.”
No caso do Cruze, os ferramentais
foram desenvolvidos pela GM Coréia
do Sul e pela GM Estados Unidos, e
somente pequenas alterações precisaram ser feitas pela engenharia de ferra-
mentas para ajustá-los às prensas
locais. “Nosso objetivo é reutilizar os
projetos já validados pelas regiões que
produzem o Cruze e, com isso, reduzir
os ajustes nos ferramentais e manter o
mesmo padrão de qualidade”, diz Zara.
Segundo ele, a Ferramentaria é responsável pela construção das ferramentas para estampagem dos 22 painéis
metálicos de grande porte, como lateTecnologia de
última geração:
adaptação de
ferramentais do
Cruze, simulação
de estampagem e
projetos de
moldes para
injeção de
componentes
plásticos são
algumas das
tarefas da
Engenharia de
Manufatura da
GM do Brasil
FUNILARIA
Outro centro crucial é o do diretor
Fernando Santos. Dele participa o
grupo de Engenharia de Processos de
Montagem de Carrocerias, que planeja
e implementa equipamentos e sistemas globais de manufatura enxuta utilizados na soldagem das peças de aço
que compõem as carrocerias dos veículos. A área de Funilaria foi uma das
mais afetadas e que teve maiores alterações na fábrica de São Caetano do
Sul. Foi necessário realocar várias células de montagem deste complexo para
o de Mogi das Cruzes, para abrir espaço para as novas linhas do Cruze. E o
trabalho foi executado de forma contínua, utilizando-se todos os fins de
semana, feriados e períodos de férias
coletivas, sem perda de produção dos
demais modelos. Segundo Santos, a
tarefa foi muito bem feita pelo grupo
de execução da Engenharia de
Processos de Funilaria, com suporte
total da Manutenção e da Produção.
O diretor explica que, para fabricar
o Cruze, são utilizadas novas linhas de
automatização de solda e também o
novo sistema global de fechamento de
carrocerias. Flexível, ele possibilita a
troca dos "gates" de solda de carrocerias específicos para cada veículo, eliminando a necessidade de grandes rearranjos para acomodar novos modelos
nas linhas de produção. Pela primeira
OUTUBRO D E 2 0 1 1
47 ]
vez foi utilizado um novo sistema de
flangeamento das caixas de roda traseiras – o "roller hemming" – com robôs.
Outro sistema novo é o "clinch".
“Em vez de soldar os painéis internos
e externos, um robô faz a junção dos
painéis. O Cruze é o primeiro veículo
da GMB a contar com esse procedimento, que garante um melhor acabamento, principalmente das chapas
mais finas”, explica Santos.
Uma vez fechada a carroceria, colocam-se a tampa traseira e as portas,
além do capô. O diretor diz que, para
montá-las, foram adotadas novas tecnologias. “Usamos os melhores equipamentos e sistemas de flangeamento
das portas, com prensas e ferramentas
vindas do Japão. Para a linha de flangeamento da tampa traseira, usamos
também o 'roller hemming'. Ambos os
sistemas garantem produtividade e
qualidade”. Ele salienta que, nas novas
linhas, são utilizados robôs para estruturar as portas e transferi-las de uma
estação para outra.
Sobre novos equipamentos de
solda, ele revela que foram adquiridas
centenas de máquinas, conhecidas
como "trafo-guns", que consomem
menos energia elétrica e melhoram a
ergonomia para os operadores.
E tem mais. Santos também dirige
a Qualidade Assegurada, que, por
meio de equipamentos automáticos e
dispositivos de última geração, valida
a consistência dimensional de componentes e de carrocerias completas,
garantindo a qualidade dos veículos.
“Há o Total Assembly Check
[Verificação da Montagem Geral] que
faz a medição e a aprovação das
peças compradas de fornecedores; o
White Light Scanning [Scanner por
Luz Branca], uma verificação a laser; e
o CMM, Computer Measuring
Machine [Máquina Computadorizada
[ 48
Mauricio Pavan/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
“NÓS PROJETAMOS E
EXECUTAMOS MODIFICAÇÕES
PREDIAIS, SEGUINDO
RIGOROSAMENTE A LEGISLAÇÃO
E OS REQUISITOS AMBIENTAIS”,
DIZ O DIRETOR CLAUDIO EBOLI
de Medida], que mede a carroceria
completa, entre outros”.
Para completar, nesse centro há
engenheiros de Planejamento de
Manuseio e Fluxo de Materiais, que
estabelecem os melhores processos
de abastecimento dos postos de trabalho. Para o Cruze, estão sendo utilizados "minomis", que alocam peças
OUTUBRO D E 2 0 1 1
diretamente na posição de pega dos
robôs, e "turn tables", mesas flexíveis
entre a linha de montagem e os corredores por onde circulam os rebocadores, as quais garantem a disponibilidade de peças de maneira contínua,
melhoram a ergonomia dos operadores e aumentam a produtividade.
De acordo com Santos, São
Caetano do Sul é a primeira fábrica a
usar os novos sistemas, o que demanda muito treinamento e aprendizado
de seus profissionais, que ainda têm
de manter a produção normal do terceiro turno enquanto as linhas são
alteradas.
PINTURA E MONTAGEM DE VEÍCULOS
Para planejar, definir e implemen-
MAIS PRODUÇÃO,
MAIS QUALIDADE
tar sistemas, máquinas e equipamentos necessários para a injeção de plásticos, pintura de pára-choques e de
carrocerias, e para a montagem final
dos veículos nas linhas de tapeçaria e
de mecânica, atua a equipe dirigida
por João Sidney Fernandes. “Cuidamos dos novos processos de pintura e de montagem final, que são os
que vão transformar uma carroceria
em um veículo tal como ele será
usado pelo cliente”, resume o diretor.
O gerente da Engenharia de
Manufatura de Pintura e Polímeros,
Elisio Sanches, relata as principais
novidades em sua área. “Com o
Cruze, inauguramos o sistema "AntiChip System". Trata-se de uma cabine
de aplicação de resina, a qual protege
as soleiras do veículo contra possíveis
riscos provocados por pedriscos. Além
disso, adequamos estufas para cura
de adesivos estruturais que substituem pontos de solda e ajustamos sistemas de transportadores”.
O engenheiro Eduardo Falotico,
fala de novos processos na
Montagem Final, área que gerencia:
“Como o Cruze tem muito conteúdo
eletrônico, ampliamos a linha final de
montagem. Fora isso, adquirimos
novos equipamentos, como três novos
rolos usados para testes dinâmicos
dos veículos, inauguramos uma nova
cabine de teste de vazamento de
água, e adequamos a pista de teste de
ruídos, que ganhou três novos tipos
de pavimentos”.
Como afirmou a diretora da
fábrica da GM em São Caetano
do Sul, Sônia Campos, a unidade
tem passado por um processo de
aceleração do seu ritmo de produção. Mas ela salienta que não
basta montar mais carros, é preciso assegurar que eles serão
produzidos com o mesmo padrão
de qualidade.
Foi pensando nisso que o
departamento de Qualidade (conheça seu trabalho no projeto do
Cruze brasileiro na página 34),
com apoio da Manufatura, desenvolveu, em 2010, um novo processo, o Criterion Based Acceleration (Critério de Aceleração
Base), que já é adotado pela GM
globalmente.
“A gente criou um método que
permite que a produção seja acelerada somente se todas as métricas de qualidade da fábrica estiverem sendo atendidas. Por meio de
nossas monitorações é que vamos
determinar se a unidade produzirá
mais. Temos na linha de montagem um indicador, denominado
First Time Quality (Qualidade de
Primeira), que nos mostra se cada
estação está fazendo o seu papel
direito. Caso os padrões não estejam sendo atendidos, voltamos ao
ritmo normal, solucionamos o problema, e só então passamos a
aumentá-lo”, explica José Luiz
Pereira, gerente de Qualidade de
Programas da GMB. Ainda segundo ele, esse procedimento é essencial e tem ajudado o complexo a
fabricar o Chevrolet Cruze.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
49 ]
Mauricio Pavan/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
PRODUÇÃO ACELERADA
A fábrica da GM do ABC tem 81
anos e, apesar de ser a mais antiga
da empresa no Brasil, é uma das
mais modernas e flexíveis do
mundo. Além do Cruze, é capaz de
produzir, na mesma linha de montagem e em três turnos de trabalho, a
picape Montana, o sedã compacto
Classic e novos modelos que serão
lançados em breve.
“Ela foi escolhida para fabricar o
Cruze por causa da sua flexibilidade.
Ao longo do tempo, ganhou produtividade e excelentes padrões de qualida-
[ 50
de. Seu time, por sua vez, é muito criativo e competente. Ele sempre encontra novas maneiras para superar os
desafios. Consegue arranjar espaços
na unidade, uma das mais competitivas, sem que a produção seja impactada. E é por isso que a GM confia
muito no seu potencial”, explica José
Eugênio Pinheiro, vice-presidente da
GM América do Sul.
Segundo a diretora do complexo,
Sônia Campos, nele, são fabricados 45
veículos a cada hora. Só do Cruze saem
8 unidades por hora, o que dá uma
OUTUBRO D E 2 0 1 1
média de 150 por dia. Mas ela já
adianta que esse ritmo pode e irá acelerar: “A capacidade da fábrica deve
crescer de 15% a 20%. Vamos aumentar nossa produtividade para atender à
crescente demanda do mercado”.
Falando assim, até parece fácil
prepará-la para a produção de um
novo modelo. Sônia explica, porém,
que na prática a história não é bem
essa: “Apesar de ela passar por uma
série de modernizações constantemente, a cada projeto são necessárias
muitas mudanças. Tudo tem que ser
Sônia Campos,
diretora do
complexo de
SCS (à esq.), com
José Eugênio
Pinheiro: “O Cruze
é fantástico. O
time da fábrica
tem orgulho de
dizer que produz
um carro
como este”
bem planejado e envolve a dedicação
de muitos profissionais”.
Foi assim com o Cruze, um veículo
global e que deveria, claro, ser produzido em um complexo que tem processos globais. “Nós, da Manufatura,
começamos a trabalhar nesse projeto
há mais de um ano antes do início da
fabricação das primeiras unidades
não vendáveis. No começo, formamos
um time para conhecer o produto e o
processo de montagem. Na sequência, esse grupo foi treinado para fabricá-lo. Ele aprendeu a analisar e solucionar problemas, a implementar
melhorias, e a desenvolver e a preparar toda a documentação necessária
para o trabalho padronizado da produção. E, com todo o conhecimento
necessário tanto do produto quanto
dos processos, passou a treinar os
demais times da fábrica”.
Sônia revela quais foram as principais dificuldades que a área de
“A CAPACIDADE DA FÁBRICA
DEVE CRESCER DE 15% A 20%.
VAMOS AUMENTAR NOSSA
PRODUTIVIDADE PARA ATENDER
À CRESCENTE DEMANDA DO
MERCADO”, DIZ SÔNIA CAMPOS
Manufatura
enfrentou ao trazer o Chevrolet
Cruze para o
complexo:
“Tivemos dois
grandes desafios. Por ter
muita tecnologia
agregada,
a
montagem do veículo exigiu dos operadores conhecimento técnicos mais
especializados. Alguns empregados
tiveram treinamentos específicos nos
Estados Unidos e na Coréia do Sul só
para conhecer o conteúdo eletrônico
do carro. E recebemos diversos profissionais de várias unidades da GM que
já dominavam a produção do Cruze
para compartilhar experiências. Além
disso, tivemos uma preocupação
grande com relação ao abastecimento
de peças na linha de montagem; afinal, é imprescindível ter as peças certas, na quantidade, qualidade e prazo
determinado”, garantido também
pelo time de Materiais.
Há três meses fabricando o modelo global, a diretora analisa: “Tivemos
um início de produção muito equilibrado, sem grandes surpresas, mas
com muito trabalho e dedicação. Sem
a interação com outras unidades da
GM isso não seria possível. Esta é uma
vantagem da empresa globalizada. E
o resultado do empenho dos profissionais é que o nosso padrão de qualidade é excelente. Lançamos o Cruze com
o mesmo nível dos indicadores de
qualidade dos demais produzidos em
outras unidades, o que é motivo de
satisfação para nós; afinal, o veículo é
fantástico. Ele tem muita tecnologia,
conforto e desempenho e é extremamente moderno. O time da fábrica
tem orgulho de dizer que produz um
carro como este”.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
51 ]
CHEVROLET CRUZE ]
MERCADO
CHEVROLET CRUZE, SUCESSO DE VENDAS EM
MAIS DE 70 PAÍSES, CHEGA AO BRASIL E CRIA
UM NOVO PATAMAR ENTRE OS SEDÃS MÉDIOS
FLORA SERRA
onstantemente, vemos o mercado financeiro virar a maré: ora a cotação do
dólar sobe, ora a inflação cai e, de repente, alimentos e outros produtos
sofrem alterações de preço. José Luiz Vendramini, diretor de Administração de
Suporte a Vendas da GMB, sabe disso: “O mercado é uma célula viva”, resume
ele sobre a dinâmica mercadológica que tanto influencia o cotidiano.
Mas, obviamente, ele se refere especificamente ao setor automobilístico,
já que o seu departamento é responsável por analisar e acompanhar o que
Vendramini chama de “a dança do mercado”. Para garantir o sucesso dos produtos da GMB, Suporte a Vendas tem três áreas fundamentais: Estatísticas &
Forecast, Distribuição Nacional de Veículos e Desenvolvimento Profissional da
Rede Chevrolet.
A primeira, a área de Estatísticas & Forecast (previsão de produção), faz, diariamente, o estudo estatístico da indústria automobilística com base em informações fornecidas pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). A partir deste relatório diário, este pessoal identifica tendências de mercado e mudanças de comportamento do consumidor.
A partir dessas estimativas, a área trabalha junto às equipes de GPSC, de
Produção e de Finanças para determinar o volume de carros a serem fabricados.
Vendramini diz que essas informações são fundamentais para que a liderança da
GMB tome decisões mais assertivas em relação à produção e à venda dos veículos.
Com o Forecast definido, é possível estabelecer como será feita a distribuição
dos produtos para cada região do país. Para obter informações mais precisas das
regiões, a área conta com os gerentes regionais de Operações dos 11 escritórios
da GM que ficam espalhados pelos quatro cantos do Brasil e que representam o
elo da empresa com todas as concessionárias da Rede Chevrolet.
“Esses gerentes e suas equipes conhecem melhor as concessionárias que
ficam em suas respectivas regiões e entendem suas necessidades. Então, passam
para o pessoal de Forecast as demandas específicas que nos ajudam a determinar
a distribuição”, explica Regiane Bertoluzzi, coordenadora de Distribuição Nacional
C
[ 52
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fotos Alberto Murayama/ABC Imagem
AGITADO
José Luiz Vendramini, diretor de
Administração de Suporte a Vendas da
GM do Brasil, à frente de sua equipe:
“É preciso sempre seguir as tendências
do mercado”; abaixo, programa de
capacitação à Rede Chevrolet em Itu
de Veículos, que acrescenta sobre o
novo sedã da Chevrolet: “O Cruze
estará disponível em todas as regiões.
Após esse primeiro momento, o do lançamento, é que será possível reestruturarmos a distribuição de acordo com as
estatísticas de vendas do modelo”.
Vendramini alerta sobre a dinâmica
do mercado, e Regiane complementa:
“É preciso sempre seguir as suas tendências”. Por isso, as áreas de Forecast
e de Distribuição Nacional de Veículos
nunca param de trabalhar e estão sempre fazendo as adaptações necessárias.
O Cruze é comercializado por
mais de 70 países e é o veículo de
passeio da Chevrolet mais vendido
no mundo. O modelo já consagrado
DE ACORDO COM O DIRETOR
JOSÉ LUIZ VENDRAMINI, A
GMB DEVE PRODUZIR MAIS
DE 16 MIL E VENDER MAIS DE
13 MIL UNIDADES DO CRUZE
ATÉ O FINAL DE 2011
não parece apresentar motivo algum para que o brasileiro não goste dele. Por
isso, o pessoal de Suporte a Vendas está com grandes expectativas e, de acordo com Vendramini, estima-se produzir mais de 16 mil e vender mais de 13 mil
unidades do Cruze até o final de 2011.
No entanto, para os profissionais do departamento, não basta oferecer o
melhor produto do segmento para garantir o sucesso de vendas do veículo.
Afinal, o consumidor também quer ser bem atendido. Entra em ação a equipe de
Desenvolvimento Profissional da Rede Chevrolet, que realiza a capacitação dos
profissionais de Vendas e de Pós-Vendas a cada novo lançamento da marca.
Graziela Amoroso, coordenadora de Capacitação de Vendas, afirma que o
Cruze, como o primeiro lançamento global da marca no Brasil, representa o
começo de um novo momento. Foi preciso, mais do que nunca, apresentar o
veículo aos vendedores devido ao seu enorme conteúdo
eletrônico de tecnologia avançada e, para isso, toda estrutura do curso foi reformulada.
Segundo Graziela, buscando capacitar um número maior
de pessoas em um curto espaço de tempo, a estratégia utilizada foi a de capacitação modular, oferecida em três locais
distintos: no kartódromo Arena Schincariol, em Itu, interior
de São Paulo; no Autódromo Internacional de Curitiba, em
Pinhais, na região metropolitana da capital do Paraná; e no
Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília, no
Distrito Federal. “Além de gerentes, consultores de vendas
participaram da capacitação; ao todo, foram mais de 3.200
pessoas durante os 16 dias de curso”,
informa ela, que acrescenta: “Antes, as
capacitações costumavam durar cerca
de dois meses”.
A cada dia, o curso recebia cerca de
210 pessoas, que foram divididas em
sete grupos. Havia sete módulos pelos
quais os grupos, obrigatoriamente,
tinham de passar para que, em cada
um deles, um aspecto do Cruze fosse
apresentado: Mercado, Desempenho,
Concorrência, Demonstração Dinâmica
(test-drive), Design, Segurança e
Confiabilidade e, por último, Conforto
e Conveniência.
Graziela afirma que, para 90% dos
participantes, a capacitação superou
as expectativas. Júlio César Camargo,
gerente comercial da DG Sul Veículos
(concessionária Chevrolet de Farroupilha, no Rio Grande do Sul), é um
deles e faz um pedido: “Nunca havia
participado de um treinamento como
este. Fico torcendo para que todos os
outros sejam assim”.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
53 ]
CHEVROLET CRUZE ]
ELES ENSINAM
A PESCAR
ar o peixe ou ensinar a pescar? Tal
frase é constantemente vista nos
cadernos de política dos jornais, para
discutir a questão do assistencialismo,
ou nas revistas de comportamento, ao
retratar como os pais devem educar seus
filhos. Não importa o contexto, esta é
uma escolha que podemos fazer em inúmeras situações.
O departamento de Pós-Vendas da
GM do Brasil opta por ensinar a pescar e
trabalha para preparar a rede de concessionárias da Chevrolet para melhor
"pegar" as necessidades dos seus clientes. Não basta simplesmente produzir os
melhores veículos do mercado, pois é
preciso dar suporte para tirar dúvidas
dos consumidores e solucionar problemas com rapidez e eficiência.
O peixe da vez é grande e tão
impressionante quanto um marlim azul,
um dos maiores prêmios com o qual um
pescador pode sonhar: é o Chevrolet
Cruze, o novo sedã da marca e o primei-
D
[ 54
TIME DE PÓS-VENDAS
NÃO PÁRA DE PENSAR
NO CLIENTE UM SEGUNDO
SEQUER E PREPARA UM
LANÇAMENTO PERFEITO
PARA O CRUZE
ro veículo global da marca a ser comercializado no Brasil.
Um produto ainda desconhecido
exige que se prepare a rede de concessionárias para recebê-lo e esta é a missão primordial da equipe de Pós-Vendas.
Isela Costantini, diretora do departamento, considera que o foco na satisfação do cliente é fundamental: “Buscamos maximizar o tempo que o técnico
leva para realizar um reparo no veículo”,
exemplifica ela. A agilidade no reparo
não depende apenas do técnico, mas da
rapidez na identificação do problema.
O sistema de diagnóstico utilizado
pelas concessionárias consiste em um
equipamento chamado MDI (Multiple
Diagnostic Interface ou Interface
para Diagnósticos
Múltiplos), que
faz a interface entre o carro e o
computador. O
computador precisa ter apenas o
aplicativo GDS 2 e
“todo o diagnóstico pode ser realizado automatica-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fotos Mauricio Pavan/ABC Imagem
FLORA SERRA
mente, além de testes de verificação
para revisão do carro”, afirma Fernando
Endo, engenheiro de Serviço de Pós-Vendas. “O Cruze será o primeiro veículo
que utilizará, obrigatoriamente, o MDI
para diagnóstico em 100% da Rede
Chevrolet”, acrescenta ele.
Outra atividade da área para agilizar
o processo de reparo do veículo é definir
como serão as ferramentas de conserto.
No caso do Cruze, elas já haviam sido
desenvolvidas e validadas pela Coréia
do Sul e pela Alemanha, países que desenvolveram o projeto. “Duzentas e oitenta e seis novas ferramentas foram
criadas para o modelo; no entanto, com
um trabalho comparativo com as já existentes na rede de concessionárias do
Brasil, foram necessárias apenas 19
novas ferramentas para o veículo”, informa Isela. E como vieram prontas para
o Brasil, restava estabelecer o tempo que
Isela Costantini, diretora geral de
Pós-Vendas da General Motors do
Brasi (à dir. na foto), e sua equipe
multi-tarefa: “Apesar de o
projeto do Cruze ser global,
Pós-Vendas sempre terá de lidar
com os desafios locais”
o mecânico levaria para identificar e
reparar a falha. “A meta estipulada é
resolver qualquer problema em até 24
horas”, afirma Rafael Santos, diretor de
Operações de Serviço de Pós-Vendas.
Outra lição da "pescaria" de PósVendas consiste na confecção do
Manual de Serviço e do Manual do
Proprietário. Na GM, todos os manuais
são primeiramente produzidos em
inglês, e depois traduzidos para outras
línguas. O trabalho de tradução fica sob
a responsabilidade da área, que também
teve de incrementar o conteúdo do
manual para abordar as adaptações que
o veículo recebeu para ser vendido no
Brasil, como as suspensões ajustadas às
condições de nossas estradas e o sistema de partida a frio.
Para fazer jus ao belo lançamento da
Chevrolet, o manual também está de
cara nova. A capa é diferenciada – em
relação aos manuais de outros países –
e contém uma bela imagem renderizada
(desenho digital que simula uma fotografia) da frente do Cruze; a traseira do
modelo é retratada da mesma forma na
contracapa. Essa iniciativa ocorreu em
conjunto com o departamento de Design
(veja página 18) e, segundo Endo, já está
fazendo sucesso: “Recebemos alguns
profissionais da GM dos Estados Unidos
e da Argentina. Eles gostaram tanto que
querem levar a idéia para lá”.
“Apesar de o projeto do Cruze ser
global, Pós-Vendas sempre terá de lidar
com os desafios locais”, observa Isela.
Desta vez, o departamento criou um
jeito muito especial para enfrentá-los e
formou um Launch Team (ou Time de
Lançamento).
ESPECIALISTAS NO ASSUNTO
Há vários canais por meio dos quais
os integrantes do "Universo GM" podem entrar em contato com a Chevrolet,
como o CAT (Centro de Atendimento
Técnico), o CAR (Centro de Atendimento
à Rede) e o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente). E não há nenhuma novidade nisso, pois essas estruturas de comunicação já existem há muito tempo.
“O que propõe o Time de Lançamento é
integrar estes canais e outras áreas que
trabalham nesta fase para otimizar o
atendimento ao proprietário do Cruze”,
afirma José Roberto Favarin, diretor de
Atenção ao Cliente da GMB.
Rafael Santos, diretor de Operações
OUTUBRO D E 2 0 1 1
55 ]
CHEVROLET CRUZE ]
“TER A REDE CHEVROLET
PRONTA PARA O LANÇAMENTO
É TÃO IMPORTANTE QUANTO
DESENVOLVER O CARRO”,
ACREDITA ISELA COSTANTINI,
DIRETORA DE PÓS-VENDAS
rem algum problema com o modelo durante 90 dias após o lançamento. “Ninguém vai ficar na mão”, garante Favarin.
E não mesmo, pois o plano de assistência da marca que funciona 24 horas
por dia, todos os dias do ano, o
Chevrolet Road Service, ganhou uma
linha exclusiva para proprietários do
novo sedã, que ficará disponível pelos
primeiros seis meses de venda do modelo. Se o proprietário não quiser ligar, tudo
bem – ele pode apenas ativar a função
de mesmo nome do aplicativo “Meu
Chevrolet”, que pode ser baixado para o
celular (leia mais sobre este software no
box). Assim, o serviço será instantaneamente informado de sua localização
para que o especialista vá rapidamente
até o cliente.
O Cruze é o primeiro veículo a contar com o envolvimento deste time, que
já está a postos para tirar dúvidas e
resolver qualquer tipo de ocorrência.
Mas Favarin adianta que a idéia é prosseguir com essa
estrutura para
projetos futuros.
Afinal, nada como
tratar com quem
é especialista no
assunto.
O PRIMEIRO DOS
GMB
TRIGÊMEOS
[ 56
OUTUBRO D E 2 0 1 1
“Ter a Rede
Chevrolet pronta
para o lançamen-
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
de Serviços para Pós-Vendas, diz que
este grupo multidisciplinar também
acaba por alimentar internamente a
empresa com mais informações sobre o
produto e sobre o que deseja o consumidor. Este novo sistema de trabalho, que
unifica todas as áreas que atuam na fase
do lançamento do Cruze, é composto por
18 profissionais, que se reúnem diariamente para alinhar as ações. Além de
representantes de Pós-Vendas e de
Atenção ao Cliente, há pessoas de
Qualidade, de Vendas, de Distribuição de
Peças, de Finanças, de Gerenciamento de
Programas, de Compras e de Logística.
A área de Supply Chain (Cadeia de
Fornecedores) para Pós-Vendas também
participa ativamente para lançar um produto no mercado, principalmente quando se trata de um carro global como o
Cruze. “Com base na experiência de
outros países, nós trabalhamos para
determinar quais são as peças de reposição e as ferramentas que poderão ser
mais utilizadas nesta etapa”, explica
Renato Costa, diretor da área.
“Quando o cliente chega à concessionária, ele está com sentimentos negativos e nós trabalhamos para transformar seu descontentamento em satisfação total”, diz Isela. Nem que para isso
seja preciso emprestar carros? Sim, pois
foi o que GMB fez: há 30 unidades do
Cruze disponíveis para aqueles que tive-
to é tão importante quanto desenvolver
o carro”, acredita Isela. Por isso, preparar
os profissionais das concessionárias para
diagnosticar e solucionar problemas
também é missão do departamento de
Pós-Vendas. E já que o Cruze é um veículo que usa e abusa de conteúdo tecnológico e eletrônico, a capacitação foi mais
complexa e recebeu atenção especial.
Cursos ocorreram em 12 pontos do
Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para os técnicos da rede
e em duas salas da UCC (Unidade da
Capacitação Chevrolet), na fábrica de
São Caetano de Sul, dedicadas exclusivamente ao conteúdo de Pós-Vendas.
Uma novidade foi a UCC Móvel, um
caminhão que transporta um Cruze, ferramentas especiais, universais e de diagnóstico, uma transmissão automática,
uma mecânica e um motor Ecotec6. “O
objetivo era chegar às concessionárias
mais afastadas de grandes centros e ampliar o número de profissionais capacitados”, diz Fábio Canassa, coordenador de
Capacitação de Pós-Vendas da GMB.
Ronaldo Znidarsis,
diretor geral de
Marketing e
Vendas da GMB,
com uma UCC
Móvel; abaixo,
reprodução da
capa do inovador
Manual do
Proprietário
do Cruze
Marcos Derzié, que ocupa a
mesma função de
Canassa, relata o
itinerário do caminhão: “A unidade
partiu de São Paulo, em 8 de agosto, rumo à Itajaí,
em Santa Catarina, e de lá seguiu
para São Luís, capital do Maranhão; Recife, capital de Pernambuco; Salvador, na Bahia; e Fortaleza, no Ceará”. Segundo ele, 200 técnicos foram divididos em dez turmas e
completaram a formação na UCC Móvel.
Mas somando as três frentes em que
a capacitação atuou, 750 profissionais
foram formados e estão prontos para
atender aos clientes do modelo, de acordo com Derzié. “Este número significa
que, em média, mais da metade dos técnicos de cada concessionária estão
capacitados”, afirma Canassa, que
acrescenta: “O curso tem 20% de seu
conteúdo dedicado à parte teórica e os
80% restantes, à prática”. Ele diz que tal
configuração é de extrema importância
para um veículo como o Cruze, que apresenta conteúdo de alta tecnologia.
Mas o mais surpreendente é que o
caminhão, que rodou cinco cidades do
país, é apenas o primeiro de três. Derzié
revela que, para o próximo lançamento,
a UCC Móvel contará com a frota de
"trigêmeos" que rodará os quatro cantos do Brasil.
MEU CHEVROLET
Imagine poder desvendar todas
as luzes que se acendem no painel
do seu carro e que você nunca soube
o que significavam. Imagine também
localizar facilmente o seu carro no
gigantesco estacionamento do shopping ou saber onde estão as dez concessionárias mais próximas de você.
Agora imagine poder fazer tudo isso
e mais pelo seu celular. Se você é
proprietário de um Cruze, você pode.
Trata-se de um novo aplicativo
que é obtido gratuitamente, chamado “Meu Chevrolet”, baseado no já
existente “My Chevrolet” dos
Estados Unidos. Walter Pellielo,
engenheiro de Serviço de PósVendas, ajudou a desenvolver o conteúdo referente à sua área do aplicativo e afirma que a iniciativa de trazê-lo
para o Brasil foi da equipe de Marketing (saiba mais sobre este departamento na página 58).
Mas cada área envolvida ficou responsável por implantar o seu conteúdo
no dispositivo. É claro que o departamento de GMIT (General Motors
Information Tecnology ou Tecnologia da Informação da General Motors) esteve atuando em paralelo com as equipes para garantir o suporte técnico e o
perfeito funcionamento do aplicativo.
Além das funcionalidades “Luzes e Indicadores“, que esclarecem o significado dos símbolos que se acendem no painel e “Onde Estacionei?”, que
localiza o carro em estacionamentos, por exemplo, outras funções foram
desenvolvidas para o software brasileiro. São elas: “Chevrolet Road Service”,
que possibilita comunicar ao serviço de guincho e mecânico; o “Lançamentos
Chevrolet”, que mostra todos os lançamentos da Chevrolet; a “Calculadora
Flex”, que verifica qual tipo de combustível compensa utilizar; o agendamento de serviços com as concessionárias; e o Manual do Proprietário do Cruze,
que também está disponível no aplicativo.
“O Cruze é o primeiro veículo que oferece esse software para o cliente”,
diz Fernando Endo, engenheiro de Serviço de Pós-Vendas. “Mas vamos produzir conteúdo para os próximos lançamentos também”, revela Roger
Armellini, gerente de Marketing da GMB.
Para utilizar o software, basta baixá-lo gratuitamente pela Apple Store ou
pelo Android Market (lojas eletrônicas de sistemas operacionais concorrentes). Em seguida, o proprietário deve cadastrar o número do chassi (vin number) do seu veículo. Agora, é só navegar pelo Meu, quer dizer, seu Chevrolet.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
57 ]
Alberto Murayama/ABC Imagem
CHEVROLET CRUZE ]
O NOVO, DE NOVO,
DE NOVO...
CAMILA FRANCO
que é fazer o novo, de novo? O
norte-americano Thomas Edison
(1847-1931), por exemplo, foi um dos
cientistas mais criativos do mundo. Ele
registrou mais de 2 mil invenções. Boa
parte delas muito útil para a humanidade, como a lâmpada incandescente,
a locomotiva elétrica, o fonógrafo –
O
[ 58
OUTUBRO D E 2 0 1 1
ATUAÇÃO DO
DEPARTAMENTO DE
MARKETING VAI DA
DEFINIÇÃO DO CONTEÚDO
DO CRUZE À SUA
CAMPANHA PUBLICITÁRIA
que viria a ser o gravador –, o telégrafo e o projetor de cinema. Foi ele, inclusive, que criou a célebre frase: "A genialidade é 1% de inspiração e 99% de transpiração".
Para a General Motors, assim como para o inventor,
fazer o novo, de novo, é trabalhar incansavelmente e sempre pelo mesmo motivo: surpreender as pessoas ao atender às suas necessidades. Ela acaba de inovar ao lançar no
mercado brasileiro um veículo totalmente diferente e que
traz muito mais conteúdo do que seus concorrentes. É o
Cruze, sedã médio já consagrado como o automóvel mais
Gustavo Colossi,
diretor de
Marketing da GM
do Brasil (à frente),
sobre o públicoalvo do Cruze:
“São pessoas que
querem ter um
produto moderno
e de qualidade. E
a Chevrolet está
trazendo o melhor
veículo para
satisfazê-las”
vendido da marca no mundo. Seu
slogan, por sinal,
diz: “Chegou Chevrolet Cruze. A
Chevrolet
fazendo o novo, de
novo”.
Mas para que
a GM possa fazer
tudo isso é indispensável a criatividade de um
departamento especial: o de Marketing. Para cada
veículo lançado pela empresa, essa equipe, surpreendentemente, é uma fonte inesgotável de idéias originais. Parece
até redundante, mas cabe perfeitamente dizer que ela também é movida por fazer o novo, de novo, e de novo, e de
novo... e quantas vezes forem preciso.
No projeto de um veículo, eles trabalham do início ao
fim. Logo de cara, são responsáveis por analisar o conteúdo
que o modelo deverá ter, qual posicionamento deverá assumir no mercado e com quais automóveis ele deverá competir. Próximo ao lançamento do carro, eles definem as estratégias de sua divulgação, de forma que seus diferenciais sejam
facilmente percebidos pelos clientes. Foi assim com Captiva,
Agile, Montana, Malibu, Camaro – com todos da marca – e,
evidentemente, com o Cruze. Novidade é o que não falta
para o novo integrante da família Chevrolet.
O QUE O CRUZE TEM DE ESPECIAL?
A área de Marketing de Produto trabalhou muito bem
para que o Cruze – que é fabricado em nove fábricas da
GM pelo mundo, comercializado em 71 países, e, ao que
tudo indica, baterá a marca de 1 milhão de unidades vendidas em outubro –, se posicionasse adequadamente no
mercado automobilístico brasileiro. Segundo o diretor de
Marketing da GM do Brasil, Gustavo Colossi, a equipe
começou a analisar, em 2007, tudo o que o sedã deveria
ter para ser sucesso nacional a partir de 2011.
Várias pesquisas, de acordo com Joyce Aguilera, coordenadora de Marketing de Produto, os ajudaram nesse
desafio, como a BTS (Brand Tracking Study ou Estudo de
Acompanhamento da Marca), usada para avaliar o desempenho da Chevrolet, a NCBS (New Car Buyer Study ou
Estudo do Comprador de Carro Novo), a Target Marketing
Exploration (Exploração do Alvo de Mercado) e, principalmente, a Social Milieu, que serve para segmentar o mercado, baseado na classe social e nos valores das pessoas.
Denise Albrecht, que também coordena esta área,
completa: “Além de todas elas, contamos com vários estudos. Visitamos concessionárias Chevrolet e da concorrência. Analisamos o que é divulgado sobre carros em revistas, jornais e internet. Usamos todas essas informações
para entender as necessidades dos nossos consumidores
e materializar um carro que supere suas expectativas,
além de ser melhor que os seus competidores”.
Com conteúdo mais do que suficiente em mãos, a
equipe chegou à conclusão de que o novo sedã médio
enfrentaria dois concorrentes principais, o Toyota Corolla
e o Honda New Civic, mas que teria muito mais a oferecer
aos clientes desse segmento.
Os estudos também apontaram que o Cruze deveria
ser destinado ao público das classes A e B, o qual, nas
palavras de Colossi, “é formado por pessoas otimistas e
que acreditam em um futuro melhor. Elas enxergam e
querem alcançar novos horizontes porque são estudadas
e viajadas. E, claro, são muito exigentes. Elas querem ter
sempre um produto moderno e de qualidade, e se preocupam até se ele foi desenvolvido de forma a minimizar os
impactos no meio ambiente. E a Chevrolet pode e está trazendo o melhor veículo para satisfazê-las”.
De acordo com Colossi, cerca de 15 milhões de brasileiros se enquadram nesse seleto grupo, e a tendência é
que ele cresça cada vez mais. A demanda por sedã médios
não ficará atrás, mas há um detalhe: “Para o modelo ser o
mais vendido desse segmento, ele deve ter qualidade,
conforto, confiabilidade, tecnologia, segurança e ainda ser
inovador. É o caso do Cruze que trouxemos para o Brasil,
um dos veículos mais completos do mundo. Ele é extrema-
OUTUBRO D E 2 0 1 1
59 ]
mente moderno e tem um nível de qualidade que supera
qualquer concorrente”, assegura Colossi.
Dawson Zanetelli, gerente de Marketing de Produto,
acrescenta que eles pensaram em até alguns diferenciais
para o Cruze brasileiro. “Ele é vendido em duas versões, a
LT, de entrada, e a LTZ, mais completa e com itens exclusivos, como diferentes revestimentos dos bancos e rodas
aro 17 de alumínio, os quais reforçam ainda mais a supremacia do sedã em termos de design, conforto, tecnologia
e eletrônica embarcada, que é muito superior ao que
tínhamos no portfólio Chevrolet e ao que é oferecido no
mercado nacional”.
Sobre o que o carro tem a mais do que os concorrentes japoneses, o gerente Rodrigo Fioco diz: “Em termos de segurança, só ele tem airbags frontais, laterais
e de cortina, todos de série; programa eletrônico de
controle de estabilidade; controle de tração; freios ABS
com EBD [Eletronic Brake Force Distribution ou
Distribuição Eletrônica de Força de Frenagem] de última
geração e assistência de frenagem de pânico, o PBA
[Panic Brake Assist]; além do sistema Isofix para a fixação de cadeirinha infantil”.
Joyce complementa sobre os diferenciais tecnológicos:
“Inovador, o Cruze tem uma tela integrada ao console
central, de sete polegadas, que disponibiliza navegador
digital, sistema de entretenimento e controle de climatização, e que conta com iluminação "Ice Blue", uma tendência da marca. Tem um aplicativo exclusivo, o Meu
Chevrolet [confira mais detalhes na página 57]. E, além
disso, só ele é equipado com o novíssimo motor Ecotec6,
desenvolvido com coletor de admissão variável feito de
material plástico, válvulas continuamente variáveis e
transmissões de seis marchas, tanto na versão manual
quanto na automática. Na versão LTZ, o cliente ganha
ainda a conveniência de não usar a chave para abrir a
porta e para dar partida. Ele abre com um sensor de presença e liga o Cruze por meio de um botão”.
Denise fala do
conforto encontrado somente no
PARA SER O MAIS VENDIDO DO
novo sedã da
SEGMENTO, O CARRO DEVE TER
Chevrolet: “Ele
QUALIDADE, CONFORTO,
tem um toque de
CONFIABILIDADE, TECNOLOGIA,
esportividade e
SEGURANÇA E AINDA SER
uma atmosfera
INOVADOR. É O CASO DO CRUZE
envolvente. O
dual cockpit, que
[ 60
OUTUBRO D E 2 0 1 1
W/McCann
CHEVROLET CRUZE ]
cria dois ambientes no interior do veículo, e o generoso espaço para pernas, cabeça e ombros dos passageiros, tanto na
frente como atrás, o colocam bem à frente dos concorrentes”.
“Com as novidades em termo de equipamentos e
powertrain, o Cruze chega para brigar em um segmento
no qual a Chevrolet tem muita tradição. E certamente vai
continuar a história que começou a ser escrita com Opala,
Monza e Vectra. É a capacidade da Chevrolet de criar o
novo, de novo”, salienta Marcos Munhoz, vice-presidente
de Comunicação, Relações Públicas e Governamentais da
GM do Brasil.
COMO MOSTRAR TODOS ESSES DIFERENCIAIS?
Cabe à equipe de Comunicação do Marketing essa tarefa. E a palavra-chave para esse desafio não poderia ser outra:
inovação. Foi o que eles fizeram, de novo, com o Cruze.
Imagem da
campanha
publicitária do
Cruze: o novo
sedã Chevrolet
é a melhor
alternativa à
mesmice
“Formulamos uma campanha publicitária irreverente e
que abrange tantos os meios de comunicação off-line quanto os online. Nosso objetivo é que ela impacte, de todas as
formas, os possíveis compradores do modelo, principalmente
nos três meses após o lançamento”, explica Rodrigo Rumi,
coordenador de Marketing da GMB.
O primeiro passo, segundo ele, foi transmitir para a agência de publicidade W/McCann, responsável pela campanha,
que o Cruze é muito mais que um simples produto. “O veículo global é como um divisor de águas para a GM. Ele tem a
missão de trazer prestígio e, sobretudo, a liderança no segmento de sedãs médios para a Chevrolet, desbancando os
principais concorrentes Corolla e New Civic”.
Juntos, o time da GM e o da agência perceberam que o
ideal seria mostrar às pessoas que o Cruze oferece muito
mais conteúdo e diferenciais do que os demais modelos
comercializados
e, de quebra, por
um preço menor.
“Precisávamos
provar que o
Chevrolet é muito
mais vantajoso
para os proprietários dos modelos japoneses e também para os futuros clientes desse segmento, atraindo-os. Ele
disponibiliza muito mais por muito
menos”, salienta Rumi.
Como eles conseguiram fazer isso?
O coordenador explica: “A nossa comunicação tende a gerar insatisfação nos
donos de Civic, Corolla e dos demais
carros desse segmento. Para desenvolver toda a campanha, usamos o conceito de que ninguém vai longe e evolui
estando apenas satisfeito. Essa é uma
verdade que tem tudo a ver com o
público-alvo do carro, que está sempre
querendo crescer na vida e que valoriza
as conquistas. Uma vez insatisfeitos,
eles vão perceber que o Cruze, que oferece mais conforto, tecnologia, segurança, beleza e potência, é o irresistível
próximo passo, ou seja, o próximo veículo que eles podem ter”.
Essa mensagem é evidente no
vídeo de 45 segundos da campanha
publicitária do Cruze, que foi ao ar no dia 18 de setembro,
durante um intervalo do Fantástico, da Rede Globo de
Televisão. “Nesse filme, veiculado em canais de tevê aberta e fechada, aparecem várias pessoas com a mesma
roupa. Nós as convidamos a mudar exibindo o conteúdo
do Chevrolet Cruze, que é líder de vendas em todos os
mercados em que ele atua e oferece muito mais”, descreve o coordenador que acrescenta que a cena é encerrada
com o slogan: “Chegou Chevrolet Cruze. A Chevrolet
fazendo o novo, de novo”, que “ao mesmo tempo em que
resgata a história de sucesso da marca no segmento com
o Opala, Monza e Vectra, mostra que uma novidade está
sendo lançada”.
Antes da divulgação do veículo, porém, a Chevrolet
criou um suspense mostrando apenas seu motor, o Ecotec6,
e sua transmissão de seis velocidades, totalmente novos.
OUTUBRO D E 2 0 1 1
61 ]
CHEVROLET CRUZE ]
W/McCann
nadora de Marketing Digital da GMB,
revela que há várias formas para que
as pessoas conheçam melhor o sedã.
“Criamos o hotsite do Cruze, o www.
chevroletcruze.com.br, que permite
acesso também pelo celular; uma
página que pode ser acessada pelo
portal da Chevrolet, a www.chevrolet.com.br/cruze; vídeos para o site
Youtube, que podem ser vistos por
meio do www.youtube.com/chevroletbrasil; entre outros conteúdos no
Facebook [www.facebook.com/chevroletbrasil] e no Twitter [twitter.
com/#!/chevroletbrasil], as principais
redes sociais”.
O Cruze estreou na rede em 12 de
setembro, quando o seu hotsite entrou
no ar. Segundo a coordenadora, ele
destaca o conforto, a conveniência, a segurança e a tecnologia do modelo. “No hotsite, é possível acessar o Cine
Cruze, que traz 14 vídeos dinâmicos sobre o produto e mostra para o consumidor todo o seu conteúdo e vantagens,
além do vídeo da campanha publicitária que está sendo
veiculada na tevê; uma galeria recheada de fotos do sedã;
o De Série, Só o Cruze é Assim, em que são ressaltados os
itens de série do Chevrolet, no que ele leva vantagem se
comparado com seus concorrentes diretos; e o Cruze pelo
Mundo, que apresenta o conteúdo do carro em outros mercados em que ele é comercializado e comprova que ele é
um sucesso mundial”.
Na semana de 19 a 25 de setembro, para divulgá-lo
ainda mais, ocorreu a “Cruze Week”, na qual o modelo
estampou, a cada dia, uma página de um grande portal.
Foram eles: MSN, Uol, Yahoo, Youtube, Editora Abril, Editora
Globo e Webmotors. “Esses portais têm muitos acessos e
nosso objetivo é atingir o maior número de pessoas”,
salienta Izabel, que diz ainda que o Cruze aparecerá em
mais sites, terá conteúdo exclusivo para iPad e será divulgado por meio de links patrocinados nos sites Google e Yahoo.
Se não bastasse tudo isso, desde 6 de outubro é possível conferir um curta-metragem do Cruze no Youtube, no
Facebook e no Twitter. “É um filme com uma pegada de
humor, totalmente descolado da campanha de lançamento, que tem como objetivo chamar a atenção das pessoas
para o novo lançamento da Chevrolet. Vai agradar em
cheio, tenho certeza”, conclui Izabel.
Rumi explica o porquê: “Lançamos um vídeo no dia 4 de
setembro, também no intervalo do Fantástico, para apresentar o novo powertrain da marca. Para nós, uma ação
desse tipo é tão importante quanto exibir o carro; afinal, o
propulsor tem muitas tecnologias que merecem destaque e
é um dos grandes diferenciais do modelo”.
Além dos filmes, os clientes estão conhecendo o sedã global por meio de anúncios nas principais revistas do
país – das que falam de carros até as que retratam estilo
de vida –, como Quatro Rodas, Autoesporte, Veja, IstoÉ,
Época e Caras, entre outras; nos jornais Brasil Econômico e
Valor Econômico, de circulação nacional; e, claro, em todas
as concessionárias Chevrolet, que têm uma decoração
exclusiva para exibir o lançamento.
Para os profissionais da GM do Brasil, o modelo também foi apresentado de maneira criativa, de 14 a 16 de
setembro, como relata o coordenador: “Em todas as unidades da empresa, montamos uma tenda com pelo menos
um carro e uma tela touchscreen [sensível ao toque], na
qual eles podiam montar um quebra-cabeça e perceber
detalhes do automóvel. Só de passar por ali, eles ganharam
um marca página da Chevrolet”. E teve mais: “No dia 21
de setembro, em cada unidade da GMB, foi realizado um
sorteio. Os sortudos ganharam um vale de R$ 3 mil para
viajar com um acompanhante, pela agência de turismo
CVC, para qualquer lugar do país”.
Já que o Cruze é tão moderno, não poderiam faltar
maneiras de divulgá-lo pela internet. Izabel Sasso, coorde-
[ 62
OUTUBRO D E 2 0 1 1
Fabio Gonzalez/ABC Imagem
Fotos Fabio Gonzalez/ABC Imagem

Documentos relacionados