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G E S TÃ O T E C N O L O G I A M A R K E T I N G F I N A N C I A M E N T O N E G Ó C I O S E S T R AT É G I A S NOVOS NEGÓCIOS TENDÊNCIAS GADGETS Reportagem sobre o mundo das vendas e como a tecnologia pode trazer benefícios às empresas e às suas equipas comerciais #13 MAIO 2014 | TRIMESTRAL | 3€ BONSNEGOCIOS.COM.PT O FUTURO DA SUA EMPRESA PASSA POR AQUI. NÃO FALTE. WWW.BONSNEGOCIOS.COM.PT/PMES14 INFORMAÇÕES EM FACEBOOK.COM/GRENKERENTING SUMÁRIO & EDITORIAL 4 BREVES 10 EXPERIÊNCIA 2 8 N OVO S N E G Ó C I O S CURIOSIDADE S, RANKINGS, ESTUDOS... MARCELO ORTEGA HOOK BIZ At u a l i d a d e s s o b r e t e c n o l o g i a e dados que podem melhorar os seus ser viços comerciais O gu r u bra s ile iro ve n c e u n a v ida co m muito e s for ç o e ide ia s c r ia tiva s . S aiba c omo p ode ta mbé m ve n c e r no m un do da s ve n da s Con he ç a a re de s oc ia l de n e góc io s gra tuita que p e r mite e n c on tra r de uma for ma rá p ida e fá c il um for n e c e dor de p rodutos ou s e r v iç o s 6 O P I N I ÃO 14 EVENTOS 30 TENDÊNCIAS PA U L O F E R R E I R A 4 C ’ S D A E XC E L Ê N C I A B E E V E R YC R E AT I V E Devemos ou não investir em novas tecnologias para ajudar o s v e n d e d o r e s? L e i a a o p i n i ã o de Paulo Ferreira, da Impac t Sales O eve n to B on s Ne góc ios teve lota ç ã o e s gota da e m Lis boa e n o Por to. S aiba a op in iã o da a udiê n c ia A imp re s s ã o 3D é uma da s gra n de s te n dê n c ia s p a ra e s te a n o . E m Por tuga l já exis te uma imp re s s ora do gé n e ro, a B e e the fi r s t 8 MEET THE LEADER 16 BASTIDORES 3 2 F I LT R O M U LT I M A C TIMWE GADGETS Con h eça Paulo Antune s, da Multi m ac. O q ue faz n o di a-a-di a co mo ve nd e d o r e com o ocupa as suas horas l ivre s Conh e ç a a s in s ta la ç õe s d a emp re s a p or tugue s a T IM W E e m Lis boa , c om ma is de 2 mil m2 U m ve n de dor p re c is a de dife re n tes ga dge ts que o a uxil ie m n o s e u tra ba l ho diá r io fora e de n tro do e s c r itór io. Ve ja a n os s a s e le ç ã o 9 ANÁLISE 1 8 T E M A D E C A PA 34 OLHARES EY TOUR DE FORCE EM VENDAS BAL ANÇAS MARQUES A fraude é uma ameaça constante. Ve j a c o m o a t e c n o l o g i a p o d e a j u d a r no seu combate, na opinião de Cláudio Machado da EY O s c ome r c ia is ga n ha m ma is for ç a co m o us o de te c n ologia . De s c ubra e stra té gia s que p ode a dota r p ara os a juda r a fa ze r me l hor Pa ulo M a rque s c on ta - n os a his tó r i a da B a la n ç a s M a rque s , um n e góc io fa mil ia r c om ma is de 40 a n os Diretor Victor Ferreira Subdiretor Marco Souta Editora Mar ta de Sousa Fotografia Ricardo Sequeira Design Deadinbeirute, Lda Impressão MX 3 - Ar tes Gráficas,Lda Parque Industrial Alto da Bela Vista Pavilhão 50, Sulim Park 2735-340 Cacém Propriedade e Sede GRENKE Renting, S. A . Av. D. João II, Lote 1.17.03 - 4ºA 1998-026 Lisboa Tel. (+351) 21 893 41 40 Fax (+351) 21 893 41 60 ser [email protected] w w w.grenke.pt Sede de Redação Deadinbeirute, Lda Rua Conde Ferreira, Nr. 03, Sala 10 2804-521 Almada Tel. (+351) 21 603 06 72 [email protected] w w w.bonsnegocios.com.pt Tiragem 6000 E xemplares Periodicidade Trimestral Distribuição Por correio personalizada Preço 3 Euros Depósito Legal 330983/11 Nº Registo na ERC 126112 Edição Nº 13 A revista Bons Negócios dedica esta edição a um dos temas responsáveis pela maior mudança de sempre na forma como se constroem atualmente os negócios: a tecnologia. Estando todos nós ligados a um setor altamente tecnológico, por vezes torna-se difícil conseguirmos dimensionar qual o impacto que este simples indutor consegue ter no nosso negócio, na nossa empresa diariamente. Daí que lanço a questão. Algum de nós consegue imaginar como seria a gestão da nossa empresa sem a presença de tecnologia? Sem CRM, sem telemóvel ou computador? Hoje em dia, para sermos altamente competitivos num mercado cada vez mais global e exigente, temos de estar munidos das ferramentas necessárias que permitam não apenas aumentar a nossa eficiência, mas sobretudo prestar um serviço de excelência aos nossos clientes. E este serviço, este ideal de negócio, assenta muito em respostas rápidas, simples e que vão de encontro ao que os clientes realmente necessitam. Porque, no final do dia, continuam a ser o mais importante do nosso negócio. Bons Negócios a todos e boas leituras. VICTOR FERREIRA DIRETOR MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 3 BREVES CURIOSIDADES, RANKINGS, ESTUDOS... I D C P ort u g a l di s tin g u e s o l u ç õ e s e m pre s ariai s na á rea da s T I SABIA QUE... M ais um ano, mais uma edição dos CIO Awards, organizado pela IDC Portugal. A consultora vai distinguir no dia 15 de maio projetos portugueses inovadores, com base nas Tecnologias de Informação, e com um impacto positivo na criação de valor a nível organizacional. A entrega dos prémios realiza-se no Sana Malhoa Hotel, após a conferência CIO Summit 2014. Segundo um comunicado da IDC Portugal, “esta iniciativa dá a conhecer a aposta de empresas e organizações governamentais na dinamização e inovação das suas atividades, nomeadamente a capacidade de melhorar e otimizar processos de negócio, inovar e criar novos produtos e serviços, desenvolver áreas de negócio, aumentar a produtividade e efetividade dos colaboradores, atrair e reter clientes, expandir a utilização da informação e melhorar o processo de decisão”. O CIO Awards conta com 71 projetos nomeados para este ano. B ritâ nico St uart Par k in recebe ‘ N obe l’ da T ecno l o g ia Sabe quem é um dos responsáveis por conseguirmos procurar informações na internet? Stuart Parkin. O físico britânico foi um dos investigadores que contribuiu para o aumento da capacidade de armazenamento dos discos rígidos. Só assim, hoje, é possível pesquisar na internet, fazer stream de filmes e usar redes sociais, uma vez que toda a informação está armazenada em discos magnéticos na nuvem. O seu trabalho é agora reconhecido pela Technology Academy Finland que atribuiu a Parkin o mais importante prémio internacional de tecnologia, o Millennium Technology Prize. Segundo a organização, “as suas inovações levarama uma enorme expansão da aquisição de dados e capacidades de armazenamento, que por sua vez sustentaram a evolução dos grandes centros de dados e serviços na nuvem, redes sociais e a distribuição de música e filmes online”. Stuart Parkin, que é investigador da IBM, junta-se agora a uma lista de nomes importantes, como Tim Berners-Lee, conhecido como o pai da Web, e Linus Torvalds, criador do sistema operativo Linux. “APENAS 20% DAS VENDAS É TÉCNICA. OS OUTROS 80% SÃO REPUTAÇÃO E CARÁTER”. ZIG ZIGL AR, considerado um dos melhores vendedores do mundo e orador motivacional @TheZigZiglar 4 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 BREVES CURIOSIDADES, RANKINGS, ESTUDOS... CRÉDITO SINGAPORE ECONOMIC DE VELOPMENT BOARD O U T O F T H E B OX Ir a uma conferência ou a um evento de networking pode não ser fácil... Sobretudo quando vai sozinho e não sabe como conversar com os demais, que estão acompanhados. Para ajudar a quebrar o gelo, o Economic Development Board of Singapore criou a ‘Coffee Connector’, uma máquina de café que só serve a bebida quando duas pessoas se apresentam uma à outra. Como funciona? A máquina deteta a presença de duas pessoas à sua frente e pede para que cada uma se apresente, introduzindo o seu nome, atividades preferidas e interesses. Só depois é que o café começa a ser preparado. O aparelho foi apresentado durante a conferência The Economist Big Rethink, a 13 de março em Nova Iorque, e resultou em mais de 200 contactos. AS 5 0 EM P R ES AS MA IS INT EL I G EN T ES D O M U N DO S ÃO. . . A revista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, mais conhecido como MIT, divulgou no passado mês de fevereiro o seu ranking anual 50 Smartest Companies, que destaca as empresas de tecnologia mais inovadoras do mundo. Segundo os editores da publicação norte-americana, as empresas selecionadas representam as inovações com maior probabilidade de mudar as nossas vidas. Entre as 50 empresas, destacamos a Salesforce (conhecida pelas suas soluções de CRM), a Dropbox (serviço de armazenamento em nuvem) e a Kickstarter (website de angariação coletiva de fundos). No entanto, o ranking do MIT revela outras empresas que merecem toda a nossa atenção. É o caso da Expect Labs, uma startup norte-americana que criou um software capaz de ouvir as nossas conversas e que sugere informações tendo em conta as palavras que dizemos. Por exemplo: um call center pode usar este software para que o seu colaborador tenha acesso imediato ao historial de compras de um cliente à medida que fala com ele. A ideia é o colaborador não ter de procurar essas informações. A Expect Labs chama-lhe de assistente inteligente. Google, Telefónica, Intel e Samsung já investiram neste projeto. Quase 70% dos melhores vendedores usam o LinkedIn durante 6 horas por semana F O N T E J I L L KO N R AT H Apenas 2% das vendas acontecem durante a primeira reunião FONTE w w w.tac tical sales training .co.uk Quando as equipas de marketing e vendas colaboram, atinge-se mais 25% de receitas. F O N T E w w w . m a x i m i z e r. c o m 35 a 50% das vendas vão para o fornecedor que responder primeiro. O vendedor deve entrar em contacto com o cliente nos primeiros 20 minutos F O N T E w w w . m a x i m i z e r. c o m MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 5 O P I N I ÃO PA U L O F E R R E I R A V E N DA S E T EC N O LO G I A S : A M O R E Ó D I O? T E X T O P O R PA U L O F E R R E I R A S ão inegáveis as alterações que as novas tecnologias vieram provocar não só na forma como os produtos passaram a ser vendidos, como na dinâmica das equipas comerciais e nas atividades de gestão das mesmas. Hoje, muitas empresas colocam a si mesmas a questão se deverão ou não investir em novas tecnologias para colocar ao serviço das suas forças comerciais. A resposta deverá obviamente ser afirmativa ainda que esse passo deva ser dado de forma ponderada e, acima de tudo, muito bem definido o seu foco de atuação e os objetivos a atingir. As novas tecnologias ajudam a aumentar o nível de eficácia dos profissionais de vendas enquanto trabalham todo o ciclo junto dos clientes e os benefícios são notórios: · Reduzir o tempo dedicado a tarefas administrativas de escritório para assim libertar tempo para estarem junto dos clientes; · Fornecer um melhor serviço aos clientes uma vez que as equipas comerciais passam a ter acesso imediato à informação fundamental; · Recolha de informação que permita à Gestão de topo medir e monitorizar a performance da força de vendas; · Ajudar a criar e gerir oportunidades de venda para que aumente o rácio de concretização das mesmas. Mas se as vantagens são conhecidas de todos, a verdade é que a implementação de um sistema global e integrado nem sempre é concretizada da melhor forma, podendo ser inúmeras as razões que levam a tal fracasso. O primeiro fator a levar em linha de conta deverá ser o foco no cliente certo. Dado o facto de qualquer cliente, em qualquer momento e em qualquer lugar ter a possibilidade de recolher informação, comparar ou mesmo comprar 6 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 os nossos produtos, é muito tentador para as empresas quererem atrair o maior número de potenciais clientes possível. Esta falta de foco poderá colocar em causa todo um plano estratégico delineado e aprovado. Como tal, é fundamental não cair na tentação de “ser tudo para todos”. Igualmente importante é a criação de oportunidades de interação com os clientes. As oportunidades atuais proporcionadas pelos sistemas alocados às vendas permitem não só saber quais os seus gostos e preferências atuais, como também nos poderão dar fortes indicadores acerca das suas potenciais necessidades e futuras tendências de mercado a serem criadas. Estamos perante uma fonte valiosa de informação para novas ideias e produtos. A chave do sucesso será não só a criação de marcas que sejam interativas, mas também dotar os clientes da capacidade e vontade de interagir. Fortes relações com os clientes foi e sempre será um aspeto crucial no mundo das vendas. As novas tecnologias terão de ser aliadas desta verdade. Se por um lado proporcionam o aumento do poder dos clientes para comparar preços e informação, também é verdade que deverão assumir que o conhecimento por parte dos clientes será o fator diferenciador para uma orientação para o mercado. Independentemente do grau de tecnologia utilizada pelas empresas para potenciar as suas vendas, algo poderá ser assegurado: as pessoas continuarão a fazer a diferença! Recrutar profissionais de vendas com as competências adequadas, proporcionar formação contínua e criar ambientes motivadores tendo por base o alinhamento entre os objetivos pessoais e organizacionais é e continuará a ser o principal “software”. E essa capacidade para programar, só está ao nosso alcance! PAU LO FE R R E I R A Docente do IPAM - The Marketing School, na pós-graduação em Direção Comercial e Vendas, Paulo Ferreira dá formação a várias equipas comerciais através da Impact Sales, empresa de consultoria onde é sales project manager desde 2011. SALES PROJECT MANAGER NA IMPACT SALES [email protected] www.impactsales.ahptus.com MEET THE LEADER M U LT I M A C V endedor a te m po inteiro Trabalhar numa empresa com quase 40 anos não é fácil. Mas Paulo Antunes gosta do que faz. Dedica 12 horas por dia à Multimac e não se vê a fazer outra coisa na vida, profissionalmente falando. É que nas horas livres, o diretor comercial de soluções digitais joga à bola, corre e transforma-se em agricultor amador durante as férias “A S GU E RR A S N ÃO SE GA N H A M CO M GE N E R A I S M A S CO M S O L DA D O S . S Ó T E N H O SUCE SS O SE A M I N H A EQU I PA T I V ER” O dia começa por volta das 7 horas da manhã para Paulo Antunes, diretor comercial de soluções digitais da Multimac. Acorda as duas filhas e logo a seguir verifica os seus emails através do telemóvel. Um gadget que não dispensa e sem o qual já não vive. Seja fim de semana ou esteja de férias. “Se o esquecer num dia de trabalho, volto a casa para ir buscá-lo. Tenho de estar disponível para os meus clientes 24 horas por dia”, diz. Pelas 8h30 entra nas instalações da Multimac, em Lisboa, e agarra-se de novo ao telemóvel. Desta vez para fazer uns telefonemas aos seus clientes e também à sua equipa. “Estamos no fecho do trimestre e tenho reuniões com os chefes de vendas para falarmos sobre resultados”, aponta o comercial de 44 anos. Paulo Antunes trabalha na Multimac desde 1993, onde começou como vendedor. Em 2008, após um percurso de sucesso em que ganhou alguns prémios (expostos no seu gabinete), subiu a diretor comercial na área de soluções digitais, onde a sua função passa por “delinear a estratégia comercial, comprar os produtos aos fabricantes e dar formação à sua equipa”. No entanto, a paixão pelas vendas faz com que ainda mantenha alguns dos seus mais importantes clientes de há 20 anos. “Gosto do que faço, dá-me um enorme gozo vender. E sinto-me útil ao colmatar a necessidade de um cliente”. Só descansa quando vai jogar à bola com os amigos e também clientes da Multimac. Todas as quartas-feiras. “É a Multimac contra o resto do mundo”, diz. “É o meu momento de descontração 8 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 que serve para aliviar o stress e limpar a cabeça”. Além disso, Paulo Antunes faz ainda um jogging matinal, todos os domingos, acompanhado pelo irmão. Trabalhar durante a semana 12 horas por dia, pode ser esgotante e estes momentos de pausa ninguém lhe tira. Os 15 dias de férias seguidos idem. “Costumo passar férias no estrangeiro ou num monte alentejano, perto de Porto Covo, que a minha família comprou”, revela. É o seu refúgio onde se dedica a um passatempo que muitos dos seus colaboradores desconhecem: a agricultura. O diretor comercial de soluções digitais da Multimac gostaria de ter mais tempo para dedicar à família, mas os seus vendedores tomam-lhe as horas. Paulo tem por hábito acompanhar a sua equipa em trabalho para dar apoio nas negociações. Acredita que tem de dar o exemplo à sua equipa. Mas não se impõe. Aprendeu nesta profissão a ouvir mais as pessoas, a dar valor aos comerciais. “As guerras não se ganham com generais mas com soldados. Só tenho sucesso se a minha equipa tiver”, defende. Por isso na Multimac, os melhores vendedores são sempre premiados. “Se o vendedor fechar um negócio, por exemplo, de 5 mil euros, divide esse valor por 1250 e o resultado é o número de vezes que pode tocar num sino que temos no nosso escritório. São os vendedores mais badalados do mês!”, diz Paulo Antunes. Além disso, os vendedores podem receber outros incentivos: uma viagem ou um rádio da Sharp, marca da qual a Multimac é representante e distribuidora em Portugal. bn ANÁLISE EY T EC N O LO G I A N O CO M BAT E À FR AU D E N A S O RG A N IZ AÇÕ E S A fraude é uma ameaça constante e com tendência a aumentar. A implementação de procedimentos no seu combate é cada vez mais necessária e a tecnologia está cá para ajudar TE X TO POR CL ÁUDIO MACHADO, E Y O mundo empresarial como o conhecíamos mudou. A forma como as organizações encaram a sua atividade sofreu nos últimos tempos um reajustamento face a uma nova realidade e a novos e complexos desafios. A otimização de recursos ou a minimização de custos passaram a ser prioridades, por vezes mesmo uma questão de sobrevivência. No entanto, enquanto as organizações concentram os seus esforços em fatores de mercado, em fornecedores, em clientes ou na melhoria dos seus processos, desconhecem ou simplesmente ignoram que um dos maiores adversários pode ser interno: diariamente são perdidos milhares de euros através de atos ilícitos, praticados por elementos internos às organizações. E tratando-se de um ato deliberado, os seus vestígios são ocultados e como tal de difícil deteção. A fraude é uma ameaça constante e com tendência a aumentar, sendo cada vez mais complexos os esquemas utilizados, pelo que a implementação de procedimentos antifraude reveste-se de uma importância crescente para as organizações. Uma ferramenta que tem ganho uma relevância significativa na prevenção e deteção de situações fraudulentas é o Forensic Data Analytics (FDA), resultado da massificação da utilização de ferramentas informáticas pelas organizações, as quais geram um volume de dados eletrónicos cada vez maior. É na capacidade de recolher e utilizar estes dados que assenta o FDA. Com as queries certas e os procedimentos adequados obtemos uma poderosa ferramenta capaz de detetar situações anómalas, identificando por exemplo pagamentos ilícitos, o uso abusivo de despesas ou a manipulação dos sistemas implementados. Um estudo realizado pela EY demonstrou que as organizações reconhecem a importância que o FDA desempenha no controlo do risco, mas também que a sua utilização é ainda bastante reduzida. E porquê? Trata-se essencialmente de uma questão de utilização das ferramentas certas. As atuais folhas de cálculo não têm capacidade nem dão a resposta adequada quando se trata de elevados volumes de informação e do cruzamento de dados entre sistemas complexos. Atualmente já existe software específico para o efeito, com capacidade de realização de análises e tendências estatísticas, incorporando modelos preditivos e detetivos de anomalias e algoritmos capazes de detetar transações fraudulentas, tudo isto em tempo real e numa plataforma de fácil utilização e interpretação de resultados. Agora há que potenciar o seu desempenho e massificar a sua utilização. Embora conscientes dos riscos e da ocorrência de situações de fraude, a grande maioria das organizações europeias ainda não adotaram medidas concretas de prevenção, deteção e resposta a esse tipo de riscos. Infelizmente, a falta de implementação de medidas antifraude em Portugal não surpreende. O nosso tecido empresarial é maioritariamente composto por PME e um investimento desta natureza representa um esforço significativo, o qual não se encontra, ainda que erradamente, nas prioridades das organizações. Caso estivesse, certamente que o número de entidades com prejuízos financeiros, falências e situações de corrupção seria consideravelmente menor. Há que continuar a consciencializar e formar as pessoas sobre a problemática da fraude, alertar para os riscos e consequências para as organizações, promover ativamente a implementação de medidas antifraude e colocar a tecnologia cada vez mais ao serviço das organizações, para que estas se possam concentrar naquilo que é realmente importante: desenvolver o seu potencial e encarar com otimismo os desafios do amanhã. MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 9 EXPERIÊNCIA MARCELO ORTEGA CO M O UM GU RU V E N CEU N A V I DA Marcelo Ortega é conhecido por ser um dos maiores especialistas em vendas no Brasil. A sua experiência profissional como vendedor e diretor comercial em várias empresas permitiu que se transformasse nessa figura. Diz que é um vendedor por natureza. Por gosto, por paixão. Hoje dá palestras um pouco por todo o mundo, sobre negociação, atendimento, comunicação e estratégias em vendas. Mais de meio milhão de pessoas já ouviram as suas teorias. O seu objetivo? Ajudar os vendedores a terem uma melhor vida pessoal e profissional 10 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 EXPERIÊNCIA MARCELO ORTEGA DICAS DE UM E S P E CI A L I S TA “ Sou um apaixonado por vendas. Sempre tive jeito para vender. Aprendi a gostar, a lidar com pessoas, desde os meus 11 anos de idade, quando vendia doces na rua da minha casa”, confessa-nos Marcelo Ortega, que há 15 anos treina equipas de vendas e líderes comerciais. O empresário brasileiro acredita que qualquer pessoa pode ser um bom vendedor, desde que goste de lidar com pessoas. Porém, defende que isso não basta, “um vendedor tem de estudar o que vende, ter técnicas e estratégias de negociação, relacionamento e persuasão”. Assim foi, também, com a sua vida profissional enquanto palestrante. Formado em engenharia eletrónica, Ortega batalhou muito para chegar até onde chegou no mundo das vendas. No início da sua experiência profissional, vendeu seguros, instrumentos musicais, computadores e até roupa! Trabalhou ainda em empresas como a HP, Compaq, Ericsson. “Aos 25 anos, trabalhava como diretor de vendas de uma empresa na área de Tecnologias de Informação, da qual era sócio, e ao mesmo tempo dava formações na empresa Oxigenium, que ficava no mesmo prédio. Fazia os meus eventos à noite ou aos fins de semana”, conta. Só dois anos depois decidiu seguir uma carreira a solo. Ortega admite que demorou cinco anos até ter um número de eventos que garantisse o seu padrão de vida, idêntico ao que tinha quando era sócio da empresa. Começou o seu negócio do zero, com apenas um carro, duas mesas e um telefone. Investiu 160 euros num website e outros materiais... e foi à luta. Com pouco dinheiro, decidiu investir em ações criativas para vender-se a si mesmo. “Quando ninguém me conhecia, bati à porta das empresas para vender um palestrante misterioso que poderia transformar os resultados em vendas. Mandei fazer um livro de cheques com o valor da minha formação, como se fosse de um banco. Dava um cheque a alguns vendedores das empresas que eu próprio escolhia. Dava-o só a 10% dos vendedores, os piores. E dizia aos seus chefes que se os seus vendedores mudassem depois da minha formação, queria treinar os demais”. Estratégia arriscada, mas “É preciso inovar para vender em tempos difíceis. Mudar o discurso, a apresentação dos produtos, treinar novas abordagens aos clientes. A venda é algo que requer estratégia, preparação e entusiasmo”. “Os vendedores devem evitar duas coisas: ansiedade e pré-julgamento. O vendedor não se deve precipitar na conversa e demonstrar pressa ao fechar um negócio. Além disso não deve pensar que já sabe o que o cliente quer antes de lhe fazer as perguntas”. “Para contratar um vendedor, uma empresa deve tentar saber se este tem uma história de sucesso anterior. Saber se a pessoa que se candidatou ao cargo deixaria entrevistar o seu ex-chefe”. bem sucedida por uns tempos. Durante meses, conseguiu dar formação a três turmas, com 50 pessoas em média, por semana. No entanto, houve alturas em que pensou desistir. Ortega não era solicitado como esperaria para se manter financeiramente. Mas desistir seria uma derrota. E não estaria a praticar aquilo que ensinava nas suas formações. Adotou outra estratégia e decidiu investir num livro da sua autoria. Em 2006 lançou “Sucesso em Vendas”, editado em Portugal pela Bnomics. Tiro certeiro, nesse mesmo ano o empresário realizou 45 eventos. Em 2007 o número aumentou para 80 e nos dois anos seguintes alcançou os 100 eventos. “Em 2011 superei todas as minhas expectativas. Realizei mais de 140 eventos”, revela. Hoje Marcelo Ortega orgulha-se das suas conquistas. Dá palestras um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal. “Em 15 anos já fiz mais de 800 palestras e 200 formações. Cerca de meio milhão de pessoas já participaram nos meus eventos”. No ano passado, realizou 114 eventos. Na sua lista de clientes, constam empresas como a Petrobras, Tim, Itaú, Volkswagen, Fiat, Honda, Danone, Unilever, Bayer, C&A, Optimus, Sonae, Vodafone, entre outras. No entanto, a sua maior satisfação com o seu trabalho enquanto especialista na área de vendas é quando um cliente lhe dá algum feedback. “Quando um pai de família, dias ou meses depois de uma formação, me diz que o ajudei a dar uma vida melhor aos seus filhos, eu emociono-me, de verdade”. Ortega garante que as suas palestras beneficiam não só os vendedores mas também as empresas. “Quando fazemos algo pelos vendedores, aperfeiçoando as suas técnicas, habilidades e conhecimentos, estamos inevitavelmente a aumentar as probabilidades dos mesmos gerarem mais negócios nas empresas”. Planos para o futuro? Ler pelo menos 400 livros em 10 anos, diz Marcelo Ortega. Mais a sério, os seus maiores projetos são criar uma espécie de faculdade de vendas e também uma agência de publicidade. Se não fizesse o que faz hoje seria baterista de uma banda de rock ou blues. MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 11 EXPERIÊNCIA MARCELO ORTEGA A prender co m h u m or é m u ito m e l hor A prender com humor é muito melhor, já dizia o produtor cinematográfico Walt Disney. Marcelo Ortega parece concordar em absoluto. Tanto que a sua nova aposta em formação para vendedores é um espetáculo de stand up comedy. A ideia surgiu após uma palestra. “No ano passado, conheci o ator e autor de comédias Jovane Nunes durante um evento de uma das maiores fábricas de chocolate do mundo, a Cacau Show, em que eu era o palestrante e ele o mestre-de-cerimónias. Nos camarins, criámos afinidade e trocámos ideias. Depois da palestra, Jovane disse-me que eu tinha jeito para stand up comedy”. E assim foi, juntos decidiram unir forças e investir num novo projeto: uma peça de teatro humorística baseada no mundo das vendas. “É uma forma inovadora de ensinar, de fazer alusões às práticas certas em vendas e atendimento, com exemplos engraçados de histórias reais”, diz Marcelo. A peça de teatro chama-se “É preciso saber vender” e retrata situações reais, fatos verídicos que Marcelo Ortega presenciou em todos os anos que trabalhou na área de vendas. Jovane criou o roteiro a partir do livro “Sucesso em Vendas”, de Marcelo. São 100 minutos de cenas e sete sketches com muito humor. O objetivo da peça é “divertir mas provocar reflexões sobre os erros de “ M O S T R A M O S O QU E O S V E N DE DO RE S N ÃO DE V E M FA ZE R , E X PL IC A N DO O S E RRO S CO M HUM O R . A S PE SS OA S A PRE N DE M MU I TO M A I S ” muitos profissionais que atendem, vendem, negoceiam e deveriam encantar e não afastar a clientela. É uma peça-teatral-treinamento. Mostramos o que os vendedores não devem fazer, explicando os erros com humor. As pessoas aprendem muito mais.” O projeto está a ser um sucesso. Até à data, e desde o início do ano, Marcelo e Jovane já deram mais de 10 espetáculos em auditórios de eventos e salas de teatro. A peça dirige-se sobretudo a equipas de vendas, mas qualquer pessoa pode assistir. “Até donas de casa se divertem com a peça”, revela-nos Marcelo. No entanto, a maior parte das apresentações são para empresas como a Ford, Tim, Uniodonto e Sebrae, clientes que já contrataram os dois especialistas este ano. bn MAIS INFORMAÇÕES [email protected] www.sabervender.com.br MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 13 EVENTOS 4 C’S DA EXCELÊNCIA E V E N TO D E E XC E L Ê N C I A CO M LOTAÇ ÃO E SG OTA DA N PA U L O F E R R E I R A , I M PA C T S A L E S um mundo em constante mudança, sobretudo no setor das TI, a formação é essencial. Só assim, as empresas e os profissionais podem aprender como melhorar a sua performance. Consciente desta necessidade, a GRENKE e a Bons Negócios realizaram no passado mês de abril mais uma formação gratuita para os seus parceiros. As ações tiveram lugar no Hotel Olissippo Oriente em Lisboa (8 de abril) e no Tiara Park Atlantic no Porto (10 de abril), e contaram com a presença de mais de 700 pessoas. Para o tema deste evento Bons Negócios, “4 C’s da Excelência – Clientes, Concorrência, Colaboração e Comédia”, a GRENKE contou com a ajuda dos oradores José de Almeida e Paulo Ferreira. Durante uma manhã, os participantes ouviram dicas de como reinventar o mundo das vendas. Preparar melhor uma reunião, conhecer bem quem é o cliente e aprender a negociar, foram alguns dos conselhos de José de Almeida, da empresa de formação Ideias & Desafios. Já Paulo Ferreira, da Impact Sales, recorreu a exemplos de situações do dia-a-dia de um vendedor, para de uma forma humorística, alertar a plateia para alguns equívocos no mundo das vendas. Um exemplo: a falta de personalização na abordagem a um cliente. Para saber mais informações sobre os próximos eventos Bons Negócios, consulte o nosso site regularmente. bn JOSÉ DE ALMEIDA , IDEIA S & DESAFIOS 14 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 EVENTOS 4 C’S DA EXCELÊNCIA A OPI N I ÃO DA AU DI Ê NCI A SAIBA O QUE DISSERAM “Paulo Ferreira foi uma excelente surpresa. Foi fantástico na forma como abordou o tema e no humor que colocou nas questões”. GOMES CORREIA, GOMAVAL OU T RO S E V E N TO S “Os eventos da GRENKE são sempre uma mais-valia. Volto para a empresa com novas ideias de como nos focarmos no cliente”. JOSÉ SILVA, PRN INFORMÁTICA PMES 2.0. O FUTURO DA SUA EMPRESA. QUAL O PAPEL DA TECNOLOGIA? Conferência sobre o futuro das PMEs, com um painel de convidados especialistas nas áreas da tecnologia e da competitividade. Gratuita para PMEs, com lugares e inscrições limitadas. DATA 20 maio em Lisboa, no Hotel Sheraton das 09h30 – 13h00 22 maio no Porto, no Hotel Sheraton das 09h30 – 13h00 “Os eventos da GRENKE são uma motivação extra, um recarregar de baterias, uma forma de aprender novas ideias para encarar os desafios”. JOÃO LOPES, EDICÓPIA www.bonsnegocios.com.pt/PMES14 GSUMMIT CONFERENCE 2014 Evento dedicado exclusivamente à gamificação, onde diferentes especialistas se reúnem para partilhar os seus conhecimentos. A edição deste ano conta com a participação de mais de 50 oradores de empresas como Amazon, Delta, Google, IBM, JetBlue, Mazda, Oracle, entre outras. A Bons Negócios será media partner do evento. “Estes eventos superam sempre as expectativas. Aprendi com esta formação que com a simplicidade se consegue atingir resultados bastante interessantes”. BRUNO REIS, SINGESTE BEIRA DATA 10 a 13 de junho, em São Francisco sf14.gsummit.com MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 15 BASTIDORES TIMWE MOBILE AT YOUR SERVICE A TIMWE é uma empresa portuguesa que cria e implementa estratégias interativas para telemóveis. Um dos seus serviços é o mobile marketing e um dos mais requisitados pelos clientes. Mariana Jordão, Corporate Strategy Director da TIMWE, dá o exemplo de uma campanha que criaram para a Coca-Cola em Angola e que fazia parte da estratégia de responsabilidade social da marca. “A campanha tinha uma preocupação ambiental. O objetivo era que os consumidores optassem pela garrafa e não pela lata de Coca-Cola. Se comprassem a garrafa, na carica estava um código que enviado via SMS, os habilitava a ganhar diferentes prémios”, aponta a responsável. Os resultados foram positivos: mais de 664 mil SMS foram enviados por 52 mil consumidores. 16 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 BASTIDORES TIMWE THE SKY IS NOT THE LIMIT! Os escritórios da TIMWE em Lisboa têm cerca de 2 mil metros quadrados. O suficiente para receber os seus 230 colaboradores, distribuídos por dois pisos, com dois openspaces e 15 salas de reunião. Uma curiosidade? As salas têm o nome de planetas, galáxias e meteoritos. “The sky is not the limit for us”, diz Mariana Jordão da TIMWE. O planeta Terra é a sala de reuniões, por exemplo. Além disso, os nomes das cidades onde a empresa tem escritórios decoram os pilares que sustentam o espaço. Cada um com um relógio, com a hora local da cidade. Pelas salas e corredores ainda podemos ler frases como “we mobilize brands and businesses” e “we are truly global”. A ideia, de toda a decoração, é transmitir os valores da empresa portuguesa: globalidade e mobilidade. THE BEST IN SALES Reconhecer o trabalho dos colaboradores é meio caminho andado para o sucesso. Da empresa e do próprio trabalhador. Por isso, a TIMWE decidiu atribuir a cada trimestre um prémio ao melhor comercial. “O vencedor não é só aquele que vende mais. O nosso júri tem ainda outros critérios: a relação com os clientes e o reconhecimento pela equipa, por exemplo”. Qual o prémio? Além da notoriedade, o melhor comercial do trimestre poderá participar num evento da indústria e o melhor vendedor do ano vai a um evento dos quadros da TIMWE. A ideia do Best in Sales Award foi lançada no passado mês de janeiro. MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 17 T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS * * expressão de origem francesa que significa um grande esforço, uma proeza. 18 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS O A tecnologia anda cada vez mais de mãos dadas com a área de vendas de uma empresa. E quem diz nas vendas, diz também em todas as áreas que um negócio contempla... O vendedor está mais digital e os clientes agradecem. Tempo é dinheiro e a tecnologia vem facilitar a rapidez com que se fecha um negócio s números são claros. O investimento mundial em tecnologias de informação (TI) deverá crescer 3,1% este ano, em relação a 2013, alcançando os 3,8 mil milhões de dólares, segundo as últimas previsões da consultora Gartner. Mais: os gastos em software empresarial deverão aumentar 6,8%, com as aplicações de customer relationship management (CRM) e supply chain management (SCM) a registarem a maior procura. O mundo mudou, está mais tecnológico. Todo o setor empresarial. Não há hoje uma empresa que não invista em TI - ou demonstre intenções de o fazer - para melhorar a sua performance num mercado cada vez mais digital. E a área de vendas não foge à regra. De acordo com a consultora IDC, este ano, “as áreas de negócio, marketing e vendas passam a influenciar grande parte do investimento em TI das organizações nacionais”. Um exemplo simples: mais de 50% das empresas pretendem investir em soluções móveis para apoiar os colaboradores, com o objetivo de aumentar a produtividade e conferir uma maior flexibilidade, segundo o último inquérito da IDC ao mercado empresarial nacional. M A I S DE 5 0 % DA S E M PRE SA S PRE T E N DE M I N V E S T I R E M S O LUÇÕ E S M ÓV E I S PA R A A P O I A R O S COL A B O R A DO RE S Se antes as vendas eram feitas porta-a-porta, em que, talvez, o principal recurso do vendedor era o poder de argumentação, hoje o cenário é completamente diferente. Um vendedor 2.0 utiliza gadgets, softwares, aplicações e redes sociais para melhorar o seu desempenho. Com uma aplicação para smartphone pode organizar a sua agenda, com um tablet pode falar via Skype com um cliente no estrangeiro, com as redes sociais pode divulgar novidades dos seus produtos. As vantagens da tecnologia no mundo das vendas são óbvias: mais mobilidade e mais acessibilidade. A par disto, as empresas devem apoiar os seus colaboradores de outras formas: com workshops, formações, redes sociais internas. E motivá-los com estratégias diferentes. Um exemplo? Aplicar técnicas de jogos e competição para incentivar os vendedores a melhorar a sua produtividade. Segundo um estudo da Universidade de Denver, nos EUA, os profissionais que jogam videojogos trabalham melhor, têm mais habilidades e retêm mais informações. Outra ferramenta a não esquecer pelas empresas é o marketing. Seja através de email, SMS ou redes sociais, ter uma estratégia de marketing digital é essencial nos dias de hoje. Seja a sua empresa uma startup ou não. Conheça nas próximas páginas algumas das práticas, soluções e estratégias que apoiam as empresas neste Tour de Force*. O fundamental é ser criativo, beneficiando do uso da tecnologia, e jogar a seu favor para alcançar melhores resultados em vendas. MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 19 T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS J O G A R E FO R M A R PA R A A LC A N Ç A R O B J E T I VO S Gamificação é uma das principais tendências estratégicas deste ano. Empresas como Cisco, Microsoft, Ford e SAP já utilizam esta tecnologia para envolver e auxiliar os seus colaboradores. As formações e comunicações internas são outras das apostas P orque é que jogar videojogos é tão viciante? Segundo alguns estudos, a ‘culpa’ é da endorfina, uma substância química libertada pelos nossos neurónios que nos dá a sensação de prazer. Não admira então o número de horas que se jogam por semana em todo o mundo: 3 mil milhões de horas, segundo a designer de videojogos Jane McGonigal. Porque não aproveitar esse vício do ser humano e levar os videojogos até ao local de trabalho? 20 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 A verdade é que esta tendência já é uma realidade há algum tempo. Chamam-lhe de gamificação e trata-se da utilização de elementos de jogos no ambiente de trabalho, com o objetivo de envolver os colaboradores, incentivar e motivar a fazer melhor e, em consequência, levar a um aumento da produtividade. Algumas empresas do ranking Fortune 500 (lista das maiores empresas do mundo eleitas pela revista Fortune), há muito que Controle em tempo real todas as áreas da sua empresa. Em painéis de fácil leitura apresentados em televisões e acedidos através do computador, tablet ou smartphone. LV ENGINE T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS adotaram esta estratégia para auxiliar os seus colaboradores. Cisco, Deloitte, Microsoft, IBM, Ford, SAP, são alguns exemplos. Segundo a Entertainment Software Association, 70% dos maiores empregadores do mundo utilizam softwares interativos e videojogos para treinarem os colaboradores. Este ano, 70% de 2 mil organizações globais vão utilizar pelo menos uma aplicação de jogo para melhorar a performance da sua equipa, de acordo com a consultora Gartner. R E C RU TA R E F O R M A R AT R AV É S D E J O G O S As empresas adotam esta estratégia da gamificação com diferentes objetivos. Dois deles: recrutamento e formação dos colaboradores. Em 2007, a extinta Sun Microsystems, por exemplo, criou dois jogos para recrutar novos colaboradores e ensiná-los tudo sobre a história, estrutura e estratégia da empresa. Os jogadores viviam num universo denominado Solaris, onde partilhavam os valores da Sun Microsystems, e tinham como missão evitar que este fosse ameaçado por hackers. Outra empresa que usou elementos de jogos no seu processo de recrutamento foi a McKinsey & Company. Aspirantes a colaboradores da consultora vestiam a pele de um líder no jogo Team Leader, onde tinham de gerir uma equipa de consultores para auxiliar um cliente fictício. Neste caso, o jogo era bastante simples e o único elemento de gamificação era a simulação de uma situação típica de trabalho. Todos os jogadores tinham de responder a 10 perguntas e tomar decisões (através de escolha múltipla), às quais eram atribuídas diferentes pontuações. Durante o jogo, os participantes podiam ver se tinham escolhido a melhor opção e qual era a decisão recomendada. No final, viam os seus resultados e dos outros jogadores (de forma anónima). A empresa de cosmética L’Oréal também já se rendeu aos videojogos e utilizou esta ferramenta para recrutar novos talentos. As companhias aéreas treinam os seus pilotos de avião com jogos de simulação. Cirurgiões idem. Os médicos praticam as cirurgias em avatares antes das cirurgias em humanos. Segundo um estudo, os cirurgiões que jogam 3 horas por semana cometem menos 37% de erros e trabalham 27% mais rápido. A utilização desta tendência verifica-se também nos departamentos de vendas de empresas de diferentes setores. No setor automóvel, no Canadá, a Ford Motor decidiu adicionar componentes de gamificação ao seu portal de e-learning para auxiliar as equipas de vendas a familiarizarem-se com os novos modelos de carros da marca, planos de financiamento e novas tecnologias. No primeiro dia, o novo website teve mais de 100 mil visitas únicas, um aumento de 417% em relação ao ano anterior, de acordo com Rajat Paharia, fundador da empresa Bunchball que fornece soluções de gamificação para empresas. Mais: a fabricante de automóveis viu os seus colaboradores a voluntariarem-se para formações extra e obteve um aumento nas vendas de carros. Também a Cisco já adotou estratégias de gamificação no seu departamento de vendas e call center. O resultado? A empresa conseguiu diminuir o tempo 22 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 70 % DE 2 M I L O RGA N IZ AÇÕ E S GLO BA I S VÃO U T I L IZ A R PELO M E N O S UM A A PL IC AÇ ÃO DE JOGO PA R A M E L H O R A R A PE RFO RM A N CE DA SUA EQU I PA , SEGU N DO A CO N SULTO R A GA RT N E R de chamada em 15% e melhorar as vendas até 12%. A tecnológica SAP adotou a mesma estratégia e criou um jogo para ajudar os seus comerciais a melhorarem a sua performance. Batizado de Roadwarrior, o videojogo simula reuniões de vendas com potenciais clientes. No início do jogo, o vendedor tem acesso a informações sobre o cliente para que possa preparar a reunião. Depois, o comercial tem de responder a várias perguntas, através de questões de escolha múltipla, e se acertar nas respostas pode ganhar pontos e desbloquear níveis. Durante a reunião, um “conversation meter” indica como está a correr a conversa. Se bem sucedido, o jogador passa a outros níveis, com clientes novos e de diferentes áreas. Os jogadores podem ainda desafiar os outros vendedores e ver quem está no top dos melhores no Roadwarrior. O objetivo da SAP com esta solução era transformar a aprendizagem em divertimento. E o resultado foi positivo: o uso deste sistema de e-learning levou a um aumento das vendas e a um investimento menor em formações. Segundo a Salesforce, 90,4% das empresas revelaram que as suas iniciativas de gamificação tiveram sucesso. A apresentação de uma ferramenta deste género às equipas comerciais não deve ser feita sem qualquer preparação. Caso contrário, uma empresa arrisca-se a que os seus colaboradores não se mostrem minimamente interessados em participar. Segundo Gabe Zichermann, empresário e especialista em gamificação, “as empresas devem trabalhar em conjunto com os fornecedores deste tipo de soluções para que o videojogo seja atrativo e resulte numa adesão por parte dos colaboradores. É fundamental conhecer bem a sua audiência e desenhar a solução para essa mesma audiência”. Segundo a consultora Gartner, em 2014, 80% das atuais aplicações gamificadas vão falhar os seus objetivos devido ao pobre design. O essencial é que “as empresas apostem num sistema que ofereça três Fs: Feedback, Friends e Fun. É essa a chave para que os colaboradores se envolvam”, acrescenta o especialista. As empresas podem optar por um design mais sério ou mais animado. A startup brasileira Opusphere, por exemplo, oferece T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS uma solução de gamificação com uma linguagem divertida, recorrendo a bonecos animados, mas com o mesmo objetivo de outras aplicações do género: o de auxiliar os colaboradores no trabalho, na vida real. O videojogo, denominado de Wannadoo, apresenta uma verdadeira cidade, com direito a um centro comercial, um bar, um teatro e uma fábrica onde os jogadores trabalham. É possível comprar roupa, escolher a casa onde se quer morar e até fazer reclamações na câmara da cidade. F O R M AÇ ÃO E C O M U N I C AÇ ÃO D E N T RO E F O R A D E P O R TA S Mesmo com uma boa solução de gamificação, com um bom design, uma empresa pode encontrar alguns resistentes. Há sempre alguém que não gosta de videojogos. O que fazer para treinar este tipo de vendedores? Aposte nas formações mais tradicionais, como cursos, palestras, workshops e até livros. A escolha do tipo de formações depende muito do objetivo da empresa. Se quisermos investir no mercado estrangeiro, por exemplo, a aposta pode passar por um curso de línguas. No entanto, o mais comum, quando se trata de uma equipa de comerciais, é as empresas optarem por formações que ensinem os vendedores a melhorarem as suas práticas de abordagem ao cliente, prospeção, negociação e pós-venda. Segundo Paulo de Vilhena, autor de “O Livro Secreto das Vendas”, “as formações são absolutamente decisivas para as empresas. Quanto mais formações, mais as pessoas têm potencial para criar valor para a empresa. Felizmente, há empresas em Portugal que acreditam que obtêm um retorno deste investimento. A Sage e a PHC são dois exemplos”, aponta. “Empresas de tecnologia apostam em formações de negócios, vendas, estratégia empresarial, recursos humanos e até questões comportamentais. Como são empresas ligadas à inovação têm mais abertura para adotarem esta estratégia”. A formação pode ser feita dentro e fora da empresa. Os próprios colaboradores devem também ter essa iniciativa, de querer aprender mais. Com a adoção desta estratégia, ambos saem beneficiados. O colaborador sentir-se-á mais motivado no trabalho, vai saber como agir perante um cliente e falar com confiança sobre um produto ou serviço. Para as empresas, as vantagens das formações são claras: maior produtividade da equipa, melhores resultados em termos de vendas e clientes satisfeitos. A comunicação dentro de portas é também uma ferramenta importante de apoio aos colaboradores. Uma empresa pode criar uma rede social interna ou usar outras, como o Twitter por exemplo, para informar a sua equipa de atualizações de softwares, documentos ou ferramentas de trabalho para os vendedores e até mesmo das formações internas. A utilização de SMS é também uma alternativa. Com uma simples mensagem de 160 carateres podemos informar os colaboradores de novas políticas comerciais, objetivos de vendas, eventos, reuniões, entre outras coisas. Vários estudos revelam que um SMS tem uma taxa de leitura de 95%, um valor muito superior à leitura de emails. V E N DA S H I G H T ECH CO M EQU I L Í B R I O S eja smartphones, tablets ou um simples portátil, qualquer gadget nos dias de hoje é uma ferramenta essencial para ajudar os vendedores a fazer um bom trabalho. Porquê? Permitem que o colaborador trabalhe fora do escritório e tenha acesso a qualquer informação que necessite para uma reunião com um cliente. Além disso, e segundo um estudo publicado no The Journal of Product Innovation Management, mostrar que utiliza gadgets pode também melhorar a sua imagem no trabalho. No entanto, o uso da tecnologia não pode substituir a relação humana entre vendedor e cliente. As pessoas sentem essa necessidade, de um toque pessoal nas relações comerciais. Uma dica para equilibrar estes dois mundos? Personalize a abordagem ao cliente. Nos emails, por exemplo, não escreva ‘Exmo(a)’, trate a pessoa pelo nome. No final assine também o seu nome, ao invés de ter uma ‘assinatura-tipo’. Durante todo o processo de venda escreva os emails de forma personalizada, para que o cliente sinta que está a falar com alguém que se preocupa realmente. A forma como atende e fala com o cliente, independentemente de toda a tecnologia que possa utilizar, é o que faz a diferença. MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 23 T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS M A RK E T I N G N A E R A 2 .0 Ter uma estratégia de marketing digital é fundamental. Principalmente nos dias de hoje, em que qualquer pessoa está online. Um cliente usa redes sociais, tem um email, fala ao telemóvel e um verdadeiro marketeer tem de saber como chegar até ao cliente de uma forma eficiente e atrativa através dos meios digitais U m estudo recente da ExactTarget revelou que 70% dos profissionais do setor de marketing em todo o mundo querem aumentar os investimentos em marketing digital em 2014. Mais: 57% desse investimento será em redes sociais e 58% em email marketing. Se a sua empresa não faz parte deste grupo de profissionais deve começar a pensar nisso. A razão é óbvia: os consumidores estão cada vez mais digitais e móveis. Um exemplo? O Facebook anunciou em abril que ultrapassou os mil milhões de utilizadores ativos móveis, por mês, que acedem à rede social através telemóveis e tablets. Por isso, esta ferramenta não pode nem deve ser colocada de parte na sua estratégia de marketing. Seja qual for o setor. Afinal, e segundo um relatório da Marktest 24 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 sobre os hábitos dos utilizadores de redes sociais, 14,7% dos portugueses usam estas plataformas para fazer compras. E 66% seguem marcas nas redes sociais. Com um número elevado de potenciais clientes, a presença da sua marca neste mundo online é imperativa. Muitas empresas já se aperceberam desta importância. De acordo com o LinkedIn, por exemplo, 81% das pequenas e médias empresas usam redes sociais e 94% utilizam estas plataformas como ferramenta de marketing digital. No entanto, a aposta em redes sociais não se deve limitar só ao Facebook e ao LinkedIn. Existem outras plataformas online onde poderá investir para divulgar o seu negócio. O Instagram, por exemplo, que segundo a Marktest, é a 6ª rede em notoriedade T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS espontânea. A Intel, a General Electric e a Apple são fãs desta rede social. A marca criada por Steve Jobs tem quase 700 mil seguidores, por exemplo. À parte deste universo das redes sociais, um marketeer não deve esquecer outras ferramentas, como o email e o SMS marketing. Apesar de o email ser uma solução dita antiga, ainda há clientes que preferem este canal de comunicação. No Brasil, por exemplo, 46% dos brasileiros apontaram o email como a primeira comunicação online diária. Mais: 91% das pessoas consultam o email todos os dias. Em relação ao SMS, esta ferramenta poderá ser aos olhos de muitas empresas mais vantajosa, uma vez que a taxa de leitura de uma mensagem de texto é superior em relação ao email. Mas como podemos medir e saber que um cliente realmente leu um SMS? A E-goi, empresa portuguesa que oferece soluções para gestão de campanhas web por email, mobile e redes sociais, lançou recentemente uma nova ferramenta que permite saber realmente se os SMS são assim tão eficazes. A solução chama-se Smart SMS e permite, segundo informações do website da empresa, “saber quem recebe, quem lê, quem clica, quem responde e quem faz download” da informação. A E-goi dá alguns exemplos de como as empresas podem usar esta solução: enviar um questionário de satisfação ao cliente, um anúncio de um produto com imagens ou um código QR para aceder a uma campanha. E por falar em códigos QR... a Ricoh também já fez uma aposta nesta solução muito utilizada em campanhas de marketing. A empresa apresentou na última feira CES, em Las Vegas, uma alternativa aos “inestéticos códigos QR que mais parecem códigos de barras”, de acordo com Jorge Silva, diretor de marketing da empresa especialista em soluções de escritório, impressão de produção. Com esta nova tecnologia, denominada de Clickable Paper, “os consumidores podem apontar um iPhone ou smartphone Android para qualquer imagem impressa num documento e aceder a conteúdos online relacionados. Ou seja, uma empresa pode configurar uma imagem que permite aceder a redes sociais, vídeos ou documentos”. Na perspetiva de Jorge Silva, as empresas vão aderir melhor a esta nova solução, face aos conhecidos códigos QR. No futuro, por exemplo, “as empresas podem utilizar esta solução nos catálogos que os seus comerciais dão aos clientes”. Imagine: num catálogo, a imagem de um produto pode remeter para conteúdos online, como um vídeo que explique o seu funcionamento. O C O N T E Ú D O TA M B É M É I M P O R TA N T E Ter um plano de marketing digital sem pensar na informação que escreve não funciona. De que vale estar presente nas redes sociais ou ter um website se os conteúdos que publica não são adequados ou interessantes para os clientes? Por isso, tenha em atenção as informações que transmite através dos meios digitais. Estas devem ser relevantes e atrativas para que a sua empresa se destaque perante a concorrência. Os conteúdos podem assumir a forma de artigos, vídeos ou imagens, entre outros. A maneira como os apresenta é muito importante. Uma empresa deve usar uma linguagem que represente os valores da marca, sem mostrar uma intenção comercial, e com a qual os clientes se identifiquem. Os artigos podem ser educativos, mas não devem ser técnicos demais. O que não pode esquecer de todo: as palavras-chave! Escolha bem as palavras para os seus textos para que a sua empresa surja no topo dos resultados, quando os clientes fazem uma pesquisa nos motores de busca por produtos ou serviços. T E M A D E C A PA TOUR DE FORCE EM VENDAS Uti l izar u m CR M, s i m ou não? Gerir um negócio é um desafio. Gerir a relação com clientes idem. Felizmente já existem ferramentas que ajudam uma empresa a relacionar-se melhor com os clientes de modo a atingir os seus objetivos E m 2011, segundo um estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, divulgado pelo site Computer World, a adoção de sistemas de CRM (Customer Relationship Management) pelas grandes empresas em Portugal era relativamente baixa, com apenas 25% das empresas a utilizar esta solução. No entanto, desde então, o cenário mudou completamente. Pelo menos no que toca às intenções de adoção nesta ferramenta por parte das empresas. De acordo com um estudo da consultora Computer Economics, o CRM lidera o top das maiores tendências em TI para este ano. E porquê? Cada vez mais as empresas procuram ferramentas que as ajudem a gerir melhor o seu negócio e facilitem a relação com o cliente. Mas também, pela probabilidade de retorno do investimento em dois anos, segundo o mesmo estudo. Em Portugal já existem diferentes soluções de CRM. Sage, PHC, Primavera BSS e Wave Solutions são apenas algumas das empresas que disponibilizam esta ferramenta. E qualquer uma defende que um CRM é essencial nos dias de hoje. Sobretudo para os vendedores. “Um CRM é o melhor aliado de uma equipa de vendas. O cliente privilegia um atendimento personalizado e as equipas de vendas conseguem diferenciar-se ao mostrar conhecimento sobre a empresa e a pessoa em questão”, defende Céu Mendonça, Sales Director da PHC. As vantagens de um CRM, segundo a responsável da PHC, são várias: “As empresas conseguem manter um histórico da relação com os clientes, de forma 26 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 a melhorarem a interação com estes na altura do contacto, e também ter uma solução que os alerte sobre quando devem contactar de novo as empresas”. Filipe Fonseca, Chief Technology Officer da Wave Solutions, é da mesma opinião: um CRM é uma ferramenta bastante útil que permite “saber melhor o que cada cliente compra, quando compra, porque compra. Além disso, permite ainda criar propostas, encomendas, emitir recibos e promover a cobrança. Desta forma, a proximidade entre cliente, vendedor e empresa é encurtada e convertida em crescimento”. “CO M UM C R M A P ROX I M I DA D E E N T R E CLIENTE, VENDEDOR E E M P R E S A É E N C U R TA DA E CO N V E R T I DA E M CRESCIMENTO” F I L I P E F O N S E C A , WAV E S O L U T I O N S A utilização de um CRM também pode ser fulcral em tempos de crise. Na opinião de Rui Nogueira, Business Unit Manager Mid-Market da Sage Portugal, “as empresas estão atualmente sobre uma constante pressão para criarem ambientes rentáveis e otimizados que lhes permitam acelerar o seu sucesso. Parte desse sucesso depende de processos automatizados, garantindo que os colaboradores possam trabalhar de modo mais eficaz e a administração tenha a informação necessária para tomar as melhores decisões, aumentando as receitas e controlando os custos”. E um CRM poderá ajudar nesse campo. O uso da tecnologia para melhorar a experiência do cliente deve ser uma estratégia prioritária para as empresas, segundo Idalina Sousa, Marketing Head Manager da Primavera BSS. “A tecnologia possibilita aos gestores combinarem informações analíticas, fluxos de trabalho, mobilidade social, acessos multicanal mais ricos, entre outras áreas, capazes de captar a experiência total do cliente”. “A maioria das empresas investe pela necessidade de inovar, para se destacar dos seus concorrentes e para superar os desafios que entretanto surgem. Esses investimentos não são só em pessoas, mas essencialmente em processos e tecnologia”, diz a responsável. “As ferramentas de CRM já não são o “livro do merceeiro” em que se regista e consulta a informação de contacto e preferências de cada cliente. Atualmente, é fundamental ter uma visão 360º imediata sobre cada empresa e, preferencialmente, sobre cada pessoa”. E a aposta neste tipo de tecnologia permite ir mais além. Sobretudo, porque vivemos na era da mobilidade. Tanto a Sage como a PHC, a Primavera e a Wave Solutions oferecem soluções que podem ser utilizadas através da internet, via tablet ou smartphone. O objetivo máximo de qualquer empresa? Utilizar esta tecnologia para melhorar a experiência do cliente, para alcançar o crescimento e melhorar a eficiência operacional. bn Dinamize os seus negócios de forma simples e eficaz. A GRENKE é um grupo financeiro alemão, especialista no financiamento de soluções tecnológicas, que oferece às empresas produtos de características únicas como o Master Lease Agreement. O Master Lease Agreement é uma linha de financiamento flexível em Renting, adaptada a todas as necessidades de investimento em tecnologia, com condições fixas durante 12 meses e com isenção de comissões. Simplifique os seus negócios e usufrua das nossas condições de excelência! Para mais informações, contacte a GRENKE através do telefone +351 21 893 41 40 ou [email protected]. GRENKE RENTING S.A. · Edifício Central Office, Avenida D. João II, Lote 1.17.03 - 4ºA · 1998-026 Lisboa Tel.: +351 21 893 41 40 · Fax.: +351 21 893 41 60 · E-mail: [email protected] · Internet: www.grenke.pt NOVOS NEGÓCIOS HOOK BIZ HOOK B IZ A R E D E S O C I A L PA R A Q U E M P RO C U R A F O R N EC E D O R E S Rede social de negócios gratuita quer ajudar as empresas a encontrarem de uma forma rápida e fácil um fornecedor de produtos ou serviços. A plataforma está disponível em cinco línguas 28 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 NOVOS NEGÓCIOS HOOK BIZ H á muito que a procura por um fornecedor deixou de ser feita só através do tradicional “boca-a-boca”. Hoje, a fórmula mais utilizada é a procura pela internet. Mas pesquisar nos motores de busca pode não ser uma tarefa fácil. A boa notícia é que já existe uma plataforma portuguesa gratuita que ajuda a encontrar um fornecedor em apenas alguns clicks. Trata-se da rede social hook biz, lançada em agosto do ano passado pelas mãos de Ricardo Oitavén. “Num mercado cada vez mais difícil e em crise, procurar por um fornecedor através de anúncios, por exemplo, pode não ser a melhor opção. Perde-se muito tempo”, aponta o empreendedor de 50 A hook biz tem um mural onde é possível os utilizadores escreverem posts, partilharem notícias e vídeos, criarem eventos e, em breve, escreverem artigos. Além disso, e tal como o LinkedIn, também esta rede social vai disponibilizar algumas funcionalidades premium. Por exemplo, será possível receber alertas de novos negócios ou propostas de fornecedores, ter um email interno, ver perfis completos, entre outros. As diferentes contas premium (client, supplier, business, executive e enterprise) vão ter um custo mensal entre os 20 e 80 euros. OU T R A S REDES... Para já, e nesta fase de lançamento do website, os utilizadores podem testar WEPINCH A PL ATA FO R M A T E M M A I S DE 1000 U T I L IZ A D O RE S REG I S TA D O S . O O BJE T I VO É CH EG A R AO S 1 5 M I L AT É FI N A L DO A N O Rede social para startups que permite aos utilizadores encontrarem profissionais e investidores que queiram participar nos seus projetos. A plataforma é gratuita e já tem 6 mil utilizadores registados. www.wepinch.com anos. Por isso, há dois anos, Oitavén começou a idealizar o que hoje é a hook biz: uma rede social de negócios (business to business) que permite receber propostas de vários fornecedores tendo em conta as necessidades da sua empresa. A ferramenta funciona de forma muito simples. Imagine que quer criar um website para a sua empresa. Basta submeter esse “pedido” online, fazer uma descrição do projeto, especificar o valor que está disposto a pagar, a data para a conclusão do negócio, entre outros detalhes. Depois é esperar que os fornecedores inscritos na plataforma façam as suas propostas. A negociação é feita online, através de troca de mensagens. E a hook biz não cobra qualquer valor se as duas partes chegarem a acordo. O website apresenta algumas semelhanças com as redes LinkedIn e Facebook. todas as funcionalidades disponíveis. “Só daqui a alguns meses é que as contas premium vão estar a funcionar em pleno”. Para os membros mais dinâmicos, que façam sugestões para melhorar o website ou que indiquem a plataforma para novos utilizadores, a hook biz oferece um ano de um dos perfis premium. Ricardo Oitavén investiu no projeto cerca de 300 mil euros (capital da Open Solutions, da qual é CEO, e apoio do QREN). A rede está disponível em cinco línguas: inglês, português, espanhol, francês e holandês. O próximo passo é entrar no mercado norte-americano. A hook biz tem atualmente mais de 1000 registos em 47 países. Portugal é o país com mais utilizadores. Até final do ano, o empreendedor espera ter 15 mil registos. bn WEOSYNERGY Plataforma online que se baseia na velha máxima do “passa a palavra”. As empresas fazem um “pedido de negócio” na rede e os utilizadores podem responder ou dar o contacto de alguém que possa estar interessado no projeto. www.weosynergy.com BESIDE Plataforma para prof issionais qualificados em fase de transição e que pretendem alargar a sua rede de contactos. Nesta rede é ainda possível encontrar colaboradores ou investidores para os seus projetos. www.beside.pt www.hookbiz.com MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 29 TENDÊNCIAS B E E V E R Y C R E AT I V E 30 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 TENDÊNCIAS B E E V E R Y C R E AT I V E I m pre s s ora 3D co m a l m a port ugu e sa A impressão 3D é uma das grandes tendências para este ano. Segundo a consultora Gartner, este é um mercado bastante promissor, prevendo que sejam vendidas mais de 98 mil impressoras 3D em 2014. A impressão ganhou um novo fôlego. Em todo o mundo, incluindo Portugal. A startup Beeverycreative lançou no ano passado a primeira impressora 3D no nosso país. Chama-se Beethefirst Q uando o norte-americano Charles Hull criou a primeira impressora 3D, em 1984, não imaginava o potencial que esta máquina teria nos dias de hoje. Atualmente já é possível imprimir comida, roupa, carros e até casas! A imaginação e a criatividade é o limite. A impressão 3D é um mercado bastante promissor. Segundo a consultora Gartner, a impressão 3D deverá crescer 75% em 2014, prevendo-se que sejam vendidas mais de 98 mil unidades. Além disso, no próximo ano, sete das 50 maiores retalhistas do mundo vão vender impressoras nas suas lojas. Atentos a esta tendência, os fundadores da Beeverycreative, Francisco Mendes e Jorge Pinto, lançaram no ano passado a primeira impressora 3D em Portugal: a Beethefirst. A impressora da startup portuguesa, instalada na cidade de Ílhavo, “permite imprimir objetos completamente personalizados e únicos no mundo, desde maquetes a protótipos de produtos. As possibilidades são inúmeras”, diz-nos o diretor de marketing da empresa, Sérgio Moreira. Mas o que distingue a impressora das demais? Além do seu design atraente, é fácil de usar e fácil de transportar (a impressora pesa apenas 10 quilos). “É um objeto com um design cuidado e que ficará bem em qualquer escritório ou mesmo sala de estar”, defende o responsável. A máquina foi criada para o consumer market, mas Sérgio Moreira defende que a impressora pode ser utilizada por diferentes negócios. “A Beethefirst tem sido procurada por profissionais de indústrias criativas, como designers, arquitetos e artistas, até por empresas de desenvolvimento de produto e indústria de moldes”, aponta. A impressora 3D é também procurada “pelo segmento de early adopters, isto é, os utilizadores que gostam de estar na linha da frente no que diz respeito ao consumo de produtos tecnológicos e inovadores”. Como funciona? A Beethefirst utiliza um consumível, o PLA, que é um polímero biodegradável derivado do amido de milho. Este consumível constrói, camada por camada, o objeto que pretendemos. O tempo de impressão depende das dimensões e da complexidade do objeto. A equipa da Beeverycreative – composta por mais de 30 pessoas – dedica muito do seu tempo ao marketing. “É uma das áreas chave para o crescimento da nossa empresa. Após um período inicial de posicionamento da marca, a mensagem que queremos passar aos utilizadores é que temos um produto de excelência, que é útil e que melhora a vida das pessoas a vários níveis”. Uma das estratégias de marketing da startup é a aposta em concursos: “lançámos agora um desafio internacional para criativos com a duração de dois meses que podem consultar através do website www.3dprintworldchallenge.beeverycreative.com”, adianta Sérgio Moreira. Além disso, por se tratar de uma tecnologia ainda desconhecida para muitos, a empresa tem participado em diferentes eventos e feiras para dar a conhecer o seu produto. Em novembro a impressora foi apresentada a nível internacional no 3D Printshow London. A Beethefirst está à venda em algumas cadeias de retalho e custa 1990€. Os consumíveis custam 16,5€ e existem oito cores disponíveis. A impressora foi considerada produto do ano pela Exame Informática em 2013. bn www.beeverycreative.com MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 31 F I LT R O GADGETS Um verdadeiro vendedor anda sempre de um lado para outro, necessitando por isso de alguns gadgets que o auxiliem nas suas tarefas quando está em movimento, mesmo que seja dentro do escritório. Veja a nossa seleção para que possa mover-se à vontade durante um dia de trabalho C apa para i P hone co m bateria e m e m ória extra T raba l har s entado o u de pé ? Trabalhar todo o dia sentado pode ser uma verdadeira dor de costas. E é tão prejudicial para a sua saúde como fumar, segundo alguns estudos. Uma opção: trabalhar de pé! A startup Stir criou uma secretária que lhe indica quando deve ‘descansar’ de estar sentado. A mesa tem um ecrã touchscreen que permite ao utilizador mudar manualmente a posição da secretária, para que trabalhe sentado ou de pé, alternadamente ao longo do dia. No entanto, a mais-valia da mesa é que esta regista os seus padrões e pode mudar de posição automaticamente. A Mophie, fabricante de acessórios para telemóveis, apresentou na feira Consumer Electronic Show 2014 a capa Space Pack, que tem uma bateria incorporada. Segundo a marca, esta capa oferece o dobro da autonomia da bateria para o seu smartphone sem ter de o ligar a um carregador. Há mais: a Space Pack conta ainda com espaço de memória extra até 32GB, para guardar todos os seus ficheiros. Disponível em branco e preto, para iPhone 5 e 5s. PREÇO: ATÉ 130€ www.mophie.com PREÇO: 2.800€ | www.stirworks.com I m pre s s ora de bo l s o A empresa israelita Zuta Labs está a desenvolver uma impressora de bolso capaz de imprimir em folhas de qualquer tamanho! Como funciona? A Pocket Printer é um mini robot portátil que desliza sobre o papel enquanto imprime (os dados são enviados via Bluetooth). Segundo a empresa, o aparelho tem 10 cm de altura por 11, 5 cm de diâmetro, e pesa 300g. A impressora de bolso é carregada via USB e tem uma autonomia de 1 hora. A Pocket Printer (ainda protótipo) deverá estar no mercado em janeiro de 2015. PREÇO: 170€ | www.zutalabs.com 32 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 F I LT R O LIVROS LER, LER. OBRIGATÓRIO LER! Qualquer vendedor deve ler muito. Com a ajuda de livros pode aprender como ser bem sucedido ou agir perante um cliente difícil. Os diretores de empresas idem, não devem de todo descar tar uma boa leitura. Saber como motivar os trabalhadores e quais as estratégias de marketing a adotar é essencial para fazer o negócio crescer. Um maior conhecimento só vai trazer benefícios P l ay at W or k , A da m P enenber g EDITOR A LIT TLE, BROWN BOOK GROUP Podem os jogos aumentar a produtividade no local de trabalho? Várias empresas acreditam que sim. Google, Microsoft, Canon, FedEx são alguns exemplos. O autor mostra neste livro como os jogos estão a ser utilizados para fazer com que os trabalhadores se sintam mais felizes e motivados, para criarem novos produtos e melhorarem o atendimento ao cliente. Adam Penenberg é jornalista e professor na Universidade de Nova Iorque. Já escreveu artigos para a Fast Company, The New York Times e The Washington Post. PREÇO: 15,75€ O s 8 P s do Mar k etin g D i g ita l , S u ce s s o e m V endaS , Marce l o O rte g a EDITOR A BNOMIC S C onrado A do l ph O EDITOR A TE X TO Marcelo Ortega dispensa apresentações nesta edição da Bons Negócios (ver páginas 10 a 13). O especialista brasileiro em vendas já lançou três livros em toda a sua carreira. A primeira obra foi Sucesso em Vendas, um best seller no Brasil e que tem uma edição em Portugal através da editora Bnomics. O livro é um verdadeiro manual para os profissionais de vendas, reunindo técnicas, ideias, histórias de fracassos e sucessos que foram vividas pelo autor e por outros profissionais que participaram em muitas experiências e casos de estudo. D anie l P inK EDITOR A E STREL A POL AR Qual a melhor forma de motivar um trabalhador? Com recompensas financeiras, sim ou não? Daniel Pink revela neste livro quais as táticas de motivação para conseguir uma maior entrega e produtividade por parte dos trabalhadores. Referência no mundo da gestão, Pink colabora regularmente com o The New York Times, a Fast Company e a CNN. Uma curiosidade sobre o autor? Escreveu os discursos do vice-presidente norteamericano Al Gore, entre 1995 e 1997. Só as empresas e os profissionais que tenham um conhecimento sólido sobre o que representa a internet na atual economia vão progredir no mercado. Este livro de Conrado Adolpho poderá ser uma ajuda para quem ainda não se enquadra neste cenário. Os 8 Ps do Marketing Digital é um guia que mostra como transformar a internet numa ‘arma’ de negócios eficiente e lucrativa, através de estudos e dicas de ferramentas. Conrado Adolpho é um escritor brasileiro, formado em Marketing e com uma especialização em Economia. A sua metodologia dos 8 Ps é usada atualmente em várias empresas no mundo. PREÇO: 15,90€ PREÇO: 16,60€ PREÇO: 29,95€ D riv E , MAIO 2014 BONS NEGÓCIOS | 33 OLHARES BALANÇAS MARQUES BA L A N Ç A S CO M P E S O FA M I L I A R Balanças Marques, um negócio de pai e filhos com uma história de mais de 40 anos C M N unca é tarde para começar a trabalhar. Nem cedo demais. Que o diga Paulo Marques, diretor comercial da empresa Balanças Marques, em Braga. O empresário de 40 anos começou a trabalhar no negócio do pai aos seis. Serralheiro de profissão, o pai decidiu criar uma pequena fábrica de balanças em casa na década de 70. José Pimenta Marques tinha 30 anos. “Era ele próprio que fazia as balanças”, relembra Paulo Marques. O seu progenitor fabricava balanças romanas que se destinavam ao setor agrícola. No primeiro ano de atividade, produziu cerca de 100 balanças, a um preço de cerca de 30 escudos cada. “Todo o trabalho era feito com muito esforço e dedicação”, conta. E, talvez por isso, clientes não faltavam. Na época, “os clientes é que procuravam os fabricantes e o método boca-a-boca funcionou durante muitos anos”. No entanto, o diretor comercial aponta outra grande vantagem para o sucesso da empresa: a fábrica situava-se em plena cidade de Braga, que segundo o empresário era conhecida como a “cidade das balanças”. O negócio venceu também com a ajuda de toda a família. Além de Paulo Marques, os outros três filhos de José, atualmente com 74 anos e ainda administrador da empresa, dedicam-se hoje a 100% à Balanças Marques. E não se arrependem. “Não voltava atrás, nem mudava nada na empresa. Aliás, não tenho saudades nenhumas do passado. Ser saudosista nos negócios não faz sentido. Tenho é vontade de avançar, de pensar no futuro”. 34 | BONS NEGÓCIOS MAIO 2014 Atualmente, a empresa produz balanças de pesagem industrial e de pesagem comercial, como as que vemos nos supermercados. As diferenças para as balanças que José Pimenta Marques fabricava há 40 anos são muitas. “No início, as balanças eram mecânicas e atualmente são digitais, com uma forte componente eletrónica. São equipamentos cheios de tecnologia”, aponta. A forma como fazem negócio também mudou. Se antes eram os fregueses que procuravam os fabricantes de balanças, hoje as empresas têm de ser mais ativas na comunicação com os clientes. De acordo com o empresário bracarense, a Balanças Marques tem um website, uma página no Facebook e um canal no YouTube onde divulga todos os produtos. “Temos um website no qual consta todo o nosso catálogo e uma página no Facebook que, além de divulgar todas as nossas novidades, serve como suporte de ligação e apoio aos nossos clientes”. O negócio da família Marques cresceu e, em 2003, foi criado o Grupo José Pimenta Marques, constituído hoje por 12 empresas de áreas diferentes. “O grupo tem empresas ligadas ao fabrico e distribuição de equipamentos de pesagem comercial e industrial, ao desenvolvimento de software e design industrial e gráfico, e também à organização de eventos”. Este ano, segundo Paulo Marques, o grupo vai aventurar-se noutra área: nos serviços de manutenção e reparação ao domicílio, com a criação da empresa PPTO – Paulo Para Toda a Obra. bn Y CM MY CY CMY K EVENTO’2014 A GRENKE E A REVISTA BONS NEGÓCIOS APRESENTAM A CONFERÊNCIA O FUTURO DA SUA EMPRESA QUAL O PAPEL DA TECNOLOGIA? INTERVENIENTES PHC INFORMA D&B SAMSUNG GRUPO RANGEL ITEN ABREU ADVOGADOS IAPMEI MODERAÇÃO DE Carina Nunes da Silva PORTO CANAL INSCRIÇÕES LIMITADAS 20 MAIO‘14 LISBOA HOTEL SHERATON DAS 09H30 – 13H00 22 MAIO‘14 PORTO HOTEL SHERATON DAS 09H30 – 13H00 INSCRIÇÃO EM WWW.BONSNEGOCIOS.COM.PT/PMES14 INFORMAÇÕES EM FACEBOOK.COM/GRENKERENTING