Relatório de Inflação III Trimestre 2013

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Relatório de Inflação III Trimestre 2013
Relatório de Inflação
III Trimestre 2013
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Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013
•3
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Relatório de Inflação - III Trimestre de 2013
Publicação trimestral do Banco Nacional de Angola (BNA)
É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Relatório de Inflação - III Trimestre de 2013
Eventuais divergências entre valores absolutos ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos.
Não são citadas as fontes das tabelas e dos gráficos de autoria exclusiva do Banco Nacional de Angola.
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Objectivo do Relatório de Inflação
O Relatório de Inflação é uma publicação trimestral do Banco Nacional de Angola que tem como principais objectivos avaliar
a inter-relação entre as variáveis do Sector Real, Fiscal, Monetário e Externo, analisar o comportamento do Índice Geral de
Preços, bem como disponibilizar informação aos agentes económicos, instituições académicas e outros operadores da
Economia Nacional. O documento constitui um meio de comunicação sobre a conjuntura económica nacional e internacional e
sobre a fundamentação das decisões de política monetária do BNA.
Esta edição examina o III trimestre de 2013 e é constituída por sete capítulos: Economia Internacional, Relações com o Exterior,
Estado da Economia Nacional, Inflação, Política Monetária, Perspectivas e Previsão da Inflação.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013
•5
Índice Geral
SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................ 6
A. Economia Internacional ......................................................................................... 7
A.1 Actvidade Económica .................................................................................................. 7
A.2 Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola ...................... 8
A.3 Mercado das Commodities ......................................................................................... 9
B. Relações com o Exterior ..................................................................................... 12
B.1 Mercados Cambiais Internacionais .......................................................................... 12
B.2 Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados ................................................. 13
B.3 Comércio Externo e Reservas Internacionais ........................................................... 15
C. O Estado da Economia Nacional ..................................................................... 17
C.1 Indicador de Clima Económico .................................................................................. 17
C.1.1. Indústria Transformadora ..................................................................................... 17
C.1.2 Construção ............................................................................................................ 18
C.1.3 Comércio ............................................................................................................... 18
C.1.4 Transportes ........................................................................................................... 19
C.1.5 Turismo .................................................................................................................. 19
C.1.6 Indústria Extractiva ............................................................................................... 20
C.2. Índice de produção industrial II trimestre ............................................................... 20
C.3. Projecções do PIB .................................................................................................... 21
D. Inflação ........................................................................................................................ 22
D.1 Índice de Preços no Consumidor de Luanda ............................................................. 22
D.2 Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria .......................... 24
D.2.1 Contribuição .......................................................................................................... 26
D.3 Índice de Preços no Grossista de Luanda ................................................................ 26
E. Política Monetária .................................................................................................. 27
E.1 Base Monet.ria .......................................................................................................... 27
E.2 Depósitos do Sistema Bancário ................................................................................ 29
E.3 Crédito à Economia ................................................................................................... 30
E.4 Meios de Pagamento ................................................................................................ 32
F. Perspectivas ...................................................................................................................... 33
G. Previsão da Inflação ........................................................................................................ 35
Glossário .................................................................................................................................... 37
6
SUMÁRIO EXECUTIVO
O objectivo do presente relatório é de fazer um resumo e análise da evolução dos principais indicadores que podem
influenciar a trajectória da inflação em Luanda. Esta análise inclui a economia internacional, onde se faz uma abordagem
dos preços dos bens alimentares e do barril de petróleo, ambos igualmente importantes e determinantes para a inflação;
No que a economia internacional diz respeito, destaca-se que o índice geral de preços de alimentos da Food and Agriculture
Organization (FAO) foi em termos médios 199,1 pontos em Setembro de 2013, situando-se 12,11 pontos abaixo do valor de
Junho (211,3 pontos). A tendência decrescente deste índice, ao longo do III trimestre e a estabilidade cambial contribuem
para a redução da contribuição dos produtos importados sobre a inflação, principalmente aqueles que fazem parte da
classe da alimentação e bebidas não alcoólicas;
A actividade real da economia manteve-se abaixo da sua média de longo-prazo, tendo-se registado uma ligeira recuperação
a partir da segunda metade do ano. Esta inversão de tendência é coerente com uma maior actividade fiscal e com o
melhoramento do índice de clima económico por parte do empresariado nacional. A informação sobre o índice de produção
industrial homólogo, evolui 3%, indicando uma melhoria em termos da oferta interna. Apesar disto, dados publicados pelo
Banco Mundial ilustram uma retoma do consumo privado, o que pode estar a influenciar a inflação dos serviços (demandpull inflation). A tabela 15 irá mostrar que a contribuição dos serviços para a inflação tem aumentado sistematicamente
quando comparada aos mesmos períodos do ano passado;
No que o sector fiscal e monetário dizem respeito, assistiu-se a uma retoma da actividade do Tesouro, com uma execução
fiscal superior à registada na primeira metade do ano, o que contribuiu para o aumento dos meios de pagamento e da
liquidez do mercado. Ainda assim, o crédito à economia não cresceu de forma significativa tendo a taxa de transformação
se mantido nos 63,7% no final do III trimestre, praticamente inalterada desde o final do segundo trimestre. Do ponto de
vista da actuação coordenada das políticas fiscal e monetária, não se conclui qualquer pressão sobre os preços;
A inflação no último trimestre irá situar-se acima da registada nos trimestres precedentes, reflectindo o factor sazonal de
maior consumo e procura interna. Projecta-se uma taxa de inflação acumulada num intervalo de 1,54% a 2,06% no quarto
trimestre. Há que destacar que a previsão para o trimestre é superior em relação ao registado no período anterior em 0.23
p.p e inferior ao observado no período homólogo do ano passado em 1.05 p.p (2,85%), por sua vez, a inflação homóloga do
trimestre poderá situar-se num intervalo de 7,54% a 8,09%;
O relatório termina com considerações finais sobre a evolução da inflação e com recomendações julgadas pertinentes para
se manter a trajectória descendente da taxa de inflação.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013
•7
A. Economia Internacional
A.1 Actividade Económica
As projecções divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no Relatório World Economic Outlook (WEO) em Outubro
de 2013, apontam para uma revisão em baixa do crescimento económico global em 2013 (2,90%) contra as anteriores
previsões de 3,10% (WEO, Julho de 2013), justificada principalmente pela desaceleração das economias emergentes, por
razões cíclicas (África do Sul, Brasil e Índia, Indonésia, México e Turquia) e factores estruturais que se prendem com a
robustez dos modelos económicos até agora instituídos (China e Rússia). Projectam-se taxas de crescimento real positivo
para a Zona Euro, uma recuperação lenta dos Estados Unidos de América (EUA), e um abrandamento económico dos
países da África Subsariana, reflectindo a sua dependência do ritmo de crescimento da economia mundial.
As economias emergentes e em desenvolvimento, que tinham sido até então o motor da recuperação a nível global,
contribuirão menos para o crescimento da economia mundial. Com efeito, foi reduzida a projecção do crescimento
potencial destas economias, de 5,30% em Julho para 4,50% em Outubro. Especificamente, a Índia e a Rússia foram as
economias emergentes que sofreram maiores revisões em baixa, prevendo-se que cresçam 3,80% e 1,50% em 2013,
contra as projecções para o ano realizadas no trimestre passado, de 5,60% e 2,50%, respectivamente. Ao mesmo tempo,
o crescimento económico da China foi também revisto em baixa, passando de uma previsão de 7,8% para 7,6% em 2013.
Contudo, o FMI prevê ainda que o Brasil cresça 2,5% em 2013, mantendo assim a previsão do II trimestre.
As razões para o crescimento mais fraco divergem entre os mercados emergentes e em desenvolvimento e incluem
contracções e limitações de capacidade orçamental, estabilização ou queda dos preços das commodities no mercado
internacional e redução da procura externa por parte dos países da Zona do Euro e dos EUA.
A África Subsaariana não escapou a esta tendência decrescente, sendo projectada uma desaceleração para 5%, inferior
em 0,2 p.p ao apresentado em Julho. A previsão actual do crescimento económico da SADC é que cresça em média 5,07%
em 2013 e 5,70% em 2014.
O agravamento das perspectivas para a economia mundial tem penalizado os preços das commodities, principalmente do
petróleo, que representa o principal canal de transmissão da evolução da actividade económica de Angola.
No geral, o panorama económico internacional continua a demostrar que a recuperação económica mundial ainda é
débil e vulnerável. Os eventos que mais contribuíram para a incerteza da economia internacional foram, por um lado, a
desaceleração em Agosto de 2013 do índice industrial do Japão, Rússia e Brasil, em -0,2%, -3,9% e -1,2%, respectivamente;
a queda do índice de confiança do consumidor do Brasil em Julho para 105,8 pontos, contra os 110,7 pontos em Junho
de 2013, menos 4,9 pontos, devido à crescente tensão social (manifestações e greves); as tensões geopolíticas no médio
oriente (Síria, Egipto e Líbia); o impasse no congresso norte-americano sobre a aprovação do orçamento em Setembro do
ano corrente e o acordo para elevar o limite máximo da sua dívida pública.
Sendo assim, o WEO de Outubro de 2013 aponta para um crescimento real do PIB mundial de 3,10% em 2013 e 3,60%
para 2014.
8
Tabela 1- Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola
Crescimennto do PIB (em
m percentageem)
Jann'13*
2012
2013
2012
2013
2012
2013
2014
2012
Out'13*
2013
2014
3,20
3,50
3,20
3,30
3,10
3,10
3,80
3,20
2,90
3,60
1,30
1,40
1,20
1,20
1,20
1,20
2,10
1,50
1,20
2,00
EUA
2,30
2,00
2,20
1,90
2,20
1,70
2,70
2,80
1,60
2,60
Reino Unido
-0,20
1,00
0,20
0,70
0,30
0,90
1,50
0,20
1,40
1,90
ZonaEuro
-0,40
-0,20
-0,60
-0,30
-0,60
-0,60
0,90
-0,60
-0,40
1,00
Japão
2,00
1,20
2,00
1,60
1,90
2,00
1,20
2,00
2,00
1,20
Países/Região
Economia Mundial
Economias Avançadas
Economias Emergentes e em
Desenvolvimento
Abr''13*
Jul'13*
5,10
5,50
5,10
5,30
5,10
5,30
5,40
4,90
4,50
4,10
China
7,80
8,20
7,80
8,00
7,80
7,80
7,70
7,70
7,60
7,30
Índia
4,50
5,90
4,00
5,70
3,20
5,60
6,30
3,20
3,80
5,10
Brasil
1,00
3,50
0,90
3,00
0,90
2,50
3,20
0,90
2,50
2,50
Rússia
3,60
3,70
3,40
3,40
3,40
2,50
3,30
3,40
1,50
3,00
Nigéria**
6,30
…
6,30
7,10
6,30
7,20
7,00
6,60
6,20
7,40
África do Sul
2,30
2,80
2,50
2,80
2,50
2,00
2,90
2,50
2,00
2,90
4,86
4,79
4,76
5,13
4,76
4,92
5,70*
4,78
5,07
5,70*
SADC
Fonte: FMI (WEO Update Abril, Julho e Outubro de 2013) e SADC.
*Data em que as projecções foram realizadas.
** Fonte: Regional Economic Outlook, FMI, Outubro de 2013.
A.2 Inflação das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola
De forma a averiguar quais os factores que terão contribuído para a inflação, analisou-se o IPC dos principais parceiros
comerciais de Angola nos últimos 12 meses. Durante o III trimestre de 2013, verificou-se, no global, que as taxas de
inflação das principais economias mundiais desaceleraram.
Nos EUA o IPC passou de 1,8% em Junho de 2013, para 1,2% em Setembro de 2013. Os factores que contribuíram para
a redução do IPC nos EUA, foram os custos de energia que caíram de 0,3% em Julho para 0,2% em Agosto (-0,1 p.p.)
e o preço da gasolina baixou em 0,1% em Agosto.
A inflação da Zona Euro, o principal parceiro comercial de Angola, do ponto de vista das importações (com destaque
para Portugal e Bélgica), reduziu ao passar de 1,6% em Junho de 2013 para 1,1% em Setembro de 2013 (-0,5 p.p.), por
força da desaceleração dos preços dos produtos energéticos, devido também à diminuição da procura agregada e o
ritmo modesto da recuperação económica mundial. Portugal e Bélgica não escaparam à tendência da Zona Euro, tendo
as suas taxas de inflação desacelerado, passando de 1,2% e 1,5% (em Junho de 2013) para 0,1% e 0,9% (Setembro
de 2013), respectivamente.
Nas economias dos BRICS, o IPC registou um comportamento heterogéneo. Enquanto a Índia, o Brasil e a Rússia
registaram ligeiras desacelerações, tendo as suas variações passado de 9,9%, 6,7% e 6,9% em Junho de 2013, para
9,8% 5,9% e 6,1% em Setembro de 2013, respectivamente. Na China e na África do Sul verificou-se uma aceleração
das taxas de inflação de 2,7% e 5,5% em Junho de 2013, para 3,1% e 6,00% em Setembro de 2013, respectivamente.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013
•9
Gráfico 1- Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola
8,0
7,0
6,0
Percentagens
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
EUA
China
Brasil
Set/13
Jul/13
Ago/13
Jun/13
Abr/13
Mai/13
Mar/13
Jan/13
Fev/13
Dez/12
Nov/12
Set/12
Zona Euro
Out/12
Jul/12
Ago/12
Jun/12
Abr/12
Mai/12
Mar/12
Fev/12
Jan/12
0,0
África do Sul
Fonte: FMI e Bloomberg (Outubro de 2013).
A.3 Mercado das Commodities
O III trimestre de 2013 foi marcado por oscilações nos índices de preços das principais commodities, apresentando
uma tendência crescente face ao trimestre anterior com excepção do índice de preços das bebidas. Os índices de
preços, calculado pelo FMI, dos combustíveis (energia) e metais sofreram uma variação positiva de 7,91% e 0,43%,
respectivamente, em relação ao II trimestre de 2013. Enquanto, que o índice de preços das bebidas diminuiu 1,43% no
trimestre em análise em comparação com o trimestre passado.
Gráfico 2 - Comportamento do Índice de preços das Commodities
Índice de Preços das Commodities (2005 = 100)
250
225
200
175
Commodities
Não-petrolíferas
Alimentos e Bebidas
Energia *
Set/13
Jul/13
Mai/13
Mar/13
Jan/13
Nov/12
Set/12
Jul/12
Mai/12
Mar/12
Jan/12
150
Petróleo
Fonte: FMI (Outubro de 2013).
* Índice de preços dos combustíveis (energia), inclui os índices de preços do crude (petróleo), gás natural e carvão.
Em termos médios, o índice geral de preços das commodities, no III trimestre de 2013 situou-se em 179,8 pontos,
tendo sido superior ao verificado no trimestre anterior (173,8 pontos), impulsionado pela subida de 7,91% e 9,00% dos
índices dos combustíveis e do petróleo1. Concretamente, essa subida foi provocada pelo aumento da procura por parte
do Japão, como consequência da paralisação das centrais nucleares, assim como pelo aumento da procura sazonal
em Setembro por causa do calor do Verão e também devido às tensões geopolíticas em redor do mundo árabe (Síria,
Egipto e Líbia).
i) Commodities de Petróleo
De acordo com os dados da OPEP, a procura global de petróleo registou alterações no III trimestre de 2013, tendo
apresentado uma subida de 1,50 milhões de barris/dia face ao trimestre anterior e um aumento face a igual período
1
Importa referir que o índice de combustíveis (energia) representa um peso de 63,1%.
10
de 2012, situando-se em 90,2 milhões barris/dia. A procura de petróleo nos países da OCDE entre o II e III trimestre
de 2013 aumentou ligeiramente 0,4 milhões de barris/dia, enquanto a procura nos países fora da OCDE cresceu 1,1
milhões de barris/dia.
A subida registada na procura global de petróleo, no período em análise, foi contundentemente influenciada pelas
expectativas de recuperação do crescimento da Zona Euro, aumento da procura por parte do Japão (devido ao
encerramento das centrais nucleares), tensões geopolíticas no mundo árabe e com os EUA a exibirem dados positivos
(produção industrial), transmitindo um sinal de recuperação económica.
A Tabela 2 indica que a oferta global de petróleo no III trimestre de 2013 subiu ligeiramente em relação ao trimestre
anterior em cerca de 0,1 milhões de barris, passando de 90,2 milhões de barris/dia no II trimestre de 2013 para 90,3
milhões de barris/dia no III trimestre de 2013.
Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em milhões de barris/dia)
Procura e oferta de petróleo (milhões de barris por dia - mbd)
2012
Petróleo
2013
2014*
1 trim
2 trim
3 trim
4 trim
anual
1 trim
2 trim
3 trim*
4 trim*
anual*
Países da OECD
46,30
45,60
46,00
46,40
45,60
45,80
45,40
45,80
46,00
45,70
Países Fora da OECD
41,80
42,40
43,20
43,70
42,40
43,10
43,60
44,40
44,90
44,00
45,30
88,10
88,00
89,20
90,10
88,00
88,90
89,00
90,20
90,90
89,70
90,80
Países da OPEP
31,20
31,50
31,20
30,60
31,20
30,20
30,60
30,40
…
…
…
Países Fora da OPEP
53,20
52,60
52,30
53,70
53,00
53,90
53,80
54,10
54,50
54,10
55,30
Procura Global
OPEP Gás Natural**
Oferta Global
45,50
5,60
5,70
5,80
5,90
5,70
5,80
5,80
5,80
5,90
5,80
5,90
90,00
89,8
89,4
90,3
89,90
89,80
90,20
90,30
...
...
...
Fonte: Fonte: Relatório da OPEP (Outubro de 2013).
*Previsões realizadas pela OPEP para o 3T 2013, 4T 2013, Ano 2013 e Ano 2014.
**Óleos não convencionais.
O aumento da oferta trimestral acima referido deveu-se sobretudo ao aumento de 0,3 milhões de barris/dia na oferta
dos países fora da OPEP, comparado com o trimestre passado. Enquanto que a oferta dos países da OPEP tive uma
diminuição de 0,2 milhões de barris/dia face ao trimestre anterior. Dados preliminares sobre a oferta da OPEP no III
trimestre de 2013, indicam uma diminuição na produção dos seguintes países: Iraque, Líbia e Irão.
No que toca aos preços do petróleo, observou-se, em termos trimestrais, um aumento do preço Brent, WTI e Ramas
angolanas de 7,65%, 5,62% e 7,63%, respectivamente. Mas, em termos mensais (de Agosto para Setembro),
constatou-se uma inversão das tendências dos preços do WTI e das ramas angolanas em termos médios, -5,03% e
-6,67%, respectivamente.
Gráfico 3 - Evolução dos preços do petróleo (Janeiro/2011 – Setembro/2013)
130
120
110
100
90
Fonte: Bloomberg (Outubro de 2013).
WTI
Set-13
Jul-13
Ago-13
Jun-13
Abr-13
Mai-13
Fev-13
Mar-13
Jan-13
Dez-12
Nov-12
Set-12
Out-12
Jul-12
Ago-12
Jun-12
Abr-12
Mai-12
Fev-12
Mar-12
Jan-12
Dez-11
Nov-11
Set-11
Brents
Out-11
Jul-11
Ramas Angolanas
Ago-11
Jun-11
Abr-11
Mai-11
Mar-11
Fev-11
Jan-11
80
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •11
Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2013
Preços de Petróleo
de Referência
BRENT
WTI
Ramas angolanas
Jan/13
$112,32
$94,83
$111,66
I Trim 2013
Fev/13
Mar/13
$116,07
$109,54
$94,83
$92,96
$114,61
$106,81
Abr/13
$103,43
$92,07
$100,59
II Trim 2013
Mai/13
Jun/13
$103,28
$103,34
$94,81
$95,80
$102,19
$102,68
III Trim 2013
Estimativas
Jul/13
Ago/13
Set/13
2013
$107,43
$110,45
$111,25
$108,42
$104,70
$106,54
$101,18
$98,14
$107,84
$111,25
$110,51
…
Trim
7,65%
5,62%
7,63%
Variações
Acum. Anual 12 Meses
1,88%
-1,58%
14,65%
7,00%
1,58%
-1,44%
Fonte: Bloomberg (Brent e WTI) e DES/BNA (Ramas angolanas)
ii) Commodities Alimentares
No Gráfico 4 pode-se observar que o índice geral de preços de alimentos da Food and Agriculture Organization (FAO)
foi em termos médios 199,1 pontos em Setembro de 2013, situando-se 12,11 pontos abaixo do valor de Junho (211,3
pontos), mas a 46,83 pontos a mais do que em Setembro de 2012. Ao longo do trimestre, observou-se uma diminuição
do índice dos bens alimentares, quer em Julho e Agosto, quer em Setembro.
A diminuição do índice geral de preços dos alimentos foi influenciada pela queda de 16,05% do preço dos cereais
(sobretudo, pela redução dos preços do milho e arroz) com expectativas de forte crescimento produtivo este ano, ao
passo que o preço do trigo manteve-se inalterado devido à redução da procura e à menor perspectiva de produção no
hemisfério sul.
Gráfico 4 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004)
230
350
300
220
250
210
200
150
índice de bens alimentares (lado esquerdo)
índice de preços da carne (lado direito)
índice de preços dos laticínios (lado direito)
índice de preços do óleo (lado direito)
Set/13
Jul/13
Ago/13
Jun/13
Abr/13
Mai/13
Mar/13
Jan/13
Fev/13
Dez/12
Nov/12
Set/12
Out/12
Jul/12
Ago/12
Jun/12
Abr/12
Mai/12
Mar/12
Jan/12
Fev/12
200
índice de preços dos cereais (lado direito)
índice de preços do açúcar (lado direito)
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union (Outubro de 2013).
Como se pode observar na Tabela 4, o declínio no trimestre reflecte uma queda de 4,15%, 16,05% e 4,75% no preço
dos bens alimentares, dos cereais e do óleo, respectivamente. Por outro lado, os últimos dados sugerem que no
trimestre em análise os preços internacionais da carne, dos lacticínios e do açúcar cresceram 2,37%, 1,89% e 1,61%,
respectivamente.
Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares
Alimentos
Índice de preços dos bens alimentares
Índice de preços da carne
Índice de preços dos lacticínios
Índice de preços dos cereais
Índice de preços do óleo
Índice de preços do açúcar
Jan/13
213,27
184,32
210,60
244,01
200,32
267,83
I Trim 2013
Fev/13
212,78
186,38
210,63
241,08
201,83
259,18
Mar/13
214,7
185,2
227,8
240,5
196,7
262,0
abr/13
216,5
186,6
256,6
230,7
194,0
252,6
II Trim 2013
mai/13
214,4
180,0
252,5
234,8
194,3
250,1
Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Union (Outubro de 2013).
* Dados efectivos revistos.
jun/13
211,9
179,7
246,3
232,3
193,5
242,6
jul/13*
207,5
179,4
243,7
222,3
186,7
239,0
III Trim 2013
Ago/13*
Set/13*
204,6
203,1
182,4
184,0
248,2
251,0
206,8
195,0
181,8
184,3
241,7
246,5
Trim
-4,15%
2,37%
1,89%
-16,05%
-4,75%
1,61%
Variações
Acum. Anual 12 Meses
-3,62%
-5,84%
2,49%
5,17%
27,55%
33,72%
-22,00%
-25,72%
-6,24%
-18,00%
-10,05%
-13,12%
12
B. Relações com o Exterior
Relativamente à evolução da taxa de câmbio, usa-se como referência o dólar norte-americano (moeda de liquidação das
importações angolanas) contra o euro (moeda única da União Europeia de onde provêm a maior parte das importações
angolanas). Paralelamente, é analisada a evolução entre o dólar norte-americano e algumas moedas de economias
emergentes, tais como o Renmimbi chinês, o Real brasileiro e o Rand sul-africano (moedas relevantes na estrutura de
importações de Angola).
B.1 Mercados Cambiais Internacionais
No III trimestre de 2013, tanto o Euro, quanto o Real brasileiro e o Renminbi chinês apreciaram-se face ao Dólar norteamericano em 3,94%, 0,11% e 0,16%, respectivamente. Por sua vez, o Rand sul-africano depreciou-se face à moeda
norte-americana, tendo apresentado uma variação de 1,66%.
Gráfico 5 - Mercado Cambial Internacional
USD/EUR
6,45
Renminbi/USD
6,4
0,82
6,35
0,8
6,3
0,78
02/06/13
02/07/13
01/08/13
31/08/13
30/09/13
01/08/13
31/08/13
30/09/13
03/05/13
03/04/13
04/03/13
02/02/13
03/01/13
04/11/12
04/12/12
05/10/12
05/09/12
RAND/USD
10,5
2,5
10
2,3
9,5
2,1
9
1,9
8,5
8
1,7
03/05/13
03/04/13
04/03/13
02/02/13
03/01/13
04/12/12
04/11/12
05/10/12
05/09/12
06/08/12
07/07/12
07/06/12
08/05/12
08/04/12
09/03/12
7
08/02/12
7,5
09/01/12
08/02/12
09/03/12
08/04/12
08/05/12
07/06/12
07/07/12
06/08/12
05/09/12
05/10/12
04/11/12
04/12/12
03/01/13
02/02/13
04/03/13
03/04/13
03/05/13
02/06/13
02/07/13
01/08/13
31/08/13
30/09/13
1,5
06/08/12
11
02/07/13
REAL/USD
02/06/13
2,7
07/07/12
6,1
07/06/12
0,7
08/05/12
6,15
08/04/12
0,72
09/03/12
6,2
09/01/12
08/02/12
09/03/12
08/04/12
08/05/12
07/06/12
07/07/12
06/08/12
05/09/12
05/10/12
04/11/12
04/12/12
03/01/13
02/02/13
04/03/13
03/04/13
03/05/13
02/06/13
02/07/13
01/08/13
31/08/13
30/09/13
0,74
08/02/12
0,76
09/01/12
6,25
09/01/12
0,84
Fonte: Bloomberg (Outubro de 2013).
Especificamente, as razões que justificam de alguma forma a apreciação do euro face ao dólar (3,94%) no III trimestre
de 2013, prendem-se com a divulgação de indicadores económicos positivos da Zona Euro, designadamente: a melhoria
do PMI compósito de 48,7 pontos no II trimestre de 2013 para os 52,4 observados no III trimestre de 2013; o aumento do
Índice ZEW (de sentimento económico) na Zona Euro de 32,8 pontos no trimestre anterior para os actuais 59,1 pontos;
por fim, houve uma melhoria do saldo da conta corrente da UE a 27 países, correspondendo a um aumento de 12% no
III trimestre face aos 9,9% no trimestre passado.
A recente valorização do real em relação ao dólar norte-americano resultou de operações do Banco Central do Brasil
(BACEN) para conter a alta do dólar. O grande aliado do BACEN nessa tarefa foi a quebra de expectativas no mercado
americano em relação ao abandono do “quantitative easing” perante a possível melhoria das economias avançadas,
nomeadamente o mercado norte-americano2.
A moeda chinesa (Renminbi) também registou apreciações no período em análise, em resultado da depreciação do dólar,
2
Na realidade a acção do Bacen foi de contar a desvalorização do real devido à saída de dólares norte-americanos via mercados financeiros, nomeadamente em Julho e Agosto.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •13
que ficou condicionado pela política monetária da Reserva Federal norte-americana em manter baixas taxas de juro,
devido também à divulgação do índice de gestão de compras (PMI) oficial do sector industrial chinês e das promessas
do Governo em comprometer-se com as reformas estruturais com vista a estabilizar o crescimento económico.
Em oposição, o Rand sul-africano (ZAR) em Setembro de 2013 depreciou-se face ao dólar norte-americano, após
ter reagido negativamente aos níveis de produção da agricultura e do sector mineiro que diminuíram 3,7% e 5,7%,
respectivamente; e também após dados mostrarem que a tensão social continua no sector mineiro e automóvel.
B.2 Taxas de câmbio AKZ/USD nos diversos mercados
No III trimestre de 2013 verificou-se uma depreciação do Kwanza em relação ao dólar nos mercados, primário e
secundário (de notas e divisas). Contudo, a moeda nacional apreciou-se no mercado informal e nas casas de câmbio,
conforme Tabela 5.
Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio
I Trim 20113
Jan/13
Fev/13
II Trim 2013
Mar/13
Abr/13
Mai/13
IIII Trim 20113V
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
3V ariações
Trim.
Acum. Anual
12 Meses
Mercado Primário (Taxa Referência)
Compra
95,700
95,722
95,744
95,805
95,928
96,086
95,710
95,670
97,151
1,109%
1,636%
2,069%
Venda
96,179
96,201
96,223
96,284
96,408
96,566
96,189
96,149
97,636
1,108%
1,635%
2,068%
Média
95,940
95,962
95,984
96,045
96,168
96,326
95,950
95,910
97,393
1,108%
1,635%
2,068%
Bancos (Divisas)
Compra
95,788
95,428
95,195
95,532
95,581
95,864
96,177
96,116
97,453
1,658%
2,073%
2,506%
Venda
98,993
98,995
99,080
99,194
99,231
99,375
98,864
98,551
99,014
-0,363%
0,142%
0,702%
Média
97,391
97,211
97,138
97,363
97,406
97,619
97,520
97,333
98,234
0,630%
1,092%
1,589%
Bancos (Notas)
Compra
95,566
95,173
95,784
95,519
95,375
95,980
96,581
95,464
96,980
1,042%
0,703%
2,260%
Venda
99,110
99,310
99,219
99,418
99,509
99,517
99,322
99,224
100,624
1,112%
1,599%
1,991%
Média
97,338
97,242
97,502
97,468
97,442
97,749
97,951
97,344
98,802
1,078%
1,157%
2,123%
Mercado Informal (Notas)
Compra
103,000
105,000
104,167
104,167
102,833
102,000
100,500
100,333
100,167
-1,797%
-2,435%
-1,151%
Venda
107,167
108,000
107,167
107,167
106,750
105,500
103,667
103,500
102,917
-2,448%
-3,816%
-1,984%
Média
105,083
106,500
105,667
105,667
104,792
103,750
102,083
101,917
101,542
-2,128%
-3,140%
-1,575%
-0,503%
Casas de Câmbio
Compra
100,300
100,850
101,300
101,300
100,980
100,950
100,300
99,250
99,000
-1,932%
-0,669%
Venda
102,750
103,630
104,320
104,420
104,430
103,830
103,830
102,340
102,145
-1,623%
-0,287%
0,240%
Média
101,525
102,240
102,810
102,860
102,705
102,390
101,710
100,795
100,573
-1,775%
-0,475%
-0,126%
Fonte: BNA/DMA/DSI/DES.
*Informação obtida a partir do SSIF.
*Até Março de 2013, as taxas do mercado secundário foram calculadas com base no método manual.
A taxa de câmbio nominal do Kwanza relativamente ao dólar norte-americano, adoptou um comportamento diferente,
ao longo do III trimestre, daquele que se vinha observando ao longo dos últimos anos. Ao passo que, até ao início do III
trimestre de 2013, era habitual ver um movimento contínuo de depreciação da moeda nacional nos mercados primário
e secundário, passou-se a registar movimentos de apreciação e depreciação da taxa de câmbio ao longo do período em
análise conforme demostra o gráfico em baixo, comportamento que se mantém actualmente.
14
0,024
0,0225
0,021
0,0195
0,018
0,0165
0,015
0,0135
0,012
0,0105
0,009
0,0075
0,006
0,0045
0,003
0,0015
0
-0,0015
-0,003
-0,0045
-0,006
-0,0075
-0,009
-0,0105
41275
41282
41289
41296
41303
41310
41317
41324
41331
41338
41345
41352
41359
41366
41373
41380
41387
41394
41401
41408
41415
41422
41429
41436
41443
41450
41457
41464
41471
41478
41485
41492
41499
41506
41513
41521
41530
41542
41551
41562
41571
41582
41592
Gráfico 6 - Comportamento da Taxa de Câmbio Média do Mercado Primário
Var. Diária da Taxa de Câmbio
Var.Acumulada da Taxa de Câmbio
Fonte: BNA
O início do comportamento já referido da taxa de câmbio coincide com a entrada em vigor da Fase 3 do Novo Regime
Cambial do Sector Petrolífero, no dia 1 de Julho. Desde esse dia que o BNA deixou de ser o único fornecedor de divisas
ao mercado, passando os bancos comerciais a comprarem moeda estrangeira às empresas operadoras petrolíferas.
Com efeito, o gráfico em baixo ilustra que desde a implementação da Fase 3 do Novo Regime Cambial do Sector
Petrolífero, no dia 1 de Julho, semanas houve em que os bancos comerciais compraram mais divisas às operadoras
petrolíferas do que ao BNA.
Gráfico 7 - Compra de Divisas pelos Bancos Comerciais
100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Fonte: BNA
COMPRA AO BNA
21-25/10/2013
01-08/11/2013
07-11/10/2013
23-30/09/2013
09-13/09/2013
26-30/08/2013
12-16/08/2013
29-31/07/2013
15-19/07/2013
01-05/07/2013
17-21/06/2013
03-07/06/2013
20-24/05/2013
02-10/05/2013
15-19/04/2013
01-05/04/2013
25-28/03/2013
04-08/03/2013
1 de Julho
COMPRA AOS CLIENTES
A taxa de câmbio do Kwanza com relação ao dólar norte-americano passou a variar de acordo com a procura e oferta.
Nos primeiros seis meses do ano, a taxa de câmbio nominal média do mercado primário depreciou 0,51%. Após a
implementação da Fase 3 do Novo Regime Cambial do Sector Petrolífero, no dia 1 de Julho, depreciou 1,27%. Sendo
assim, até ao dia 14 de Novembro, esta taxa de câmbio havia depreciado, em termos anuais, 1,82%. Embora a oferta de
moeda estrangeira tenha aumentado, ainda assim mantém-se o sentido de depreciação da moeda nacional, indicando
portanto que a procura por divisas continua a ser maior do que a oferta. As estimativas de crescimento económico do
sector não-petrolífero, de acordo com o Ministério do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, apontam para 6,5%
em 2013 comparativamente a 5,6% em 2012. Essa aceleração reflectiu-se no nível das importações.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •15
Gráfico 8 - Evolução Mensal das Importações
3.500,00
3.000,00
2.500,00
2.000,00
1.500,00
1.000,00
500,00
Importações (Valor FOB) - Milhões de USD
jul-13
set-13
mai-13
jan-13
mar-13
nov-12
jul-12
set-12
mai-12
jan-12
mar-12
nov-11
jul-11
set-11
mai-11
jan-11
mar-11
nov-10
jul-10
set-10
mai-10
jan-10
mar-10
nov-09
jul-09
set-09
mai-09
jan-09
mar-09
0,00
Linear (Importações (Valor FOB) - Milhões de USD)
Fonte: BNA
O Gráfico em cima mostra que as importações têm seguido uma tendência crescente ao longo dos últimos exercícios,
coerente com o crescimento da economia. As importações médias mensais atingiram um valor de USD 1.960,47 milhões
no III trimestre de 2013, superior em 53,06% quando comparado ao III trimestre de 2012 (USD 1.280,85 milhões). A
média de importações mensais do III trimestre foram também superiores à do I semestre (USD 1.847,12 milhões)
em 6,14%. Portanto, o crescimento económico, de uma forma geral, e o aumento das importações, de uma forma
particular, têm contribuído para o aumento da procura por divisas no mercado primário e secundário.
B.3 Comércio Externo e Reservas Internacionais
No III trimestre de 2013, as transacções com o resto do mundo resultou num aumento do saldo da Conta de Bens em
4,91% face ao trimestre anterior, devido, sobretudo, a uma subida dos preços das ramas angolanas. A aceleração
das exportações foi inferior à aceleração do valor das importações (FOB), de 8,14% contra 15,03%. Especificamente,
no lado das importações, observou-se um aumento da categoria dos combustíveis (7,60%), da categoria de veículos
automóveis com 32,70% e de reactores nucleares, etc. registando uma variação de 39,19%.
Tabela 6 - Saldo da Conta de Bens (II Trimestre 2012 e III Trimestre 2013)
em milhões USD
2013
2012
Iº Trim
Exportações
Importações
Conta de Bens
Exportações
Importações
Conta de Bens
IIº Trim
Jul
Ago
Set
IIIº Trim
Var.
Trimestral
Montante
Acumulado
Var. 12
Meses
…
19 446,73
16 894,67
5 181,66
6 148,39
5 398,74
16 728,80
-0,98%
53 070,20
6 532,13
5 655,92
2 004,39
1 832,85
1 851,92
5 689,17
0,59%
17 877,22
…
12 914,60
11 238,75
3 177,27
4 315,54
3 546,82
11 039,63
-1,77%
35 192,98
…
17 140,50
16 012,25
5 659,60
5 938,23
5 718,53
17 316,35
8,14%
50 469,09
5,92%
5 219,97
5 112,95
2 080,67
2 040,01
1 760,73
5 881,42
15,03%
16 214,33
-4,92%
11 920,53
10 899,30
3 578,92
3 898,21
3 957,80
11 434,93
4,91%
34 254,76
11,59%
Fonte: DES/BNA
No III trimestre comparativamente com o trimestre anterior observou-se uma aceleração das importações provenientes
dos principais parceiros comerciais de Angola, destacando-se os EAU (69,44%), EUA (40,83%), Portugal (31,49%) e o
Brasil (20,37%). Contudo, relativamente aos últimos 12 meses, observou-se uma redução das importações provenientes
dos principais parceiros de Angola, com excepção da China, que acelerou em cerca de 6,09% (ver Gráfico 9).
16
Gráfico 9 - Países de origem das importações angolanas
400
300
200
100
Portugal
Bégica
China
Eua
Brasil
África Do Sul
Set-13
Ago-13
Jul-13
Jun-13
Mai-13
Abr-13
Mar-13
Jan-13
Fev-13
0
Emirados Árabes
Fonte: DES/BNA (Outubro 2013).
Em termos acumulados desde o início do ano, Portugal continua a representar o maior peso das importações angolanas
por países (17,88%), a seguir a China (12,02%) e em terceiro lugar a Bélgica (5,79%).
Tabela 7 - Peso das importações angolanas por país de origem
2013
Portugal
Bélgica
China
EUA
Brasil
África do Sul
18,94%
16,15%
18,46%
17,88%
6,11%
5,67%
5,60%
5,79%
14,33%
10,79%
11,04%
12,02%
5,34%
4,49%
5,50%
5,13%
5,83%
4,65%
4,87%
5,11%
3,92%
4,43%
4,52%
4,30%
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
Acumulado 2013
Emirados
Árabes Unidos
4,28%
3,39%
4,99%
4,26%
Fonte: DES/BNA (Outubro 2013).
Do lado das exportações, no III trimestre, registou-se uma aceleração de 8,14%, impulsionada pelo aumento das
exportações petrolíferas em 3,43%, derivado da subida dos preços do petróleo bruto. Registou-se igualmente um
aumento das exportações de diamantes em 11,99%, sobretudo em resultado do aumento das quantidades exportadas.
As reservas internacionais líquidas (RIL) atingiram os 36.055,60 milhões de dólares norte-americanos em Setembro de
2013, um aumento de 1,99% face ao mês anterior e um aumento de 4,19% em relação ao trimestre passado, o que
pode ser explicado pela subida dos preços do petróleo bruto, tendo as exportações petrolíferas crescido 3,43%.
Gráfico 10 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas
37.000,00
Fonte: DES/BNA
34.723,39
35.657,55
35.426,96
36.055,60
Jun/13
Jul/13
Ago/13
Set/13
35.390,69
Abr/13
Mai/13
34.626,86
Mar/13
33.394,99
Jan/13
34.419,25
33.041,39
Dez/12
Reservas Brutas
Fev/13
32.901,59
25.000,00
Nov/12
27.000,00
32.461,51
29.000,00
Out/12
31.000,00
33.009,42
33.000,00
36.672,49
35.000,00
Set/12
em milhões de USD
39.000,00
Reservas Internacionais Líquidas (RIL)
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •17
Tabela 8 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas
Set/12
Reservas Brutas
Reservas Internacionais
Líquidas
Ouro
Disponibilidades
Aplicações
Obrigações de curto prazo
Dez/12
Jan/13
I Trimestre 2013
Fev/13
Mar/13
Abr/13
Milhões de USD
II Trimestre 2013
Mai/13
Jun/13
III Trimestre 2013
Ago/13
Set/13
Jul/13
Trim
Variações
Acum. Anual 12 Meses
33 009,42
33 041,39
33 394,99
34 419,25
34 626,86
35 390,69
36 672,49
34 723,39
35 657,55
35 426,96
36 055,60
3,84%
9,12%
9,23%
30 042,62
30 638,91
30 995,36
32 020,17
32 276,38
32 997,64
34 385,44
32 443,13
33 368,64
33 143,72
33 803,74
4,19%
10,33%
12,52%
101 360,56
295 716,96
2 700 302,75
-230 803,39
95 221,48
181 766,33
2 889 236,14
-230 219,43
94 604,02
88 240,33
3 021 071,01
-230 220,27
94 625,72
197 695,74
3 010 618,20
-230 220,43
90 891,65
157 660,06
3 075 072,68
-225 607,86
84 131,26
237 997,56
3 076 969,82
-229 840,16
80 805,61
148 536,41
3 297 378,21
-219 940,94
68 247,80
148 536,41
3 131 596,07
-219 613,46
74 432,57
144 400,23
3 206 084,59
-219 629,80
79 451,74
84 741,39
3 238 575,54
-219 395,92
76 738,37
177 237,62
3 257 604,75
-219 315,96
12,44%
19,32%
4,02%
-0,14%
-19,41%
-2,49%
12,75%
-4,74%
-24,29%
-40,07%
20,64%
-4,98%
Fonte: DES/BNA
Segundo dados recentes, o rácio de cobertura das reservas cambiais atingiu os 8,59 meses de importação em Setembro
de 2013, contra o rácio de 8,3 meses de importações em Junho de 2013, contribuindo assim para mitigar eventuais
choques externos, nomeadamente em relação a variações do preço do petróleo nos mercados internacionais.
C. O Estado da Economia Nacional
C.1 Indicador de Clima Económico
Este capítulo pretende analisar a situação económica actual na óptica das expectativas dos agentes económicos,
através do Indicador de Confiança calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), medindo a percepção dos
empresários sobre o desempenho dos sectores da economia num determinado período que se pretende de curto prazo,
neste caso, trimestral.
Gráfico 11 - Indicador do Clima Económico IT 2011- II T 2013
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
10
10
10
10
2011-II
2011-III
10,1
10
10
11
13
12
2013-II
2013-I
Média
2012-IV
2012-II
ICE
2012-III
2012-I
2011-IV
2011-I
5
De acordo com os dados disponibilizados pelo INE, apesar do desfavorecimento do clima económico, o indicador
manteve o crescimento verificado nos trimestres anteriores, tendo apresentado uma evolução positiva relativamente
ao período homólogo, no II trimestre de 2013.
C.1.1. Indústria Transformadora
Gráfico 12 - Indicador de Confiança Indústria Transformadora IT 2011- IIT 2013
30
25
18
20
15
14
13
17
15
19
14
15
9
10
11
Fonte: INE
IC Indústria Transf.
Média
2013-II
2013-I
2012-IV
2012-III
2012-II
2012-I
2011-IV
2011-III
2011-II
0
2011-I
5
18
Segundo o Boletim do INE, apesar do indicador de confiança no sector da indústria transformadora permanecer abaixo
da média da série, contrariou o decréscimo ocorrido no período anterior ao II trimestre de 2013, devido ao facto de
menos empresas sentirem constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em relação ao período homólogo.
Relativamente às limitações nas actividades das empresas do sector, o número de empresas a registar limitações foi
menor quando comparado ao período homólogo. Foram registados como principais constrangimentos a falta de água,
energia e o elevado absentismo mão-de-obra. Adicionalmente, dificuldades financeiras e a falta de matéria-prima e
mão-de-obra especializada, também limitaram a actividade das indústrias transformadoras.
C.1.2 Construção
Gráfico 13 - Indicador de Confiança Construção IT 2011- IIT 2013
0
-4
-5
-10
-15
-20
-6
-10
-20
-17,3
-18
-15
-15
-25
-25
-23
-30
-35
IC Construção
2013-II
2013-I
2012-IV
2012-III
2012-II
2012-I
2011-IV
2011-III
2011-I
2011-II
-37
-40
Média
Fonte: INE
Apesar da conjuntura desfavorável e da evolução negativa do indicador em relação II trimestre de 2012, os empresários
deste sector continuam a mostrar sinais de optimismo, tendo a perspectiva de actividade para o sector evoluído
positivamente desde o I trimestre de 2013.
No que concerne às limitações da actividade, verificou-se que no segundo trimestre de 2013 menos empresas
construtoras sentiram limitações no desenvolvimento das suas actividades, em relação ao período homólogo.
Entre as principais dificuldades estiveram a insuficiência da procura, o elevado nível de taxas de juro, assim como as
dificuldades financeiras. Adicionalmente, o elevado absentismo da mão-de-obra, a deterioração das perspectivas de
venda e o excesso de regulamentações estatais e burocracias limitaram a actividade das empresas construtoras.
C.1.3 Comércio
Gráfico 14 - Indicador de Confiança Comércio IT 2011- IIT 2013
26
24
24
23
22
20
18
16
15,5
14
12
14
12
12
IC Comércio
2013-II
2013-I
2012-IV
2012-III
2012-II
2012-I
2011-IV
2011-III
2011-I
10
13
16
13
12
2011-II
16
Média
Fonte: INE
O indicador de confiança para o sector do comércio continua favorável, dada a sua evolução positiva em relação ao período
homólogo, permanecendo acima da linha média da série.
No segundo trimestre de 2013, registou-se um número menor de empresas comerciais com constrangimentos na realização
da sua actividade, relativamente ao período homólogo. As dificuldades em encontrar pessoal com formação apropriada, o
excesso de burocracia e o elevado absentismo dos trabalhadores, estiveram entre os maiores constrangimentos. Outras
limitações para a actividade do sector foram a procura insuficiente e as dificuldades financeiras.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •19
C.1.4 Transportes
42
2012-IV
27
IC Transportes
Fonte: INE
42
2013-II
36
38
2013-I
35
2012-III
2011-IV
25
2012-I
26
2011-III
22
32
2011-II
32,5
2011-I
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
2012-II
Gráfico 15 - Indicador de Confiança Transportes IT 2011- IIT 2013
Média
A conjuntura económica no sector dos transportes manteve a tendência ascendente desde os últimos cinco trimestres
consecutivos, situando-se acima da linha da média da série e, como tal, apresentando um clima favorável, que se deve
essencialmente à actividade actual e boas perspectivas de emprego nos próximos três meses.
Para além disso, assim como nos outros sectores, as empresas transportadoras tiveram menos limitações de actuação
no II trimestre de 2013, em relação ao período homólogo. Os principais constrangimentos estiveram associados às
dificuldades financeiras, à concorrência, à falta de pessoal qualificado, onde o excesso de burocracia e a procura
insuficiente também limitaram as actividades das empresas do sector de transportes.
C.1.5 Turismo
Gráfico 16 - Indicador de Confiança Turismo IT 2011- IIT 2013
Fonte: INE
10
2
-2
-2
-2
-1
-4
IC Turismo
2013-II
2013-I
2012-IV
2012-III
2012-II
2012-I
-8
2011-IV
-7
2011-III
2011-II
-6
2011-I
12
10
8
6
4
2
0
-2
-4
-6
-8
-10
Média
O indicador de confiança do sector turismo manteve a tendência ascendente do trimestre anterior, situando-se acima
da linha da média da série, no II trimestre de 2013.
Da mesma forma se verificou uma evolução favorável em relação ao período homólogo, que segundo a opinião dos
empresários, foi devido ao aumento da actividade das empresas.
No que respeita as limitações da actividade no sector, a insuficiência da procura, as dificuldades financeiras e de
pessoal com formação apropriada estiveram entre os principais constrangimentos. Igualmente, o elevado absentismo
do pessoal ao serviço, o excesso de burocracia também limitaram as actividades do sector de turismo.
20
C.1.6 Indústria Extractiva
Gráfico 17 - Indústria Extractiva 2010-2012
30
25
18
18
2013-I
18
20
2012-IV
25
15
15
12,5
10
11
9
IC Extractiva
Fonte: INE
2013-II
2012-III
2012-II
2012-I
2011-IV
2011-III
2011-II
-5
-1
2011-I
0
8
4
5
Média
Na indústria em análise constatou-se que, no II trimestre de 2013, o indicador de confiança manteve a tendência
evolutiva dos trimestres anteriores, tendo-se situado no ponto mais elevado desde o início da série.
Registou-se igualmente uma tendência positiva face ao trimestre homólogo devido ao aumento da produção e boas
perspectivas de exportação.
As maiores limitações registadas foram a falta de mão-de-obra especializada e frequente avaria nos equipamentos
mecânicos. Verificou-se ainda que o excesso de regulamentações estatais, o elevado absentismo da mão-de-obra, e a
falta de produtos intermédios e energéticos, limitaram igualmente a actividade das indústrias extractivas.
C.2. Índice de produção industrial II trimestre
O Índice de Produção Industrial (IPI) abaixo apresentado tem como ano base o ano de 2002 e espelha a evolução da
actividade industrial realizada no país no IIº Trimestre do ano de 2013.
Conforme podemos verificar na tabela abaixo, o Índice de Produção Industrial evoluiu positivamente em relação ao
trimestre homólogo de 2012 (3,4%), sendo as Indústrias das bebidas e do tabaco as que mais se destacam, com uma
variação de 45,9% também em relação ao trimestre homólogo de 2012.
Ainda no que respeita às Indústrias transformadoras, é de salientar os IPI’s das indústrias da Madeira e de Fabric. de
Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros, com variações na ordem dos 25,9% e 21,1%, respectivamente. Por último, o
índice da Produção e Distrib. De Elect., Gás e Água registou uma variação positiva de 66,9%.
Tabela 9 - Índice de Produção Industrial (2002=100)
Índice
Ponderadores 2002
CDE
100,0
198,5
205,2
3,4
C
94,0
191,1
190,9
-0,1
111-112
14231
140
D
88,9
3,9
1,2
5,9
191,2
163,9
695,9
254,2
190,9
164,4
692,3
303,0
-0,1
0,3
-0,5
19,2
Indústrias alimentares das bebidas e do Tabaco
Indústrias Alimentares
Indústrias das Bebidas e do Tabaco
15-16
151-154
155-160
2,6
2,0
0,6
309,7
291,7
364,7
372,3
323,3
532,1
20,2
10,8
45,9
Fabricação de texteis, Vestuário e Calçado
Indústrias de Madeira
Fabric. Pastas de Papel, Edição Impressão
Fabric. de Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros
Indústrias Metalúrgicas
Fabric. de Maquinas, Equipamn e Aparelhos
Fabricação de Mobiliário
17-19
20
21-22
23-26
27-28
0,3
0,4
0,8
1,5
2,3
214,6
136,3
147,2
202,3
342,7
183,8
171,6
154,8
245,0
207,0
-14,3
25,9
5,2
21,1
-39,6
29-35
36
4,6
0,6
357,3
193,9
361,8
197,3
1,3
1,8
ipi_IIº Trim 12
Indústria to
ta l
Indústrias Extractivas
Petróleo, Gás e Serviços
Diamantes
Resto Indústrias Extractivas
Indústrias Transformadoras
ipi_IIº Trim 13
E
0,1
358,9
599,0
66,9
40
41
0,0
0,0
296,4
474,4
400,2
876,7
35,0
84,8
(A1)
A2)
6,9
4,1
214,5
314,5
239,2
388,1
11,5
23,4
Produtos de Energia (A4)
89,0
190,7
192,6
1,0
Produção e Distrib. de Elect., Gás e Água
Electricidade, Gás, Vapor
Tratamento de Água
Bens Intermédios
Bens de Consumo(
Fonte: INE
Var. % com
relação ao
trimestre homólogo
Código CAE
Designação
De salientar que de acordo com os resultados do inquérito, o Índice de Produção Industrial registou um crescimento no
IIº trimestre do ano 2013 relativamente ao trimestre homólogo do ano 2012, na ordem dos 3,4%. O Número de Pessoas
ao Serviço assim como as Horas Trabalhadas registram variações positivas de 40,8% e 15,2% respectivamente neste
período em análise, comparativamente com o trimestre homólogo do ano 2012.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •21
Tabela 10 - Índices Gerais por Trimestre Homólogo
Designação
Índices Gerais por Trimestres
II trim_12
II trim_13
Variação
Produção Industrial
198,5
205,2
3,4
Pessoal ao serviço
106,3
149,6
40,8
Horas Trabalhadas
122,3
140,9
15,2
Fonte: INE - Inquérito à Produção Industrial de 2013
Os bens que tiveram maior crescimento comparativamente aos Bens Intermédios e de Produtos de Energia foram os
Bens de Consumo (23,4%), comparados com o trimestre homólogo do ano 2012.
Tabela 11 - Índice de Produção Industrial por Tipo de Bens
Designação
Índice
II trim_12
II trim_13
Variação
Bens Intermédios
214,5
239,2
11,5
Bens de Consumo
314,5
388,1
13,4
Produtos de Energia
190,7
192,6
1,0
Fonte: INE - Inquérito à Produção Industrial de 2013
C.3. Projecções do PIB
De acordo com as projecções feitas pelo Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial para o PIB de
2013, este será de Kz 11.764 mil milhões, o que representa um valor superior àquele que tinha sido estimado para o
ano anterior (Kz 10.876 mil milhões). Estas mesmas projecções indicam um aumento do volume do PIB não petrolífero
de cerca de Kz 1.018,3 mil milhões, comparativamente a 2012.
Relativamente à taxa de crescimento real do PIB, foi projectada uma taxa de 5,1%, para 2013, o que representa uma
diminuição de 0,1 p.p. face ao ano anterior. É notável o crescimento previsto para o sector não petrolífero de 6,5%.
De referir ainda que, de acordo com estas projecções, a estrutura percentual do PIB se alterou, tendo o petróleo
diminuído a sua contribuição para 43,00% do PIB, 3,9 p.p. abaixo do valor estimado para o ano anterior, enquanto os
serviços mercantis registaram um aumento da sua contribuição de 22,05% para 23,41%.
Apesar das projecções mais optimistas do Banco Mundial e da OCDE (7,2% e 8,2%), o FMI prevê um crescimento mais
modesto de 6,2%. A razão para esta previsão em baixa (8,4% o ano passado)é o abrandamento no crescimento face ao
valor do ano passado (8,4%) que prende-se fundamentalmente com os “atrasos na execução do orçamento”.
22
D. Inflação
D.1 Índice de Preços no Consumidor de Luanda
No trimestre em análise, a taxa de inflação situou-se nos 1,57%, reflectindo uma desaceleração face ao trimestre
anterior em 0,54 p.p. e face ao mesmo período do ano anterior em cerca de 0,24 p.p.
Gráfico 18 - Análise da Inflação Trimestral
Inflação Trimestral
3,5%
3%
2,5%
2%
1,5%
0,1%
0,5%
0%
2,11%
2,24%
I TRI11
IITRI11 IIITRI11 I VTRI11
1,57%
1,81%
I TRI12
IITRI12 I VTRI12 IIITRI12
I TRI13
IITRI13 IIITRI13
Fonte: DEE-BNA/INE
De acordo com os dados apresentados na Tabela 12, as classes cujos produtos registaram maiores variações de preços
no terceiro trimestre de 2013 foram as Classes 05-Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção (2,95%), seguida
da Classe 03-Vestuário e Calçado (2,63%) e da Classe 12-Bens e Serviços Diversos (2,31%).
Tabela 12 - Variação das Classes
Fonte: BNA
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •23
No segundo trimestre do ano corrente verifica-se que nas Classes 08-Comunicações e 10-Educação, os preços não
registaram variações, enquanto que, nas Classes 4- Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis, 07-Transportes
e 02-Bebidas Alcoólicas e Tabaco, registaram-se as menores variações.
Conforme já foi analisado anteriormente, o índice da Produção e Distrib. De Elect., Gás e Água registou uma variação
positiva de 66,9%, e o índice de produção industrial relativo às Indústrias das bebidas e do tabaco registou uma
variação de 45,9% no II trimestre de 2013 em relação ao período homólogo de 2012.
No que concerne a contribuição, como tem vindo consistentemente a acontecer, a classe que mais contribuiu para a
variação do IPC foi a Classe 01-Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, cuja contribuição de 0,76 p.p. representa quase
metade da variação do IPC (48,23%). Ainda entre as Classes que registaram maiores contribuições, destacam-se as
Classes 05- Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção (0,18p.p.), 03-Vestuário e Calçado (0,17p.p.) e 12- Bens
e Serviços Diversos (0,15p.p).
Tabela 13 - Variações mensal, homóloga e acumulada no ano do IPC
Fonte: DEE-BNA/INE
No que respeita aos meses que compõem o trimestre em análise, os mesmos registaram variações mensais dos preços
na ordem dos 0,52% em Julho, 0,54% em Agosto e 0,50% em Setembro.
Em termos acumulados, é possível constatar que a inflação, no final do mês de Setembro, se encontra 0,09 p.p. abaixo
daquela que tinha sido registada no mesmo período do ano passado.
Gráfico 19 - Inflação Mensal e Homóloga
Fonte: BNA
24
Por seu lado, a inflação homóloga tem apresentado um percurso tendencialmente descendente e sem grandes variações
de mês para mês. No mês de Setembro de 2013 esta foi de 8,93%, o que corresponde a uma diminuição de 0,72 p.p.
em relação ao valor que havia sido registado no mesmo mês do ano de 2012.
D.2 Desagregação do Índice de Preços no Consumidor por Categoria
Tabela 14 - Variação Trimestral do IPC e das suas Categoria (classificação - BNA)
Inflação
Total
Bens
2012
2013
I Trimestre
II Trimestre
III Trimestre
I Trimestre
II Trimestre
III Trimestre
2,03
2,04
1,81
2,11
2,11
1,57
2,50
2,57
2,26
2,46
2,37
1,86
Serviços
Alimentares
Não processados
2,42
2,88
2,66
2,90
2,42
3,57
2,72
2,40
2,46
2,59
1,65
1,43
Outros Bens
Processados
2,24
2,56
1,95
2,85
2,41
1,74
2,62
2,42
2,00
2,02
2,22
2,22
0,96
0,79
0,73
1,26
1,47
0,84
Fonte: BNA/DEE
No III trimestre do ano em análise, a categoria de “Bens” registou 1,86% de uma variação acumulada de0,51p.p.,
abaixo do registado no II Trimestre do ano em curso (2,37%). Em relação ao trimestre homólogo de 2012 (2,26%) a
redução foi de 0,39p.p.. Enquanto a categoria de “Serviços” registou uma variação de 0,84%, abaixo do registado
no trimestre transacto em 0.63 p.p (1,47%) e acima do observado no seu período homólogo em 0,10 p.p. (0,73%),
traduzindo-se na categoria com maior pressão inflacionista.
Gráfico 20 - Variação Trimestral dos Bens e Serviços
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
B ens
III Trimestre-2012
Fonte: BNA/DEE
Serviços
III Trimestre- 2013
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •25
O comportamento da categoria ”Bens”, vem explicar a desaceleração da inflação homóloga registada no trimestre em
análise, visto ter maior peso na cesta do IPC.
A subcategoria “Bens Alimentares”, registou neste trimestre uma variação acumulada de 1,65%, valor inferior ao
observado no mesmo trimestre do ano anterior em 0,77 p.p. (2,42%), enquanto a subcategoria “Outros Bens” registou
uma variação de 2,22%, cifra superior à registada no seu período homólogo em 0,22 p.p. (2%). Em síntese, se pode
aferir que a notável desaceleração dos preços dos bens alimentares reflectiu-se na desaceleração da inflação.
Gráfico 21 - Variação Trimestral dos Bens Alimentares e Outros Bens
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Alimentares
III Trimestre-2012
Outros Bens
III Trimestre- 2013
Fonte: BNA/DEE
A subcategoria “Bens Alimentares Processados”, registou neste trimestre uma variação acumulada de 1,74%, valor
inferior ao observado no mesmo trimestre do ano anterior em 0,21 p.p. (1,95%), enquanto a subcategoria “Bens
Alimentares Não Processados” registou uma variação de 1,43%, cifra também inferior à registada no seu período
homólogo em 2,14 p.p. (3,57%). Relativamente ao II trimestre do corrente ano, estas subcategorias registaram um
decréscimo de 0,67 p.p. (2,41%) e de 1,16 p.p. (2,59%), respectivamente.
Gráfico 22 - Variação Trimestral dos Bens Alimentares Processados e Não Processados
4,00
3,50
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
Fonte: BNA/DEE
N ão processados
Processados
III Trimestre-2012
III Trimestre- 2013
26
D.2.1 - Contribuição
Em termos de contribuição para o III trimestre do ano em análise, a categoria de “Bens” contribuiu para 85% do
IPC (1,33 p.p.) abaixo do valor observado no seu período homólogo do ano passado, 88% (1,59 p.p.) e a categoria de
“Serviços” contribuiu com 0,24 p.p. representando 15% da inflação, valor acima do registado no seu período homólogo
do ano passado, 12% (0,21 p.p.), pelo que, se conclui que o comportamento da categoria ”Bens”, vem explicar a
desaceleração da inflação homóloga registada no trimestre em análise, visto ter maior peso na cesta do IPC.
A subcategoria “Bens Alimentares” da categoria “Bens” registou, neste período, uma contribuição de 1,03 p.p.
representando 55% da contribuição da categoria bens, enquanto a subcategoria “Outros Bens” registou 0,83p.p
representando 45%.
Portanto, a subcategoria de “Bens Alimentares Processados” destacou-se com uma contribuição de 1,24 p.p.
representando 75% comparativamente aos 0,41 p.p. dos “Bens Alimentares Não Processados” representando 25%.
Tabela 15 - Contribuição Trimestral das Categorias, Subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA).
Fonte: BNA/DEE
D.3 Índice de Preços no Grossista de Luanda
No trimestre em análise, o índice de preços no grossista aumentou 1,86%, o que corresponde a um aumento na ordem
dos 0,30 p.p. face ao trimestre anterior e a uma diminuição de 0,16 p.p. comparativamente ao mesmo trimestre do ano
anterior.
Gráfico 23 - Variação trimestral do IPG
3,50%
%
2,19%
3,00%
1,56%
2,50%
2,00%
1,50%
2,03%
1,00%
1,86%
0,50%
Fonte: DEE-BNA/INE
3
3
R1
IIIT
R1
IIT
13
ITR
12
2
R1
TR
IV
IPG
IIIT
2
R1
IIT
12
ITR
TR
11
IV
R1
1
IIIT
R1
1
IIT
ITR
11
0,00%
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •27
No Gráfico 23 percebe-se que a tendência da variação do índice de preços no grossista, ocorrida no período em
análise, foi a mesma verificada no terceiro trimestre de 2012, contudo, contrária ao comportamento registado no
mesmo período de 2011.
Tabela 16 - Variação III trimestre por Secções dos Produtos Nacionais e Importados
Fonte: DEE-BNA/INE3
Como pode ser visto na tabela 16, a variação dos preços dos produtos Nacionais foi de 2,05%, superior à registada para
os produtos importados em 0,23 p.p.. No que respeita aos produtos nacionais, a secção das pescas foi a que registou
uma maior variação. Por outro lado, a variação dos preços nos produtos importados revelou-se especialmente mais
elevada na secção Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura.
IPC
III Trim 2013
II Trim 2013
I Trim 2013
IV Trim 2012
III Trim 2012
I Trim 2012
100.00%
90.00%
80.00%
70.00%
60.00%
50.00%
40.00%
30.00%
20.00%
10.00%
0.00%
II Trim 2012
Gráfico 24 - Variações Trimestrais do IPC e do IPG
IPG
No Gráfico acima, pode-se comparar a variação trimestral do IPC com a do IPG. Teoricamente espera-se que o IPC varie
de acordo com as variações do IPG em períodos anteriores, ceteris paribus. No entanto, mesmo não sendo o que se
verifica, a desaceleração do IPC, durante o III trimestre de 2013, enquanto o IPG estava em crescimento surge como um
comportamento favorável aos nossos objectivos de inflação.
3
O IPG produtos importados não reporta o sector das pescas
28
E. Política Monetária
E.1 Base Monetária
No III trimestre de 2013 a Base Monetária Ampla e a Base Monetária em Moeda Nacional registaram uma expansão
de 2,87% e 3,80%, respectivamente. No II trimestre de 2013 a variação da Base Monetária Ampla foi 4,84% e a da
Base Monetária em Moeda Nacional foi 6,50%. No período homólogo, a Base Monetária Ampla no III trimestre de 2012
variou 4,32%, enquanto a Base Monetária MN variou 7,24%.
Gráfico 25 - Comportamento da Base Monetária em 2013 (Milhões de Kz)
1,200,000
1,000,000
800,000
600,000
400,000
Fonte: DES / BNA
BM Ampla
BM (MN)
Reserva Bancária MN
III Trim 13
II Trim 13
I Trim 13
IV Trim 12
III Trim 12
II Trim 12
I Trim 12
IV Trim 11
III Trim 11
000
II Trim 11
200,000
Reserva Bancária ME
A expansão da Base Monetária no III trimestre reflecte-se na variação positiva das notas e moedas em circulação em
11,98%. A expansão não foi mais acentuada devido à variação negativa das Reservas Bancárias em moeda nacional
em 2,32%. As Reservas Bancárias em moeda estrangeira apresentaram uma variação positiva de 0,71% face ao
trimestre anterior.
Tabela 17 - Comportamento da Base Monetária em 2011 e 2013 (Milhões de Kz)
Fonte: DES / BNA
Pelo lado do activo verificamos que a expansão da Base Monetária foi provocada pela expansão dos Activos Externos
Líquidos (AEL) e dos Activos Internos Líquidos (AIL) do BNA.
Gráfico 26 - Evolução das Contrapartes da Base Monetária (Milhões de Kz)
Fonte: DES / BNA
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •29
E.2 Depósitos do Sistema Bancário
No trimestre em análise os depósitos totais do sistema bancário apresentaram um comportamento expansionista, com
uma variação de 1,78% face ao trimestre anterior. No II trimestre de 2013 os depositos totais do sistema bancário
aumentaram 8,31% face ao I trimestre. No periodo homólogo de 2012 os depósitos totais do sistema bancário
apresentaram um comportamento contraccionista de 2,28%.
Os depósitos em moeda nacional registaram no III trimestre uma evolução positiva, com uma variação de 17,02%,
representando 54,09% dos depósitos totais. A evolução dos depósitos em moeda estrangeira foi negativa, apresentando
uma variação de 11,76% face ao trimestre anterior. Os depósitos em moeda estrangeira representaram, no terceiro
trimestre, 45,91% dos depósitos totais.
Gráfico 27 - Evolução dos Depósitos por Moeda
2,500,000.00
56.00%
53.41%
52.96%
52.91%
2,000,000.00
51.90%
51.32%
50.55%
49.45%
1,500,000.00
48.68%
48.10%
46.59%
54.09%
51.65%
52.00%
49.65%
50.35%
47.09%
54.00%
50.00%
48.00%
48.35%
1,000,000.00
47.04%
45.91%
46.00%
44.00%
500,000.00
42.00%
0.00
40.00%
III Trim 2011
IV Trim 2011
I Trim 2012
Depósitos em MN
II Trim 2012
III Trim 2012
Depósitos em ME
IV Trim 2012
% Depósitos MN
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
% Depósitos ME
Fonte: DES / BNA
No período em análise ocorreram alterações significativas na constituição dos depósitos, tendo-se registado uma
transferência de depósitos em moeda estrangeira para os depósitos em moeda nacional. A alteração em causa deveuse à entrada em vigor, no dia 1 de Julho, da nova lei cambial que estabelece que as companhias petrolíferas estão
obrigadas a efectuar os pagamentos de bens adquiridos e de serviços prestados por entidades residentes cambiais em
moeda nacional.
Relativamente à evolução trimestral por tipo de depósito, verifica-se no gráfico 28 que os depósitos à ordem não
variaram significativamente face ao trimestre anterior, enquanto os depósitos a prazo apresentaram um crescimento
de 4,17%.
No período homólogo de 2012, os depósitos à ordem cresceram 9,17%, enquanto os depósitos a prazo apresentaram
uma contracção de 12,95%.
Gráfico 28 - Evolução Trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo
Fonte: DES / BNA
30
E.3 Crédito à Economia
No III trimestre do ano 2013 o stock de crédito concedido à economia era de Kz 2.816.072,70 milhões, apresentando
uma variação de 2,29% face ao trimestre anterior e superior aos 0,38% verificado no período homólogo de 2012.
Gráfico 29 - Crédito em MN e ME
Fonte: DES / BNA
Os financiamentos em moeda nacional cresceram 3,29% no trimestre em análise, contra a queda de 0,58% verificada
no período homólogo. Em comparação, os empréstimos em moeda estrangeira aumentaram 0,84% no III trimestre de
2013, valor inferior aos 1,59% do período homólogo de 2012. O aumento do crédito concedido tem sido efectuado na
sua maioria em moeda nacional.
Tabela 18 - Peso do Crédito Por Sector de Actividade
Fonte: DES / BNA
Os sectores que apresentaram um aumento no peso do total de crédito concedido à economia foram as Outras
Actividades de Serviço Colectivo, Sociais e Pessoais4 (1,66%), os Particulares (0,39%), as Actividades Imobiliárias,
Alugueres e Serviços Prestados às Empresas (0,52%), as Industrias Transformadoras (1,33%) e a Industria Extractiva
(0,37%).
Por outro lado, os sectores que apresentaram uma diminuição no peso do total de crédito concedido à economia foram
o Comércio por Grosso e a Retalho (0,02%), a Construção (0,32%) e a Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura
(2,97%) e Outros (0,96%).
O sector das Outras Actividades de Serv. Colect., Sociais e Pessoais, o sector Particular e o sector do Comércio por
Grosso e Retalho apresentam um peso de 56,69% no total de crédito concedido á economia. O sector da Construção
e o sector das Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas têm um peso de 19,51%. Estes
sectores tem conjuntamente um peso de 76,20% no total de crédito concedido, apresentando a economia uma elevada
concentração de crédito nestes sectores.
4
Desta rúbrica fazem parte as seguintes actividades: Saneamento, Higiene Pública e Actividades Similares; Actividades Associativas Diversas.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •31
É expectável que o aumento das reservas livres das instituições financeiras possa originar um aumento na concessão
de crédito, assim como uma redução das taxas de juro praticadas nos financiamentos.
Gráfico 30 - Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas MN – SPE
25.00
20.00
(%)
15.00
10.00
5.00
0.00
III Trim 2011
IV Trim 2011
I Trim 2012
II Trim 2012
Até 180 dias MN
III Trim 2012
IV Trim 2012
I Trim 2013
De 181 dias a 1 ano MN
II Trim 2013
III Trim 2013
Mais de 1 ano MN
Fonte: DES / BNA
As taxas de juro activas para o sector público empresarial em moeda nacional acentuaram o movimento de aproximação
nas várias maturidades no último ano, reduzindo a distância entre as mesmas. No terceiro trimestre as taxas sofreram
ligeiras reduções nas diferentes maturidades e apresentaram-se muito próximas entre si. A taxa de juro para a
maturidade de até 180 dias situava-se em 14,62%, a taxa de 181 dias a 1 ano em 14,11% e a taxa a mais de 1 ano em
14,47%.
Gráfico 31 - Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas MN – Particular
25.00
20.00
(%)
15.00
10.00
5.00
0.00
III Trim 2011
Fonte: DES / BNA
IV Trim 2011
Até 180 dias
I Trim 2012
II Trim 2012
III Trim 2012
De 181 dias a 1 ano MN
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
III Trim 2013
Mais de 1 ano MN
Fonte: DES / BNA
Verificou-se também a redução da distância existente entre as maturidades das taxas de juro activas praticadas no
sector particular. A taxa até 180 dias situava-se em 14,97%, um valor próximo da taxa praticada para o sector público
empresarial para a mesma maturidade, enquanto a taxa de 181 dias a 1 ano é 13,45% e para o prazo superior a 1 ano
é 12,92%, as quais são inferiores às praticadas no sector público empresarial.
Verifica-se que há uma menor tendência de queda da distância entre as taxas de juro do sector particular
comparativamente às praticadas para o sector público empresarial.
32
Gráfico 32 - Taxa de transformação
Fonte: DES / BNA
A taxa de transformação no III trimestre do ano corrente situou-se nos 63,70%, valor superior ao verificado no trimestre
anterior em que se observou 63,44%, contudo, inferior ao verificado no período homólogo em que foi de 65,04%.
E.4 Meios de Pagamento
No III trimestre do ano os agregados monetários M1, M2 e M3 variaram 0,55% 2,02% e 2,61% respectivamente, face
ao trimestre anterior. A variação do M1 foi suportada pelo aumento das Notas e Moedas em Poder Público (6,24%) não
tendo os depósitos à ordem contribuído significativamente, pois apresentaram-se estáveis neste período. A expansão
do M2 foi suportada pelo crescimento do M1 e pelo crescimento positivo dos depósitos a prazo (4,17%) por definição.
Gráfico 33 - Variação Trimestral dos Meios de Pagamento
25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
-5,00%
-10,00%
-15,00%
-20,00%
III Trim 11
Fonte: DES / BNA
IV Trim 11
I Trim 12
II Trim 12
M3
III Trim 12
M2
IV Trim 12
I Trim 13
II Trim 13
III Trim 13
M1
Estas variações são inferiores às verificadas no trimestre anterior, onde o M1, M2 e M3 se expandiram 13,04%, 7,81%
e 7,70% respectivamente. No período homólogo de 2012 o M1 apresentou uma expansão de 9,17%, enquanto o M2 e
o M3 contraíram 1,73% e 2,38% respectivamente.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •33
Gráfico 34 - Variação Trimestral dos Meios de Pagamento em moeda nacional
Fonte: DES / BNA
O multiplicador monetário no III trimestre foi 4,12%, apresentando sinais de estabilidade relativamente ao trimestre
anterior. A estabilização do multiplicador monetário deveu-se a um aumento proporcional do M3 relativamente ao
aumento da reserva monetária.
Gráfico 35 - M3 e Multiplicador Monetário
4.500.000,00
4,12
4,12
3,84
4.000.000,00
3,52
3.500.000,00
3,27
3,21
3,42
3,43
4,50
4,00
3,53
3,50
3.000.000,00
3,00
2.500.000,00
2,50
2.000.000,00
2,00
1.500.000,00
1,50
1.000.000,00
1,00
500.000,00
0,50
0,00
0,00
III Trim 2011
IV Trim 2011
I Trim 2012
M3
Fonte: DES / BNA
II Trim 2012
III Trim 2012
RM
IV Trim 2012
I Trim 2013
II Trim 2013
Multiplicador Monetário
III Trim 2013
34
O rácio M1/M2 tem tido um comportamento relativamente estável em torno dos 60%, apresentando valores de 58,43%,
60,09% e 58,96% para os meses de Julho, Agosto e Setembro, respectivamente. O rácio apresenta, uma redução
relativamente ao valor registado em Junho de 59,81%. Esta diminuição é justificada pelo aumento dos depósitos a
prazo relativamente aos depósitos à ordem. No período homólogo de 2012 o rácio M1/M2 aumentou 5,63 p.p..
Gráfico 36 - Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP
m1/m2 (à Esquerda)
Set-13
Ago-13
Jul-13
Jun-13
Mai-13
Abr-13
Mar-13
Fev-13
Jan-13
Dez-12
Nov-12
Out-12
Set-12
-30,00%
Ago-12
-40,00%
Jul-12
-15,00%
Jun-12
-12,50%
Mai-12
0,00%
Abr-12
15,00%
Mar-12
15,00%
Fev-12
42,50%
Jan-12
30,00%
Dez-11
70,00%
NMPP (à Direita)
Fonte: DES / BNA
A variação do volume de Notas e Moedas em Poder do Público (NMPP) foi no III trimestre de 6,24% um valor inferior
ao registado para o mesmo período de 2012, onde o crescimento foi de 9,13%.
F. Perspectivas
De acordo com o Regional Economic Outlook (REO) publicado pelo FMI em Outubro de 2013, o abrandamento económico
mundial é um dos três principais riscos para as economias dos países da África Subsaarianos. Uma desaceleração
acentuada do crescimento global das economias emergentes (sobretudo da China), poderão enfraquecer as exportações
dos países africanos, principalmente via preços mais baratos das commodities, da diminuição dos fluxos de ajuda e ou
de investimentos directos estrangeiros (IDE). Uma significativa queda nos preços do petróleo ou de outras matériasprimas prejudicaria os exportadores que ainda estão demasiado dependentes do petróleo, como é o caso de Angola.
Um aperto nas condições monetárias dos EUA, ou uma nova mudança nas expectativas, pode conduzir a novos
constrangimentos nos mercados financeiros, que teriam implicações nas condições financeiras da maioria das
economias africanas, algumas das quais pretendem emitir obrigações de dívida nos próximos meses.
Por outro lado, o FMI também recomenda maior prudência no que diz respeito à acumulação de dívidas por parte das
economias africanas e, por outro, é deixada uma palavra sobre a política monetária e cambial e sobre o ambiente de
investimento. Ainda segundo os técnicos do FMI, para continuar a atrair capital estrangeiro para o desenvolvimento
da capacidade produtiva, as autoridades devem aumentar os esforços para melhorar mais o clima empresarial, através
de reformas apropriadas na política fiscal, na administração pública e melhorar as regulamentações e a burocracia.
No médio prazo, todos os países da região da África Subsaariana terão de intensificar os seus esforços para promover
o crescimento sustentável e inclusivo, através do investimento em capital físico e humano, aprofundando os sectores
financeiros, promovendo a agricultura, melhorar do clima de negócios e incentivar a diversificação económica. Em
muitos países, há espaço para a expansão do financiamento de despesas prioritárias pelo alargamento da base
tributária ou reduzir os subsídios à energia.
No geral, o FMI reviu em baixa a previsão de crescimento para a África Subsariana, em 0,7 e 0,1 pontos neste e no
próximo ano, projectando em Outubro crescimentos de 5% e 6% em 2013 e 2014.
Em relação a Angola, o FMI reviu em baixa as estimativas de crescimento em 2013 para 5,6%, menos 0,6 p.p. em relação às
estimativas de Abril, justificando com um atraso na execução orçamental por parte do Executivo. Em 2014, o crescimento
da economia angolana foi revisto em -1,0 p.p. para 6,3%, ainda assim, apresenta um crescimento significativo. Em relação
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •35
aos preços, estima-se que taxa de inflação atinja os 9,2% em 2013 e desça para os 8,5% em 2014.
Em Outubro de 2013, prevê-se a conclusão da última fase da Nova Lei Cambial, impondo às empresas do sector
petrolífero efectuarem o pagamento a fornecedores de bens e serviços de não residentes cambiais através de bancos
nacionais, devendo proporcionar um aumento dos volumes transaccionados no sector bancário.
Apesar de não ser esperado um aumento do crédito concedido à economia, dado que os novos fluxos de capital não
permanecerão estanques nas contas dos bancos, esta alteração reforça o desempenho do sector financeiro e constitui
um incentivo à criação de novos produtos financeiros, designadamente para protecção do risco cambial, o que poderá
apoiar o desenvolvimento dos restantes sectores de actividade.
G. Previsão da Inflação
Para o trimestre em análise prevê-se inflação acumulada num intervalo de 1,54% a 2,06%. Há que destacar que a
previsão para o trimestre é superior em relação ao registado no período anterior em 0.23 p.p e inferior ao observado no
período homólogo do ano passado em 1.05 p.p (2,85%), por sua vez, a inflação homóloga do trimestre poderá situar-se
num intervalo de 7,54% a 8,09%, cuja previsão central é inferior ao observado no período anterior em 1.12 p.p (8,93%)
e como no seu período homólogo do ano passado 1.21 p.p (9,02%).
Gráfico 37 - Previsão da Inflação
Previsão da Inflação em Intervalos (Acumulado)
0,025
2,06
0,02
1,54
0,015
0,01
0,005
0
I Trimestre
Limite Inferior
II Trimestre
IV Trimestre
(Previsão)
III Trimestre
Inflação Observada
Limite Superior
Fonte: BNA/DEE
Gráfico 38 - Previsão da Inflação
Previsão da Inflação em Intervalos (Homóloga)
0,11
0,1
8,09
0,09
0,08
7,54
0,07
0,06
I Trimestre
Fonte: BNA/DEE
Limite Inferior
II Trimestre
Inflação Observada
III Trimestre
IV Trimestre
(Previsão)
Limite Superior
36
O exercício da previsão da inflação teve como pressupostos:
a) Maior despesa pública, provocando um efeito nos depósitos dos Bancos Comerciais, e em consequência,
afectando os meios de pagamento comparativamente ao trimestre anterior;
b) Um aumento na procura interna efectiva devido a factores sazonais relacionados com a época natalícia;
c) A possível descida de preço de algumas commodities alimentares e a pressão moderada e decrescente dos
preços externos sobre os preços internos;
d) Volume de quedas pluviométricas que possa ter efeito sobre os preços de bens e serviços com elevado ponderador
no IPC.
A previsão da inflação é um indicador importante para a condução da política monetária no que toca a estabilidade de
preços, na medida em que, pode garantir ou alterar a sua actuação de maneira atenuar os efeitos gerados dos excessos
ou escassez da liquidez a ser provocado pelo Governo.
No entanto, apontam-se a seguir vários riscos associados às previsões da inflação, propensos a acelerar a taxa de
inflação e influenciar a volatilidade em torno dos limites definidos:
Riscos Externos:
1. A revisão em baixa das Exportações do Petróleo para o IV Trimestre e a média Diária, dos 163,83* para 160,1
(Milhões de Barris para o IV Trimestre de 2013) e 1,78 para 1,76 (Milhões de Barris dia);
2. Valorização do preço de petróleo de 95 para 108,67 (USD/Barril);
3. Volatilidade da taxa de câmbio no trimestre, resultante de uma maior necessidade de divisas para liquidação das
importações.
Riscos Internos:
1. Revisão em Alta das despesas do Exercício para o IV Trimestre definidos na PFATN5 e na PFT6 do Trimestre
cifrando-se em 1.514.246 Milhões contra os 2.060.889,37 Milhões respectivamente;
2. Provável expansão dos Meios de pagamentos e da Base Monetária em Moeda Nacional;
3. Factores estruturais relacionados com a cadeia de distribuição e importação de alimentos.
5
6
Programação Financeira Anual do Tesouro Nacional;
Programação Financeira do Tesouro;
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •37
Glossário
Aplicações em Activos Financeiros: Neste agrupamento económico contabilizam-se as operações financeiras quer
com a aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras formas de participação, quer com
a concessão de empréstimos e adiantamentos ou subsídios reembolsáveis.
Base Monetária: A base monetária representa as responsabilidades monetárias líquidas do estado perante a
sociedade e corresponde à soma de todas as notas e moedas emitidas pelo Banco Central e colocadas à disposição do
público e que podem estar sob a forma de dinheiro na posse das famílias e das empresas ou sob a forma de reservas
bancárias, na posse das instituições financeiras bancárias.
BRICS: Acrónimo referente a um grupo de países cujo desenvolvimento económico se destaca entre as economias
emergentes, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Crédito Líquido ao Governo Central (CLGC): Reflecte o crédito concedido ao Estado pelo sistema bancário, líquido
dos depósitos do Governo no BNA.
Desembolsos de Financiamentos: As transferências recebidas que não constituem receitas correntes nem de capital
e que não implicam contra-prestações de bens ou serviços e são oriundas da administração central, da administração
local, de pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, do interior ou do exterior
do país, e das famílias.
Despesa com o Pessoal: Neste agrupamento devem considerar-se todas as espécies de remunerações principais, de
abonos, acessórios e de compensações que, necessariamente, requeiram processamento nominalmente individualizado
e que, de forma transitória ou permanente, sejam satisfeitos pelo Estado, tanto aos seus funcionários e agentes como
aos indivíduos que, embora não tendo essa qualidade, prestem, contudo, serviço ao Estado nos estritos termos de
contratos a termo, em regime de tarefa ou avença.
Despesas Correntes: Despesas destinadas à manutenção ou operação de serviços anteriormente criados, bem
como as transferências realizadas com igual propósito. O saldo das despesas correntes é constituído pelos saldos das
rubricas: despesas com o pessoal; despesas em bens e serviços; transferências correntes e subsídios.
Despesas de Capital: Despesas destinadas à formação ou aquisição de activos permanentes, à amortização da
dívida, à concessão de financiamentos ou à constituição de reservas, bem como às transferências realizadas com igual
propósito. O saldo das despesas de capital é constituído pelo saldo das rubricas investimentos públicos, transferências
de capital, aplicações em activos financeiros, e outras despesas de capital.
Despesas em Bens e Serviços: Despesas que asseguram a criação de utilidades, através da compra de bens e serviços
pelo Estado.
Despesas Públicas (Despesa Total no Exercício): Conjunto de dispêndios realizados pelo Governo durante um
determinado período, para custear os serviços públicos (despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização
de investimentos (despesas de capital).
Índice de Confiança: Índice que é calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mede a percepção dos
empresários sobre o desempenho tendencial do respectivo sector de actuação num período curto determinado.
Índice de preços no consumidor (IPC): É uma medida do preço médio necessário para comprar bens de consumo
e serviços. O índice, calculado pelo Instituto Nacional de Estatística, é usado para observar tendências de inflação. A
variação percentual do preço num determinado período é uma das medidas da inflação.
38
Índice de Preços Grossista (IPG): Corresponde à variação dos preços dos bens produzidos no país, assim como os
produtos importados comercializados internamente, nos primeiros níveis de transacção.
Investimento Público: Significa a aplicação de capital em meios de produção, visando o aumento da capacidade
produtiva (instalações, máquinas, transporte, infra-estrutura) ou seja em bens de capital.
Meios de Pagamento: São os meios através dos quais são efectuadas as transacções monetárias. No caso da
economia Angolana os meios de pagamento são compostos pelos agregados monetários M3 (M2 + Outros Instrumentos
Financeiros), M2 (Me + Quase-Moeda ou Depósitos a Prazo) e M1 (Notas e Moedas em Poder do Público + Depósitos
à Ordem).
Multiplicador Monetário: Indicador monetário que resulta da divisão do agregado monetário M3, o agregado
monetário mais amplo, pela reserva monetária. Este indicador procura medir o efeito multiplicador associado à
actividade bancária.
Orçamento Geral de Estado: É o instrumento de gestão que contém a previsão das receitas e despesas públicas.
Outras Despesas de Capital: Trata-se de um agrupamento económico com carácter residual.
Período Homólogo: Refere-se ao período equivalente do ano anterior.
Política Fiscal Contraccionista: Implementada quando o objectivo é reduzir a procura agregada, quando a economia
está num período de expansão excessiva (super aquecimento económico) e há a necessidade de retracção económica,
em consequência da excessiva inflação que se constrói neste cenário.
Política Fiscal Expansionista: Implementada quando o objectivo é estimular a procura agregada, especialmente
quando a economia está a atravessar um período de recessão e precisa de um “empurrão” para se expandir. Como
resultado, temos a tendência de défice do saldo fiscal e a tendência de aumento da inflação.
Política Fiscal: Também conhecida por Política Orçamental, é um ramo da política económica que define o orçamento
e seus componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e manter a estabilidade
económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e ajudando a manter uma economia crescente, o pleno
emprego e a inflação baixa.
Produto Interno Bruto (PIB): representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos
numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado.
Rácio de Transformação: Trata-se de um indicador das contas monetárias que resulta da divisão do total dos créditos
sobre o total dos depósitos.
Receita Pública (Receita Total no Exercício): é o montante total em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional
num determinado período, incorporado ao património do Estado, que serve para custear as despesas públicas e as
necessidades de investimentos públicos. A Receita Total do exercício compreende o somatório das rubricas Receitas
Correntes e Receitas de Capital.
Receitas Correntes: As receitas tributárias, patrimoniais, de serviços, industriais, os saldos não comprometidos de
exercícios anteriores e outras, bem como as transferências recebidas para realizar as despesas classificáveis como
Despesas Correntes.
Receitas de Capital: As provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de operações de crédito,
da conversão em espécie de bens e direitos, de saldos não comprometidos de exercícios anteriores, bem como as
transferências recebidas para realizar despesas classificáveis como Despesas de Capital e ainda superavit do
Orçamento Corrente.
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •39
Receitas não Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, que
advêm das actividades do sector não petrolífero.
Receitas Petrolíferas: São os valores estabelecidos e regulamentados por lei, arrecadadas pelo Tesouro, pela
Sonangol e outras companhias que actuam no sector petrolífero.
Receitas Tributárias: Toda a fonte de renda que deriva da arrecadação estatal de tributos que são os Impostos, as
Taxas, as Contribuições de Melhoria, os Empréstimos Compulsórios e as Contribuições Especiais.
Saldo Corrente: é dado pela diferença entre as receitas correntes e as despesas correntes, ou seja, exclui do cálculo
os gastos de capital e é comum ser usado como medida da poupança pública.
SADC: Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral constituída pelos seguintes países: África do Sul,
Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique,
Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe.
Saldo Primário não Petrolífero: Trata-se de um indicador das contas do Governo, que corresponde ao total das
receitas, excluindo as receitas petrolíferas que subtrai as despesas totais (expurgando os juros da dívida pública).
Saldo Primário: O resultado primário é definido pela diferença entre receitas e despesas do Governo, excluindo-se
da conta as receitas e despesas com juros. Caso essa diferença seja positiva tem-se um superávit primário; caso seja
negativa tem-se um déficit primário. O superávit primário é uma indicação de quanto o Governo economizou ao longo
de um período de tempo (um mês, um semestre, um ano), com vista ao pagamento de juros sobre a sua dívida. O saldo
primário é um conceito chave para definir a solvência e a sustentabilidade fiscal.
Saldos Fiscais: Refere-se à diferença entre as receitas e as despesas do Orçamento Geral do Estado (OGE).
Serviço da Dívida: Abrange as despesas destinadas ao pagamento dos encargos e dos passivos financeiros. O saldo
dessa rubrica é constituído pelo somatório dos saldos das rubricas de Juro e de Amortização da Dívida, interna e
externa.
Subsídios: São os fluxos financeiros do Estado não reembolsáveis para a economia (ou para os diversos sectores
económicos), com o objectivo de influenciar níveis de produção, preços ou remunerações dos factores de produção.
Transferências Correntes: São os recursos financeiros auferidos sem qualquer contrapartida, destinados ao
financiamento de despesas correntes ou sem afectação preestabelecida.
Transferências de Capital: Neste agrupamento são contabilizadas as importâncias a entregar a quaisquer organismos
ou entidades (unidades orçamentais) para financiar despesas de capital, sem que tal implique, por parte das unidades
orçamentais, qualquer contraprestação directa.
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Índice de Tabelas
Tabela 1 - Principais projecções económicas do FMI (2012-2014) ................................................................................... 5
Tabela 2 - Comportamento da Oferta e Procura Global (em milhões de barris/dia) ......................................................... 8
Tabela 3 - Projecção dos preços de petróleo de referência para 2013 ............................................................................. 9
Tabela 4 - Cálculo das Variações para as commodities alimentares ............................................................................. 10
Tabela 5 - Comportamento da taxa de câmbio dos Mercados Primário, Secundário, Informal e Casas de Câmbio ........... 13
Tabela 6 - Saldo da Conta de Bens (II Trimestre 2012 e III Trimestre 2013) ................................................................... 16
Tabela 7 - Peso das importações angolanas por país de origem ................................................................................... 16
Tabela 8 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas .............................................................................. 17
Tabela 9 - Índice de Produção Industrial (2002=100) ..................................................................................................... 23
Tabela 10 - Índices Gerais por Trimestre Homólogo ..................................................................................................... 23
Tabela 11 - Índice de Produção Industrial por Tipo de Bens ........................................................................................... 24
Tabela 12 - Variação das Classes ................................................................................................................................... 25
Tabela 13 - Variações mensal, homóloga e acumulada no ano do IPC .......................................................................... 26
Tabela 14 - Variação Trimestral do IPC e das suas Categoria (classificação - BNA) ...................................................... 27
Tabela 15 - Contribuição Trimestral das Categorias, Subcategorias e grupos do IPC (classificação INE - BNA) ........... 29
Tabela 16 - Variação III trimestre por Secções dos Produtos Nacionais e Importados .................................................. 30
Tabela 17 - Comportamento da Base Monetária em 2011 e 2013 (Milhões de Kz) ....................................................... 32
Tabela 18 - Peso do Crédito Por Sector de Actividade ................................................................................................... 35
Índice de Gráficos
Gráfico 1- Evolução dos preços das Principais Economias e Parceiros Comerciais de Angola ........................................ 6
Gráfico 2 - Comportamento do Índice de preços das Commodities .................................................................................. 7
Gráfico 3 - Evolução dos preços do petróleo (Janeiro/2012 – Setembro/2013) .............................................................. 9
Gráfico 4 - Evolução dos Índices Alimentares da FAO (Base 100 = 2002-2004) ............................................................... 9
Gráfico 5 - Mercado Cambial Internacional ................................................................................................................... 11
Gráfico 6 - Comportamento da Taxa de Câmbio Média do Mercado Primário ............................................................... 13
Gráfico 7 - Compra de Divisas pelos Bancos Comerciais ............................................................................................... 14
Gráfico 8 - Evolução Mensal das Importações ............................................................................................................... 15
Gráfico 9 - Países de origem das importações angolanas ............................................................................................. 16
Gráfico 10 - Evolução das Reservas Brutas e Internacionais Líquidas ........................................................................... 17
Gráfico 11 - Indicador do Clima Económico IT 2011- II T 2013 ....................................................................................... 18
Gráfico 12 - Indicador de Confiança Indústria Transformadora IT 2011- IIT 2013 .......................................................... 18
Gráfico 13 - Indicador de Confiança Construção IT 2011- IIT 2013 ................................................................................ 19
Gráfico 14 - Indicador de Confiança Comércio IT 2011- IIT 2013 ................................................................................... 20
Gráfico 15 - Indicador de Confiança Transportes IT 2011- IIT 2013 ................................................................................ 20
Gráfico 16 - Indicador de Confiança Turismo IT 2011- IIT 2013 ................................................................................... 21
Gráfico 17 - Indústria Extractiva 2010-2012 .................................................................................................................. 22
Gráfico 18 - Análise da Inflação Trimestral .................................................................................................................... 25
Gráfico 19 - Inflação Mensal e Homóloga ...................................................................................................................... 26
Gráfico 20 - Variação Trimestral dos Bens e Serviços .................................................................................................... 27
Gráfico 21 - Variação Trimestral dos Bens Alimentares e Outros Bens ......................................................................... 28
Gráfico 22 - Variação Trimestral dos Bens Alimentares Processados e Não Processados ............................................ 29
Gráfico 23 - Variação trimestral do IPG .......................................................................................................................... 30
Gráfico 24 - Variações Trimestrais do IPC e do IPG ........................................................................................................ 30
Gráfico 25 - Comportamento da Base Monetária em 2013 (Milhões de Kz) .................................................................. 31
Gráfico 26 - Evolução das Contrapartes da Base Monetária (Milhões de Kz) ................................................................ 32
Gráfico 27 - Evolução dos Depósitos por Moeda ........................................................................................................... 33
Gráfico 28 - Evolução Trimestral dos Depósitos à Ordem e dos Depósitos a Prazo ....................................................... 34
Gráfico 29 - Crédito em MN e ME .................................................................................................................................. 35
Gráfico 30 - Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas MN – SPE ............................................................................ 36
Relatório de Inflação • III TRIMESTRE 2013 •41
Gráfico 31 - Evolução Mensal das Taxas de Juro Activas MN – Particular ................................................................... 37
Gráfico 32 - Taxa de transformação ............................................................................................................................... 37
Gráfico 33 - Variação Trimestral dos Meios de Pagamento ........................................................................................... 38
Gráfico 34 - Variação Trimestral dos Meios de Pagamento em moeda nacional ........................................................... 39
Gráfico 35 - M3 e Multiplicador Monetário ................................................................................................................... 39
Gráfico 36 - Evolução de Indicadores Seleccionados: M1/M2 e NMPP ........................................................................ 40
Gráfico 37 - Previsão da Inflação ................................................................................................................................... 42
Gráfico 38 - Previsão da Inflação .................................................................................................................................. 42
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