O mundo em renovação

Transcrição

O mundo em renovação
JCEmpresas
Jornal do Comércio - Porto Alegre
& Negócios
PROF. ROBERTO HENRY EBELT
O
INGLÊS NOSSO DE CADA DIA
[email protected]
RESPONSABILIDADE SOCIAL
O mundo em renovação
ANTONIO PAZ/JC
14
Segunda-feira, 1 de julho de 2013
The longest night will have an end.
Por causa do forte ruído provocado pela voz rouca das ruas na última semana,
lembrei-me de um provérbio muito utilizado por minha mãe: não há mal que
sempre dure nem bem que nunca acabe, provérbio que as mães dos nossos
atuais líderes políticos provavelmente nunca ensinaram a seus pimpolhos. Esse
provérbio, em inglês, pode ser expresso de diversas maneiras:
The longest night will have an end: a noite mais longa terá um fim.
The longest day has an end: o dia mais comprido (por mais comprido que
seja) tem um fim.
All wrong will end: todo o erro terá um fim, ou todo o erro terminará.
Para o poder executivo brasileiro, acho que a segunda opção (the longest day
has an end) é a tradução mais adequada, pelo menos é o que eu espero. E para
quem não é mais do que um cidadão comum, a esperança é que um novo dia,
finalmente, surja para romper esses 10 anos de escuridão que ainda estamos
vivendo. Let us hope, therefore, that our very long night may finally have
an end. (Esperemos, portanto, que a nossa mui longa noite possa finalmente
ter um fim).
Infelizmente, existem outros provérbios que podem nos assustar, tais como:
Desgraça pouca é bobagem: when it rains, it pours (literalmente: quando
chove, cai água mesmo).
Outras maneiras de expressar que desgraça pouca é bobagem:
Hardships seldom come single (dificuldades raramente vêm sozinhas).
Ill (ill) comes often on the back of worse (coisa ruim frequentemente vem
montada no pior).
Misfortunes never come alone (tragédias –desgraças – dificuldades nunca
vêm sozinhas).
Misfortunes never come single (mesmo significado do provérbio anterior).
Detalhe: não confunda COME ALONE com COME ALONG.
COME ALONE significa vir sozinho.
COME ALONG pode significar vir junto: Come along with me (venha junto
comigo), ou:
HOW ARE YOU COMING ALONG? (Como é que você vai indo?).
I AM COMING ALONG FINE. (Eu vou indo muito bem).
Outra palavra ligada a anarquistas (anarchist, advocate of anarchy - social
movement that objects to laws and government) é VÂNDALO. Não me refiro aos
vândalos do século VI, refiro-me aos que destruíram uma agência do Banrisul,
que a Brigada Militar não teve autorização para proteger, mas, pensando bem, é
apenas patrimônio público, “não é de ninguém”. Esse pessoal pode ser chamado,
em inglês, de HOOLIGANS, THUGS, HOODLUMS, MOBSTERS, VANDALS.
Quanto aos vândalos originais:
The Vandals were an East Germanic tribe who in 429 under
king Genseric entered Africa and by 439 established a kingdom which
included the Roman Africa province, besides the islands
of Sicily, Corsica, Sardinia, Malta and the Balearics. In 455, they sacked the
city of Rome. Their kingdom collapsed in the Vandalic War of 533–4, in which
Justinian I managed to reconquer the Africa province for the Eastern Roman
(Byzantine) Empire. Renaissance and Early Modern writers characterized
the Vandals as barbarians, “sacking and looting” Rome. This led to the use
of the term vandalism, to describe any senseless destruction, particularly
the barbarian defacing of artworks. However, modern historians tend to regard
the Vandals during the transitional period (from Late Antiquity to the Early Middle
Ages) as perpetuators, not destroyers, of Roman culture.
(Source Wikipedia).
Os Vândalos originais podem não ter sido tão ruins como geralmente acreditamos,
mas a fama deles certamente era ruim, pois os “nossos vândalos” foram
denominados em função deles.
E já que falamos em anarquia, lembro que o Rio Grande do Não, desde novembro
de 1995, sedia uma entidade conhecida como Federação Anarquista Gaúcha,
cuja sigla é FAG, e que, conforme a revista Veja, edição 2327, mantinha, antes
do início dos protestos, em sua sede “materiais usados para a fabricação de
coquetéis molotov”. Gente finíssima!
A palavra FAG, em inglês, é um termo pejorativo para se designar um
homossexual masculino.
Have an excellent week.
O mundo
passado
a limpo é
desenvolvido
desde 2011
com a
participação
dos alunos
Projeto transformou
reutilização de objetos e
contato com a terra em
bandeiras de colégio da
Capital
Guilherme Daroit
Dentro da grande área do Colégio João XXIII, em Porto Alegre,
um espaço logo ao lado da entrada
tornou-se um dos preferidos dos
alunos. Ali, onde foi instalada a
horta coletiva, pés de alface, couve, temperos diversos e até um solitário exemplar de cana-de-açúcar
trazem de volta a noção de origem
dos alimentos, cada vez mais
descolada do cotidiano de jovens
urbanos. “Em tudo que fazemos,
ressaltamos o argumento de que o
ser humano faz parte do ambiente
em que se insere”, afirma a professora Marilei Weiss, coordenadora
do projeto O mundo passado a limpo, que desde 2011 tirou a sustentabilidade das aulas de ciências e a
transformou em pilar de todas as
ações dos cerca de mil estudantes.
Tanto na horta quanto nos
canteiros de outras áreas, todos
também fertilizados graças a uma
composteira montada na escola,
os alunos do Ensino Fundamental
participam da criação de mudas,
dos cuidados e da colheita das
plantas e, para não interromper o
ciclo, até do consumo. Nos últimos
meses, a primeira leva de vegetais,
folhas de alface e suco de couve foi
servida no lanche dos alunos-produtores em parceria com a cantina
do colégio. “Para nós, é importante que eles participem de todas as
etapas do processo, conhecendo
na prática os efeitos de todas as
ações que aprendem na teoria”,
complementa Marilei.
Dentro do projeto, cada série
participa de um grande eixo temático. No primeiro ano do Ensino
Fundamental, por exemplo, são
explorados os sentidos a partir de
plantas com diferentes aspectos
físicos, aromáticos ou de sabor,
enquanto outras séries se encarregam dos estudos do solo, com a
criação de minhocários, ou da destinação do lixo separado na escola,
em visitas a aterros sanitários.
A preocupação com o lixo, aliás, é visível pelas salas e corredores, onde destacam-se garrafas de
plástico e papelão transformados
em floreiras, cercas, quadros, bancos e brinquedos pelos próprios
alunos. “Todos os objetos são doações dos pais, recolhidos nos condomínios, na rua. Nada se perde”,
continua a professora em meio a
máquinas registradoras antigas
que se tornaram motivo de diversão para os pequenos da Educação
Infantil, substituindo os brinquedos novos, quase descartáveis.
Todas essas ações, que integram várias disciplinas, dependem de esforço tanto dentro
quanto fora das salas de aula.
Periodicamente, são realizados encontros entre professores e funcionários para o compartilhamento
de novas ideias, muitas surgidas
de parcerias do próprio colégio,
que seguidamente agenda palestras com representantes do herbário da Ufrgs e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana
(DMLU), por exemplo. Porém, depois disso, as propostas ainda são
expostas às turmas, uma vez que
os estudantes que decidem o tema
do projeto em seu grupo. “Damos
toda a liberdade para que os alunos também tragam propostas e
as aulas se moldem ao que eles
desejam”, destaca a coordenadora.
Escola pretende seguir expandindo projeto
Circulando de jaleco branco em meio ao recreio
da tarde, o biólogo Cássio Barcellos Hervé parece
uma estrela pop entre os alunos, tantos os cumprimentos e abraços que recebe. Ele é um dos integrantes do Laboratório de Ciências da escola, que
coordena as atividades coletivas do projeto, junto à
educadora ambiental Michele Silveira e à monitora
Juliete Claro.
Responsáveis também por experiências como
sementário, plantação de alface hidropônica e modelos que clarificam como funciona o assoreamento
de rios – todos feitos a partir de garrafas pet, claro
– além de ações como a identificação de árvores e a
construção do biomapa do colégio, parecem personificar a aceitação dos alunos pelo projeto. “Para nós,
é gratificante ver que a escola aceita nossas ideias
e que os estudantes se motivam com elas”, afirma.
Para os próximos meses, o objetivo de Cássio
é ajudar a expandir o projeto O mundo passado a
limpo. Estão previstas a construção de um novo caminho verde até a horta a instalação de cisternas de
garrafas para o reaproveitamento da água da chuva,
entre outras iniciativas. Tudo para que a improvável
cena de uma estudante urbana radiante e perguntando “Hoje nós vamos poder plantar?” possa continuar se repetindo.

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