desbravador nato
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PREVIEW DESBRAVADOR NATO CHEGA AO BRASIL O PILATUS PC-6 TURBO PORTER, MONOTURBOÉLICE CAPAZ DE OPERAR EM PISTAS ONDE NENHUMA OUTRA AERONAVE SE ARRISCARIA POR GIULIANO AGMONT • FOTOS PILATUS U m avião parrudo, capaz de cumprir as mais críticas missões e de pousar e decolar em pistas impraticáveis para qualquer outra aeronave. Esse é o Pilatus PC-6 Turbo Porter, monoturboélice suíço que começa a ser distribuído com exclusividade no Brasil, a partir de 2011, pela Premier Táxi Aéreo. Terra, grama, cascalho, pedra, neve, areia, capim... Nenhum terreno é obstáculo para este genuíno desbravador, que levanta voo com até 11 ocupantes a bordo, ou uma tonelada de carga paga, em clareiras improvisadas de menos de 100 metros de comprimento em locais tão diversos como Canadá, Suíça, África do Sul e Nepal, para citar alguns dos países em que ele opera. “Com oito pessoas a bordo, decolamos em 90 metros, e pousamos em 50 metros, nos Alpes suíços”, conta David Worcman, diretor comercial da Premier. Fabricado desde a década de 1950, o PC-6 é um avião experimentado. Embora seja novidade no Brasil, já existem pelo menos 900 unidades voando mundo afora. O perfil de suas missões varia bastante, com um leque amplo de possibilidades. Em comum, somente os ambientes inóspitos. “Os pneus grandes e de baixa densidade, o sistema de suspensão mais robusto, as asas altas e a hélice distante do solo permitem ao Porter operar em áreas remotas, sem qualquer infraestrutura aeroportuária”, assegura Worcman. “Soma-se a isso a confiabilidade e a facilidade de manutenção do motor Pratt&Whitney PT6A, o turboélice mais fabricado da história da aviação”. 24 • AERO MAGAZINE • JUNHO • 2010 JUNHO • 2010 • AERO MAGAZINE • 25 PREVIEW PILATUS PC-6 TURBO PORTER ser usado sem dó, como os jipes 4x4 que sobem até parede”, avalia o diretor da Premier, que espera vender no Brasil de cinco a oito unidades do PC-6 por ano, a partir de 2013. A configuração interna básica é de um piloto mais sete passageiros, todos em assentos individuais. Porém, existe uma configuração de alta densidade com dois pilotos e até nove passageiros, mas, nesse caso, é instalado um assento triplo. O representante brasileiro decidiu trazer o PC-6 Porter para o Brasil, porque enxergou nichos pouco, ou nada, explorados no mercado nacional com bom potencial paQ ra o monomotor. A começar pelo agribusiness, um dos setores que mais cresce no País. Na visão da Premier, existe bastante mercado para o Porter em estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que têm pistas de difícil operação para outros turboélices e que são importantes para o transporte de pessoas ou carga. Empresas da área de construção são outros clientes em potencial do avião da Pilatus. E W Com a expectativa de se proliferarem os canteiros de obras pelo País nos próximos anos, muitas vezes em locais desabitados ou de acesso muito restrito, o PC-6 pode ser a única opção de acesso a algumas regiões. Uma das vantagens do PC-6 para essas missões, segundo David Worcman, é a possibilidade de reconfigurar o interior do avião em pouco tempo. “Em cinco minutos, duas pessoas conseguem desmontar os nove assentos da aeronave e guardá-los em um compartimento exclusivo para isso, sem comprometer o espaço interno. Ou seja, pode-se desembarcar passageiros e embarcar carga ou vice-versa, com rapiR dez e praticidade”, destaca o diretor comercial da Premier. No painel do Porter, aviônicos glass Com vocação de utilitário, o Pilatus PC-6 mira tamA missão de busca e salvamento é outra cockpit da linha G950 Q; câmeras bém novos mercados no Brasil, como os segmentos aplicação para o PC-6. No serviço aeroméinstaladas sob o assoalho na versão aeromédico, de aerofotogrametria e de serviços pádico, para socorro em pistas remotas, a para aerofotogrametria W; os nove assentos da cabine podem ser ra-públicos. O avião chegará com preço em torno de aeronave pode ser configurada com duas removidos em poucos minutos E; com US$ 1,83 milhão (FOB) e oferece aviônica de última macas e quatro assentos, dois para os picapacidade para levar até 1 tonelada de geração, com glass cockpit Garmin. Seu painel de fálotos e dois para médico e enfermeiro. A carga, a cabine comporta um volume superior a 3 m R brica é o G-950, que garante ao piloto plena adequavantagem do avião sobre o helicóptero nesção às novas tecnologias digitais de navegação, cote tipo de missão é que o avião tem alcanmunicação e vigilância, além de fornecer em duas telas de alta ce maior, voa mais rápido e tem custo operacional mais baixo, definição informações primárias de voo, tráfego, tipologia, clima chegando a US$ 350,00 por hora no caso do Pilatus PC-6. A estae dados do motor. “É um avião fácil de operar, barato, versátil e bilidade durante o voo e a naturalidade diante de condições adsem frescura, que funciona como excelente ferramenta de trabaversas também contribuem para esse tipo de operação. O translho para diversos tipos de uso. Como chega aos mais impensáveis porte de malote em regiões de acesso restrito representa mais um nicho para o monoturboélice da Pilatus. “Hoje, é bastante comum lugares, o Porter provê vários tipos de solução. Além disso, pode 3 26 • AERO MAGAZINE • JUNHO • 2010 o avião deixar o malote em um aeroporto próximo do destino final, pois a distribuição é feita com automóvel. Com o PC-6, o malote pode chegar exatamente no destino”, assegura Worcman. Fotografias aéreas, filmagens e aerofotogrametria compõem outras aplicações para o Porter, que conta com um compartimento próprio para instalação de aparelhagem ótica sob o assoalho. A abertura e o fechamento da portinhola dessa área são comandados automaticamente pelo piloto, evitando danos aos equipamentos durante pousos ou decolagens. Nesse caso, o avião recebe configuração com área dedicada para um ocupante operar a captação de imagem. Além disso, o escape sai de fábrica em versão alongada para que resíduos não danifiquem as lentes das câmeras. Segundo a Pilatus, o PC-6 consegue realizar sobrevoos a baixas ve- >> PILATUS PC-6 TURBO PORTER Fabricante Pilatus Aircraft Preço básico US$ 1,83 milhão Motor Pratt & Whitney Canada´s PT6A-27 Potência 650 shp Capacidade 1 piloto + 7 pax (2 pilotos + 9 pax) Comprimento 10,90 m Envergadura 15,87 m Altura 3,20 m Carga útil 1.080 kg Velocidade máxima de cruzeiro 232 km/h Velocidade de STOL 107 km/h Distância de decolagem (com obstáculo de 50 pés) 440 m Distância de pouso (com obstáculo de 50 pés) 315 m Alcance 926 km Teto operacional 25.000 pés locidades, de até 50 nós, o que faO PC-6 possui um robusto vorece a filmagem. “Existem conjunto de trens de pouso fixos que permitem ao turboélice emissoras de TV fora do Brasil que suíço operar em pistas curtas e já usam o avião”, conta David não preparadas Worcman, da Premier. Também há mercado para explorar aplicações governamentais e missões policiais. No exterior, existem unidades utilizadas tanto para fazer monitoramento aéreo de fronteiras e abordagens em regiões de difícil acesso quanto transporte de autoridades e técnicos para áreas remotas. “Um aspecto importante da aeronave é a relação peso-potência. Em algumas circunstâncias, é possível usar o reverso da turbina para literalmente dar marcha à ré, pois em lugares ermos, não há trator para rebocar a aeronave, e empurrá-la pode ser uma tarefa difícil em aclives ou terrenos muito acidentados”, explica o representante David Worcman. Uma das características que tornam o PC-6 Porter um bom avião cargueiro é o desenho das portas da cabine, de grandes dimensões (1 metro x 1,5 metro). Elas deslizam e facilitam o embarque de todo tipo de material. Justamente por esta facilidade, o monoturbina da Pilatus é uma aeronave bastante utilizada por equipes de paraquedistas. Ainda considerando o uso do turboélice para o transporte de carga, a Pilatus garante que a cabine comporta um volume superior a três metros cúbicos de caixas, sacos ou o que quer que se queira transportar. Ou seja, um verdadeiro jipão voador. JUNHO • 2010 • AERO MAGAZINE • 27
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