Ludwig van Beethoven Ato I Ato II

Transcrição

Ludwig van Beethoven Ato I Ato II
Ludwig van
Beethoven
Nasceu em Bonn, em uma família de músicos: seu avô e seu
pai eram profissionais da corte. Logo manifestou aptidões
musicais. Tornou-se organista substituto, cravista e violinista
na orquestra da capela do arcebispo-príncipe Maximilian
Franz. Em 1792, protegido por amigos influentes, transferiuse para Viena, para prosseguir seus estudos com Joseph
Haydn.
Na concorrida cena musical vienense, Beethoven ganhou
reconhecimento como instrumentista e compositor. Teve
o privilégio de viver alguns anos em plena segurança
econômica, graças à ajuda de protetores, entre eles os
príncipes Lichnowsky e Lobkowitz.
A única ópera que Beethoven nos legou, “Fidelio”, usa
uma tradução para o alemão de Joseph Sonnleithner do
libreto original em francês escrito por Jean-Nicolas Bouilly.
O texto conta a história de Leonore, que se disfarça de
Fidelio, ajudante de carceragem, para salvar seu marido,
preso político condenado à morte. Nesta narrativa épica,
o compositor sintetiza seus preceitos éticos e estéticos,
uma vez que a heroína exalta sua paixão, combatendo pela
liberdade.
A última versão de “Fidelio” nasceu no contexto da “guerra da
libertação” da Alemanha contra Napoleão, a qual também deu
origem a “Vitória de Wellington” e outras obras circunstanciais
que renderam a Beethoven grande popularidade em seu
país. Mas a epopeia de amor, luta e libertação, protagonizada
por Leonore, não conviveria bem com o regime absolutista de
Metternich, instaurado no Império Austríaco após a queda do
líder francês, ao qual Beethoven tornou-se ferrenho opositor.
A Ospa estreou “Fidelio” em Porto Alegre em 1954, sob
regência de Pablo Komlós, em forma de concerto, como a
ouviremos nesta temporada 2013 da orquestra.
Nos despachos do dia, chega a Don Pizarro a notícia de que
o ministro de Estado, Don Fernando, está a caminho para
inspecionar a prisão. Sabendo disso, ele decide matar seu
inimigo Florestan imediatamente, e ordena Rocco a cavar
uma sepultura no calabouço. Ao descobrir o plano, Leonore
percebe a maldade de Don Pizarro e a situação de risco em
que sua vítima se encontra. Depois de orar para que seu
marido se salve, ela mais uma vez convence Rocco a levála consigo, desta vez à cela do homem condenado, bem
como a conceder aos outros prisioneiros alguns momentos
de ar puro no pátio. Os homens desfrutam estes minutos
de liberdade, mas são mandados de volta às celas por
Don Pizarro. Apreensiva, Leonore o segue em direção ao
calabouço.
Em uma das mais recônditas celas da prisão, Florestan
sonha que sua esposa chega para salvá-lo. Rocco e Leonore
aparecem e começam a escavar a cova dele. Florestan
desperta, sem reconhecer Leonore, e ela quase perde a
compostura ao ouvir a voz familiar de seu marido. Ele pede
ao carcereiro-chefe que lhe dê algo para beber, e Leonore
lhe alcança um pouco de vinho, pedindo-lhe que não perca
a esperança. Rocco então sinaliza para Don Pizarro que
está tudo pronto. Mas quando o diretor avança para desferir
o golpe mortal, Leonore o impede, jogando-se entre os
dois. Neste momento, fanfarras anunciam a chegada de
Don Fernando. Rocco conduz Don Pizarro ao encontro do
ministro, enquanto Leonore e Florestan se abraçam.
No patio da prisão, Don Fernando proclama a justiça para
todos. O ministro fica admirado quando Rocco lhe relata
o heroísmo de Leonore. Don Pizarro é preso, e a própria
Leonore retira as correntes de Florestan. Outros prisioneiros
também ganham liberdade, e a multidão saúda Leonore.
Ato II
Uma primeira versão da composição de Beethoven, com
três atos, foi estreada em 1805, ainda com o título original
do libreto, “Leonore”, e sem sucesso. Uma reformulação,
em dois atos, ganhou uma primeira apresentação no ano
seguinte, também sem sucesso. A versão definitiva viria
apenas em 1814, desta vez recebendo um retorno à altura
do esforço do compositor e da qualidade da obra. Neste
percurso, foram compostas quatro diferentes aberturas, que
até hoje mantêm-se no repertório das orquestras.
Espanha, século XVIII. Em uma prisão de Estado, Marzelline,
filha do carcereiro-chefe Rocco, recusa as atenções do
porteiro Jaquino, que deseja casar-se com ela. O coração de
Marzelline está agora voltado a Fidelio, novo ajudante de seu
pai. Rocco simpatiza com o rapaz, que, na verdade, é Leonore,
uma nobre mulher de Sevilha, que veio à prisão disfarçada
para encontrar seu marido, Florestan, um preso político
que ali se encontra detido. Quando Rocco menciona um
prisioneiro que vive miseravelmente, com alimentação cada
vez mais restrita, em uma cela obscura, Leonore suspeita
que possa ser Florestan e pede a Rocco para acompanhá-lo
em suas rondas. O carcereiro-chefe concorda, ainda que só
ele tenha permissão do diretor da prisão, Don Pizarro, para
descer ao calabouço.
Ato I
A trajetória de Ludwig van Beethoven (1771-1827) marca
o processo de autonomização do artista, na medida em que
ele reivindicava liberdade para suas escolhas artísticas e
existenciais. O espírito beethoveniano tinha suas raízes no
Iluminismo, ao mesmo tempo em que acolhia o Sturm und
Drang, as novas instâncias do idealismo alemão e as ideias
democráticas e libertárias da Revolução Francesa.

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