INFORMA
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MAR 2016 INFORMA Índice Índice Nota da Direcção 3 ESTÓRIAS Quando fumar cachimbo salvou Bertrand Russell 4 FUMADAS Campeonato de Espanha convida-nos 5 ARTESÃOS Até sempre Christian Wolfsteiner 6 Que “loucura” deu a Tom Eltang?! 7 Wolfgang Becker – da admiração por Lars Ivarsson ao seu próprio estilo 8 TABACO (S) Mais uma mistura Balkan no mercado 9 Kohlhase & Kopp – Edição especial Páscoa 2016 9 Tabaco no Cinema? Só em filmes “para adultos”… 10 LIVROS E REVISTAS Três gerações de cachimbos Ivarsson agora em livro 14 As obras-primas de Lars e Nanna Ivarsson 15 FUMADORES CÉLEBRES Albert King e John Coltrane 16 O Cachimbo na Arte 17 Norman Rockwell 18 LEMOS NOS JORNAIS 19 FICHA TÉCNICA Propriedade: Cachimbo Clube de Portugal Diretores: Eduardo Conceição e Luis Aleixo Editor/Redator: José Manuel Lopes Design: Nanolab (Vasco Falardo) Março 2016 2 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA Nota da Direcção Nota da Direcção Assembleia Geral No passado dia 20 de Fevereiro teve lugar a Assembleia Geral no restaurante O Alazão com a apresentação oficial do sítio do Clube e do novo logotipo. Realizada em ambiente muito produtivo, foram lançadas novas ideias para o futuro do Clube. Jantar Mensal – Quinta-feira - dia 03 pelas 20:00 Continuamos a marcar presença no restaurante O Alazão, renovando o convite para o jantar na próxima quinta-feira pelas 20:00 em Alcântara. No jantar vamos ter uma degustação dos tabacos Gold Rush da Ashton, Grou Semoore da Samuel Gawith e por cortesia do socio Jorge Tavares e Sousa o tabaco Larsen 2016. Restaurante O Alazão Rua Gilberto Rola nº 21 Alcântara, Lisboa, Portugal Tel: 213 966 948 www.alazao.com Apareça e traga amigos para uma boa fumada! Créditos: Ao José Manuel Lopes pelo excelente trabalho que nos tem oferecido. A Direcção do CCP Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 3 ESTÓRIAS Quando fumar cachimbo salvou Bertrand Russell Bertrand Arthur William Russell (1872-1970), nasceu no País de Gales, numa família tradicional. Foi casado quatro vezes e, apesar de nunca ter deixado o seu cachimbo, morreu com quase cem anos. Foi filósofo – a par de Jean-Paul Sartre um dos mais “engajados” do século XX –, lógico, matemático, além de inveterado humanista. Posicionou-se a favor da emancipação feminina e do controle da natalidade, foi pacifista, combateu o imperialismo e a guerra do Vietname, e foi um dos primeiros defensores do desarmamento nuclear. Agnóstico militante, criticava qualquer forma de autoridade que tolhesse a liberdade de pensamento e de expressão e acusava as instituições religiosas por dificultarem a vida do ser humano (“Porque não sou cristão” é uma das suas principais obras). 4 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA Em 1950, recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Fumador incansável, sempre de cachimbo na mão, Russell viajava num avião que, em 1948, caiu sobre o mar da Noruega. Na sua autobiografia, descreveu assim o acidente: “Quando o avião pousou sobre a água, tornouse óbvio que algo estava errado. Nós estávamos sentados no avião que lentamente se afundava. Vi barcos reunidos em volta do avião e fomos informados que devíamos saltar para o mar e nadar até um destes barcos – o que todas as pessoas perto de mim fizeram. Soubemos, posteriormente, que os 19 passageiros da área de nãofumadores tinham morrido quando o avião atingiu a água. Eu havia dito a um amigo em Oslo, que foi quem reservou o meu lugar no avião, que ele devia escolher uma poltrona onde eu pudesse fumar, e comentei jocosamente: ‘Se eu não puder fumar, vou morrer’. Inesperadamente, esta acabou sendo uma verdade” Elaborado com base em “Bertrand Russell e seu cachimbo”. Ver FUMADAS Campeonato de Espanha convida-nos É já no próximo dia 2 de Abril que se irá disputar o XXIV Campeonato de Espanha de Fumadores de Cachimbo (imagem do cartaz supra), uma prova sempre com muitos motivos de interesse e que reune inúmeros fumadores do país vizinho e não só. Desta feita, a prova tem o aliciante de se realizar nas Bodegas Sanchez Romate, em Jerez de la Frontera (Cádiz), uma das mais afamadas empresas produtoras de vinho jerez, sendo a competição efectuada com tabaco Glen Piper, da Robert Mc Connell, e cachimbos da marca Simply Pipes, do artesão Pedro Chana. Em preparação está a deslocação de uma equipa do CCP devendo caso se queira inscrever contactar a Direcção do cluube (só há 60 lugares disponíveis). Ver Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 5 ARTESÃOS Até sempre Christian Wolfsteiner! A notícia foi divulgada na página do Facebook do Cachimbo Clube de Chipre: morreu o artesão Christian Wolfsteiner. Ver Artesão alemão, nasceu em 1961 e cresceu numa “idílica área rural”. Vivia em Ingolstadt com a família e, como assinalou no seu sítio na web, acompanhavam-no “vários animais selvagens, alguns saxofones e guitarras…” Os cachimbos sempre lhe interessaram e, entre 1997 e 1981, fez o seu primeiro cachimbo, “o seu próprio cachimbo de sonho”, tendo em 2001 dado início à produção de peças na sua oficina. Trabalhava regularmente em parceria com outros artesãos. Muitos dos seus cachimbos são marcados por formas exóticas, estranhas, desconcertantes mesmo por vezes – ver galeria e arquivo de fotos na sua página em. Ver Outros sítios a consultar: Ver e também Ver Cachimbos com as formas que Christian Wolfsteiner apelidou de “Calamity Bill” e de “Spanish Volcano”. 6 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA ARTESÃOS Que “loucura” deu a Tom Eltang…?! Tom Eltang não pára de nos surpreender! Quando pensamos que já vimos tudo o que o grande mestre dinamarquês é capaz de fazer, surge sempre algo de novo, de inesperado, onde a originalidade, a criatividade, mas também a beleza e a funcionalidade, estão sempre presentes. Não foi a primeira vez que Eltang se lançou na produção de um “Knife Pipe” (“cachimbo-faca”). Este, tem um fornilho misto de chameado e olho-de-perdiz, acabamento liso, com a sua coloração/contraste habitual, acessórios em bucho, uma boquilha em vulcanite a fazer lembrar a lâmina de uma faca-de-mato, e vem acompanhado de uma base de apoio em urze (plateau) e de um calcador também em urze, vulcanite e chifre. Tem a graduação “Snail”, a máxima atribuída pelo artesão. O preço desta fantástica peça na empresa norteamericana Smokingpipes.com: 3500 dólares. Ora veja os detalhes: Ver Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 7 ARTESÃOS Wolfgang Becker – da admiração por Lars Ivarsson ao seu próprio estilo Artesão de Duisburg (Alemanha), Wolfgang Becker nasceu em 1952 e cedo se apaixonou pelos cachimbos de gama alta, como os do mestre dinamarquês Lars Ivarsson, peças com que travou conhecimento através do magazine do clube local. Em 1987, sem qualquer auxílio inicial, fez os seus primeiros cachimbos, antes de receber a ajuda e os primeiros conselhos do seu amigo artesão alemão Klaus Hahn. Após uns poucos anos de aprendizagem, começou a vender algumas peças da sua limitada produção (uma trintena de cachimbos/ano), que tem em “The Wasp” e “The Driver” as suas formas mais típicas. Facilmente reconhecíveis, os seus cachimbos, ora lisos ora areados, levam boquilhas em vulcanite alemã e, por vezes, acessórios em bambu, bucho e prata (raramente). Disputado pelos coleccionadores, Wolfgang Becker adora conceber cachimbos com formas assimétricas, que são sempre equilibrados e esteticamente atraentes. Ver Ver também 8 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA TABACO(S) Mais uma mistura Balkan no mercado Kohlhase & Kopp – Edição especial Páscoa 2016 Apreciadas por muitos fumadores, as misturas para cachimbo que incluem na sua composição Latakia e outros tabacos orientais continuam a receber entusiásticas críticas. Uma das últimas que chegaram ao nosso conhecimento respeita à marca GQ Classic Balkan (Izmir), comercializada em Inglaterra por Glynn Quelch (GQ Tobaccos), com um corte grosso (ribbon) e composta pelas variedades de tabaco Virginia, Kentucky, Turkish e Latakia. Uma boa ocasião para ficarmos a saber mais sobre este género de tabacos. Ver Ver também Uma edição limitada com 100 gramas de tabaco aromático (Black Cavendish, Virginia e Burley), corte fino e com uma ligeira aromatização a champagne e pêssego. O preço para tabaco enlatado nem está mau (se compararmos com o que grassa por cá…) – Ver Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 9 TABACO(S) Tabaco no cinema? Só em filmes “para adultos”… A Organização Mundial de Saúde (OMS) quer que todos os países-membros utilizem um sistema de certificação que classifique filmes e séries televisivas como sendo “para adultos” sempre que incluírem cenas com pessoas a fumar. Esta é a principal recomendação apresentada pela OMS sobre a influência que a presença de fumadores em filmes e séries de televisão exerce sobre a decisão de alguém começar a fumar. A informação divulgada é, no mínimo, muito discutível mas, de acordo com os Centros de Prevenção e Controlo de Doenças nos Estados Unidos, seis milhões de adolescentes começaram a fumar em 2014 depois de terem sido expostos a cenas onde aparecem fumadores. Em 2014, nos EUA, 36 por cento dos filmes classificados “para todos os públicos” tinham cenas com fumadores. 10 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA TABACO(S) A ligação entre o tabaco e o cinema já vem de longe, nomeadamente enquanto aproveitamento publicitário. Nas imagens juntas, anúncio da década de 1950 com a actriz Marlene Dietrich e exemplo da utilização da mítica Hollywood, a Meca do Cinema. À esquerda, Humphrey Bogart e Lauren Bacall no filme (1944) “To Have To Have Not” (“Ter e Não Ter”, também com o título “Uma Aventura na Martinica”), do realizador Howard Hawks. A acção passa-se na ilha da Martinica, nos dias que se seguem à queda da França sob a ocupação nazi, e foi durante a rodagem que os dois actores se apaixonaram, tendo vindo a casar. À direita, cena da película “Malena” (2000), de Giuseppe Tornatore, com a protagonista Monica Belluci. Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 11 TABACO(S) 12 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA Livros e revistas Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 13 Livros e revistas Três gerações de cachimbos Ivarsson agora em livro Um livro excelente e obrigatório para os fãs dos cachimbos Ivarsson mas não só! A obra recentemente dada à estampa, “An Ivarsson Product: Three Generations of Ivarsson”, é um caso único no mundo dos cachimbos e também no universo da arte fotográfica (Nota: não é nada fácil fazer boas fotos de cachimbos). O livro pesa só sete libras (3,175Kg), e se uma imagem vale mil palavras então este primor equivale a qualquer coisa como 222.000 palavras, sem contar com as introduções do coleccionador Rick Newcombe e do especialista da Smoking Pipes, Sykes Wilford! Notável ainda por abarcar três gerações dos artesãos dinamarqueses Ivarsson, com as páginas 44-266 dedicadas a três capítulos com fotos de página inteira de cada um deles: Sixten, o seu filho Lars e a sua neta Nanna. Para nós a obra tem um senão: está em chinês (apenas a introdução é em inglês). Quanto às fotografias, temo-las dos artesãos, de muitos dos seus cachimbos, dos seus ateliês/oficinas, dos desenhos que precederam a criação de inúmeras formas. Enfim, um livro maravilhoso, um must! À venda, por 145 dólares, na Smoking Pipes – Ver Na página seguinte mostramos-lhe imagens com trabalhos dos artesãos, Lars e Nanna. Vale a pena ver. 14 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA Livros e revistas Nanna Ivarsson, a mais nova das três gerações de artesãos e o seu primeiro estojo/‘set’ semanal, que compreende alguns dos melhores cachimbos feitos pela artesã dinamarquesa. Três das peças levam a gravação “Fish”, a sua mais elevada graduação. O estojo foi apresentado pela primeira vez no Show de Chicago, tendo logo encontrado um comprador. Ver Cachimbo do artesão dinamarquês Lars Ivarsson (foto intitulada “Ivarsson Leaf”). Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 15 Fumadores Célebres FUMADORES CÉLEBRES Hoje dedicamos a rubrica Fumadores Célebres a dois norte-americanos: o virtuoso dos blues Albert King e o talentosíssimo jazz man John Coltrane. Albert King (25 de Abril de 1923, Indianola, Mississippi - 1 de Dezembro de 1992, Memphis, Tennessee), guitarrista e cantor de blues foi considerado o 13º melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana “Rolling Stone”. Figura imponente (na música e no físico…), assinou êxitos como “Born Under a Bad Sign” e “Don’t Lie To Me”. Para saber mais: Ver John Coltrane (23 de Setembro de 1926, Hamlet, Carolina do Norte – 17 de Julho de 1967, Long Island, Nova Iorque) é considerado pela crítica especializada como o maior sax tenor do jazz e um dos maiores jazzistas e compositores deste género musical de todos os tempos. 16 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA De seu nome completo John William Coltrane, a sua influência no mundo da música ultrapassa os “limites” do jazz, indo desde o rock à música erudita, influenciando várias gerações de músicos e compositores. Começou na década de 1950 e em doze anos, entre 1955-1967, lançou cerca de 50 gravações como líder e apareceu em outras tantas lideradas por outros músicos, assumindo progressivamente uma dimensão classificada como espiritual que iria consagrar o seu legado musical. Coltrane recebeu uma citação especial do Prémio Pulitzer da Música em 2007 pela sua “perita improvisação, musicalidade suprema e por ser um dos ícones centrais na história do jazz”. Para saber mais: Ver Mas estes são apenas dois dos grandes músicos norteamericanos que estão/estiveram sempre ligados ao cachimbo e aos prazeres que este proporciona. No blogue do artesão Rolando Negoita pode ler um interessante artigo sobre estas e outras grandes figuras da música – Ver O Cachimbo na arte Norman Rockwel Estamos de volta a Norman Rockwell de quem já falámos numa edição anterior do “Informa” (imagem em baixo). Desenhador, ilustrador e pintor norte-americano, Rockwell (3 de Fevereiro de 1894, Nova Iorque – 8 de Novembro de 1978, Stockbridge, Massachusetts) tornou-se muito popular nos EUA sobretudo devido às 323 capas da revista “The Saturday Evening Post” que concebeu ao longo de mais de quatro décadas. Pintou os retratos dos presidentes Eisenhower, Kennedy, Lyndon Johnson e Nixon, bem como de outros líderes mundiais como Nasser e Nehru. Um dos seus últimos trabalhos foi o retrato da cantora Judy Garland, em 1969. As duas imagens que apresentamos – divulgadas pelo sítio francês Ver – correspondem a quadros com autoretratos do pintor. Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 17 LEMOS NOS JORNAIS 21 registos de infracção à Lei do Tabaco em 2015 na Madeira Segundo a Inspecção Regional das Actividades Económicas, 10 dos casos referem-se a infracções cometidas por pessoas que fumavam em espaços fechados proibidos pela lei, sendo que nas restantes situações a contra-ordenação partiu dos próprios estabelecimentos comerciais. Notícia completa no “Jornal da Madeira”, Ver Vícios: Fumar e deixar de fumar Um texto de opinião sobre os hábitos dos fumadores, assinado por Laurinda Alves e divulgado pelo “Observador”. Ver Aumentos castigam mais o tabaco de enrolar Aumento dos impostos vai penalizar o tabaco de enrolar cujo preço pode subir 40 a 50 cêntimos por 10 gramas (20 cigarros). No maço de cigarros o efeito no preço pode variar entre 10 a 20 cêntimos (in “Observador”: Ver). A subida do imposto específico sobre o tabaco, prevista na versão preliminar do Orçamento do Estado para 2016, deverá provocar um aumento do preço final entre 10 a 20 cêntimos por maço de cigarros, de acordo com cálculos efectuados por uma fonte do sector, a pedido do Observador. Os aumentos serão muito mais significativos no chamado tabaco de corte fino, usado no tabaco de enrolar, onde o impacto dos novos impostos pode implicar mais 40 a 50 cêntimos por 10 gramas, que é quantidade mais ou menos equivalente a um maço de 20 cigarros, considerando o poder de enchimento médio dos produtos que estão disponíveis no mercado. 18 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA O tabaco de enrolar é vendido em pacotes com diferentes dimensões. Os mais comuns têm entre 15 e 30 gramas. Usando por exemplo o caso de uma marca, a Amber Leaf, pode se ver um aumento superior a 1 euro só com o aumento do imposto, num pacote de 30 gramas. Actualmente, o pacote de 30 gramas custa 6,4 euros. Deste, 4,05 euros são de imposto. Com o aumento proposto, o imposto passaria a ser de 5,07 euros. Se a margem se mantivesse igual, com o aumento de imposto o preço de um pacote de tabaco de enrolar Amber Leaf de 30 gramas deixava de custar 6,4 euros e passava a custar 7,42 euros. A proposta preliminar do Orçamento do Estado prevê um agravamento do elemento específico do imposto sobre os cigarros tradicionais de 88,20 euros para 90,85 euros por mil cigarros. É uma subida de 3% cujo efeito no preço final é ampliado pela aplicação da componente Ad Valorem e IVA. No caso do tabaco de corte fino, o elemento específico passa de 0,075 euros por grama para 0,078 euros, mais 4%. Mais penalizador é contudo o imposto relativo ao tabaco de corte fino que se destina aos cigarros de enrolar e que não pode ser inferior a 0,169 euros por grama, quando o valor anterior era de 0,135 euros por grama. A decisão sobre os preços finais caberá sempre aos operadores, que podem ou não reflectir o agravamentos dos impostos, mas se o fizerem o impacto será muito mais pesado no tabaco de enrolar que beneficiava ainda de alguma vantagem fiscal pelo facto dos fabricantes terem potenciado o poder de enchimento médio, o que permite produzir um cigarro com meio grama. Ao contrário do tabaco tradicional, cujo imposto se aplica por cigarro, neste caso é aplicado em função do peso. Esta não é a primeira vez que há uma penalização sobre o tabaco de enrolar, um produto para o qual muitos fumadores fugiram depois de sucessivos agravamentos fiscais. No ano passado tinha sido a vez das cigarrilhas, charutos e tabaco para cachimbo, bem como o líquido contendo nicotina que é utilizado nos cigarros electrónicos. LEMOS NOS JORNAIS Imposto sobre o tabaco volta a subir… apesar da receita do Estado continuar a baixar Portugal no centro da maior apreensão de sempre de tabaco na Europa Em 2016, a tributação volta a subir sobre o tabaco – o Governo quer aumentar em três pontos percentuais o valor mínimo do imposto específico. Mas já no ano passado e apesar do aumento do imposto, a receita obtida com os fumadores teve uma quebra de 11,3 por cento, i.e., 264 milhões de euros. Pelos vistos, querem repetir a “receita” nada aprendendo com os fracassos anteriores de punição de quem fuma. A notícia foi divulgada pelo “Observador”(Ver) de onde respigamos um extracto. “O aumento dos impostos sobre os combustíveis, selo e tabaco, são as principais medidas do lado da receita previstas no esboço orçamental para 2016 que devem contribuir para alcançar o cumprimento da meta do défice de 2,6% anunciada. No entanto, a cobrança destes três impostos no ano passado ficou abaixo das metas apontadas no Orçamento do Estado, isto apesar de duas destas tributações (tabaco e combustíveis) terem sido agravadas em 2015. Os dados da execução orçamental de Dezembro mostram que a receita destes impostos está cerca de 400 milhões de euros abaixo da projecção realizada pelo anterior governo. Comparando com o valor cobrado em 2014, a evolução foi ligeiramente positiva. O maior desvio negativo verificou-se no imposto sobre o tabaco onde estava prevista a cobrança de 1505 milhões de euros, mais 7,6% do que em 2014. A cobrança, de acordo com números preliminares de Dezembro, foi de 1241,4 milhões de euros, o que traduz uma queda de 11,3%. A derrapagem face à previsão foi de 264 milhões de euros. O tabaco tem, aliás, sido apontado por especialistas como um caso de tributação que exemplifica a curva de Laffer, ou seja, em que o limite da fiscalidade já foi alcançado. Isto significa que novos aumentos de impostos não proporcionam já mais receitas, antes pelo contrário.” Em causa mais de 182 toneladas de folhas de tabaco e uma alegada rede de contrabando que operava do Norte ao Sul de Portugal e tinha ligações a Espanha. A GNR anunciou a apreensão de mais de 182 toneladas de folhas de tabaco, suficiente para produzir cerca de 364 milhões de cigarros, tendo já sido classificada como a maior na Europa. As 182 toneladas de folhas de tabaco e tabaco moído foram apreendidas durante uma operação realizada pela Unidade de Acção Fiscal da GNR e pela Autoridade Tributária e Aduaneira, sob a coordenação do Departamento Central de Investigação e Acão Penal. A corporação adianta que no âmbito da operação foram realizados 41 mandados de busca em diversos operadores económicos das regiões do Porto, Vila Nova de Gaia, Fundão, Castelo Branco, Leiria, Lisboa e Ponte de Sor, por suspeita dos crimes de introdução fraudulenta no consumo de tabaco. Além das folhas de tabaco e tabaco moído, em quantidade suficiente para a produção de mais de 364 milhões de cigarros, a GNR apreendeu também 4800 maços de cigarros sem estampilha fiscal aposta, várias centenas de milhares de tubos (filtros e papel de fumar prontos a serem preenchidos com tabaco) e 611.526 euros em dinheiro. A Guarda Nacional Republicana apreendeu ainda três armas ilegais, balanças de precisão, vários acessórios industriais de trituração, elementos documentais e dispositivos informáticos de armazenamento que acompanhavam o desenvolvimento do contrabando de tabaco. Esta apreensão é considerada, até à data, a maior realizada na Europa, constituindo uma fuga ao pagamento de impostos num valor superior a 30 milhões de euros. Segundo a GNR, 12 pessoas e seis sociedades foram constituídas arguidas no final da operação. Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 19 LEMOS NOS JORNAIS Imperial Tobacco quer reformulação da estrutura do imposto sobre tabaco A Imperial Tobacco Portugal pediu no parlamento a reformulação da estrutura do imposto sobre o tabaco, que considera desconforme com a legislação europeia, e para que não haja um aumento muito elevado do imposto que favoreça o comércio ilícito (Notícia divulgada pela Agência Lusa / Notícias ao Minuto em: Ver). "Os nossos votos são para que o Orçamento do Estado [para 2016] seja capaz neste contexto de consolidação de ter em conta que a estrutura de imposto de cigarros tem de ser melhorada e que tem de ser corrigido o desfasamento existente [na tributação] entre os cigarros e o tabaco de enrolar", disse Tiago Souza d'Alte, da Imperial Tobacco Portugal, que integra a multinacional britânica Imperial Tobacco. O responsável dos assuntos corporativos da Imperial Tobacco Portugal, criada no país em 2006, esteve na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, onde começou por mostrar o impacto da empresa na economia portuguesa, na ordem dos 240 milhões de euros em 2014 e com uma quota de mercado de mais de 15 por cento, para depois se focar nas questões da tributação, comércio ilícito e regulamentação. Tiago Souza d'Alte identificou alguns desvios face às recomendações e ao que está postulado na directiva europeia sobre o tabaco, nomeadamente quanto à obrigatoriedade do imposto ter uma estrutura mista. Neste sentido, e à margem da sua audição, explicou à Lusa que, de acordo com a legislação europeia, o imposto tem que ter um elemento fixo que tem de ser sempre pago, "um valor de tantos euros por mil cigarros". Mas, além disso, tem de pagar também um valor em função do preço, a chamada componente 'ad valorem', segundo a qual as marcas mais caras, para consumidores com maiores rendimentos, pagam mais imposto e as mais 20 | CCP www.cachimboclube.pt | [email protected] | Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA baratas, para pessoas com menores rendimentos, pagam menos imposto. "O que acontece em Portugal é que existe um valor mínimo de imposto tão elevado, que é 104 por cento da classe de preços mais vendida em Portugal, uma coisa que não existe em nenhum outro país da União Europeia. Isto faz com que praticamente todas as marcas de cigarros paguem o valor mínimo de imposto", exemplificou. Mas os problemas não ficam por aqui e Tiago Souza d'Alte diz que se estendem à forma como são tributados os cigarros e o tabaco de corte fino, o chamado tabaco de enrolar, sendo que a directiva comunitária define que este último deve ser tributado numa proporção de dois terços face ao cigarro. Esta norma justifica-se, diz, já que o tabaco de enrolar é dirigido a consumidores que se guiam sobretudo pelo preço e por isso desviam a sua opção de consumo para este produto, mais barato e inacabado, mas lembra que à parte ainda têm de comprar o papel, as mortalhas e os filtros. "Ora, acontece que em Portugal neste momento o valor mínimo de imposto no tabaco de corte fino, equiparando um grama de tabaco de corte fino a um cigarro, é 106 por cento do valor do imposto dos cigarros. Não há nenhum outro país da UE onde o tabaco de corte fino seja tributado mais pesadamente do que os cigarros", sustentou. Trata-se de um "fosso" que pode comprometer a capacidade que a categoria do tabaco de corte fino tem de impedir os consumidores de se desviarem para o comércio ilícito. "A rede que foi recentemente desmantelada (Fevereiro) dedicava-se a comercializar tabaco de enrolar e não cigarros. O tabaco de enrolar transformou-se em Portugal numa categoria fiscalmente atraente para haver fraude fiscal", reforçou. Como tal, a Imperial Tobacco Portugal considera que "a estrutura de imposto deve ser reformulada para que LEMOS NOS JORNAIS essa categoria [do tabaco de enrolar] volte a fazer a sua função". "Por outro lado, esperamos que não exista um aumento do imposto do tabaco que vá contribuir para erodir as receitas fiscais, em vez de as aumentar, porque é esse um pouco o percurso a que temos vido a assistir nos últimos três/quatro anos", disse. O responsável referia-se "ao aumento consecutivo e a um ritmo muito acentuado das taxas de imposto aplicado sobre os cigarros e o tabaco de corte fino" que considera "vir a atirar cada vez mais os consumidores para o comércio ilícito", lembrando mais uma vez que a rede desmantelada (atrás referida) tinha em seu poder naquele momento o equivalente a 30 milhões de euros em imposto sobre o tabaco, cerca de 180 toneladas, correspondentes a 360 milhões de cigarros. "Aquilo que se pede é que se dê ao mercado o tempo suficiente para estabilizar, o ideal é que seja corrigida alguma disfuncionalidade que o sistema tenha. Apelamos para que exista uma correcção desses desvios", frisou. CCP – Março de 2016 Apartado 4562 — 1511-601 LISBOA | [email protected] | www.cachimboclube.pt CCP | 21
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