ti - DECOM
Transcrição
ti - DECOM
EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Vejamos um exemplo: Experiência da barra condutora movendo-se em um campo magnético constante: Esta aula: ! Indutor e capacitor Indutor Lei de Faraday e Lei de Lenz R • Michael Farad e Joseph Henry: descobrem que campos magnéticos variantes produzem (induzem) uma força eletromotriz (diferença de potencial) em um circuito próximo. • Intensidade da forca eletromotriz induzida é proporcional ao taxa de variação temporal do fluxo magnético produzido por uma fonte externa (Lei de Faraday) R e(t ) = − I FB Barra movimenta-se para a direita dΦ (t ) dt • O sinal algébrico indica que a polaridade da tensão induzida é tal que produza uma corrente que cria um campo magnético para se opor à variação do campo magnético original, produzido pela fonte externa (Lei de Lenz – Heinrich Lenz) 1 I R FB Barra movimenta-se para a esquerda O corrente I terá o sentido tal que o campo produzido por ela (induzido) tende a compensar a variação do campo (produzido pela fonte externa) que atravessa a área do enlace. 2 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Quando a barra movimenta-se para a direita: • O fluxo que atravessa o enlace aumenta (maior área). • Portanto, uma tensão será induzida nos terminais do resistor. • Como o circuito é fechado, teremos uma corrente atravessando o resistor. • Essa corrente produzirá um campo magnético, que também atravessará o enlace. • Esse campo será no sentido que tenda a fazer o campo total no enlace se manter constante. • Usando a regra da mão direita, vemos que I deve ser no sentido anti-horário. • Note que a forca magnética aplicada à barra, devido ao campo magnético variante, tem sentido tal que se oponha ao movimento da barra • Inicio de 1800’s: Cientista dinamarquês Oersted mostrou que uma corrente percorrendo um condutor produz um campo magnético. • Ampère realiza experimentos que mostram que o campo magnético e a corrente que o produz seguem uma relação linear. Corrente elétrica I atravessando um condutor leva ao aparecimento de um campo ! magnético, ou densidade de fluxo magnético B ! ! B B S C I C I ! ! Fluxo magnético: φ = B ⋅ ds ∫ S B FB = - q vd x B axb vd b a 3 4 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Outro exemplo: Tensão induzida ao fecharmos um circuito: Indutor: Campo produzido por I Considere agora que temos N voltas de um condutor (indutor), imerso em um campo magnético produzido pela corrente que circula pelo próprio condutor. A tensão induzida será dada por Tensão induzida e(t) I e(t ) = − N A tensão e(t) terá a polaridade tal que produzirá uma corrente que cria um campo magnético que tende a se opor ao campo produzido por I. dΦ (t ) dI (t ) , = −L dt dt onde L é a constante de proporcionalidade, chamada indutância, que depende da geometria do indutor. I ! B Note que a rigor devemos chamar essa característica de auto-indutância, pois o campo magnético é produzido pelo indutor, e a tensão induzida de interesse é aquela observado no mesmo indutor. 5 6 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Considerando um circuito com fonte, resistor e indutor, com a corrente I aumentando: Exemplo de indutor: Área da seção transversal A Permeabilidade µ Tensão induzida v(t) Comprimento s I L espiras L= Note que a polaridade da tensão induzida v(t) no indutor é dada pela Lei de Lenz, enquanto que o seu valor é dado pela Lei de Faraday, ou seja: v(t ) = L µ N2A s −7 Ar: µ = µ 0 = 4π × 10 H/m H dI (t ) dt 7 8 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Consideremos um indutor linear de 2 H, atravessado por uma corrente i(t ) variante mostrada abaixo. v(t ) Se aumentarmos a taxa de variação da corrente, teremos: i (t ) i (t ) 1 t i(t ) −1 L=2H i (t ) di =1 dt 1 di = −1 dt 1 0 1 v(t ) 8 2 3 0 1 v(t ) 2 3 −1 0 1 2 1 3 2 ∞ 0 1 2 3 t −1 0 1 2 3 −∞ −8 t −1 0 t di =0 dt 2 −1 v(t ) t −1 t Note que: • Para correntes constantes, indutor é um curto. • Esse modelo para o indutor não permite variações abruptas da corrente, pois tal situação leva à tensão e potencia infinitas. 3 −2 9 10 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Retomando a expressão que relaciona a tensão e a corrente em um indutor: Energia armazenada em um indutor v(t ) = L Potência instantânea em um indutor: d i (t ) W p = v(t ) i (t ) = L i dt di (t ) 1 → di (t ) = v(t ) dt dt L Energia armazenada: t A corrente no indutor no instante t pode ser obtida através da integral: ∫ t p dt = L i ∫ t0 t i (t ) 1 di = v(τ ) dτ i ( t0 ) Lt ∫ t0 i (t ) ∫ =L 0 ∫ i di i ( t0 ) t i (t ) − i (t0 ) = d i (t ) dt dt 1 = L{[i (t )]2 − [i (t0 )]2 } 2 1 v(τ ) dτ Lt ∫ 0 t i (t ) = É costume adotarmos um valor de t 0 no qual a corrente no indutor seja nula. Então, se i(t0 ) = 0, temos 1 wL (t ) = L [i (t )]2 joules 2 Portanto, toda vez que a corrente no indutor é não-nula, energia é armazenada no mesmo (mesmo quando a corrente no indutor é constante). 1 v(τ ) dτ + i (t0 ) Lt ∫ 0 11 12 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Esse modelo (matemático) é válido para indutores ideais (sem perdas resistivas). Capacitor Dispositivo elétrico capaz de armazenar cargas elétricas. Indutor real: Área A Carga +q L RL v d RL: Resistência do condutor usado para construir o indutor – dissipa energia na forma de calor Carga –q Material dielétrico Permissividade ε Resumo: • Variação da corrente que atravessa um indutor induz tensão entre seus terminais, • Corrente constante: indutor é um curtocircuito, • Indutor armazena energia no campo magnético, mesmo quando a corrente é constante, • Variação abrupta de corrente não são permitidas (pois requer tensão infinita), • Um indutor ideal não dissipa energia, apenas armazena-a. 13 • Carga +q é movida para a placa superiora, acumulando carga –q na placa superiora. • Trabalho realizado é v, proporcional à carga armazenada: q = Cv C = Capacitância Coulomb/volt ou Farad (F) εA Para capacitores de placas paralelas: C = d Ar: ε = 8,854 pF/m A capacitância C determina a quantidade de carga que pode ser armazenada, para uma dada tensão v. 14 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Como as cargas são acumuladas nas placas: Corrente no capacitor: • Considere que as placas estejam inicialmente descarregadas (capacitor descarregado). • Ao conectarmos a fonte de tensão às placas, um campo elétrico se estabelece dentro dos condutores. • O campo elétrico movimenta os elétrons do condutor (força elétrica), levando-os para a placa “negativa” e tirando-os da placa “positiva”. • Esse movimento continua até que todo o condutor esteja no mesmo potencial (ou seja, o campo elétrico deixa de existir). i= dq dv → i =C dt dt i (t ) C + v (t ) − i = 0 se v for constante. Tensão no capacitor dv 1 1 i=C → dv = i dt → v(t ) = dt C C t ∫ i dt + v(t0 ) t0 ! Carga Acumulada 15 16 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Capacitor de 5µF alimentado por um gerador de corrente. Energia armazenada em um capacitor + C = 5µF v(t ) i (t ) Potência instantânea em um capacitor: d v(t ) watts p = v(t ) i(t ) = Cv dt − Energia armazenada: i (t ) (mA) t ∫ 20 t p dt = C v ∫ t0 v (t ) t (ms) 0 1 2 =C 3 1 = C{[v(t )]2 − [v(t0 )]2 } joule 2 8 Se capacitor está descarregado, ou seja v(t0 ) = 0 t (ms) 1 ∫ v dv v ( t0 ) v(t ) (V) 0 t0 dv dt dt 2 3 1 wC = C[v(t )]2 joule 2 Note que a mudança abrupta da tensão no capacitor requer uma corrente de intensidade infinita. 17 18 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 EA513 – Circuitos Elétricos – DECOM – FEEC – UNICAMP – Aula 9 Capacitor ideal: • Material dielétrico é ideal, de resistência infinita (sem corrente eletrônica entre as placas do capacitor), • Toda energia entregue ao capacitor é armazenada na forma de campo elétrico. Resumo (capacitor) • Variação da tensão em um capacitor induz uma corrente entre seus terminais, • Tensão constante: capacitor é um circuito aberto, • Capacitor armazena energia no campo elétrico, mesmo quando a tensão é constante, • Variação abrupta de tensão não são permitidas (pois requer corrente infinita) • Um capacitor ideal não dissipa energia, apenas armazena-a. Capacitor real: material dielétrico apresenta resitencia alta, mas finita. C + − RC RC: Resistência do dielétrico usado para construir o capacitor – dissipa energia na forma de calor 19 20