sobre bugs cerebrais

Transcrição

sobre bugs cerebrais
ASOCIACIÓN EDUCAR
CIENCIAS Y NEUROCIENCIAS APLICADAS AL DESARROLLO HUMANO
NEUROSICOEDUCACIÓN
GIOVANI PICCININ DE OLIVEIRA
SOBRE BUGS CEREBRAIS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
(Versão Português)
Volume I
Buenos Aires
2015
RESUMO
Este estudo defende a existência de falhas cerebrais, devidas à ação da evolução. Estas falhas, ou seja, os bugs, podem ser a explicação para muitos dos comportamentos sociais que vemos hoje em dia, que, diga­se de passagem, não possuem um sentido lógico de ocorrência.¹
Os bugs podem ser, geralmente, respostas conflitivas entre estruturas primitivas e estruturas mais desenvolvidas do cérebro humano. Estas respostas conflitivas são explicadas pelo fato de que estruturas primitivas prezam genética, e portanto, automáticamente, pela sobrevivência do corpo e de toda a espécie humana, e, à vista disso, possuem prioriedade no ranking das ações realizadas pela nossa UCCM (Unidade Corpo Cérebro Mente), isto é, são ativadas antes que as respostas executivas, ou simplesmente, racionais. Portanto, podemos dizer que somos, em totalidade, mais emocionais do que racionais. Isto se deve ao fato de que é mais importante respostas primitivas que garantam a nossa sobrevivência, pela rapidez de processamento e ação (por exemplo, a fuga ou a luta frente a um inimigo), do que respostas complexas, que por assim serem, levaríam mais tempo para serem postas em prática (por exemplo a organização de um plano de neutralização do inimigo).
Deste modo, possuímos duas estruturas que existem para resolver os nossos problemas terrenos que atribuímos os nomes de caminho curto (instintivo­emocional, resposta rápida) e o caminho largo (sistema pré­frontal, resposta complexa). Dado ao fato de que no mundo atual, estamos em continua luta pela sobrevivência (trabalho, organização da casa, estudos, refeições, etc.) o nosso caminho curto é ativado com frequência, e essas respostas passam, na grande maioria das vezes, desapercebidas pela nossa consciência, afinal, são automáticas e inconscientes. Como o uso dessas estruturas foi desenhado para um mundo não globalizado, e sim para o mundo antigo, o descuido com suas respostas acabam gerando situações sem um sentido racional, mas que mesmo assim fazem sentido para o nosso cérebro. Finalmente, estas respostas inconscientes podem ser as grandes precursoras dos maiores problemas globais, como a desigualdade social, o aquecimento global, a falta de água, etc. e mesmo que estas estruturas não sejam más para o cérebro humano, o conjunto de suas falhas constituem a obra.
Esta apresentação, nada mais é, do que uma demonstração do grande interesse pelo estudo futuro do tema, sendo que mais do que fundamento científico, possui uma visão reflexiva e filosófica dos conhecimentos adquiridos ao longo do estudo de neuropsicoeducação. Sendo assim, carece de investigações científicas próprias do trabalho, apoiando­se mais que nada no pensamento lógico e hipotético.
Palavras­chave: Bug Cerebral, Bug Social, Falhas Cerebrais.
GIOVANI PICCININ DE OLIVEIRA
SOBRE BUGS CEREBRAIS
Giovani Piccinin de Oliveira
SOBRE BUGS CEREBRAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Neuropsicoeducação,
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Neuropsicoeducador.
Orientadora: Denise Toiw
Para fins metodológicos, a grande maioria das notas e referências estarão presentes como notas de final de página.
Volume I
Buenos Aires
2015
1. BUG DEFINIÇÃO
BUG: Bug é um termo da língua inglesa que significa “inseto” em português, porém é comumente atribuido ao significado de falhas mecânicas e/ou lógicas; de uma forma mais abrangente pode ser utilizado para falhas em geral.
Acredita­se que o termo teve origem quando Thomas Edison empregou a palavra para relatar que um inseto lhe causou problemas de leitura em seu fonógrafo.
Outro incentivador da ambiguação do termo foi o ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer), primeiro computador digital completamente eletrônico. Ele era movido por válvulas e, por essa razão, atraía milhares de insetos. Devido a que dezenas de válvulas queimavam a cada hora, o computador, que ocupava o espaço de uma sala, era aberto frequentemente, e montes de insetos mortos eram varridos para fora. Se acreditava que esses insetos provocavam curtos­circuitos nas placas do ENIAC, levando a falhas nos programas.
A informática, tal como o fez a engenharia, aderiu a palavra ao seu vocabulário transformando­a em um jargão, obtendo o significado de “defeito” ou “falha”. O termo “bug” é geralmente usado para referir­se a um erro no funcionamento de um software ou hardware; é uma falha na lógica de um programa, e pode causar comportamentos inesperados, tais como resultados incorretos e comportamentos indesejados.
A expressão “bug” ficou conhecida mundialmente com a nova conotação, no ano de 1999, através do chamado “Bug do Milênio”.
Dado que, na década de 60, cada byte de memória economizado pelo sistema representava economia de dinheiro, muitos padrões de programação adotavam formas resumidas para armazenar dados. Em sistemas como o COBOL, as datas eram armazenadas com apenas 2 dígitos para o ano, implicando o entendimento dos outros dois como “19”. Desta forma o sistema economizava 2 bytes de espaço a cada data, o que no fim das contas garantia uma economia de vários bytes se comparar­mos a quantidade de datas (data de nascimento, data de casamento, data de cadastro) que eram armazenadas e o tamanho do disco de memória da época (180kB).
Entretanto, como todas as datas eram representados por apenas 2 dígitos, os programas assumiam o “19” na frente para formar o ano, assim, na passagem de 1999 para 2000 o computador iria entender que estava no ano “19+00”, ou seja, 1900. Devido a este fato, como uma infinidade de empresas e instituições de grande porte ainda possuíam programas com esta configuração, um temor mundial estabeleceu­se em todos os usuários desses sistemas, afinal, caso as datas voltassem para 1900, clientes de bancos veriam suas aplicações dando juros negativos, creadores passariam a ser devedores, e boletos de cobrança para o próximo mês seriam emitidos com cem anos de atraso. Essa “falha” no sistema ficou conhecida como o Bug do Milênio.
Felizmente, vários sistemas tinham uma solução já programada para esta situação, e os que não possuiam, conseguiram reprogramar seus sistemas para cobrir o bug.²
Nesta apresentação, utilizaremos o termo “bug” tal como a informática nos dias de hoje, atribuindo a conotação de “defeito”, “falha”, “erro”.
Qualquer aspecto cerebral que tenha como consequência uma resposta incoerênte ou irracional está vinculada à ideia de bug cerebral, em outras palavras, quando um aspecto cerebral gera um comportamento inesperado, como uma resposta incorreta ou um comportamento indesejado, concluimos que houve um bug cerebral.
2. INTRODUÇÃO
Nós, seres humanos, apresentamos comportamentos incompreensíveis. O mundo, em sua totalidade, representa uma estrutura completamente sem sentido. Tudo isso se deve ao bug cerebral do qual somos reféns.
O ser humano em sua grande maioria desconhece a fisiologia e a biologia do cérebro humano, desconhecendo assim, suas estruturas e funções básicas. Sendo assim, o resultado disso é o mesmo que obteríamos se colocássemos um civil para pilotar um avião caça do serviço militar.
O corpo humano³ é uma estrutura de aproximadamente duzentos mil anos4, que evoluiu de outras estruturas de milhões de anos, como eram as de nossos antecessores. Dado que a evolução darwiniana assegura que na evolução tudo o que funciona é passado para a próxima geração5, concluimos que, a nossa estrutura cerebral atual é uma amplificação de estruturas passadas. Isso quer dizer que funções úteis como algumas das funções de sistemas como o sistema instintivo dos répteis ou o sistema emocional básico dos pequenos mamíferos são utilizadas como base do cérebro do homo sapiens atual.
A seleção natural da qual Darwin se referiu, mantinha os mais qualificados para o mundo (os que sobreviviam), enquanto os menos qualificados padeciam. Durante esse processo, estruturas que funcionavam, como o instinto réptil, eram guardadas pela evolução, enquanto outras estruturas falhas (como a de raças extintas) eram descartadas. Sendo assim, hoje possuímos estruturas como os instintos básicos, que são estruturas desenvolvidas a partir da existência do cérebro exitoso dos répteis. São estas estruturas que, por exemplo, nos garantem o instinto de sobrevivência e o instinto de reprodução.
Sobre as origens, o conceito de ser humano é atribuído a ideia de ser racional, daí o nome Homo Sapiens, homem sábio, em latim.
Atualmente se conhece que a sabedoria humana tem um vínculo direto com a área pré­frontal do nosso cérebro, responsáveis, grosso modo, pelas funções executivas. No entanto, possuímos estruturas como o sistema límbico ou sistema emocional e o sistema instintivo. Essas estruturas mais primitivas possuem um maior peso na balança cerebral, se relacionadas com os lobos pré­frontais. Se bem que se sabe que o cérebro humano funciona em rede e várias áreas cerebrais funcionam simultaneamente, cada área possui algumas funções expecíficas e estão em constante comunicação com diversas outras áreas cerebrais. Desta forma, o cérebro funciona como uma grande rede de comunicação neural que atua como um todo. Mesmo assim, existem estruturas que possuem prioridade de ativação e, desta forma, uma reação mais rápida e um maior poder de ação sobre outras.
Essas estruturas podemos exemplificar como a amígdala cerebral, ou então o núcleo accumbens; a amígdala cerebral é o principal núcleo de respostas relacionadas com a agressividade, medo e ira, fazendo parte do sistema límbico. Já o núcleo accumbens é o núcleo primeiro em relação às respostas de satisfação e prazer, fazendo parte do circuito de recompensa, além de também ser parte do sistema límbico. Estas duas estruturas são responsáveis pela ativação de respostas instintivo­emocionais, que, consequentemente, tem a finalidade de prezar pela nossa sobrevivência e demais instintos principais, como o instinto gregário e o instinto de reprodução.
Visto que essas estruturas cumprem o papel automático de cuidar do corpo, possuem uma ativação mais rápida do que estruturas, digamos, mais sábias, localizadas nos nossos lobos frontais.
Nota: Não são apenas a amigdala e o núcleo accumbens que formam parte desse sistema, pelo contrário, existem muitos núcleos e estruturas envolvidas nessas funções. Porém, nesta apresentação, não entraremos muito a fundo nas estruturas de cada sistema, sendo que, a fim de entendimento, precisamos somente ter uma ideia geral de como funciona cada um desses sistemas.
3. SISTEMAS DE RESPOSTAS: SISTEMA INSTINTIVO/EMOCIONAL E SISTEMA PRÉ­FRONTAL
Dado que a principal função do corpo humano é a de sobreviver, os sistemas de instintos e o sistema emocional que possuímos cumprem um papel essencial nessa função principal.
O nosso cérebro interatua com o mundo externo através dos sentidos. Qualquer estímulo que tenhamos, resulta da captação de sinais sensoriais provenientes do exterior que são filtrados pelos nossos cinco sentidos 6. Cada estímulo, então, ingressa ao cérebro através dos sistemas de recepção de cada sentido que transformam a informação exterior em impulsos elétricos que viajam pelo cérebro até chegarem ao tálamo onde são integrados em primeira instância (integração imprecisa). Após, seguem em direção aos córtex sensoriais primários e segundários de cada sentido e logo ao córtex associativo, completando assim o circuito de identificação dos sentidos, integrando os estímulos e dando forma ao que vemos, ouvimos, sentimos e etc. A primeira identificação dos estímulos realizada no tálamo podemos chamar de X' e a segunda identificação mais complexa e completa, realizada no córtex sensorial de cada sentido, chamaremos X''. São através da identificação desses estímulos que os caminhos curto e largo respondem, retirando informações de X' e X'', respectivamente, para chegarem às suas determinadas respostas.
Um exemplo de integração seria a compilação de informações (estímulos) auditivas, visuais, olfatórias, que formam a situação de estar prestes a ser atropelado por um automóvel; a essa situação podemos denominar X. Após a primeira compilação dessa situação (X'), os estímulos seguem para seus devidos córtex sensoriais, onde serão analizados completamente (X''), ao mesmo tempo, o tálamo envia esta primeira compilação (X') para a amígdala e para o núcleo accumbens, onde X irá ser avaliado como pró ou contra a sobrevivencia. Após esta rápida avaliação, um dos dois núcleos é ativado, e com isso obteremos uma resposta automática e instintiva que responda a situação X. Esta resposta é baseada na nossa aprendizagem genética (podendo ter influências meméticas) e por isto é totalmente imediata e inconsciente, de puro reflexo.
Exemplo:
Se usarmos a situação de estar prestes a ser atropelado por um carro, o núcleo ativado seria a amígdala – centro de controle da dor – e uma das respostas instintivas seria correr horizontalmente de forma a escapar do impacto (caminho curto).
Tudo isso, desde a identificação dos estimulos pelos nossos sentidos, até a resposta dada pela amígdala, demorariam tão somente 125 milisegundos, ou seja, meio piscar de olhos. Tendo em vista a velocidade em que identificamos e respondemos a esta situação, é visível afirmar que, nesta situação, fomos totalmente inconscientes atuando de forma puramente instintiva, de modo que fosse assegurada a nossa vida. À esta primeira resposta denominamos caminho curto.
Após este primeiro caminho, a amígdala – neste caso – repasará sua resposta para uma área dos lobos pré­frontais chamada córtex órbito frontal. É nesse ponto que nos tornamos conscientes da situação ocorrente e podemos refletir sobre ela. Ao mesmo tempo, bem como já dissemos, os estímulos sensoriais que passaram pelo tálamo e foram integrados (X'), partem em direção aos seus núcleos sensoriais correspondentes para que tenham sua análise completa (X''). Desta forma, o córtex trabalha como um todo para obter maiores detalhes da situação e encontrar melhores saídas. Em suma, o córtex órbito frontal receberá então a resposta do caminho curto e a análise de X'', tendo como responsabilidade avaliar essa resposta do sistema límbico e decidir se determinada resposta deve continuar sendo executada ou deve ser interrompida, por haver sido uma resposta equivocada (em base à nova visão de X'').
Nesse momento, o córtex orbito frontal trabalha junto a outras áreas conscientes do nosso cérebro, localizadas nos lobos pré­frontais, que são as responsáveis de identificar e planejar soluções de problemas, de uma maneira mais complexa e completa, mas também, mais lenta. É nesse segundo momento que podemos avaliar a nossa primeira resposta instintiva e colocar um freio na mesma, de maneira que outra solução mais completa e racional possa ser posta em prática. Essa segunda resposta, apesar de ser mais completa, é também um pouco mais lenta, tardando 500 milisegundos para ser avaliada, ou seja, dois piscares de olhos. Essa segunda resposta a denominamos caminho largo.
Se seguirmos com o exemplo anterior, poderíamos chegar a esta determinada situação:
Exemplo:
Digamos que se o protagonista de X houvesse avaliado a situação apenas com o sistema límbico e corresse horizontalmente, teria sido atropelado da mesma forma; porque pelas duas faixas aos lados também vinham dois automóveis em alta velocidade e não teriam como freiar dado que não o veriam a tempo.
Agora, por outro lado, se o protagonista de X, tivesse tempo suficiente para avaliar de maneira correta a situação, as demais partes do córtex seriam acionadas e ele perceberia que estava cercado por carros (X'') e que deveria correr verticalmente na mesma direção do automóvel (caminho largo), de maneira que este, ao já haver visto o protagonista, teria um pouco mais de tempo para freiar o veículo, evitando o acidente.
Com essas explicações e exemplos, podemos ver que a nossa UCCM (unidade corpo cérebro mente) trabalha de forma complexa e interligada, sendo racional ao mesmo tempo – força de expressão – que é totalmente inconsciente. Logo, concluímos que somos regidos por dois caminhos principais pelos quais atuamos e dirigimos as nossas vidas, sendo que seremos sempre primeiro emocionais, para que recém depois surjam os nossos pensamentos racionais.
3.1. O PRINCIPAL DEVER DA UCCM
Desde o surgimento da nossa espécie, já se viam raças com objetivos de vida bem estruturados. Tal­qualmente, a nossa espécie se originou e ocupou da mesma forma esses objetivos que traziam como líder a Sobrevivência.
A nossa UCCM (Unidade Corpo Cérebro Mente) tem como função principal a sobrevivência, motivo pelo qual temos tantas funções que possibilitam o cuidado do corpo e do nosso entorno, para que assim, possamos garantir a própria sobrevivência. E mais, podemos dizer que a nossa UCCM trabalha exclusivamente sobre duas forças: Prazer (pró­sobrevivência) e Dor (contra­sobrevivência). Deste modo, todas as informações que recebemos diariamente as classificamos como prazerosas (aproximação) ou dolorosas (afastamento).
Além do mais, trabalhamos para obter o sucesso de outras duas obrigações: preservação da espécie e vida social. Estas duas, como é possível observar, também possuem instintos genéticos que garantem o seu sucesso e trabalho, para que a espécie evolua e perdure no tempo, como são o instinto gregário (viver em grupos) e o instinto de reprodução, responsável por regular os desejos sexuais, ideia de formar uma família, vontade de ter filhos, etc.
Devido a essas características, podemos perceber que nos parecemos muito a qualquer outra espécie animal, e que, como todos na natureza, somos produtos de uma seleção natural que seleciona características que nos ajudam a proguedir e a nos desenvolver como espécie.
Esta é, sem dúvidas, a principal função do nosso organismo, ou seja, a sobreviência unitária e global.
3.2 O PERIGO DO CAMINHO CURTO
Esta função de resposta rápida (caminho curto) ante qualquer estímulo que lhe chame a atenção sempre atua primeiro que a resposta complexa (caminho largo), devido a que, no mundo pré­histórico, essa função era de total importância no prezar de nossa segurança, proporcionando medidas rápidas que nos salvassem do perigo – por exemplo, do ataque de uma cobra –, em razão de que este caminho possui respostas genéticamente programadas para proteger­nos e que não necessitam esforço algum para serem ativadas. Da mesma forma, atualmente este caminho continua nos salvando de vários perigos no dia a dia.
No entanto, essa função tem nos causado uma série de problemas na atualidade, pelo fato de que, nós, seres humanos, não temos o mínimo conhecimento de como funciona o nosso cérebro e, por conseguinte, do funcionamento dessa função tão importante.
Se comparado ao mundo pré­sociedade, nossos antepassados não tinham muitas preocupações além de cumprir com os deveres básicos da espécie, que eram como já foram citados, a sobreviência, a vida em grupo e a reprodução. No entando, atualmente os deveres que possuímos – apesar de ainda serem os mesmos basicamente –, transformaram­se em atividades mais complexas das que eram cumpridas antigamente, criando um mundo cheio de novos estímulos e novos pensamentos, com regras e normas que devemos seguir, com informações para todos os lados, em todos os lugares, gerando assim um aumento significativo na detecção de estímulos provenientes do mundo exterior que originam uma carga muito mais alta de informações das que eram geradas no passado. Essa alta quantidade de informações acaba influênciando de forma negativa o nosso sistema sensorial e os caminhos de respostas.
Em virtude disso, muitas vezes entramos em um “colapso de respostas”, já que em muitas de nossas situações diárias, o nosso caminho curto fala mais alto e terminamos por aderir práticas mais primitivas em relação aos fatos decorrentes do dia a dia. É dessa forma que, sem perceber, vivemos sob um “regulamento instintivo” que rege várias de nossas respostas a determinadas situações, gerando assim, problemas generalizados na sociedade, que bem como já vimos, ocorrem pela falta de conhecimento do nosso funcionamento, que, de outra maneira, poderia ser identificado como uma resposta imatura e optar pela reavaliação da mesma. E, para resaltar, observamos que este regulamento instintivo atua sobre a ação das duas maiores forças da UCCM, prazer e dor, que gerenciam e dão direção às respostas provenientes do sistema límbico (C Curto), sendo que estas diminuem o poder de escolha das nossas funções mais evoluidas, que dão forma a nossa consciência. É dizer, terminamos, por muitas vezes, presos aos nossos instintos, sem que possamos (nossa consciência) fazer muita coisa para mudar esse destino.
Em suma, concluimos que, esta função básica da UCCM (caminho curto, inconsciência) acaba entrando em conflito com outra função mais desenvolvida (caminho largo, consciência), dado à grande quantidade de estímulos que recebemos a todo o momento, gerando assim, um colapso de respostas no qual o denominamos bug cerebral.
3.3 INSTINTOS
Como descrito, nossas vidas são guiadas por três principais instintos genéticos que atuam automaticamente e inconscientemente na nossa conduta. Se olharmos para esses instintos podemos refletir a realidade que vivemos hoje e a maneira como o mundo se manifestou. Veremos isso durante este tópico.
O instinto de sobreviência, como já foi citado, é o mais poderoso e mais destacado dentre eles. É ele que garante – e garantiu –, a vida humana até dado momento, em conjunto com os outros dois grandes instintos. Graças a ele, é que nos foi possível, livrar­nos de predadores através de respostas como a fuga ou evitação, ataque defensivo, ataque ofensivo, submissão e inibição de ação.
Dadas respostas, são utilizadas por nós até hoje e as vemos rotinariamente em nossas vidas. Bem como já sabemos, são rápidas e automáticas, motivo pelo qual apenas nos damos conta quando já desencadeamos impulsos de resposta. Devido a isso, muitas vezes nos deparamos com situações inesperadas como quando somos pegos de surpresa por algum amigo – em tom de piada –, e reacionamos de maneira rápida, tanto para fugir como para defender­nos, até o momento em que nos damos conta de que era apenas um amigo fazendo uma brincadeira (meio segundo depois) e freiamos a ação através do córtex orbito frontal, diminuindo novamente os níveis de adrenalida que nos haviam consumido.
Ademais, esse mesmo instinto compreende funções que poderíamos incluir como instintos menores, que são, por exemplo, o instinto de alimentação, instinto de refúgio (casa), instinto de caça (trabalho), instinto de proteção de território, etc., que cumprem com o instinto maior de sobreviver. Transmitinto para a atualidade, vemos que inconscientemente hoje vivemos para trabalhar, que é sinônimo de ganhar dinheiro, que por vez é sinônimo de obtenção de bens, sendo assim, sinônimo de alimentação e refúgio (compra de casa e comida), garantindo assim, a nossa sobrevivência.
Se agregarmos ainda os outros dois instintos, podemos ver um pouco mais de como é a vida da grande maioria populacional.
O instinto gregário foi o instinto que nos proporcionou – e proporcionou a tantas outras espécies – a possibilidade de sobrevivência da espécie, perante a dificuldade de escapar de predadores tão mais poderosos como nós, como eram os animais da selva. Sendo assim, a união do grupo e a inteligência dos novos hominídeos prevaleceu, estabelecendo assim, a nova raça na terra, que passado vários anos, foi lentamente mutando para chegar ao modelo atual que somos nós humanos.
Esse instinto é o que pode ser visto mais claramente por qualquer um, já que vivemos em sociedade sob leis e regras morais, que ordenam a nossa conduta e geram uma organização que garante a evolução da espécie. Sem ir muito longe, também podemos ver o instinto gregário na satisfação que temos ao formar uma família, quando também é adicionado um outro instinto, o de preservação da espécie que se mescla muito com o instinto de reprodução. Ao garantir a nossa sobreviência – ou ao mesmo tempo –, muitos temos a necessidade e o prazer de formar uma família (instinto gregário), obter uma bela casa (instinto de sobreviência), ao lado de um(a) companheiro(a) e filhos (instinto de reprodução e sobrevivência da espécie). Mesmo que digamos que não, são esses instintos que garantem o prazer que temos em cada uma dessas situações e nos dão, assim, a satisfação que necessitamos para encaminhar uma vida feliz. Ao cumprirmos com esses instintos básicos o nosso sistema de recompensa, que tem como núcleo principal o núcleo accumbens, despeja correntes de neurotransmissores como a serotonina, que nos dão a sensação de satisfação, tranquilidade e dever cumprido. Devido a isso, buscamos, inconscientemente, satisfazer esses instintos, para receber essas recompensas cerebrais, dando­nos assim, uma ideia de bem­estar, ou até mesmo, uma falsa visão de felicidade.
SOBRE A FELICIDADE
A satisfação de prazeres, ou o cumprimento de instintos primários, tem sim uma grande influência em nosso estado de ânimo, devido à ação de mecanismos do sistema de recompensa que, como citado, enviam neurotransmissores às diversas partes do nosso corpo, gerando assim, as sensações de prazer e satisfação que sentimos. No entanto, a satisfação de instintos pró­sobrevivência não está vinculada diretamente à felicidade.
O bem­estar é a resposta que define que as regras básicas do corpo humano foram cumpridas, entretanto, cumprir apenas com as necessidades do corpo não terminam por gerar um estado real de felicidade.
Um estado de felicidade* seria a soma do bem­estar, da inexistência de emoções negativas e de uma significação ou sentido de vida transcendente. Nota* Estado de felicidade não quer dizer felicidade plena, sendo que a ideia de felicidade pode ser algo mais complexo. Não é do meu interesse oferecer uma ideia sobre o que é felicidade, e sim, apenas demonstrar que prazer e felicidade não são a mesma coisa.
É assim que vivemos, buscando recompensas prazerosas para que possamos nos sentir bem. O bem­estar é a maior recompensa que pode ser dada ao humano, e por isso, é que atividades relacionadas a ele tem tanto poder de atração.
Em comparação, existem duas formas de conquistar o auge do bem­estar. Sendo uma delas encontrada nas condutas instintivas e a outra ao dar sentido as condutas realizadas, ou melhor, pela significação das condutas da vida. Podemos perceber que, se prestarmos atenção, tudo aquilo que possui um sentido para nós, nos traz mais alegria e bem estar. O cérebro prepara o circuito de recompensas para recompensar atitudes instintivas, como é o sexo por exemplo, e condutas com um sentido real de realização (de âmbito consciente). Por exemplo, dado que acredito que devo fazer algo para ajudar os pobres, aplico esse sentido às minhas atividades profissionais, sendo que trabalharei em prol dos pobres, enquanto que o cérebro identificará esse sentido e o recompensará a cada atitude a favor dos pobres que eu realizar. A esse sentido ou significação podemos vincular a ideia de transcendente.
Essa significação apenas pode ser dada através das ações cognitivo­executivas do nosso cérebro, localizadas na área mais evoluída do nosso encéfalo (área pré­frontal). O lobo pré­frontal compreende as áreas mais avançadas e desenvolvidas que possuímos, compreendendo funções como raciocinar, calcular, planejar, escrever, pensar, entre muitas outras, esclarecendo­nos então, que é esse o lugar em que podemos dizer que vivemos, ou seja, a nossa consciência. Desta forma, através do nosso raciocínio podemos vincular fatos vividos com crenças ou ideologias, formando assim, significações e sentidos para vários acontecimentos de nossas vidas.
Ao longo da evolução, fomos aprimorando e compartilhando muitos desses significados, globalizando um pouco essas filosofias que primeiramente eram particulares, por meio de um copiador que Richard Dawkins denominou “meme”, em seu livro O Gene Egoísta7.
4. UM BREVE RELATO SOBRE A VIDA
Atualmente, não falamos tanto em sobrevivência e utilizamos o termo “bem­estar” para justificar e explicar os nossos esforços. Hoje em dia, é pela ideia de bem­estar que muitos vivem. Igualmente, se verificados pelos olhos da genética, as duas ideias estão ligadas sendo que aumentar o bem­estar é sinônimo de garantir a sobrevivência8, cumprindo assim o instinto primeiro do organismo humano.
E assim, muitos buscam formas de garantir o seu bem­estar, ter um futuro estável e ter uma vida tranquila e feliz, com saúde, alegria e paz. Entretanto, muitas vezes isso é o que gera a grande maioria dos problemas de todo o planeta terra, como veremos em alguns exemplos.
Analisando por vários ângulos contemplamos pessoas no mundo inteiro buscando o mesmo bem­estar, que na maioria das vezes segue o caminho do trabalho para obtenção de dinheiro para dar­se conforto, e por fim, alcançar o bem­estar. Então, a regra universal do bem­estar torna­se buscar conforto e afastar­se do inconfortável. É desse jeito que todos (maioria) vivemos e essa é a explicação para muitas de nossas respostas como são a cobiça, e por outro lado, a preguiça, que por exemplo, nos garantem respectivamente o cumprimento dessa regra universal.
Devido a que as características da vida na terra mudaram extremamente em relação à vida no mundo primitivo – onde os estímulos recebidos eram poucos e conhecidos (selva, animais, hominídeos e não mais que isso) e muitas das funções pró­sobrevivência eram perfeitamente adequadas e suficientes para a época –, hoje os instintos primários de defesa muitas vezes não suportam a quantidade de estímulos, que são abundantes e nem todos conhecidos, dificultando assim as respostas desses instintos, que por muitas vezes não conseguem cumprir de maneira eficaz as suas funções na atualidade.
Em relação à desigualdade ou ao exagero de conforto a explicação corresponde a uma hiperativação desses instintos, que terminam “trabalhando” sem parar e obtendo resultados desnecessários para a sobrevivência, ou na concepção atual, para o bem­estar. Uma sentença que demonstraria isso seria: Qual a diferença de possuir 10 milhões de dólares e de possuir 20 milhões de dólares?
Dado que o dinheiro trás conforto, e este, é sinônimo de prazer, que por sua vez é sinônimo de sobrevivência, concluimos então que, sendo uma resposta do instinto de sobrevivência, obter dinheiro é correto tento em vista a situação de vida atual. Porém, o problema está em que, em muitos casos, o instinto de conforto (proveniente do instinto de sobrevivência) se hiperativa, buscando cada vez mais conforto, ou seja, mais dinheiro, para obter mais bem­estar e assim garantir a sua sobrevivência com êxito. No entanto, como bem podemos notar, nesse caso, mais dinheiro e mais conforto não são sinônimos de mais bem­estar, afinal, com 10 milhões de dólares, pode­se obter todos os confortos materiais possíveis a contribuir para o bem­estar. Por isso, nesse caso, a busca inconsequente e irracional pela falsa ideia de bem­estar é ocasionada pela hiperativação desse instinto (bug), devido à falta de significação e o turbilhão de informações que estamos submetidos.
Sendo dessa forma, esse bug pode não somente acarretar em um esforço desnecessário do cérebro bugado, e sim, afetar o sistema em que todos vivemos, pois se uma pessoa possui 10 milhões de dólares a mais do que lhe é necessário para sobreviver, quer dizer que todo o resto das pessoas do mundo possuem 10 milhões a menos, e é sabido que a divisão de 10 milhões salvariam a fome de pessoas de um país inteiro.
Além disso, esse erro de cálculo do cérebro bugado entra em discordância com outro instinto principal da raça humana, o instinto de preservação da espécie. Visto que, se ele – o cérebro bugado – acaba apanhando para si uma quantidade enorme e desnecessária de dinheiro, ele estará automaticamente tirando esse dinheiro das mãos de outras inúmeras pessoas que, por exemplo, estão morrendo de desnutrição em Moçambique. Ou seja, inconscientemente uma pessoa X pode terminar por matar centenas de outras pessoas por não ter a capacidade de refletir sobre isso, devido a uma hiperativação instintiva e a falta de sentido de vida. A essa discordância de instintos e funções cerebrais, designamos a ideia de bug cerebral.
E esse exposto, é apenas um dos vários bugs cerebrais dos quais somos reféns atualmente.
O conjunto de bugs de cérebros particulares, como um conjunto do bug citado acima, reproduz um bug em todo o sistema social, o qual definimos hoje como desigualdade social. Ao problema global também podemos atribuir a conotação de bug social.
5. O CONJUNTO DE BUGS
Os bugs cerebrais não ocorrem apenas como erros de funções relacionadas a sobrevivência, existem também bugs a nível perceptivo e emocional e inúmeras outras falhas pouco conhecidas. Um exemplo básico para isso é o fato de que cada pessoa possui uma percepção única do mundo, logo, cada pessoa vê o mundo de uma forma diferente que todas as demais. Dado que a maioria esmagadora das pessoas desconhece como funciona o nosso sistema sensorial e como são formadas as percepções, além de desconhecer de maneira geral como o cérebro atua, muitos são os mal entendidos que acabam se formando entre a sociedade, ocasionando discuções, desafetos, desconfianças, entre outros, em situações em que possivelmente duas pessoas estejam relatando exatamente a mesma coisa, sem que haja – de forma clara – concordância de ambas as partes.
Isso acontece porque duas pessoas não possuem o mesmo número de neurônios e muito menos a mesma organização estrutural anatomicamente, sendo que um indivíduo pode ter mais neurônios motores nas mãos e menos neurônios sensitivos nas mesmas, resultando um bom violonista mas um mau detector de objetos, ou mesmo um indivíduo pode ter mais cones oculares – células nervosas responsáveis pela visão em cores – sensíveis à cor vermelha e menos à cor verde, o que pode ser a explicação de que dado indivíduo tem como cor favoria o vermelho (por vê­lo mais intensamente), de modo que para outro indivíduo essa cor passe desapercebida.
Outro fator que pode somar­se a ideia, é o fato de que cada pessoa possui experiências únicas em suas vidas, sendo que dois indivíduos diferentes nunca terão as mesmas experiências de vida. Desta forma, a maneira como cada um experimenta determinada situação terá influência futura nas respostas desse indivíduo. Por exemplo, um indivíduo que em contato com a neve tem um sensação de prazer e alegria, por haver visto a neve pela primeira vez em uma estação de esqui, com roupas quentes e botas propícias para a neve, difere de outro que em contato com a neve sentesse angustiado, por haver­se encontrado com a neve por primeira vez em uma situação de quase morte, onde teve que sobreviver durante uma noite em meio ao frio de uma montanha 9. Sendo assim, cada pessoa possui um banco de memórias catalogado com experiências boas e ruins, e cada elemento possui seu valor positivo ou negativo, gerando assim, preferências e rejeições por determinados elementos.
Um terceiro fator que entra na mesma linha dos anteriores é o fator cultural. Cada indivíduo possui um registro memético10 no qual foi incluido, em um povo com seus próprios valores e costumes, regras e deveres, promovendo um ambiente único para àquele que o vive. É assim que, duas pessoas de culturas totalmente distintas, como um médico carioca e um médico da tribo mapuche podem possuir visões tão diferentes sobre as mesmas áreas de atuação.
Sendo a partir desses fatores, duas pessoas nunca deveriam fiar­se cegamente às suas visões e opiniões, entrando em conflito por qualquer situação que seja.
Para que cada vez mais seja possível conhecer sobre os bugs cerebrais devem ser realizadas mais investigações a fim de identificar os fatores responsáveis por cada bug. Como o cérebro humano não funciona da mesma forma que um software de computador, resulta impossível para nós atualizar o software cerebral reparando os erros que ele possui, sendo necessário então, que o máximo das pessoas conheçam o funcionamento do seu próprio corpo a fim de minimizar e administrar as falhas que possuímos. Com apenas essa atitude as nossas vidas e o nosso mundo melhorariam de forma imensurável.
NOTAS
1. Após idealizar o conceito de bug cerebral e entrar em contato com alguns profissionais, terminei descobrindo o trabalho de um investigador que, de certa forma, possui uma visão parecida e utiliza a expressão bug para referir­se a falhas cerebrais. Buonomano utiliza a mesma expressão bug cerebral para identificar os desvios cognitivos, assim como as falhas de memória, a suscetibilidade à propaganda, a difusão do medo e a propensão a aceitar crenças sobrenaturais (Buonomano, 2011). Outro investigador que descreve falhas cerebrais é Piatelli­Palmarini que utiliza a expressão túneis mentais para descrever os desvios cognitivos (Piatelli­Palmarini, 1994).
2. Todas as informações desse primeiro tópico foram retiradas do Wikipédia. Veja em referências bibliográficas.
3. Quando me refiro ao corpo humano, estou falando de todo o conjunto de estruturas que formam o elemento 'corpo', ou seja, estou falando de seus membros, músculos, sistema nervoso, cérebro, absolutamente tudo. Um termo pelo qual demonstro bastante afinidade é o de UCCM­MA (Unidade Corpo Cérebro Mente – Meio Ambiente ou simplesmente UCCM), alcunhado pelo médico argentino Carlos L. Grabner, para desmistificar a ideia de que mente, cérebro e corpo são coisas que funcionam por separado (Grabner, 2013).
4. http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/arqueologia­e­paleontologia/35­mil­anos­de­idade­a­mais­para­o­ homo­sapiens/ acessado em 28/07/2015.
5. Darwin, 1859.
6. Um gato que aparece na nossa frente gera um conjunto de estímulos visuais e auditivos, talvez até olfativos, que serão identificados pelos sentidos, dando­nos posteriormente a informação de que um gato apareceu na nossa frente. Tudo o que somos, passa pelos nossos sentidos, já que para interpretar cada elemento apresentado precisamos que os nossos sentidos traduzam estes estímulos exteriores em processos mentais, para que apartir daí possamos interpretar e julgar cada elemento.
7. Dawkins, 1979.
8. Nem sempre o sentimento de bem­estar ou prazer está vinculado à garantia de sobrevivência, como podemos perceber observando o consumo de drogas, onde determinada substância gera um grau de bem­estar elevado, mas não está vinculado de maneira nenhuma com a ideia de sobrevivência, pelo contrário, pode gerar transtornos negativos e por em risto a sobrevivência do indivíduo. O que ocorre é um erro do sistema cerebral, que confunde a droga como algo pró­sobrevivência. Essa incoerência do sistema denomino “bug do vício” e veremos sobre ele no capítulo seguinte.
9. Este é apenas um exemplo. O que busco mostrar é que o primeiro indivíduo pode associar a neve ao esporte e a gostosa sensação de esquiar. Por outro lado, o segundo indivíduo poderá associar a neve ao frio e ao perigo de hipotermia que sofreu durante sua noite na montanha, gerando assim, perspectivas diferentes e, consequentemente, respostas diferentes diante de um mesmo estímulo.
10. Que vem de Meme, unidade cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
B
BACHRACH, Estanislao. Ágilmente. 13. ed. Buenos Aires: Sudamericana, 2013.
Bug. In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponíveil em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Bug> Acesso em: 13 fev. 2015.
BUONOMANO, Dean. O cérebro imperfeito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
D
DAWKINS, Richard. O gene egoísta. São Paulo: EDUSP, 1979. G
GRABNER, Carlos.; CASTRO, Marita. Neurociencias para el cambio: una guía general para aquellos que están buscando un sentido a su vida. 2. ed. Buenos Aires. 2013.

Documentos relacionados