UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - Multiweb
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA OBSERVATÓRIO AFIRME RELATÓRIO DE BOLSA ADM. DRª ANA LÚCIA LÚCIA AGUIAR MELO PROF. DR. CLEBER ORI CUTI MARTINS PROF. DR. LUIS FELIPE DIAS LOPES ÉMILIN BITTENCOURT BRUM GILVAN SILVEIRA MORAES KELEN CARVALHO MACHADO MATEUS CORDENONSI BONEZ Santa Maria, RS, Brasil 2014 Apresentação No ano de 2014, durante o período dos meses de novembro e dezembro, o Observatório AFIRME da Universidade Federal de Santa Maria realizou uma série de pesquisas sobre a temática das ações afirmativas e o processo seletivo em algumas universidades do Brasil. A pesquisa tinha como intenção construir uma base de dados alusivos aos processos de ingresso e permanência de estudantes universitários oriundos de algum processo de ação afirmativa, além de essencialmente começar a levantar um diagnóstico do desempenho acadêmico na Instituição. Para a realização desta pesquisa, foram selecionados quatro (4) bolsistas: Émilin Bittencourt do curso de Pedagogia – UFSM, Gilvan Silveira Moraes do Programa de Pós-Graduação em Sociologia – UFSM, Mateus Cordenonsi Bonez do Curso de Ciências Sociais – UFSM e Kelen Carvalho Machado do Curso de Sistemas para Internet – UFSM. Os estudantes cumpriram uma carga horária de 20 horas semanais e sua pesquisa foi realizada na sala 2304 do Prédio 74 C da Universidade Federal de Santa Maria – Laboratório de Informática do CCSH. A pesquisa foi coordenada pelos Professores: Professora Doutora Ana Lúcia Aguiar Melo, coordenadora do Observatório Afirme da UFSM e Professor Doutor Cleber Martins do Departamento de Ciências Sociais da UFSM, além da assessoria do Prof. Dr. Luis Felipe Dias Lopes, do Dep. de Ciências Administrativas, nos desdobramentos estatísticos. A fonte de dados foi os relatórios do SIE – Média dos Matriculados por Curso e Cota, fornecida pelo CPD – Centro de Processamento de Dados da UFSM em novembro de 2014. As pesquisas realizadas durante o período eram transformadas em resumos didáticos com a finalidade de compartilhar o conhecimento entre os bolsistas e a professora coordenadora, gerando discussões temáticas entre os proponentes e integrantes da pesquisa. Foram realizadas as seguintes pesquisas: 1. Cadernos do GEA: Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil – FLACSO 2012; 2. Varredura no Sistema Scielo (Scientific Eletronic Library Online) sobre o assunto: Racismo Institucional; 3. Pesquisa acerca de Legislação: Lei 11.646 de 10 de Julho de 2001, UERGS; a primeira universidade com cotas no RS 4. Análise do desempenho acadêmico – a escolha recaiu sobre o Curso de Medicina da UFSM e posteriormente será realizada a análise do desempenho dos cursos do Centro de Educação. 1. Cadernos do GEA: Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil – FLACSO 2012; 1.1. CADERNOS do GEA. –n.1 (jan./jun.2012). – Ações Afirmativas e Inclusão: Um Balanço. Rio de Janeiro: FLACSO, GEA; UERH, LPP, 2012 – V. Ao analisarmos os textos dos cadernos do GEA percebemos que foram grandes os avanços em relação às políticas de Ações Afirmativas, porém apenas a implementação das mesmas, não é/foi suficiente para a permanência dos estudantes no Ensino Superior. Nota-se a necessidade de políticas públicas de permanência e manutenção desses jovens estudantes cotistas (quando falamos em cotistas nos referimos a todas as cotas: Negros/Pardos, Indígenas, Estudantes de Escolas Públicas, e portadores de Necessidades Especiais) no Ensino Superior. Em relação ao texto destacamos: *Dados de 2011 apresentam um crescimento das matrículas nas Universidades Públicas; *Processo gradual de redução de desigualdades fruto da inserção de estudantes cotistas no Ensino Superior; *Maior procura por formação de Bacharéis do que de Licenciados; *Programas como ProUni, Fies e Reuni importantes para o crescimento no ingresso no Ensino Superior; *Pesquisa realizada com jovens entre 18 e 24 anos; *Aumento efetivo no ingresso de negros no Ensino superior: 4% em 1997 para 19,8% em 2011; *Região SUL com o maior índice de entrada de estudantes no Ensino Superior: 17%, Região Sudeste 15%, Centro Oeste 14%, Norte e Nordeste 11%; *Necessidade de maior análise da trajetória do jovem até o ingresso no Ensino Superior para compreender seus processos educacionais e seu contexto escolar; *Maior percentual de mulheres no Ensino Superior, tendo como causas apontadas o precoce ingresso dos homens no Mercado de Trabalho e número de homicídios de Jovens de baixa renda per capta. O número de homicídios em relação a jovens homens negros é de 103%; *Movimento Negro como um dos protagonistas na luta da população negra, indígena e oriunda de Escola Pública pelo acesso ao Ensino Superior; *Importância do Governo Atual na ampliação das vagas para o Ensino Superior e na reserva de vagas para Escola Pública; *Déficit na questão indígena; *Curso de Letras e Ciências Humanas como os de maior procura por estudantes cotistas; *Baixo percentual de Estudantes cotistas que recebem algum tipo de auxílio estudantil de permanência e manutenção no Ensino Superior; *Aumento gradual e perceptível de instituições que aderiram as cotas; *Protagonismo do Instituto Cultural Steve Biko da Bahia na implementação de Ações Afirmativas para afrodescendentes. 1.2. SKEETE, Nadir A. Coleção Estudos Afirmativos 3: A experiência pioneira do IFRN com reserva de vagas em seus processos seletivos. Orgs: LAZARO, André; TAVARES, Laura. – Rio de Janeiro: FLACSO, GEA, UERJ, LPP, 2013. O texto mostra os diversos processos de construção das Ações Afirmativas dentro dos processos de seleção de ingresso nos cursos técnicos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Inicialmente com uma abordagem da construção histórica do Instituto, vemos como ao longo da história a preocupação com a inserção das camadas populares no instituto era uma constante. O diferencial desse instituto são as políticas de permanência do estudantes, que dão o suporte necessário para os estudantes de baixa renda continuarem seus estudos. - 2001 a 2010 ocorre uma expansão da educação tecnológica; - Criação dos IFETS = Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia; - Maior percentual de homens nos cursos técnicos e em sua maioria cursa o noturno; - Expansão do acesso com o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) como modo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnologia; - IFRN já em sua fundação com algumas ações afirmativas que visavam a função social do Instituto; Presidente Nilo Peçanha – Decreto nº7.566; - 2003 Investimento em tecnologia e educação EAD; - 2004 Ensino técnico integrado ao Ensino Médio; - Preocupação com a Permanência dos estudantes: *Isenção do pagamento de taxas de inscrição nos processos seletivos; *Fornecimento de alimentação escolar; *Concessão de bolsas de iniciação profissional; *Bolsas de apoio acadêmico; *Apoio e orientação social; *Serviços de psicologia e saúde; *Apoio à participação em evento 1.3. BARROS, Ronaldo C. S. Coleção Estudos Afirmativos, 4: Políticas Afirmativas no Ensino Superior: a experiência da UFSB: Orgs: LAZARO, André; TAVARES, Laura. – Rio de Janeiro: FLACSO, GEA, UERJ, LPP, 2013. O texto trás reflexões importantes a cerca dos processos de construção das Ações Afirmativas da Universidade Federal do Recôncavo Baiano. Inicialmente com apontamentos textuais, os autores nos mostram argumentos que reforçam a necessidade de implantação e manutenção das Ações Afirmativas como meio combate à desigualdade social e a escolarização das camadas mais baixas da sociedade assume o caráter distributivo nas relações sociais. Depois partindo para a questão mais efetiva da implantação da UFRB, mostram a eficácia das Ações na Universidade, a partir do crescente ingresso de estudantes cotistas, porém, os estudos ainda apontam a necessidade de políticas de permanência para um melhor aproveitamento dos estudantes e para que estes tenham condições mínimas de subsistência dentro dos espaços universitários. Alguns apontamentos: - Ensino Superior até pouco tempo era destinado a uma “Elite”, por isso encontra-se muita resistência às tentativas de democratizar o Ensino Superior; - As cotas ainda são vistas como “concessão” e não como direitos; - Com a inserção de estudantes oriundos das Ações Afirmativas, gradativamente o “perfil” dos estudantes do Ensino Superior tem mudado; - A Legislação busca expressar a pluralidade étnico-cultural do país, porém na prática ela tem sido pouco efetiva; - Aumento da escolaridade superior da população negra cresce de 4% em 1997 para 19,8% em 2004; - Teses como a de Florestan Fernandes dizem que com o aumento da escolaridade a população será inserida na sociedade de classes; - Escolaridade inserida nos indígenas pelos colonizadores Portugueses como meio de dominação: aculturação; - A Lei 12.711/12 tem por objetivo tornar a universidade um lugar de inclusão; - Nota-se um baixo índice de políticas públicas nas ações afirmativas na região Sudeste; - Nas carreiras mais valorizadas socialmente, tais como Medicina, Direito, Arquitetura e Engenharia, o percentual de alunos cotistas ainda é tímido; - Nota-se um determinado preconceito étnico-racial com profissionais negros; - Necessária uma desconstrução da hierarquização dos saberes, onde a universidade busque representar efetivamente a população; - Os resultados positivos da UFRB são fruto desde sua fundação quando o slogan vigente na Universidade é: “Inclusão e Excelência”; - Nota-se um maior ingresso da população jovem negra; - 98% dos estudantes cotistas oriundos de Escola Pública; - Políticas de Ações Afirmativas assumem caráter distributivo nas relações sociais; - Políticas de permanência propiciam ao estudante condições mínimas de subsistência e manutenção do estudante dentro da Universidade; 2. Varredura no Sistema Scielo (Scientific Eletronic Library Online) sobre o assunto: Racismo Institucional 3. 2.1. As novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Autores: Marcos Eugênio Oliveira Lima (Universidade Federal de Sergipe) e Jorge Vala (Universidade de Lisboa). Periódico: Estud. psicol. (Natal) vol.9 no.3 Natal Sep/Dec. 2004 Detalhes do texto: RESUMO Recentemente tem-se verificado uma condenação social aberta às formas mais tradicionais e flagrantes de racismo. Em conseqüência, em várias partes do mundo, alguns estudos utilizando metodologias tradicionais de coleta de dados têm demonstrado que os estereótipos negativos associados aos negros têm diminuído. Todavia, novas e mais sofisticadas formas de expressão do preconceito e do racismo têm surgido, corporificando muitos comportamentos cotidianos de discriminação, quer ao nível institucional, quer ao nível interpessoal. Estas novas formas de expressão do preconceito e do racismo produzem na psicologia social várias teorizações. Temos as teorias do racismo moderno, do racismo simbólico, do racismo aversivo, do racismo ambivalente, do preconceito sutil e do racismo cordial, dentre outras. Neste trabalho procuramos analisar cada uma das novas teorias sobre o preconceito e sobre o racismo, e discorremos sobre o suporte empírico que fundamenta cada uma dessas teorias. Palavras-chave: racismo; preconceito; negros; teorias. 2.2. A percepção do assistente social acerca do racismo institucional. Autora: Márcia Campos Eurico- Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP, Brasil; assistente social na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo; docente do Curso de Serviço Social na Universidade Guarulhos - UNG. Periódico: Serv. Soc. Soc. no.114 São Paulo Apr./June 2013. Detalhes do texto: RESUMO A complexidade das relações raciais no Brasil revela o campo de disputas em que o Serviço Social é chamado a intervir, pois o projeto ético-político que orienta o trabalho profissional do assistente social é portador de uma direção social na perspectiva da emancipação dos sujeitos coletivos. O presente trabalho é resultado da pesquisa e da reflexão sobre o racismo institucional e o trabalho do assistente social. Busca-se investigar a percepção dos profissionais acerca do racismo, do preconceito e da discriminação racial no seu trabalho cotidiano. Palavras-chave: Racismo institucional. Ética profissional. Questão racial. Serviço Social. 2.3. O conceito de racismo institucional: aplicações no campo da saúde. Autora: Laura Cecilia, López. Detalhes do texto: RESUMO O artigo propõe-se a refletir sobre o conceito de racismo institucional, em relação a sua pertinência para pensar a realidade social brasileira, assim como ao seu vínculo com ações, demandas e disputas do movimento negro contemporâneo frente ao poder público. O racismo institucional atua de forma di fusa no funcionamento cotidiano de instituições e organizações, provocando uma desigualdade na distribuição de serviços, benefícios e oportunidades aos diferentes segmentos da população do ponto de vista racial. Aponta-se que, para sua desconstrução, é preciso a implementação de políticas públicas que provoquem um processo de desrracialização, assim como gerar reflexões acadêmicas de como operam esses mecanismos. Na área da saúde, eles podem ser analisados como dispositivos de biopoder, na medida em que gerenciam a vida da população sob um olhar racial. Demanda-se a necessidade de realização de pesquisas qualitativas de abordagem etnográfica que reflitam sobre como operam esses dispositivos no cotidiano das instituições. 2.4. Mulheres negras e brancas e os níveis de acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades Autoras: Emanuelle Freitas GoesI; Enilda Rosendo do NascimentoII I Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador (BA), Brasil. Professora Substituta da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador (BA), Brasil. II Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Professora do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Salvador (BA), Brasil. Periódico: Saúde debate vol.37 no.99 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2013. Detalhes do texto: RESUMO O racismo institucional é um fator determinante no acesso aos serviços de saúde, principalmente para as mulheres negras que sofrem com o impacto das intersecções das desigualdades de gênero e raça. O objetivo deste estudo é determinar os diferenciais das características sócio demográficas e os níveis de acesso aos serviços preventivos de mulheres na Bahia, segundo raça/cor. Os resultados revelam que, para o nível de acesso considerado bom, as mulheres brancas representam 15,4%, enquanto as negras respondem por 7,9%. O estudo demonstrou que as desigualdades raciais e o racismo institucional são uma barreira no acesso aos serviços preventivos de saúde para as mulheres negras. Palavras-chave: Desigualdades em saúde; Racismo; Acesso aos serviços de saúde; Saúde da mulher 2.5. A sexualidade, a saúde reprodutiva e a violência contra a mulher negra: aspectos de interesse para assistência de enfermagem Autora: Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP (EEUSP). Professora Titular da Universidade Federal Fluminense. Coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra. Editora da Revista Online Brazilian Journal of Nursing. Periódico: Rev. esc. enferm. USP vol.38 no.4 São Paulo Dec. 2004. Detalhes do texto: RESUMO Com base no referencial da teoria racial crítica, foi feita uma revisão da literatura com o objetivo de buscar informações que fundamentem uma ação profissional afirmativa contra o racismo e o sexismo, baseada em evidências científicas e culturalmente competente. Evidenciou-se que a sexualidade, a saúde reprodutiva e a violência contra a mulher negra são temas com literatura escassa, sugerindo que o racismo e o sexismo estão operantes por meio da omissão ou negligência do Estado pese a mobilização das mulheres negras. Concluiu-se que a discriminação institucional precisa ser explicitada e combatida por meio de várias ações afirmativas em relação à mulher negra que devem ser implementadas ou fortalecidas para a promoção da eqüidade em saúde. Palavras-chave: Mulheres. Saúde da mulher. Violência. Sexualidade. Discriminação racial. 2.6. Racismo institucional, violencia y políticas culturales. Legados coloniales y políticas de la diferencia en colombia. Autora: Luz Adriana Aya Restrepo Licenciatura, Maestría, Diploma de Estudios Avanzados (DEA) y Doctorado en Historia del Centro de Estudios Africanistas, Universidad de París 1 (Panteón-Sorbona), Francia. Profesora Asociada del Departamento de Historia de la Universidad de los Andes, Bogotá, Colombia. Actualmente ésta en estudio en Colciencias la clasificación de su grupo de investigación Estudios culturales afrocolombianos coloniales y contemporáneos. Sus áreas de interés son la Historia moderna euro-afro-americana, la Historia del África precolonial y la Historia afroamericana. Sus últimas publicaciones son Brujería y reconstrucción de identidades entre los africanos y sus descendientes en la Nueva Granada, siglo XVII (Bogotá: Imprenta Nacional-Ministerio de Cultura, 2005) y Jaime Arocha y Adriana Maya, "Afro-Latin American Peoples", en A Companion to Latin American Anthropology, ed. Deborah Poole (Oxford: Blackwell Publishing, 2008), 399-426. Periódico: hist.crit. no.39 suppl.1 Bogotá Nov. 2009. Detalhes do texto: RESUMEN Este artículo se inscribe dentro de la línea de reflexión que propuse en otro titulado "Memorias en conflicto y paz en Colombia. La discriminación hacia lo(s) negro(s)", en el cual planteé un estudio sobre el racismo y la discriminación hacia los descendientes de la gente africana en Colombia, no sólo como una práctica cotidiana, sino ante todo como un problema de larga duración que también atañe a la cultura institucional estatal. Cultura institucional que, desde la perspectiva histórica, tendría sus raíces en los legados coloniales de la administración imperial y en su actualización durante la vida republicana. Se sugiere la hipótesis de la vigencia de legados de las políticas de la diferencia imperial y colonial en el Estado colombiano de hoy y se plantean varios interrogantes respecto al compromiso de los intelectuales historiadores y geógrafos en relación con las políticas públicas. PALABRAS CLAVE Racismo institucional, violencia, políticas públicas, educación, cultura, Colombia, Colonia, República. 2.7. A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública. Autoras: Natália Oliveira TavaresI; Lorena Vianna OliveiraII; Sônia Regina Corrêa LagesIII I Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG), Brasil. II Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG), Brasil. III Doutora em Psicossociologia das Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil. Professora Adjunta de graduação e pós-graduação no curso de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – Belo Horizonte (MG), Brasil. Periódico: Saúde debate vol.37 no.99 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2013. Detalhes do texto: RESUMO O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo investigar a percepção dos psicólogos a respeito do racismo nas instituições de saúde. Esses profissionais integram o setor de psicologia de três hospitais públicos situados na cidade de Belo Horizonte. A metodologia fez uso da entrevista semiestruturada e da análise de conteúdo. Os resultados apontam a ausência de um olhar crítico dos profissionais sobre as relações étnico-raciais e suas implicações no campo da saúde, o que reproduz a ideologia da igualdade social no país, não contribuindo, assim, para com as ações promotoras da equidade. Palavras-chave: Psicólogos; Racismo institucional; Saúde; População negra. 2.8. Ação afirmativa e o combate ao racismo institucional no Brasil. Autor: Valter Roberto Silvério- Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos Periódico: Cad. Pesqui. no.117 São Paulo Nov. 2002. Detalhes do texto: RESUMO O artigo analisa o debate sobre ação afirmativa no Brasil à luz da bibliografia sobre racismo e sobre os fundamentos jurídicos da igualdade de oportunidades. A partir desta perspectiva, polemiza com as visões que criticam a implementação de políticas compensatórias, reunindo evidências sobre a participação do Estado na legitimação da discriminação racial no país. Tal envolvimento é explorado na instituição escolar, examinando-se as conseqüências do preconceito sobre a identidade e a auto-estima das crianças e jovens negros. Palavras-chave: RACISMO – DISCRIMINAÇÃO RACIAL – IGUALDADE DE OPORTUNIDADES – POLÍTICA SOCIAL – EDUCAÇÃO. 2.9. Preconceito de cor e racismo no Brasil. Autor: Antonio Sérgio Alfredo Guimarães - Professor do Departamento de Sociologia – USP. Periódico: Rev. Antropol. vol.47 no.1 São Paulo 2004. Detalhes do texto: RESUMO O autor analisa a formação do campo temático dos estudos de relações raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superação pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito de cor e racismo. Retroagindo ao final do século XIX, o autor argumenta que o racialismo dogmático de então foi desbancado pelo culturalismo do começo do século XX, apenas para ceder lugar à imprecisão entre a expressão nativa "preconceito de cor" e "preconceito racial", esta última introduzida pelo paradigma das relações raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superação deste, nos anos 1970, e sua substituição por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a análise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimensões da vida social e da interação entre "brancos" e "negros". O autor sugere que apenas um retorno à separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios das ciências sociais. Palavras-chave: racismo, preconceito de cor, preconceito racial, relações raciais. 2.10. Racismo institucional: um desafio para a equidade no SUS? Autores (as): Suzana KalckmannI; Claudete Gomes dos SantosII; Luís Eduardo BatistaIII; Vanessa Martins da CruzIV I Pesquisadora do Instituto de Saúde da SES-SP, Doutoranda em ciências, Área de Concentração em Infectologia em Saúde Pública, Coordenadoria de Controle de Doenças, SES-SP . Endereço: Rua Santo Antonio 590, 2º Andar, Bela Vista,cep01413000, São Paulo,SP, Brasil. II Educadora da Saúde Pública do Instituto de Saúde da SES-SP, Historiadora e Mestre em Ciências. III Assistente Técnico da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), Pesquisador do Instituto de Saúde da SES-SP e representante da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo no Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do Estado de São Paulo, Doutor em Sociologia. IVAssistente de pesquisa do Instituto de Saúde, SES-SP, Fisioterapeuta. Periódico: Saude soc. vol.16 no.2 São Paulo May/Aug. 2007. Detalhes do texto: RESUMO O racismo institucional é definido como o "fracasso coletivo de uma organização para prover um serviço apropriado e profissional para as pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica. Ele pode ser visto ou detectado em processos, atitudes e comportamentos que totalizam em discriminação por preconceito involuntário, ignorância, negligência e estereotipação racista, que causa desvantagens a pessoas de minoria étnica". A prática do racismo institucional na área da saúde afeta preponderantemente as populações negra e indígena. Este artigo tem como objetivo relatar a sondagem de opinião sobre a existência de racismo nos serviços de saúde. Para isso, foi realizado um estudo exploratório, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Saúde, com análise de questionário auto-aplicável entregue aos participantes do 2º Seminário de Saúde da População Negra do Estado de São Paulo, ocorrido no Município de São Paulo, em 17 de maio de 2005. Os resultados evidenciam que a população negra vem sendo discriminada nas unidades de saúde, como usuários e como profissionais. Verificou-se que os serviços de saúde, por meio de seus profissionais, aumentam a vulnerabilidade desses grupos populacionais, ampliando barreiras ao acesso, diminuindo a possibilidade de diálogo e provocando o afastamento de usuários. Diante do encontrado, acredita-se ser importante estimular discussões sobre o tema e desenvolver estudos que além de dar visibilidade às iniqüidades possam contribuir para a compreensão de como as discriminações atuam na saúde da população negra. Palavras-chave: Racismo institucional; Saúde da população negra; Discriminação racial. 2.11. Etnografias de novos encontros clínicos: as batalhas emocionais do imigrante e a psiquiatria transcultural em Portugal. Autor: Chiara Pussetti. (Portugal). Periódico: Etnográfica v.14 n.1 Lisboa fev. 2010. Detalhes do texto: RESUMO: Fundamentando-se em dois anos de trabalho de campo num serviço de saúde mental para imigrantes em Lisboa, o artigo sublinha como a interpretação psiquiátrica da experiência emocional do desenraizamento, da carência de casa e da (não) pertença por parte dos migrantes pode ser influenciada por legados coloniais. Esses legados – incorporados, apesar da melhor das intenções, como elementos constitutivos do diagnóstico e tratamento nas práticas terapêuticas do acompanhamento psiquiátrico – fazem com que as experiências e comportamentos de pessoas marginalizadas vindas do mundo não ocidental sejam tratados como patologias, reproduzindo atitudes discriminatórias e racismo institucional. PALAVRAS-CHAVE: antropologia das emoções, antropologia médica crítica, etnopsiquiatria, legados coloniais, diáspora africana. 2.12. Discriminação, cor e intervenção social entre jovens na cidade do Rio de Janeiro (RJ, Brasil): a perspectiva masculina. Autoras: Fátima Cecchetto; Simone Monteiro. Periódico: Estud. fem. vol.2 no.se Florianópolis 2006. Detalhes do Texto: RESUMO Este trabalho aborda a temática da discriminação e do racismo entre jovens cariocas, analisando as percepções, vivências e reações do grupo diante das situações de preconceito. O estudo integra uma pesquisa mais ampla sobre a repercussão de intervenções sociais nas trajetórias de rapazes e moças das camadas populares. Para tanto, foram realizadas entrevistas em profundidade com 42 jovens, entre 18 e 24 anos, com e sem a participação em projetos voltados para a formação da cidadania e capacitação profissional. No presente artigo foi privilegiada a análise das falas dos/das jovens sobre os circuitos, as redes e os processos que envolvem as práticas discriminatórias na cidade do Rio de Janeiro. Destacamos as configurações que a discriminação e o racismo assumem entre os jovens do sexo masculino com experiência em projetos sociais e suas implicações para a sociabilidade e o acesso a determinados espaços sociais. A perspectiva comparativa entre os/as jovens com e sem experiência institucional forneceu pistas interessantes sobre as interfaces entre raça, classe e gênero, ampliando assim o entendimento das especificidades das relações raciais no Brasil. Palavras-chave: discriminação, juventude, intervenção social, relações raciais, gênero, masculinidade. 2.13. Acessibilidade à atenção básica a famílias negras em bairro popular de Salvador, Brasil. Autores (as): Leny Alves Bomfim, Trad; Marcelo Eduardo Pfeiffer, Castellanos; Maria Clara da Silva, Guimarães. Periódico: Rev. Saúde Pública; 46(6); 1007-1013; 2012-12. Detalhes do texto: RESUMO OBJETIVO: Analisar a acessibilidade de famílias negras de bairro popular aos serviços de atenção básica à saúde. MÉTODOS: Estudo etnográfico, ancorado na antropologia de base interpretativa, realizado com 18 famílias selecionadas de um bairro popular de Salvador, BA, no período de dois anos. Os crit érios de inclusão foram residência no bairro e autoclassificação como negros. A análise se baseou na antropologia interpretativa e considerou as categorias: autorreferência étnico-racial; experiências de discriminação nos serviços; percepção sobre acessibilidade na atenção básica; e barreiras de acessibilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Identificaram-se os seguintes aspectos: a) identidade étnico-racial e saúde: percepção dos usuários de que as barreiras organizacionais e de acesso se devem a um amplo contexto social que produz cidadãos "de primeira e de segunda categorias", mais do que a um racismo institucional; b) acessibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS): acesso problemático, permeado pela demora no atendimento, falta de compromisso dos profissionais de saúde, omissão dos gestores no controle e correção dessas situações; c) acessibilidade na atenção básica: visão sobre o contexto mais geral do SUS e apoio na descrição dos entrevistados sobre o acesso aos serviços de atenção básica. CONCLUSÕES: Há barreiras de acessibilidade econômicas, organizacionais e culturais que se interpõem entre a oferta de serviços e o atendimento efetivo e oportuno das necessidades da população estudada. 2.14. Políticas de promoção de igualdade racial e programas de distribuição de livros didáticos. Autores (as): Paulo Vinicius Baptista da Silva; Rozana Teixeira; Tânia Mara Pacifico - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil. Periódico: Educ. Pesqui. vol.39 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2013. Detalhes do texto: RESUMO Neste artigo, analisamos a complexa relação entre políticas de promoção de igualdade racial e programas de distribuição de livros didáticos. O estudo ancora-se numa perspectiva crítica de educação que analisa livros didáticos e a literatura infanto-juvenil como artefatos de currículo. Discutimos a articulação entre movimentos sociais negros e aparelhos estatais e sua possível relação com mudanças nos editais do Programa Nacional do Livro Didático. Tais editais mantêm prescrições de caráter genérico e negativo, mas também contêm formulações propositivas e específicas, afirmando que os livros devem promover a valorização dos diferentes segmentos étnico-raciais da sociedade brasileira. Discutimos resultados de pesquisas sobre relações entre negros e brancos em livros didáticos de língua portuguesa, história, geografia e ciências. Os resultados são considerados preliminares e apontam mais para a permanência do que para mudanças nos discursos dos livros que hierarquizam brancos e negros, sendo mais notáveis as mudanças em livros de ciências. Analisamos, ainda, resultados de desenhos e entrevistas sobre a rememoração de imagens do negro em livros didáticos por estudantes negros de 5ª a 7ª série. Os discursos racistas constantes nos livros didáticos são percebidos pelos estudantes e causam constrangimento e mal-estar, ou seja, atuam como uma das formas de racismo institucional presentes nas escolas e podem ter parcela de participação nos resultados piores que o alunado negro aufere no ensino. Uma vez que as mudanças nos livros são tênues, os alunos negros clamaram por mudanças expressivas com veemência. Palavras-chave: Relações raciais - Livros didáticos - Políticas educacionais – Branquidade. 2.15. Por trás dos muros: educação, juvenilização e racialização nas prisões de pernambuco. Autor: EUCLIDES FERREIRA DA COSTA. Área de Conhecimento: PLANEJAMENTO EDUCACIONAL Linha de Pesquisa: Educação e Espiritualidade Palavras-chave: Educação, Prisão, Racismo, Juventude. Detalhes do texto: RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar a prática pedagógica desenvolvida nas escolas das prisões a partir das trajetórias e percepções dos seus próprios alunos, que constituem o contingente de detentos para o qual esta mesma escola se organiza e se destina. Para tanto, selecionamos uma unidade escolar de um presídio pertencente ao Sistema Penitenciário de Pernambuco, de onde foram coletadas entrevistas de um grupo de detentos frequentadores das aulas e a partir das quais foram observados aspectos como: memória da infância, nível de escolaridade, experiência sujeito-escola, pertencimento étnico-racial, causa da detenção, motivação da busca por esta escola, relação familiar, escolaridade dos pais. Tais dados forma analisados com base na compreensão sobre os processos de juvenilização e racialização como fundamentais na configuração desse universo prisional, e seus reflexos sobre a noção mesma de educação e ressocialização pensadas para esse contexto. Do que foi investigado, depreende-se que a educação praticada nas escolas das prisões, embora teoricamente acompanhada de um princípio universalizador e igualitário para a recuperação social e moral dos detentos, contraditoriamente se constitui como um espaço de reprodução das distinções e desigualdades difundidas na sociedade em geral, de forma a reforçar a materialização do racismo institucional vigente. 2.16. Mulheres negras e brancas e o acesso aos serviços preventivos de saúde: uma análise sobre as desigualdades Autor: EMANUELLE FREITAS GOES Linha de Pesquisa: MULHER, GÊNERO E SAÚDE Detalhes do texto: RESUMO As desigualdades estruturam as relações sociais e determinam as condições de vida das pessoas. Em relação às desigualdades raciais na saúde, o racismo institucional é um fator determinante no acesso aos serviços de saúde, principalmente para as mulheres negras que sofrem com o impacto das intersecções das desigualdades de gênero e raça, situação que tem maior agravamento, quando comparada ao que ocorre com as mulheres brancas. Este estudo tem por objetivo geral analisar as desigualdades raciais no acesso de mulheres maiores de 25 anos aos serviços preventivos de saúde na Bahia; e, como objetivos específicos: analisar características sociodemográficas e de saúde de mulheres na Bahia, segundo raça/cor; determinar diferenciais das características sociodemográficas e de saúde, em relação ao acesso aos serviços preventivos de mulheres na Bahia, segundo raça/cor. Como modelo teórico, definiu-se pela Teoria da Determinação Social da saúde. Trata-se de um estudo descritivo de base populacional. Sendo a população definida para o estudo mulheres negras e brancas com 25 anos ou mais de idade, residentes na Bahia, que responderam ao questionário da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicilio (PNAD) do ano de 2008. Foram utilizados os programas SPSS 17.0 e o STATA (v. 8.0) para armazenamento, tratamento das variáveis e construção do indicador de acesso. Foram realizados teste qui-quadrado Pearson e exato de Fisher para verificar as diferenças entre as proporções das características sociodemográficas e dos níveis de acesso (bom, regular e ruim), segundo a raça/cor. O estudo evidenciou que, em alguma medida, as desigualdades raciais gerada pelo racismo surgem como barreiras no acesso aos serviços preventivos de saúde para as mulheres negras. E que as desigualdades raciais são determinantes sociais de saúde, que impactam nas condições de vida, no processo de saúde-doença e no acesso aos serviços preventivos de saúde. Palavras-chave: Desigualdades raciais em saúde; Saúde da mulher; 2.17. Do medo da diferença à liberdade com igualdade: as ações afirmativas para negros no ensino superior e os procedimentos de identificação de seus beneficiários Autor: EVANDRO CHARLES PIZA DUARTE. Área de Conhecimento: DIREITO PÚBLICO Linha de Pesquisa: Fundamentais. Detalhes do texto: Constituição e Democracia: Teoria, História, Direitos RESUMO Esta tese trata das políticas de ação afirmativa para negros no ensino superior. Propõe-se compreender e criticar três argumentos contrários à sua implementação, que seriam constituidores de uma? Diferença brasileira: O medo das divisões? Perigosas, A defesa de uma diferença? Nacional? (a sociedade mestiça) e a dificuldade de se identificar quem seriam os negros beneficiados pelos referidos programas. Defende-se que o Princípio da Igualdade deve ser considerado a partir de sua relação constitutiva com o Princípio da Liberdade na história institucional concreta, em uma relação sempre tensa e materializante, a um só tempo, de oposição e complementaridade, compreendendo o direito à diferença, e capaz de provocar a exposição da complexidade das desigualdades na sociedade contemporânea, bem como de impor novos desafios ao sistema de realização de direitos e aos modelos de políticas públicas. O reconhecimento de? Novos? Sujeito social é necessário para vencer as perspectivas autoritárias, positivistas e neutralizadoras da apreensão das diversas dimensões da desigualdade de uma sociedade marcada pelo escravismo, pelo genocídio e pelo racismo. A procedimentalização das formas de participação dos destinatários das políticas públicas, tanto no momento de sua definição quanto de sua execução, é um traço essencial de uma ordem jurídica constitucional no Estado Democrático de Direito. Políticas públicas específicas, portanto, dependem da participação dos envolvidos: a uma porque elas se referem justamente a grupos para os quais o conhecimento institucionalizado no Estado e nas instituições científicas foram insuficiente para demonstrar durante décadas sua existência; a duas porque elas envolvem uma dimensão subjetiva de autoafirmação como grupo excluído, portador de um sofrimento ético-político cuja solução somente pode ser encontrada com sua participação. Defende-se a conjugação entre auto declaração e heterodeclaração. Isso porque a declaração, neste caso específico, é feito individualmente como um ato necessário de garantia da liberdade de autor reconhecimento, mas essa declaração implica uma inclusão numa política pública cuja criação e finalidades destinam-se a uma comunidade de vítimas que exige reconhecimento. Logo, esta comunidade de vítimas deve ser chamada para verificar se está identificada com aquele ato de declaração. A compreensão da dimensão procedimental e participante impede que os programas de ação afirmativa se convertam em formas de inclusão nominal, nas quais a comunidade de vítimas sequer é prestigiada. A necessidade da participação individual, por sua vez, impossibilita a transformação de ações estatais de inclusão racial em práticas estatais de definição da raça. Enfim, enquanto a auto declaração aponta para o primado da liberdade individual, a heteroclassificação aponta para a dimensão social da liberdade e o princípio da igualdade, ambos essenciais na realização dos programas de inclusão. Palavras-chave: políticas de ação afirmativa, ensino superior, igualdade. 2.18. A implementação da lei 10.639/2003 nas escolas da rede municipal do recife e o papel da gestão escolar entre a formulação e as práticas: impasse e perspectiva. Autor: Carmem Dolores Alves. Detalhes do texto: RESUMO O Estudo tem como objetivo analisar a implementação da Lei 10.639/2003 nas Escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife. No estudo são consideradas duas dimensões: implementação da lei, destacando as formas de intervenção do Poder local na aplicabilidade dessa política e o processo de efetivação da Lei nas Escolas do Recife, a partir da ação da gestão escolar. O problema que enseja esse estudo está vinculado à avaliação de uma política pública. Nessa perspectiva, a partir da análise da Lei 10.639/03 considerando-a dentro do contexto das políticas Públicas, pretende-se problematizar: quais as possíveis contradições, do racismo institucional e de vivências anti-racistas presentes na implementação da lei 10.639/03 nas Escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife? Como as Diretrizes Curriculares Nacional para Educação das Relações Étnico-raciais, em especial a cultura afro-brasileira estão sendo vivenciadas? O debate nacional acerca das políticas públicas anti-racistas apresenta configurações e refletem as novas bases da sociedade brasileira. Em que pese à formulação de políticas sociais, a realidade socioeconômica atesta que pobreza e a falta de acesso aos bens sociais atingem principalmente a população negra e os afrodescendentes. Essa condição reforça o racismo à medida que coloca os negros e seus descendentes em uma condição de subalternidade. Nesse contexto, o universo que os dados estatísticos descortinam vem exigindo novas ações dos formuladores das políticas públicas, não restringindo os projetos e ações voltadas para a superação das desigualdades e da pobreza, mas apontando novos caminhos que considerem de fato o recorte racial. 2.19. Movimentos sociais e educação: análise histórica sobre o processo de implantação da lei 10.639/03 em ms - 1996/2006. Autor: Reinaldo Antonio Valentin. Detalhes do texto: RESUMO Resumo: Este trabalho envolve a temática acerca da História dos Movimentos Sociais, tomando Mato Grosso do Sul como cenário e o processo de implantação da Lei 10.639/03 como base de análise. O recorte temporal envolve o período compreendido entre os anos de 1999 e 2006. O ano de 1996 refere-se à data da promulgação da Lei 9.394/96 (LDB), fruto do processo de mobilização e luta dos movimentos sociais empreendidos, sobretudo, pelos profissionais da educação. Quanto ao suporte teórico, utilizamos o método dialético investigativo, que descreve o particular à luz do contexto econômico, político, social e cultural, considerando, no entanto, as novas possibilidades oferecidas pela historiografia recente (francesa e inglesa), sobretudo nas maneiras de ler e escrever a história. Para análise sobre a inclusão da história da África como disciplina ou conteúdo curricular recorremos ao referencial de Chervel (1990). Como suporte historiográfico Gohn (1997), Souza (1997), Munanga (2005), Cavalleiro (2001), Gomes e Silva (2002), Brazil (2005, 2006) Rosemberg, (2001), Gadotti (1992),Telles (2003), Conceição (2003), Valente (2005), Boni (2007), Aranda (2007), Bom (2007), Roiz (2008), Magalhães (2009), Candau (2002), entre outros. Utilizamos como material empírico, leis, artigos constitucionais, decretos, relatórios, editais, listas e solicitações realizadas no âmbito institucional, além dos materiais produzidos pela imprensa regional. Entrevistas e questionários estruturados ajudaram na coleta de informações concernentes ao nível de participação dos distintos atores sociais nos momentos decisivos da história do movimento negro sul mato-grossense. A análise do material permitiu identificar que, não obstante os condicionantes burocráticos e tendenciosos, a história, a memória e a identidade dos movimentos sociais em Mato Grosso do Sul foi vigorosa, força esta resultante da inarredável capacidade de mobilização, parte da corrente de esforços empenhados contra o racismo, a discriminação e submissão histórica das populações negras e afrodescendentes ao longo da história brasileira. Assume particular importância a análise do contexto o Programa de Superação das Desigualdades Raciais de Mato Grosso do Sul cuja proposta de governo contempla aspectos relevantes para os movimentos sociais, com destaque para o movimento negro, cuja proposta envolve o combate ao racismo via política de ação afirmativa, a participação em projetos e políticas como o movimento Constituinte Escolar e o Projeto Escola Guaicuru. A pesquisa permitiu observar um novo comportamento do negro frente à conjuntura atual, fruto de suas próprias mobilizações, embora as múltiplas formas de organização e expressão da sociedade nem sempre favorecem a unicidade em favor da luta contra o racismo e a discriminação. 2.20. Discriminação religiosa e poder judiciario penal da bahia. Autor: Jurandir Antonio Júnior. Detalhes do texto: RESUMO Este trabalho tem por objetivo analisar as sentenças judiciais dos processos penais relacionados aos crimes de discriminação as religiões de matriz africanas, utilizando metodologicamente, para tanto, os recursos teóricos da Análise do Discurso com a finalidade de demonstrar a presença do preconceito nas formações discursivas dos magistrados que materializam-se no racismo institucional ou discriminação indireta. Além de sujeita-las, também, a análise jurídica intentando demonstrar as contradições contidas nas mesmas. Com o intuito de dimensionar a questão da discriminação, contextualizamos tal problema na conjuntura histórico-social, procedimento que consideramos preambular à análise dos documentos jurídicos. Epistemologicamente este trabalho insere-se no campo da antropologia jurídica que consubstancia-se na investigação da definição de regras jurídicas como expressão de conflitos sociais e dos modos através dos quais tais conflitos são institucionalmente resolvidos no âmbito das sociedades modernas. 3. Pesquisa a cerca de Legislação: Lei 11.646 de 10 de Julho de 2001, UERGS. Lei nº 11.646, de 10 de julho de 2001, UERGS. A UERGS foi criada com a missão de dinamizar o desenvolvimento econômico, social e cultural, reduzindo as desigualdades regionais de nosso Estado. Foi concebida como uma das Instituições de Ensino Superior (IES) que inovaram no Sistema de Gestão Institucional, quer seja na constituição de sua estrutura administrativa (multi-campi), quer seja na democratização do acesso, que avança para a discussão de cotas, incorporando novos conceitos para os que historicamente estiveram excluídos por questões financeiras. Inovou, também, em sua gestão pedagógica: ao invés de suas unidades acadêmicas serem definidas por ramos de conhecimento especializados, sua estrutura organiza-se por áreas de trabalho definidas segundo problemas a serem enfrentados, seja na pesquisa ou na extensão. Missão da UERGS: Resgatar a Universidade para o desenvolvimento regional, com ensino, pesquisa e extensão. Na justificativa da lei destaca-se como papel da UERGS: impulsionar o desenvolvimento regional por meio do ensino, da pesquisa e da extensão, destinados à resolução dos problemas regionais. Para se constituir como Universidade, a UERGS não pode ser reduzida a um Centro de Educação Tecnológica. Para que a Universidade cumpra a missão de ser um instrumento. 11. 646 para o desenvolvimento, não pode atuar somente no ensino, Precisa desenvolver a pesquisa e a extensão. Vale a pena destacar alguns artigos da resolução: • A UERGS garantirá aos alunos com baixo poder aquisitivo programas especiais, aprovados pelo conselho superior, que auxiliem entra outras despesas, no custeio de moradia, transporte e alimentação. • As unidades complementares, de caráter permanente ou transitório serão criadas com finalidades especificas e poderão constituir-se como: Institutos especiais, museus, centros de pesquisas avançadas, incubadoras tecnológicas de inovação e cooperativas de consumo e produção. • Na seleção de candidatos para cursos regulares de graduação será considerada a condição sócio econômica do candidato, ficando asseguradas 50% das vagas para os candidatos que comprovarem a condição de hipossuficiência econômica, na forma do estatuto. • Aos candidatos portadores de deficiência classificados no processo seletivo, serão asseguradas, no mínimo 10% das vagas existentes. • A UERGS integrará o subsistema do ensino superior, na forma da lei. 4. Análise do desempenho acadêmico do Curso de Medicina da UFSM. 4.1. Análises dos gráficos dos alunos do curso de medicina egressos na UFSM 2008/2014 Para medirmos o impacto dos novos ingressantes cotistas e não cotistas, é preciso verificar a média do desempenho obtido pelo aluno no primeiro semestre de seu ingresso na Instituição Impacto dos ingressantes cotistas e não cotistas do curso de Medicina da UFSM – 2008/1-2014/1. A Tabela a seguir indica as médias gerais obtidas pelos alunos de Medicina ao ingressarem na UFSM no período de 2008 a 2014/1. Tabela1 - Médias do Impacto do Ingressante no Curso de Medicina – 2008-2014-1 Media Geral Media Cota A Media Cota B Media Cota C Media Cota D Media Cota U 2008-1 Semestres 8,63 --- -- 8,50 --- 8,67 2008-2 8,38 7,58 -- 8,33 --- 8,43 2009-1 7,91 7,52 7,54 8,05 --- 7,97 2009-2 8,45 8,11 8,00 8,61 --- 8,49 2010-1 8,22 8,24 6,87 8,44 --- 8,22 2010-2 8,01 7,84 7,27 8,02 --- 8,09 2011-1 8,05 8,01 6,77 7,85 --- 8,19 2011-2 8,25 8,52 7,00 8,33 --- 8,32 2012-1 8,27 8,01 7,92 8,54 --- 8,35 2012-2 8,02 7,64 7,81 8,21 8,16 8,27 2013-1 7,93 7,57 7,57 8,33 --- 8,24 2013-2 7,99 7,39 7,96 8,56 7,59 8,46 2014-1 8,11 7,49 8,11 8,08 8,58 8,30 Gráfico 1 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Médias geral de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 2 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Média do Sistema Universal de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 3 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Médias da Cota A de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 4 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Médias da Cota B de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 5 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Médias da Cota C de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 6 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - Médias da Cota D de 2008/1 a 2014-1 Gráfico 7 - Impacto do ingressante em Medicina da UFSM - médias por cota de 2008/1 a 2014-1 Os resultados apontam para um declínio nos últimos sete anos, ao apontar o impacto do ingresso no primeiro semestre de cada aluno na Instituição, seja por cotas (opção A, B, C e D) ou por sistema universal, portanto, nota-se um decréscimo nas médias gerais obtidas pelos cotistas e não cotistas de 8,63 caindo para 8,11. Na cota ‘’A’’, o ingresso se dá no segundo semestre de 2008 (Turma 2) e a média dos alunos foi 7,58 e decresceu para 7,49. Exceção é a cota cota ‘’B’’, a qual cresceu de 7,54 para 8,11. A cota ‘’C’’ teve o decréscimo de 8,50 para 8,08. Logo a cota ‘’D’’ cresceu de 8,16 para 8,58. Finalizando o processo de cotas, a média da cota ‘’U’’ era de 8,67 e caiu para 8,30. De uma maneira geral, o quadro comparativo das médias do ingresso na Instituição está a indicar que os alunos não sofreram um impacto tão grande ao ingressar na Instituição quanto o observado no Relatório do Afirme dos anos de 2008/2011 .Podese afirmar que os alunos cotistas e não cotistas apresentam médias superiores à média oficial (7,00), porém há um declínio na série histórica. Outra análise que podemos ter, é que todas as cotas finalizam o primeiro semestre de 2014 com um índice menor que o índice observado no início de 2008. A menor variação está com a cota ‘’A’’ cujo índice de 7,58 ela decresce para 7,49. A cota ‘’C’’ com 8,50 cai para 8,08 e o sistema universal com o índice de 8,67 decresce para 8,30. Em relação à Cota D, temos apenas três semestres comparativos, todos com médias em torno de 8,00. O acesso promovido pela adoção do Programa de Ações Afirmativas vem se consolidando pelas razões já expostas, como o crescimento da divulgação do processo seletivo às comunidades indígenas, às crescentes campanhas sobre a política de adoções de cotas nas Instituições federais e à conduta desenvolvida junto à PRAE (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis), e à PRPGP (Pró-Reitoria de PósGraduação e Pesquisa), sugerindo a necessidade de contemplar com bolsas de pesquisa os alunos cotistas em geral. 4.2. Os egressos do Curso de Medicina em 2014 e ingressantes em 2008 No 1º semestre de 2014 egressaram no Curso de Medicina 55 alunos que acessaram o Curso em 2008. Se, naquele ano (2008), os candidatos tinham duas formas de acesso, por meio do Vestibular e por meio do PEIS (PROGRAMA DE INGRESSO AO ENSINO SUPERIOR ), o número de vagas totalizava 110. Para o ingresso pelo PEIS havia a reserva de 20% das vagas, ou seja, 22 vagas. Havia 279 concorrentes pelo PEIS, com uma densidade na relação candidato vaga de 12,68%. Já o ingresso pelo Vestibular, a concorrência se deu em torno do preenchimento de 80 vagas. Houve a inscrição de 2591 candidatos, elevando a densidade na relação candidato vaga para 32,39%. Como em 2008 foi o primeiro acesso por adoção da reserva de vagas do Programa de Inclusão Racial e Social na UFSM, a divulgação do listão foi única, sem detalhar quem seriam os candidatos cotistas. Essa decisão foi tomada pela gestão universitária, muito embora o processo de reserva ocorresse, ainda que o ponto de corte não tenha sido observado por opção de cota. O que não ficou explícito foi o número de candidatos cotistas que concorreram pelas cotas, tampouco o número de candidatos que alcançaram a vaga nesse Vestibular. A reserva foi de 20% das vagas (16) para Candidatos da Escola Pública (Cota C), 10% para candidatos afro-brasileiros (8), Cota A, 5% para candidatos com deficiência (4), Cota B. Não tivemos ingresso em 2008 de alunos cotistas B e alunos cotistas do acesso indígena, Cota D. Ao analisarmos a Tabela de Egressos em 2014/1 e que ingressaram em 2008, vimos que 55 foram os formados até julho de 2014, data do levantamento. Deste total, 40 são alunos oriundos do Sistema Universal, o qual abarcava 60 vagas no ingresso. Houve então 66,6% de sucesso na formatura desses alunos. Entre os alunos da Cota C, 14 se formaram e entre os alunos da Cota A, apenas houve 1 formado. Pela análise do Gráfico 1 – Impacto dos ingressantes cotistas e não cotistas na UFSM – 2008-2012/1, as médias de notas dos ingressantes em Medicina, no 1º e 2º semestres de 2008, apontam para a matrícula de 3 alunos da cota A e matrícula de 15 alunos da cota C. Portanto, o aproveitamento e sucesso da inclusão do Programa de Ações Afirmativas na UFSM indica que a regularidade do acesso até a formatura em tempo regular foi pontual para os formados pelo Curso de Medicina na Cota C, com 87,5%. Houve 33% de sucesso para a Cota A. O destaque é que os alunos da Cota C integralizaram o currículo com maior sucesso do que os alunos do Sistema Universal (87,5% contra 66,6%). Em termos gerais, houve 50% de alcance do sucesso na integralização curricular( 12 semestres) no período, pois do contrário teríamos 110 alunos formados. http://sites.multiweb.ufsm.br/afirme/images/EGRESSOS_2008.pdf EGRESSOS_2008.pdf TABELA DE NOTAS DO PRIMEIRO SEMESTRE DE MEDICINA 2008:IMPACTO. 8,6 8,54 8,5 8,35 8,4 8,3 8,205 8,2 8,1 8 COTA A COTA B 8,01 COTA C 7,92 7,9 COTA U MEDIA_GERAL 7,8 7,7 7,6 Medicina 1º Semestre Gráfico 8 - Impacto das notas do primeiro semestre do curso de medicina da UFSM em 2008