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USANDO SEU PC Um pouco de história: Os programas de compartilhamento de arquivos começaram sua trajetória com o lançamento do Napster em 1996. De lá para cá muita coisa mudou. Acompanhe esta interessante história. Criação do hoje famoso Shawn Fanning, o Napster permitia que as pessoas compartilhassem arquivos de música no formato MP3 através da Internet. Desde então, surgiram muitos outros programas de compartilhamento, permitindo aos usuários trocar não apenas música em MP3 mas também imagens, filmes e programas. PRIMEIRA GERAÇÃO P2P: SERVIDOR CENTRAL O Napster funcionava instalando um programa no micro de cada cliente, para fazer a comunicação com os servidores da empresa. Este servidor é quem cuidava de localizar os arquivos nos micros dos usuários, e os colocava à disposição da rede para quem os quisesse. Quando alguém fazia uma solicitação o arquivo era transferido de micro para micro, de maneira gerenciada pelos servidores centrais. Quando o Napster atingiu seu auge surgiu também o Audiogalaxy e seu inspirado sistema de troca de arquivos. O usuário utilizava o browser para procurar músicas, sendo que o download e upload eram feitos por um programa gerenciador instalado em cada cliente. Assim, o usuário podia procurar os arquivos a partir de qualquer micro, depois a lista do que desejava ia para sua conta e o micro que tinha o programa instalado começava a baixar. De quebra, o Audiogalaxy listava todos os arquivos que passaram um dia pela rede, e não apenas os que estivessem disponíveis no momento, juntamente com a indicação de sua popularidade, facilitando muito o “trabalho” do cliente. Quando algum arquivo requisitado aparecesse e o cliente não estivesse conectado, seria então transferido para os servidores do Audiogalaxy para ser mandado para o micro do cliente na próxima vez que ele se conectasse. A festa do Napster e Audiogalaxy acabou quando a RIAA, a poderosa Recording Industry Association of America (Associação da Indústria de Gravação da América) começou a combatê-los judicialmente. A briga foi fácil, pois estes sistemas utilizavam servidores centrais e bastou desconectá-los para paralisar todo o sistema. 12 SEGUNDA GERAÇÃO P2P: DESCENTRALIZAÇÃO Com base na experiência do Napster e Audiogalaxy, os desenvolvedores de software inventaram outros sistemas onde não havia servidores centrais. Cada usuário que se conectava atuava, ao mesmo tempo, como servidor e cliente, daí o termo P2P, ou seja, peer-to-peer, que acabou abrasileirado como “ponto-a-ponto”. Com esta configuração, torna-se muito mais difícil impedir que alguém compartilhe seus arquivos ou baixe arquivos de outros. Por isto, a RIAA começou a perseguir os próprios desenvolvedores deste tipo de software e também alguns usuários que foram “sorteados” para serem processados por violação de direitos autorais. Logo que o Napster começou a enfrentar problemas, Justin Frankel, da empresa Nullsoft, começou a criar uma rede sem servidores centrais que acabou se chamando Gnutella. Em sua versão original todos os nós conectados tinham a mesma importância, causando baixa performance à medida que a rede crescia com os “refugiados” do Napster. Surgiu então a rede FastTrack, uma evolução da Gnutella, onde havia alguns nós preferenciais que concentravam mais tráfego, agilizando o sistema como um todo. Estes nós de maior capacidade são os encarregados da indexação, ou seja, de procurar nos micros dos clientes e informar aonde estão os arquivos, enquanto os nós mais lentos coletam e mandam informações para os principais. Com este esquema de funcionamento mais inteligente a rede FastTrack pode chegar a tamanhos enormes, com milhões de usuários conectados simultaneamente. Posteriormente a rede Gnutella adotou o mesmo conceito e hoje a maioria das redes P2P usam sistemas assim, ou seja, variações tanto do Gnutella quanto do FastTrack. Os melhores exemplos destas redes, que dominam algo como 60% do tráfego do P2P mundial, são Bearshare, Limewire, Shareazaa e eMule. O famoso Kazaa não chega a entrar totalmente nesta classificação, pois ainda usa um servidor central para controlar o login dos usuários, servidor este que a RIAA teria o maior prazer em tocar fogo, explodir e jogar os destroços no fundo do oceano... Revista PnP nº 10
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