A CULTURA IMIGRANTE ITALIANA NO BRASIL

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A CULTURA IMIGRANTE ITALIANA NO BRASIL
A CULTURA IMIGRANTE ITALIANA NO BRASIL, NO RIO GRANDE DO
SUL E NA REGIÃO CENTRO-SUL
*Elaine Fátima Bonetti
**Ângela da Rocha Rolla
**Carlos Renato Hees
RESUMO
A Imigração Italiana no Brasil e no Rio Grande do Sul intensificou-se no período entre
1870 e 1920, esses imigrantes contribuíram e influenciaram em muito a formação da
identidade brasileira. Com o intuito de resgatar e manter viva essa cultura, organizou-se o
grupo de pesquisa, que tem por finalidade de ir em busca de dados referentes as várias
etnias da Região Centro-Sul. Este artigo insere-se na pesquisa A Cultura Imigrante e a
Formação da Identidade da Região Centro-Sul, a mesma é desenvolvida pelos professores
acima citados e pelo grupo de acadêmicos do Curso de Letras e de História da UlbraGuaíba. Este trabalho descreverá brevemente sobre a língua, a religião, a música, o
artesanato, a arquitetura, a educação e o ensino dos imigrantes italianos. Deve-se lembrar
que este artigo é o resultado de pesquisas feitas na internet e em obras que falam sobre a
imigração italiana no Brasil e no Rio Grande do Sul .
Palavras-chave: imigração – cultura – identidade – memória – italianos
INTRODUÇÃO
Conforme o site Wikipédia, a Imigração italiana no Brasil teve como ápice o
período entre 1870 e 1920, que foram impulsionadas pelas transformações sócioeconômicas em curso no Norte da península italiana, essas alterações afetaram, sobretudo a
propriedade da terra. Um aspecto peculiar à imigração em massa dos italianos foi a
unificação da Itália. Segundo dados da Embaixada Italiana do Brasil, cerca de 25 milhões
de brasileiros são descendentes de imigrantes italianos, estando espalhados principalmente
pelos estados do Sul e do Sudeste do Brasil, quase metade no estado de São Paulo.
* Elaine Fátima Bonetti acadêmica do curso de Letras no 7º semestre, Bolsista de Pesquisa na Ulbra / Guaíba.
**Ângela da Rocha Rolla é coordenadora do Curso de Letras, pesquisadora da universidade e membro do
Comitê de Letras e Artes da FAPERGS.
**Carlos Renato Hees é coordenador do Curso de História ULBRA Guaíba e pesquisador da universidade.
O início da imigração italiana coincidiu com o processo de abolição da escravatura e
da expansão das plantações de café. Incentivados pelo governo brasileiro, panfletos e
cartazes passaram a ser espalhados pela Itália, com o intuito de vender uma boa imagem do
país e, assim, atrair imigrantes. Rapidamente, milhares de italianos passaram a comprar
passagens para o Brasil, em busca de dinheiro e melhores condições de vida.
De início, o governo brasileiro encaminhou os imigrantes para zonas rurais do Sul
do Brasil. Ali os italianos tornaram-se pequenos agricultores. Mais tarde, as fazendas de
café no Sudeste tornaram-se o destino da maioria. O grande incentivo que teve a imigração
italiana no Brasil não foi apenas para suprir a falta de mão-de-obra que se instalou no país.
Os italianos eram católicos, falavam uma língua latina e tinham costumes parecidos com a
raiz luso-brasileira. Isso contribuiria para europeizar a cultura do Brasil na visão do
governo brasileiro.
As primeiras colônias italianas nasceram nas Serras gaúchas, no Rio Grande do Sul,
nas atuais cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves. Esses imigrantes eram em sua maioria
do Vêneto, Norte da Itália. Após cinco anos, o grande número de imigrantes obrigou o
Governo a criar uma nova colônia italiana, Caxias do Sul. Os italianos se espalharam por
várias partes do Rio Grande do Sul, e muitas outras colônias foram criadas, principalmente
em serras e regiões altas, porque as terras baixas já estavam povoadas por imigrantes
alemães. Nessas terras, os imigrantes italianos começaram a cultivar uvas e a produzir
vinhos. Atualmente, essas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do
Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias italianas de Santa Catarina,
como Criciúma e Urussanga, assim como outras no Paraná.
ETNIA ITALIANA NA REGIÃO CENTRO-SUL
RIBEIRO, (1996), mostra que a imigração italiana em nossa região fixou-se
predominantemente no nordeste e norte do estado do Rio Grande do Sul, nas ex-colonias de
Sertão Sant` Anna, Barão do Triunfo e Mariana Pimentel. Sendo que, Mariana tem sua
formação étnica bastante heterogênea (poloneses, alemães e italianos) e segundo dados
coletados somente 10% da população são descendentes de italianos. Na citação a seguir
apresentaremos os dados da época da colonização de Mariana Pimentel.
Um dos aspectos singulares que caracterizou Mariana Pimentel foi a aglutinação
de diversas etnias no mesmo espaço geográfico: poloneses, italianos, alemães e
outros. A ocupação da colônia foi iniciada pelos italianos e alguns poucos
alemães em meados de 1889. o contingente maior, que viria predominar, foi
aquele dos poloneses, que começou a chegar no inicio de 1890; representaram
aproximadamente 70% da população marianense. Em segundo lugar ficaram os
italianos, em torno de 20% e em terceiro os alemães em cerca de 5%. O restante é
caracterizado por uma minoria de espanhóis, portugueses e franceses, constatada
nos registros cartoriais. RIBEIRO, (1996).
Dos descendentes italianos que colonizaram essa região o autor fornece dados
referentes às famílias Tremea e Bongiovanni, que instalaram-se na colônia de Mariana
Pimentel. Em 1889, Domenico Bongiovanni recebeu o lote nº 8 da linha Alves. Ângelo
Tremea recebeu mais tarde o lote nº 10 na mesma localidade de seu amigo Bongiovanni.
As duas famílias fixaram-se na colônia de Mariana Pimentel, na qual dedicaram-se
às lides agrícolas e à pequena criação de animais domésticos, com a ajuda dos filhos quase
adultos. Foi ali que eles viram os filhos crescerem, casarem e formarem família. Porém a
área de 25 hectares não era suficiente para que todos os filhos permanecessem junto com os
pais, e, assim, conforme os filhos iam se casando, procuravam outros lugares para viver.
Pelos registros encontrados no livro de RIBEIRO, (1996), obteve-se a informação
de que os filhos se dividiram entre as colônias de Barra do Ribeiro, Minas do Leão, São
Jerônimo e Guaíba. O autor nos fornece também, a informação de que até 1994, Octavio
Tremea, filho de Ângelo Tremea, aos 69 anos residia na linha Alves em Mariana Pimentel.
CONTRIBUIÇÃO DOS IMIGRANTES ITALIANOS NA CULTURA
De acordo com o site História da imigração italiana no Rio Grande do Sul, as
manifestações culturais desenvolvidas no Brasil são praticamente as mesmas de Vêneto,
região de onde veio a maioria dos imigrantes. A produção de uva e vinho, trazida pelos
imigrantes, se expandiu por toda a região, tornando-se a base da economia da região
italiana do Rio Grande do Sul.
A música permite manter viva de certa forma uma parte do idioma e do folclore de
cada etnia. Os italianos sabem fazer isto muito bem cantando suas canções trazidas pelos
imigrantes. Alegria e música fazem parte da tradição italiana relembrada nas vozes dos
corais da cidade e nas festas populares. Flores da Cunha é considerada a mais italiana de
todas as cidades que receberam imigrantes em 1877.
Os imigrantes italianos foram responsáveis pela introdução de um dos maiores
símbolos do gaúcho: a gaita piano (de teclas), que tanto anima os fandangos do Rio Grande
do Sul. Muitas das danças gaúchas tiveram suas origens com os imigrantes italianos, como
por exemplo, o xote de quatro passos.
Flores da Cunha é o maior produtor de vinhos do Brasil e 2º pólo moveleiro do RS.
Um forte apelo do município é a preservação das tradições culturais, herdadas dos
imigrantes italianos, fundamentados na língua, na gastronomia, na música, na religiosidade,
nos usos e costumes nos demais elementos da cultura de imigração da região nordeste do
Estado do Rio Grande do Sul.
Farroupilha também procura resgatar e manter vivas as tradições dos
imigrantes italianos, para isso foi criado o grupo Nei Tempi Del Filó que difunde a cultura
dos imigrantes italianos por meio de canções típicas e vestimentas características, mantendo
a realização dos filós – encontros em que os participantes entoam cantigas italianas,
principalmente as de dialeto vêneto, e confraternizam servindo pratos da gastronomia
típica. Este foi um dos principais costumes dos imigrantes italianos que tinham nestas
reuniões momentos de lazer e entretenimento.
A imigração italiana no Brasil também serviu de inspiração para várias obras artísticas,
televisivas e cinematográficas, como as telenovelas Terra Nostra e Esperança, e o filme O
Quatrilho, que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
LÍNGUA
Hoje em dia, quase todos os brasileiros descendentes de italianos falam o português
como língua materna. Há ainda uma minoria que fala o italiano como língua materna,
usando o dialeto Talian, que tem sua origem no Norte da Itália. (com raiz no vêneto). No
final da década de 1930 e inicio da de 1940, no governo Getulio Vargas as manifestações
culturais imigrantes foram perseguidas em função do nacionalismo Brasileiro e da II Guerra
Mundial. Isso contribuiu bastante para que o idioma italiano fosse pouco desenvolvido
entre os descendentes de italianos, já que falar ou escrever em outro idioma que não o
nacional poderia ser considerado um crime.
A partir da década de1980, em um contexto sócio-histórico bem diferente dos anos
1930, com o aparecimento dos discursos sobre a globalização econômica, as
especificidades "culturais" e "regionais", como as que dizem respeito aos imigrantes,
passam a adquirir lugar na mídia, de modo que se assiste, atualmente, a um certo
revigoramento dos elementos relativos à memória dos imigrantes. Nesse contexto, algumas
cidades colonizadas por italianos passaram a inserir o ensino do italiano como língua
estrangeira nas escolas. A presença desse discurso na mídia fez crescer, por exemplo, em
25% o índice de procura de cursos de italiano na cidade de São Paulo, em 1999, aonde o
número de descendentes de italianos chega a cinco milhões. O uso do 'tchau' (ciao) como
saudação é também uma herança dos imigrantes italianos.
A EDUCAÇÃO E AS ESCOLAS ITALIANAS
Conforme dados do site Imigrantes, História da Imigração no Brasil, é necessário
distinguir educação de ensino. O ensino abrangia conhecimentos ministrados pelo (a)
professor (a). A educação consistia em seguir determinados comportamentos e evitar
outros. Para os imigrantes e seus descendentes a educação tinha uma certa comparação com
o adestramento de animais quando pequenos. Assim também à criança se deve ensinar a
obedecer, a trabalhar e a ser leal desde pequena, de acordo com o ditado: "É de pequeno
que se torce o pepino”.Os comportamentos a serem reprimidos envolviam geralmente o
castigo físico: o tapão, a vara de marmelo, a ameaça de privar da comida. A escola trazia a
palmatória, ajoelhar-se sobre grãos de milho, ficar de pé contra a parede... Andar descalços
pelas estradas e roças, mesmo com frio, geadas e neves era sinal de valentia e saúde. No
sistema alimentar, todos deviam comer de tudo, mesmo que isso custasse grandes
sacrifícios (por não gostarem).
O sacrifício físico do trabalhador, das viagens e a punição física, eram formas que
na psicologia existencial, faziam com que se valorizasse mais o produto do trabalho e no
caso do castigo físico, que se evitasse o comportamento indesejado e tornasse a pessoa
consciente de seus deveres pelo resto da vida.
As escolas eram chamadas de escolas italianas porque o ensino era feito na língua
italiana, porém há dúvidas se a língua utilizada era o italiano Standard ou o dialeto de
origem. A língua não era totalmente dialetal, nem totalmente normatizada. O professor era
o colono mais instruído do grupo e lecionava em casa, os pais queriam que os filhos
aprendessem o idioma do Brasil. As primeiras escolas surgiram por iniciativa da
comunidade e do professor e o pagamento era feito através da comunidade.
Há uma observação a ser feita quanto ao nível de escolaridade dos italianos:
pesquisas apontam que a maioria dos italianos eram analfabetos. Porém essa pesquisa
somente foi feita na segunda e terceira geração, o que não condiz com a realidade, pois fez
com que houvesse um empobrecimento e depauperamento cultural devido ao isolamento e
à precariedade da vida aqui na colônia.
ARQUITETURA
As casas dos imigrantes italianos eram construídas com tábuas largas e pesadas, no
tamanho de dois andares (com até 8 metros de comprimento). Muitas destas casas
apresentam varandões que descortinam belas paisagens e algumas possuem elaborados
lambrequins. Embora em menor número, os italianos também construíram casas de taipas
de pedras – o conjunto mais bem conservado fica em Nova Veneza. A típica construção dos
imigrantes italianos era dividida em: Subterrâneo, subtérreo popularmente denominado de
porão, geralmente aproveitando o declive do relevo, construído de paredes de pedra e piso
de chão batido. Um local com temperaturas naturalmente mais baixas, destinado a guarda
de bebidas como o vinho, cachaça, graspa, vinagre, sucos e outros. O porão ainda
conservava alimentos como o salame, ossocolo, figadei, cudigüim, costelinhas de porco,
toucinho, leite, queijo, nata, peixe seco, ovos, carne de gado seca, geléias, chimier, melado
e mel...e outros produtos.
Térreo piso geralmente construído de madeira, também podia ser de alvenaria,
destinada a moradia da família, composta de muitos dormitórios em função do elevado
número de filhos, geralmente de 4 a 6 quartos, uma sala grande no centro, onde a família se
encontrava para rezar o terço todas as noites. A sala tinha capacidade de acolher várias
famílias vizinhas ao mesmo tempo, para as rezas noturnas, quando da visita do Santo ou
Nossa Senhora, que circulavam nas famílias. A sala além de suas funções sociais já citadas
se constituía no local onde as filhas da família namoravam. Dois ou três casais de
namorados usavam a sala ao mesmo tempo, aos sábados à noite e aos domingos de tarde até
certa hora da noite.
A cozinha geralmente uma casa menor e separada da principal. Mais tarde se
localizava num canto da casa, peça bem ampla.
O sótão conhecido popularmente por jirau, piso superior e abaixo do telhado, local
mais quente da casa destinado a guarda de alimentos que deveriam ser conservados secos.
Existiam ainda, os galpões destinados a guarda de ferramentas, equipamentos de trabalho,
carreta, gêneros agrícolas ainda não beneficiados. A mangueira destinada aos animais de
leite, o chiqueiro para a criação e engorda de porco e de galinha.
GASTRONOMIA
A deliciosa gastronomia italiana é uma grande motivação para outro marcante
aspecto da cultura italiana, stare a tavola (sentar a mesa). Estar reunidos à mesa na hora das
refeições, transformar as refeições em verdadeiras festas de congraçamento, num palco de
discussões e de alegria.
Nas refeições os italianos comem; pão no café da manhã e em todas as demais
refeições. No jantar, a famosa minestra, sopa de feijão com arroz, macarrão e carne do
porco. O almoço – principalmente o dos domingos – é de mesa farta: sopa de agnoline para
abrir o apetite, salada de radici com bacon, fortaia (omelete de queijo), nhoque, massa ao
molho de tomate e, sempre polenta. Sobremesas há muitas, e os doces são gostosos, mas
italiano que se preza não dispensa o sagu de vinho.
RELIGIÃO
De acordo com DE BONI (1991), a religião dos Italianos destacava-se pelas coisas
exteriores como: velas, fogos, cantos, cerimônias, imagens de santos e estatuas, muitas
delas tidas como milagrosas. Dessa forma os imigrantes italianos procuravam se agrupar
nas práticas religiosas, erguendo capelas, onde se encontravam para rezar, conviver,
celebrar e esquecer da saudade da pátria longínqua (os imigrantes eram muito católicos).
Uma marca registrada é a construção dos capitéis de beira de estradas do interior, pedaços
de sua história e da sua origem. Outra característica religiosa e a celebração de Corpus
Christi e Romaria ao Frei Salvador, trilhos e tapetes confeccionados em serragem colorida
pelas comunidades. Também os imigrantes tinham a tradição de benzer as casas.
ARTESANATO
O artesanato surgiu a partir das necessidades de uma região de difícil acesso e de
um país com poucas indústrias, por isso nos meses de inverno, quando era impossível
praticar a agricultura, confeccionava-se utensílios e instrumentos necessários no dia a dia
das famílias. “Ilhados, com poucos recursos, em uma região de difícil acesso, num país de
poucas indústrias, os italianos –tal como já o haviam feito os alemães – valeram-se das
habilidades artesanais a fim de suprir boa parte de suas necessidades”. (DE BONI, 1991, p.
194). Uma fonte de matéria-prima para o artesanato eram, as folhas de milho e as de trigo
para indústria artesanal. As do milho para cigarros de palha e as folhas de trigo para
chapéus, bolsas e cestas feitas pelos colonos.
Porém, com o passar do tempo e o
desenvolvimento do comércio, aos poucos essas atividades foram definhando, à medida que
a economia dos colonos se inseria na economia do mercado, esses produtos artesanais
foram sendo substituídos pelos industrializados. Os produtos artesanais que ainda persistem
em nossos dias são os confeccionados com palhas de trigo, como: os chapéus, bolsas e
cestas.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
DE BONI, Luis Alberto. Far La Mérica. Porto Alegre; Rioccel, 1991.
IMIGRANTES, História da Imigração no Brasil – biografia. Disponível em:
www.mundosites.net/história do brasil/imigração.htm. Acesso em 10 de abril de 2007
IMIGRAÇÃO, Italiana no Brasil – Wikipédia - biografia. Disponível em: pt.
Wikipédia.org/wiki/imigração_ italiana_ no _Brasil. Acesso em 2 de maio de 2007
PIMENTEL, Mariana Site Oficial - biografia. Disponível em:
www.marianapimentel.rs.cnm.org.br. Acesso em 18 de maio de 2007
RIBEIRO, José Antonio Bongiovanni. BONGIOVANNI/ TREMEA Raízes Resgatadas;
1º edição EDUCS, Caxias do Sul 1996.
História da imigração italiana no Rio Grande do Sul – biografia. Disponível em:
familia.prati.com.br/familiaprati/imigracao2.htm - Acesso em 11 de junho de 2007