estudo tridimensional das assimetrias dentárias e esqueléticas na
Transcrição
estudo tridimensional das assimetrias dentárias e esqueléticas na
ESTUDO TRIDIMENSIONAL DAS ASSIMETRIAS DENTÁRIAS E ESQUELÉTICAS NA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II, SUBDIVISÃO Guilherme dos Reis Pereira Janson BAURU 1998 ESTUDO TRIDIMENSIONAL DAS ASSIMETRIAS DENTÁRIAS E ESQUELÉTICAS NA MÁ OCLUSÃO DE CLASSE II, SUBDIVISÃO Guilherme dos Reis Pereira Janson Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo, como parte integrante dos requisitos para a obtenção do título de Livre Docente em Odontologia, Área de Ortodontia. BAURU 1998 Janson, Guilherme dos Reis Pereira J267e Estudo Tridimensional das Assimetrias Dentárias e Esqueléticas na Má Oclusão de Classe II, Subdivisão / Guilherme dos Reis Pereira Janson. – Bauru, 1998. 250 p.: il.;28 cm Tese. (Livre-Docência) – Odontologia de Bauru. USP. Faculdade de Aos meus pais, Waldir Antônio Janson e Déborah dos Reis Pereira Janson, pelas constantes orientações de vida, dedico este trabalho Ao Professor Doutor Décio Rodrigues Martins, ilustre Mestre da Ortodontia Contemporânea, responsável pela formação da Disciplina de Ortodontia desta Faculdade e pelo meu ingresso na carreira universitária, pela constante motivação ao meu aprimoramento profissional, apoio às minhas iniciativas, e consideração com que sempre me distinguiu. Minha eterna gratidão. Agradeço em especial, Aos colegas e amigos da Disciplina de Ortodontia, Professores Doutores Arnaldo Pinzan, José Fernando Castanha Henriques, Marcos Roberto de Freitas e Renato Rodrigues de Almeida, pelo apoio constante em minha carreira acadêmica e incentivo para continuar a desenvolver esta especialidade; Ao Professor Doutor Angelos Metaxas, pelo desprendimento em vir até Bauru para nos compartilhar o seu conhecimento, por nos ensinar sua técnica de tomada radiográfica, pelos conselhos para a elaboração do trabalho e por sua amizade; Ao Professor Doutor Aguinaldo Campos Júnior, para quem os cálculos matemáticos constituem uma de suas paixões, pela orientação segura na análise estatística; Aos Professores Doutores Arnaldo Pinzan e Renato Rodrigues de Almeida e aos alunos de doutorado, Eduardo Alvares Dainesi e Pedro Paulo Costa Gondim, pela leitura do manuscrito e sugestões; À Professora Doutora Izabel Maria Marchi de Carvalho, amiga e colega de graduação, responsável pelo Setor de Radiologia do Hospital de Reabilitação, que permitiu a utilização dos aparelhos de raios-x, para as tomadas radiográficas. Agradeço também ao Dr. Carlos Alberto Carvalho Pires e aos funcionários deste Setor; Vergílio Tristante e Neudemir Aguiar Santos pelas orientações na utilização dos aparelhos e pela ajuda prestada; Ao Professor Doutor José Alberto de Souza Freitas, pelas oportunidades de utilizar as dependências do Hospital de Reabilitação de Bauru; Ao técnico de laboratório da Disciplina de Ortodontia, Luis Sérgio Vieira pela confecção do dispositivo para a leitura das angulações no aparelho de raios X; Ao técnico de informática Daniel Francisco Rascão Selmo pelo excelente trabalho de elaboração das figuras cefalométricas em computador e pela formatação da versão final do trabalho; À aluna de mestrado Cláudia Catão Alves da Silva pela ajuda na obtenção da amostra de oclusão normal; À Alexandra Real Dias, uma pessoa especial, pelo apoio e pelos bons momentos. Meus agradecimentos: Ao Professor Doutor Dagoberto Sottovia Filho, Digníssimo Diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru, USP; Ao Professor Doutor Aymar Pavarini, Digníssimo Vice-Diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru, USP; À Congregação desta Faculdade, composta pelos digníssimos professores, funcionários e alunos; Agradeço ainda, Aos funcionários do Departamento de Ortodontia, Vera Lúcia R. Purgato, Maria José dos S. Formenti, Teresa Cristina A. Camaforte e Cristiane de Jesus Cano pela amizade e valiosa colaboração prestadas em suas funções; Aos funcionários da ACOPEN, Sônia Helena Pinzan, Simone Maria P. Ferreira Del Rio e César S. Formenti, pela ajuda nas atividades didáticas. Aos meus alunos, dos cursos de Graduação, Pós-graduação, Especialização e Atualização, pelo incentivo na busca do saber; À Senhora Valéria Cristina Trindade Ferraz, pela revisão das referências bibliográficas. À Professora Sylvanira S. Bramante, pela revisão gramatical; Às funcionárias da Pós-Graduação, Neide Espíndola Russo, Giane Tenório Quintela, Ana Maria Machado Bocchio, Cleuza Gonçalves Leite, Heloísa Ferreira da Silva e Débora Vieira da Silva, pela atenção e solicitude; À Regina Célia Baptista Belluzzo e aos funcionários da Biblioteca, em especial a Ademir Padilha, Cybelle Assumpção Fontes, Denise Maria Regiani, Leni Mantovani, Maria Caetano, Maria Helena S. Ronchesel, Neusa Toloi e Sílvia Zamaro, que contribuíram de modo efetivo e pelo tratamento cordial que sempre me dispensaram; Aos funcionários da Reprografia, Norberto Afonso Bezerra, João Carlos Caetano, Tadeu Aparecido do Amaral, José Claro dos Santos Amaral, José Augusto Novaes, Wanderley de Oliveira, que imprimiram com zelo este trabalho; Aos pacientes, alunos e funcionários que despretenciosamente se dispuseram a participar; e a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE TABELAS RESUMO 1 INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------- 004 2 REVISÃO DE LITERATURA --------------------------------------------------------- 007 2.1 ASSIMETRIAS ----------------------------------------------------------------------- 007 2.1.1 Definição de Assimetria Craniofacial---------------------------------- 008 2.1.2 Etiologia das Assimetrias Craniofaciais ------------------------------ 009 2.1.3 Sistemas de Classificação das Assimetrias Craniofacias------- 018 2.1.4 Implicações Clínicas das Assimetrias Mandibulofaciais e seu Efeito no Tratamento Ortodôntico ------------------------------- 021 2.1.5 Inter-Relação entre Assimetria e os Distúrbios da ATM -------- 026 2.1.6 Assimetria Craniofacial e as Más Oclusões------------------------- 032 2.2 CLASSE II, SUBDIVISÃO--------------------------------------------------------- 038 2.2.1 Características---------------------------------------------------------------- 038 2.2.2 Tratamento da Classe II --------------------------------------------------- 040 2.2.2.1 Efeito dos aparelhos funcionais no crescimento condilar--------------------------------------------------------------- 041 2.2.2.1.1 Indução de crescimento mandibular------------------- 041 2.2.2.1.2 Redirecionamento do crescimento condilar --------- 042 2.2.2.2.3 Alterações adaptativas na fossa glenóide----------- 043 2.2.3 Tratamento das Más Oclusões Assimétricas----------------------- 043 2.2.3.1 Tratamento cirúrgico das más oclusões assimétricas -------------------------------------------------------- 043 2.2.3.2 Tratamento ortodôntico/ortopédico das más oclusões assimétricas ------------------------------------ 044 2.2.3.2.1 Tratamento do desvio da linha média ---------------- 049 2.3 AVALIAÇÃO DAS ASSIMETRIAS MANDIBULOFACIAIS-------------- 055 2.3.1 Avaliação Clínica e Fotográfica ----------------------------------------- 055 2.3.2 Radiografia Panorâmica---------------------------------------------------- 058 2.3.3 Radiografia Submentoniana ---------------------------------------------- 058 2.3.4 Radiografia Póstero-Anterior --------------------------------------------- 062 2.3.5 Radiografia Cefalométrica Oblíqua Lateral -------------------------- 066 2.4 CONCLUSÕES DA REVISÃO DE LITERATURA --------------------------- 070 3 PROPOSIÇÃO---------------------------------------------------------------------------- 073 4 MATERIAIS E MÉTODOS ------------------------------------------------------------ 075 4.1 MATERIAL ---------------------------------------------------------------------------- 075 4.2 MÉTODO ------------------------------------------------------------------------------ 076 4.2.1 RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA ------------------------------------ 079 4.2.1.1. Estruturas Anatômicas ------------------------------------------ 079 4.2.1.2 Pontos de Referência -------------------------------------------- 080 4.2.1.3 Linhas----------------------------------------------------------------- 086 4.2.1.4 Grandezas Cefalométricas ------------------------------------- 087 4.2.1.4.1 Sistema de coordenadas mandibulares--------------- 089 4.2.1.4.1.1 Ântero-posterior ------------------------------------ 089 4.2.1.4.1.2 Transverso -------------------------------------------- 089 4.2.1.4.2 Sistema de coordenadas do assoalho craniano---- 090 4.2.1.4.2.1 Ântero-posterior ------------------------------------ 090 4.2.1.4.2.2 Transverso -------------------------------------------- 091 4.2.1.4.3 Sistema de coordenadas do complexo zigomaticomaxilar ------------------------------------------- 092 4.2.1.4.3.1 Ântero-posterior ------------------------------------ 092 4.2.1.4.3.2 Transverso -------------------------------------------- 093 4.2.1.4.4 Sistema de coordenadas dentárias -------------------- 094 4.2.1.4.4.1 Ântero-posterior: ----------------------------------- 094 4.2.1.4.4.2 Transverso: ------------------------------------------- 095 4.2.1.4.5 Medidas angulares entre as abcissas dos sistemas de coordenadas --------------------------------- 095 4.2.1.4.6 Variáveis adicionais----------------------------------------- 096 4.2.1.4.7 Diferenças entre medidas bilaterais ------------------- 097 4.2.1.4.7.1 Coordenadas mandibulares---------------------- 097 4.2.1.4.7.1.1 Ântero-posterior ----------------------------- 097 4.2.1.4.7.1.2 Transverso:------------------------------------ 097 4.2.1.4.7.2 Coordenadas do assoalho craniano----------- 098 4.2.1.4.7.2.1 Ântero-posterior: ---------------------------- 098 4.2.1.4.7.2.2 Transverso:------------------------------------ 098 4.2.1.4.7.3 Complexo zigomaticomaxilar ------------------- 099 4.2.1.4.7.3.1 Ântero-posterior: ---------------------------- 099 4.2.1.4.7.3.2 Transverso:------------------------------------ 099 4.2.1.4.7.4 Dentárias ---------------------------------------------- 100 4.2.1.4.7.4.1 Ântero-posterior: ---------------------------- 100 4.2.1.4.7.5 Adicionais: -------------------------------------------- 100 4.2.2 Radiografias Póstero-Anteriores (PA) --------------------------------- 113 4.2.2.1 Estruturas Anatômicas ------------------------------------------ 113 4.2.2.2 Pontos de Referência -------------------------------------------- 114 4.2.2.3 Linhas e Planos ---------------------------------------------------- 119 4.2.2.4 Grandezas Cefalométricas ------------------------------------- 120 4.2.2.4.1 Diferenças entre Medidas Bilaterais ------------------- 123 4.2.3 Radiografias Oblíquas Corrigidas --------------------------------------- 129 4.2.3.1 Estruturas Anatômicas ------------------------------------------ 130 4.2.3.2 Pontos de Referência -------------------------------------------- 130 4.2.3.3 Linhas----------------------------------------------------------------- 132 4.2.3.4 Grandezas Cefalométricas ------------------------------------- 132 4.2.3.4.1 Determinação do Tamanho Real da Mandíbula: Descrição do Método de Metaxas:---- 132 4.2.3.4.2 Diferenças entre Medidas Bilaterais ------------------ 135 4.2.4 Análise Estatística----------------------------------------------------------- 141 4.2.4.1 Erro do Método ---------------------------------------------------- 141 4.2.4.2 Testes Estatísticos Utilizados--------------------------------- 141 5 RESULTADOS------------------------------------------------------------------------------- 143 6 DISCUSSÃO --------------------------------------------------------------------------------- 163 6.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA -------------------------------------------------------- 163 6.2 METODOLOGIA --------------------------------------------------------------------- 165 6.2.1 Medição das Grandezas em Computador---------------------------- 166 6.2.2 Precisão da Metodologia -------------------------------------------------- 167 6.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS --------------------------------------------- 170 6.3.1 Análise de Regressão Logística de Multivariáveis ---------------- 170 6.3.2 Radiografia Submentoniana ---------------------------------------------- 172 6.3.2.1 Sistema de Coordenadas Mandibulares: ------------------ 173 6.3.2.2 Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano ------- 177 6.3.2.3 Sistema de Coordenadas Zigomaticomaxilares --------- 180 6.3.2.4 Sistema de Coordenadas Dentárias------------------------- 182 6.3.2.5 Medidas Angulares ----------------------------------------------- 184 6.3.2.6 Variáveis Adicionais --------------------------------------------- 188 6.3.2.7 Radiografia Submentoniana Completa --------------------- 189 6.3.3 Radiografia Póstero-Anterior --------------------------------------------- 193 6.3.4 Radiografia Oblíqua Corrigida-------------------------------------------- 196 6.3.5 Radiografias Submentoniana + Póstero-Anterior + Oblíqua ------------------------------------------------------------------------- 201 6.3.6 Considerações Gerais ------------------------------------------------------ 205 6.4 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS NO TRATAMENTO DE CASOS DE CLASSE II, SUBDIVISÃO--------------------------------------------------------- 207 6.5 SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS ---------------------------------- 212 7 CONCLUSÕES ------------------------------------------------------------------------------ 214 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------------------ 216 ABSTRACT------------------------------------------------------------------------------------------ 250 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Caso com Classe II, subdivisão --------------------------------------------- 077 FIGURA 2 - Caso com oclusão normal----------------------------------------------------- 078 FIGURA 3 - Estruturas anatômicas da radiografia submentoniana --------------- 101 FIGURA 4 - Pontos cefalométricos da radiografia submentoniana --------------- 102 FIGURA 5 - Linhas da radiografia submentoniana-------------------------------------- 103 FIGURA 6 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas Mandibulares - Ântero-posterior -------- 104 FIGURA 7 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas Mandibulares - Transverso --------------- 105 FIGURA 8 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano Ântero-posterior ----------------------------------------------------------------- 106 FIGURA 9 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano - Transverso --- 107 FIGURA 10 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas do Complexo Zigomaticomaxilar Ântero-posterior ----------------------------------------------------------------- 108 FIGURA 11 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas do Complexo Zigomaticomaxilar Transverso ------------------------------------------------------------------------ 109 FIGURA 12 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Sistema de Coordenadas Dentárias - Ântero-posterior e Transverso ------------------------------------------------------------------------ 110 FIGURA 13 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Medidas Angulares entre as Abcissas dos Sistemas de Coordenadas---------------------------------------------------------------------- 111 FIGURA 14 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana. Variáveis Adicionais------------------------------------------------------------ 112 FIGURA 15 - Estruturas anatômicas da radiografia póstero-anterior------------- 124 FIGURA 16 - Pontos cefalométricos da radiografia póstero-anterior------------- 125 FIGURA 17 - Linhas e planos da radiografia póstero-anterior ---------------------- 126 FIGURA 18 - Grandezas angulares da radiografia póstero-anterior--------------- 127 FIGURA 19 - Grandezas lineares da radiografia póstero-anterior ----------------- 128 FIGURA - 20 a- Forame Oval b-Forame Espinhoso t1- Hipotenusa do triângulo direito t2- Hipotenusa do triângulo esquerdo 1- Ângulo utilizado para o cálculo da distância x real 2- Ângulo utilizado para o cálculo da distância y real 3- Ângulo que determina a rotação do cefalostato para a radiografia oblíqua do lado direito do paciente 4- Ângulo que determina a rotação do cefalostato para a radiografia oblíqua do lado esquerdo do paciente------------------------------------------------------ 137 FIGURA 21 - Em A, B e C estão representadas as rotações no cefalostato para a obtenção das radiografias oblíquas a 45º. Em D, E e F estão representadas as rotações no cefalostato para a obtenção das radiografias oblíquas corrigidas. ----------------------------------------------------------- 138 FIGURA 22 - Estruturas anatômicas da radiografia oblíqua corrigida------------ 139 FIGURA 23 - Pontos e linhas de referência da radiografia oblíqua --------------- 139 FIGURA 24 - Grandezas Cefalométricas da radiografia oblíqua corrigida ------ 140 LISTA DE GRÁFICOS (Os gráficos referem-se aos resultados da análise de regressão logística) GRÁFICO 1 Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas mandibulares ----------------------------------------------- 176 GRÁFICO 2 Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas do assoalho craniano ------------------------------------ 180 GRÁFICO 3 Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas zigomático-maxilares ------------------------------------ 181 GRÁFICO 4 Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas dentárias ----------------------------------------------------- 184 GRÁFICO 5 Radiografia Submentoniana - Medidas angulares ----------------- 188 GRÁFICO 6 Radiografia Submentoniana - Variáveis adicionais---------------- 189 GRÁFICO 7 Radiografia Submentoniana - Completa------------------------------ 192 GRÁFICO 8 Radiografia Submentoniana - Completa (Sem as variáveis do Sistema de Coordenadas Dentárias) ---- 192 GRÁFICO 9 PA -------------------------------------------------------------------------------- 196 GRÁFICO 10 Oblíqua-------------------------------------------------------------------------- 201 GRÁFICO 11 SMT + PA + Oblíqua ----------------------------------------------------- 204 GRÁFICO 12 SMT + PA + Oblíqua (Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias)------ 205 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - SISTEMA DE COORDENADAS MANDIBULARES: ÂNTERO-POSTERIOR - Médias reais e desvios-padrão das variáveis---------------------------------------------------------------------------- 143 TABELA 2 - SISTEMA DE COORDENADAS DO ASSOALHO CRANIANO ÂNTERO-POSTERIOR - Médias reais e desvios-padrão das variáveis---------------------------------------------------------------------------- 143 TABELA 3 - SISTEMA DE COORDENADAS ZIGOMÁTICO-MAXILARES: ÂNTERO-POSTERIOR - Médias reais e desvios-padrão das variáveis---------------------------------------------------------------------------- 144 TABELA 4 - SISTEMA DE COORDENADAS DENTÁRIAS: ÂNTERO-POSTERIOR - Médias reais e desvios-padrão das variáveis---------------------------------------------------------------------------- 144 TABELA 5 - RADIOGRAFIA PÓSTERO-ANTERIOR - Médias reais e desvios-padrão das variáveis------------------------------------------------ 145 TABELA 6 - RADIOGRAFIA OBLÍQUA - Médias reais e desvios-padrão das variáveis---------------------------------------------------------------------- 145 TABELA 7 - SISTEMA DE COORDENADAS MANDIBULARES: ÂNTERO-POSTERIOR amostras - dependentes, Resultados das do teste diferenças t entre para as replicações, do teste intra-examinador ---------------------------------- 146 TABELA 8 - SISTEMA CRANIANO: DE COORDENADAS DO ASSOALHO ÂNTERO-POSTERIOR amostras - Resultados dependentes, das do teste diferenças t entre para as replicações, do teste intra-examinador ---------------------------------- 146 TABELA 9 - SISTEMA DE COORDENADAS ZIGOMÁTICO-MAXILARES: ÂNTERO-POSTERIOR amostras - Resultados dependentes, das do teste diferenças t entre para as replicações, do teste intra-examinador ---------------------------------- 147 TABELA 10 - SISTEMA DE COORDENADAS DENTÁRIAS: ÂNTERO-POSTERIOR amostras - Resultados dependentes, das do teste diferenças t entre para as replicações, do teste intra-examinador ---------------------------------- 147 TABELA 11 - RADIOGRAFIA PÓSTERO-ANTERIOR - Resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador ------------------------------ 148 TABELA 12 - RADIOGRAFIA OBLÍQUA - Resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador ---------------------------------- 148 TABELA 13 - SISTEMA DE COORDENADAS MANDIBULARES: ÂNTERO-POSTERIOR - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ----------------------------------------------------------- 151 TABELA 14 - SISTEMA DE COORDENADAS DO ASSOALHO CRANIANO: ÂNTERO-POSTERIOR - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ----------------------------------------------------------- 151 TABELA 15 - SISTEMA DE COORDENADAS ZIGOMÁTICO- MAXILARES: ÂNTERO-POSTERIOR - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ----------------------------------------------------------- 152 TABELA 16 - SISTEMA DE COORDENADAS DENTÁRIAS: ÂNTERO-POSTERIOR - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ----------------------------------------------------------- 152 TABELA 17 - RADIOGRAFIA PÓSTERO-ANTERIOR - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ---------------------------------------------------- 153 TABELA 18 - RADIOGRAFIA OBLÍQUA - resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão ----------------------------------------------------------- 153 Tabela 19 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Sistema de coordenadas mandibulares------------------------- 154 Tabela 20 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Sistema de coordenadas do assoalho craniano-------------- 155 Tabela 21 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Sistema de coordenadas zigomaticomaxilares --------------- 155 Tabela 22 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Sistema de coordenadas dentárias ------------------------------ 156 Tabela 23 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Medidas angulares ---------------------------------------------------- 156 Tabela 24 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Variáveis adicionais --------------------------------------------------- 157 Tabela 25 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Completa ----------------------------------------------------------------- 157 Tabela 26 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT - Completa (Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias) ------------------------------------------------------- 158 Tabela 27 - Resultados da Análise de Regressão Logística - PA ------------------ 158 Tabela 28 - Resultados da Análise de Regressão Logística - Oblíqua ----------- 159 Tabela 29 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT + PA + Oblíqua--------------------------------------------------------- 159 Tabela 30 - Resultados da Análise de Regressão Logística SMT + PA + Oblíqua(Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias) ------------------------------------------------------- 160 Resumo 2 Resumo RESUMO O objetivo deste trabalho foi investigar a presença de diferenças dentárias e/ou esqueléticas entre indivíduos com más oclusões de Classe II, subdivisão, e aqueles com oclusão normal. indivíduos em cada um dos grupos. permanentes até os primeiros molares. A amostra consistiu de 30 Todos apresentavam os dentes A idade média dos indivíduos era de 15,76 e 22,42 anos no grupo com Classe II, subdivisão, e no grupo com oclusão normal, respectivamente. As medidas foram realizadas nas radiografias submentonianas, oblíquas e póstero-anteriores. Na radiografia submentoniana, a assimetria foi avaliada medindo-se a diferença relativa na posição espacial de pontos dentários e esqueléticos nas dimensões ântero-posteriores e transversais, determinadas por sistemas de coordenadas representando a mandíbula, o assoalho craniano, a maxila e os dentes inferiores e superiores. As variáveis foram analisadas com o teste t e com a análise de regressão logística de multivariáveis. Os resultados demonstraram que a principal diferença entre a má oclusão de Classe II, subdivisão, e a oclusão normal consiste em um posicionamento mais para distal do primeiro molar inferior do lado da Classe II, em uma mandíbula com assimetria normal e sem assimetria de posição. Uma diferença secundária entre os dois grupos consiste no posicionamento mais para mesial do primeiro molar superior, no lado da Classe II. Como conseqüência do posicionamento mais para distal, dos molares inferiores, do lado da Classe II, mais freqüente que o posicionamento dos molares superiores, para mesial, deste lado, a linha média dentária inferior também apresenta um desvio mais freqüente para o lado da Classe II, do que a linha média dentária superior, no sentido oposto, conforme evidenciado na avaliação bidimensional da radiografia PA. Cefalometricamente, os arcos dentários dos casos de má oclusão de Classe II, subdivisão, apresentam uma maior assimetria do que os de oclusão normal. 3 Introdução 4 Introdução 1 INTRODUÇÃO Em ortodontia, os casos que apresentam maior dificuldade de tratamento são os limítrofes. Um caso limítrofe apresenta discrepâncias dentárias, esqueléticas, dentoesqueléticas, ou tegumentares moderadas, onde, muitas vezes, a decisão sobre o plano de tratamento dependerá, em grande parte, das opiniões subjetivas dos pacientes e do profissional, concernentes aos problemas apresentados. São exemplos de casos limítrofes aqueles que apresentam uma quantidade muito suave de apinhamento, em que extrações estariam contraindicadas, porque poderiam prejudicar a estética, assim como casos com trespasse horizontal anterior suave, em que uma retrusão dos dentes superiores também teria potencial para causar deficiência estética. Outro fator que dificulta um tratamento ortodôntico é a combinação de características de diferentes padrões dentoesqueléticos, resultando, muitas vezes, em um tipo de má oclusão individual, que requererá um bom discernimento clínico do profissional, para elaborar um plano de tratamento mais eficiente. Um exemplo dessa combinação adversa de características consiste em uma má oclusão apresentando sobremordida profunda, que é uma característica freqüentemente associada ao padrão facial horizontal, em indivíduos com altura facial aumentada e ausência de selamento labial, características geralmente associadas ao padrão facial vertical. O que complica o plano de tratamento é que uma mecânica melhor indicada para tratar um dos problemas causaria efeitos indesejáveis, acentuando as outras anormalidades. Dentro desse contexto, encontra-se a má oclusão de Classe II, clássica (com apinhamento ausente ou mínimo), que não apresenta trespasse horizontal tão acentuado como uma Classe II bilateral e que, de um lado demonstra as características de Classe I e de outro, as de Classe II, constituindo um caso de má oclusão assimétrica. O tratamento desse tipo de má oclusão teria um melhor planejamento se o conhecimento de suas particularidades fosse mais aprofundado. Já se demonstrou que más oclusões inespecíficas não apresentam maior assimetria esquelética do que casos de oclusão normal62,87,116,124. 5 Introdução Entretanto, as investigações concernentes à Classe II, subdivisão, são mais escassas. Embora alguns estudos4,182 já tenham evidenciado muitas das características da má oclusão de Classe II, subdivisão, algumas questões ainda persistem. No estudo de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, em 1988, a metodologia não permitiu concluir se o posicionamento unilateral mais para distal do primeiro molar inferior, na Classe II, subdivisão, era devido a fatores dentoalveolares ou esqueléticos e no de ROSE et al.182, em 1994, não foi estudada a contribuição do posicionamento ântero-posterior dos molares superiores na composição da má oclusão de Classe II, subdivisão. Além disso, esses trabalhos anteriores não avaliaram a contribuição de cada uma das variáveis dos três planos do espaço, quando analisadas simultaneamente. Apenas ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 empregaram uma análise discriminante, mas não analisaram as variáveis nos três planos. Portanto, a finalidade do presente trabalho é contribuir para a elucidação dessas questões persistentes. 6 Revisão de Literatura Revisão de Literatura 2 7 REVISÃO DE LITERATURA As más oclusões de Classe II, subdivisão, apresentam dificuldades no tratamento ortodôntico devido à relação oclusal assimétrica e à dificuldade em se identificar os fatores responsáveis pela má oclusão. Deve-se identificar se a origem da assimetria é predominantemente dentoalveolar, esquelética, ou uma combinação dessas características. Como os casos de subdivisão constituem aproximadamente 50% de todas as más oclusões de Classe II10,222, a localização e a quantidade de assimetria devem ser avaliadas. Como esse tipo de má oclusão constitui um problema de assimetria das estruturas dentofaciais, justifica-se aqui uma revisão desse tema, de sua interrelação com as más oclusões, assim como de seu tratamento. 2.1 ASSIMETRIAS Em toda forma de vida, embora haja fortes semelhanças, nenhum animal, planta ou ser humano é idêntico em seus aspectos. Existe, em cada forma de vida, uma particularidade que a distingue de outras que parecem semelhantes. Como os seres humanos, essas formas de vida são constituídas de estruturas direita e esquerda, que parecem ser imagens especulares a partir da linha média. Entretanto, em humanos, por exemplo, essa simetria em torno de um plano médio está longe de ser perfeita quando as posições de diversos órgãos do corpo são avaliadas165. Com a existência dessa assimetria funcional e morfológica, a simetria no corpo humano constitui, na melhor das hipóteses, um conceito teórico28. A assimetria na região craniofacial apresenta desafios significantes com relação ao diagnóstico do problema, planejamento, época e seqüência do tratamento ortodôntico. Além disso, uma complicação encontrada no exame de pacientes com diversos graus de assimetria, como enfatizado por BISHARA; BURKEY; KHARAOUF28, é como determinar o que constitui assimetria “normal” e a partir de que grau ela se torna “anormal”. Essa questão 8 Revisão de Literatura geralmente é respondida pelo senso de equilíbrio do profissional e pela percepção de desequilíbrio do paciente28. 2.1.1 DEFINIÇÃO DE ASSIMETRIA CRANIOFACIAL O dicionário médico Stedman´sa define simetria como: “igualdade ou correspondência em forma das partes distribuídas em torno de um centro ou de um eixo, nas duas extremidades ou pólos, ou nos dois lados opostos do corpo”. Portanto, clinicamente, simetria implicaria em equilíbrio e, de maneira inversa, assimetria indicaria desequilíbrio62. Pela definição, os maus relacionamentos faciais e dentários, percebidos durante as análises clínicas, de modelo ou Assim, FISHER62, em radiográfica, podem ser denominados de assimetria. 1954, considera o apinhamento ou diastema dentários como sendo desequilíbrios entre os tamanhos mésio-distais dos dentes e dos arcos dentários. Similarmente, a desarmonia nos relacionamentos dos arcos é vista como um desequilíbrio no tamanho ou posição dos arcos dentários62. As seguintes palavras então tornam-se sinônimas: simetria, equilíbrio e proporção favorável, assim como assimetria, desequilíbrio e proporção desfavorável62. A assimetria na região craniofacial pode ser percebida como uma variação no tamanho ou no relacionamento das estruturas bilaterais da face. A causa do desequilíbrio pode estar na própria forma dos diferentes ossos, ou no posicionamento desfavorável de um osso ou ossos das estruturas faciais. Por outro lado, o esqueleto facial pode se apresentar sem assimetria e o desequilíbrio pode estar somente nos tecidos moles sobrejacentes28. Essas deformidades podem também variar de uma assimetria muito suave a acentuadas discrepâncias entre os dois lados da face. Finalmente, como as estruturas mal formadas em um paciente assimétrico estão geralmente do a Stedman´s Medical Dictionary - Copyright 1996 Williams and Wilkins, a Waverly Company - Based on Stedman´s Medical Dictionary, 26th Edition. Software 1996 Novell, Inc. Revisão de Literatura 9 mesmo lado, esse fenômeno pode ser denominado de lateralidade ou assimetria direcional165. Quando se diagnostica uma assimetria, a maioria dos ortodontistas geralmente pergunta aos pacientes e aos seus pais se essa assimetria já havia sido notada anteriormente, quando as manifestações de desequilíbrio apareceram pela primeira vez e se eles estavam cientes dos fatores etiológicos envolvidos. Se a assimetria é relativamente óbvia, a maioria dos pacientes a terá percebido e pode ser bastante precisa em lembrar do primeiro aparecimento dos primeiros sinais de assimetria, embora, freqüentemente a causa da assimetria permaneça desconhecida. É muito importante se determinar a etiologia das assimetrias craniofaciais porque ela apresenta grande influência, tanto no tipo de tratamento, como na época da aplicação de medidas interceptadoras. 2.1.2 ETIOLOGIA DAS ASSIMETRIAS CRANIOFACIAIS Entre os numerosos artigos publicados sobre assimetria craniofacial, alguns apresentam uma revisão completa dos fatores etiológicos e realçam as complexidades envolvidas com essas assimetrias, para ajudar a determinar se o desequilíbrio, em casos específicos, é estático ou progressivo28,124,162,165,225. As maiores classificações de etiologias envolvem influências genéticas e não genéticas. LUNDSTROM124, em 1961, explica que as diferenças genéticas são devidas às variações nos genes dos gametas e que é a combinação genética do indivíduo que rege o seu desenvolvimento. Esse genótipo pode então ser submetido a fatores não genéticos de graus variados, para criar diferentes fenótipos a partir de um dado genótipo124. LUNDSTROM124 examinou se os dois lados do corpo eram geneticamente programados para serem idênticos e verificou que as assimetrias apresentavam uma natureza secundária: elas se desenvolveram de uma simetria bilateral original, alterada em resposta às demandas ambientais funcionais. A assimetria do coração, por exemplo, Revisão de Literatura 10 desenvolveu-se devido às necessidades funcionais diferentes dos lados direito e esquerdo do coração124. BLOMQUIST; HOGEMAN33, em 1963, consideraram que as teorias de origens traumáticas ou infecciosas de desequilíbrios faciais são as mais amplamente aceitas. BISHARA; BURKEY; KHARAOUF28, em 1994, descreveram os fatores que influenciam as assimetrias craniofaciais como: a) fatores genéticos, como vistos nas neurofibromatoses múltiplas, na microssomia hemifacial e em casos de fissuras de lábio e/ou palato; b) pressão intra-uterina durante a gestação, que pode moldar os ossos parietais e faciais para criar desequilíbrios; e c) fatores patológicos, como o osteocondroma do côndilo mandibular, trauma e infecção dos ossos faciais ou tecidos moles. O terceiro fator etiológico parece ser uma das mais comuns e negligenciadas causas das assimetrias craniofaciais, uma vez que, em 1992, LEE et al.115 encontraram que o côndilo mandibular estava envolvido em mais de 50% das fraturas mandibulares. Fraturas da cabeça ou do pescoço condilar, que permanecem sem diagnóstico em uma criança em crescimento, podem resultar em subdesenvolvimento da mandíbula do lado afetado28. Essas fraturas mandibulares devem ser diagnosticadas na época do trauma, com técnicas radiográficas e interpretações adequadas, para possibilitar a correta terapia subseqüente e/ou sua observação. As etiologias dos desequilíbrios craniofaciais também podem ser descritas de acordo com a época de seu aparecimento no desenvolvimento do sistema biológico humano165. No período embrionário, a microssomia hemifacial, síndrome relativamente comum, que afeta principalmente a região craniofacial, pode se desenvolver. Acredita-se que a alteração seja devido a um problema na proliferação e migração das células embrionárias precoces da crista neural. Como resultado, podem surgir assimetrias mandibulares de graus variados, com conseqüentes compensações oclusais. Um crescimento mandibular vertical Revisão de Literatura 11 inadequado pode também afetar secundariamente o crescimento da face média165. Outras características da microssomia hemifacial incluem a hipoplasia maxilar e zigomática, as más formações do ouvido médio e externo, a paralisia parcial dos músculos mastigatórios e faciais e o desenvolvimento dentário anormal48. A hipertrofia congênita hemifacial, que é uma forma rara de crescimento exacerbado, também pode ocorrer durante esse período de tempo, envolvendo as estruturas duras e moles, assim como os dentes, podendo ainda ser causada por uma proliferação e migração defeituosa das células da crista neural e, como tem sido demonstrado, afetar principalmente o lado direito da face165. No período fetal, o desenvolvimento das deformações das estruturas craniofaciais pode ser causado por forças mecânicas intra-uterinas, após a organogênese, quando o feto está suscetível às deformações, devido à sua grande plasticidade e velocidade de crescimento165. O torcicolo muscular congênito é uma condição patológica que produz assimetria165. Nos pacientes com escoliose postural também se encontrou aumento da assimetria facial e más oclusões laterais significantes. A plagiocefalia é uma condição em que a face média se desloca em direção ao lado afetado da face, onde a sutura coronária sofreu fusão unilateral prematura. Nesses casos, a mandíbula tende a se desviar em direção ao lado não afetado, mesmo que não esteja primariamente envolvida na anormalidade, conduzindo a um desvio da linha média165. Assimetrias acentuadas, associadas aos defeitos congênitos que afetam a região mandibulofacial, podem ser progressivas, ou mesmo apresentar correção espontânea, dependendo da causa e da severidade do processo patológico47,187,228. No período pós-natal, os principais fatores que podem causar assimetrias mandibulofaciais são: crescimento acentuado unilateral da mandíbula, atrofia Revisão de Literatura 12 progressiva hemifacial, infecções e inflamações, fraturas e traumas e mordida cruzada posterior unilateral, associada a desvio funcional mandibular 165. O crescimento acentuado unilateral do côndilo mandibular pode distorcer o crescimento de toda a mandíbula, de várias formas. Ele pode ocorrer como um aumento de toda a metade da mandíbula, com um prognatismo associado e como um crescimento adicional do côndilo ou do pescoço condilar, com ou sem prognatismo, forma esta que pode resultar em desvio da linha média e mordida cruzada unilateral. A causa de um crescimento acentuado assimétrico dos côndilos ainda é desconhecida, na maioria dos casos. Possíveis fatores etiológicos sugeridos para o crescimento acentuado condilar unilateral, além do padrão familiar, inclui diferenças bilaterais na vascularidade, traumas precoces, pressão intra-uterina e distúrbios endócrinos165. A atrofia progressiva hemifacial, cuja forma mais comum é conhecida como síndrome de Romberg, é caracterizada por uma atrofia de progressão lenta, que envolve primariamente os tecidos subcutâneos, gordura e osso. A oclusão e a dentadura podem estar afetadas, com um subdesenvolvimento das raízes do lado afetado e falha de erupção, causando portanto uma mordida aberta do lado afetado. Sua causa é incerta, mas fatores como trauma, distúrbios endócrinos, infecção viral lenta, ou falha nervosa têm sido sugeridos165. As doenças infecciosas, originárias principalmente de infecções do ouvido médio e que causam, em alguns casos, anquilose da articulação têmporomandibular, eram antes consideradas fatores etiológicos importantes no desenvolvimento assimétrico mandibulofacial, mas a sua diminuição, reflete os melhores cuidados antimicrobianas. médicos e o desenvolvimento de medicações A artrite reumatóide na infância pode afetar a articulação têmporo-mandibular uni ou bilateralmente, levando a alterações consideráveis na função e estrutura mandibular165. 13 Revisão de Literatura Após examinar uma série de pacientes com história de fratura mandibular, ENGEL; BRODIE55 concluíram que danos à região condilar provocam interrupção do crescimento e conseqüentemente uma distorção característica da forma mandibular. desviado A fratura condilar não é sempre seguida por um crescimento da diagnóstico174. mandíbula, e em muitos casos, pode permanecer sem Portanto, a incidência de fraturas condilares na infância pode realmente ser alta. As fraturas condilares podem prejudicar o crescimento e a função, que mais tarde apresentam o potencial de conduzirem a uma deformidade facial severa. Encontrou-se, experimentalmente e também em humanos, que uma fratura mandibular pode afetar o crescimento da face média6. A ocorrência de um deslocamento da linha média superior, em direção ao lado fraturado e o grau de deformidade estão relacionados com o local da fratura e o distúrbio do crescimento é mais comum quando a fratura está próxima da cabeça condilar do que no caso de fratura de corpo mandibular6,102. A perda ou prejuízo da função após um trauma condilar é, em muitos casos, conseqüência de anquilose na região têmporo-mandibular25,102,207. BLACKWOOD32 sugere que um fator predisponente para anquilose, nos casos de traumas condilares, é o sangramento intra-articular e hematoma, devido à vascularização acentuada da região, especialmente em crianças. A anquilose pode ser intracapsular ou extracapsular, o espaço articular pode ser visível radiograficamente ou pode haver perda total da forma anatômica da articulação têmporo-mandibular, com o ramo fusionado ao crânio, seguido de uma restrição da abertura bucal207. As deformidades secundárias podem incluir assimetria facial com deslocamento do mento para o lado afetado e a restrição do crescimento resulta em um ramo curto e inclinação para cima do plano oclusal do lado afetado, influenciando também o crescimento da maxila25,207. PROFFIT; VIG; TURVEY174, em 1980, relatando sua experiência com pacientes na Dentofacial Clinic da University of North Carolina, salientaram que fraturas prévias do processo condilar mandibular podem estar envolvidas em 5 a 10 por cento de todos os problemas de deficiência mandibular ou assimetria. 14 Revisão de Literatura Explicaram que como essas fraturas geralmente não são diagnosticadas e como 3/4 das crianças com fraturas não apresentam deficiência de crescimento, a incidência de fraturas condilares provavelmente é muito maior do que se imagina. Relataram também que quando as deficiências do crescimento ocorrem após o trauma ao côndilo, existem duas causas possíveis: 1- perda do estímulo para um crescimento normal e 2- deficiências do crescimento, secundárias às restrições mecânicas criadas pela cicatrização e pela perda da mobilidade. SKOLNICK et al.202, em 1994, analisaram a associação entre a evidência radiográfica de assimetria mandibular e a história de trauma pré-pubescente, em pacientes ortodônticos e de cirurgia ortognática. O primeiro grupo consistiu de 56 pacientes de cirurgia ortognática e o segundo, de 109 pacientes ortodônticos. Para cada um deles foi obtida uma radiografia póstero-anterior. Houve uma associação estatisticamente significante entre a história prévia de trauma pré-pubescente e a evidência radiográfica de assimetria mandibular medida em radiografias póstero-anteriores nos dois grupos de pacientes. Os resultados sugerem que o trauma pré-pubescente pode ser um fator etiológico para o desenvolvimento de assimetria mandibular. A mordida cruzada posterior unilateral, em crianças em crescimento, geralmente está associada a uma posição forçada, na qual a mandíbula desvia lateralmente para fechamento78,98. a posição de máxima intercuspidação durante PLINT; ELLISDON166, RICKETTS180 e SOUYRIS o et al.206 sugeriram que algumas assimetrias das dimensões mandibulares, na idade adulta, podem ser causadas simplesmente por uma função oclusal assimétrica, devido a uma mordida cruzada posterior unilateral. De acordo com SCHMID; MONGINI; FELISIO195, o crescimento mandibular é restringido do lado da mordida cruzada ou do lado em que a mandíbula é forçada durante a oclusão, produzindo encurtamento relativo da altura do ramo daquele lado conseqüentemente, o desenvolvimento de assimetria mandibular e facial. e, Revisão de Literatura 15 Demonstrou-se que a mordida cruzada posterior unilateral persistente está associada a uma maior assimetria na articulação têmporo-mandibular e nos trajetos condilares164, o que evidentemente é uma conseqüência de processos adaptativos nas superfícies articulares. SLAVICEK203, em 1988, discutindo a etiologia das assimetrias, enfatizou que uma criança que apresenta os côndilos assentados fisiologicamente na cavidade glenóide tem maior chance de se adaptar do que aquela que não apresenta os seus côndilos assentados. Relatou que um paciente que apresentava a mandíbula lateralmente desviada pela oclusão, desenvolveu um trajeto articular completamente diferente daquele lado. De um lado, o trajeto articular era muito íngreme e do outro, muito plano, o que causava inúmeros problemas, até mesmo o desenvolvimento de uma assimetria. Deve-se lembrar que nesses casos a articulação cresce assimetricamente, tentando obter uma posição assentada do côndilo e mais tarde haverá uma mandíbula totalmente assimétrica causada pelo crescimento e adaptação. Se, nesse caso, houver uma tentativa de corrigir a oclusão simetricamente, o resultado pode não ser satisfatório. Salientou que todo ortodontista sabe que alguns casos respondem muito bem de um lado - obtém-se a correção de meia Classe II dentro de quatro ou cinco meses - enquanto o outro lado, do mesmo paciente, não responde. Isso ocorre porque há um problema na articulação: um côndilo está assentado e o outro não. Côndilos que não estão centrados não respondem da mesma maneira que aqueles que estão, durante o crescimento e tratamento. Para o tratamento desses casos é necessário primeiramente obter a centralização da articulação e depois realizar o diagnóstico. Uma placa lisa de relaxamento muscular deve ser utilizada por duas semanas antes da realização de qualquer procedimento de diagnóstico. SLAVICEK203 é de opinião que no futuro os ortodontistas terão que prestar atenção especial a estes casos porque consideraos realmente os casos difíceis. Se o tratamento for iniciado precocemente em um caso esqueleticamente assimétrico, existe a chance de torná-lo simétrico. Se for iniciado tardiamente, o ortodontista deve estar ciente que seu tratamento deverá ser assimétrico. As articulações esquerda e direita do paciente são Revisão de Literatura 16 diferentes e como tal devem ser tratadas diferentemente. Para determinar se o paciente é assimétrico, deve-se examinar principalmente as linhas médias, já que um paciente com discrepância da linha média é sempre suspeito. Algumas assimetrias são evidentes nas telerradiografias se as olivas metálicas não estiverem alinhadas, ou se houver uma grande diferença na altura do ramo e no plano oclusal. Em outros casos, a assimetria é visualizada nas radiografias póstero-anteriores. O autor enfatiza que é necessário reconhecer a assimetria, especialmente durante os movimentos mandibulares203. O trabalho recente de SCHMID; MONGINI; FELISIO195, em 1991, fornece maiores evidências de remodelação mandibular assimétrica em pacientes com mordida cruzada posterior unilateral, porque os autores verificaram que a altura do ramo mandibular do lado da mordida cruzada mantém-se relativamente mais curta durante o crescimento. Explicam isto como sendo causado pela restrição do crescimento do lado da mordida cruzada posterior, associado a um desequilíbrio funcional e a uma alteração do processo de modelação mandibular. A função muscular pode estar relacionada ao desenvolvimento da assimetria oclusal direcional, conforme MANLY; SHIERE125. SHIERE; MANLY199, e SHAH; JOSHI198, que observaram um padrão de mastigação unilateral, com domínio do lado direito, quando examinaram diferentes grupos de adultos. PRUIM175 verificou que existe preferência por um lado, quando se utiliza forças suaves de mastigação, mas que a ação se torna mais simétrica quando a força é aumentada. Tem sido sugerido que a assimetria craniofacial direcional, mensurável em alguns primatas mais evoluídos, pode ser conseqüência de uma assimetria funcional no sistema mastigatório74,230. Entretanto, já foi demonstrado que o lado esquerdo da mandíbula é geralmente mais longo no plano frontal, o que pode ser pelo menos parcialmente responsável pela lateralidade das dimensões do ramo mandibular nos pacientes com mordida cruzada. Portanto, nenhuma conclusão final pode ser deduzida Revisão de Literatura 17 quanto ao efeito do aumento do crescimento condilar do lado contrário. Pesquisas futuras, provavelmente com um modelo experimental, ainda são necessárias para explicar os possíveis efeitos de uma má oclusão lateral na velocidade e direção de crescimento condilar. É evidente que a adaptação craniomandibular e muscular à mordida cruzada não se resolve imediatamente após o tratamento e como a capacidade de remodelação diminui com a idade, isto é uma forte indicação para o tratamento precoce das más oclusões unilaterais165. O’BYRN et al.148, em 1995, desenvolveram um estudo retrospectivo para determinar se a simetria mandibular em adultos com mordida cruzada posterior unilateral era diferente daquela de adultos com más oclusões de Classe I, não tratadas. Trinta adultos, acima de 18 anos, que apresentavam mordida cruzada posterior unilateral foram comparados com 30 adultos com más oclusões de Classe I. As simetrias esquelética e dentária foram avaliadas com radiografias submentonianas (SMT) e a posição condilar dentro da fossa glenóide foi analisada com tomografias horizontais corrigidas. Em relação a um sistema de coordenadas mandibulares, o primeiro molar inferior, do lado da mordida cruzada, apresentava-se mais lateralmente e para distal, em comparação com o lado oposto. Esqueleticamente, a mandíbula não demonstrou assimetria. Em relação à base craniana, a mandíbula apresentou-se rotada, de forma que o côndilo do lado da mordida cruzada estava posicionado para posterior, em relação ao lado oposto. Concluiu-se que havia um posicionamento para posterior relativo, da fossa glenóide, uma vez que não se observou nenhuma assimetria mandibular esquelética ou deslocamento condilar dentro da fossa, como evidenciado nas tomografias corrigidas no grupo com mordida cruzada, quando comparadas com as do grupo de Classe I. Os resultados questionam se é correto corrigir mordidas cruzadas posteriores unilaterais em adultos apenas com a movimentação dentária, considerando-se que a remodelação da fossa glenóide já possa ter ocorrido. 18 Revisão de Literatura Os processos básicos no desenvolvimento de assimetrias são ainda obscuros, possivelmente devido aos mecanismos complexos de regulação e à suavidade da assimetria normal, cuja expressão é ainda diminuída pelos vários mecanismos de crescimento compensatórios. O desenvolvimento deficiente das estruturas é seguido por seqüências assimétricas nas mesmas estruturas e tecidos adjacentes, que podem ser um reflexo dos processos adaptativos para garantir uma função adequada, apesar da deficiência. Entretanto, a importância em se estudar essas associações é evidente. Do ponto de vista clínico, é fundamental distinguir um crescimento assimétrico progressivo de manifestações assimétricas menos severas o mais precocemente possível e encontrar os processos que estão causando esse crescimento e desenvolvimento assimétrico adverso, para prevenir alterações funcionais. Como evidenciado até aqui, a existência de uma assimetria facial envolve vários componentes estruturais, diferentes graus de más formações, diferentes orientações das deformidades e vários inter-relacionamentos desequilíbrios esqueléticos, dentários e dos tecidos moles. entre os Para simplificar a longa descrição de uma assimetria, diversas tentativas foram realizadas para desenvolver sistemas simples e concisos de classificação das assimetrias. 2.1.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS ASSIMETRIAS CRANIOFACIAS Vários sistemas de classificação das assimetrias são encontrados na literatura e nenhum parece ter recebido aceitação ou aplicabilidade clínica universais. Esses diferentes sistemas não se concentram em características semelhantes das assimetrias, tornando difíceis as comparações das vantagens e desvantagens dos vários sistemas. Alguns autores, por exemplo, concentram-se nas assimetrias mandibulares162, enquanto outros incluem assimetrias maxilares ou suas compensações124. Alguns discutem as assimetrias dentárias e esqueléticas e outros ainda incluem certas anormalidades congênitas e adquiridas com suas más formações associadas165,225. 19 Revisão de Literatura Em sua discussão sobre as influências genéticas e não genéticas nas assimetrias dentofaciais, LUNDSTROM124, em 1961, oferece um sistema de classificação, enfatizando as assimetrias de especial interesse para o ortodontista, especificamente aquelas que podem envolver a oclusão: A. Assimetria qualitativa: 1- Número de dentes; 2- Palato fissurado: B. Assimetria quantitativa: 1- Tamanho dos dentes; 2- Localização dos dentes no arco dentário; a- Posição ântero-posterior; b- Posição lateral; c- Posição vertical: 3Localização dos arcos dentários na cabeça: a- Rotação no plano horizontal; bRotação no plano frontal; c- Translação lateral. Embora proposto como um sistema de classificação, o autor descreve casos de assimetria, ao invés de classificá-los, e não apresenta uma forma breve e concisa de expressar a assimetria, o que simplificaria as discussões entre os profissionais, quando estivessem se referindo a esses desequilíbrios faciais, como o sistema de classificação das más oclusões tem realizado. Em 1993, PERSSON162, classificou as assimetrias mandibulares de origem hereditária como segue: a) prognatismo desviado, caracterizado por aumento generalizado no tamanho mandibular e por um componente de crescimento unilateral aumentado; b) assimetria mandibular devido à hiperplasia condilar como padrão de crescimento secundário, sem aumento do ramo ou corpo mandibular; e c) hiperplasia unilateral mandibular, caracterizada por aumento unilateral da mandíbula, incluindo a cabeça e o pescoço condilar, o corpo e o ramo mandibular. BISHARA; BURKEY; KHARAOUF28, em 1994, por outro lado, descreveram a seguinte classificação estrutural das assimetrias dentofaciais: a) assimetrias dentárias que envolvem fatores locais como perda prematura de dentes decíduos, dentes congenitamente ausentes e hábitos bucais; b) assimetrias esqueléticas que envolvem um ou mais ossos faciais; c) assimetrias musculares, como as observadas em atrofia hemifacial ou paralisia cerebral, onde o tamanho do músculo afetado ou a função muscular anormal resultam em 20 Revisão de Literatura desvios esqueléticos e dentários; e finalmente d) assimetrias funcionais causadas por desvios mandibulares secundários a interferências oclusais. Uma classificação bem mais extensa e detalhada das más formações craniofaciais foi desenvolvida por VAN DER MEULEN et al., em 1983225. Seu esquema de classificação é embriológico, com ênfase na correlação entre a morfogênese e as observações clínicas. Entretanto, esse esquema de classificação é muito detalhado e leva em consideração o crescimento ou a falta de crescimento em áreas funcionais da cabeça, como o cérebro, o olho, o nariz e outros centros de ossificação. Eles realizaram uma extensa revisão da literatura e anotaram observações pessoais, quando do exame de pacientes com más formações craniofaciais, para estabelecer subdivisões da classificação baseadas no conhecimento de embriologia. A classificação distingue as displasias craniofaciais com envolvimento cerebral e aquelas sem envolvimento. Dentre as displasias craniofaciais sem envolvimento cerebral, VAN DER MEULEN et al.225 discutiram aproximadamente vinte e cinco displasias diferentes, baseados nos defeitos da fusão de ossos diferentes, de duas metades do mesmo osso, ou de fissuras do tecido mole. Anormalidades como displasias esfenofrontais, frontais e internas (por exemplo) foram descritas em detalhes, com ilustrações apropriadas para cada má formação. Tal sistema de classificação específico está além do espectro do que é clinicamente relevante em ortodontia. Existem inúmeras displasias e aquelas que ocorrem na prática clínica consistem em formas suaves dessas más formações. A classificação é mais apropriada para o clínico que está principalmente envolvido com o tratamento e diagnóstico de pacientes com más formações craniofaciais congênitas. PIRTTINIEMI165 descreveu a classificação seguinte, com base principalmente no período de início do desenvolvimento assimétrico na região mandibulofacial e excluiu tumores, devido à sua grande variedade e 21 Revisão de Literatura manifestação tardia. 1- Assimetria mandibulofacial originada durante o período pré-natal: a-) Período embrionário; b-) Período fetal; 2- Assimetrias mandibulofaciais com expressão predominantemente após o nascimento: a-) Crescimento acentuado unilateral da mandíbula; b-) Atrofia progressiva hemifacial; c-) Infecções e inflamações; d-) Fraturas e traumas; e-) Mordida cruzada posterior unilateral e desvio mandibular. Os vários sistemas de classificação, encontrados na literatura, sobre microssomia hemifacial são muito detalhados e o conhecimento desses sistemas pode facilitar a comunicação entre o ortodontista e o médico. Como a microssomia hemifacial é o defeito facial mais freqüente ao nascimento, após as fissuras de lábio e palato51, ela se constitui em um dos complexos assimétricos mais significantes. Os sistemas de classificação mais práticos para o ortodontista seriam provavelmente aqueles apresentados por BISHARA; BURKEY; KHARAOUF28 e PERSSON162. Os dois sistemas enfatizam as assimetrias esqueléticas, musculares e dentárias, assim como os diferentes fatores etiológicos envolvidos nas assimetrias mandibulares e possibilitam ao clínico determinar a origem do desequilíbrio que conseqüentemente permite um prognóstico e um plano de tratamento mais preciso. O sistema de classificação e descrição de uma assimetria craniofacial é apenas um dos importantes componentes envolvidos na avaliação da significância clínica dessa anormalidade. Componentes como as possibilidades e limitações do tratamento, o efeito do crescimento em acentuar ou mascarar a assimetria e a influência da assimetria esquelética na dentadura e na oclusão são apenas alguns dos fatores envolvidos nas implicações clínicas dos desequilíbrios mandibulofaciais, ou, mais genericamente, dos desequilíbrios craniofaciais. 22 Revisão de Literatura 2.1.4 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DAS ASSIMETRIAS MANDIBULOFACIAIS E SEU EFEITO NO TRATAMENTO ORTODÔNTICO Durante o exame inicial do paciente ortodôntico, existem certas características-chave que devem ser avaliadas cuidadosamente: a relação molar, a presença de mordidas cruzadas, o grau de apinhamento ou diastemas, a largura dos arcos dentários e a inclinação dos dentes anteriores. Entretanto, ao diagnosticar assimetrias faciais e dentárias, uma avaliação cuidadosa de certas áreas deve ser enfatizada para determinar a extensão do envolvimento esquelético, dentário e do tecido mole. O exame clínico pode revelar assimetrias nas dimensões vertical, ântero-posterior ou lateral. médias, nas posições de boca fechada e A avaliação das linhas aberta, deve ser feita concomitantemente com a avaliação da presença de uma inclinação do plano oclusal para determinar a natureza do problema vertical (assimetria no comprimento vertical do côndilo, ramo, maxila ou ossos temporais)46. Além disso, os desequilíbrios entre os dentes superiores e inferiores posteriores requerem uma avaliação para determinar se a anormalidade é dentária, esquelética ou funcional28. Problemas de natureza dentária são obviamente mais fáceis de serem corrigidos ortodonticamente e os desequilíbrios esqueléticos podem ser dentariamente mascarados ou requerer intervenção cirúrgica, dependendo do grau de severidade. Finalmente, os desequilíbrios funcionais devem ser eliminados, ou pelo menos reconhecidos, antes de se realizar decisões definitivas de tratamento. Além da avaliação dentária transversal, uma avaliação transversal das estruturas esqueléticas e moles da face deve também ser realizada. Desvios da ponta do nariz, filtro nasal e da ponta do mento necessitam ser determinados pelo exame do paciente na visão frontal, observando-se a mandíbula por baixo e com a cabeça do paciente inclinada para trás28. É evidente, portanto, que um exame clínico propicia informações importantes para o diagnóstico das assimetrias. Em muitos casos, entretanto, esse exame precisa ser Revisão de Literatura 23 complementado por outros meios de diagnóstico, como modelos dentários e várias técnicas radiográficas. Quatro tipos de assimetrias dentofaciais podem requerer especial consideração no tratamento das más oclusões46. Em primeiro lugar, estão os deslocamentos unilaterais ântero-posteriores, descritos como as diferenças horizontais ântero-posteriores de tamanho, forma e/ou posição das estruturas, nos lados direito e esquerdo da face, como em indivíduos nos quais o ângulo goníaco de um lado da face está mais para anterior do que o outro. Nessa assimetria, o estabelecimento de um diagnóstico correto pode indicar a necessidade de um padrão de extrações assimétricas em uma má oclusão onde existe apinhamento mandibular significante e posições ântero-posteriores diferentes dos molares dos lados direito e esquerdo. Em segundo lugar aparecem os deslocamentos verticais, definidos como diferenças em altura entre as estruturas dentofaciais dos dois lados da face, como em pacientes com maior altura do ramo mandibular de um lado. Os problemas clínicos associados a essa deformidade podem incluir diferença em altura dos olhos, proeminências malares e diferença na inclinação do plano oclusal. Uma tentativa de simplesmente corrigir os dentes, sem prestar atenção ao problema esquelético, pode resultar em recidiva desfavorável pós-tratamento, com restabelecimento parcial ou total da inclinação oclusal. Em terceiro lugar, deslocamentos laterais podem ocorrer em relação ao plano médio sagital, com variações horizontais no tamanho, forma e/ou posição das partes dentofaciais dos dois lados da face. Um deslocamento lateral pode ocorrer dentro de um maxilar (por exemplo, quando a ponta do mento está deslocada para um lado e o ângulo goníaco está mais deslocado lateralmente, em relação ao plano médio sagital do outro lado), ou pode estar restrito ao processo dentoalveolar da própria base apical. No último exemplo, uma decisão dever ser tomada se a correção ortodôntica da forma do arco for suficiente para corrigir o problema, senão será necessária uma intervenção cirúrgica. Finalmente, os deslocamentos por rotação aparecem descritos como um deslocamento de todo o corpo da maxila ou de variações em tamanho de Revisão de Literatura 24 todo o ramo. O tratamento desses deslocamentos assimétricos algumas vezes não permite o ajuste dos dentes ou arcos dentários em suas bases apicais. Sabendo-se que a possibilidade de corrigir os desequilíbrios entre a base apical e o arco dentário é difícil, deve-se procurar, ao menos, evitar cirurgias que apresentem um prognóstico desfavorável. O ortodontista talvez tenha que aceitar “ajustar” o arco à sua base (para evitar posicionar os dentes em locais sem suporte ósseo) e terminar o tratamento com algum desvio da linha média46. Algumas más oclusões em ortodontia não podem ser tratadas com resultados ideais devido às limitações inerentes do próprio caso. Por exemplo, freqüentemente existem limitações impostas por uma má oclusão específica em um paciente adulto, que são mais acentuadas do que se tivessem sido tratadas precocemente. Se for considerada a microssomia hemifacial, por exemplo, sabese que esta é uma condição que causa assimetria da face e que, sem tratamento, geralmente se torna mais severa à medida que o paciente cresce. As assimetrias que se desenvolvem como resultado de trauma facial também seguem essa seqüência progressiva, tornando importante, portanto, diagnosticar essas condições e proporcionar alguma forma de tratamento precoce do que mais tarde tentar minimizar a anormalidade e induzir um padrão de crescimento normal do lado afetado. HARVOLD; VARGERVIK84, em 1971, propuseram uma base teórica para o tratamento da microssomia hemifacial. Eles acreditam que a produção da correta interação entre músculo e osso é crucial para a indução de aposição óssea, que naturalmente resulta em simetria facial. Pacientes com pouca idade, que apresentam padrão de crescimento assimétrico, podem ser melhor tratados precocemente com um aparelho funcional, como o ativador, para propiciar a interação necessária osso-músculo, que está ausente135,162. O tratamento precoce é crucial, porque o prognóstico do resultado do tratamento depende da época (i.e., crescimento remanescente) e da cooperação do paciente. Além do mais, o tratamento das assimetrias mandibulofaciais com um ativador oferece excelentes possibilidades de pesquisa, uma vez que o lado não 25 Revisão de Literatura afetado serve como controle para a avaliação da influência no crescimento do lado afetado. O tratamento precoce pode evitar as dificuldades encontradas em pacientes mais velhos, com assimetrias presentes há muito tempo, onde a hipoplasia do tecido mole limita o prognóstico do tratamento, mesmo que se realize cirurgia134. Na discussão das possibilidades de tratamento é imperativo avaliar a contribuição, para uma assimetria, de desequilíbrios dentários, esqueléticos, discrepâncias entre a oclusão cêntrica e a relação cêntrica, ou qualquer combinação entre esses fatores28. As assimetrias dentárias são geralmente tratadas ortodonticamente por extrações ou mecânicas assimétricas ou, ainda, por recontorneamento dentário protético. As várias assimetrias dentárias que podem existir na dentadura permanente foram estudadas por GARN; LEWIS; KEREWSKY65 em 239 modelos de gesso, medindo-se os diâmetros mésio-distais das coroas dentárias. Eles encontraram que os valores para a assimetria foram maiores para os dentes superiores como um todo, em relação aos dentes inferiores; que dentes grandes, em geral, eram caracterizados por uma maior assimetria direita-esquerda; e que os valores de assimetria eram ligeiramente maiores em pacientes com agenesia do terceiro molar. Algumas vezes, as assimetrias dentárias resultam em assimetrias funcionais, que podem ser tratadas com pequenos ajustes oclusais, ou com tratamento ortodôntico para os desvios mais acentuados. podem ser resolvidas por As assimetrias esqueléticas, como mencionado, procedimentos ortodônticos, ortopédicos ou cirúrgicos28,252. Finalmente, as assimetrias de tecido mole às vezes necessitam de cirurgia para contornar as áreas de más formações da face28. Os vários desequilíbrios entre os dois lados da face podem ser encontrados isolados, ou em diversas associações e também se constituírem em uma das características das anormalidades em pacientes com várias síndromes craniofaciais. Um Revisão de Literatura 26 diagnóstico dessa assimetria facial pode ser a primeira indicação da presença de uma má formação adquirida ou herdada. O aspecto psicológico de pacientes que sofrem de deformidade craniofacial é freqüentemente negligenciado. PADWA; EVANS; PILLEMER152, em 1991, realizaram um estudo extensivo sobre os ajustes psicossociais de crianças com microssomia hemifacial e outras deformidades craniofaciais, para comparar os seus resultados com as afirmações de outros pesquisadores de que crianças com deformidades craniofaciais expressavam maiores limitações psicossociais, altos níveis de ansiedade, depressão, exclusão, reduzida autoestima, agressividade, comportamento inibido, dentre outros problemas. Eles verificaram que crianças com deformidades simétricas eram mais deprimidas, apresentavam mais problemas de comportamento e maiores dificuldades de socialização do que crianças com assimetrias e deformidades de microssomia hemifacial. O fato de que essas crianças geralmente apresentam limitações de comportamento e auto-estima negativa requer a necessidade de intervenção precoce, independentemente do grau dos problemas de comportamento152. Como conclusão, o diagnóstico precoce e preciso das assimetrias das estruturas ósseas craniofaciais pode auxiliar na escolha e até no sucesso do tratamento proposto, simplificar o tratamento necessário e evitar futuros problemas funcionais e psicológicos. 2.1.5 INTER-RELAÇÃO ENTRE ASSIMETRIA E OS DISTÚRBIOS DA ATM MONGINI140, em 1972, estudou macroscópica e microscopicamente a remodelação condilar em 100 indivíduos de ambos os sexos, entre as idades de 18 e 67 anos, após a morte. Seis cortes no sentido ântero-posterior (3 de cada lado) foram realizados em cada crânio, incluídos em metilmetacrilato e examinados microscopicamente. Relacionou-se a remodelação com a idade e o edentulismo. Os resultados levaram o autor a concluir que: a remodelação é 27 Revisão de Literatura particularmente freqüente nas regiões posterior e anterior do côndilo e é responsável por certas formas características; a incidência de remodelação aumenta rapidamente entre as idades de 18 e 25 anos, sendo que após essa idade não apresenta nenhuma influência; a remodelação torna-se significantemente mais freqüente à medida que o edentulismo aumenta; as trabéculas do tecido esponjoso tendem a se dispor, em ângulos retos, à superfície óssea, em locais onde a remodelação é mais ativa. Os resultados indicam que a remodelação do côndilo é primariamente a expressão de adaptação da estrutura óssea aos estresses mecânicos provenientes da atividade funcional. WILLIAMSON; SIMMONS241, em 1976, avaliaram a relação entre a assimetria mandibular e a dor-disfunção. Utilizaram cinqüenta e três pacientes, sendo 27 do sexo feminino e 26 do masculino. A idade média da amostra era de 14,2 anos, com uma variação dos 9,2 aos 30,2 anos. As radiografias submentonianas e póstero-anteriores utilizadas foram tomadas com a mandíbula em relação cêntrica, isto é, com os côndilos assentados superiormente na fossa glenóide, no momento do primeiro contato dentário. Todos os indivíduos apresentavam má oclusão e foram examinados quanto à sensibilidade dos músculos da mastigação à palpação. A correlação do grau de dor à palpação, no período pré-tratamento, com o grau de assimetria foi calculada. Os resultados demonstraram que não houve correlação estatisticamente significante entre a assimetria mandibular e a sensibilidade muscular. Concluíram também que, na amostra utilizada, a assimetria era a regra e não a exceção e que o clínico deve estar consciente da assimetria nos três planos do espaço, para planejar o seu tratamento e preparar o paciente para alguma solução de compromisso. As relações de Classe II de molar e canino podem ser mais difíceis de serem corrigidas de um lado do que de outro, se não houver uma compensação da posição da fossa glenóide ou da dentadura superior. Outras observações relevantes foram constatadas, por exemplo, quando a morfologia mandibular assimétrica foi avaliada, trinta e dois pacientes apresentaram 3mm 28 Revisão de Literatura ou mais de assimetria e destes, vinte e dois apresentavam uma relação de Classe II dentária mais acentuada do lado mais curto, nos modelos montados. SOLBERG et al.204, em 1986, desenvolveram um estudo em cadáveres para identificar as variações de más oclusões que podem estar associadas às diferentes características morfológicas da ATM, anteriormente descritas. Antes de remover a ATM esquerda de cada um dos 96 cadáveres (idade média de 26,4 + 6,8 anos), realizou-se um exame intrabucal, identificando a classificação de Angle, mordidas cruzadas, sobremordida e sobressaliência. Os parâmetros foram analisados quanto à sua associação com as seguintes características das ATMs: forma geral do côndilo e osso temporal, evidência macroscópica e histológica de remodelação, e posição do disco articular. Quando combinadas com a idade, as más oclusões de Classe II e III mostraram-se associadas a um desvio de forma (DF) do músculo temporal e do côndilo (P<0,05) e um número maior de Classe II foi acompanhado de evidência histológica de remodelação nas ATMs. A mordida cruzada estava associada a uma maior presença de DF em todos os componentes (P<0,01) e a mordida cruzada anterior estava associada a um DF na eminência articular (P<0,01). A sobremordida profunda ocorreu mais freqüentemente em indivíduos com côndilos planos, fossa mandibular aberta e extensão anterior das superfícies articulares do temporal (P<0,05). Uma sobressaliência anormal mostrou-se mais evidente naqueles indivíduos com DF e com deslocamento do disco (P<0,05). Consideradas juntas, uma sobremordida e uma sobressaliência estavam associadas a um maior DF do côndilo (P<0,05). Concluíram que a má oclusão estava associada a alterações morfológicas da ATM, particularmente quando combinada com a idade. Essa evidência suporta a hipótese de que a má oclusão pode estar associada às alterações da ATM. PULLINGER et al.176, em 1987, investigaram a influência da oclusão na posição condilar observada em tomografias da ATM, em um grupo de 44 adultos jovens, sem história de tratamento ortodôntico ou oclusal, ou sinais objetivos de Revisão de Literatura 29 disfunção mastigatória. A amostra foi selecionada de uma população de 253 estudantes. A posição excêntrica do côndilo em máxima intercuspidação dentária consistiu em uma característica da má oclusão de Classe II, sendo que houve um posicionamento mais para anterior, significantemente maior na Classe II, divisão 1 do que na Classe I. A posição condilar não se mostrou correlacionada com a quantidade de desvio da posição condilar retruída para a posição de máxima intercuspidação dentária, embora a maioria dos desvios tenha sido menor que 0,5mm. A freqüência dos desvios laterais foi pequena, mas ligeiramente relacionada com as posições condilares bilateralmente assimétricas. O posicionamento condilar não estava relacionado com o grau de sobremordida, que variou de 0 a 10mm e a assimetria da posição condilar bilateral não estava relacionada com a direção da discrepância da linha média, que variou de 0 a 2 mm. Não se observou mordidas abertas ou mordidas cruzadas anteriores nessa amostra normal assintomática. STABRUN et al.210, em 1987, avaliaram a capacidade translatória condilar da articulação têmporo-mandibular em 103 pacientes com artrite reumatóide juvenil e em um grupo controle de 55 crianças sem problemas articulatórios. A idade média dos pacientes era de 9 anos e a do grupo controle, 9,4 anos. Encontraram uma diferença estatisticamente significante na capacidade translatória entre os pacientes e o controle, na avaliação com radiografias padronizadas e uma correlação significante entre as anormalidades estrutural e funcional nos pacientes. Em casos unilaterais, a ATM demonstrou uma translação significantemente reduzida na articulação afetada e alguma alteração da translação na ATM sadia. A capacidade translatória entre os pacientes apresentou-se significantemente correlacionada com a abertura bucal máxima. O comprimento máximo da mandíbula, medido nas radiografias oblíquas e póstero-anteriores, apresentou-se correlacionado com a altura corporal, anormalidades estruturais da ATM, sexo, duração da doença e idade de início da patologia. O estudo não permitiu nenhuma conclusão quanto à influência da deficiência da função mandibular no crescimento. Revisão de Literatura 30 STABRUN et al.209, em 1988, estudaram a patogenia da redução e assimetria mandibular em 103 pacientes com artrite reumatóide juvenil e verificaram que as anormalidades da articulação têmporo-mandibular estavam intimamente relacionadas com os distúrbios de crescimento mandibular. As anormalidades unilaterais da articulação causaram assimetria mandibular e subdesenvolvimento do lado afetado. A duração da doença e do tratamento com corticosteróide, a idade de início da doença e a idade em que os dados foram obtidos apresentaram correlação com o tamanho da mandíbula. Seus resultados não comprovaram a hipótese de que o envolvimento da espinha cervical é um fator etiológico do tamanho mandibular reduzido. Estudos clínicos de ressonância magnética têm demonstrado que os distúrbios internos da ATM são comuns no esqueleto facial adulto194,236 e podem provocar alteração da estrutura esquelética190,192. KATZBERG et al.113, em 1985, com o auxílio da artrografia, encontraram uma relação causal entre o desarranjo interno da ATM e a deformidade facial subseqüente, em um estudo clínico com 34 crianças. Uma relação entre a degeneração da ATM e a alteração facial já foi evidenciada anteriormente, sem a utilização da ressonância magnética113,146. A ressonância magnética aumentou a habilidade em se diagnosticar os distúrbios da ATM190,192 e como ela não é invasiva e praticamente não apresenta perigo biológico, tem sido possível estudar um grande número de pacientes rotineiramente. SCHELLHAS; PIPER; OMILE192, em 1990 e SCHELLAS et al.191, em 1992, analisaram retrospectivamente os resultados da ressonância magnética de 128 crianças com suspeita de apresentarem patologia da ATM devido a sintomas inflamatórios, mecânicos e/ou estruturais, como retrognatia e assimetria mandibular e encontraram que os distúrbios da ATM eram comuns nesse grupo. Também observaram que crianças com retrognatia e assimetria mandibular geralmente apresentavam graus avançados de distúrbios da ATM, com deslocamentos esqueléticos característicos para o lado da articulação afetada. Esses resultados sugerem Revisão de Literatura 31 que os distúrbios da ATM em crianças podem potencialmente alterar o crescimento mandibular e provocar o desenvolvimento de uma deficiência mandibular. SCHOKKER et al.196, em 1990, estudaram a assimetria clínica e radiográfica de 100 pacientes que apresentavam dores de cabeça recorrentes. Encontraram assimetria facial clínica mais freqüentemente em pacientes com dor devido à disfunção crânio-mandibular (p<0,001), em pacientes com dor de cabeça unilateral (p<0,01) e em pacientes com trauma na cabeça em sua história clínica pregressa (p<0,05). A assimetria determinada radiograficamente na altura condilar nesses pacientes com dores de cabeça foi alta e houve uma maior assimetria condilar em pacientes com enxaqueca do que naqueles com dor de cabeça devido à tensão (p<0,05). Características assimétricas no tecido ósseo da articulação têmporo-mandibular ocorreram mais freqüentemente em pacientes com dor-disfunção crânio-mandibular definida e naqueles com dores de cabeça bilaterais (p<0,05). TALLENTS et al.217, em 1991, estudaram doze pacientes com idade média de 24 anos, que apresentavam assimetrias faciais suspeitas de serem ocasionadas pela hiperplasia condilar mandibular unilateral. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1- pacientes com hiperplasia condilar aparente e 2pacientes com desarranjos internos unilaterais. Obteve-se, de cada um deles, uma telerradiografia cefalométrica lateral e uma a 25º, para a realização de medidas angulares e lineares. Em todos os pacientes, as articulações têmporomandibulares foram estudadas bilateralmente, com artrografia ou ressonância magnética para determinar se havia desarranjos internos. Seis pacientes apresentaram as ATMs bilateralmente normais e seis apresentaram desarranjos internos unilaterais do lado mais curto. As medidas angulares e lineares foram comparadas usando-se o teste t, de Student, para variáveis discretas entre os dois grupos e ANOVA para variáveis contínuas, mas, elas não foram capazes de Revisão de Literatura demonstrar diferenças entre os dois grupos. 32 A única distinção clara foi a presença de doença degenerativa na articulação, no lado mais curto. SCHELLHAS; POLLEI; WILKES193, em 1993, para avaliar o relacionamento entre os desarranjos internos da articulação têmporo-mandibular (ATM) e os distúrbios do crescimento do esqueleto facial (dismorfogênese), analisaram retrospectivamente 128 crianças (103 do sexo feminino e 25 do masculino) com idade inferior a 14 anos e que tinham se submetido a estudos radiográficos e de ressonância magnética de ambas as ATMs. Os estudos haviam sido realizados para investigar suspeitas de desarranjos da ATM devido a sintomas que incluíram isoladamente, ou em várias combinações, dor, disfunção da ATM e anormalidades do esqueleto facial, como deficiência mandibular (especialmente retrognatia) e assimetria facial inferior (mandibular), manifestadas por desvio do mento em relação à linha média. Desses pacientes, 112 apresentavam pelo menos uma ATM com distúrbio interno nos estudos de ressonância e em 85 pacientes, ambas as ATMs estavam anormais. Dos 60 pacientes retrognatas, 56 apresentavam distúrbio da ATM, geralmente bilateral e muitas vezes em estágio avançado. Nos casos de assimetria facial inferior, o mento apresentavase uniformemente desviado para a ATM menor ou mais comprometida. Ambas as ATMs apresentaram-se normais em 16 pacientes com estrutura facial normal. Os autores concluíram que os distúrbios da ATM são comuns em crianças e podem contribuir para o desenvolvimento de retrognatia, com ou sem assimetria, em muitos casos. 2.1.6 ASSIMETRIA CRANIOFACIAL E AS MÁS OCLUSÕES Diversos estudos têm procurado achar uma relação entre a oclusão e a assimetria craniofacial. As pesquisas antropológicas de WOO243, em 1931, TILDESLEY220, em 1932, PEARSON; WOO158, em 1935, BJÖRK; BJÖRK31, em 1964, GUNDARA; ZIVANOVIC76, em 1968 e WHITE235, em 1982, mostraram que a assimetria craniofacial é comum na maioria dos indivíduos. LETZER; Revisão de Literatura 33 KRONMAN116, em 1967, encontraram que a assimetria é independente da oclusão. HELLMAN87, em 1939, FISHER62, em 1954, e LUNDSTROM124, em 1961, também verificaram que a severidade da assimetria facial era independente da severidade da má oclusão. Além disso, os autores encontraram algum grau de assimetria em pessoas com oclusão normal. Uma correlação entre má oclusão e assimetria da largura do crânio foi encontrada por VAZQUEZ; GROSTIC; FONDER229, em 1982. Entretanto, eles reconheceram que seus resultados podem ter sido coincidência devido às suas amostras. Vários estudos demonstraram uma tendência para a maxila ser mais assimétrica que a mandíbula ou que as regiões dentoalveolares198,200,216,231. VIG; HEWITT, 1975231 e SHAH; JOSHI, 1978198, demonstraram que na oclusão normal, a região dentoalveolar apresenta menos assimetria do que as áreas esqueléticas da face e sugerem que possa haver um mecanismo adaptativo que explique isto. CHENEY45, em 1952, esclareceu que pode haver vários tipos e combinações de desenvolvimento assimétrico, alguns deles envolvendo as estruturas profundas das bases apicais, enquanto que outros ocorrem nos arcos dentários. Existe ainda um outro grupo que resulta de diferenças em tamanho e forma dos arcos dentários opostos. Quando essas e outras assimetrias estão presentes, a natureza do problema é bastante individual, permitindo ao autor concluir que não existem regras fixas ou padrões de tratamento para a correção dessas más oclusões. Em muitos indivíduos, um lado da face é diferente do outro e nesses casos é aconselhável planejar o tratamento para resolver os problemas dento-esqueléticos, de acordo com a necessidade individual. Não é razoável assumir que todo plano de tratamento ortodôntico seja bilateral. Além das assimetrias intrínsecas das bases apicais, existem também as assimetrias entre as bases apicais e as desarmonias entre as formas dos arcos dentários. Em 1965, MULICK144 estudou a assimetria craniofacial em seis conjuntos de trigêmeos, utilizando um sistema de medição ortogonal nos traçados das Revisão de Literatura 34 radiografias lateral e póstero-anterior. Pareando os trigêmeos de cada conjunto entre si, obteve seis pares de gêmeos idênticos e doze pares de gêmeos fraternos. Os trigêmeos eram leucodermas, com idade entre 9 e 15 anos. As radiografias desta amostra foram obtidas em duas épocas distintas e separadas por um intervalo de 3 anos. Os dados obtidos permitiram a análise das diferenças entre gêmeos idênticos e fraternos; entre grupos com idade diferente; entre períodos de observação diferentes e entre as distintas regiões do complexo craniofacial. Para a análise estatística dos resultados, utilizaram a análise de variância multifatorial e os resultados demonstraram que não houve diferença significante entre os grupos de gêmeos idênticos e fraternos. De acordo com esse estudo, a hereditariedade não é o fator regulador na produção de assimetria craniofacial (excetuando-se síndromes hereditárias). A avaliação transversal mostrou que existem diferenças significantes na quantidade de assimetria das várias regiões e pontos craniofaciais, enquanto que a avaliação longitudinal não mostrou diferenças significantes. Dessa forma, embora inicialmente possa haver diferenças entre os lados direito e esquerdo, essas diferenças não se intensificam com as alterações dimensionais que ocorrem com a idade. Apesar de existirem diferenças, de acordo com a idade, na média de assimetria transversalmente, não há efeito da idade na assimetria média individual (quando medida longitudinalmente). O autor estabeleceu também variações de assimetria para os diversos pontos utilizados neste estudo. ENLOW; KURODA; LEWIS58, em 1971, demonstraram diversas variáveis existentes na face. Uma alteração em alguma porção do complexo craniofacial produz uma alteração igual em outra parte e, algumas vezes, em sentido contrário. Devido à habilidade intrínseca individual para compensar alterações de crescimento regionais, uma alteração relevante em uma parte anatômica não impede necessariamente o desenvolvimento de proporções faciais harmoniosas. A maioria dos estudos de assimetria dentoalveolar tem utilizado modelos de estudo e, mais freqüentemente, apenas o arco superior. Usando a rafe Revisão de Literatura 35 mediana como eixo de simetria, determinados estudos relataram um certo grau de assimetria do normal16,77,108,124. arco dentário, mesmo em indivíduos com oclusão Em 1975, HECHTER86 analisou a assimetria dos arcos dentários em indivíduos com oclusão normal ou má oclusão e encontrou uma maior assimetria no arco inferior em ambos os grupos. Além disso, verificou um aumento na assimetria, em ambos os arcos, quando a má oclusão estava presente. Utilizando funções matemáticas, pesquisas sobre a forma do arco dentário também demonstraram assimetrias21,26,161. Realizando uma revisão da literatura sobre a assimetria do esqueleto craniofacial, COOK47, em 1980, concluiu que a anatomia craniofacial normal pode demonstrar graus variados de assimetria, desde a assimetria subclínica, compatível com a oclusão normal, até assimetrias acentuadas, resultantes de causas traumáticas, patológicas ou do desenvolvimento. Um grupo intermediário apresenta assimetria craniofacial clínica associada à má oclusão, mas sem causa patológica aparente. Pode haver desenvolvimento compensatório das estruturas dento-alveolares que reduzem o efeito da assimetria esquelética na oclusão. A análise radiográfica do local da assimetria é insatisfatória, mas alguns indivíduos do grupo intermediário apresentam uma curvatura ou distorção da base do crânio, que pode ser demonstrada, mas não quantificada em radiografias submentonianas. A deformação do crânio pode ocorrer no útero, durante o nascimento ou na infância. Uma forma de deformação craniana e facial (plagiocefalia) pode acontecer algumas semanas após o nascimento em crianças que eram simétricas ao nascer. Existe uma associação entre assimetria facial, assimetria da base do crânio, plagiocefalia e assimetria do esqueleto axial. Com a finalidade de elucidar se havia diferenças entre os lados direito e esquerdo de dezoito medidas mandibulares de crânios europeus, de ambos os sexos, do período entre os séculos X e XII, que estavam soterrados no sudeste húngaro, PONYI et al.168, em 1991, desenvolveram uma pesquisa onde encontraram uma diferença estatisticamente significante apenas para a menor Revisão de Literatura dimensão sagital do pescoço mandibular, nos dois sexos. 36 Concluíram que a assimetria dos lados esquerdo e direito foi encontrada entre as dimensões mandibulares medidas individualmente em 41,4% dos crânios masculinos e 40,4% dos crânios femininos. PECK; PECK; KATAJA159, em 1991, para estudar a intensidade e variabilidade da assimetria craniofacial subclínica em 52 indivíduos com bom equilíbrio facial, utilizou a radiografia PA, com a técnica descrita a seguir: a linha de referência sagital média foi construída com base em dois pontos médios da face; um ponto constituiu-se da bissetriz entre os aspectos médios das órbitas e o segundo ponto foi determinado pela estrutura anatômica do nariz. As tangentes às bordas laterais da parede nasal foram interceptadas por uma tangente ao ponto mais inferior de cada cavidade nasal. A distância entre as duas intersecções foi então subdividida para a construção do segundo ponto. A assimetria esquelética foi avaliada medindo-se as distâncias bilaterais da órbita látero-superior, do zigoma e do gônio, até à linha de referência média sagital. A órbita látero- superior demonstrou a menor assimetria e a menor variabilidade das três dimensões estudadas. Testes adicionais para determinar a dominância esquerda-direita dos dados também foram realizados. Houve uma ligeira dominância para o lado direito, que não foi estatisticamente significante. Os resultados deste trabalho sugerem que o complexo craniofacial exibe menor assimetria e maior estabilidade dimensional à medida que se aproxima do crânio, e tendem a validar o uso do ponto cefalométrico orbital látero-superior como ponto de referência craniano estável no cefalograma PA. Em 1992, MELNIK133 estudou longitudinalmente as alterações na simetria mandibular, de acordo com o sexo e a idade, em uma amostra de crianças do Centro de Crescimento de Burlington, Ontario, Canadá. A assimetria consistiu na diferença obtida entre os lados direito e esquerdo, nas radiografias oblíquas de 45º. Comparou-se também as diferenças quanto às medidas do ângulo goníaco dos lados direito e esquerdo e os resultados demonstraram que as Revisão de Literatura assimetrias eram comuns em todas as idades. 37 Houve forte tendência de dominância do lado direito quanto ao comprimento mandibular. A dominância do lado direito manifestou-se aos 12 anos no sexo feminino e somente aos 16 no sexo masculino, idade em que 5 a 10% das crianças apresentavam assimetrias maiores do que 5mm. Apesar do sexo masculino ter se apresentado com maior assimetria em idades mais precoces, após os 14 anos não havia mais diferenças entre os sexos. Por outro lado, não houve diferenças significantes entre os ângulos goníacos dos lados direito e esquerdo. FERRARIO et al.60, em 1993, tomaram fotografias frontais e laterais de 108 adultos jovens saudáveis (57 do sexo masculino e 51 do sexo feminino) e utilizaram um protocolo padronizado para descrever quantitativamente a estrutura do tecido mole craniofacial, os relacionamentos entre as estruturas faciais e a postura da cabeça em relação ao solo. As fotografias foram obtidas em duas posições: em pé e sentado. No sexo masculino, as faces mostraramse, em média, mais largas e mais longas que as faces do sexo feminino, em ambas as tomadas fotográficas, com as maiores diferenças nas regiões da boca e do mento. Ambos os sexos eram, de forma geral, simétricos. Indivíduos assimétricos apresentavam compensação em sua aparência pela alteração da postura da cabeça em relação ao solo, de tal forma que no plano frontal, o eixo interpupilar e o plano oclusal ficavam paralelos ao solo. As medidas obtidas podem ser utilizadas em reconstruções gráficas por computador, em cirurgia ortognática, maxilofacial e plástica. Na posição em pé, o plano de Frankfurt posicionou-se para cima e para frente, com um ângulo de 13º em relação ao solo, enquanto que na posição sentada ele se apresentou mais horizontal (5º no sexo masculino e 8º no feminino). Esse resultado confirma a necessidade de uma reavaliação cuidadosa dos protocolos padrões para as tomadas radiográficas e fotográficas. MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA129, em 1994, avaliaram as assimetrias esqueléticas e dentárias em indivíduos com oclusão normal, nas radiografias póstero-anteriores e em modelos de estudo. A amostra consistiu de Revisão de Literatura 38 vinte indivíduos, com oclusão normal e com idade média de 22,4 anos. Nove triângulos bilaterais foram demarcados nos traçados cefalométricos, para descrever o complexo craniodentofacial. Calculou-se a área de cada triângulo e a freqüência das assimetrias ântero-posterior e transversa, nos modelos. Os resultados não demonstraram diferenças estatisticamente significantes entre os dois lados, nas radiografias, embora as áreas não tenham se apresentado simétricas. Não houve dimorfismo sexual em relação ao tamanho das áreas dos triângulos dos lados direito e esquerdo. As linhas médias dentárias superior e inferior , a rafe palatina dos modelos e o plano sagital mediano nas radiografias se mostraram quase coincidentes. A freqüência das assimetrias dos molares, nos modelos, não foi estatisticamente diferente entre os dois lados, embora tenha havido assimetrias dos molares, maiores do que 1mm, em 50% dos casos. 2.2 CLASSE II, SUBDIVISÃO 2.2.1 CARACTERÍSTICAS As más oclusões de Classe II, subdivisão, com suas relações oclusais assimétricas, geralmente apresentam dificuldades de tratamento. A natureza da assimetria oclusal pode ser devida às assimetrias dentoalveolares ou esqueléticas, ou a uma combinação destes fatores e acredita-se que esses fatores subjacentes complicam a obtenção de uma oclusão simétrica. WERTZ234, em 1975, apresentou três casos de má oclusão de Classe II unilateral com etiologia e tratamento diferentes. Os casos de Classe II unilaterais são difíceis de serem tratados e podem apresentar origem multifatorial. A causa específica da assimetria deve ser identificada em cada paciente, porém o mais importante é diferenciar entre assimetria esquelética e dentária. Para as assimetrias dentárias, o segmento dos arcos dentários responsáveis pelo problema deve ser identificado para o desenvolvimento do Revisão de Literatura 39 plano de tratamento. Quando se verifica que a má oclusão não é esquelética, o autor advoga a utilização de um dispositivo para determinar em qual arco dentário está a discrepância. Sugere, para a correção desses casos, extrações assimétricas. Afirmou que é raro encontrar qualquer magnitude de desarmonia esquelética nos casos de Classe II unilaterais, concluindo, portanto, que os casos de más oclusões unilaterais de Classe II apresentam muitas causas diferentes e que o plano de tratamento deve ser baseado no problema individual específico. Há evidências de que a mandíbula possa contribuir para a assimetria, em más oclusões com subdivisões4,241. O estudo de WILLIAMSON; SIMMONS241, em 1976, que utilizou radiografias submentonianas revelou tendência para uma relação de Classe II, na região posterior, do lado mais curto da mandíbula. ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER 4, em 1988, desenvolveram um estudo com o objetivo de investigar a presença de diferenças significantes em relação às assimetrias faciais e dos arcos dentários, entre indivíduos que apresentavam más oclusões de Classe II, subdivisão, e aqueles com oclusão normal. Obtevese medidas lineares das radiografias cefalométricas laterais, póstero-anteriores e dos modelos de estudo. Medidas específicas foram agrupadas para produzir vários índices de assimetria. discriminante multivariada. As variáveis foram analisadas com uma análise Verificaram que a assimetria ântero-posterior das más oclusões de Classe II, subdivisão, devia-se principalmente à posição mais distal do molar inferior, do lado da Classe II. Entretanto, não foi possível determinar se a posição do molar inferior devia-se a uma assimetria esquelética ou dentoalveolar. A assimetria da região dentoalveolar da maxila apresentou uma contribuição secundária. Em 1994, ROSE et al.182 compararam a simetria mandibular de 28 indivíduos que apresentavam más oclusões de Classe II, subdivisão, com 30 indivíduos com más oclusões de Classe I. Utilizando-se as radiografias submentonianas, a simetria foi avaliada medindo-se a diferença espacial relativa Revisão de Literatura de pontos mandibulares nas dimensões ântero-posterior e 40 transversal, determinadas por sistemas de coordenadas que representavam a base craniana, a mandíbula e os dentes inferiores. Somente aquelas variáveis que representavam a diferença ântero-posterior entre as posições dos molares inferiores direito e esquerdo significante entre os grupos. demonstraram diferença estatisticamente O primeiro molar inferior, quando avaliado relativamente à base craniana ou à própria mandíbula, estava localizado mais posteriormente no lado da Classe II, nas más oclusões com subdivisão, em uma mandíbula que não exibia nenhuma assimetria. Concluíram que um número significante de más oclusões de Classe II, subdivisão, é devido às assimetrias dentárias. MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128, em 1994, avaliaram as assimetrias esqueléticas e dentárias em pacientes com Classe II, divisão 1, subdivisão, nas radiografias póstero-anteriores e em modelos de estudo. A amostra consistiu de trinta pacientes, com este tipo de má oclusão e com idade média de 11,6 anos. Nove triângulos bilaterais foram demarcados nos traçados cefalométricos, para descrever o complexo craniodentofacial. Calculou-se a área de cada triângulo e a freqüência das assimetrias ântero-posterior e transversa, nos modelos. Os resultados não demonstraram diferenças estatisticamente significantes entre os lados de Classe I e de Classe II, nas radiografias, entretanto, a freqüência de assimetrias nos modelos foi estatisticamente significante ao nível de 1%, sendo que o arco inferior apresentou maior assimetria que o superior. Estas assimetrias foram mais evidentes no plano ântero-posterior do que no transverso e nos arcos inferiores do que nos superiores. Concluíram que as más oclusões de Classe II, divisão 1, subdivisão, são caracterizadas por desvios dentários e não por displasias esqueléticas, no plano frontal. 2.2.2 TRATAMENTO DA CLASSE II 41 Revisão de Literatura As más oclusões de Classe II podem ser tratadas de variadas maneiras, dependendo das características associadas ao problema, como a severidade da discrepância ântero-posterior, idade218 e colaboração do paciente. Dentre as formas de correção da Classe II, tem-se os aparelhos extrabucais70,114,171,233, aparelhos funcionais107,123,154,245 e aparelhos fixos associados a elásticos de Classe II90,99,111, sendo que o plano de tratamento poderá ou não envolver extrações29,90,121. Estas podem consistir de somente 2 pré-molares superiores67, ou de 2 pré-molares superiores e 2 inferiores156,223,224, sempre observando as demais características da má oclusão. Casos de discrepâncias ântero- posteriores muito acentuadas em pacientes adultos podem ainda requerer o tratamento combinado ortodôntico-cirúrgico22,91. Quando a má oclusão é simétrica, o tratamento envolverá extrações e mecânica de Classe II simétricas. 2.2.2.1 Efeito dos aparelhos funcionais no crescimento condilar 2.2.2.1.1 Indução de crescimento mandibular Alteração intermitente da posição condilar. Das duas escolas de pensamento sobre a indução terapêutica de crescimento condilar, um grupo acredita que não se pode aumentar o comprimento mandibular em um grau clinicamente significante, pelos métodos atuais de tratamento ortodôntico. O outro grupo sustenta que o côndilo responde a esse tipo de tratamento e que o comprimento mandibular pode ser aumentado pela alteração do meio funcional do complexo craniofacial. Os resultados conflitantes nessa área possivelmente dependam do tratamento: se é intermitente, utilizando-se aparelhos removíveis, ou contínuo, como com aparelhos fixos funcionais. Os ativadores são utilizados principalmente durante a noite e, portanto, produzem alterações intermitentes nas relações entre o côndilo e a fossa glenóide. demonstrar Estudos controlados desses tratamentos não foram capazes de aumentos mandibular81,101,212,227,251. clínicos significantes no comprimento 42 Revisão de Literatura O exame histológico, após o avanço mandibular intermitente em animais, geralmente mostra proliferação da cartilagem condilar após o tratamento17,44,54,110,132,213, embora, poucos desses estudos tenham medido realmente o comprimento mandibular. Dentre os que mediram, alguns não mostraram crescimento mandibular110,119, enquanto outros mostraram pequenos incrementos54,132. Os resultados obtidos em alguns estudos com animais podem ser devidos à quantidade de avanço mandibular, que varia consideravelmente e que, em algumas ocasiões, está no limite extremo do que pode ser tolerado fisiologicamente, e pode ser diferente que qualquer situação análoga em humanos. Alteração contínua da posição condilar. O tratamento funcional realmente contínuo requer que os aparelhos sejam utilizados constantemente e não sejam removidos para a alimentação ou socialmente; isto é essencial para se obter uma alteração constante da relação côndilo-fossa glenóide. Como poucos aparelhos foram projetados para uso realmente contínuo, a literatura contém apenas um pequeno número de estudos neste aspecto da ortopedia funcional. Dois estudos com o aparelho de Herbst136,153 relataram aumento no comprimento mandibular, quando medido em telerradiografias laterais, enquanto que outros dois, nos quais o comprimento mandibular foi medido nas radiografias laterais oblíquas de 45º, não mostraram aumento no comprimento97,214. Estudos em animais utilizando elásticos de Classe II continuamente1,36,157 não demonstraram aumento da proliferação condilar em macacos juvenis ou adultos. Entretanto, estudos de placas de levantamento oclusais posteriores7,8 têm demonstrado que graus variados de abertura mandibular contínua, sem protrusão forçada, induziu extensa proliferação da cartilagem condilar e grandes aumentos no comprimento mandibular em macacos juvenis e adolescentes248. Pesquisas em animais, com o aparelho de Herbst, também tem demonstrado extensa proliferação da cartilagem condilar e grandes aumentos no comprimento mandibular em macacos juvenis e adolescentes9,232,253. 2.2.2.1.2 Redirecionamento do crescimento condilar Revisão de Literatura 43 Alguns estudos97,238 sugerem que o tratamento das más oclusões pode induzir alterações favoráveis na direção do crescimento condilar. É provável que tais alterações representem remodelação das várias áreas da mandíbula para produzir alterações na forma163. 44 Revisão de Literatura 2.2.2.2.3 Alterações adaptativas na fossa glenóide A capacidade adaptativa da fossa glenóide tem sido demonstrada, em estudos de fraturas condilares120, de perda de dentes permanentes41 e de ajuste oclusal141 não relacionado ao tratamento ortodôntico, em humanos. Experimentos em animais com extração dentária37, condilectomia170,208 e reposicionamento da fossa glenóide112 demonstram alterações da fossa glenóide, semelhantes àquelas vistas em humanos. demonstrado alterações na fossa Poucos estudos em humanos têm glenóide após o tratamento com o ativador27,49, ou explorado a possibilidade de que a recolocação da fossa glenóide contribui para a correção da displasia esquelética227, enquanto que estudos em animais, com o aparelho de Herbst, tem demonstrado alterações adaptativas na fossa glenóide9,232,250,253. 2.2.3 TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES ASSIMÉTRICAS Quando a má oclusão assimétrica apresentar-se associada a uma assimetria facial, a intensidade da assimetria facial é que irá determinar o tipo de tratamento a ser realizado. Se o grau de assimetria facial é acentuado e a queixa principal do paciente é esta, o tratamento deverá ser cirúrgico e se a assimetria facial for discreta e não constituir a queixa principal do paciente, o tratamento será restrito à correção dos problemas da má oclusão dentária28,252. 2.2.3.1 Tratamento cirúrgico das más oclusões assimétricas As diferentes cirurgias a serem realizadas para a correção dos diversos tipos de assimetria dependerão das características de cada caso. Em casos com falta de desenvolvimento do ramo ascendente, pode-se utilizar enxerto ósseo151; os casos de hiperplasia condilar são tratados com condilectomia13; em casos de assimetria mandibular, pode-se utilizar a técnica de Obwegeser II, de um lado e Obwegeser-Dal Pont, do outro139 e em casos em que a dentadura não é tão Revisão de Literatura 45 assimétrica como a mandíbula, há a possibilidade de se realizar apenas uma genioplastia173. Estes constituem apenas alguns exemplos dentre os diversos tratamentos possíveis. 2.2.3.2 Tratamento ortodôntico/ortopédico das más oclusões assimétricas BURSTONE39, em 1979, considerou que a assimetria ocorre mais freqüentemente que a simetria e que o seu diagnóstico é muito importante no planejamento. Inúmeras discrepâncias de linha média são causadas por assimetria esquelética e muitas vezes essas assimetrias passam despercebidas durante o planejamento do tratamento, trazendo, conseqüentemente, problemas nos estágios finais. Para diagnosticar tais assimetrias, realiza-se uma análise por quadrantes, na qual a decisão do posicionamento da linha média torna-se muito crítica, porque irá afetar o comprimento do arco de cada quadrante e o tipo de mecânica assimétrica necessário. Considera-se muito importante a inclinação do plano oclusal, enquanto que no plano lateral é necessário manter a inclinação controlando a intrusão e a extrusão. Com relação à inclinação da porção anterior, os dentes, individualmente, podem estar desnivelados no início do tratamento, mas o plano, corretamente inclinado. Por outro lado, após o início do tratamento, é muito comum perceber inclinações anormais do plano oclusal pela vista frontal, já que estas são o resultado de efeitos colaterais da mecânica utilizada. Utilizar elásticos de Classe II de um lado, de Classe III do outro e elástico cruzado anterior produz inclinações indesejáveis do plano oclusal, esteticamente desfavoráveis, inclusive sob o ponto de vista dos pacientes. Quando há assimetria esquelética, as linhas médias da maxila e da mandíbula não se apresentam alinhadas, constituindo uma discrepância de linha média das bases apicais. A mecânica deve ser planejada de acordo, podendo-se utilizar extrações assimétricas ou realizar movimentação de corpo de um lado e inclinação do outro, de forma que varie a perda de ancoragem de um lado para outro. Elásticos unilaterais não devem ser utilizados por muito tempo. O planejamento com oclusogramas possibilita não só a solução do problema de Revisão de Literatura 46 forma adequada, no início do tratamento, mas também que a correta mecânica possa ser planejada39. WILLIAMSON239, em 1981, definiu assimetria mandibular como sendo a diferença entre o tamanho e a forma dos dois lados da mandíbula, podendo ocorrer no plano frontal, no horizontal (basilar), ou em ambos, e ser refletida no plano sagital. As radiografias frontais e submentonianas são realizadas em relação cêntrica para evidenciar alguma assimetria mandibular. Como o objetivo é finalizar o caso em relação cêntrica, é necessário realizar o diagnóstico naquela posição. A posição do côndilo em relação cêntrica influencia a avaliação da desarmonia esquelética. WILLIAMSON240, em 1981, considerou a assimetria mandibular muito comum e apontou, como principais causas, a hereditariedade, a função e o trauma. Enfatizou que quando existe assimetria, um dos problemas que o clínico enfrenta é uma má oclusão, com um lado apresentando uma relação de Classe II mais acentuada. Como exemplo, tem-se um caso de subdivisão, ou um caso típico de Classe II, que se apresenta mais acentuado do lado de menor desenvolvimento mandibular. Tratando-se o caso dentro do conceito de relação cêntrica, deve-se planejar uma ancoragem máxima no arco superior do lado deficiente. Em alguns casos, o problema pode ser tão acentuado que obter uma relação de ½ Classe II ao final do tratamento, do lado mais curto da mandíbula, pode ser considerado um sucesso. Obviamente, à medida em que a mandíbula vai para a relação cêntrica, os dentes inferiores deslocam-se mais para distal, em relação aos dentes superiores. Isto também causa uma discrepância de linha média, com a linha média mandibular deslocando-se para o lado deficiente, conforme o côndilo se assenta. Um bom exemplo clínico consiste em casos em que os elásticos assimétricos são utilizados e não se consegue corrigir a linha média. No estudo de assimetria realizado pelo autor241, 32% dos pacientes apresentaram 3mm ou mais de assimetria mandibular nas dimensões frontal (póstero-anterior) ou submentoniana. Três milímetros é aproximadamente a Revisão de Literatura 47 largura de uma cúspide, o que transformaria uma Classe I, em máxima intercuspidação, em uma Classe II, em relação cêntrica. As assimetrias ocorrem aparentemente devido a um corpo mandibular deficiente de um lado (visto na radiografia submentoniana), ou por falta de crescimento vertical em um côndilo (visto na radiografia póstero-anterior). Em ambos os casos, a relação de Classe II, de molar e de canino, é mais acentuada do lado deficiente, quando avaliada em modelos montados em articulador. WILLIAMSON240 considera a discrepância de linha média uma indicação de assimetria. Ela pode indicar que um lado da oclusão se apresenta, em uma relação de Classe II, mais acentuada que o outro. Se há assimetria e se deseja finalizar o caso com os côndilos em relação cêntrica, este deverá ser finalizado com um lado em uma relação de Classe II mais acentuada do que do outro. molares e caninos seria um exemplo. Uma relação de ½ Classe II de Deve-se estar ciente que o caso irá necessitar de ajuste oclusal após o tratamento e também avisar o paciente que as linhas médias não estarão coincidentes no final. Um desvio de linha média não traz nenhum problema futuro, desde que o caso esteja corretamente terminado com ajuste oclusal. A tentativa de correção da linha média, com elásticos pesados direcionais, poderá tracionar o côndilo para a frente da posição de relação cêntrica, no lado da Classe II. A discrepância da linha média pode se apresentar corrigida, mas um côndilo não mais se apresentará em relação cêntrica. Se não ocorrer nenhum crescimento compensatório daquele côndilo, que parece ser o que geralmente acontece clinicamente, haverá um desvio da oclusão da relação cêntrica para a máxima intercuspidação. Portanto, quando a linha média for avaliada com ambos os côndilos assentados, apresentará um desvio. Se o desvio da linha média for devido a uma discrepância de tamanho dentário, o plano de tratamento poderá envolver extrações assimétricas, em casos de extração, ou aceitação do problema, em casos sem extração, além da realização de ajuste oclusal após o tratamento 240. SARNAS et al.188, em 1982, analisaram os efeitos do tratamento com o aparelho de Herbst, no crescimento facial de um paciente com microssomia Revisão de Literatura 48 hemifacial, em termos de deslocamento da mandíbula e dos ossos maxilares, em relação ao osso frontal. As medidas foram realizadas com precisão de 0,1 grau e 0,05mm. Antes do tratamento, as bases apicais estavam deslocadas para posterior e para o lado afetado pelo crescimento, aumentando o grau de retrognatia e de assimetria facial. Durante o tratamento, o crescimento facial foi redirecionado e as bases apicais, deslocadas para anterior e para o lado não afetado, diminuindo o grau de retrognatia e assimetria. Entretanto, ao mesmo tempo, a inclinação da mandíbula para o lado afetado aumentou, possivelmente devido às condições morfológicas e funcionais das bases apicais, na microssomia hemifacial. A má oclusão dentária foi corrigida parcialmente tanto pelo deslocamento das bases apicais, como pela adaptação dentoalveolar. MELSEN; BJERREGAARD; BUNDGAARD135, em 1986, demonstraram o efeito do tratamento com aparelho funcional, em pacientes com côndilos anormais. A microssomia hemifacial causa assimetria da face, que progride durante o desenvolvimento pós-natal, se não for submetida a nenhum tratamento. De acordo com a base teórica para o tratamento da microssomia hemifacial, apresentada em 1971, por HARVOLD; VARGERVIK82,84, o desenvolvimento da correta interação entre músculo e osso constitui a condição necessária para que ocorra a aposição óssea, com a finalidade de produzir simetria facial. Essa teoria foi a base para o tratamento de três pacientes com côndilos anormais; um que apresentava microssomia hemifacial, outro com fratura condilar unilateral, seguida de deslocamento e reabsorção secundária do côndilo e um paciente com perda bilateral de cartilagem condilar, como resultado de trauma. Todos foram tratados com um ativador, de acordo com HARVOLD81 e os resultados, analisados radiográfica e clinicamente, demonstraram com clareza que o desenvolvimento de um equilíbrio muscular é possível mesmo em pacientes com microssomia hemifacial, que sofrem da ausência de músculos normais - isto é, matriz funcional normal, assim como da ausência de um côndilo normal - e que a aposição óssea necessária para o estabelecimento de simetria pode ser obtida se as condições corretas forem propiciadas. Entretanto, 49 Revisão de Literatura também ficou evidente que o tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, porque o resultado dependeu da época e da colaboração do paciente. Com o objetivo de investigar se algumas assimetrias mandibulares se adaptam ao deslocamento mandibular durante o crescimento e podem, conseqüentemente, ser tratadas por meios ortopédicos, MONGINI; SCHMID142, em 1987, estudaram 11 pacientes com assimetria mandibular e desvio lateral do mento. Todos apresentavam má oclusão, associada a um deslocamento mandibular ipsilateral, em idade precoce. Radiografias póstero-anteriores, laterais e laterais oblíquas transcranianas foram obtidas na posição de máxima intercuspidação. selecionados Nas para radiografias definir três póstero-anteriores, áreas (mandibular, 7 pontos craniana foram superior e craniomandibular), bilateralmente. A posição do mais alto ponto condilar dentro da fossa glenóide também foi digitada e avaliada. Uma “posição de simetria” foi determinada nas radiografias póstero-anteriores e placas de reposicionamento foram construídas para manter permanentemente a mandíbula dos pacientes nessa posição. O tratamento ortodôntico foi realizado de tal forma que a posição intercuspídica coincidisse finalmente com a posição de simetria. Os dados radiográficos foram obtidos e analisados novamente após a instalação da placa e no final de um período médio de observação de 37,6 meses (D.P. = 8,89). Radiografias de controle foram tomadas com intervalos de 6 a 12 meses, constatando-se, após o período de observação, uma melhora significante da simetria mandibular em 9 dos 11 pacientes, devido ao crescimento compensatório da mandíbula e do côndilo do lado em que este havia sido prejudicado em conseqüência do deslocamento mandibular. Comentando a respeito do uso de aparelhos funcionais em pacientes com assimetria mandibular e que necessitam de cirurgia, MELSEN134, em 1988, esclareceu que esses aparelhos são usados antes da cirurgia por diversas razões, como para evitar assimetria secundária da maxila durante o período de Revisão de Literatura 50 crescimento e também para estimular ou alterar o padrão neuromuscular favoravelmente, de acordo com o procedimento cirúrgico. SINCLAIR201, em 1993, realizou uma pesquisa clínica com a intenção de saber se normalmente os ortodontistas realizavam alguma modificação da forma do arco nos casos assimétricos. Setenta e três por cento consideraram ser necessário modificar as formas dos arcos nos casos de assimetria, enquanto que os outros 27% não. Noventa e três por cento deles afirmaram, ainda, que coordenavam os arcos. Algumas respostas mencionavam que certos casos assimétricos requerem a correção das formas distorcidas dos arcos pela utilização de elásticos intermaxilares cruzados nas regiões de caninos e prémolares, com os arcos distorcidos na direção oposta. Em 1995, JANSON et al.106 apresentaram uma caso clínico de má oclusão de Classe II, divisão 1, subdivisão, com ligeiro apinhamento superior e inferior, desvio da linha média inferior para a direita e suave protrusão labial, tratado com as extrações de dois pré-molares superiores e um pré-molar inferior, do lado da Classe I. Os resultados demonstraram a obtenção de uma relação de Classe I, de caninos, um ótimo relacionamento dos dentes anteriores, e coincidência das linhas médias dentárias, possibilitando a obtenção de uma guia anterior imediata e um excelente perfil facial, comprovando a eficiência desta opção de tratamento, nesses casos. 2.2.3.2.1 Tratamento do desvio da linha média Desde o princípio da Ortodontia moderna já havia a preocupação dos profissionais em corrigir as discrepâncias de linha média e diversos tipos de mecânica foram utilizadas. ANGLE11, em 1907, utilizou um elástico de Classe III com um elástico diagonal anterior, em associação com a expansão do arco, para a correção das discrepâncias de linha média. Revisão de Literatura 51 Uma conseqüência comum na maioria dos casos que terminam aquém de um resultado ideal é a discrepância lateral entre as linhas médias dentárias superior e inferior35. Quando essa discrepância existe no caso terminado, BREAKSPEAR35 indica a realização de um ajuste oclusal, método de tratamento que permite que a oclusão funcione adequadamente, mas pode não corrigir a assimetria dentária ou facial. É melhor terminar o caso com as linhas médias coincidentes do que cuidar do problema após o término do tratamento ativo. BUCHIN38, em 1967, não considerou as discrepâncias de linha média um grande problema e afirmou que as mesmas não são difíceis de serem corrigidas. A correção é difícil de ser mantida se a discrepância for causada por uma assimetria esquelética porém, se o diagnóstico estiver correto e ela não for causada por desarmonia esquelética, a sua correção é fácil, com a utilização de três elásticos: um elástico de Classe II de um lado, um de Classe III do outro e um elástico cruzado anterior. Todos eles são paralelos um ao outro, sendo que o terceiro elástico, ou anterior, é provavelmente o mais importante, mas todos devem ser utilizados. Se a discrepância de linha média for um artefato do tratamento, ela é facilmente corrigida desta forma e se for causada por rotação mandibular, também o será, da mesma maneira. No tratamento de um caso de subdivisão, afirmou o autor que, com colocação dos aparelhos, ele passa de uma Classe II, divisão 1, subdivisão, para um caso de ½ Classe II, divisão 1, após o nivelamento e remoção das interferências cuspídicas. Em um caso de Classe II, divisão 1, subdivisão, a linha média inferior geralmente está desviada para o lado da relação molar de Classe II. Em seguida ao nivelamento, alinhamento e utilização de mecânica de Classe II, geralmente se obtém uma relação de ½ Classe II do lado que originalmente era Classe II e uma ligeira relação de Classe III do lado originalmente Classe I. Evidentemente nesse estágio a linha média inferior está desviada para o lado de ½ Classe II. Utiliza-se um elástico de Classe II deste lado, um de Classe III do lado oposto e um elástico paralelo no segmento anterior. A correção usualmente é obtida dentro de oito a dez Revisão de Literatura 52 semanas, com uma ligeira sobrecorreção. Essa mecânica também posiciona os caninos em uma relação de Classe I. GIANELLY; PAUL68, em 1970, descreveram um sistema biomecânico para a correção da linha média, utilizando, como exemplo, um caso que apresentava desvio da linha média inferior para a direita e a linha média superior coincidente com o plano sagital mediano. Como conseqüência, o segmento inferior direito apresentava-se posterior à sua posição ideal e o segmento inferior esquerdo encontrava-se por mesial de sua posição ideal. O arco superior foi estabilizado com um arco retangular e no inferior foi instalado um arco redondo, com dobras de segunda ordem nos caninos. A dobra de segunda ordem no canino inferior direito tinha o efeito de causar uma mesialização da coroa desse dente e a dobra no canino, do outro lado, apresentava um efeito contrário. Do lado direito, como o canino estava amarrado conjugado com os dentes posteriores, havia uma força de mesialização nesse segmento, enquanto que no lado oposto, o efeito era contrário pelo contato proximal do canino com os demais dentes posteriores. Para auxiliar a eficiência desse sistema utilizam-se elásticos de Classe II do lado direito e de Classe III do lado esquerdo. Como ambos os lados movimentam-se ao mesmo tempo, os incisivos também serão movimentados para o lado esquerdo, corrigindo a linha média. A movimentação geralmente ocorre em dois meses ou menos e uma vez que as coroas estejam bem posicionadas, o controle das raízes é necessário para a complementação do caso. Para se conseguir ainda uma maior eficiência, dobras de segunda ordem podem ser também incorporadas aos molares. LEWIS118, em 1976, apresentou uma série de perguntas necessárias para o diagnóstico diferencial das discrepâncias de linha média: 1- O que causou o desvio da linha média? 2- Como o desvio afeta a oclusão? 3- É necessário corrigi-lo? Teceu, ainda, as considerações seguintes: a correção de um desvio da linha média, causado por ligeiro deslocamento da mandíbula, quando não existe mordida cruzada, é geralmente mais fácil durante os estágios finais do Revisão de Literatura 53 tratamento; a linha média não constitui o problema mais importante, pois a preocupação principal é a correção da má oclusão, na região posterior, que está associada ao desvio da linha média; quando o lado com má oclusão for corrigido, a linha média geralmente estará corrigida, visto que o desvio é apenas uma indicação de que a oclusão não está bilateralmente correta. Em casos de deslocamento lateral da mandíbula, tem-se sugerido a utilização de elásticos de Classe III, do lado em que o relacionamento ântero-posterior estiver correto, concomitantemente com elásticos de Classe II, do lado oposto e elásticos cruzados anteriores para ajudar a correção da linha média. Isso tudo, no entanto, não é necessário porque os elásticos de Classe III podem prejudicar a oclusão do lado bem relacionado. Os elementos mais importantes nesse sistema são a tração anterior exercida pelos elásticos do lado da Classe II e a força lateral do elástico anterior, agindo ao mesmo tempo para corrigir a posição mandibular e dentária para o centro da face. Os elásticos de Classe II, ou elásticos anteriores, usados separadamente, não conseguem obter essa correção tão eficientemente como quando são utilizados simultaneamente. Quando indicada, a remoção de dentes de um ou de ambos os arcos conseguirá resolver alguns dos problemas de desvio de linha média, mas somente a extração não soluciona o problema completamente. LEWIS118 afirma que o problema de desvio de linha média ocorre principalmente nos casos de Classe II. As causas mais freqüentes das discrepâncias de linha média são: deslocamento mandibular resultante de mordida cruzada posterior, inclinação ou mesialização dos dentes, deslocamento mandibular sem mordida cruzada (rotação mandibular resultante de interferências oclusais), assimetrias dos arcos, discrepâncias de tamanho dentário, ou uma combinação dos fatores acima. O autor recomenda a utilização de mecânica com molas de distalização em vez de dobras de segunda ordem, associadas a cursores e elásticos de Classe II, para distalizar os dentes póstero-superiores em casos com assimetria dos arcos. Portanto, os dentes superiores do lado da Classe II são distalizados um a um até que a coincidência das linhas médias seja obtida. Revisão de Literatura 54 BEGG; KESLING20, em 1977, afirmaram que o próprio equilíbrio dos elásticos de retração, associados a uma tração de Classe II adequada, durante o II estágio, mantém as linhas médias coordenadas entre si. Também pode-se aumentar a ação de elásticos de Classe II unilaterais, de um elástico diagonal anterior e de um elástico de Classe III com molas de verticalização, para movimentar os dentes e efetuar as alterações de linha média. PROFFIT172, em 1986, admite que as discrepâncias menores de coordenação de linha média podem ser tratadas nos estágios finais com elásticos assimétricos intermaxilares de Classe II e Classe III associados a um elástico diagonal anterior. Observou também que é bastante difícil corrigir discrepâncias acentuadas após o fechamento dos espaços de extração. ALEXANDER5, em 1987, advoga a utilização de elástico anterior pesado, associado a elásticos de Classe II ou III, dependendo se a má oclusão original é de Classe II ou III. O procedimento é realizado durante os estágios de finalização, com exceção de casos com extração em que isso pode ser realizado durante o fechamento dos espaços, se houver uma discrepância significante da linha média. O elástico diagonal anterior é então adaptado às alças de retração. JERROLD; LOWENSTEIN109, em 1990, discutiram o diagnóstico e tratamento da linha média. Todas as três linhas médias do paciente - facial, maxilar e mandibular - devem ser consideradas para se obter uma correção ideal. O diagnóstico diferencial correto da causa permitirá ao profissional usar apropriadamente uma mecânica inter ou intramaxilar para a resolução das discrepâncias de linha média. A correção da linha média deve começar desde o início do tratamento e uma vez que as linhas médias estejam coordenadas, elas devem ser assim mantidas como um guia para qualquer sistema de força a ser utilizado para completar o caso. Ilustraram graficamente quatro casos de desvio de linha média quando a face apresentava simetria e oito casos quando a face apresentava um certo grau de assimetria e discutiram os respectivos Revisão de Literatura tratamentos. 55 Os autores afirmaram que a maioria das formas de tratamento parece associar as discrepâncias de linha média e sua correção, tendo como causa um deslocamento mandibular ou rotação de algum tipo. Se o deslocamento ou rotação não foi o fator causal e se o desvio da linha média foi o resultado de uma migração dentária, em uma face simétrica, então a utilização dessas mecânicas alteraria a posição mandibular e isso resultaria em coordenação das linhas médias dentárias, deixando, entretanto, a face assimétrica. Se a mandíbula sofreu movimentação excêntrica e a articulação não é capaz de se adaptar, há o potencial para o desenvolvimento de uma disfunção da ATM. Afirmaram também que nos casos em que a discrepância de linha média é muito pequena (1 a 2mm), existe a tendência em se inclinar os dentes anteriores para uma posição coordenada com a linha média facial. Se a linha média inferior estiver deslocada para o lado oposto, a tentação de se corrigir por inclinação é ainda maior. Isso geralmente é obtido com molas de verticalização associadas a um elástico diagonal anterior, produzindo uma coincidência da linha média com as incisais simétricas ao plano facial mediano, porém com resultados esteticamente deficientes. Mesmo que esse resultado não crie qualquer problema do ponto de vista funcional, uma vez que os dentes anteriores podem ainda proporcionar uma desoclusão adequada e suportar a carga mastigatória, ele certamente não é saudável do ponto de vista periodontal. Dependendo do lábio do paciente, da linha do sorriso e da quantidade de dentes que foram inclinados, um comprometimento com a estética facial é quase inevitável. O autor acrescenta uma outra causa para o desvio da linha média, que é a retração acentuada dos caninos, de um lado, o que propicia um desvio da linha média após a retração descuidada dos dentes anteriores. Essa retração exagerada ocorre porque não se dispensa atenção suficiente à coordenação das três linhas médias do paciente: facial, maxilar e mandibular. A maior parte da literatura referente ao tratamento da linha média preocupa-se em corrigir as discrepâncias próximo ao final do tratamento5,172 e, na maioria das vezes, aborda o problema procurando corrigir a linha média inferior. Atenção suficiente não tem sido dispensada para se corrigir as três linhas médias Revisão de Literatura 56 concomitantemente, desde o início do tratamento. O ajuste oclusal após o tratamento deve ser rotineiro em todos os casos109. 2.3 AVALIAÇÃO DAS ASSIMETRIAS MANDIBULOFACIAIS Embora os componentes envolvidos na avaliação e diagnóstico das assimetrias faciais já tenham sido mencionados, a seção seguinte é constituída de uma apresentação organizada das várias metodologias e tecnologias disponíveis, para facilitar e confirmar o diagnóstico preliminar de assimetria mandibulofacial. Ênfase será dada aos testes já disponíveis e que incluem o exame o clínico, uso de fotografias e as radiografias panorâmica, submentoniana, póstero-anterior e oblíqua (45º e oblíqua corrigida). 2.3.1 AVALIAÇÃO CLÍNICA E FOTOGRÁFICA A avaliação das assimetrias requer uma consideração tridimensional. A observação direta das estruturas faciais é, portanto, um método válido de observar e avaliar essas variações em torno do centro da face. Na visualização frontal da face, os seguintes aspectos devem ser avaliados: o deslocamento superior do ponto orbitário, a altura e deslocamento lateral do processo malar, a altura do ramo mandibular, o deslocamento do ângulo mandibular, o deslocamento lateral do mento (em oclusão e em repouso) e a altura dentária da maxila e da mandíbula46. As características que devem ser avaliadas na vista inferior da face consistem do comprimento do corpo mandibular, da rotação do corpo mandibular, da rotação do palato e do deslocamento posterior do processo malar. O exame frontal, inferior ou do perfil do paciente, pode ser realizado diretamente ou com fotografias apropriadas. Essas avaliações faciais de tecido mole são análogas às avaliações esqueléticas realizadas nas radiografias ânteroposterior, submentoniana e oblíqua, respectivamente. Revisão de Literatura 57 A avaliação inferior da face é a mais raramente realizada das três acima, porém ela é útil para se estimar as assimetrias dentofaciais, especialmente as rotações e deslocamentos ântero-posteriores46. Com a cabeça do paciente inclinada para trás, de tal forma que o plano de Frankfurt esteja perpendicular ao plano horizontal, as rotações da maxila podem ser visualizadas quando o paciente realiza a abertura bucal completa, permitindo também a visualização do palato. A rotação da maxila está baseada na orientação aparente da rafe mediana. Todo o comprimento da rafe mediana deve ser avaliado e se ela desvia para a esquerda ou direita, em relação ao plano sagital mediano, a maxila apresenta uma rotação. Para confirmar a presença de rotação, o posicionamento mésio-distal dos segmentos posteriores é avaliado, e se apenas um lado parece estar deslocado, então não há rotação da maxila, mas sim um deslocamento ântero-posterior. Quando o paciente oclui e depois relaxa a mandíbula, a avaliação inferior da mandíbula pode ser realizada da mesma maneira. A avaliação da rotação aqui é realizada pela posição da ponta do mento e dos ângulos goníacos bilaterais. Em uma rotação verdadeira da mandíbula, a ponta do mento estará à direita ou à esquerda do plano sagital mediano e um ângulo goníaco estará mais anterior do que o outro46. O fator que causa confusão quando existem variações de tamanho dos ossos de um lado da face e que pode intensificar a rotação ou confundir as observações é quando a rotação da mandíbula ocorre concomitantemente com uma rotação da maxila, de tal forma que a oclusão estará equilibrada, com um lado estando posicionado mais para anterior do que o outro46. Nas avaliações de perfil, pode-se utilizar o plano horizontal de Frankfurt e a linha vertical à Glabela, superpostos na fotografia para avaliar a presença de desequilíbrio. As diferenças entre o perfil direito e esquerdo são características de assimetrias e podem ser expressas como diferenças na distância vertical dos ângulos goníacos do plano horizontal de Frankfurt, nas posições ânteroposteriores dos ângulos goníacos, nas posições dos processos malares e assim por diante46. Na avaliação frontal, os planos de Frankfurt, sagital médio (N-ENA) Revisão de Literatura e orbitário são demarcados na fotografia. 58 Os lados direito e esquerdo são examinados para determinar assimetrias vertical ou lateral dos olhos, orelhas, processos malares, ângulos goníacos, pório, ponta do mento e partes dentofaciais relacionadas46. Entre os muitos métodos propostos para a criação de um plano sagital médio, para avaliar a assimetria facial no plano frontal, estão o NásioSubnasal61, Násio-ENA46 e o Subnasal-Próstio-Pogônio215. O plano sagital médio, em resumo, é uma linha aproximadamente reta, que passa pelos centros das estruturas anatômicas localizadas próximas ao meio da face215. Entretanto, ADLER3, em 1948, criticou essas técnicas de se criar uma linha média, porque “o próprio eixo de simetria é determinado baseando-se em um conjunto de estruturas que serão examinadas”. Com o objetivo de rebater essa crítica, SUTTON215, em 1968, propôs um método diferente para determinar o plano mediano. Em vez de estruturas anatômicas centrais, devem ser utilizadas as extremidades laterais da face para estabelecer a linha mediana, uma vez que o centro da face é eqüidistante dessas extremidades. SUTTON215 utilizou o zigion (o ponto mais lateral do arco zigomático) como a extremidade lateral da face, porque o crescimento na largura bizigomática do crânio é lento e segue uma velocidade constante. Assim, a linha média de SUTTON foi construída nas radiografias cefalométricas ou diretamente na análise frontal dos pacientes, eqüidistante dos zigions. De acordo com SUTTON215, a face é tida como assimétrica no aspecto frontal, se uma ou mais estruturas bilaterais estiverem mais afastadas do plano sagital médio do que a estrutura correspondente do outro lado, ou se o centro de estruturas não pareadas (ex.: o nariz) não se situa nessa linha de referência. Concluindo, pode-se afirmar que uma vez que a análise do tecido mole tenha sido realizada, seja clínica ou fotograficamente, a extensão do envolvimento do tecido esquelético subjacente pode ser avaliada por meio de várias técnicas radiográficas. Nos casos com assimetrias clínicas, uma avaliação Revisão de Literatura 59 radiográfica pode revelar uma base esquelética, assimétrica em maior ou menor grau. 2.3.2 RADIOGRAFIA PANORÂMICA Essa radiografia pode ser utilizada para detectar assimetria da mandíbula, como as diferenças na forma e posição condilar entre os lados direito e esquerdo, as diferenças entre a altura e largura do ramo entre os dois lados, o grau de chanfradura antegoniana bilateral, a quantidade de desenvolvimento do corpo mandibular de ambos os lados, o desvio do ponto médio mandibular, a presença ou ausência de processo coronóide e a abertura do ângulo goníaco160,187. Entretanto, a distorção e magnificação imprevisíveis, da imagem, limitam a precisão da informação. 2.3.3 RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA Na avaliação da assimetria, a radiografia submentoniana (SMT) é potencialmente mais útil do que a projeção póstero-anterior (PA). A projeção SMT permite a utilização, na base do crânio, de pontos remotos dos ossos faciais, para a determinação do eixo sagital. A radiografia submentoniana foi descrita, pela primeira vez em 1905, por SCHUELLER197 e posteriormente por MERRILL137, em 1949. Em 1960, GILBERT69 investigou a precisão da radiografia submentoniana, utilizando uma modificação do cefalostato de Thurow. Adaptou ao cefalostato um indicador do ponto orbitário para manter o plano de Frankfurt perpendicular ao solo, na tomada radiográfica. Utilizou um aparelho de Rx que produzia 140 kVp, para a obtenção de uma imagem nítida, sendo que o feixe de raios X incidia no vértice do crânio. Esse método apresentou bastante precisão para as medições de largura e erros significantes nas medidas de comprimento das Revisão de Literatura 60 estruturas e foi considerado bastante útil na avaliação das assimetrias esqueléticas e nas deformações associadas a fissuras do lábio e palato. Nenhuma análise cefalométrica específica foi proposta. BERGER23, em 1961, foi o primeiro a sugerir a utilização da projeção submentoniana em cefalometria para avaliar a assimetria e auxiliar no diagnóstico das más oclusões. Para a obtenção desse tipo de radiografia, a cabeça do paciente deve estar orientada com o plano de Frankfurt, perpendicular ao solo, em um cefalostato. A distância entre o tubo e o filme foi de 1,5m. Para orientar a avaliação das estruturas anatômicas, demarcou e traçou diversos pontos, linhas e planos. O ponto “buccale” é demarcado na região anterior da superfície interna do arco zigomático e o ponto “angulare”, na ponta de uma densa área radiopaca de forma triangular, formada pela união das bordas superior e inferior da órbita com o arco zigomático. A conexão dos pontos buccale determina o plano buccale, que passa pelos primeiros molares superiores e a conexão dos pontos angulare determina o plano angulare, que corta o arco dentário entre os caninos e pré-molares. O plano condilar passa pelos contornos mais distais de cada côndilo. Para a determinação de uma linha média sagital, utilizou-se, como orientação, os seguintes pontos: crista galli, crista frontalis, vômer, tubérculo do atlas, processo odontóide e crista occipital interna. Como a simetria absoluta do crânio é muito rara, não é possível traçar uma linha reta unindo todos interpolação. esses pontos, tornando-se, portanto, necessária alguma Para completar o sistema de coordenadas, uma outra linha, perpendicular à linha sagital mediana e passando ao meio desta, foi utilizada. Essas linhas e planos de orientação permitem uma melhor avaliação das assimetrias dentárias e esqueléticas das más oclusões. Entretanto, o autor não testou a reprodutibilidade e validade dessa linha de referência. Mais tarde, em 1964, demonstrou um método para determinar a linha média da radiografia submentoniana, desenhando uma linha pelo vômer, pela parte posterior do septo nasal e pela crista galli24. Revisão de Literatura 61 Quando a radiografia submentoniana é tomada com a cabeça posicionada de tal forma que o plano de Frankfurt esteja paralelo ao plano do filme, o plano sagital médio pode ser derivado dos forames na base do crânio. Os proponentes desse conceito são MOSS; SALENTIJN143, em 1971, que verificaram que os feixes neurovasculares não podem ser violados durante o crescimento esquelético quanto à posição e passagem. Tal afirmação está baseada em trabalho realizado por esses mesmos investigadores, para avaliar a estabilidade espacial relativa da posição do forame mentoniano, assim como do forame oval. Avaliações de radiografias obtidas de uma série relativamente grande de crânios em idades dentárias variáveis, com implantes colocados no forame oval, mandibular e mentoniano, revelaram que suas posições foram estáveis com o crescimento. Além disso, MARMARY; ZILBERMAN; MIRSKY;127, em 1979, avaliaram a confiabilidade de se construir uma linha de referência média, usando os forames espinhosos como pontos de referência, na vista basilar, para o estudo da assimetria. Um total de 86 crânios secos foram utilizados. Radiografias submentonianas de todos os crânios foram obtidas e uma linha média foi construída em cada traçado, da seguinte forma: os centros dos forames espinhosos foram unidos e uma linha perpendicular foi traçada para servir como linha média. Várias estruturas pareadas e não pareadas foram medidas até essa linha média. Os desvios médios de cada ponto estavam dentro dos limites do erro de medição e, portanto, concluiu-se que “a linha média realmente é o plano sagital mediano”. A reprodutibilidade dessa técnica também foi provada no estudo, escolhendo-se 8 radiografias e traçando-as uma segunda vez. GRAYSON et al.72, em 1985, apresentaram um método de traçado cefalométrico e uma análise na radiografia basilar. Os pontos e estruturas de três planos basilares foram definidos e as instruções para o seu traçado, apresentadas. A análise é utilizada para o estudo do hipertelorismo orbital, da sinostose craniofacial e da microssomia hemicraniofacial. A técnica de traçado em multiplanos foi demonstrada para proporcionar um conceito tridimensional 62 Revisão de Literatura das deformidades do esqueleto craniofacial. Descreveu-se também um método para orientar a construção da linha média ântero-posterior de estruturas da base craniana. Como realizado nas telerradiografias, os traçados pré-cirúrgicos nas radiografias basilares podem ser manipulados para simular as alterações esqueléticas previstas na cirurgia. A radiografia submentoniana (SMT) tem sido muito utilizada na avaliação da assimetria craniofacial, devido à facilidade de se identificar estruturas de referência médio-sagitais confiáveis, difíceis de localizar na PA12. ARNOLD; ANDERSON; LILYEMARK;12, em 1994, utilizou a radiografia submentoniana para avaliar 44 adultos, com a análise de assimetria desenvolvida por RITUCCI; BURSTONE181, em 1981, e publicada por FORSBERG; BURSTONE; HANLEY63, em 1984. Essa análise de assimetria consiste na utilização de pontos anatômicos bilaterais, para criar sistemas de coordenadas de referência que podem ser utilizados para avaliar outros pontos. Três componentes foram analisados: base do crânio, complexo zigomaticomaxilar e mandíbula. Cada componente apresentava estruturas que eram analisadas quanto à assimetria, em relação ao sistema de referência do forame espinhoso, assim como em relação a um sistema de referência na linha média, originário daquele componente. Por exemplo, a posição bilateral dos côndilos (uma estrutura do componente mandibular) foi avaliada quanto à assimetria em relação ao eixo inter-espinhosos, para determinar se eles estavam assimetricamente posicionados em relação à base craniana. Os côndilos também foram analisados em relação ao eixo intercondilar (um eixo médio de referência derivado da própria mandíbula), para determinar sua posição simétrica em relação à própria mandíbula. Esse sistema de análise estabelece se a mandíbula está assimetricamente posicionada em relação à base craniana, ou se a estrutura mandibular apresenta uma forma assimétrica. Portanto, a base craniana apresentou medidas de assimetria realizadas relativamente ao sistema de coordenadas de referência médio-sagital, derivado dos forames espinhosos bilaterais. O complexo zigomaticomaxilar utilizou a linha transpterigomaxilar e 63 Revisão de Literatura sua bissetriz perpendicular como linha de referência médio-sagital, para medir a assimetria na região facial média. Finalmente, a mandíbula apresentava um sistema de referência de coordenadas baseado na linha transcondilar e sua bissetriz perpendicular, para medir a assimetria dentro da mandíbula12,63. Diversas estruturas pareadas e não pareadas foram então avaliadas por comparação com esse sistema de coordenadas. A distância até às linhas médias, para estruturas bilaterais, foi medida e as diferenças, calculadas. Para estruturas não pareadas, foi medida a distância até o plano sagital médio. 2.3.4 RADIOGRAFIA PÓSTERO-ANTERIOR O método mais freqüente de se avaliar um paciente clinicamente quanto à presença de assimetria facial é pelo exame em norma frontal. Uma avaliação esquelética da assimetria facial é realizada similarmente com uma radiografia cefalométrica póstero-anterior, para comparar com o grau e localização da assimetria óssea. As radiografias póstero-anteriores (PA) apresentam grande utilização na avaliação das discrepâncias transversais. Entretanto, TILDESLEY219, em 1921, BUXTON; MORANT40 e SOLLAS205, em 1933, e RAY, em 1960177, mencionaram as dificuldades que surgem em pesquisas que envolvem o uso do plano médio sagital do crânio, na projeção PA e JACKSON100, em 1937, considerou que determinar esse plano não é fácil, e nem sempre possível. Conseqüentemente, diversos pesquisadores procuraram aperfeiçoar esse método de avaliação e propuseram as diferentes metodologias que estão abaixo descritas. Um dos primeiros relatos do uso de radiografias cefalométricas pósteroanteriores (PA) é um estudo realizado em 80 crânios secos, com idades variando dos 3 aos 20 anos79. Um método foi desenvolvido para a análise de simetria do esqueleto facial e posteriormente utilizado em pesquisas clínicas. A técnica Revisão de Literatura descrita ficou conhecida como o método da linha-X. 64 Na radiografia PA, as partes laterais das suturas fronto-zigomáticas foram marcadas e uma linha horizontal foi desenhada entre esses dois pontos. Um plano vertical, em ângulo reto a essa linha horizontal, passando através do teto da crista galli, foi então desenhado. O plano médio sagital, ou linha-X, foi utilizado para avaliar a simetria do crânio. HARVOLD79 determinou que freqüentemente a espinha nasal anterior estava muito próxima (<1,5mm) à linha-X em mais de 90% das radiografias. Além disso, as distâncias foram medidas da linha-X aos lados das bordas temporais do osso zigomático e da sutura zigomaticomaxilar, no processo malar. O índice de simetria determinado por essas análises das radiografias PA foi muito próximo dos resultados antropológicos realizados diretamente em crânios secos. HARVOLD79, portanto, concluiu que era possível identificar, com a ajuda da radiografia PA, assimetrias do esqueleto facial com “um considerável grau de precisão”. SHORE200, em 1959, propôs um método utilizando pontos facilmente discerníveis para construir dois pontos faciais médios e produzir uma linha de referência facial média, na radiografia PA. O ponto 1 foi definido como o ponto médio entre os aspectos mediais das órbitas, ao nível do plano esfenóide e o ponto 2 foi determinado pelas estruturas anatômicas do nariz, projetando-se linhas tangentes às bordas laterais da parede nasal e perpendiculares ao eixo do cefalostato. As duas projeções foram interceptadas por uma linha tangente ao ponto mais inferior de cada uma das cavidades nasais e a distância entre as intersecções foi dividida ao meio para formar o ponto 2. Em 1965, MULICK145 descreveu uma técnica para a obtenção de radiografias póstero-anteriores para uso no diagnóstico ortodôntico. Durante o traçado anatômico, para orientação no sentido horizontal, recomendou a utilização do eixo transporiônico, do eixo que passa pelos forames redondos ou do eixo das suturas zigomático-frontais. No sentido vertical, a linha de referência pode ser construída de duas maneiras: 1- como uma perpendicular a 65 Revisão de Literatura qualquer um dos três eixos horizontais, passando pelo maior número de estruturas anatômicas centrais e 2- como uma linha vertical absoluta, passando pelo maior número de estruturas anatômicas centrais. As estruturas anatômicas centrais referem-se à Crista galli, sutura palatina mediana e vômer. As aplicações das radiografias póstero-anteriores consistem da avaliação de desvio da linha média, inclinação do plano oclusal, assimetria facial, desvios funcionais da mandíbula, tipologia mandibular, avaliações dentárias e análises de deformidades faciais. SUTTON215, em 1968, afirmou que a utilização dos meatos para estabelecer pontos fixos para se determinar o eixo transverso do crânio pode ser contestada devido à sua estrutura, porque eles podem não estar no mesmo nível vertical e porque um pode estar mais à frente do que o outro. A técnica de se utilizar as olivas metálicas para determinar as posições dos centros dos meatos apresenta precisão duvidosa, pois pode haver diferenças na espessura dos dois meatos e na compressibilidade dos tecidos moles sobre eles64. Também, como as extremidades das olivas podem não preencher os meatos, é possível que o paciente apresente ligeira rotação ou inclinação da cabeça. VIG; HEWITT231, em 1975 descreveram uma técnica de avaliar a assimetria facial na radiografia PA, utilizando triângulos bilaterais. Diversos pontos foram localizados nas radiografias e uma linha média foi determinada para a maxila e mandíbula separadamente. O “eixo X” (linha média do terço médio da face) foi delineado como segue: uma linha que melhor se adaptava foi desenhada da sela, passando pela ENA e pelos pontos médios entre as extensões mesiais das órbitas, dos pontos orbitários direito e esquerdo, pontos mastóides direito e esquerdo, pontos bilaterais zigomáticos e pontos molares direito e esquerdo. O “eixo N” (linha média do terço inferior da face) foi desenhado como segue: uma linha que melhor se adaptava foi traçada do mentoniano, pelas bissetrizes das linhas que unem os pontos bilaterais condilares e goníacos. Os autores definiram o ângulo de divergência entre essas Revisão de Literatura 66 duas linhas como sendo o grau de assimetria entre a maxila e a mandíbula. A bissetriz desses dois eixos foi arbitrariamente definida como o eixo da face. Finalmente, para avaliar a assimetria das várias partes componentes da face, um método de construção de triângulos bilaterais foi utilizado. Esse estudo descreveu 7 triângulos, construídos para essa avaliação, com a área de cada um calculada para determinar a assimetria relativa de cada parte componente da face. GRAYSON; MCCARTHY; BOOKSTEIN73, em 1983, desenvolveram a análise radiográfica multiplanos, em que quatro traçados da radiografia PA permitem a análise das progressivamente maiores. estruturas dentofaciais em profundidades A técnica pode proporcionar informações de diagnóstico muito úteis ao clínico e permitir que a severidade da assimetria seja avaliada de posterior para anterior e vice-versa. Essa informação pode ajudar a formular um prognóstico, assim como a determinar a área onde deverá ser realizada a cirurgia, caso seja necessária. Entretanto, a aplicação de uma fórmula matemática a um sistema biológico (como no cálculo das áreas dos triângulos direito e esquerdo, na radiografia) é vista com ceticismo pelo autor, para quem a observação das diferenças, em forma e posição, desses triângulos construídos bilateralmente teria um maior valor. Em 1987, GRUMMONS; VAN DE COPPELLO75 apresentaram uma análise de assimetria frontal bastante detalhada, que consistia da construção de quatro linhas horizontais de referência para mostrar o grau de paralelismo das estruturas faciais. A linha de referência média foi construída como uma vertical, passando por crista galli e perpendicular a outra linha conectando as suturas frontozigomáticas. A LRM foi selecionada como um linha de referência chave porque ela segue perfeitamente o plano visual formado pelo subnasal e os pontos médios entre os olhos e sobrancelhas. A morfologia mandibular foi avaliada por meio de triângulos bilaterais a partir do condílio, das chanfraduras antegonianas e do mentoniano e as comparações da assimetria maxilo-mandibular foram Revisão de Literatura avaliadas por meio de outro grupo de triângulos. 67 Finalmente, os autores explicaram um método de se examinar as proporções verticais frontais que envolviam o cálculo de diversas proporções faciais verticais. FERGUSON59, em 1993, utilizou uma técnica de medição diferente, nas radiografias póstero-anteriores. Uma linha de referência horizontal foi determinada nas margens superiores orbitárias e uma linha vertical de referência no plano médio sagital foi construída em ângulo reto à linha supraorbitária, passando pela crista galli. A assimetria esquelética neste estudo foi determinada simplesmente pela medição dos ângulos entre o plano médio sagital e uma linha de crista galli à ENA e outra de crista galli ao Me (mentoniano). SKOLNICK et al.202, em 1994, obtiveram as radiografias pósteroanteriores com o plano de Frankfurt paralelo ao plano horizontal e a mandíbula na posição em que ocorria o primeiro contato oclusal. O plano médio sagital foi construído por uma linha vertical conectando o centro da crista galli e o centro da espinha nasal anterior, estendendo-se até à mandíbula. A assimetria mandibular foi avaliada em relação a essa linha. O uso da radiografia PA, entretanto, pode ainda ser limitado na prática clínica porque é difícil reproduzir a posição da cabeça em radiografias subseqüentes, assim como os pontos são difíceis de serem localizados devido à superposição das estruturas. Por essas razões, outras técnicas radiográficas são também utilizadas para avaliar a assimetria facial, como as radiografias oblíquas e submentonianas75. 2.3.5 RADIOGRAFIA CEFALOMÉTRICA OBLÍQUA LATERAL Uma radiografia oblíqua de 45º é usada para medir a diferença entre os comprimentos mandibulares direito e esquerdo. Essa projeção requer que o feixe de raios x seja dirigido a 45º em relação ao plano médio sagital da cabeça, com Revisão de Literatura 68 a cabeça do paciente orientada de tal forma que o plano de Frankfurt esteja paralelo ao plano horizontal. Em 1954, CARTWRIGHT; HARVOLD42 primeiramente introduziram a projeção oblíqua como um meio de medir o comprimento mandibular bilateral, técnica também utilizada para medir a altura vertical do corpo mandibular e a altura dentoalveolar dos dentes de ambos os lados da mandíbula169. A radiografia lateral oblíqua pode ainda ser utilizada para avaliar a assimetria da morfologia condilar e do ramo de ambos os lados, assim como os seguintes aspectos: pneumatização do processo mastóide, forma da fossa glenóide, ângulo goníaco (forma e posição de ambos os lados e forma da borda inferior da mandíbula) e altura vertical do plano oclusal em relação ao desenvolvimento vertical dos processos alveolares. A medição do comprimento mandibular na radiografia oblíqua cefalométrica requer a identificação de dois pontos: a sínfise e o condílio. O ponto sínfise consiste do ponto médio da borda inferior da mandíbula, na região da sínfise. Há hipóteses de que esta é uma região estável da mandíbula e, portanto, um ponto adequado247. A precisão em se localizar tal ponto é melhorada com a utilização da radiografia póstero-anterior para examinar o contorno da sínfise e relacioná-lo à radiografia oblíqua. Alternativamente, esse ponto pode ser localizado pela identificação das raízes dos caninos, incisivos lateral e central e demarcado no meio das raízes dos incisivos centrais. O condílio é definido como o ponto mais distal e superior na periferia da cabeça condilar. A determinação do comprimento mandibular consiste em se medir a maior distância do ponto sínfise ao condílio, com uma precisão de 0,5mm. Em 1962, HATTON; GRAINGER85 avaliaram uma amostra de quinze crianças de 3 anos de idade, cuja documentação estava disponível no Centro de Crescimento de Burlington, na Universidade de Toronto. As radiografias laterais e oblíquas direitas foram utilizadas para a realização de 3 medições (uma na radiografia lateral e duas na oblíqua) e cada traçado foi realizado duas vezes. As medições na radiografia oblíqua consistiram de uma medida vertical (altura do molar) e uma horizontal (medida mésio-distal mandibular, da distal do molar à Revisão de Literatura 69 mesial do canino). As variações nos traçados e na técnica radiográfica foram avaliadas estatisticamente. Concluiu-se, neste estudo, que os erros na técnica e no traçado radiográfico são desprezíveis, comparados às diferenças entre os indivíduos. BARBER; PRUZANSKY; KINDELSPERGER15, em 1961, em um estudo para avaliar a confiabilidade das medidas obtidas na radiografia oblíqua de 45º, utilizaram 10 crânios, dos quais, 7 com idades que variavam de 1 a 12 anos e 3 estimados como sendo de adultos. Marcadores de prata foram colocados em 11 locais de cada metade das mandíbulas e em 8 locais de cada metade da maxila, os quais proporcionaram áreas identificáveis nas radiografias oblíquas, assim como pontos no crânio onde medições poderiam ser realizadas. Um total de 14 medidas mandibulares e 12 medidas maxilares foram realizadas nas radiografias oblíquas direita e esquerda e diretamente no crânio. Considerando-se a magnificação, as medidas na radiografia foram utilizadas para predizer (por meio de cálculo) as medidas realizadas diretamente no crânio. Verificou-se que as medidas previstas “correlacionavam-se com as medidas reais em centésimos de milímetros na maioria das medidas e variavam em não mais de 0,3mm em qualquer medida”. Os autores argumentaram que esse pequeno grau de variação entre as medidas era uma indicação da boa confiabilidade das medições realizadas na projeção oblíqua. Quando a assimetria mandibular em um paciente é significantemente anormal, tem-se sugerido que a medida dos comprimentos mandibulares nos cefalogramas oblíquos de 45º seja imprecisab. Essa imprecisão foi determinada por Harvold246, que, tratando pacientes que sofreram correção cirúrgica de assimetrias mandibulares, verificou que havia grandes diferenças entre os comprimentos mandibulares direito e esquerdo, medidos na radiografia oblíqua de 45º. Quando uma radiografia submentoniana foi tomada para avaliar a posição da mandíbula, verificou-se que, nesses casos, a correta angulação para Revisão de Literatura a projeção oblíqua raramente era de 45º. 70 A razão para isto é que o mento geralmente está desviado para o lado em que o comprimento mandibular é mais curto, o que conseqüentemente resulta em diferença significante entre a relação dos planos mandibulares direito e esquerdo e o plano do filme, podendo, assim, encurtar ou alongar a imagem subseqüente. A posição do plano mandibular em relação ao plano do filme deve, portanto, ser ajustada para propiciar uma medida mais precisa - o ajuste é calculado pelo cefalograma submentoniano. Desta forma, para eliminar a imprecisão das radiografias oblíquas de 45º, em casos com assimetrias acentuadas, em 1993, METAXAS138 desenvolveu e testou o método da radiografia oblíqua corrigida, que aumenta a precisão da medição do tamanho da mandíbula na radiografia e requer inicialmente, que se determine o ângulo entre o corpo mandibular e o eixo transporiônico, na radiografia submentoniana, dos lados direito e esquerdo. Obtido o ângulo, ele é utilizado na tomada radiográfica da projeção oblíqua corrigida, de cada lado individualmente, em vez de se utilizar o ângulo médio de 45º, procedimento que confere maior precisão da medição do comprimento mandibular, segundo o autor. METAXAS138, em 1993, utilizou um crânio seco, com vários graus de assimetria, criados na mandíbula, para avaliar e comparar os comprimentos mandibulares medidos nas radiografias oblíquas corrigidas, com os valores reais, medidos diretamente nos crânios secos. Quinze assimetrias foram criadas com a expansão progressiva dos parafusos colocados no corpo e ramo do lado esquerdo da mandíbula. Para cada grau de assimetria mandibular foram tomadas radiografias oblíquas direita e esquerda e o comprimento mandibular foi medido em cada filme. No estudo, o autor utilizou, no crânio seco, no condílio e na sínfise, assim como em outros pontos, implantes que criam marcadores radiopacos nos filmes, para eliminar a variabilidade nas medidas do comprimento mandibular, devido à identificação dos pontos. Um estudo do erro do método foi incorporado à pesquisa por meio da repetição das medidas do comprimento b Woodside, D. G., Metaxas, A - Comunicação pessoal. Revisão de Literatura 71 mandibular por três vezes levando à conclusão de que todas as medidas estavam dentro do padrão de precisão razoável. Os valores calculados e reais dos comprimentos mandibulares esquerdo e direito, nas quinze assimetrias, também foram comparados. Verificou-se que, para todas as assimetrias, a diferença entre os valores calculados e reais era menor que 1mm. A análise entre os valores calculados e reais demonstrou uma alta correlação para essa pequena amostra. GIAMBATTISTINI66, em 1997, ao avaliar a precisão da radiografia oblíqua corrigida, encontrou uma precisão menor do que a relatada por METAXAS138, em 1993. Entretanto, em sua metodologia, a autora utilizou o centro geométrico dos lados mandibulares e não a linha que passa pelos pontos médios condilares até o centro da sínfise mentoniana. Talvez tenha sido este o problema com sua metodologia, e a razão por ter encontrado resultados díspares. 2.4 CONCLUSÕES DA REVISÃO DE LITERATURA 1 De uma forma geral, as assimetrias craniofaciais, quanto à sua etiologia, podem originar-se durante o período embrionário, fetal ou após o nascimento. Os principais fatores etiológicos das assimetrias que se originam durante o período embrionário são os defeitos na migração e proliferação das células da crista neural e os problemas no código genético. As assimetrias originadas durante o período fetal são atribuídas às forças mecânicas que atuam em uma época em que o feto é suscetível a deformações. As deformações que ocorrem após o nascimento são atribuídas a algumas doenças, infecções e inflamações, fraturas e traumas, e alterações oclusais funcionais. 2 Existem vários sistemas de classificação das assimetrias craniodentofaciais, específicos para cada especialidade. Para o ortodontista, os 72 Revisão de Literatura sistemas mais práticos são o de PERSSON162 e o de BISHARA; BURKEY; KHARAOUF28. 3 As assimetrias craniofaciais devem ser detectadas o mais precocemente possível, para que medidas interceptadoras possam ser tomadas a fim de evitar ou diminuir o progresso da deformidade. 4 Indivíduos com oclusão normal apresentam um certo grau de assimetria craniofacial, denominada “assimetria subclínica” ou “assimetria normal”. 5 A maioria dos trabalhos não encontrou uma maior assimetria craniofacial em indivíduos com más oclusões inespecíficas, quando comparada com indivíduos com oclusões normais. 6 Na Classe II, subdivisão, a maioria dos estudos também não evidenciou uma assimetria esquelética maior em relação a indivíduos com oclusão normal, embora existam alguns trabalhos que encontraram evidências destas assimetrias. Os resultados destas pesquisas apontam para uma maior assimetria dentoalveolar. 7 O tratamento ortodôntico da Classe II, subdivisão, deve envolver, na maioria das vezes, uma abordagem com mecânica ou extrações assimétricas. 8 As técnicas radiográficas que possibilitam uma melhor avaliação das assimetrias craniofaciais são a póstero-anterior, a oblíqua corrigida e a submentoniana. Tomando como base esses conhecimentos prévios e as dúvidas ainda persistentes em relação especificamente à má oclusão de Classe II, subdivisão, foi planejado o desenvolvimento deste trabalho, visando contribuir para a sua elucidação. 72 Proposição Proposição 3 73 PROPOSIÇÃO O objetivo deste trabalho é comparar cefalometricamente um grupo com má oclusão de Classe II, subdivisão, com outro grupo com oclusão normal, tridimensionalmente, utilizando radiografias submentoniana, póstero-anterior e oblíqua corrigida, com a finalidade de identificar a presença de assimetrias esqueléticas e/ou dentárias entre os dois grupos. 74 Materiais e Métodos Materiais e Métodos 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 MATERIAL 75 O grupo experimental consistiu de 30 indivíduos com má oclusão de Classe II, subdivisão, selecionados dentre aqueles que procuraram tratamento ortodôntico na Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru USP. Dezesseis eram do sexo masculino e 14 do feminino, com idade média de 15,76 anos. O grupo controle consistiu de 30 indivíduos com oclusão normal, selecionados dentre estudantes e funcionários da Faculdade de Odontologia de Bauru, que se dispuseram a participar do estudo. Dez eram do sexo masculino e 20 do feminino, com idade média de 22,42 anos. As figuras 1 e 2 ilustram um caso de Classe II, subdivisão, e um caso de oclusão normal, respectivamente. O critério de seleção dos dois grupos foi que os indivíduos deveriam apresentar todos os dentes permanentes superiores e inferiores, em ambos os arcos dentários, até os primeiros molares. Os critérios adicionais para o grupo com má oclusão foram: (1) Ausência de tratamento ortodôntico prévio, (2) Ausência de deslocamento mandibular lateral durante o fechamento bucal, detectado durante o exame clínico, (3) Ausência de histórico de trauma facial, ou condições médicas que poderiam ter alterado o crescimento das bases apicais174, e (4) Apinhamento de, no máximo, 3mm nos arcos dentários superior e/ou inferior, desde que simétrico. A presença desses critérios foi avaliada, pelo investigador, por meio de exame clínico e anamnese. 76 Materiais e Métodos 4.2 MÉTODO De cada indivíduo obteve-se quatro radiografias: uma submentoniana, duas oblíquas corrigidas, dos lados direito e esquerdo e uma póstero-anterior. Todas as radiografias foram traçadas e os pontos, demarcados manualmente, em papel de acetato transparente “ultraphan”, de 0,07mm de espessura, sobre um negatoscópio, com o auxílio de uma máscara, em uma sala obscurecida. Posteriormente, esses pontos foram digitalizados por meio de uma mesa digitalizadora Hipad DT-11c, conectada a um microcomputador 586 Pentium, para a obtenção das grandezas cefalométricas. Os traçados e a digitalização dos pontos foram realizados pelo investigador, utilizando-se o programa Dentofacial Planner 7.0d para a realização das medições. c Houston Instruments, Houston, Texas. d Dentofacial Planner Software Inc., 1 First Canadian Place, Suite 870, Toronto, Ontario, Canada M5X1C9. Materiais e Métodos Figura 1 - Caso com Classe II, subdivisão 77 Materiais e Métodos Figura 2 - Caso com oclusão normal 78 79 Materiais e Métodos 4.2.1 RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA A radiografia submentoniana foi obtida utilizando-se a seguinte técnica63,72,117,148: cada indivíduo foi posicionado em um cefalostato e sentado em um banco sem encosto. A cabeça foi rotada posteriormente, até que o plano de Frankfurt se apresentasse paralelo ao chassis. Com a finalidade de manter essa posição reclinada, o jovem deveria segurar, com as duas mãos, em uma mesa de apoio fixa, posicionada à sua frente. O aparelho utilizado para a radiografia foi o TUR D800e, com filme Kodak X-Omat K (não interfoliado) e com tempo de exposição de 0,125s, a 70 kv e 32ma. A distância do ponto focal até às olivas metálicas foi padronizada em 152cm e a distância das olivas metálicas até o filme, fixada em 16cm, o que fornecia um fator de magnificação de 9,55%. Durante a tomada da radiografia, os indivíduos deveriam manter os dentes em máxima intercuspidação habitual, sob ligeira pressão. Para o traçado das estruturas anatômicas de interesse, demarcação dos pontos e linhas e medição das grandezas cefalométricas, utilizou-se a análise de RITUCCI; BURSTONE63,181, com algumas modificações de interesse para o estudo. 4.2.1.1. Estruturas Anatômicas (Figura 3) 1- Forame Magno 2- Forames espinhosos 3- Olivas metálicas 4- Mandíbula (incluindo côndilos, ângulos goníacos e processos coronóides) 5- Abóboda craniana posterior 6- Arcos zigomáticos 7- Abóboda craniana anterior 8- Fissuras pterigomaxilares 9- Vômer Materiais e Métodos 80 10- Primeiros molares superiores 11- Primeiros molares inferiores 12- Incisivos centrais superiores 13- Incisivos centrais inferiores 4.2.1.2 Pontos de Referência (Figura 4) 1- O centro medial da oliva metálica direita. 2- O centro medial da oliva metálica esquerda. 3- Gônio direito (GOD) - Ponto médio mediolateralmente na borda posterior do ângulo goníaco direito. 4- Gônio esquerdo (GOE) - Ponto médio mediolateralmente na borda posterior do ângulo goníaco esquerdo. 5- Ponto condilar médio direito (PCMD) - Ponto médio de uma linha que conecta os pontos medial e lateral da cabeça condilar direita. 6- Ponto condilar médio esquerdo (PCME) - Ponto médio de uma linha que conecta os pontos medial e lateral da cabeça condilar esquerda. 7- Ponto condilar medial direito (PCOMD) - O ponto onde uma linha traçada paralelamente ao corpo mandibular toca a porção medial do côndilo direito. 8- Ponto condilar medial esquerdo (PCOME) - O ponto onde uma linha traçada paralelamente ao corpo mandibular toca a porção medial do côndilo esquerdo. e Dresden, Alemanha (VEB Transformatoren - und Röntgenwerk »Hermann Matern«) Materiais e Métodos 81 9- Ponto condilar lateral direito (PCLD) - O ponto onde uma linha traçada paralelamente ao corpo mandibular toca a porção lateral do côndilo direito. 10- Ponto condilar lateral esquerdo (PCLE) - O ponto onde uma linha traçada paralelamente ao corpo mandibular toca a porção lateral do côndilo esquerdo. 11- Distal do primeiro molar inferior direito (DPMID) - O ponto mais distal, alinhado com o sulco mésio-distal central do primeiro molar inferior direito. 12- Distal do primeiro molar inferior esquerdo (DPMIE) - O ponto mais distal, alinhado com o sulco mésio-distal central do primeiro molar inferior esquerdo. 13- Processo coronóide direito (PCD) - O ponto mais anterior, em relação à linha condilar, no processo coronóide direito. 14- Processo coronóide esquerdo (PCE) - O ponto mais anterior, em relação à linha condilar, no processo coronóide esquerdo. 15- Linha média mandibular (LMM) - O ponto mais anterior do corpo da mandíbula. Este é um ponto esquelético. 16- Linha média dentária inferior (LMDI) - O ponto de contato entre as superfícies mesiais das coroas dos incisivos centrais inferiores. 17- Forame espinhoso direito (FED) - O centro geométrico do forame espinhoso direito. 18- Forame espinhoso esquerdo (FEE) - O centro geométrico do forame espinhoso esquerdo. Materiais e Métodos 82 19- Linha média dentária superior (LMDS) - O ponto de contato entre as superfícies mesiais das coroas dos incisivos centrais superiores. 20- Vômer anterior (VA) - Intersecção do vômer com uma linha que conecta os pontos angulares direito e esquerdo. 21- Vômer posterior (VP) - Intersecção do vômer com uma linha que conecta os pontos PTM direito e esquerdo. 22- Angulare direito (AD)23,24 - O ponto mais anterior, em relação à linha PTM, das opacidades triangulares presentes no ângulo orbital externo, onde as bordas superior e inferior da órbita se encontram e onde o arco zigomático se insere. 23- Angulare esquerdo (AE)23,24 - vide ponto 22. 24- Buccale direito (BD)23,24 - O ponto na superfície interna do arco zigomático direito, onde o mesmo se curva para medial e, em seguida, para trás. 25- Buccale esquerdo (BE)23,24 - O ponto na superfície interna do arco zigomático esquerdo, onde o mesmo se curva para medial e, em seguida, para trás. 26- Fossa craniana média direita (FCMD) - O ponto mais anterior, em relação à linha interespinhosos, na asa menor do osso esfenóide. 27- Fossa craniana média esquerda (FCME) - vide ponto 26. 28- Fissura pterigomaxilar direita (FPMD) - O ponto mais medial e posterior da fissura pterigomaxilar direita. Materiais e Métodos 83 29- Fissura pterigomaxilar esquerda (FPME) - O ponto mais medial e posterior da fissura pterigomaxilar esquerda. 30- Zygion direito (ZD) - Localizado na intersecção da borda lateral do arco zigomático direito, com uma linha paralela à linha PTM, traçada pela secção de maior largura da distância bizigomática. 31- Zygion esquerdo (ZE) - Localizado na intersecção da borda lateral do arco zigomático esquerdo, com uma linha paralela à linha PTM, traçada pela secção de maior largura da distância bizigomática. 32- Abóboda craniana anterior direita (ACAD)- Ponto onde a borda lateral do crânio é interceptada por uma linha que conecta os pontos zygion direito e esquerdo. 33- Abóboda craniana anterior esquerda (ACAE)- Ponto onde a borda lateral do crânio é interceptada por uma linha que conecta os pontos zygion direito e esquerdo. 34- Básio (Ba) - O ponto mais anterior, em relação à linha interespinhosos, na borda anterior do forame magno. 35- Opístion (Op) - O ponto mais posterior, em relação à linha interespinhosos, na borda posterior do forame magno. 36- Abóboda craniana posterior direita (ACPD) - Ponto onde a borda lateral direita da abóboda craniana é interceptada por uma linha paralela à linha interespinhosos, traçada pela abóboda craniana, em sua secção de maior largura. Materiais e Métodos 84 37- Abóboda craniana posterior esquerda (ACPE) - Ponto onde a borda lateral esquerda da abóboda craniana é interceptada por uma linha paralela à linha interespinhosos, traçada pela abóboda craniana, em sua secção de maior largura. 38- Contorno médio da mandíbula do lado direito (CMMD) - O ponto mais medial e posterior, no contorno médio do corpo da mandíbula, do lado direito. 39- Contorno médio da mandíbula do lado esquerdo (CMME) - O ponto mais medial e posterior, no contorno médio do corpo da mandíbula, do lado esquerdo. 40- Ponto médio do eixo transespinhosos (PMETE) - Um ponto médio na linha que une o centro geométrico dos pontos dos forames espinhosos. 41- Ponto perpendicular ao eixo transespinhosos (PERPETE) - Um ponto demarcado perpendicularmente ao eixo transforame espinhoso, à frente do mento, eqüidistante dos forames espinhosos (este e os outros pontos perpendiculares aos eixos das abcissas foram utilizados apenas para possibilitar o traçado dos eixos das ordenadas). 42- Ponto perpendicular ao eixo transcondilar (PERPETC) - Um ponto demarcado perpendicularmente ao eixo transcondilar, à frente do mento, eqüidistante dos pontos médios condilares. 43- Ponto médio do eixo transcondilar (PMETC) - Ponto médio entre os dois pontos condilares médios, no eixo transcondilar. 44- Ponto médio do eixo transpterigomaxilar (PMETPTM)- O ponto médio entre os dois pontos FPM (fissura pterigomaxilar, direita e esquerda), no eixo transpterigomaxilar. Materiais e Métodos 85 45- Ponto perpendicular ao eixo transpterigomaxilar (PERPETPTM) - Um ponto demarcado perpendicularmente ao eixo transpterigomaxilar, à frente do mento, eqüidistante dos pontos FPM. 46- Ponto médio do eixo transmolar (PMETM)- Ponto médio entre os dois pontos DPMI (distal do primeiro molar inferior direito e esquerdo), no eixo transmolar. 47- Ponto perpendicular ao eixo transmolar (PERPETM) - Um ponto demarcado perpendicularmente ao eixo transmolar, à frente do mento, eqüidistante dos pontos DPMID e DPMIE. 48- Centro da face vestibular do primeiro molar inferior direito (CVPMID). 49- Centro da face vestibular do primeiro molar inferior esquerdo (CVPMIE). 50- Borda mandibular direita (BMD) - Ponto onde a linha perpendicular à face vestibular do primeiro molar inferior direito intercepta a borda mandibular. 51- Borda mandibular esquerda (BME) - Ponto onde a linha perpendicular à face vestibular do primeiro molar inferior esquerdo intercepta a borda mandibular. 52- Ponto na distal do primeiro molar superior direito (PDMSD) - O ponto mais distal, alinhado com o sulco principal do primeiro molar superior direito. 53- Ponto na distal do primeiro molar superior esquerdo (PDMSE). O ponto mais distal, alinhado com o sulco principal do primeiro molar superior esquerdo. 54- Centro da face vestibular do primeiro molar superior direito (CVPMSD). 55- Centro da face vestibular do primeiro molar superior esquerdo (CVPMSE). Materiais e Métodos 86 56- Borda mandibular superior direita (BMSD) - Ponto onde a perpendicular à face vestibular do primeiro molar superior direito intercepta a borda mandibular. 57- Borda mandibular superior esquerda (BMSE). Ponto onde a perpendicular à face vestibular do primeiro molar superior esquerdo intercepta a borda mandibular. 58- Ponto médio do eixo transmolar superior (PMETMS)- Ponto médio entre os dois pontos nas distais dos primeiros molares superiores direito e esquerdo no eixo transmolar superior. 59- Ponto perpendicular ao eixo transmolar superior (PERPETMS) - Um ponto demarcado perpendicularmente ao eixo transmolar superior, à frente do mento, eqüidistante dos pontos DPMSD e DPMSE. 4.2.1.3 LINHAS (Figura 5): A- Eixo Transcondilar - ETC - (linha que passa pelos pontos PCMD e PCME, 5-6) B- Eixo Transespinhosos - ETE - (linha que passa pelos pontos FED e FEE, 17-18) C- Eixo Transpterigomaxilar - ETPTM - (linha que passa pelos pontos FPMD e FPME, 28-29) D- Eixo Transmolares inferiores - ETMI - (linha que passa pelos pontos DPMID e DPMIE, 11-12) E- Eixo Transmolares superiores - ETMS - (linha que passa pelos pontos DPMSD e DPMSE, 52-53) 87 Materiais e Métodos F- Eixo Intercondilar - EIC - (linha perpendicular ao eixo Transcondilar, passando pelo ponto médio do mesmo, 42-43) G- Eixo Interespinhosos - EIE - (linha perpendicular ao eixo Transespinhosos, passando pelo ponto médio do mesmo, 40-41) H- Eixo Interpterigomaxilar - EIPTM - (linha perpendicular ao eixo Transpterigomaxilar, passando pelo ponto médio do mesmo, 44-45) I- Eixo Intermolares inferiores - EIMI - (linha perpendicular ao eixo Transmolar inferior, passando pelo ponto médio do mesmo, 46-47) J- Eixo Intermolares superiores - EIMS - (linha perpendicular ao eixo Transmolar superior, passando pelo ponto médio do mesmo, 58-59) 4.2.1.4 GRANDEZAS CEFALOMÉTRICAS O método de RITUCCI; BURSTONE181 consiste em avaliar a assimetria das estruturas craniodentárias em relação aos diferentes sistemas de coordenadas. Neste estudo foram utilizados os sistemas preconizados por RITUCCI; BURSTONE181, com algumas modificações. Os sistemas de coordenadas utilizados foram o sistema de coordenadas mandibulares, do assoalho craniano, zigomaticomaxilar, dentários, e também as medidas angulares entre as abcissas dos sistemas de coordenadas e algumas variáveis adicionais. Nos sistemas de coordenadas (Figuras 6 a 12) foram estabelecidos dois eixos perpendiculares entre si, para a avaliação do posicionamento ânteroposterior e lateral das estruturas, em relação a esses eixos. Assim, no sistema de coordenadas mandibulares foi estabelecido o eixo transcondilar, passando pelo ponto médio condilar, para a avaliação da simetria do posicionamento ântero-posterior das estruturas mandibulares e o eixo intercondilar, perpendicular, a partir do ponto médio deste, para a avaliação da simetria do Materiais e Métodos posicionamento transversal dessas estruturas. 88 De maneira análoga, foram construídos os eixos transespinhosos e interespinhosos para o sistema de coordenadas do assoalho craniano, os eixos transpterigomaxilar e interpterigomaxilar para o sistema de coordenadas zigomaticomaxilares e o eixo intermolares superiores e inferiores para o sistema de coordenadas dentárias. Após a obtenção das grandezas para as variáveis dos lados direito e esquerdo, obteve-se a diferença entre elas. Todas essas variáveis estão discriminadas a seguir. As radiografias submentonianas e póstero-anteriores do grupo com oclusão normal foram sempre posicionadas com o lado direito do paciente coincidente com o lado esquerdo do observador, enquanto que as radiografias do grupo com má oclusão foram posicionadas de forma que o lado com Classe I estivesse sempre do lado esquerdo do observador. Isto foi realizado para que o programa de cefalometria calculasse as diferenças entre medidas bilaterais subtraindo sempre os valores do lado esquerdo, do caso em questão, dos valores do lado direito (nos casos de oclusão normal) e os valores do lado de Classe II, dos do lado da Classe I (nos casos de má oclusão). Os desvios de estruturas centrais, na radiografia submentoniana, foram calculados de forma que um valor positivo era atribuído se a estrutura estivesse localizada à direita (esquerda do observador) do eixo sagital e um valor negativo, se a estrutura estivesse à esquerda. Na radiografia póstero-anterior adotou-se o critério contrário, por motivos técnicos do programa de cefalometria. Utilizaram-se valores absolutos para as diferenças entre as medidas dos lados direito e esquerdo e para as distâncias horizontais aos planos de referência médios. Isto eliminou a possibilidade de valores de diferença positivos e negativos se cancelarem no cálculo das médias reais para cada grupo12. Entretanto, os valores reais para cada variável foram calculados para elucidar a direção do desvio esquelético ou dentário, quando este estava presente. Materiais e Métodos 89 O posicionamento das radiografias, da forma anteriormente mencionada, foi realizado para que as leituras dos valores reais, não fossem influenciadas, mas para o cálculo dos valores absolutos, ele poderia ser dispensado. 4.2.1.4.1 Sistema de coordenadas mandibulares 4.2.1.4.1.1 Ântero-posterior (Figura 6): 1- Gônio direito ao eixo transcondilar (GOD-ETC) 2- Gônio esquerdo ao eixo transcondilar (GOE-ETC) 3- Ponto do processo coronóide direito ao eixo transcondilar (PCD-ETC) 4- Ponto do processo coronóide esquerdo ao eixo transcondilar (PCE-ETC) 5- Ponto distal do primeiro molar inferior direito ao eixo transcondilar (PDMID-ETC) 6- Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo transcondilar (PDMIE-ETC) 7- Ponto distal do primeiro molar superior direito ao eixo transcondilar (PDMSD-ETC) 8- Ponto distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo transcondilar (PDMSE-ETC) 4.2.1.4.1.2 Transverso (Figura 7): 9- Gônio direito ao eixo intercondilar (GOD-EIC) 10- Gônio esquerdo ao eixo intercondilar (GOE-EIC) 11- Ponto do processo coronóide direito ao eixo intercondilar (PPCD-EIC) 12- Ponto do processo coronóide esquerdo ao eixo intercondilar (PPCE-EIC) Materiais e Métodos 13- 90 Ponto distal do primeiro molar inferior direito ao eixo intercondilar (PDMIDEIC) 14- Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo intercondilar (PDMIE-EIC) 15- Ponto distal do primeiro molar superior direito ao eixo intercondilar (PDMSD-EIC) 16- Ponto distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo intercondilar. (PDMSE-EIC) 17- Linha média mandibular ao eixo intercondilar (LMM-EIC) 18- Linha média dentária inferior ao eixo intercondilar (LMDI-EIC) 19- Linha média dentária superior ao eixo intercondilar (LMDI-EIC) 4.2.1.4.2 4.2.1.4.2.1 Sistema de coordenadas do assoalho craniano Ântero-posterior (Figura 8): 20- Ponto condilar médio direito ao eixo transespinhosos (PCMD-ETE). 21- Ponto condilar médio esquerdo ao eixo transespinhosos (PCME-ETE). 22- Gônio direito ao eixo transespinhosos (GOD-ETE). 23- Gônio esquerdo ao eixo transespinhosos (GOE-ETE). 24- Ponto no processo coronóide direito ao eixo transespinhosos (PPCD-ETE). 25- Ponto no processo coronóide esquerdo ao eixo transespinhosos (PPCEETE). 91 Materiais e Métodos 26- Ponto na distal do primeiro molar inferior direito ao eixo transespinhosos (PDMID-ETE). 27- Ponto na distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo transespinhosos (PDMIE-ETE). 28- Ponto na distal do primeiro molar superior direito ao eixo transespinhosos (PDMSD-ETE) 29- Ponto na distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo transespinhosos (PDMSE-ETE) 30- Abóboda craniana posterior direita ao eixo transespinhosos (ACPD-ETE) 31- Abóboda craniana posterior esquerda ao eixo transespinhosos (ACPE-ETE) 32- Fossa craniana média direita ao eixo transespinhosos (FCMD-ETE) 33- Fossa craniana média esquerda ao eixo transespinhosos (FCME-ETE) 4.2.1.4.2.2 Transverso (Figura 9): 34- Ponto condilar médio direito ao eixo interespinhosos (PCMD-EIE) 35- Ponto condilar médio esquerdo ao eixo interespinhosos (PCME-EIE) 36- Gônio direito ao eixo interespinhosos (GOD-EIE) 37- Gônio esquerdo ao eixo interespinhosos (GOE-EIE) 38- Ponto no processo coronóide direito ao eixo interespinhosos (PPCD-EIE) 39- Ponto no processo coronóide esquerdo ao eixo interespinhosos (PPCE-EIE) 40- Ponto distal do primeiro molar inferior direito ao eixo interespinhosos (PDMID-EIE) 41- Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo interespinhosos (PDMIE-EIE) Materiais e Métodos 42- 92 Ponto distal do primeiro molar superior direito ao eixo interespinhosos (PDMSD-EIE) 43- Ponto distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo interespinhosos (PDMSE-EIE) 44- Linha média mandibular ao eixo interespinhosos (LMM-EIE) 45- Linha média dentária inferior ao eixo interespinhosos (LMDI-EIE) 46- Linha média dentária superior ao eixo interespinhosos (LMDS-EIE) 47- Abóboda craniana posterior direita ao eixo interespinhosos (ACPD-EIE) 48- Abóboda craniana posterior esquerda ao eixo interespinhosos (ACPE-EIE) 49- Fossa craniana média direita ao eixo interespinhosos (FCMD-EIE) 50- Fossa craniana média esquerda ao eixo interespinhosos (FCME-EIE) 51- Básio ao eixo interespinhosos (Ba-EIE). 52- Opístion ao eixo interespinhosos (Op-EIE) 4.2.1.4.3 4.2.1.4.3.1 Sistema de coordenadas do complexo zigomaticomaxilar Ântero-posterior (Figura 10): 53- Buccale direito ao eixo transpterigomaxilar (BCD-ETPTM) 54- Buccale esquerdo ao eixo transpterigomaxilar (BCE-ETPTM) 55- Zygion direito ao eixo transpterigomaxilar (ZD-ETPTM) 56- Zygion esquerdo ao eixo transpterigomaxilar (ZE-ETPTM) 93 Materiais e Métodos 57- Abóboda craniana anterior direita ao eixo transpterigomaxilar (ACADETPTM) 58- Abóbada craniana anterior esquerda ao eixo transpterigomaxilar (ACAEETPTM) 59- Angulare direito ao eixo transpterigomaxilar (AD-ETPTM) 60- Angulare esquerdo ao eixo transpterigomaxilar (AE-ETPTM) 61- Ponto distal do primeiro molar inferior direito ao eixo transpterigomaxilar (PDMID-ETPTM) 62- Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo transpterigomaxilar (PDMIE-ETPTM) 63- Ponto distal do primeiro molar superior direito ao eixo transpterigomaxilar (PDMSD-ETPTM) 64- Ponto distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo transpterigomaxilar (PDMSE-ETPTM) 4.2.1.4.3.2 Transverso (Figura 11): 65- Buccale direito ao eixo interpterigomaxilar (BCD-EIPTM) 66- Buccale esquerdo ao eixo interpterigomaxilar (BCE-EIPTM) 67- Zygion direito ao eixo interpterigomaxilar (ZD-EIPTM) 68- Zygion esquerdo ao eixo interpterigomaxilar (ZE-EIPTM) 69- Abóboda craniana anterior direita ao eixo interpterigomaxilar (ACADEIPTM) 70- Abóboda craniana anterior esquerda ao eixo interpterigomaxilar (ACAEEIPTM) 94 Materiais e Métodos 71- Angulare direito ao eixo interpterigomaxilar (AD-EIPTM) 72- Angulare esquerdo ao eixo interpterigomaxilar (AE-EIPTM) 73- Ponto vômer anterior ao eixo interpterigomaxilar (PVA-EIPTM) 74- Ponto vômer posterior ao eixo interpterigomaxilar (PVP-EIPTM) 75- Ponto distal do primeiro molar inferior direito ao eixo interpterigomaxilar (PDMID-EIPTM) 76- Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo interpterigomaxilar (PDMIE-EIPTM) 77- Ponto distal do primeiro molar superior direito ao eixo interpterigomaxilar (PDMSD-EIPTM) 78- Ponto distal do primeiro molar superior esquerdo ao eixo interpterigomaxilar (PDMSE-EIPTM) 79- Linha média dentária superior ao eixo interpterigomaxilar (LMDS-EIPTM) 80- Linha média mandibular ao eixo interpterigomaxilar (LMM-EIPTM) 81- Linha média dentária inferior ao eixo interpterigomaxilar (LMDI-EIPTM) 4.2.1.4.4 4.2.1.4.4.1 82- Sistema de coordenadas dentárias (Figura 12): Ântero-posterior: Ponto na distal do primeiro molar inferior direito ao ponto condilar médio direito (PDMID-PCMD) 83- Ponto na distal do primeiro molar inferior esquerdo ao ponto condilar médio esquerdo (PDMIE-PCME) 95 Materiais e Métodos 84- Ponto na distal do primeiro molar superior direito ao ponto condilar médio direito (PDMSD-PCMD) 85- Ponto na distal do primeiro molar superior esquerdo ao ponto condilar médio esquerdo (PDMSE-PCME) 4.2.1.4.4.2 Transverso: 86- Linha média dentária inferior ao eixo intermolares (LMDI-EIM) 87- Linha média mandibular ao eixo intermolares (LMM-EIM) 88- Linha média dentária superior ao eixo intermolares (LMDS-EIM) 89- Linha média dentária inferior ao eixo intermolares superiores (LMDI-EIMS) 90- Linha média dentária superior ao eixo intermolares superiores (LMDSEIMS) 91- Linha média mandibular ao eixo intermolares superiores (LMM-EIMS) 4.2.1.4.5 Medidas angulares entre as abcissas dos sistemas de coordenadas (Figura 13): 92- Ângulo entre os eixos interespinhosos e intercondilar (EIE.EIC) 93- Ângulo entre o eixo transespinhosos e o eixo transcondilar (ETE.ETC) 94- Ângulo entre o eixo transpterigomaxilar e o eixo transcondilar (ETPTM.ETC) 95- Ângulo entre o eixo transpterigomaxilar e o eixo transespinhosos (ETPTM.ETE) Materiais e Métodos 96- 96 Ângulo entre o eixo transmolar inferior e o eixo transespinhosos (ETMETE) 97- Ângulo entre o eixo transmolar inferior e o eixo transcondilar (ETM-ETC) 98- Ângulo entre o eixo transmolar inferior e o eixo transpterigomaxilar (ETMIETPTM) 99- Ângulo entre o eixo transmolar superior e o eixo transespinhosos (ETMSETE) 100- Ângulo entre o eixo transmolar superior e o eixo transcondilar (ETMS-ETC) 101- Ângulo entre o eixo transmolar superior e o eixo transpterigomaxilar (ETMS-ETPTM) 4.2.1.4.6 Variáveis adicionais (Figura 14): 102- Distância do ponto condilar médio direito à linha média mandibular (PCMDLMM) 103- Distância do ponto condilar médio esquerdo à linha média mandibular (PCME-LMM) 104- Ponto condilar médio direito ao contorno médio da mandíbula direita (PCMD-CMMD) 105- Ponto condilar médio esquerdo ao contorno médio da mandíbula esquerda (PCME-CMME). 106- Posição lateral do primeiro molar inferior direito (POSMD) 107- Posição lateral do primeiro molar inferior esquerdo (POSME) Materiais e Métodos 108- Posição lateral do primeiro molar superior direito (POSMSD) 109- Posição lateral do primeiro molar superior esquerdo (POSMSE) 4.2.1.4.7 Diferenças entre medidas bilaterais 4.2.1.4.7.1 4.2.1.4.7.1.1 Coordenadas mandibulares Ântero-posterior 110- Diferença de GO ao ETC (1-2) 111- Diferença de PPC ao ETC (3-4) 112- Diferença de PDMI ao ETC (5-6) 113- Diferença PDMS ao ETC (7-8) 4.2.1.4.7.1.2 Transverso: 114- Diferença de GO ao EIC (9-10) 115- Diferença de PPC ao EIC (11-12) 116- Diferença de PDMI ao EIC (13-14) 117- Diferença PDMS ao EIC (15-16) 97 Materiais e Métodos 4.2.1.4.7.2 4.2.1.4.7.2.1 Coordenadas do assoalho craniano Ântero-posterior: 118- Diferença de PCM ao ETE (20-21) 119- Diferença de GO ao ETE (22-23) 120- Diferença de PPC ao ETE (24-25) 121- Diferença de PDMI ao ETE (26-27) 122- Diferença PDMS ao ETE (28-29) 123- Diferença de ACP ao ETE (30-31) 124- Diferença de FCM ao ETE (32-33) 4.2.1.4.7.2.2 Transverso: 125- Diferença de PCM ao EIE (34-35) 126- Diferença de GO ao EIE (36-37) 127- Diferença de PPC ao EIE (38-39) 128- Diferença de PDMI ao EIE (40-41) 129- Diferença PDMS ao EIE (42-43) 130- Diferença de ACP ao EIE (47-48) 98 Materiais e Métodos 131- Diferença de FCM ao EIE (49-50) 4.2.1.4.7.3 4.2.1.4.7.3.1 Complexo zigomaticomaxilar Ântero-posterior: 132- Diferença de BC ao ETPTM (53-54) 133- Diferença de PZ ao ETPTM (55-56) 134- Diferença de ACA ao ETPTM (57-58) 135- Diferença de A ao ETPTM (59-60) 136- Diferença de PDMI ao ETPTM (61-62) 137- Diferença de PDMS ao ETPTM (63-64) 4.2.1.4.7.3.2 Transverso: 138- Diferença de BC ao EIPTM (65-66) 139- Diferença de ZP ao EIPTM (67-68) 140- Diferença de ACA ao EIPTM (69-70) 141- Diferença de A ao EIPTM (71-72) 142- Diferença de PDMI ao EIPTM (75-76) 143- Diferença de PDMS ao EIPTM (77-78) 99 Materiais e Métodos 4.2.1.4.7.4 Dentárias 4.2.1.4.7.4.1 Ântero-posterior: 144- Diferença de PDMI ao PCM (82-83) 145- Diferença de PDMS ao PCM (84-85) 4.2.1.4.7.5 Adicionais: 146- Diferença entre PCM-LMM (102-103) 147- Diferença entre PCM-CMM (104-105) 148- Diferença de POSM (106-107) 149- Diferença de POSMS (108-109) 100 Materiais e Métodos FIGURA - 3 - Estruturas anatômicas da radiografia submentoniana 101 Materiais e Métodos FIGURA - 4 - Pontos da radiografia submentoniana 102 Materiais e Métodos FIGURA - 5 - Linhas da radiografia submentoniana 103 Materiais e Métodos FIGURA - 6 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas Mandibulares - Ântero-Posterior 104 Materiais e Métodos FIGURA - 7 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas Mandibulares - Transverso 105 Materiais e Métodos FIGURA - 8 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano - ÂnteroPosterior 106 Materiais e Métodos 107 FIGURA - 9 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano-Transverso Materiais e Métodos FIGURA - 10 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas do Complexo Zigomaticomaxilar Ântero-Posterior 108 Materiais e Métodos FIGURA - 11 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas do Complexo Zigomaticomaxilar Transverso 109 Materiais e Métodos FIGURA - 12 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Sistema de Coordenadas Dentárias-Ântero-posterior e Transverso 110 Materiais e Métodos FIGURA -13 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Medidas Angulares entre as abcissas dos Sistemas de Corrdenadas 111 Materiais e Métodos FIGURA - 14 - Grandezas cefalométricas da radiografia submentoniana Variáveis Adicionais 112 Materiais e Métodos 113 4.2.2 RADIOGRAFIAS PÓSTERO-ANTERIORES (PA) As radiografias póstero-anteriores foram obtidas utilizando-se a seguinte técnica: cada indivíduo foi posicionado no cefalostato, com a testa e o nariz tocando levemente o chassis80. O aparelho utilizado para essas radiografias foi o ROENTAX 10090f, com filme Kodak X-Omat K (não interfoliado) e tempo de exposição de 1s, a 90kVp e 25ma. A distância do ponto focal até às olivas metálicas foi padronizada em 152cm e a distância das olivas metálicas até o filme foi fixada em 16cm, o que fornecia um fator de magnificação de 8,91%. Durante a tomada das radiografias, os indivíduos mantiveram os dentes em máxima intercuspidação habitual. A delimitação das estruturas anatômicas, a demarcação dos pontos e linhas e a obtenção das grandezas cefalométricas foram realizadas nas radiografias, de acordo com GRUMMONS; VAN DE COPPELLO75. 4.2.2.1 ESTRUTURAS ANATÔMICAS (Figura 15): (Para as estruturas bilaterais os números referem-se às estruturas enumeradas e às suas homólogas, do lado oposto) 1- Órbitas 2- Contornos da cavidade nasal 3- Crista Galli 4- Arcos zigomáticos 5- Contorno mandibular de um côndilo a outro 6- Contornos maxilares direito e esquerdo 7- Aspecto laterais do osso frontal 8- Aspectos laterais dos ossos zigomáticos f EMIC (Eletro Medicina Indústria e Comércio Ltda. - R. Paulo Franco 195, São Paulo - SP - Brasil. Fone: 011 8321131) 114 Materiais e Métodos 9- Incisivos centrais superiores 10- Incisivos centrais inferiores 11- Primeiros molares superiores 12- Primeiros molares inferiores 4.2.2.2 1 PONTOS DE REFERÊNCIA (Figura 16): Ponto mais superior no contorno da margem da órbita direita, localizado à meia distância, entre as margens média e lateral. 2 Ponto localizado na borda lateral da órbita direita, na porção interna da sutura fronto-zigomática. 3 Ponto mais inferior do contorno da órbita direita, localizado aproximadamente à meia distância, entre as margens média e lateral. 4 Ponto mais medial do contorno da órbita direita, localizado aproximadamente à meia distância, entre as margens superior e inferior. 5 Ponto mais superior do contorno da órbita esquerda, localizado aproximadamente à meia distância, entre as margens média e lateral. 6 Ponto mais medial do contorno da órbita esquerda, localizado aproximadamente à meia distância, entre as margens superior e inferior. 7 Ponto mais inferior do contorno da órbita esquerda, localizado aproximadamente à meia distância, entre as margens medial e lateral. 8 Ponto localizado na borda lateral da órbita esquerda, na porção interna da sutura fronto-zigomática. Materiais e Métodos 9 10 115 Ponto mais superior do contorno do orifício nasal. Ponto mais lateral do contorno do orifício nasal, na região da abertura piriforme direita. 11 Ponto localizado na intersecção do septo nasal com o assoalho do nariz. 12 Ponto mais lateral do contorno do orifício nasal, na região da abertura piriforme esquerda. 13 Ponto de referência súpero-lateral direito: ponto localizado na porção lateral da sutura fronto-zigomática direita, ou na intersecção da asa maior direita do esfenóide e da margem orbitária. 14 Ponto na margem lateral do arco zigomático direito, centrado verticalmente. 15 Ponto localizado na profundidade da concavidade do contorno lateral do maxilar direito, na junção da maxila e do osso zigomático. 16 Ponto de referência súpero-lateral esquerdo: ponto localizado na porção lateral da sutura fronto-zigomática esquerda, ou na intersecção da asa maior esquerda do esfenóide e da margem orbitária. 17 Ponto na margem lateral do arco zigomático esquerdo, centrado verticalmente. 18 Ponto localizado na profundidade da concavidade do contorno lateral do maxilar esquerdo, na junção da maxila e do osso zigomático. Materiais e Métodos 19 116 Ponto localizado numa perpendicular à superfície oclusal do primeiro molar superior direito, através da cúspide vestibular, na altura da raiz vestibular (verticalmente). 20 Ponta de cúspide vestibular do primeiro molar superior direito. 21 Ápice radicular do incisivo central superior direito. 22 Ponto localizado no meio da borda incisal do incisivo central superior direito. 23 Ponto localizado apicalmente entre as raízes dos incisivos centrais superiores, a aproximadamente 2/3 do comprimento radicular. 24 Ápice radicular do incisivo central superior esquerdo. 25 Ponto localizado no meio da borda incisal do incisivo central superior esquerdo. 26 Ponto localizado numa perpendicular à superfície oclusal do primeiro molar superior esquerdo, através da cúspide vestibular, na altura da raiz vestibular. 27 Ponta de cúspide vestibular do primeiro molar superior esquerdo. 28 Ponta de cúspide vestibular do primeiro molar inferior direito. 29 Ponto localizado no ápice radicular, através de uma perpendicular traçada à superfície oclusal do primeiro molar inferior direito, a partir da cúspide vestibular. Materiais e Métodos 117 30 Ponto centrado na borda incisal do incisivo central inferior direito. 31 Ápice radicular do incisivo central inferior direito. 32 Ponto localizado apicalmente entre as raízes dos incisivos centrais inferiores, a aproximadamente 2/3 do comprimento da raiz. 33 Ponto centrado na borda incisal do incisivo central inferior esquerdo. 34 Ápice radicular do incisivo central inferior esquerdo. 35 Ponta de cúspide vestibular do primeiro molar inferior esquerdo. 36 Ponto localizado no ápice radicular do primeiro molar inferior esquerdo, através de uma perpendicular traçada na sua superfície oclusal, a partir da cúspide vestibular. 37 Ponto centrado na superfície superior da cabeça do côndilo direito. 38 Ponto localizado na borda lateral da cabeça do côndilo direito. 39 Ponto localizado na borda lateral do ramo mandibular direito, localizado aproximadamente à meia distância, entre a cabeça do côndilo e o ângulo goníaco. 40 Ponto localizado na junção da borda lateral do ramo mandibular direito com o início da convexidade do ângulo goníaco direito. 41 Ponto localizado no ângulo goníaco direito da mandíbula. 42 Ponto localizado na chanfradura antegoniana direita. Materiais e Métodos 43 118 Ponto localizado na superfície inferior do corpo mandibular direito, entre o ângulo goníaco e a sínfise. 44 Ponto localizado na superfície inferior do corpo mandibular direito, representando o limite lateral direito da concavidade da sínfise (se existir). 45 Ponto mentoniano: o ponto mais inferior na borda da mandíbula, na sínfise. 46 Ponto localizado na superfície inferior do corpo mandibular esquerdo, representado o limite lateral esquerdo da concavidade da sínfise (se existir). 47 Ponto na superfície inferior do corpo mandibular esquerdo, à meia distância entre o ângulo goníaco e a sínfise. 48 Ponto localizado na chanfradura antegoniana esquerda. 49 Ponto localizado no ângulo goníaco esquerdo da mandíbula. 50 Ponto localizado na junção da borda lateral do ramo mandibular esquerdo, com o início da convexidade do ângulo goníaco esquerdo. 51 Ponto na borda lateral do ramo mandibular esquerdo, aproximadamente à meia distância entre a cabeça do côndilo e o ângulo goníaco. 52 Ponto localizado na borda lateral da cabeça do côndilo esquerdo. 53 Ponto centrado na superfície superior da cabeça do côndilo esquerdo. 54 Ponto mais superior da crista Galli, idealmente no meio do osso. 119 Materiais e Métodos 55 56 Espinha nasal anterior. Ponto médio de intercuspidação das pontas de cúspides dos primeiros molares superior e inferior, do lado direito (construído) 57 Ponto médio de intercuspidação das pontas de cúspides dos primeiros molares superior e inferior, do lado esquerdo (construído). 58 Ponto médio entre os incisivos superiores (construído). 59 Ponto médio entre os incisivos inferiores (construído). 4.2.2.3 LINHAS E PLANOS (Figura 17): A- Plano Z (linha) - formado pela conexão dos pontos 2 e 8. B- Linha-X79 - linha perpendicular ao plano Z, passando por Crista galli C- Plano oclusal - plano formado entre os pontos médios de intercuspidação das pontas de cúspides dos primeiros molares superior e inferior, de cada lado, respectivamente (pontos 56 e 57, construídos) D- Plano antegoniano - plano formado entre os pontos 42 e 48 (chanfradura antegoniana). E- Linha do ramo mandibular direito (formada pelos pontos 37 e 42) F- Linha do ramo mandibular esquerdo (formada pelos pontos 53 e 48) G- Linha do corpo mandibular direito (formada pelos pontos 42 e 45) 120 Materiais e Métodos H- Linha do corpo mandibular esquerdo (formada pelos pontos 45 e 48) 4.2.2.4 GRANDEZAS CEFALOMÉTRICAS (Figuras. 18 e 19): Para a obtenção das medidas lineares bilaterais ou das estruturas não pareadas, a medição foi realizada da estrutura em questão até à linha de referência vertical média (Linha-X), paralelamente ao Plano Z. 1- Ângulo do plano Z (ÂPLANOZ) - Ângulo entre o plano Z (8 e 2) e a linha Cg (Crista galli)-ENA (54 e 55) (Figura 18) 2- Ângulo do plano oclusal (ÂPLOCLUSAL) - Ângulo entre o plano oclusal (pontos nºs 56 e 57, construídos) e a linha Cg (Crista galli)-ENA (54 e 55) (Figura 18) 3- Ângulo do plano antegoniano (ÂPLANTEG)- Ângulo entre o plano antegoniano (48 e 42) e a linha Cg (Crista galli)-ENA (54 e 55) (Figura 18) 4- Desvio da espinha nasal anterior (DESVENA) - Distância (ponto-linha) entre a espinha nasal anterior (55) e a Linha-X (Figura 19) 5- Desvio mandibular (DESMAND)- Distância (ponto-linha) entre o mentoniano (45) e a Linha-X (Figura 19) 6- Desvio da linha média superior (A1) - Distância (ponto-linha) entre a linha média dos incisivos superiores (58) e a Linha-X (Figura 19) 7- Desvio da linha média inferior (B1) - Distância (ponto-linha) entre a linha média dos incisivos inferiores (59) e a Linha-X (Figura 19) Materiais e Métodos 8- 121 Ângulo antegoniano direito (ÂANTD)- Ângulo entre o ramo mandibular (42 e 37) e o corpo mandibular direito (42 e 45) (Figura 18) 9- Ângulo antegoniano esquerdo (ÂANTE)- Ângulo entre o ramo mandibular (48 e 53) e o corpo mandibular esquerdo (48 e 45) (Figura 18) 10- Distância Z direita (DISTZD)- Distância horizontal entre a sutura Frontozigomática (ponto Z) direita (2) e a Linha-X.(Figura 19) 11- Distância Z esquerda (DISTZE)- Distância horizontal entre a sutura Frontozigomática (ponto Z) esquerda (8) e a Linha-X.(Figura 19) 12- Distância CO direita (DISTCOD)- Distância horizontal entre o condílio direito (37) e a Linha-X.(Figura 19) 13- Distância CO esquerda (DISTCOE)- Distância horizontal entre o condílio esquerdo (53) e a Linha-X.(Figura 19) 14- Distância ZA direita (DISTZAD) - Distância horizontal entre o zygoma direito (14) e a Linha-X.(Figura 19) 15- Distância ZA esquerda (DISTZAE) - Distância horizontal entre o zygoma esquerdo (17) e a Linha-X.(Figura 19) 16- Distância NC direita (DISTNCD) - Distância horizontal entre a parede lateral da abertura piriforme direita (10) e a Linha-X (Figura 19). 17- Distância NC esquerda (DISTNCE) - Distância horizontal entre a parede lateral da abertura piriforme esquerda (12) e a Linha-X (Figura 19). Materiais e Métodos 18- 122 Distância J direita (DISTJD) - Distância horizontal entre o processo jugal direito da maxila (15) e a Linha-X (Figura 19). 19- Distância J esquerda (DISTJE) - Distância horizontal entre o processo jugal esquerdo da maxila (18) e a Linha-X (Figura 19). 20- Distância AG direita (DISTAGD) - Distância horizontal entre a chanfradura antegoniana direita (42) e a Linha-X (Figura 19). 21- Distância AG esquerda (DISTAGE) - Distância horizontal entre a chanfradura antegoniana esquerda (48) e a Linha-X (Figura 19). 22- Altura do primeiro molar superior direito (ALT6D)- Distância vertical entre o processo jugal direito (15) e a ponta de cúspide vestibular do primeiro molar superior direito (20) (Figura 19) 23- Altura do primeiro molar superior esquerdo (ALT6E)- Distância vertical entre o processo jugal esquerdo (18) e a ponta de cúspide vestibular do primeiro molar superior esquerdo (20) (Figura 19) 24- Distância CO-AG Direita (CO-AGD) - Tamanho do ramo mandibular direito, do condílio (37) até à chanfradura antegoniana (42).(Figura 19) 25- Distância CO-AG Esquerda (CO-AGE) - Tamanho do ramo mandibular esquerdo, do condílio (53) até à chanfradura antegoniana (48).(Figura 19) 26- Distância CO-ME Direita (CO-MED) - Tamanho do lado direito da mandíbula, do condílio (37) até o mentoniano (45) (Figura 19) 27- Distância CO-ME Esquerda (CO-MEE) - Tamanho do lado esquerdo da mandíbula, do condílio (53) até o mentoniano (45) (Figura 19) Materiais e Métodos 28- 123 Distância ME-AG Direita (ME-AGD) - Tamanho do corpo mandibular direito, da chanfradura antegoniana (42) até o mentoniano (45) (Figura 19) 29- Distância ME-AG Esquerda (ME-AGE) - Tamanho do corpo mandibular esquerdo, da chanfradura antegoniana (48) até o mentoniano (45) (Figura 19) 4.2.2.4.1 Diferenças entre medidas bilaterais 30- Diferença ângulo antegoniano - ÂANT - (7-8) 31- Diferença distância Z - DISTZ - (9-10) 32- Diferença distância CO - DISTCO - (11-12) 33- Diferença distância ZA - DISTZA - (13-14) 34- Diferença distância NC - DISTNC - (15-16) 35- Diferença distância J - DISTJ - (17-18) 36- Diferença distância AG - DISTAG - (19-20) 37- Diferença altura do primeiro molar superior A6 - ALT6 - (21-22) 38- Diferença distância CO-AG - CO-AG - (23-24) 39- Diferença distância CO-ME - CO-ME - (25-26) 40- Diferença distância ME-AG - ME-AG- (27-28) Materiais e Métodos FIGURA - 15 - Estruturas anatômicas da radiografia póstero-anterior 124 Materiais e Métodos FIGURA - 16 - Pontos da radiografia póstero-anterior 125 Materiais e Métodos FIGURA - 17 - Linhas e planos da radiografia póstero-anterior 126 Materiais e Métodos FIGURA - 18 - Grandezas angulares da radiografia póstero-anterior 127 Materiais e Métodos FIGURA - 19 - Grandezas lineares da radiografia póstero-anterior 128 Materiais e Métodos 129 4.2.3 RADIOGRAFIAS OBLÍQUAS CORRIGIDAS Utilizando-se radiografias submentonianas foi possível medir o ângulo de incidência dos raios X, para a projeção paralela de cada lado da mandíbula, na cabeça de cada indivíduo. Com o auxílio da radiografia submentoniana, calculou-se a rotação necessária do cefalostato, para que o lado de interesse da mandíbula ficasse paralelo ao filme. Na radiografia submentoniana, traçou-se o eixo sagital, perpendicular ao eixo interporiônico, passando pela maior sobreposição dos pontos médios dos forames oval e espinhoso, pelo básio e opístio, perpendiculares à uma linha conectando o ponto médio das olivas metálicas, que é o eixo interporiônico (Figura 20). Uma outra linha C foi traçada do ponto médio de cada côndilo até à sínfise. Traçaram-se as linhas x e z, uma de cada lado, perpendiculares à linha C, até à intersecção do plano sagital médio com a linha interporiônica. Os ângulos 3 e 4, formados pelas linhas A e x, e A e z determinaram, respectivamente, a rotação necessária no cefalostato, para que o correspondente corpo mandibular ficasse paralelo ao filme, na tomada da radiografia oblíqua corrigida (Figura 20, ângulos nºs 3 e 4 e Figura 21). A radiografia oblíqua corrigida foi obtida utilizando-se a seguinte técnica: cada indivíduo foi posicionado no cefalostato, com o plano de Frankfurt paralelo ao solo15,85 e o cefalostato foi rotado de acordo com o ângulo obtido na radiografia submentoniana, para projetar os lados direito e esquerdo da mandíbula, paralelamente ao filme138. O aparelho utilizado para essa radiografia foi o ROENTAX 10090g, com filme Kodak X-Omat K (não interfoliado) e com tempo de exposição de 1s, a 90kVp e 25ma. A distância do ponto focal até às olivas metálicas foi padronizada em 152cm e a distância das olivas metálicas até o filme foi fixada em 16cm, o que forneceu um fator de magnificação de 8,91%. Durante a tomada da radiografia, os indivíduos deveriam manter os dentes em máxima intercuspidação habitual. g EMIC (Eletro Medicina Indústria e Comércio Ltda. - R. Paulo Franco 195, São Paulo - SP - Brasil. Fone: 011 8321131) Materiais e Métodos 130 A delimitação das estruturas anatômicas, a demarcação dos pontos e linhas e a obtenção das grandezas cefalométricas foram realizadas nas radiografias da mandíbula, dos lados direito e esquerdo, de acordo com BARBER; PRUZANSKY; KINDELSPERGER15, WOODSIDE244, WOODSIDE; HARVOLD249 e MELNIK133, com algumas modificações de interesse para o estudo. Seguem abaixo a descrição e a numeração referentes a apenas um lado. Para o outro lado, a descrição é a mesma, seguindo-se a numeração subseqüente, respectivamente. 4.2.3.1 ESTRUTURAS ANATÔMICAS (Figura 22): 1- Contorno anterior da sínfise 2- Borda inferior do corpo mandibular 3- Ramo ascendente 4- Côndilo 5- Processo coronóide 6- Altura do osso alveolar 7- Primeiro molar superior 8- Primeiro molar inferior 9- Segundo molar inferior 10- Contorno da maxila 11- Segundo pré-molar inferior 4.2.3.2 1- PONTOS DE REFERÊNCIA (Figura 23). C - Sínfise - ponto mais inferior da porção anterior do corpo mandibular, referido aqui como Sínfise. 2- D - Ponto Gônio - ponto na porção mais posterior do corpo da mandíbula, próximo ao gônio. Materiais e Métodos 3- 131 CO - condílio - ponto situado na porção mais posterior e superior da cabeça do côndilo 4- A - ponto localizado na porção anterior da linha C-D, resultante da projeção perpendicular da porção anterior da sínfise na linha C-D. 5- H - ponto de contato superior de uma tangente ao ramo mandibular 6- S - ponto de contato inferior de uma tangente ao ramo mandibular 7- B- ponto de intersecção entre a tangente ao corpo mandibular (C-D) e a tangente ao ramo mandibular (HS) 8- M2 - borda oclusal do segundo molar inferior (cúspide disto-vestibular) 9- MESM - ponto na porção mais anterior da coroa do primeiro molar inferior 10- POG - pogônio - ponto determinado, onde a perpendicular à linha AB toca a porção anterior da sínfise 11- MESMS - ponto na porção mais anterior da coroa do primeiro molar superior 12- AntRam - intersecção entre LO (linha oclusal, que passa pela ponta da cúspide do segundo pré-molar inferior e a cúspide distal do segundo molar inferior) e a borda anterior do ramo. 13- POSRAM - intersecção entre LO (linha oclusal, que passa pela ponta da cúspide do segundo pré-molar inferior e a cúspide distal do segundo molar inferior) e a borda posterior do ramo. Materiais e Métodos 14- 132 Sínfise real (SIN)247 - ponto demarcado exatamente na porção mais inferior da sínfise mandibular. 4.2.3.3 15 LINHAS (Figura 23): - Linha CD - linha que passa pelos pontos C e D e representa a borda inferior do corpo da mandíbula. 16 - Linha HS - linha que passa pelos pontos H e S e representa a borda posterior do ramo mandibular. 17 - Linha A - linha perpendicular à linha da borda inferior do corpo da mandíbula, tangente à porção mais anterior da sínfise mandibular. 4.2.3.4 4.2.3.4.1 GRANDEZAS CEFALOMÉTRICAS (Figura 24): Determinação do tamanho real da mandíbula: Descrição do método de METAXAS138: Com o intuito de se utilizar o tamanho real da mandíbula para as comparações de magnitude entre os lados mandibulares direito e esquerdo (medidos de condílio, CO, até à sínfise mandibular, SIN), decidiu-se, para esse cálculo, pelo método proposto por METAXAS138, que vem descrito a seguir: Na radiografia submentoniana deve-se medir as distâncias reais do eixo de simetria ao corpo de cada lado da mandíbula, pois são importantes na avaliação final de seu tamanho real. Primeiramente, deve-se ajustar as medidas de t1 e t2 (Figura 20), de acordo com o fator de magnificação (FM): Materiais e Métodos 133 t1 real = t1 - t1 (FM) t2 real = t2 - t2 (FM) Nesta altura, pode-se calcular o x e o z reais pela seguinte fórmula: x real = t1 real x seno 1 z real = t2 real x seno 2 Nas radiografias oblíquas corrigidas mede-se os comprimentos mandibulares esquerdo e direito (medidos do condílio, CO, até à sínfise mandibular, SIN) e se ajustam essas medidas de acordo com o fator de magnificação: Comprimento mandibular direito medido = CMDM Comprimento mandibular esquerdo medido = CMEM Comprimento mandibular real = PfO (ponto focal-objeto) Comprimento mandibular medido = PfI (ponto focal-imagem) Comprimento mandibular real direito = (PfO + x real) CMDM PfI Comprimento mandibular real esquerdo = (PfO + z real) CMEM PfI Materiais e Métodos 134 1- MESM-CO - medida da mesial do primeiro molar inferior até o condílio 2- MESM-POSR - medida da mesial do primeiro molar inferior até o ponto POSRAM 3- MESM-POG - medida da mesial do primeiro molar inferior até o ponto POG 4- MESM-APOG - medida perpendicular da mesial do primeiro molar inferior até à linha APOG 5- MESMS-CO - medida da mesial do primeiro molar superior até o condílio 6- MESMS-POSR - medida da mesial do primeiro molar superior até o ponto POSRAM 7- MESMS-POG - medida da mesial do primeiro molar superior até o ponto POG 8- MESMS-APOG - medida perpendicular da mesial do primeiro molar superior até à linha APOG 9- COMPMD - comprimento mandibular do ponto POG até o ponto condílio. 10- CCORPO - comprimento do corpo mandibular, do ponto B até o ponto POG. 11- CRAMO - comprimento do ramo mandibular, do ponto B até o condílio. 12- LARGRAM - largura do ramo mandibular, do ponto AntRam até o POSRAM. Materiais e Métodos 135 13- ANGGON - ângulo goníaco, formado entre as linhas HS e CD 14- COMPMD2 - comprimento mandibular, do ponto SIN até o ponto condílio. 15- CCORPO2 - comprimento do corpo mandibular, do ponto B até o ponto SIN. 16- Comprimento mandibular real (CMMR) - (Calculado com o método de Metaxas) 4.2.3.4.2 Diferenças entre medidas bilaterais 17- Diferença entre MESM-CO 18- Diferença entre MESM-POSRAM 19- Diferença entre MESM-POG 20- Diferença entre MESM-APOG 21- Diferença entre MESMS-CO 22- Diferença entre MESMS-POSRAM 23- Diferença entre MESMS-POG 24- Diferença entre MESMS-APOG 25- Diferença entre COMPMD 26- Diferença entre CCORPO Materiais e Métodos 136 27- Diferença entre CRAMO 28- Diferença entre LARGRAM 29- Diferença entre ANGGON 30- Diferença entre COMPMD2 31- Diferença entre CCORPO2 32- Diferença entre os comprimentos mandibulares reais (Calculada pelo método de Metaxas) Materiais e Métodos 137 FIGURA - 20 a- Forame Oval b- Forame Espinhoso t1- Hipotenusa do triângulo direito t2- Hipotenusa do triângulo esquerdo 1- Ângulo utilizado para o cálculo da distância x real 2- Ângulo utilizado para o cálculo da distância z real 3- Ângulo que determina a rotação do cefalostato para a radiografia oblíqua do lado direito do paciente 4- Ângulo que determina a rotação do cefalostato para a radiografia oblíqua do lado esquerdo do paciente Materiais e Métodos 138 FIGURA - 21 - Em A, B e C estão representadas as rotações no cefalostato para a obtenção das radiografias oblíquas a 45º. Em D, E e F estão representadas as rotações no cefalostato para a obtenção das radiografias oblíquas corrigidas. Materiais e Métodos FIGURA - 22 - Estruturas anatômicas da radiografia oblíqua corrigida FIGURA - 23 - Pontos e linhas de referência da radiografia oblíqua 139 Materiais e Métodos FIGURA - 24 - Grandezas Cefalométricas da radiografia oblíqua corrigida 140 141 Materiais e Métodos 4.2.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA 4.2.4.1 Erro do Método Para se efetuar o erro do método, foram retraçadas, redigitalizadas e medidas novamente as radiografias de 6 indivíduos, selecionados aleatoriamente, após um mês do final de todos os traçados, num total de 24 radiografias. A estimativa da ordem de grandeza dos erros casuais foi avaliada pela aplicação da fórmula de DAHLBERG50 (Se2 = somatória d2/2n) e a dos erros sistemáticos pela aplicação do teste t, para variáveis dependentes18,19,71,94,178. 4.2.4.2 Testes Estatísticos Utilizados237 Com o objetivo de comparar os dois grupos quanto às diferenças entre os dois lados, nas quatro radiografias, foi utilizado o teste t para variáveis independentes. Para a utilização do teste “t”, torna-se necessária a distribuição normal das variáveis, que foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, para cada uma das variáveis. Os resultados foram considerados estatisticamente significantes para p<0,05. Por ser possível que uma variedade de fatores, atuando ao mesmo tempo possa influenciar a manifestação de uma Classe II, subdivisão, ou de uma oclusão normal, utilizou-se Regressão Logística de Multivariáveis. também a Análise de Com uma variável dependente dicotômica, a regressão logística tem a vantagem de permitir a avaliação da significância, magnitude e direção das variáveis predicantes, quando os efeitos de outras variáveis predicantes são controlados ou mantidos constantes. Mesmo quando o modelo completo proposto não apresentar um poder explanatório alto, a regressão logística de multivariáveis permite que o efeito independente de um menor número de variáveis, potencialmente favoráveis, seja subseqüentemente analisado. O modelo final foi baseado no critério de seleção regressivo. Materiais e Métodos 142 Essas análises foram realizadas com o programa Statisticah, em um computador 586 Pentium. h Statistica for Windows - Release 4.3 B. Copyright StatSoft, Inc. 1993 142 Resultados Resultados 5 143 RESULTADOS Os resultados estão apresentados nas tabelas seguintes. Primeiramente, estão dispostas as tabelas com as médias reais para cada variável, em seguida os resultados da avaliação dos erros casuais e sistemáticos, depois os resultados do teste t independente e finalmente os resultados da análise de regressão logística. No Apêndice encontram-se as características dos indivíduos de ambos os grupos, os valores individuais para cada variável e os valores do 2º traçado para a estimativa do erros casuais e sistemáticos, nas Tabelas de números A-1 a A-20. Os resultados do teste de Kolmogorov-Smirnov não foram estatisticamente significantes para todas as variáveis, demonstrando, portanto, que houve uma distribuição normal e o teste t pôde ser aplicado. TABELAS de 1 a 6 - Médias reais e desvios-padrão das variáveis. TABELA 1 - Radiografia submentoniana - Sistema de Coordenadas Mandibulares Ântero-posterior Médias reais e desvios-padrão das variáveis Oclusão Oclusão Classe II, sub Classe II, sub. normal Normal Média D. P. Média D. P. GO-ETC -0,10 1,73 0,46 1,60 PPC-ETC -0,30 1,56 0,15 1,92 PDMI-ETC 0,05 1,17 2,59 1,61 PDMS-ETC 0,02 1,22 -0,97 1,47 Sistema de Coordenadas Mandibulares Transversal GO-EIC 0,52 2,28 0,13 3,50 PPC-EIC -0,37 3,17 0,28 2,74 PDMI-EIC 0,07 3,62 -1,03 4,58 PDMS-EIC 0,36 3,28 0,72 4,06 LMM-EIC -0,10 2,43 -1,16 3,66 LMDI-EIC 0,23 2,13 -1,32 2,60 LMDS-EIC 0,23 1,92 0,75 2,52 TABELA 2 - Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano Ântero-posterior Médias reais e desvios-padrão das variáveis Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe II, sub. Classe II, sub. Normal Normal PCM-ETE -1,07 1,75 -0,58 2,00 GO-ETE 0,94 1,96 1,04 2,14 PPC-ETE 0,68 2,02 0,70 2,45 PDMI-ETE 0,60 1,20 2,89 1,57 PDMS-ETE 0,60 1,23 -0,67 1,49 ACP-ETE 0,07 1,10 0,49 2,79 FCM-ETE 1,09 1,96 -0,07 3,18 Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano Transversal PCM-EIE 0,19 1,17 0,09 1,86 GO-EIE 0,37 2,20 -0,15 3,43 PPC-EIE -1,12 3,19 -0,25 3,32 PDMI-EIE -0,96 3,99 -1,71 4,71 PDMS-EIE -0,64 3,56 0,03 4,34 LMM-EIE -0,91 2,71 -1,64 3,91 LMDI-EIE -0,55 2,49 -1,80 2,79 LMDS-EIE -0,58 2,30 0,24 2,88 ACP-EIE -0,84 3,08 -0,85 3,51 FCM-EIE -2,94 4,19 1,81 4,61 BA-EIE 0,66 1,69 -0,68 2,41 OP-EIE 0,88 1,83 -1,09 2,72 Resultados 144 TABELA 3 - Radiografia submentoniana - Sistema de Coordenadas Zigomaticomaxilares: Ântero-posterior Médias reais e desvios-padrão das variáveis Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe II, sub. Classe II, sub. Normal Normal BC-ETPTM -0,24 2,88 0,04 3,15 Z-ETPTM -0,38 2,17 0,78 3,62 ACA-ETPTM -0,39 1,96 0,79 3,34 A-ETPTM 0,27 2,97 0,63 2,92 PDMI-ETPTM 0,21 1,58 2,98 2,19 PDMS-ETPTM 0,19 1,53 -0,57 1,57 Sistema De Coordenadas Zigomaticomaxilares: Transversal BC_EIPTM -1,15 2,86 0,96 2,51 Z_EIPTM 0,40 2,40 1,17 4,06 ACA_EIPTM -1,60 4,37 1,20 6,39 A_EIPTM -1,02 3,29 0,58 2,93 VA_EIPTM -0,32 1,27 0,47 1,03 VP_EIPTM 0,04 0,86 0,28 0,87 PDMI-EIPTM 0,92 3,58 -1,28 3,65 PDMS-EIPTM 1,19 3,26 0,43 3,14 LMDS-EIPTM 0,68 2,52 0,31 2,13 LMM-EIPTM 0,33 2,73 -1,53 2,99 LMDI-EIPTM 0,69 2,53 -1,71 2,22 TABELA 4 - Radiografia submentoniana - Sistema de Coordenadas Dentárias: Ântero-posterior Médias reais e desvios-padrão das variáveis Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe II, sub. Classe II, sub. Normal Normal PDMI-PCM 0,29 2,01 3,05 2,57 PDMS-PCM 0,14 1,84 -0,90 2,44 Sistema De Coordenadas Dentárias: Transversal LMDI-EIMI 0,24 0,79 1,04 1,00 LMM-EIMI -0,11 1,12 1,19 2,14 LMDS-EIMI 0,25 0,85 3,43 1,40 LMDI-EIMS 0,04 0,82 -2,28 1,18 LMDS-EIMS 0,05 0,73 -0,30 1,18 LMM-EIMS -0,33 1,12 -2,10 2,01 Medidas Angulares: EIE-EIC 0,45 0,93 0,23 1,06 ETE-ETC 0,57 0,91 0,33 1,10 ETPTM-ETC 0,18 1,49 0,41 1,52 ETPTM-ETE -0,40 1,75 0,07 1,45 ETMI_ETE -0,61 1,26 -3,03 1,66 ETMI-ETC -0,04 1,24 -2,69 1,62 ETMI-ETPTM -0,23 1,73 -3,09 2,20 ETMS_ETE -0,60 1,27 0,70 1,55 ETMS-ETC -0,02 1,27 1,02 1,56 ETMS-ETPTM -0,19 1,61 0,63 1,61 Variáveis Adicionais: PCM-LMM 0,52 2,30 1,65 4,06 PCM-CMM 0,97 2,54 1,92 3,11 POSM 0,18 1,82 -0,83 1,96 POSMS 0,09 2,08 0,00 2,51 145 Resultados TABELA 5 - Radiografia Póstero-Anterior Médias reais e desvios-padrão das variáveis Média D. P. Média Oclusão Oclusão Classe II, sub. Normal Normal ÂPLANO Z 89,90 1,27 89,69 ÂPLOCLUSAL 89,34 1,74 89,84 ÂPLANTEG 88,63 1,51 88,47 DESVENA -0,18 1,58 -0,32 DESMAND 0,78 3,10 2,00 A1 -0,08 1,69 -0,35 B1 -0,14 1,87 1,63 ÂANT -0,51 2,82 -3,05 DISTZ -0,11 2,18 -0,01 DISTCO 0,12 4,05 -0,07 DISTZA 0,34 3,49 -0,19 DISTNC 0,84 2,88 0,94 DISTJ 0,41 2,98 0,57 DISTAG -1,49 5,15 -0,86 ALT6 0,45 1,68 -1,30 CO-AG 2,48 2,36 2,01 CO-ME 1,11 2,98 1,61 ME-AG -1,09 2,80 1,12 TABELA 6 - Radiografia Oblíqua Médias reais e desvios-padrão das variáveis Média D. P. Média Oclusão Oclusão Classe II, sub. Normal Normal MESM-CO 1,06 2,34 1,76 MESM-POSR 0,14 1,42 1,65 MESM-POG 0,19 1,59 -0,32 MESM-APOG 0,61 2,42 -0,59 MESMS-CO 0,81 2,27 -1,44 MESMS-PR -0,02 1,46 -1,89 MESMS-POG 0,38 1,55 2,27 MESMS-APG 0,69 2,84 2,97 COMPMD 1,66 3,01 1,30 CCORPO 0,96 2,47 0,55 CRAMO 1,38 2,26 1,13 LARGRAM -0,26 1,61 0,25 ANGGON -0,39 2,44 -0,58 COMPMD2 2,18 2,88 1,33 CCORPO2 1,32 2,79 0,50 CMMR 1,90 2,69 1,24 D. P. Classe II, sub. 1,94 2,14 2,48 2,25 3,30 2,49 2,54 2,56 2,71 4,39 4,58 3,82 4,23 5,29 1,92 3,77 2,97 3,49 D. P. Classe II, sub. 2,23 2,32 1,53 2,11 1,74 2,27 1,62 2,68 2,48 2,42 2,78 2,10 3,07 2,86 2,83 2,65 146 Resultados As TABELAS de 7 a 12 demonstram os resultados dos erros casuais (Dahlberg) e do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações do teste intra-examinador. Houve apenas diferenças estatisticamente significantes, para o teste t, para quatro variáveis, ao nível de p<0,05. TABELA 7 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Sistema de Coordenadas Mandibulares: Ântero-posterior Dahlberg Diferença D. P. p Diferença GO-ETC 0,27 -0,48 1,23 0,380677 PPC-ETC 0,57 -0,60 0,66 0,079516 PDMI-ETC 0,33 0,46 0,89 0,258049 PDMS-ETC 0,29 0,10 0,74 0,754998 Sistema De Coordenadas Mandibulares: Transversal GO-EIC 0,84 0,53 2,63 0,641147 PPC-EIC 1,03 0,33 1,66 0,644995 PDMI-EIC 0,44 0,93 2,31 0,367875 PDMS-EIC 0,40 1,01 1,36 0,126592 LMM-EIC 0,52 0,88 1,54 0,219169 LMDI-EIC 0,28 0,58 1,38 0,348079 LMDS-EIC 0,30 -0,21 0,64 0,450929 TABELA 8 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano: Ântero-posterior Dahlberg Diferença D. P. p Diferença PCM-ETE 0,46 -0,15 1,16 0,765687 GO-ETE 0,48 -0,31 1,72 0,671267 PPC-ETE 0,60 -0,95 0,64 0,015626 PDMI-ETE 0,38 0,20 1,04 0,658362 PDMS-ETE 0,51 0,11 1,01 0,789908 ACP-ETE 0,04 -0,16 0,55 0,496771 FCM-ETE 0,73 -0,46 1,50 0,480467 Sistema De Coordenadas Do Assoalho Craniano: Transversal PCM-EIE 0,33 0,38 0,70 0,242277 GO-EIE 0,44 0,70 1,70 0,361115 PPC-EIE 0,53 0,36 1,34 0,533172 PDMI-EIE 0,62 0,10 1,79 0,896939 PDMS-EIE 0,53 -0,43 0,84 0,265917 LMM-EIE 0,62 -0,01 1,38 0,977668 LMDI-EIE 0,51 -0,01 1,02 0,969757 LMDS-EIE 0,55 -0,50 0,92 0,243826 ACP-EIE 1,08 -0,61 1,61 0,393358 FCM-EIE 1,21 -0,08 2,26 0,931553 BA-EIE 0,19 -0,15 0,99 0,726653 OP-EIE 0,44 0,08 1,01 0,848499 Resultados 147 TABELA 9 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Sistema de Coordenadas Zigomaticomaxilares: Ântero-posterior Dahlberg Diferença D. P. Dif. p BC-ETPTM 0,46 -0,00 1,37 1,000000 Z-ETPTM 2,15 2,83 3,63 0,114847 ACA-ETPTM 1,98 2,63 3,74 0,145817 A-ETPTM 0,23 -0,06 0,82 0,851536 PDMI-ETPTM 0,42 -0,15 1,01 0,732740 PDMS-ETPTM 0,18 0,00 0,95 1,000000 Sistema De Coordenadas Zigomaticomaxilares: Transversal BC-EIPTM 0,64 0,85 1,48 0,220695 Z-EIPTM 1,20 -0,90 1,74 0,260998 ACA-EIPTM 0,24 -0,96 1,51 0,178787 A-EIPTM 1,37 -0,31 2,90 0,799968 VA-EIPTM 0,17 0,45 0,35 0,027066 VP-EIPTM 0,21 0,20 0,60 0,453700 PDMI-EIPTM 1,68 -1,50 2,18 0,152984 PDMS-EIPTM 1,67 -1,26 2,28 0,232629 LMDS-EIPTM 1,68 -0,83 2,58 0,465275 LMM-EIPTM 1,82 -1,31 2,45 0,246622 LMDI-EIPTM 1,62 -1,40 2,12 0,167200 TABELA 10 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Sistema de Coordenadas Dentárias: Ântero-posterior Dahlberg Diferença D. P. Dif. p PDMI-PCM 0,49 1,13 1,94 0,212005 PDMS-PCM 0,26 0,11 0,49 0,589215 Sistema De Coordenadas Dentárias: Transversal LMDI-EIMI 0,36 -0,43 0,61 0,146839 LMM-EIMI 0,77 -0,31 1,34 0,589191 LMDS-EIMI 0,36 -0,21 0,74 0,507587 LMDI-EIMS 0,21 0,11 0,64 0,676824 LMDS-EIMS 0,18 0,18 0,42 0,335414 LMM-EIMS 0,16 0,15 0,71 0,627844 Medidas Angulares EIE-EIC 0,37 -0,25 0,68 0,414954 ETE-ETC 0,27 -0,13 0,66 0,644295 ETPTM-ETC 0,40 0,46 1,21 0,391537 ETPTM-ETE 0,58 0,73 0,70 0,050377 ETMI-ETE 0,38 0,21 1,12 0,656479 ETMI-ETC 0,35 0,60 0,96 0,188411 ETMI-ETPTM 0,46 -0,16 1,15 0,738590 ETMS-ETE 0,55 0,13 1,10 0,779934 ETMS-ETC 0,35 0,11 0,88 0,760773 ETMS-ETPTM 0,19 -0,06 1,00 0,877801 Variáveis Adicionais PCM-LMM 0,60 1.18 1.84 0,176219 PCM-CMM 0,89 -1.18 1.71 0,150921 POSM 0,15 -0.15 0.37 0,369632 POSMS 0,21 -0.68 0.67 0,055495 Resultados 148 TABELA 11 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Radiografia Póstero-Anterior Dahlberg Média D. P. Dif. p ÂPLANO Z 1,07 0,83 1,49 0,231039 ÂPLOCLUSAL 0,35 -0,35 1,25 0,525390 ÂPLANTEG 0,49 -1,05 1,25 0,095717 DESVENA 0,13 -0,05 0,84 0,889881 DESMAND 0,59 0,10 1,43 0,871055 A1 0,31 0,10 0,68 0,734920 B1 0,42 0,25 0,78 0,472926 ÂANT 0,44 0,30 1,39 0,621745 DISTZ 0,86 -0,48 1,34 0,420532 DISTCO 1,07 -1,00 1,48 0,160483 DISTZA 0,79 -0,30 1,21 0,570661 DISTNC 0,63 -0,33 1,27 0,551173 DISTJ 0,85 -0,16 1,33 0,771857 DISTAG 0,66 0,41 1,04 0,374719 ALT6 0,50 -0,41 0,69 0,199782 CO-AG 0,86 2,16 1,92 0,039713 CO-ME 0,24 -0,25 0,56 0,330477 ME-AG 1,06 2,40 2,53 0,068468 TABELA 12 - Apresentação dos erros casuais (Dahlberg) e dos resultados do teste t para amostras dependentes, das diferenças entre as replicações, do teste intra-examinador Radiografia Oblíqua Dahlberg Diferença D. P. Dif. p MESM-CO 0,46 0,71 1,08 0,167254 MESM-POSR 0,41 0,55 0,58 0,069743 MESM-POG 0,32 0,05 0,68 0,864801 MESM-APOG 1,13 0,18 2,01 0,832569 MESMS-CO 0,52 0,08 1,10 0,861185 MESMS-PR 0,22 0,06 0,45 0,736521 MESMS-POG 0,35 0,23 0,77 0,496016 MESMS-APG 1,33 0,21 2,35 0,830795 COMPMD 0,27 0,58 0,66 0,085278 CCORPO 0,17 0,26 0,23 0,038276 CRAMO 0,23 -0,06 0,48 0,747667 LARGRAM 0,36 -0,03 1,08 0,942966 ANGGON 0,71 -0,33 1,72 0,655233 COMPMD2 0,49 0,50 0,84 0,206361 CCORPO2 0,50 -0,23 0,93 0,568681 CMMR 0,41 0,49 0,66 0,129669 149 Resultados As Tabelas de 13 a 18 demonstram os resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão, quanto aos valores absolutos. Na Tabela 13, referente ao sistema de coordenadas mandibulares, apenas duas variáveis apresentaram diferenças estatisticamente significantes. A posição ântero-posterior dos primeiros molares inferiores e superiores, em relação ao eixo transcondilar (PDMI-ETC e PDMS-ETC), sendo que a primeira foi significante para p<0,000001 e a segunda, para p<0,05. Não houve diferença estatisticamente significante para nenhuma variável esquelética. Na Tabela 14 do sistema de coordenadas do assoalho craniano, no sentido ântero-posterior, a única variável que demonstrou diferença estatisticamente significante (p<0,000001) foi a da posição ântero-posterior do molar inferior, em relação ao eixo transespinhosos (PDMI-ETE). No sentido transversal, as variáveis que apresentaram diferenças estatisticamente significantes foram as referentes ao ponto condilar médio, gônio e linha média mandibular, em relação ao eixo interespinhosos (PCM-EIE, GO-EIE, LMM-EIE), mas apenas ao nível de p<0,05. Essas foram as únicas variáveis esqueléticas que apresentaram diferenças estatisticamente significantes, dentre todas. No sistema de coordenadas zigomaticomaxilares da Tabela 15, somente a variável da posição transpterigomaxilar ântero-posterior (PDMI-ETPTM) do primeiro apresentou molar diferença inferior ao eixo estatisticamente significante, entre os grupos, ao nível de p<0,00001. Na Tabela 16, referente ao sistema de coordenadas dentárias, no sentido ântero-posterior, a variável da posição ântero-posterior do primeiro molar inferior ao ponto condilar médio (PDMI-PCM) apresentou diferença estatisticamente significante ao nível de p<0,01, entre os grupos. No sentido transversal, todas as variáveis apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Quanto às variáveis angulares, entre as abcissas dos sistemas de coordenadas, os ângulos entre o eixo transmolar inferior e os eixos transespinhosos, transcondilar e transpterigomaxilar (ETMI-ETE, ETMI-ETC, ETMI-ETPTM) apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, ao nível de p<0,00001, enquanto que com o ângulo entre o eixo transmolar superior e o transcondilar ocorreu o mesmo, mas ao nível de p<0,05. 150 Resultados Na radiografia póstero-anterior, Tabela 17, houve diferenças estatisticamente significantes, entre os grupos, apenas entre os posicionamentos laterais das linha médias superior e inferior (A1, B1), ao nível de p<0,05. Na radiografia oblíqua corrigida, Tabela 18, houve diferenças estatisticamente significantes entre as posições ântero-posteriores dos primeiros molares inferiores, em relação à porção posterior do ramo mandibular (MESM-POSR, p<0,01) e entre as posições ântero-posteriores dos primeiros molares superiores, em relação à porção posterior do ramo mandibular, ao pogônio e à linha A-Pogônio (MESMS-POSR, p<0,01; MESMS-POG, p<0,01; MESMS-APG, p<0,05). 151 Resultados TABELA 13 - Resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão Sistema de Coordenadas Mandibulares: Ântero-posterior Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe Classe Valor t gl p Normal Normal II, sub. II, sub. GO-ETC 1,21 1,22 1,33 0,98 -0,39 58 0,694501 PPC-ETC 1,32 0,85 1,57 1,07 -0,99 58 0,322679 PDMI-ETC 0,96 0,64 2,62 1,56 -5,37 58 0,000001 PDMS-ETC 0,96 0,72 1,48 0,93 -2,40 58 0,019511 Sistema De Coordenadas Mandibulares: Transversal GO-EIC 1,95 1,25 2,59 2,30 -1,34 58 0,185227 PPC-EIC 2,58 1,82 2,05 1,80 1,11 58 0,269083 PDMI-EIC 2,94 2,04 3,63 2,91 -1,06 58 0,290079 PDMS-EIC 2,69 1,84 3,31 2,39 -1,12 58 0,265379 LMM-EIC 1,88 1,50 2,68 2,70 -1,41 58 0,162652 LMDI-EIC 1,72 1,24 2,20 1,88 -1,17 58 0,245243 LMDS-EIC 1,55 1,12 1,93 1,75 -0,99 58 0,322370 TABELA 14 - Resultados do teste t independente, entre os grupos Normal e de Classe II, subdivisão Sistema De Coordenadas Do Assoalho Craniano: Ântero-Posterior Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe Classe valor t gl Normal Normal II, sub. II, sub. PCM-ETE 1,59 1,27 1,58 1,33 0,02 58 GO-ETE 1,63 1,42 1,90 1,40 -0,73 58 PPC-ETE 1,68 1,28 2,08 1,42 -1,16 58 PDMI-ETE 1,04 0,84 2,89 1,57 -5,65 58 PDMS-ETE 1,02 0,90 1,27 1,00 -1,03 58 ACP-ETE 0,86 0,68 1,48 2,40 -1,36 58 FCM-ETE 1,75 1,38 2,58 1,80 -1,99 58 Sistema de Coordenadas do Assoalho Craniano: Transversal PCM-EIE 0,95 0,68 1,45 1,13 -2,07 58 GO-EIE 1,78 1,31 2,70 2,06 -2,06 58 PPC-EIE 2,74 1,92 2,58 2,05 0,31 58 PDMI-EIE 3,26 2,41 3,96 2,99 -0,99 58 PDMS-EIE 2,86 2,15 3,54 2,42 -1,14 58 LMM-EIE 2,13 1,87 3,39 2,48 -2,21 58 LMDI-EIE 1,90 1,67 2,52 2,14 -1,25 58 LMDS-EIE 1,94 1,32 2,40 1,55 -1,23 58 ACP-EIE 2,50 1,93 3,10 1,77 -1,25 58 FCM-EIE 4,30 2,71 3,63 3,32 0,86 58 BA-EIE 1,37 1,17 1,84 1,66 -1,26 58 OP-EIE 1,50 1,35 2,25 1,85 -1,77 58 de Oclusão p 0,976412 0,462829 0,249434 0,000000 0,303972 0,177230 0,050765 0,041960 0,043724 0,756546 0,325915 0,255508 0,030549 0,215073 0,222254 0,215696 0,391442 0,211063 0,081705 Resultados 152 TABELA 15 - Resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão Sistema De Coordenadas Zigomaticomaxilares: Ântero-posterior D. P. Média D. P. Média p Oclusão Oclusão Classe Classe valor t gl Normal Normal II, sub. II, sub. BC-ETPTM 2,27 1,73 2,47 1,90 -0,41 58 0,677494 Z-ETPTM 1,25 1,80 2,33 2,85 -1,74 58 0,086916 ACA-ETPTM 1,13 1,64 2,19 2,62 -1,87 58 0,066036 A-ETPTM 2,27 1,88 2,22 1,96 0,10 58 0,914915 PDMI-ETPTM 1,27 0,95 3,15 1,92 -4,81 58 0,000011 PDMS1,23 0,90 1,33 0,99 -0,38 58 0,704767 ETPTM Sistema de Coordenadas Zigomático-Maxilares: Transversal BC-EIPTM 2,42 1,87 2,28 1,38 0,32 58 0,743402 Z-EIPTM 1,91 1,47 2,71 3,22 -1,23 58 0,223041 ACA-EIPTM 3,84 2,54 4,98 4,08 -1,28 58 0,202524 A-EIPTM 2,89 1,81 2,36 1,78 1,13 58 0,259137 VA-EIPTM 1,08 0,72 0,89 0,69 1,03 58 0,305098 VP-EIPTM 0,64 0,56 0,68 0,60 -0,21 58 0,827028 PDMI-EIPTM 2,52 2,66 3,17 2,16 -1,02 58 0,309114 PDMS-EIPTM 2,26 2,61 2,57 1,79 -0,54 58 0,590546 LMDS-EIPTM 1,82 1,85 1,75 1,21 0,17 58 0,863597 LMM-EIPTM 1,94 1,92 2,41 2,30 -0,86 58 0,392140 LMDI-EIPTM 1,76 1,91 2,15 1,78 -0,80 58 0,426225 TABELA 16 - Resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão Sistema De Coordenadas Dentárias: Ântero-posterior D. P. Média D. P. Média p Oclusão Oclusão Classe Classe valor t gl Normal Normal II, sub. II, sub. PDMI-PCM 1,65 1,15 3,19 2,39 -3,17 58 0,002368 PDMS-PCM 1,43 1,14 2,07 1,53 -1,83 58 0,072357 Sistema De Coordenadas Dentárias: Transversal LMDI-EIMI 0,63 0,52 1,18 0,82 -3,09 58 0,002986 LMM-EIMI 0,88 0,68 1,91 1,52 -3,35 58 0,001410 LMDS-EIMI 0,73 0,49 3,43 1,40 -9,91 58 0,000000 LMDI-EIMS 0,62 0,52 2,31 1,12 -7,41 58 0,000000 LMDS-EIMS 0,55 0,47 0,98 0,70 -2,75 58 0,007907 LMM-EIMS 0,89 0,74 2,26 1,82 -3,78 58 0,000365 Medidas Angulares: EIE-EIC 0,81 0,64 0,81 0,71 -0,01 58 0,984947 ETE-ETC 0,84 0,65 0,85 0,75 -0,05 58 0,956529 ETPTM-ETC 1,23 0,84 1,25 0,93 -0,08 58 0,930867 ETPTM-ETE 1,46 1,02 1,01 1,02 1,70 58 0,092745 ETMI-ETE 1,09 0,87 3,03 1,66 -5,65 58 0,000001 ETMI-ETC 1,02 0,67 2,72 1,56 -5,45 58 0,000001 ETMI-ETPTM 1,38 1,04 3,28 1,90 -4,78 58 0,000012 ETMS-ETE 1,04 0,92 1,33 1,04 -1,14 58 0,258657 ETMS-ETC 1,00 0,76 1,55 1,02 -2,36 58 0,021373 ETMS-ETPTM 1,27 0,97 1,37 1,04 -0,35 58 0,721246 Variáveis Adicionais: PCM-LMM 1,77 1,53 2,98 3,18 -1,87 58 0,065832 PCM-CMM 2,25 1,49 2,53 2,62 -0,50 58 0,617556 POSM 1,46 1,07 1,67 1,29 -0,68 58 0,496056 POSMS 1,69 1,16 1,96 1,52 -0,75 58 0,455467 Resultados 153 TABELA 17 - Resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão Radiografia Póstero-Anterior Média D. P. Média D. P. p Oclusão Oclusão Classe Classe II, Valor t gl Normal Normal II, sub. sub. ÂPLANOZ 89,90 1,27 89,69 1,94 0,50 58 0,617678 ÂPLOCLUSAL 89,34 1,74 89,84 2,14 -0,98 58 0,329981 ÂPLANTEG 88,63 1,51 88,47 2,48 0,30 58 0,764147 DESVENA 1,33 0,84 1,70 1,48 -1,20 58 0,231228 DESMAND 2,71 1,63 3,10 2,26 -0,76 58 0,444504 A1 1,40 0,90 2,07 1,39 -2,18 58 0,032774 B1 1,58 0,97 2,41 1,79 -2,23 58 0,029382 ÂANT 2,40 1,51 3,18 2,40 -1,49 58 0,139202 DISTZ 1,77 1,24 2,01 1,78 -0,60 58 0,548703 DISTCO 3,20 2,42 3,62 2,39 -0,68 58 0,498654 DISTZA 2,86 1,96 3,51 2,87 -1,03 58 0,306876 DISTNC 2,51 1,57 3,11 2,34 -1,16 58 0,249333 DISTJ 2,47 1,65 3,39 2,52 -1,66 58 0,100728 DISTAG 4,25 3,19 4,00 3,48 0,28 58 0,779126 ALT6 1,37 1,05 1,72 1,54 -1,00 58 0,318896 CO-AG 2,70 2,10 3,31 2,65 -0,99 58 0,325964 CO-ME 2,26 2,21 2,51 2,24 -0,43 58 0,665342 ME-AG 2,28 1,92 2,90 2,18 -1,16 58 0,248166 TABELA 18 - Resultados do teste t independente, entre os grupos de Oclusão Normal e de Classe II, subdivisão Radiografia Oblíqua Média D. P. Média D. P. Oclusão Oclusão Classe Classe valor t gl p Normal Normal II, sub. II, sub. MESM-CO 2,10 1,45 2,01 2,01 0,19 58 0,849238 MESM-POSR 1,10 0,89 2,28 1,68 -3,38 58 0,001300 MESM-POG 1,25 0,97 1,23 0,95 0,09 58 0,925512 MESM-APOG 1,95 1,51 1,89 1,05 0,18 58 0,851502 MESMS-CO 1,98 1,34 1,89 1,21 0,26 58 0,794012 MESMS-PR 1,05 1,00 2,29 1,85 -3,22 58 0,002086 MESMS-POG 1,26 0,96 2,36 1,48 -3,38 58 0,001283 MESMS-APG 2,32 1,73 3,41 2,07 -2,20 58 0,031486 COMPMD 2,84 1,89 2,10 1,83 1,53 58 0,129849 CCORPO 2,00 1,72 1,91 1,55 0,20 58 0,838607 CRAMO 2,09 1,60 2,37 1,80 -0,62 58 0,532340 LARGRAM 1,28 0,98 1,56 1,40 -0,90 58 0,368635 ANGGON 1,97 1,45 2,60 1,67 -1,55 58 0,126344 COMPMD2 2,91 2,10 2,25 2,19 1,19 58 0,237710 CCORPO2 2,21 2,13 2,30 1,68 -0,17 58 0,861983 CMMR 2,63 1,97 2,12 1,99 0,99 58 0,322479 154 Resultados RESULTADOS DA ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA A análise de regressão logística de multivariáveis foi realizada com as variáveis obtidas das quatro radiografias individualmente e, posteriormente, com as variáveis das quatro radiografias analisadas em conjunto. RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA Como essa radiografia apresentava diversos sistemas de coordenadas para análise, investigou-se, primeiro individualmente e depois, conjuntamente, qual a participação das variáveis componentes desses sistemas de coordenadas. TABELA 19 - Radiografia Submentoniana - Sistema de mandibulares Perda: Mínimos quadrados Perda final: 4,000295908 R=0,85 Variação explicada: 73,33% coordenadas Estimativa Const,B0 -626,16000 (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transcondilar) 182,11510 PDMS-ETC 159,08690 PDMI-ETC Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transcondilar LMDI-EIC Linha média dentária inferior ao eixo intercondilar -139,76000 Linha média dentária superior ao eixo intercondilar LMDS-EIC -119,93600 Ponto do processo coronóide ao eixo transcondilar 117,82240 PPC-ETC LMM-EIC Linha média mandibular ao eixo intercondilar 113,00130 Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo interc ondilar 63,45946 PDMI-EIC A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,85, o que explica 73,33% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a PDMS-ETC (ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transcondilar). 155 Resultados TABELA 20 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas do assoalho craniano Perda: Mínimos quadrados Perda final: 1,000000001 R=0,96 Variação explicada: 93,33% Estimativa Const,B0 -219,93400 (Linha média dentária superior ao eixo interespinhosos) -137,55900 LMDS-EIE PDMI-ETE (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transespinhosos) 110,23960 PCM-EIE (Ponto condilar médio ao eixo interespinhosos) 76,38753 (Opístion ao eixo interespinhosos) OP-EIE 73,21151 (Básio ao eixo interespinhosos) -68,95800 BA-EIE PDMS-EIE (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo 41,97474 PPC-EIE LMM-EIE GO-EIE PPC-ETE interespinhosos) (Ponto do processo coronóide ao eixo interespinhosos) (Linha média mandibular ao eixo interespinhosos) (Gônio ao eixo interespinhosos) (Ponto do processo coronóide ao eixo transespinhosos) -36,93750 34,03401 23,36998 22,96685 A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,96, o que explica 93,33% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a LMDS-EIE (linha média dentária superior ao eixo interespinhosos). TABELA 21 - Radiografia Submentoniana - Sistema de zigomaticomaxilares Perda: Mínimos quadrados Perda final: 4,000469811 R=0,85 Variação explicada: 73,33% coordenadas Estimativa Const,B0 -216,325000 (Abóboda craniana anterior ao eixo transpterigomaxilar) 303,035300 ACA-ETPTM (Zygion ao eixo transpterigomaxilar) 263,764000 Z-ETPTM PDMI-ETPTM (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transpterigomaxilar) 108,480100 62,314100 VP-EIPTM (Vômer posterior ao eixo interpterigomaxilar) 57,658840 PDMI-EIPTM (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo interpterigomaxilar) -40,240400 LMDI-EIPTM (Linha média dentária inferior ao eixo interpterigomaxilar) (Vômer anterior ao eixo interpterigomaxilar) -37,514400 VA-EIPTM PDMS-EIPTM (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo interpterigomaxilar) -36,272200 1,801991 LMM-EIPTM (Linha média mandibular ao eixo interpterigomaxilar) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,85633, o que explica 73,330% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a ACA-ETPTM (abóboda craniana anterior ao eixo transpterigomaxilar). 156 Resultados TABELA 22 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas dentárias Perda: Mínimos quadrados Perda final: 0,000000000 R=1,00 Variação explicada: 100,00% Estimativa Const,B0 -240,8470 LMDS-EIMI (Linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores) 127,0377 LMDI-EIMS (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares superiores) 126,4271 LMDI-EIMI (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares inferiores) -71,9436 -47,3202 LMM-EIMI (Linha média mandibular ao eixo intermolares inferiores) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=1,00, o que explica 100,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a LMDS-EIMI (linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores). TABELA 23 - Radiografia Submentoniana - Medidas angulares Perda: Mínimos quadrados Perda final: 4,000051069 R=0,85 Variação explicada: 73,33% Const-B0 ETE-ETC EIE-EIC ETMI-ETE ETMI-ETPTM ETMS-ETC ETMI-ETC ETPTM-ETC ETPTM-ETE A (Eixo transespinhosos ao eixo transcondilar) (Eixo interespinhosos ao eixo intercondilar) (Eixo transmolares inferiores ao eixo transespinhosos) (Eixo transmolares inferiores ao eixo transpterigomaxilar) (Eixo transmolares superiores ao eixo transcondilar) (Eixo transmolares inferiores ao eixo transcondilar) (Eixo transpterigomaxilar ao eixo transcondilar) (Eixo transpterigomaxilar ao eixo transespinhosos) correlação das variáveis componentes R=0,85635, o que explica 73,33% da variância. desse Estimativa -332,51400 -250,33900 125,99050 124,73680 84,69147 80,41657 -65,68760 19,74704 -2,29257 sistema foi de A variável que apresentou maior participação foi a ETE-ETC (eixo transespinhosos ao eixo transcondilar). Resultados 157 TABELA 24 - Radiografia Submentoniana - Variáveis adicionais Perda: Mínimos quadrados Perda final: 14,058739870 R=0,25 Variação explicada: 6,27% Const,B0 PCMLMM POSM POSMS PCM-CMM (Ponto condilar médio à linha média mandibular) Estimativa -0,609288 0,227815 (Posição lateral dos primeiros molares inferiores) (Posição lateral dos primeiros molares superiores) (Ponto condilar médio ao contorno médio da mandíbula) 0,145574 -0,055238 -0,019423 A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,25, o que explica 6,27% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a PCM-LMM (ponto condilar médio à linha média mandibular). TABELA 25 - Radiografia Submentoniana - Completa Perda: Mínimos quadrados Perda final: 0,000000000 R=1,00 Variação explicada: 100,00% Estimativa Const,B0 -186,16800 97,25415 LMDS-EIMI (Linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores) LMDI-EIMS (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares superiores) 86,37400 (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares inferiores) LMDI-EIMI -76,70080 2,985469 PDMI-ETC (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transcondilar) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=1,00, o que explica 100,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a LMDS-EIMI (linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores). Resultados 158 TABELA 26 - Radiografia Submentoniana - Completa (Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias) Perda: Mínimos quadrados Perda final: 1,000000000 R= 0,96 Variação explicada: 93,33% Estimativa Const,B0 -362,00900 PDMI-ETE (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo trans-espinhosos) 119,39520 117,55870 PDMS-ETC (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transcondilar) 92,08998 PDMI-EIC (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo intercondilar) -86,34500 PDMS-EIC (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo intercondilar) -62,86780 LMDI-EIE (Linha média dentária inferior ao eixo inter-espinhosos) 50,78474 PDMS-ETPTM (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transpterigomaxilar) PDMS-EIE (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo inter-espinhosos) 49,67002 PDMS-ETE (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo trans-espinhosos) -35,50170 -34,66930 LMDI-EIPTM (Linha média dentária inferior ao eixo interpterigomaxilar) PDMI-ETPTM (Ponto distal do primeiro molar inferior esquerdo ao eixo transpterigomaxilar) 30,36560 -19,51200 PCM-EIE (Ponto condilar médio ao eixo inter-espinhosos) -16,09060 GO-EIE (Gônio ao eixo inter-espinhosos) 12,56790 Z-ETPTM (Zygion ao eixo transpterigomaxilar) -9,56474 BA-EIE (Básio ao eixo inter-espinhosos) -9,01542 PPC-EIE (Ponto do processo coronóide ao eixo inter-espinhosos) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,96, o que explica 93,33% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a PDMI-ETE (ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transespinhosos). TABELA 27 - PA Perda: Mínimos quadrados Perda final: 6,000000002 R=0,77 Variação explicada: 60,00% Estimativa Const,B0 26,388020 174,176300 B1 (Desvio da linha média dentária inferior) -93,520100 PLANO Z (Ângulo do plano Z) 90,855560 PLOCLUSAL (Ângulo do plano oclusal) -79,218800 DESVENA (Desvio da espinha nasal anterior) -77,331900 DISTZ (Distância Z) -58,821600 A1 (Desvio da linha média dentária superior) 55,923140 DISTNC (Distância NC) -44,110600 CO-ME (Distância CO-ME) -42,131500 DISTAG (Distância AG) 34,177700 CO-AG (Distância CO-AG) 30,415830 DESVMAND (Desvio mandibular) 23,782170 DISTZA (Distância ZA) 22,089900 DISTCO (Distância CO) 9,307443 ME-AG (Distância ME-AG) 5,637522 AANT (Ângulo antegoniano) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,77, o que explica 60,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a B1 (desvio da linha média inferior, em relação à Linha-X). Resultados 159 TABELA 28 - Oblíqua Perda: Mínimos quadrados Perda final: 3,000000000 R=0,89 Variação explicada: 80,00% Const,B0 MESM-POSR MESMS-POG MESMS-CO MESM-CO CMMR MESM-POG ANGGON CRAMO MESMS-POSR CCORPO2 LARGRAM Estimativa -122,77900 (Mesial do primeiro molar inferior ao ponto POSRAM) 137,10790 (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POG) 96,11195 (Mesial do primeiro molar superior ao ponto CO) -83,06310 (Mesial do primeiro molar inferior ao ponto CO) -76,81350 (Comprimento mandibular real) -70,16920 (Mesial do primeiro molar inferior ao ponto POG) -68,14110 (Ângulo goníaco) 61,10052 (Comprimento do ramo) 43,90102 (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POSRAM) 38,01373 (Comprimento do corpo mandibular 2) -34,03060 (Largura do ramo mandibular) 10,85857 A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=0,89, o que explica 80,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a MESM-POSR (mesial do primeiro molar inferior até à borda posterior do ramo). TABELA 29 - SMT + PA + Oblíqua Perda: Mínimos quadrados Perda final: 0,000000000 R=1,00 Variância explicada: 100,00% Estimativa Const,B0 -190,60900 LMDI-EIMS (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares superiores) 87,75248 LMDS-EIMI (Linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores) 85,67852 LMDI-EIMI (Linha média dentária inferior ao eixo intermolares inferiores) -56,14050 MESM-POSR (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POSRAM) 12,68060 A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=1,00, o que explica 100,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a LMDI-EIMS (linha média dentária inferior ao eixo intermolares superiores). 160 Resultados TABELA 30 - SMT + PA + Oblíqua (Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias) Perda: Mínimos quadrados Perda final: 0,000000000 R=1,00 Variância explicada: 100,00% Estimativa Const.B0 -420,22700 131,28810 PDMI-ETC (Ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transcondilar) -87,62180 MESM-POG (Mesial do primeiro molar inferior ao ponto POG) 76,40008 MESMS-POSR (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POSRAM) -71 ,74920 CCORPO2 (Comprimento do corpo mandibular 2) 64,54339 A1 (Desvio da linha média superior) 59,08588 PDMS-ETC (Ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transcondilar) 53,10627 MESMS-POG (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POG) 32,75859 ANGGON (Ângulo goníaco) 22,63577 ALT6 (Altura do primeiro molar superior) -22,29090 DESVENA (Desvio da espinha nasal anterior) 18,47220 B1 (Desvio da linha média dentária inferior) -8,15598 MESM-POSR (Mesial do primeiro molar superior ao ponto POSRAM) A correlação das variáveis componentes desse sistema foi de R=1,00, o que explica 100,00% da variância. A variável que apresentou maior participação foi a PDMI-ETC (ponto na distal do primeiro molar inferior ao eixo transcondilar). Analisando-se somente a radiografia submentoniana, esses resultados demonstram que quando os conjuntos de variáveis são analisados separadamente o sistema de coordenadas dentárias é capaz de explicar, individualmente, 100% da variância que ocorre entre os grupos de Classe II, divisão 1 e o grupo de oclusão normal, com a variável LMDS-EIMI apresentando uma maior contribuição para a diferença (Tabela 22). Quando todas as variáveis da radiografia submentoniana são analisadas ao mesmo tempo, a análise de regressão logística demonstra que apenas as variáveis LMDS-EIMI, LMDI-EIMS, LMDI-EIMI e PDMI-ETC são capazes de explicar 100% da variância entre os grupos (Tabela 25). Percebe-se que, dessas variáveis, três são do sistema de coordenadas dentárias e apenas uma é do sistema de coordenadas mandibulares. As outras variáveis não aumentam a predição dos grupos. Resultados 161 verificar a contribuição das outras variáveis, sem a participação das variáveis do sistema de coordenadas dentárias da radiografia submentoniana, realizou-se uma análise de regressão sem incluí-las, cujo resultado está apresentado na Tabela 26. Analisando-se dessa maneira, a variável com a maior participação foi a do ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo trans-espinhosos (PDMI-ETE) seguida pela medida do ponto distal do primeiro molar superior ao eixo transcondilar (PDMSETC), que apresentaram uma maior explicação da variância entre os grupos. O conjunto de variáveis das radiografias PA ou Oblíqua, embora explique uma grande porcentagem da variância entre os dois grupos, não é capaz de explicar toda a variância, quando analisado separadamente (Tabelas 26 e 27). Entretanto, a radiografia PA demonstra que a variável B1 é a que apresenta maior participação na diferenciação dos grupos, enquanto que para a radiografia oblíqua, isso ocorre com a variável MESM-POSR. Quando as variáveis das três radiografias são analisadas ao mesmo tempo, a variância é explicada em 100%, com a participação das variáveis LMDI-EIMS, LMDS-EIMI, LMDI-EIMI e MESM-POSR, sendo que a maior contribuição é dada pela LMDI-EIMS (Tabela 28). Novamente, três dessas variáveis são do sistema de coordenadas dentárias da radiografia submentoniana e uma é da radiografia oblíqua. A participação dessas variáveis dentárias é realmente significante, uma vez que três delas são as mesmas que explicam a variância, quando todas as variáveis da radiografia submentoniana são analisadas conjuntamente (Tabela 25), enquanto que a outra refere-se à posição do primeiro molar inferior esquerdo, em relação à porção posterior do ramo, na radiografia oblíqua. As demais variáveis não aumentam a predição dos grupos. Realizou-se também a análise das três radiografias, sem a inclusão das variáveis do sistema de coordenadas dentárias. Assim, a variável com a maior participação foi a do ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transcondilar (PDMI-ETC), seguida por outra, que também reflete as diferenças entre o posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares inferiores (MESM-POG) e depois pela medida que representa o posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares superiores em relação à porção posterior do ramo mandibular (MESMS-PR). 162 Discussão Discussão 6 163 DISCUSSÃO Com a finalidade de proporcionar uma melhor análise dos resultados deste trabalho, serão discutidos, seqüencialmente, os aspectos concernentes à amostra e metodologia empregada, os resultados obtidos de cada radiografia isoladamente, os resultados da avaliação simultânea de todas as variáveis e finalmente as implicações clínicas desses resultados. 6.1 SELEÇÃO DA AMOSTRA Para a determinação da amostra, procurou-se selecionar dois grupos que apresentassem características dentárias bem definidas da má oclusão em estudo e de oclusão normal. Para tanto, dentro do grupo da má oclusão, somente foram incluídos os casos que apresentavam a relação molar de Classe I de um lado e de Classe II completa do outro. Casos com molar em relação de ½ Classe II não foram incluídos, pois poderiam atenuar as reais características da Classe II, subdivisão. Os casos de oclusão normal não poderiam ter sido previamente tratados ortodonticamente porque isso acarretaria uma relação imposta artificialmente ao relacionamento dos dentes com as bases apicais. A presença de um deslocamento mandibular lateral, durante o fechamento bucal, é indicativa de alteração da relação ântero-posterior do lado contrário ao desvio, devido a algum contato prematuro, ocasionando um diagnóstico errôneo da oclusão daquele lado e por isso esse deslocamento mandibular lateral não poderia estar presente em nenhum dos grupos selecionados203,240. Incluída nos requisitos que os indivíduos selecionados deviam apresentar, encontra-se a ausência de trauma, porque já se demonstrou que as respostas compensatórias a uma injúria podem levar a um desequilíbrio no crescimento do côndilo e do ramo como um todo56,57 e SKOLNICK et al.202 constataram que há associação entre trauma e assimetria mandibular. Houve a necessidade da presença de todos os dentes permanentes para eliminar a possibilidade de ocorrência de movimentação dentária, ocasionando Discussão 164 um desarranjo do relacionamento dentário, que interferisse nas possíveis assimetrias dentárias e também porque já se demonstrou que a ausência de dentes durante o desenvolvimento pode provocar assimetria esquelética14,183 e remodelação condilar com o aumento do edentulismo140. Tolerou-se um apinhamento de, no máximo, 3 mm nos arcos dentários, dos casos de Classe II, subdivisão, porque realmente casos de más oclusões sem nenhum apinhamento são muito difíceis de serem encontrados. Entretanto, esse ligeiro apinhamento deveria ser simétrico, pois assim não ocasionaria assimetrias dentoalveolares devido a problemas de falta de espaço em um quadrante e não interferiria nessa avaliação. O fato dos grupos apresentarem indivíduos do sexo masculino e feminino em número ligeiramente diferente não apresenta evidências de se constituir em um problema, pois ARNOLD; ANDERSON; LILYEMARK12, ao estabelecerem padrões de normalidade nas radiografias submentonianas, não verificaram diferenças estatisticamente significantes, entre os sexos, quanto às assimetrias e MELNIK133 constatou, em radiografias oblíquas de 45º que, após os 14 anos, não havia mais diferenças estatisticamente significantes entre os sexos. PONYI et al.168, realizando medições diretas em mandíbulas de crânios europeus de séculos passados também não verificaram diferença significante entre as assimetrias presentes em ambos os sexos. Houve também diferença quanto à idade dos grupos, sendo que o de Classe II, subdivisão apresentava uma idade média de 15,76 e o de oclusão normal, 22,42 anos. Com relação aos pacientes do sexo feminino, esta diferença seria desprezível, uma vez que nessa idade a maior parte da maturação já ocorreu. Quanto ao sexo masculino, ainda há uma quantidade razoável de crescimento. Contudo, MELNIK133, estudando a assimetria mandibular, verificou que existe uma probabilidade igual de haver uma melhora ou piora, da assimetria, com o crescimento. Esses dados, dentro de certos limites, podem ser extrapolados para todo o crescimento craniofacial, de uma forma geral. Assim, considerando a maturação quase completa do sexo masculino e a igual probabilidade de melhora da assimetria mandibular, com o Discussão 165 crescimento, essa diferença de idade entre os grupos não interferiu neste tipo de avaliação. 6.2 METODOLOGIA As radiografias submentonianas foram tomadas em posição de máxima intercuspidação habitual. Algum criticismo pode haver, em relação a essa sistemática, por aqueles que recomendam que a mesma seja obtida em relação cêntrica63,181,239,241,242. Obtê-la em relação cêntrica realmente é o ideal quando os pacientes são radiografados de maneira aleatória, para detectar qualquer desvio mandibular funcional que possa interferir na avaliação da assimetria da mandíbula, em relação à maxila e à base do crânio. Isto se aplica principalmente aos pacientes com Classe II, uma vez que já se demonstrou que esses geralmente apresentam um maior desvio, para anterior, que aqueles com Classe I176. Entretanto, neste trabalho, como um dos pré-requisitos para que os indivíduos de ambos os grupos fossem selecionados é que não apresentassem nenhum desvio funcional mandibular lateral, isto já assegurava uma precisão na correta avaliação da assimetria mandibular, em relação à maxila e à base do crânio. Para a avaliação do desvio mandibular foi utilizada a manipulação bilateral em relação cêntrica52,150. Esse tipo de manipulação é suficiente para levar a mandíbula à relação cêntrica, desde que os pacientes não apresentem nenhum sintoma de distúrbios têmporo-mandibulares185. Quando há algum sintoma, recomenda-se a utilização de uma placa lisa, durante três meses, para se obter a relação cêntrica184,186. Como os indivíduos selecionados de ambos os grupos também não deveriam apresentar esses problemas, como pré-requisito para seleção, a manipulação bilateral utilizada foi suficiente para detectar qualquer desvio funcional mandibular. As radiografias póstero-anterior e oblíqua também foram obtidas em máxima intercuspidação habitual, pelas mesmas razões. 166 Discussão Utilizou-se valores absolutos, neste estudo, para eliminar a possibilidade de que valores de diferença, positivos ou negativos, se cancelarem no cálculo das médias para cada grupo12, como já mencionado em Material e Métodos. Outro motivo para a utilização dos valores absolutos deve-se ao fato, já demonstrado, de que indivíduos que não apresentam assimetria facial ou dentária evidentes apresentam diferenças esqueléticas de tamanho entre os lados direito e esquerdo da maxila e da mandíbula198,231 e MELNIK133 demonstrou que a mandíbula apresenta-se assimétrica em jovens em crescimento, em diferentes idades. Existem também estudos que demonstraram que mesmo indivíduos com oclusão normal apresentam um certo grau de assimetria do arco dentário16,77,108,124. Além do mais, existem algumas teorias de assimetria direcional, baseadas em estudos que constataram desvios dentários ou esqueléticos, predominantemente para um dos lados131,221. Portanto, se valores reais fossem utilizados, os grupos poderiam apresentar uma assimetria direcional que influiria nos resultados obtidos, levando a conclusões distorcidas. 6.2.1 MEDIÇÃO DAS GRANDEZAS EM COMPUTADOR Optou-se pela utilização do computador para a realização das medidas cefalométricas porque ele possibilita a manipulação de um maior número de dados em um menor período de tempo, e também porque o programa utilizado permite a exportação dos resultados obtidos para um programa de estatística. Um procedimento que apresenta o potencial de aumentar os erros durante a manipulação dos dados consiste na digitação dos valores que foram obtidos e anotados manualmente, no método convencional, para o programa de estatística. Este procedimento é eliminado com o método computadorizado e garante uma maior precisão na transferência de dados de um programa para o outro. O número de variáveis utilizadas foi relativamente grande, isto é 103. Considerando-se que sessenta e quatro destas variáveis representavam diferenças entre os lados direito e esquerdo, deve-se acrescentar a 103 os 167 Discussão valores originais para cada lado, de cada paciente, que perfazem 128, que acrescidos a 103 fornecem um total de 231 variáveis. Portanto, a utilização do método computadorizado não teve apenas a intenção de diminuir a possibilidade de erros durante as medidas cefalométricas, conforme ponderou RICHARDSON179, mas principalmente facilitar a manipulação de um número grande de dados. Ademais, já foi demonstrado que o método computadorizado não é capaz de reduzir os erros para as medidas referentes às análises de Steiner e de Ricketts, em relação ao método convencional130, mas por outro lado ficou evidenciado que a confiabilidade em se utilizar o computador é a mesma que o método convencional. Outro fator que exerceu uma influência positiva na utilização da técnica computadorizada para a realização da medidas foi que o programa de cefalometria Dentofacial Planner, disponível na Disciplina de Ortodontia, proporciona a medição com precisão de 0,1mm ou 0,1º e tem sido amplamente utilizado em diversos trabalhos, o que comprova a sua fidedignidade30,34,43,104,105,122,147,149,155,167,211,226. 6.2.2 PRECISÃO DA METODOLOGIA Para avaliar os erros da metodologia, HOUSTON94 recomenda, idealmente, que os traçados e medições sejam realizados duas vezes. Entretanto, se isto não for possível, aconselha que as radiografias sejam selecionadas ao acaso, da amostra total. Neste estudo, foram traçados e medidos novamente seis indivíduos, escolhidos ao acaso, número esse julgado suficiente devido à quantidade de variáveis utilizadas e com base em estudos similares que utilizaram quantidades semelhantes2,63,126,159,182. As tabelas de 7 a 12 mostram que os maiores erros casuais ocorreram para as medidas referentes ao sistema de coordenadas zigomaticomaxilares, da radiografia submentoniana. Os erros casuais advêm das dificuldades na identificação dos pontos cefalométricos e também devido à imprecisão nas 168 Discussão definições de certos pontos94. Provavelmente esses erros ocorreram com maior magnitude neste sistema de coordenadas porque os pontos mais mediais e posteriores de cada fissura pterigomaxilar são de difícil visualização nessa radiografia, conforme já mencionado por ROSE et al.182 e confirmado por trabalhos que utilizaram a radiografia submentoniana e não avaliaram estruturas da maxila117,148. Como as diversas medidas, neste sistema de coordenadas, são realizadas em relação aos eixos originários destes pontos, elas são afetadas pela imprecisão em suas localizações. Embora os erros casuais, nestes casos, tenham sido de magnitude moderada, eles não afetam muito a precisão das medidas realizadas, pois podem ocorrer de modo a subestimar ou superestimar os valores reais. Dessa forma, desde que haja um equilíbrio entre os valores subestimados e os superestimados, as médias serão pouco afetadas189, como demonstrado pela ausência de significância estatística na avaliação do erro sistemático dessas variáveis. O maior significado dos erros casuais refere-se ao seu poder de aumentar o desvio-padrão das médias obtidas189. Com grande probabilidade, isso constituiu um dos principais fatores responsáveis pelo maior valor dos desvios-padrão referentes à essas variáveis. Dentre os outros erros casuais, apenas oito apresentaram valor pouco acima de 1mm, sendo que os demais estiveram abaixo de 1mm ou 1 grau. Os resultados da avaliação dos erros sistemáticos demonstraram que, dentre as 103 variáveis, houve uma diferença estatisticamente significante entre a primeira e a segunda medição em apenas 4 variáveis, e todas ao nível de p<0,05. Os erros sistemáticos se manifestam quando um determinado parâmetro é persistentemente sub ou superestimado, podendo ocorrer quando um pesquisador modifica a sua técnica de mensuração após certo tempo, ou então quando ele tende subconscientemente a direcionar os resultados de acordo com as suas expectativas em relação às conclusões do estudo94,189. Percebe-se que as variáveis que demonstraram diferenças significantes entre as replicações consistem de estruturas de difícil visualização e padronização. A primeira consiste do ponto do processo coronóide até o eixo transespinhosos 169 Discussão (PPC-ETE, Tabela 8). A visualização desta estrutura é difícil porque ela se encontra em uma área de superposição com o ramo mandibular e dependendo do ângulo de incidência dos raios-x ela mal aparece na radiografia. A segunda consiste do vômer anterior até o eixo interpterigomaxilar (VA-EIPTM, Tabela 9). O vômer aparece como uma imagem, às vezes, muito tênue em algumas radiografias e também como uma faixa espessa radiopaca. O traçado foi realizado de forma que o ponto fosse demarcado no centro da imagem. Entretanto, mesmo tomando-se estes cuidados adicionais houve a manifestação de uma diferença estatisticamente significante entre as replicações, devido à deficiência da imagem radiográfica. Também apresentam alguma influência na reprodutibilidade desta medida os pontos que originam o eixo transpterigomaxilar, que são as estruturas mais mediais e posteriores de cada fissura pterigomaxilar, anteriormente discutido. que apresentam visualização reduzida, como A terceira consiste do condílio à chanfradura antegoniana (CO-AG, Tabela 11), na radiografia póstero-anterior. Dessas duas estruturas a que apresenta a maior dificuldade de localização é o ponto na chanfradura antegoniana porque ele é determinado no local de maior profundidade desta estrutura. Quando a estrutura apresenta uma concavidade bem definida, é relativamente simples se determinar este ponto. Contudo, se a chanfradura for muito rasa, quase convexa, há muita subjetividade e a sua reprodutibilidade é prejudicada. Finalmente, a outra medida que apresentou uma diferença estatisticamente significante foi a do comprimento do corpo mandibular, do ponto B ao ponto POG (CCORPO, Tabela 12), na radiografia oblíqua. Isto ocorre, principalmente, porque o ponto B consiste do ponto de intersecção entre as tangentes ao corpo e ao ramo mandibular. Qualquer pequena diferença entre estas tangentes refletirá em um deslocamento do ponto B. Esta diferença estatisticamente significante para esta variável não influenciou muito nos resultados porque o comprimento mandibular foi medido de outras maneiras na radiografia oblíqua, também utilizando o ponto B, mas que não apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre as replicações. Além disso, os resultados do teste t independente, entre os grupos, foram 170 Discussão semelhantes para estas variáveis (Tabela 18). A ordem de grandeza dos erros sistemáticos também pode ser indicativa da consistência da metodologia empregada. Isso significa que erros sistemáticos elevados e freqüentes alertam para a existência de deficiências na padronização dos métodos, em uma ou várias etapas, tais como o traçado dos cefalogramas, a demarcação dos pontos, o traçado das linhas e planos, a digitalização em computador e sua mensuração pelo programa189. Considerando que as radiografias utilizadas nesse estudo não são rotineiras na clínica ortodôntica, pode-se assumir que, devido ao grande número de variáveis analisadas, a presença de apenas 4, com erros sistemáticos significantes, não reflete problemas expressivos com a metodologia. FORSBERG63, em seu estudo, encontrou um erro médio menor do que 1mm para todas as suas variáveis. Neste trabalho, 89 variáveis apresentaram um erro médio menor do que 1mm, sendo que apenas quatorze apresentaram um valor acima deste. Portanto, como as diferenças estatisticamente significantes se apresentaram somente nestas variáveis, de localização e padronização difícil, pode-se considerar que a reprodutibilidade dos traçados, pelo examinador, foi boa e a precisão das medidas empregadas neste trabalho estiveram dentro dos parâmetros considerados aceitáveis. 6.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Todas as medidas, nas três radiografias, apresentaram altos desvios- padrão (Tabelas 2 a 7), demonstrando grande variabilidade dentro dos grupos, com relação à assimetria. Isso ocorreu principalmente para o grupo com má oclusão, cujos desvios-padrão excederam os do grupo com oclusão normal. 6.3.1 ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA DE MULTIVARIÁVEIS237 A análise de regressão logística é utilizada para avaliar a participação de cada uma das variáveis quando todas, ou um grupo delas, são analisadas 171 Discussão conjuntamente. O teste t é bastante eficiente para se detectar se existe diferença de determinada variável entre os grupos, mas não leva em consideração as possíveis alterações das outras variáveis, representando apenas a análise de cada uma, independentemente. Portanto, como o que se está estudando são os elementos craniofaciais e dentários de dois grupos distintos, é evidente que quando há alteração em uma variável, ocorrerão alterações em outras. A análise de regressão logística de múltiplas variáveis leva em consideração todas essas alterações e determina qual delas é a mais importante, mesmo quando ocorrem alterações nas outras e também quais são os fatores de inter-relação no conjunto de variáveis. Na análise de regressão logística de multivariáveis, afirmar que a variação dos grupos é explicada em X% significa que, conhecendo-se o valor das variáveis da equação obtida e efetuando-se os cálculos, pode-se estimar a que grupo um caso pertence, com essa porcentagem de acerto. A porcentagem, obtida elevando-se o coeficiente de correlação (R) ao quadrado, é a capacidade de predição que o modelo de regressão logística apresenta para discriminar entre um caso com oclusão normal ou com Classe II, subdivisão. Para se chegar ao modelo de regressão logística em cada sistema de coordenadas, na radiografia submentoniana completa e nas outras radiografias, utilizou-se a sistemática decrescente, passo a passo, iniciando-se o cálculo do modelo de regressão com todas as variáveis de interesse. Da equação fornecida, removia-se a variável com a menor participação e efetuava-se novo cálculo. Se a remoção dessa variável não interferia no poder discriminatório da equação, ela era definitivamente removida da equação. Se, por outro lado, a remoção interferia no poder discriminatório, a incorporada à equação e uma outra era removida. variável era novamente O mesmo processo era repetido para essa variável e para as demais, até que um número mínimo de variáveis permanecesse no modelo, com o máximo de poder discriminatório. Para efetuar o cálculo com as variáveis das radiografias póstero-anterior e oblíqua, tomou-se também todas as variáveis. Entretanto, no cálculo da análise conjunta de todas as radiografias, tomou-se somente aquelas que participavam 172 Discussão do modelo de regressão de cada uma das radiografias separadamente, porque, caso contrário, o número de variáveis, seria muito grande para análise. À essa forma matemática da escolha das variáveis, utilizou-se também a lógica clínica, ou seja, procurou-se escolher as variáveis que podem ser mais facilmente manipuladas clinicamente. A análise de regressão fornece coeficientes para computar os escores de regressão em unidades de desvios-padrão, úteis para determinar a contribuição de cada variável na equação, pois quanto maior o tamanho absoluto do coeficiente, maior a contribuição da variável na equação. A escolha de variáveis não segue, portanto, um modelo apenas matemático. A natureza da equação leva em conta, principalmente, os valores que podem ser clinicamente úteis. As radiografias submentonianas apresentaram um fator de magnificação de 9,55%, diferente das outras radiografias que foi de 8,91%, sendo que as medidas não foram corrigidas. Isto não interfere na realização da análise de regressão logística porque o que interessa não é o tamanho real das estruturas analisadas, mas o peso que cada variável apresenta na equação, quando todas, ou um grupo, são analisadas simultaneamente. 6.3.2 RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA Neste estudo foi utilizada a análise de RITUCCI; BURSTONE63,181, que consiste basicamente da avaliação da assimetria das estruturas dentoesqueléticas em relação a três sistemas de coordenadas; da mandíbula, da base do crânio e do complexo zigomaticomaxilar, e mais as variáveis adicionais. Para complementar esta avaliação foram ainda incorporadas a análise das assimetrias em relação às coordenadas dentárias e as avaliações angulares entre as abcissas dos três sistemas de coordenadas da análise de RITUCCI; BURSTONE63,181, de acordo com ROSE et al.182, acrescidas ainda das avaliações das abcissas dentárias em relação às outras abcissas mencionadas. A intenção foi de se obter o maior número de informações possível em relação às características dos dois grupos em estudo. A análise de RITUCCI; Discussão 173 BURSTONE63,181 utiliza os forames espinhosos para estabelecer o eixo sagital de simetria da base do crânio, que, de acordo com MARMARY; ZILBERMAN; MIRSKY127 apresenta uma boa reprodutibilidade. Evidentemente que nenhum ponto cefalométrico é imutável, mas estes são os que apresentam maior estabilidade e fácil localização. Esta análise já está comprovada na literatura e tem sido freqüentemente utilizada em estudos desta natureza12,63,181. A avaliação do tamanho das estruturas na radiografia submentoniana pode ser questionada. Entretanto, embora GILBERT69, tenha relatado erros significantes em medidas ântero-posteriores, (apesar das medidas transversais terem apresentado uma grande precisão), a avaliação da assimetria ânteroposterior, como utilizada neste estudo, não é afetada porque o que se está avaliando são as diferenças entre os dois lados, que sofrerão a mesma distorção. Comparando-se visualmente os valores obtidos no grupo de oclusão normal desta pesquisa com os obtidos por ARNOLD; ANDERSON; LILYEMARK12, em radiografias submentonianas de indivíduos com oclusões inespecíficas, verifica-se que a assimetria aqui obtida foi menor. Provavelmente essa menor assimetria aparente deva-se ao fato de que os indivíduos deste estudo deveriam apresentar oclusão normal, enquanto que esse pré-requisito não estava presente na amostra de ARNOLD; ANDERSON; LILYEMARK12 e também porque eles utilizaram valores reais e aqui foram utilizados valores absolutos. 6.3.2.1 SISTEMA DE COORDENADAS MANDIBULARES: As variáveis que se apresentaram estatisticamente diferentes entre os dois grupos foram as referentes ao posicionamento ântero-posterior dos molares inferiores e superiores, em relação ao eixo transcondilar (PDMI-ETC e PDMSETC), sendo que a variável dos molares inferiores apresentou uma diferença estatisticamente significante ao nível de p<0,000001 e a dos superiores ao nível de p<0,05 (Tabela 13). A diferença, manifestando-se mais fortemente no 174 Discussão posicionamento ântero-posterior dos molares inferiores, sugere que são esses dentes, do lado da Classe II, que na maioria dos casos, estão posicionados mais para distal, que os do lado oposto, em relação ao eixo transcondilar (Tabela 1). Como nenhuma medida esquelética mostrou-se significantemente diferente entre os dois grupos, isto sugere que esses dentes estão assimetricamente dispostos na mandíbula. Os molares superiores também se apresentaram assimetricamente dispostos, quando analisados em relação ao eixo transcondilar, mas em menor grau. ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 também encontraram o posicionamento distal dos molares inferiores como o principal responsável pela produção da Classe II, de um dos lados e uma menor participação dos molares superiores. Entretanto, o estudo de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, utilizando radiografias póstero-anteriores, telerradiografias e modelos, não foi capaz de determinar se a diferença na posição ântero-posterior dos molares do lado da Classe II foi devida a fatores esqueléticos ou dentários. Resultados semelhantes aos do presente estudo foram obtidos por ROSE et al.182, em relação ao posicionamento dos molares inferiores e em relação à ausência de assimetria esquelética mandibular. Entretanto, em seu estudo, ROSE et al.182 não avaliaram o posicionamento dos molares superiores. Portanto, os resultados aqui obtidos sugerem que uma má oclusão de Classe II, subdivisão, pode se manifestar principalmente como o resultado de um posicionamento mais para distal dos dentes posteriores inferiores, de um posicionamento mais para mesial dos dentes superiores, ambos do lado da Classe II, ou ainda devido a uma combinação desses fatores, quando se analisa conjuntamente os resultados desses três estudos. Como não houve diferença estatisticamente significante entre o posicionamento lateral das linhas médias entre os dois grupos, deve-se esperar que o arco inferior na Classe II, subdivisão, se apresente de forma assimétrica, uma vez que os dentes de um lado estarão mais para distal, em relação aos do lado oposto, em uma base óssea relativamente simétrica. ROSE et al.182 também não encontraram desvio da linha média dentária em relação ao eixo intercondilar (e ao eixo interespinhosos) e especularam que o arco inferior 175 Discussão poderia se apresentar rotado em uma mandíbula simétrica e que a falta de uma diferença significante no posicionamento da linha média dentária, entre o grupo com má oclusão de Classe II, subdivisão e o grupo com má oclusão de Classe I poderia dever-se aos graus variados de apinhamento presentes nos casos. No presente trabalho, como os casos com má oclusão de Classe II, subdivisão, poderiam apresentar apenas um suave e simétrico apinhamento (até 3mm) para serem incluídos na amostra, a explanação acima descrita, de um arco dentário mandibular assimétrico, parece explicar melhor a ausência de uma diferença significante entre o posicionamento da linha média dentária inferior, em ambos os grupos. Os resultados de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, que encontraram maior assimetria nos arcos dentários de casos de Classe II, subdivisão, comparados com casos de Classe I, suportam essa especulação, assim como o trabalho de HECHTER86, no qual foi encontrada uma maior assimetria dos arcos dentários em casos de má oclusão, quando comparados aos de oclusão normal, e o de MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128, que verificaram uma maior freqüência de assimetrias no arco inferior, na Classe II, subdivisão. Considerações semelhantes aplicam-se ao arco superior, em menor grau. Uma outra explicação alternativa seria a presença de uma assimetria de tamanho dentário entre os lados direito e esquerdo dos arcos, de acordo com GARN; LEWIS; KEREWSKY65. Entretanto, esta possibilidade é muito remota porque ela poderia explicar as assimetrias individuais, mas não em um grupo, porque não é direcional. O grupo de Classe II, subdivisão apresentava a relação de Classe II ora do lado direito, ora do lado esquerdo, indistintamente. Para a realização das medições, a radiografia era posicionada sempre com o lado em Classe II do lado direito do observador. Portanto, se casos individuais apresentassem assimetrias de tamanhos dentários de um lado ou outro, estas se auto anulariam no cômputo geral das médias. VIG; HEWITT230, em casos de oclusão normal, encontraram maior simetria nas regiões dentoalveolares e concluíram que alterações compensatórias ocorrem nessas partes durante o crescimento e desenvolvimento, possibilitando uma máxima intercuspidação e função simétrica, apesar das assimetrias das bases apicais. Entretanto, os autores não 176 Discussão estudaram o posicionamento dentário em casos de Classe II, subdivisão. Nesses casos, se as bases ósseas são relativamente simétricas, é de se esperar que a assimetria dos arcos dentários é que esteja contribuindo para a relação ânteroposterior assimétrica. Convém salientar que a diferença entre os grupos, do posicionamento do molar inferior, no sentido ântero-posterior, encontrada neste trabalho, avaliando-se as médias reais, foi semelhante à encontrada por ROSE et al.182, ou seja, de aproximadamente 2 mm (Tabela 1). Quando essas variáveis do sistema de coordenadas mandibulares são analisadas simultaneamente, a variação entre os grupos é explicada em apenas 73,33% e a variável do posicionamento ântero-posterior dos molares superiores, em relação ao eixo transcondilar (PDMS-ETC), foi participação na predição (Tabela 19, Gráfico 1). a que apresentou maior Isto se explica porque as alterações das outras variáveis influem mais na variação da posição ânteroposterior dos molares inferiores, em relação ao eixo transcondilar (PDMI-ETC), uma vez que grande parte das variáveis são estruturas da base óssea, onde os molares inferiores estão situados. Os molares superiores são menos influenciados pela alteração dos outros componentes esqueléticos mandibulares e, portanto, apresentaram um maior poder discriminatório entre os grupos, quando se utilizou somente essas variáveis do sistema de coordenadas mandibulares. GRÁFICO 1 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas mandibulares 200 180 PDMS-ETC 160 PDMI-ETC 140 LMDI-EIC 120 LMDS-EIC 100 PPC-ETC 80 LMM-EIC 60 PDMI-EIC 40 20 0 Discussão 6.3.2.2 177 SISTEMA DE COORDENADAS DO ASSOALHO CRANIANO Utilizou-se, como parâmetro para a medição das diversas estruturas dentárias e esqueléticas, neste sistema de coordenadas, os forames espinhosos. A escolha deveu-se ao fato de que as pesquisas de MOSS; SALENTIJN143 demonstraram que a passagem e a localização dos feixes neuromusculares, durante o crescimento, não podem ser violadas. Com base nessa premissa, MARMARY; ZILBERMAN; MIRSKY127 utilizaram a bissetriz perpendicular de uma linha unindo os dois forames espinhosos como a linha média craniana. Esses estudos, juntamente com os publicados por FORSBERG; BURSTONE; HANLEY63 e a facilidade de localização dos forames espinhosos, confirmam sua escolha como pontos de referência na determinação do plano sagital mediano, da base craniana, neste trabalho. Como explicado por SUTTON215, com relação à radiografia PA, a utilização dos meatos auditivos, conforme preconizado por MULICK145, como orientação para o eixo transverso não é confiável porque eles podem não estar no mesmo nível vertical; um pode estar mais à frente do que o outro; podem haver diferenças na compressibilidade dos tecidos moles64; e as extremidades das olivas podem não preencher os meatos; assim é possível que o paciente apresente uma rotação ou inclinação da cabeça. Estas mesmas considerações são válidas também para a radiografia submentoniana. Então, surgiria a dúvida de que a determinação do comprimento real da mandíbula, de acordo com o método de METAXAS138, poderia ser contestado, uma vez que o eixo transporiônico é utilizado na radiografia submentoniana para a determinação do ângulo de incidência dos raios-X na radiografia oblíqua corrigida. Acontece que nesta ocasião, apesar dos problemas inerentes que a utilização dos meatos apresentam, eles são a melhor referência para a determinação da rotação do cefalostato para a tomada da radiografia oblíqua corrigida, uma vez que se constituem no mesmo parâmetro de orientação, nas radiografias submentoniana e oblíqua corrigida, para orientar o posicionamento do paciente. Qualquer outro parâmetro seria mais difícil de ser reproduzido, em ambas tomadas radiográficas. 178 Discussão A posição ântero-posterior dos molares inferiores, em relação ao eixo transespinhosos (PDMI-ETE), apresentou-se significantemente diferente entre os dois grupos, novamente demonstrando o posicionamento mais distal assumido por esses dentes, no lado da Classe II, relativamente, agora, a parâmetros não situados em sua base óssea (Tabelas 2 e 14), concordando também com os resultados obtidos por ROSE et al.182 e ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4. Não houve diferenças quanto à assimetria esquelética das estruturas avaliadas, entre os dois grupos. Neste sistema de coordenadas, a posição ântero-posterior dos molares superiores, em relação ao eixo transespinhosos não apresentou uma diferença estatisticamente significante entre os grupos, demonstrando uma participação menor do molar superior nas constituição da Classe II, subdivisão. No sentido transversal, as variáveis referentes ao ponto condilar médio (PCM), gônio (GO) e linha média mandibular (LMM) apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, mas somente ao nível de p<0,05, sendo que no grupo com Classe II, os valores absolutos foram sempre maiores que no grupo com oclusão normal (Tabelas 2 e 14). Como essas são variáveis mandibulares, isto demonstra certa tendência para uma assimetria esquelética lateral do posicionamento espacial da mandíbula, em relação ao assoalho craniano, no grupo com Classe II, subdivisão. ROSE et al.182 não encontraram essas diferenças esqueléticas quando compararam um grupo com Classe II, subdivisão, com outro com má oclusão de Classe I. Talvez a explicação para isto seja justamente que eles utilizaram, para comparação, um grupo com Classe I, enquanto que neste estudo foi utilizado um grupo com oclusão normal. Sendo o grupo com Classe I, de má oclusão, pode ser que uma maior assimetria, neste grupo, tenha impedido a ocorrência de uma diferença significante, ao ser comparado com o grupo de Classe II, subdivisão, ou, ainda, que essa diferença entre os resultados devam-se ao fato de que neste estudo foram utilizados valores absolutos, enquanto que no de ROSE et al.182 foram utilizados valores reais. Valores reais às vezes revelam assimetria direcional74,125,198,199,230 nos grupos, o que poderia ter mascarado possíveis Discussão diferenças. 179 Finalmente, uma outra explicação pode consistir no nível de significância utilizado por aqueles autores, que foi maior que o utilizado nesta ocasião. A ausência de uma diferença estatisticamente significante quanto ao posicionamento das linhas médias dentárias superior e inferior, entre os grupos, sugere um posicionamento relativamente simétrico lateral dos arcos dentários superior e inferior, em relação ao assoalho craniano12 e a presença de arcos assimétricos, principalmente o inferior, uma vez que os molares estão posicionados mais para distal, do lado da Classe II. Apesar da diferença não ser estatisticamente significante para o posicionamento das linhas médias superior e inferior entre os grupos, nota-se que os desvios médios no grupo com Classe II, subdivisão foram maiores (Tabela 14). A linha média mandibular apresentou um desvio significante em relação ao eixo interespinhosos, para o lado da Classe II (Tabelas 2 e 14), sugerindo, desta forma, um certo posicionamento assimétrico esquelético da mandíbula, em relação ao assoalho craniano. A ausência de discrepância da linha média dentária superior, que indiretamente reflete o posicionamento da linha média maxilar, associada à ocorrência de desvio da linha média mandibular, em casos de Classe II, subdivisão, sugere a tendência de decréscimo da assimetria em direção cefálica159, analogamente aos casos de microssomia craniofacial unilateral73. A participação simultânea de todas as variáveis do Sistema de coordenadas do assoalho craniano explica 93,33% da diferença entre os dois grupos. Quando se realiza a análise desta forma, a variável da linha média dentária superior, em relação ao eixo interespinhosos (LMDS-EIE), apresenta maior participação (Tabela 20, Gráfico 2). É interessante notar que essa variável não se apresentou estatisticamente diferente entre os grupos quando se aplicou o teste t. A explicação para isto é que a variação das outras medidas não influi no posicionamento da linha média dentária superior, em relação ao eixo interespinhosos e, portanto, uma pequena diferença entre os grupos, quanto à 180 Discussão essa medida, já permite uma discriminação melhor entre eles. Mesmo não sendo a variável com o maior coeficiente na equação, a participação do posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares inferiores ao eixo transespinhosos é expressiva (PDMI-ETE, Tabela 20, Gráfico 2). GRÁFICO 2 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas do assoalho craniano 140 LMDS-EIE 120 PDMI-ETE PCM-EIE 100 OP-EIE BA-EIE 80 PDMS-EIE 60 PPC-EIE LMM-EIE 40 GO-EIE PPC-ETE 20 0 6.3.2.3 SISTEMA DE COORDENADAS ZIGOMÁTICO-MAXILARES Novamente a posição ântero-posterior dos molares inferiores, em relação ao eixo transpterigomaxilar (PDMI-ETPTM) apresentou-se significantemente diferente entre os grupos, evidenciando a grande participação dessa variável na composição da Classe II, subdivisão. As outras variáveis desse sistema de coordenadas não se apresentaram estatisticamente diferentes entre os grupos (Tabelas 3 e 15). As variáveis aqui analisadas são, na grande maioria, esqueléticas, demonstrando a pequena participação das estruturas esqueléticas na diferenciação entre os grupos. A linha média dentária inferior e a linha média mandibular, apesar de não apresentarem uma diferença estatisticamente significante entre os grupos, apresentaram valores maiores no grupo com Classe II, em relação ao grupo de oclusão normal (Tabela 15), demonstrando uma tendência de apresentarem um desvio maior que o grupo de oclusão normal em 181 Discussão relação ao eixo interpterigomaxilar. posicionamento da linha média A falta de uma diferença significante do superior entre os grupos sugere um posicionamento simétrico dos dentes superiores em relação à maxila12. Assim como no sistema de coordenadas do assoalho craniano, esses resultados indiretamente também favorecem a teoria de que há um decréscimo da assimetria esquelética em direção cefálica73,159. Na análise de regressão logística, neste sistema de coordenadas, a variável com o maior poder discriminatório foi a da abóbada craniana anterior ao eixo transpterigomaxilar (ACA-ETPTM), por sinal, uma variável esquelética (Tabela 21, Gráfico 3). A explicação para isto é análoga às anteriormente mencionadas para os outros sistemas de coordenadas. A discriminação entre os grupos foi de 73,33%, com um coeficiente de correlação de 0,85. Novamente, houve uma boa participação do posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares inferiores em relação ao eixo transpterigomaxilar (PDMI-ETPTM), na equação. GRÁFICO 3 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas zigomáticomaxilares 350 300 ACA-ETPTM Z-ETPTM PDMI-ETPTM 250 200 VP-EIPTM PDMI-EIPTM LMDI-EIPTM 150 100 50 0 VA-EIPTM PDMS-EIPTM LMM-EIPTM Discussão 6.3.2.4 182 SISTEMA DE COORDENADAS DENTÁRIAS Neste sistema de coordenadas, com exceção da variável que relaciona a posição do primeiro molar superior com o ponto condilar médio (PDMS-PCM), todas as outras apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, pelo menos ao nível de p<0,01 (Tabelas 4 e 16). Novamente nota-se o posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares inferiores (PDMI-PCM) significantemente diferente entre os grupos, demonstrando a grande participação dos dentes inferiores na manifestação da má oclusão de Classe II, subdivisão, como já foi relatado na literatura4,182. Essas variáveis dos molares superiores e inferiores são bastante semelhantes àquelas das coordenadas mandibulares, que relacionam os molares com o eixo transcondilar. A posição dos molares superiores apresentou-se significantemente diferente em relação àquela medida, mas não neste sistema de coordenadas. A pequena diferença na forma de medição pode ter contribuído para isso. No sistema de coordenadas dentárias transversal houve uma diferença significante entre os grupos quanto ao posicionamento lateral das linhas médias inferior e superior, em relação aos eixos intermolares inferiores e superiores (LMDI-EIMI, LMDI-EIMS, LMDS-EIMI, LMDS-EIMS, Tabela 16). Desvios das linhas médias dentárias, inferior ou superior, em relação ao eixo intermolares do arco oposto são resultados que poderiam ser previstos, uma vez que os casos selecionados eram de subdivisão e apresentavam apenas um mínimo de apinhamento simétrico. Entretanto, observou-se também um desvio das linhas médias dentárias em relação aos eixos intermolares de seu próprio arco dentário. Como houve desvios estatisticamente significantes para as duas linhas médias, isto sugere uma assimetria das formas dos arcos superior e inferior na Classe II, subdivisão, como já discutido e demonstrado anteriormente4,86. O desvio da linha média mandibular, em relação ao eixo intermolares inferiores (LMM-EIMI), sugere, mais uma vez, uma disposição assimétrica dos dentes inferiores em sua base óssea. A linha média mandibular inferior também apresentou um maior desvio, em relação ao eixo intermolares superiores (LMM-EIMS), no grupo com 183 Discussão subdivisão, do que no grupo com oclusão normal. Tais resultados sugerem um deslocamento dos dentes superiores para um dos lados, um desvio dentoalveolar e/ou esquelético mandibular para o lado oposto, ou, ainda, uma combinação desses fatores, em casos de Classe II, subdivisão. Como mencionado, esses resultados já poderiam ser esperados, quanto às discrepâncias no sistema de coordenadas dentárias, pois os grupos foram selecionados com base no relacionamento dentário. Entretanto, é importante que isso tenha sido demonstrado, pois ajuda a comprovar o rigor na escolha da amostra, procurando selecionar, em cada grupo, casos que apresentassem uma condição oclusal, marcantemente característica de cada grupo e que realmente preenchessem todos os requisitos de seleção necessários. É oportuno mencionar que, no estudo de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, as variáveis concernentes às assimetrias ântero-posteriores, medidas nos modelos, e que serviram como base para seleção da amostra de Classe II, subdivisão, ocuparam a sexta posição em sua análise discriminante. Os autores não especularam o que poderia ter contribuído para isso. Quando a influência de todas essas variáveis são analisadas conjuntamente, a análise de regressão logística demonstra quais são as mais importantes para a diferenciação dos grupos (Tabela 22, Gráfico 4). Destas, a que apresentou maior participação foi a distância da linha média dentária superior ao eixo intermolares inferiores (LMDS-EIMI). Este resultado também reforça o posicionamento mais para distal dos molares inferiores, assumido na Classe II, subdivisão, porque é este posicionamento assimétrico que mais contribui para desviar o eixo intermolares inferiores da linha média dentária superior, uma vez que em relação aos outros sistemas de coordenadas a linha média superior não apresentou uma diferença estatisticamente significante entre os grupos. Em segundo lugar nesta equação está o desvio da linha média inferior em relação aos eixos intermolares superiores (LMDI-EIMS). raciocínio prévio se aplica a esta variável, devendo-se O mesmo lembrar que provavelmente ela ocupa o segundo lugar na equação porque as diferenças entre 184 Discussão os posicionamentos ântero-posteriores dos primeiros molares superiores, para proporcionarem a Classe II, ocorrem com menor freqüência do que os inferiores, conforme demonstraram SCHNEIDER4. os resultados anteriores e ALAVI; BEGOLE; As outras variáveis foram descartadas por não apresentarem aumento da explicação da variância entre os grupos, na equação. Nota-se que as variáveis desse sistema de coordenadas explicam 100% da variância entre os grupos, mais uma vez confirmando que a principal diferença entre os grupos reside nas variáveis dentoalveolares. Este é um dado importante e de uso prático, pois permite a diferenciação entre uma má oclusão de Classe II, subdivisão e uma oclusão normal, com o conhecimento de um número relativamente pequeno de dados e também demonstra que a radiografia submentoniana é bastante útil para ajudar a identificar a presença de assimetria dentoalveolar em más oclusões com subdivisões. GRÁFICO 4 - Radiografia Submentoniana - Sistema de coordenadas dentárias 140 120 100 LMDS-EIMI 80 LMDI-EIMS LMDI-EIMI 60 LMM-EIMI 40 20 0 6.3.2.5 Os MEDIDAS ANGULARES ângulos entre transpterigomaxilar os eixos (EIE-EIC, condilar, ETE-ETC, dos forames ETPTM-ETC e espinhosos ETPTM-ETE) e não mostraram diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos, 185 Discussão demonstrando que geralmente não há alteração esquelética do posicionamento angular mandibular na Classe II, subdivisão, em relação à base do crânio e em relação à maxila (Tabelas 4 e 16). Isto significa que na Classe II, subdivisão, não ocorre a mesma rotação mandibular, em relação à base do crânio, encontrada em casos com mordida cruzada unilateral, com desvio de 2 mm da linha média inferior para o lado da mordida cruzada, em casos sem apinhamento e sem desvio mandibular funcional, como encontrado por O'BYRN et al.148. Alguns autores166,180,195,203,206 sugeriram que certas assimetrias das dimensões mandibulares, na idade adulta, podem ser causadas simplesmente por uma função oclusal assimétrica, devido à mordida cruzada unilateral. Outros sugerem que a função muscular pode estar envolvida no desenvolvimento da assimetria oclusal direcional125, ou que a assimetria craniofacial direcional, mensurável em alguns primatas mais evoluídos, pode ser conseqüência de uma assimetria funcional no sistema mastigatório74,230. Entretanto, nos casos de mordida cruzada unilateral, de acordo com os estudos de O'BYRN et al.148 e HINTON92, a mandíbula geralmente apresenta-se simétrica e é possível que ocorra uma remodelação da fossa glenóide, no lado da mordida cruzada, para posterior, ou no lado normal, para anterior, pois a mandíbula apresentou rotação em relação ao assoalho craniano, sem diferença do posicionamento condilar dentro da fossa, entre os dois grupos. Essa remodelação na fossa glenóide é possível, devido adaptativa37,41,112,120,141,170,208 à sua capacidade e corrobora os resultados de SOLBERG et al.204, que demonstraram uma evidência histológica de remodelação das ATMs na Classe II e de PIRTTINIEMI; KANTOMAA; LAHTELA164, que demonstraram que a mordida cruzada posterior unilateral persistente, está associada com uma maior assimetria na articulação têmporomandibular e nos trajetos condilares, que evidentemente é uma conseqüência de processos adaptativos nas superfícies articulares. Deve-se lembrar que alguns pacientes que apresentam mordidas cruzadas unilaterais podem apresentar também escoliose postural95 e assimetria facial aumentada47,53,93. O ângulo entre o eixo transpterigomaxilar e o eixo transespinhosos (ETPTM-ETE) não se apresentou estatisticamente diferente entre os grupos, demonstrando um Discussão 186 posicionamento simétrico também da maxila, em relação ao assoalho craniano, na má oclusão de Classe II, subdivisão. Os ângulos entre o eixo transmolares inferiores e os eixos transcondilar, transespinhosos e transpterigomaxilar (ETMI-ETC, ETMI-ETE, ETMI-ETPTM) apresentaram-se estatisticamente diferentes entre os grupos (p<0,01), demonstrando a grande participação de um posicionamento assimétrico dos dentes inferiores, em relação ao crânio, à sua base apical e à maxila, para produzir a subdivisão, como ficou anteriormente demonstrado4,182. ROSE et al.182 também encontraram resultados semelhantes entre o eixo transmolares inferiores e os eixos transcondilar e transespinhosos (ETMI-ETC, ETMI-ETE). O ângulo entre o eixo transmolares superiores e o eixo transcondilar (ETMS-ETC) apresentou-se estatisticamente diferente entre os grupos (p<0,05), mas não houve diferenças, entre os grupos, quanto aos ângulos formados pelo eixo transmolares superiores e os eixos transespinhosos e transpterigomaxilar (ETMSETE, ETMS-ETPTM). Isto sugere que os molares estão simetricamente dispostos em relação à base do crânio e à maxila, enquanto apresentam uma pequena rotação entre o eixo transmolares superiores e o eixo transcondilar, podendo, talvez, sugerir uma ligeira rotação do eixo intermolares superiores em um sentido e uma leve rotação mandibular em sentido contrário, não evidenciada quando avaliada em relação a outros parâmetros. A contribuição maior para a relação de Classe II, dos dentes posteriores inferiores localizando-se mais para distal, e a menor contribuição dos molares superiores, conforme evidenciado nos outros sistemas de coordenadas e neste, mostram que há uma tendência de diminuição da assimetria dentoalveolar em direção cefálica e portanto, indiretamente, também favorecem a teoria de que há um decréscimo da assimetria esquelética em direção cefálica, de acordo com PECK; PECK; KATAJA159 e GRAYSON; MCCARTHY; BOOKSTEIN73. Embora ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 tenham evidenciado, em seu trabalho, que o posicionamento ântero-posterior dos molares inferiores se constituía na variável com o maior poder discriminatório entre os grupos de má Discussão 187 oclusão de Classe II, subdivisão e o de oclusão normal, sua metodologia não lhes permitiu evidenciar se isto se devia a um posicionamento mais para posterior do molar inferior, dentro de sua base, ao posicionamento da base no complexo craniofacial, à uma assimetria mandibular, ou ainda a uma combinação das três situações. No presente trabalho, como não houve diferença entre o ângulo formado pelos eixos transcondilar, transforame espinhoso e transpterigomaxilar, ficou demonstrada a ausência de um posicionamento assimétrico da mandíbula em relação ao complexo craniofacial, e também como não houve a presença de uma assimetria mandibular, estes resultados suportam um posicionamento mais para distal dos primeiros molares inferiores na mandíbula, na constituição da Classe II, subdivisão, que foi evidenciado pelas variáveis PDMI-ETC, PDMI-ETE, PDMI-ETPTM, e PDMI-PCM. Como não foram incluídos indivíduos que apresentavam deslocamento mandibular lateral, a diferença no posicionamento ântero-posterior dos molares inferiores também não pode ser atribuída a esse fator. A variância explicada por essas medidas foi de 73,33%, com coeficiente de correlação de R=0,85, (Tabela 23), de acordo com a análise de regressão logística. Quando estas variáveis foram analisadas conjuntamente, a variável ETE-ETC apresentou a maior participação na explicação da variância, apesar de não ter demonstrado diferença significante, quando analisada isoladamente, com o teste t. Isto demonstra que nesta situação, ela é importante para discriminar os grupos, levantando suspeita de que há uma ligeira alteração entre os eixos transespinhosos e transcondilar na má oclusão de Classe II, subdivisão. Entretanto, como não foram incluídas todas as variáveis estudadas no processo decrescente de regressão, essa conclusão deve ser avaliada com cautela. Os resultados da análise de regressão, com todas as variáveis, serão discutidos mais à frente. A variável que representa o ângulo entre os eixos transmolares inferiores e o eixo trans-espinhosos ocupou o 3º posto discriminatório (ETMIETE), novamente mostrando o posicionamento distal dos molares inferiores, em relação ao assoalho craniano. 188 Discussão GRÁFICO 5 - Radiografia Submentoniana - Medidas angulares 300 ETE-ETC 250 EIE-EIC ETMI-ETE 200 ETMI-ETPTM ETMS-ETC 150 ETMI-ETC ETPTM-ETC 100 ETPTM-ETE 50 0 6.3.2.6 VARIÁVEIS ADICIONAIS As duas variáveis adicionais esqueléticas, que constituem a medição do ponto condilar médio até à linha média mandibular e até o contorno médio da mandíbula (PCM-LMM, PCM-CMM), não se apresentaram significantemente diferentes entre os grupos (Tabelas 4 e 16), mostrando, de uma outra maneira, a ausência de diferença esquelética do tamanho dos lados da mandíbula, na constituição da subdivisão, concordando com ROSE et al.182. Considerações mais detalhadas sobre esse aspecto estão apresentadas na discussão dos resultados da radiografia oblíqua corrigida. A posição lateral dos primeiros molares inferiores e superiores, em relação à borda mandibular, também não apresentou diferenças estatisticamente significantes entre os grupos (POSM, POSMS), não evidenciando nenhum posicionamento lateral dos molares na Classe II, subdivisão, dentro de sua base apical. Assim, como muitos resultados anteriores sugeriram uma assimetria dos arcos inferior e superior, parece que essa assimetria deve se localizar de preferência nas regiões de pré-molares e dentes anteriores, uma vez que lateralmente os molares não apresentaram problemas. 189 Discussão Analogamente aos resultados do teste t, que não demonstraram diferenças entre os grupos, quanto à essas variáveis, a análise de regressão logística também demonstrou que a explicação da variância entre os grupos foi de apenas 6,27%, com R=0,25 (Tabela 24 e Gráfico 6). GRÁFICO 6 - Radiografia Submentoniana - Variáveis adicionais 0,25 PCM-LMM 0,2 POSM 0,15 POSMS PCM-CMM 0,1 0,05 0 6.3.2.7 RADIOGRAFIA SUBMENTONIANA COMPLETA Após completada a avaliação independente dos sistemas de coordenadas da radiografia submentoniana, foi realizada a análise simultânea de todas as variáveis, pela técnica de regressão logística. Os resultados demonstraram que aquelas que realmente respondem pela variância entre os grupos, quando analisadas simultaneamente, são as que relacionam as linhas médias dentárias inferior e superior com os eixos intermolares superiores e inferiores (LMDS-EIMI, LMDI-EIMS, LMDI-EIMI) e a do ponto distal do molar inferior ao eixo transcondilar (PDMI-ETC, Tabela 25 e Gráfico 7). A maior participação é dada pela medida da linha média dentária superior ao eixo intermolar inferior (LMDSEIMI). Apenas com essas variáveis, a explicação da variância entre os grupos é de 100%, com R=1,00. Eliminando-se os resultados óbvios, que são os desvios das linhas médias dos arcos, em relação aos eixos dos molares do arco Discussão 190 oposto, há uma grande participação da variável do ponto distal do molar inferior ao eixo transcondilar (PDMI-ETC, Tabela 25), corroborando os trabalhos de ROSE et al.182 e ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4. Entretanto, não se deve esquecer da participação, embora menor, do posicionamento ântero-posterior dos primeiros molares superiores na constituição da Classe II, subdivisão, pois eles apresentaram uma diferença estatisticamente significante para a variável PDMS-ETC; esta mesma variável apresentou a maior participação na equação de regressão logística para o sistema de coordenadas mandibulares e houve uma diferença estatisticamente significante, entre os grupos, quanto à variável referente ao ângulo entre o eixo transmolar superior e o eixo transcondilar (ETMS-ETC, Tabela 16). Além disso, quando todas as variáveis da radiografia submentoniana foram analisadas simultaneamente, a variável LMDI-EIMS ocupou o segundo lugar na equação. A importância disto é que nesta variável a linha média dentária inferior é medida em relação ao eixo intermolares superiores. Portanto, o desvio resultará não apenas de um desvio da linha média inferior, mas também de uma alteração ântero-posterior entre os molares superiores de ambos os lados. Além de revelar, de uma maneira simples, as características da má oclusão de Classe II, subdivisão, esse resultado é bastante útil na prática, pois o profissional necessitará conhecer poucas variáveis, obtidas nesta radiografia, para ter idéia do tipo de má oclusão que o paciente apresenta quanto à presença de assimetria dentoalveolar. Uma questão que poderia ser levantada nesse ponto é porque foram utilizadas as variáveis do sistema de coordenadas dentárias como parâmetros de avaliação das assimetrias dentoalveolares, uma vez que o resultado poderia ser considerado óbvio? Realmente, se houvesse diferenças esqueléticas significantes entre os grupos, a avaliação da assimetria dentoalveolar, por meio destas variáveis, não seria precisa, uma vez que os dentes estariam deslocados anteroposteriormente em conseqüência das diferenças de tamanho mandibulares entre um lado e outro. Porém, como não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos, as variáveis do sistema de coordenadas dentárias 191 Discussão podem se constituir em parâmetros auxiliares para a estimativa das assimetrias dentoalveolares em casos de má oclusão de Classe II, subdivisão, com pequenos e simétricos apinhamentos. Auxiliares porque essas variáveis indicam a presença de uma assimetria dentoalveolar, mas não são capazes de detectar se o fator principal deve-se ao posicionamento mais para distal dos primeiros molares inferiores ou mais para mesial dos superiores, do lado da Classe II. Para qualquer que seja o fator etiológico principal, dentre esses dois, da subdivisão, haverá desvios recíprocos das linhas médias dentárias em relação aos eixos intermolares do arco oposto. Além disso, como já mencionado, a avaliação por meio destas variáveis ajudou a confirmar a obediência aos critérios de seleção quanto à relação ântero-posterior dos dentes posteriores dos grupos comparados. Portanto, com o objetivo de avaliar a participação das variáveis, sem o efeito das medidas do sistema de coordenadas dentárias, foi realizada a análise de regressão da radiografia submentoniana completa, cujos resultados estão dispostos na Tabela 26 e no Gráfico 8. As duas variáveis com as maiores participações foram a do ponto distal do primeiro molar inferior ao eixo transespinhosos e a do ponto distal dos primeiro molar superior ao eixo transcondilar (PDMI-ETE, PDMS-ETC), confirmando os resultados obtidos pelo teste t e nas análises de regressão dos diversos sistemas de coordenadas analisados. Estes resultados também corroboram os obtidos por ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, em sua análise discriminante e de ROSE et al.182, somente quanto ao posicionamento do molar inferior, uma vez que estes últimos autores não avaliaram o posicionamento do molar superior. Ao se excluir as variáveis do sistema de coordenadas dentárias houve uma diminuição da explicação da variância entre os grupos pela radiografia submentoniana completa, caindo de 100% para 93,33%, e também houve a necessidade da inclusão de um maior número de variáveis para explicar melhor a variância (Tabelas 25 e 26). Entretanto, essas variáveis são capazes de identificar a natureza e o local das assimetrias entre os grupos e não somente a presença ou 192 Discussão não, dessas. Conseqüentemente, apresentam uma maior utilidade. Outro fato relevante, que merece ser levantado é que a maioria das variáveis dessa tabela são dentoalveolares e apenas algumas são esqueléticas, reafirmando a natureza predominantemente dentoalveolar das diferenças entre os dois grupos. GRÁFICO 7 - Radiografia Submentoniana - Completa 100 90 80 LMDS-EIMI 70 LMDI-EIMS 60 LMDI-EIMI 50 PDMI-ETC 40 30 20 10 0 GRÁFICO 8 - Radiografia Submentoniana - Completa (Sem as variáveis do Sistema de Coordenadas Dentárias) 120 PDMI-ETE PDMS-ETC PDMI-EIC 100 PDMS-EIC LMDI-EIE 80 PDMS-ETPTM PDMS-EIE 60 PDMS-ETE LMDI-EIPTM PDMI-ETPTM 40 PCM-EIE GO-EIE 20 Z-ETPTM BA-EIE 0 PPC-EIE Discussão 193 6.3.3 RADIOGRAFIA PÓSTERO-ANTERIOR (PA) As mesmas considerações mencionadas para a obtenção das radiografias submentonianas, quanto à relação cêntrica, aplicam-se para as radiografias póstero-anteriores. A posição do paciente para a tomada radiográfica póstero-anterior consistia em que ele mantivesse a fronte e a ponta do nariz tocando levemente o chassis80. Essa posição difere um pouco da recomendada por outros autores75,202, que preconizam que ela seja obtida com o plano de Frankfurt paralelo ao solo. A posição com a fronte e a ponta do nariz tocando o chassis faz com que a cabeça fique ligeiramente inclinada para a frente e, como conseqüência, o plano oclusal se apresentará também angulado na radiografia, dificultando um pouco a identificação dos molares. Entretanto, como ambos os lados são afetados igualmente, isto não traz conseqüências maiores para o estudo em questão. Um dos principais problemas com as análises de assimetria nas radiografias póstero-anteriores consiste em estabelecer uma linha fixa de referência, a partir da qual as medidas possam ser obtidas. Utilizou-se o método de HARVOLD79,80,83, que consiste em traçar uma linha vertical, através da crista galli, perpendicular a outra linha horizontal, conectando as duas partes laterais da sutura fronto-zigomática, para representar o plano mediano. representa o eixo de simetria e é denominada linha-X. Essa linha Este método de construção da linha média foi escolhido porque ele não depende de nenhum ponto maxilar ou mandibular e já está comprovado na literatura79,80,83 e também porque PECK; PECK; KATAJA159 demonstraram que a órbita látero-superior apresenta pequena variabilidade. Uma variação desse método consiste em traçar uma perpendicular, passando por crista galli, a uma linha horizontal que conecta os pontos superiores dos contornos orbitários4,59,128,129. A escolha da linha horizontal conectando as estruturas orbitárias é sensata porque os Discussão 194 indivíduos normalmente tendem a compensar qualquer assimetria facial mantendo o eixo interpupilar (que está relacionado com a órbita) paralelo ao solo, procurando minimizar a aparência assimétrica60. As únicas variáveis que apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos foram as medidas da linha média dentária superior e da linha média dentária inferior, em relação à linha-X (A1 e B1, Tabelas 5 e 17). Os resultados são conflitantes com os obtidos na radiografia submentoniana, no sistema de coordenadas do assoalho craniano, onde a linha média mandibular apresentou-se desviada em relação ao eixo interespinhosos (LMM-EIE) e as linhas médias dentárias, não (Tabela 14). Talvez a explicação para essa falta de concordância de resultados esteja alicerçada no fato de que na radiografia submentoniana, o parâmetro de avaliação de desvio da linha média seja o eixo interespinhosos, que apresenta, provavelmente, menor alteração de posição do que as bordas laterais das órbitas, que constituíram os pontos para a construção da linha-X, utilizada na radiografia póstero-anterior. De uma certa forma, esses últimos resultados vêm suportar uma constatação clínica em pacientes com Classe II, subdivisão, que é a presença, em grande parte dos casos, de um desvio da linha média dentária inferior, principalmente, ou superior, em relação ao plano sagital mediano. Clinicamente, o resultado da radiografia póstero-anterior é mais interessante, pois o cálculo do desvio das linhas médias dentárias, em relação à uma linha imaginária, representando o plano sagital mediano, é mais fácil e útil do que procurar relacionar as linhas médias dentárias aos eixos de coordenadas da base do crânio. Quando a linha média dentária inferior estiver desviada, será para o lado da Classe II, conforme demonstram as médias reais da Tabela 5. Estes desvios das linhas médias dentárias nada mais são do que o reflexo dos posicionamentos assimétricos dos molares inferiores ou superiores, do lado da Classe II, na má oclusão de Classe II, subdivisão. Os resultados, em modelos, de MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128 apontaram para uma maior freqüência do desvio da linha média inferior do que da superior, em más oclusões de Classe II, 195 Discussão subdivisão, o que corrobora este raciocínio. O desfecho destas observações se completa na discussão dos resultados da radiografia oblíqua corrigida, logo adiante. Na análise discriminante de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, o desvio da linha média superior ficou em quarto lugar, em poder discriminatório e o desvio da espinha nasal anterior, em sétimo. Apesar de que variáveis nessa ordem classificatória pouco contribuem para a equação discriminante, é relevante o fato dessas mesmas variáveis entrarem, no mínimo, na composição da equação, demonstrando, de fato, a possibilidade de ocorrência deste desvio de linha média. Quanto às outras variáveis da radiografia póstero-anterior, ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 também verificaram que os valores para a assimetria maxilar no grupo com má oclusão de Classe II, subdivisão, foram semelhantes aos do grupo com Classe I, demonstrando que a assimetria esquelética na Classe II, subdivisão, é semelhante à da oclusão normal. MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128, de maneira semelhante, não encontraram assimetrias esqueléticas na Classe II, subdivisão, ao compararem os lados direito e esquerdo, dos pacientes, com a mesma técnica radiográfica. Os resultados das outras variáveis que não apresentaram significantes também são semelhantes aos diferenças de estatisticamente SHORE200 e LETZER; KRONMAN116, que utilizaram a radiografia póstero-anterior para avaliar a assimetria em grupos de más oclusões inespecíficas, em comparação com grupos de oclusão normal e discordam de VAZQUEZ; GROSTIC; FONDER229, que encontraram correlação entre a severidade da má oclusão e o grau de assimetria, em largura, dos crânios. Entretanto, nesse último estudo, os próprios autores suspeitaram da seleção de sua amostra229. A avaliação simultânea de todas as variáveis da radiografia PA, pela análise de regressão logística, mostrou que 60,00% da variância entre os grupos pode ser explicada por essas variáveis, com R=0,77. Os valores mostram que esta é uma correlação relativamente baixa e portanto a radiografia PA sozinha apresenta um pequeno poder de explicação da variância entre os dois grupos. A variável com maior participação na explicação da variância foi a do desvio da 196 Discussão linha média inferior, em relação à linha-X (B1, Tabela 27 e Gráfico 9). Como já mencionado anteriormente, esse resultado confirma o desvio da linha média inferior, encontrado mais freqüentemente nos casos de Classe II, subdivisão, sem apinhamento superior e inferior é relevante no planejamento do tratamento desses casos. Esse resultado contrasta com o encontrado por ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, em que essa medida não apresentou participação significante na análise discriminante. GRÁFICO 9 - PA 180 B1 PLANO Z 160 PLOCLUSAL DESVENA 140 DISTZ 120 A1 DISTNC 100 CO-ME DISTAG 80 CO-AG DESVMAND 60 DISTZA 40 DISTCO ME-AG 20 AANT 0 6.3.4 RADIOGRAFIA OBLÍQUA CORRIGIDA Poucos trabalhos utilizaram esta técnica radiográfica até o momento. METAXAS138 verificou que a precisão desta radiografia em estimar o tamanho real da mandíbula apresentou diferenças menores do que 1mm e concluiu que as medidas estavam dentro de um padrão de precisão razoável. GIAMBATTISTINI66 ao avaliar a sua precisão encontrou resultados menos favoráveis. Entretanto, para determinar a linha correspondente aos lados mandibulares, utilizou o centro geométrico destes e não uma linha passando pelos pontos médios condilares até o centro da sínfise mentoniana. Discussão 197 Provavelmente tenha sido este o problema com sua metodologia, e a razão por ter encontrado resultados díspares. As variáveis que se apresentaram estatisticamente diferentes entre os grupos foram as referentes ao posicionamento ântero-posterior dos molares inferiores e superiores (MESM-POSR, MESMS-PR, MESMS-POG, MESMS-APG, Tabelas 6 e 18). A diferença estatisticamente significante quanto à posição dos molares inferiores, em relação à porção posterior do ramo (MESM-POSR), vem confirmar a diferença de posicionamento ântero-posterior, já observada anteriormente na radiografia submentoniana, pelas medidas do ponto distal do molar inferior ao eixo transcondilar (PDMI-ETC), ao eixo transespinhosos (PDMIETE), ao eixo transpterigomaxilar (PDMI-ETPTM) e ao ponto condilar médio (PDMI-PCM) e ratificar os resultados já obtidos em outros trabalhos4,182. Com todas essas variáveis demonstrando um posicionamento mais para distal dos molares inferiores no lado da Classe II, nos casos de subdivisão, é admissível se concluir por esse posicionamento, apesar da medida da mesial do molar inferior ao condílio (MESM-CO), na radiografia oblíqua, não ter apresentado diferença estatisticamente significante entre os grupos. A diferença significante quanto à posição dos molares superiores, em relação à porção posterior do ramo, ao pogônio e à linha A-pogônio (MESMS-PR, MESMS-POG, MESMS-APOG), confirma o que foi obtido pela variável do ponto distal do molar superior ao eixo transcondilar (PDMS-ETC). Entretanto, as outras mensurações do ponto distal dos molares superiores ao eixo transespinhosos, ao eixo transpterigomaxilar e ao ponto condilar médio (PDMS-ETE, PDMS-ETPTM, PDMS-PCM) não haviam apresentado diferenças estatísticas significantes. O que se pode considerar é que o posicionamento mais para mesial dos molares superiores, para promover uma relação de Classe II, nos casos de subdivisão, ocorre com menor freqüência do que o posicionamento mais para distal dos molares inferiores. MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128 encontraram, em modelos, uma freqüência de assimetria, ântero-posterior, estatisticamente maior no arco inferior do que no superior, fornecendo suporte para essa especulação. A maior freqüência com que o molar inferior está posicionado mais para distal se reflete no 198 Discussão posicionamento da linha média inferior, fazendo com que ela apresente um desvio maior e mais freqüente que a superior, nos casos de Classe II, subdivisão (Tabela 5). MARTINS DE ARAÚJO; SCHIRMER; ALMEIDA128 também verificaram, em modelos, que a freqüência do desvio da linha média inferior é maior do que o da superior, mas não encontraram diferença na freqüência, ao analisarem as linhas médias na radiografia PA. O que pode ter contribuído para essa divergência de resultados, além dos diferentes parâmetros para medição, seria o teste estatístico não paramétrico, utilizado, que é menos preciso que o paramétrico. Todavia, na radiografia PA, houve uma tendência da freqüência do desvio ser maior no arco inferior. Casos de oclusão normal não apresentam diferenças estatisticamente significantes, com relação à freqüência de desvio das linhas médias e de assimetrias ântero-posteriores, analisadas em modelos, entre os arcos superior e inferior129. Como as outras variáveis esqueléticas de mensurações mandibulares não apresentaram diferenças significantes entre os grupos, demonstra-se que não há envolvimento esquelético da mandíbula, na Classe II, subdivisão, pelo menos em relação às variáveis aqui analisadas. A diferença de comprimento mandibular entre os dois lados da mandíbula não se apresentou estatisticamente diferente no grupo com má oclusão, em relação ao grupo com oclusão normal, quando avaliada pela radiografia oblíqua, discordando dos resultados de WILLIAMSON; SIMMONS241, que verificaram que indivíduos que apresentavam 3mm ou mais de assimetria mandibular demonstravam tendência a apresentar uma relação de Classe II do lado mais curto da mandíbula. Estes resultados são também discordantes dos de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, que verificaram que a assimetria mandibular ocupou o oitavo lugar em sua análise discriminante. Apesar do poder discriminatório da variável neste posto ser pequeno, ele reflete uma mínima participação da assimetria mandibular, em diferenciar os grupos. Entretanto, a forma de mensuração desta assimetria foi realizada na radiografia cefalométrica lateral. Não somente as medidas na radiografia oblíqua demonstraram a semelhança entre os grupos, como também as variáveis do ponto condilar médio à linha média mandibular e ao contorno médio da mandíbula (PCM-LMM, PCM-CMM), 199 Discussão obtidas na radiografia submentoniana. Deve-se salientar aqui a grande precisão dos dados obtidos com a radiografia oblíqua corrigida, uma vez que ela é tomada com o lado mandibular de interesse paralelo ao filme, permitindo uma ótima visualização das estruturas mandibulares a serem mensuradas138. O comprimento mandibular, nessa radiografia, foi medido de várias maneiras, de forma a investigar se os parâmetros de medição influiriam nos resultados obtidos. Assim, o comprimento foi medido do condílio ao pogônio (COMPMD), do condílio à sínfise mandibular (COMPMD2) e também foi calculado o tamanho real dos lados da mandíbula (CMMR), de acordo com a técnica de METAXAS138. Nas três formas de avaliação, os resultados do teste t não demonstraram diferenças entre os grupos e nem as variáveis apresentaram participação significante na equação de regressão logística, de todas as radiografias, analisadas simultaneamente, quando as medidas do sistema de coordenadas dentárias da radiografia submentoniana foram incluídas (Tabela 29). Houve participação da variável CCORPO2 somente quando essas últimas variáveis não foram incluídas (Tabela 30). Face aos presentes resultados, pode-se inferir que é possível que indivíduos que apresentam assimetria entre o tamanho dos lados da mandíbula tenham tendência a apresentar uma relação molar de Classe II do lado mais curto, o que não implica que indivíduos que apresentam uma relação de Classe II de um dos lados tenham tendência a apresentar esse lado da mandíbula mais curto. Os indivíduos que poderiam estar incluídos nessa categoria são crianças com algum distúrbio da ATM, que pode potencialmente alterar o crescimento mandibular e provocar o desenvolvimento de uma deficiência mandibular113,146,190-193,209,210,217. Os distúrbios internos da ATM estão também presentes em muitos adultos194,236, os quais apresentam o potencial de provocar alteração da estrutura esquelética. O'BYRN et al.148 encontraram um posicionamento mais distal do molar inferior, em casos com mordida cruzada posterior unilateral, que pode ser considerado uma tendência maior desses pacientes apresentarem uma Classe II desse lado ou uma Classe III do lado oposto. Discussão 200 Outra ocasião em que poderia ocorrer diferença entre os lados mandibulares seria nos casos em que há um crescimento unilateral acentuado do côndilo mandibular162,165, que pode ocorrer como um aumento de toda a metade da mandíbula, com um prognatismo associado e como um hiperdesenvolvimento do côndilo ou do pescoço condilar, com ou sem prognatismo. Quando não há prognatismo, há desvio da linha média e mordida cruzada unilateral165. Entretanto, é evidente que nesses casos haverá comprometimento da estética, devido à assimetria facial e, muitas vezes, o tratamento de preferência é cirúrgico13,139,151,173. Ainda dentre os fatores que podem provocar desenvolvimento assimétrico mandibular que possa conduzir a um relacionamento de Classe II, do lado mais curto da mandíbula, estão a atrofia progressiva hemifacial165, infecções e inflamações55 e fraturas e traumas6,25,55,102,174,202,207. O tratamento de casos com assimetrias no tecido ósseo da articulação temporomandibular está indicado, não só devido aos problemas estéticos que ocasionam mas porque também já se demonstrou que estas assimetrias ocorrem mais freqüentemente em pacientes com dor-disfunção temporomandibular definida196. O conhecimento destes problemas, que podem ocasionar uma assimetria mandibular, poderia gerar a especulação de que as más oclusões de Classe II, subdivisão, possivelmente, tenham origem de uma forma similar, embora atenuada de hipoplasia condilar unilateral, que produziria um comprimento mandibular menor do lado da subdivisão. Entretanto, estes resultados, assim como o de ROSE et al.182, não demonstraram diferenças estatisticamente significantes, entre os grupos, quanto à presença de assimetria mandibular esquelética. A análise de regressão logística dessas variáveis demonstra que elas podem explicar 80% da variância entre os grupos, com R=0,89 (Tabela 28, Gráfico 10). Utilizar a radiografia oblíqua e essas variáveis fornece uma boa 201 Discussão estimativa se a má oclusão apresenta subdivisão ou não, entretanto não é o ideal. A variável que apresentou maior participação na predição dos grupos foi a da mesial do molar inferior até à porção posterior do ramo (MESM-POSR), confirmando novamente a posição distal desses dentes. As demais variáveis, não representadas, não aumentavam a predição dos grupos. GRÁFICO 10 - Oblíqua 140 MESM-POSR MESMS-POG 120 MESMS-CO 100 MESM-CO CMMR 80 MESM-POG ANGGON 60 CRAMO MESMS-PR 40 CCORPO2 20 LARGRAM 0 6.3.5 RADIOGRAFIAS SUBMENTONIANA + PÓSTERO-ANTERIOR + OBLÍQUA A análise simultânea de todas as variáveis das três radiografias forneceu os resultados apresentado nas Tabelas 29 e 30 e nos Gráficos 11 e 12. Na Tabela 29 e no Gráfico 11 percebe-se que como as variáveis mais fortes da radiografia submentoniana já eram capazes de explicar 100% da variância entre os grupos, são elas que apresentam maior participação na equação. A única alteração na equação, fornecida apenas pelas variáveis da radiografia submentoniana, foi a substituição da variável do ponto distal do molar inferior ao eixo transcondilar (PDMI-ETC) pela variável da mesial do molar inferior até à porção posterior do ramo mandibular (MESM-POSR). Na verdade, ambas se referem à posição ântero-posterior do molar inferior. Assim, a diferenciação entre uma oclusão normal e uma má oclusão de Classe II, subdivisão, está 202 Discussão principalmente em seus componentes dentoalveolares. Evidentemente se esperava que as variáveis que relacionam as linhas médias dentárias superior e inferior com os eixos intermolares dos arcos opostos estivessem apresentando maior explicação da diferenciação entre o grupo com Classe II, subdivisão, e o com oclusão normal, uma vez que o grupo foi escolhido com base na relação molar assimétrica entre os dois lados. No entanto, a explicação para o desvio da linha média inferior, em relação ao seu próprio eixo intermolares, é mais difícil e talvez esteja baseada na própria assimetria do arco dentário inferior, como já salientado anteriormente. Percebe-se que a outra variável com grande participação na diferenciação entre os grupos é a medida da mesial do molar inferior até à porção posterior do ramo mandibular, o que corrobora, indiretamente, outros estudos que utilizaram medidas semelhantes4,182. Pela análise discriminante, ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 encontraram que o relacionamento ântero-posterior dos molares inferiores na mandíbula era de importância relativamente maior na discriminação entre os grupos. Entretanto, eles não utilizaram a radiografia submentoniana e suas variáveis dentárias. A análise de regressão logística demonstrou que a variável MESM-POSR apresentou maior participação na diferenciação entre os grupos, quando se utilizou apenas a radiografia lateral oblíqua (Tabela 28) e que a mesma teve grande participação na variância dos grupos quando as três radiografias foram analisadas simultaneamente (Tabela 29). O posicionamento ântero-posterior dos molares superiores apresentou uma participação maior na explicação da variância entre os grupos apenas quando as variáveis do sistema de coordenadas mandibulares, da radiografia submentoniana, foram analisadas simultaneamente (Tabela 19). Na radiografia oblíqua, o posicionamento ântero-posterior dos molares superiores (MESMS-CO, MESMS-PR e MESMS-POG) apresentou participação moderada na variação dos grupos (Tabela 28). Portanto, não se pode atribuir ao posicionamento ânteroposterior dos molares superiores um grande potencial para realizar a diferenciação entre os grupos, quando se leva em consideração o efeito 203 Discussão combinado de todas as variáveis atuando concomitantemente, assim como foi obtido por ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4. De maneira semelhante à análise da radiografia submentoniana completa, com o objetivo de avaliar a participação das variáveis, sem o efeito das medidas do sistema de coordenadas dentárias da radiografia submentoniana, foi realizada a análise de regressão, cujos resultados estão dispostos na Tabela 30 e no Gráfico 12. referentes As variáveis que apresentaram a maior contribuição foram as ao posicionamento ântero-posterior dos superiores (PDMI-ETC, MESM-POG, MESMS-PR). molares inferiores e Houve participação de algumas variáveis esqueléticas, como o comprimento do corpo mandibular, e o ângulo goníaco (CCORPO2 e ANGGON, respectivamente). O desvio da linha média dentária superior (A1), obtido na radiografia póstero-anterior, apresentou uma pequena contribuição, ocupando o quinto lugar, enquanto que a contribuição do desvio da linha média inferior foi muito pouco expressivo. Esses resultados se assemelham bastante aos de ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4. É interessante notar que estes resultados demonstram uma certa participação esquelética na diferenciação entre os grupos e também que o desvio da linha média inferior, que apresentou diferença estatística significante entre os grupos, para o teste t (Tabela 17) e apresentou a maior participação quando as variáveis da radiografia póstero-anterior foram analisadas isoladamente (Tabela 27), pouca contribuição apresentou na equação de regressão das três radiografias analisadas simultaneamente. participação recebe uma Isso ocorreu provavelmente porque a sua grande influência de outras variáveis, que demonstraram grande participação na equação, como a posição ântero-posterior dos primeiros molares inferiores. Quando os molares inferiores estão posicionados mais para distal do lado da Classe II haverá, conseqüentemente, um desvio da linha média inferior para esse lado. Portanto, a participação da linha média inferior já estará implícita no posicionamento mais para distal dos molares inferiores, razão pela qual a variável B1 apresentou participação pequena na equação completa. Isso não ocorre quando se analisa apenas a 204 Discussão radiografia póstero-anterior porque as variáveis do posicionamento ânteroposterior dos molares inferiores não podem ser mensuradas por se encontrar em outro plano. Conseqüentemente, o desvio da linha média inferior apresenta a maior participação na equação de regressão e diferenciação dos grupos. Esse dado é muito importante e coaduna com observações clínicas nesses pacientes. Esses resultados da análise de regressão logística também demonstram que uma vez que as variáveis que melhor predizem os grupos são as das coordenadas dentárias da radiografia submentoniana, seja quando analisadas isoladamente, simultaneamente com as demais variáveis da radiografia submentoniana ou com as variáveis das outras duas radiografias, do ponto de vista prático, é melhor se obter apenas uma radiografia submentoniana quando se deseja investigar a assimetria de um paciente com má oclusão de Classe II, subdivisão, sem apinhamento superior e inferior. GRÁFICO 11 - SMT + PA + Oblíqua 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 LMDI-EIMS LMDS-EIMI LMDI-EIMI MESM-POSR 205 Discussão GRÁFICO 12 - SMT + PA + Oblíqua (Sem as variáveis do sistema de coordenadas dentárias) 140 PDMI-ETC MESM-POG 120 MESMS-PR CCORPO2 100 A1 PDMS-ETC 80 MESMS-POG ANGGON 60 ALT6 DESVENA 40 B1 20 MESM-POSR 0 6.3.6 CONSIDERAÇÕES GERAIS Como foi demonstrado pelas médias e desvios-padrão, a assimetria subclínica47 de ambos os arcos dentários, da maxila e da mandíbula foi encontrada nos grupos de oclusão normal e de má oclusão. Estes resultados não são incomuns e têm sido encontrados, na literatura, em várias ocasiões, em relação à assimetria dos arcos dentários16,21,26,77,96,108,124,161, assim como em relação às partes esqueléticas31,62,76,87,124,158,168,220,235,243 144. Como mencionado anteriormente, este estudo demonstrou que os principais componentes que contribuem para a relação ântero-posterior assimétrica na Classe II, subdivisão, na radiografia submentoniana, são dentoalveolares, quando comparados com casos de oclusão normal, concordando com ROSE et al.182 e ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4, que obtiveram resultados semelhantes. Embora ALAVI; BEGOLE; SCHNEIDER4 tenham encontrado uma maior participação dentoalveolar na produção da Classe II, subdivisão, eles admitiram uma participação de fatores esqueléticos, em 206 Discussão segundo plano, também. participação de No presente estudo, com diversas variáveis, a assimetrias esqueléticas na Classe II, subdivisão, em comparação com a oclusão normal foi muito pequena. Os resultados do teste t demonstraram que apenas as variáveis: ponto condilar médio até o eixo interespinhosos (PCM-EIE), gônio até o eixo interespinhosos (GO-EIE) e linha média mandibular até o eixo interespinhosos (LMM-EIE) apresentaram-se com assimetria um pouco maior no grupo com má oclusão, em comparação com o grupo de oclusão normal, na radiografia submentoniana, o que difere um pouco dos resultados obtidos por ROSE et al.182, conforme já discutido. Na análise de regressão logística das três radiografias analisadas simultaneamente, incluindose as medidas do sistema de coordenadas dentárias da radiografia submentoniana, não houve participação de nenhuma variável esquelética (Tabela 29 e Gráfico 11). Quando se excluíram essas variáveis, na análise completa, houve participação relativamente pequena, na equação, de algumas medidas esqueléticas como o comprimento do corpo mandibular e ângulo goníaco (CCORPO2 e ANGGON, Tabela 30 e Gráfico 12). De uma forma geral, os resultados obtidos não corroboram pesquisas que demonstraram uma tendência para a maxila ser mais assimétrica do que a mandíbula ou que as regiões dentoalveolares198,200,216,231, pelo menos quando se compara um grupo com Classe II, subdivisão, com outro de oclusão normal. Com o teste t não houve nenhuma diferença estatisticamente significante, entre os grupos, quanto à assimetria esquelética maxilar nas radiografias submentoniana ou PA. Aliás, a tendência é justamente inversa, ou seja, de que haja uma diminuição da assimetria esquelética em direção cefálica73,159. Os resultados do teste t da radiografia oblíqua também não demonstraram que a assimetria esquelética é maior nos casos de Classe II, subdivisão, em comparação com os casos de oclusão normal, corroborando HELLMAN87, FISHER62 e LUNDSTROM124 e discordando de VAZQUEZ; GROSTIC; FONDER229. 207 Discussão A análise de regressão demonstrou uma participação muito pequena de variáveis esqueléticas, na diferenciação entre os grupos. O que pode ser inferido desta pesquisa é que a Classe II, subdivisão é caracterizada por um posicionamento mais para distal do primeiro molar inferior do lado da Classe II, mais freqüentemente, e menos freqüentemente, por um posicionamento mais para mesial do molar superior, também deste lado. É sabido que uma alteração em alguma porção do complexo craniofacial produz uma alteração igual em outra parte e, algumas vezes, em sentido contrário. Quais seriam as alterações nas outras partes, neste caso, em conseqüência destas alterações dos molares? Seriam justamente as outras alterações dentoalveolares verificadas, que foram os desvios das linhas médias dentárias em relação aos diversos eixos das ordenadas dos sistemas de coordenadas, e também em relação à linha de simetria, na radiografia PA. Houve, portanto, alterações compensatórias dentoalveolares e não esqueléticas, devido à habilidade intrínseca individual para compensar alterações de crescimento regionais, para propiciar o desenvolvimento de proporções faciais harmoniosas58. Portanto, como a participação de uma assimetria esquelética na Classe II, subdivisão, em comparação com a oclusão normal, foi extremamente pequena, pode-se concluir que as diferenças entre os dois grupos se devam, preponderantemente, a fatores dentoalveolares. 6.4 IMPLICAÇÕES CLÍNICAS NO TRATAMENTO DE CASOS DE CLASSE II, SUBDIVISÃO Baseando-se nos resultados obtidos neste trabalho, com a análise de regressão logística da radiografia póstero-anterior (Tabela 27) e em outros anteriores, pode-se concluir que em grande parte dos casos de Classe II, subdivisão, a linha média dentária superior se apresentará coincidente, ou com um mínimo desvio, com o plano sagital mediano e a linha média dentária inferior se apresentará deslocada para o lado da Classe II, em relação ao plano sagital Discussão 208 mediano (devido ao posicionamento mais para posterior do molar deste lado), em uma face apresentando uma assimetria subclínica47. melhores opções Neste caso, uma das de tratamento consistirá da extração de dois pré-molares superiores e de um pré-molar inferior do lado da Classe I4,39,45,46,106,234, desde que o perfil do paciente permita certa retração dos incisivos superiores e dos incisivos inferiores. Isto produzirá uma oclusão final com o lado da Classe I terminando em Classe I de molar e de canino, enquanto que no lado da Classe II, o molar terminará em Classe II e o canino em Classe I, com as linhas médias dentárias superior e inferior coincidentes entre si e com o plano sagital mediano. A correção do desvio da linha média, nesta forma de tratamento, é realmente facilitada, uma vez que ela será obtida concomitantemente com o fechamento do espaço da extração do arco inferior. Há uma necessidade mínima do uso de elásticos intermaxilares para a correção da linha média118. Em um caso com as mesmas características anteriores, uma variação desse padrão de extrações, preconizada por WERTZ234 e CHENEY45,46 consiste em extrair também um segundo pré-molar do lado da Classe II, para estabelecer uma diferença na ancoragem entre os caninos direito e esquerdo e assim obter a relação de Classe I desses dentes. Apesar deste segundo esquema de extrações também produzir resultados satisfatórios, ele pode requerer uma maior utilização de elásticos intermaxilares para ajudar na obtenção de uma relação de Classe I, de molar, deste lado. A correção do desvio da linha média também é dificultada, uma vez que para o fechamento do espaço da extração do pré-molar do lado da Classe II, a linha média tenderá a se deslocar ainda mais para esse lado. Neste caso, pode-se utilizar um arco retangular no arco superior e um arco redondo no inferior, com amarrações distais, com dobras de segunda ordem nos caninos inferiores, associados a um elástico de Classe II e um elástico diagonal anterior, de acordo com GIANELLY; PAUL68,118, para ajudar na correção da linha média. Isto cria uma dependência maior, de um resultado satisfatório, da colaboração do paciente e, portanto, é mais arriscado. Toda vez que o planejamento do tratamento não envolver alteração da relação ântero-posterior dos segmentos posteriores, o prognóstico para a correção da má oclusão é mais favorável, Discussão 209 porque essa correção geralmente envolve a colaboração do paciente no uso de aparelhos extrabucais ou elásticos intermaxilares. Em um caso com essas mesmas características, se o paciente estiver em crescimento e se optar por correção com uma mecânica de Classe II, com o uso de aparelhos extrabucais, após o nivelamento, alinhamento e utilização de mecânica de Classe II, geralmente se obtém uma relação de ½ Classe II do lado originalmente em Classe II e uma ligeira relação de Classe III do lado originalmente em Classe I. Evidentemente, neste estágio, a linha média inferior estará desviada para o lado da ½ Classe II, e então, deve-se utilizar um elástico de Classe II desse lado, um de Classe III do lado oposto e um elástico paralelo no segmento anterior5,20,172, ou ainda a variação anteriormente mencionada, preconizada por GIANELLY; PAUL68. Essa mecânica também posiciona os caninos em uma relação de Classe I38. As mesmas características poderão estar presentes em pacientes com assimetria subclínica47, cujo perfil não permita esse esquema de extrações e com uma certa quantidade de retração conseqüente. Nesse caso, o tratamento basicamente consistirá em se obter a correção ântero-posterior do lado da Classe II, com a utilização de elásticos de Classe II unilaterais, ou com o sistema de GIANELLY; PAUL68, acima descrito, utilizando-se elásticos de Classe II e elásticos diagonais anteriores. Em todo caso, tudo dependerá enormemente da colaboração do paciente. Esse tipo de mecânica unilateral é muito difícil de ser realizada e pode afetar o arco superior concomitantemente182, além de causar também inclinações indesejáveis do plano oclusal39. Por isso, ROSE et al.182 aconselha que, na ausência de uma assimetria ântero-posterior no arco superior, se houver apinhamento mínimo ou ausência deste nos arcos, deve-se pensar seriamente em aceitar a assimetria da oclusão, inclusive um desvio da linha média inferior e tratar o caso objetivando estabelecer trespasses anteriores horizontal e vertical corretos, como metas principais. Dentre os casos que requerem tratamento sem extrações, pode-se ainda ter essas mesmas características de uma Classe II, subdivisão, associadas a uma 210 Discussão assimetria do tamanho mandibular240. Nesses casos, WILLIAMSON240 afirma que é ainda mais difícil obter a relação de Classe I de caninos com a utilização de elásticos assimétricos e até considera aceitável terminar o caso com uma ligeira relação de Classe II, do lado afetado. Deve-se utilizar um esquema de oclusão dente a dente e cúspide-fossa, naquele lado, planejar um ajuste oclusal no final do tratamento e também avisar ao paciente que as linhas médias não estarão coincidentes no final241. Um desvio de linha média não traz nenhum problema futuro, desde que o caso esteja corretamente terminado com ajuste oclusal35,109,240. É preciso acrescentar que essas considerações referem-se a uma finalização do tratamento dentro dos objetivos funcionais ortodônticos, que requerem que a mandíbula se apresente em relação cêntrica no final do tratamento103,184,240. Se o caso apresentar assimetria mandibular discreta e admitir extrações assimétricas, a linha média dentária poderá ser corrigida mais facilmente , mas a assimetria mandibular permanecerá. Nos casos de subdivisão, em pacientes em crescimento, em que o lado da Classe II ocorre do lado mandibular menor, poderia se pensar na utilização de aparelhos funcionais, confeccionados com uma mordida construtiva com as linhas médias dentárias coincidentes, ou seja, com um maior avanço mandibular do lado da Classe II, com a intenção de se obter um maior desenvolvimento daquele lado, ou ao menos um redirecionamento do crescimento mandibular. Este tratamento basicamente segue o princípio da base teórica de HARVOLD; VARGERVIK82,84 para o tratamento da microssomia hemifacial, em que a produção da correta interação entre músculo e osso seria crucial para a indução de aposição óssea, que naturalmente resulta em simetria facial. MELSEN; BJERREGAARD; BUNDGAARD135, obtiveram resposta favorável de crescimento condilar e de deslocamento anterior da fossa glenóide ao tratarem 3 pacientes com côndilos anormais. Posteriormente, em 1988, MELSEN134 mencionou que os aparelhos funcionais são usados antes da cirurgia para evitar assimetria secundária da maxila durante o período de crescimento, e também para estimular ou alterar o padrão neuromuscular favoravelmente, de acordo com o procedimento cirúrgico. MONGINI; SCHMID142 obtiveram crescimento 211 Discussão compensatório da mandíbula e do côndilo de 9 entre 11 pacientes com assimetria e deslocamento mandibular, tratados por meios ortopédicos. SARNAS et al.188, ao tratarem um paciente com microssomia hemifacial, com o aparelho de Herbst, obtiveram a correção da má oclusão por adaptação dentoalveolar, deslocamento das bases apicais e redirecionamento do crescimento facial, mas não encontraram nenhuma indicação de crescimento acelerado da mandíbula. Apesar de alguns estudos clínicos88,89,136,153 e em animais9,54,132,232,253 terem demonstrado aumento significante do comprimento mandibular, muitos outros estudos clínicos81,97,101,212,214,227,251 e em animais110,119, com aparelhos funcionais não demonstraram aumentos clínicos significantes. Alguns97,238 sugerem que o tratamento das más oclusões com aparelhos funcionais podem induzir uma alteração favorável na direção de crescimento condilar, outros têm demonstrado alterações na fossa glenóide, após o tratamento, em humanos, com o ativador27,49 e outros ainda tem demonstrado proliferação da cartilagem condilar após o tratamento com avanço mandibular intermitente17,44,54,110,132,213, ou contínuo9,232,250,253, em animais. Assim, esperar que os aparelhos funcionais garantam aumento do tamanho mandibular do lado deficiente não é uma expectativa realista em todos os casos, pois pode ser que haja uma resposta favorável em casos selecionados. Entretanto, o maior avanço mandibular do lado da Classe II irá propiciar as forças necessárias, advindas do estiramento muscular passivo, que irão ocasionar as alterações dentoalveolares ântero-posteriores para a correção da Classe II. Uma outra alternativa de tratamento seria a utilização de elásticos de Classe II, para talvez induzir um maior desenvolvimento mandibular do lado deficiente e com Classe II. Todavia, a utilização dos elásticos com essa finalidade não é eficiente, uma vez que já se demonstrou que não houve proliferação condilar após o uso contínuo de elásticos de Classe II, em macacos juvenis ou adultos1,36,157. Uma outra combinação de má oclusão de Classe II, subdivisão, que ocorre com menor freqüência e também evidenciada neste estudo, consiste naquela em que há desvio da linha média dentária superior em relação ao plano sagital mediano e coincidência da linha média dentária inferior, em relação a esse plano, 212 Discussão em caso sem apinhamento superior ou inferior. Nesse caso, os melhores resultados seriam proporcionados pela extração de apenas um pré-molar superior do lado da Classe II, terminando com uma relação molar de Classe II desse lado, mas com as linhas médias dentárias coincidentes entre si e com o plano sagital mediano. Casos de pacientes em crescimento e que sejam colaboradores, em que o desvio ântero-posterior não seja tão acentuado, podem admitir a correção com a utilização de forças extrabucais assimétricas. Todas essas diferentes técnicas devem ser consideradas quando se planeja o tratamento de más oclusões de Classe II, subdivisão. As discrepâncias menores de coordenação de linha média geralmente são tratadas nos estágios finais, com elásticos assimétricos intermaxilares de Classe II e Classe III, associados a um elástico diagonal anterior5,118,172. Se os arcos apresentarem formas assimétricas, talvez haja a necessidade de se utilizar elásticos intermaxilares cruzados nas regiões de caninos e pré-molares, com a forma do arco distorcida no sentido oposto201. 6.5 SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS 1 Avaliar a porcentagem de casos com más oclusões de Classe II, subdivisão, que apresentam assimetria mandibular. 2 Dentro do grupo de pacientes com má oclusão de Classe II, subdivisão, havia alguns que apresentavam uma assimetria facial aparente. Portanto seria interessante investigar a presença de assimetria esquelética nesses casos. 3 Estudar as alterações dentoalveolares conseqüentes ao tratamento com mecânica e extrações assimétricas, nos casos com Classe II, subdivisão, utilizando as técnicas radiográficas empregadas neste trabalho. 213 Conclusões Conclusões 7 214 CONCLUSÕES Os resultados deste trabalho, com a metodologia utilizada, permitem as seguintes conclusões: 7.1 Os principais componentes que contribuem para a relação ântero-posterior assimétrica na Classe II, subdivisão, são dentoalveolares. A participação de assimetrias esqueléticas de forma na diferenciação entre os grupos de má oclusão de Classe II, subdivisão, e de oclusão normal é praticamente nula. Não há participação de assimetrias esqueléticas de posição. 7.1.1 A principal diferença entre a má oclusão de Classe II, subdivisão, clássica e a oclusão normal consiste em um posicionamento mais para distal do primeiro molar inferior do lado da Classe II, em uma base óssea com assimetria normal; 7.1.2 Uma diferença secundária entre os dois grupos consiste no posicionamento mais para mesial do primeiro molar superior, no lado da Classe II; 7.1.3 Como conseqüência do posicionamento mais para distal, dos molares inferiores, do lado da Classe II, mais freqüente que o posicionamento dos molares superiores, para mesial, deste lado, a linha média dentária inferior também apresenta um desvio mais freqüente para o lado da Classe II, do que a linha média dentária superior, no sentido oposto, na avaliação bidimensional da radiografia póstero-anterior. 7.2 Cefalometricamente, os arcos dentários dos casos de má oclusão de Classe II, subdivisão, apresentam uma maior assimetria do que os de oclusão normal. 215 Referências Bibliográficas 216 Referências Bibliográficas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASi 1. ADAMS, C. D. et al. Dentofacial remodeling produced by intermaxillary forces in Macaca mulatta. Arch. oral Biol., v. 17, p. 1519-35, 1972. 2. ADENWALLA, S. T.; KRONMAN, J. H.; ATTARZADEH, F. Porion and condyle as cephalometric landmarks — an error study. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 94, n. 5, p. 411-5, Nov. 1988. 3. ADLER, P. A critical account of Grunber's method of symmetroscopy. Dent. Items, v. 70, p. 433-41, 1948. 4. ALAVI, D. G.; BEGOLE, E. A.; SCHNEIDER, B. J. Facial and dental arch asymmetries in Class II subdivision malocclusion. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 93, n. 1, p. 38-46, Jan. 1988. 5. ALEXANDER, R. G. The Alexander discipline. Glendora, CA, ORMCO, 1987. 6. ALTONEN, M.; RANTA, R.; YLIPAAVALNIEMI, P. Midface deviation due to mandibular fractures. J. Maxillofac. Surg., v. 6, p. 143-7, 1978. 7. ALTUNA, G. The effect of excess occlusal force on the eruption of the buccal segments and maxillary and mandibular growth direction in the Macaca monkey. Toronto, 1979. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. i * Normas recomendadas para uso no âmbito da Universidade de São Paulo, com base no documento “Referências Bibliográficas: exemplos”, emanado do Conselho Supervisor do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP, em reunião de 20 de setembro de 1990. Referências Bibliográficas 8. ALTUNA, G.; WOODSIDE, D. G. 217 Response of the midface to treatment with increased vertical occlusal forces. Treatment and posttreatment effects in monkeys. Angle Orthodont., v. 55, p. 251-63, 1985. 9. ANGELOPOULOS, G. Long-term stability of temporomandibular joint remodelling following continuous mandibular advancement in the juvenile Macaca Fascicularis: a histomorphometric, cephalometric and electromyographic investigation. Toronto, 1991. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 10. ANGLE, E. H. Classification of malocclusion. Dent. Cosmos, v. 41, p. 248-64, 1899. 11. ANGLE, E. H. Malocclusion of the teeth. Philadelphia, S S White, 1907. 12. ARNOLD, T. G.; ANDERSON, G. C.; LILYEMARK, W. F. Assessment of craniofacial asymmetry with S-V radiographs. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 106, n. 3, p. 250-6, Sep. 1994. 13. AZAZ, B.; NITZAN, D. W.; BRIN, L. Condylar hyperplasia: remodeling of facial structures following condylectomy. Report of two cases. Int. J. Orthod. Orthognath. Surg., v. 6, n. 1, p. 47-55, Jan. 1991. 14. BAKER, W. L. The influence of the forces of occlusion on the development of the bones of the skull. Int. J. Orthodont. Oral Surg. Radiol., v. 8, p. 259, 1922. 218 Referências Bibliográficas 15. BARBER, T. K.; PRUZANSKY, S.; KINDELSPERGER, R. An evaluation of the oblique cephalometric film. J. Dent. Child., v. 28, p. 94105, 1961. 16. BARR, M.; GRON, P. Configuration of the adult palate. J. Canad. dent. Ass., v. 26, p. 62-9, 1960. 17. BAUME, L. J.; DERICHWEILER, H. Is the condylar growth center responsive to orthodontic therapy? An experimental study in Macaca mulatta. Oral Surg., v. 14, p. 347-62, Mar. 1961. 18. BAUMRIND, S.; FRANTZ, R. The reliability of head film measurements. 2. Conventional angular and linear measurements. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 60, p. 505-17, 1966. 19. BAUMRIND, S.; FRANTZ, R. The reliability of head film measurements. Amer. J. Orthodont., v. 60, p. 111-27, 1971. 20. BEGG, P. R.; KESLING, P. Begg orthodontic theory and technique. 3 ed. Philadelphia, W B Saunders, 1977. 21. BEGOLE, E. A. Application of the cubic spline function in the description of dental arch form. J. dent. Res., v. 59, p. 154956, Sep. 1980. 22. BELL, W. H.; JACOBS, J. D.; LEGAN, H. L. Treatment of Class II deep bite by orthodontic and surgical means. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 83, n. 1, p. 1-20, Jan. 1984. Referências Bibliográficas 23. BERGER, H. 219 Problems and promises of basilar view cephalograms. Angle Orthodont., v. 31, p. 237-45, Oct. 1961. 24. BERGER, H. Progress with basilar view cephalograms. Trans. Europ. Orthodont. Soc., v. 40, p. 159-64, 1964. 25. BERGER, S. S.; STEWART, R. E. Mandibular hypoplasia secondary to perinatal trauma report of case. J. oral Surg., v. 35, p. 578-82, 1977. 26. BIGGERSTAFF, R. H. Three variations in dental arch form estimated by a quadratic equation. J. dent. Res., v. 51, p. 1509, Sep-Oct. 1972. 27. BIRKEBAEK, L.; MELSEN, B.; TERP, S. A laminagraphic study of the alterations in the temporomandibular joint following activator treatment. Europ. J. Orthodont., v. 6, p. 257-66, 1984. 28. BISHARA, S. E.; BURKEY, P. S.; KHARAOUF, J. G. Dental and facial asymmetries: a review. Angle Orthodont., v. 64, n. 2, p. 89-98, 1994. 29. BISHARA, S. E. et al. Dentofacial and soft tissue changes in Class II, Division 1 cases treated with and without extractions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 107, n. 1, p. 28-37, Jan. 1995. 30. BISHARA, S. E.; TREDER, J. E.; JAKOBSEN, J. R. Facial and dental changes in adulthood. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 106, n. 2, p. 175-86, Aug. 1994. 31. BJÖRK, A.; BJÖRK, L. Artificial deformation and craniofacial 220 Referências Bibliográficas asymmetry in ancient peruvians. J. dent. Res., v. 43, p. 35362, May-Jun. 1964. 32. BLACKWOOD, H. J. J. Vascularization of the condylar cartilage of the human mandible. J. Anat. ( Lond.), v. 99, p. 551-63, 1965. 33. BLOMQUIST, K.; HOGEMAN, K. E. Benign unilateral hyperplasia of the mandibular condyle. Acta Chir Scandinavica, v. 126, p. 41426, 1963. 34. BRAUN, S. Achieving improved visualization of the temporomandibular joint condyle and fossa in the sagittal cephalogram and a pilot study of their relationships in habitual occlusion. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 109, n. 6, p. 635-8, Jun. 1996. 35. BREAKSPEAR, E. K. Some aspects of the retraction of upper incisors by appliances. 38th Congress, European Orthodontic Society. J. Europ. Orthodont. Soc., p. 342, 1963. 36. BREITNER, C. Bone changes resulting from experimental orthodontic treatment. Amer. J. Orthodont. oral Surg., v. 26, p. 521-47, 1940. 37. BREITNER, C. Further investigation of bone changes resulting from experimental orthodontic treatment. Amer. J. Orthodont., v. 27, p. 605-32, 1941. 38. BUCHIN, I. D. JPO Interviews. J. Clin. Orthodont., v. 1, n. 11, p. 103-10, Nov. 1967. Referências Bibliográficas 39. 221 BURSTONE, C. J. JCO Interviews: on The uses of the computer in orthodontic practice (Part 1). J. Clin. Orthodont., v. 13, n. 7, p. 442-53, Jul. 1979. 40. BUXTON, L. H. D.; MORANT, G. technique. Part 1. The essential craniological Definition of points and planes. J. Royal Anthrop. Inst., v. 63, p. 19-47, 1933. 41. CARLSON, G.; OBERG, T. joint. In: Remodeling of the temporomandibular ZARB G.; CARLSSON G., eds. joint function and dysfunction. Temporomandibular St. Louis, The CV Mosby Company, 1979. p. 155-74. 42. CARTWRIGHT, L. J.; HARVOLD, E. P. Improved radiographic results in cephalometry through the use of high kilovoltage. J. Canad. dent. Ass., v. 20, p. 261-3, 1954. 43. CASSIDY, D. W. et al. A comparison of surgery and orthodontics in "borderline" adults with Class II, Division 1 malocclusions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 104, n. 5, p. 455-70, Nov. 1993. 44. CHARLIER, J. P.; PETROVIC, A.; HERRMANN-STUTZMANN, J. Effects of mandibular hyperpropulsion on the prechondroblastic zone of young rat condyle. Amer. J. Orthodont., v. 55, p. 71-4, Jan. 1969. 45. CHENEY, E. A. The influence of dentofacial asymmetry upon treatment procedures. Amer. J. Orthodont., v. 38, p. 934-45, 1952. Referências Bibliográficas 46. 222 CHENEY, E. A. Dentofacial asymmetry and their clinical significance. Amer. J. Orthodont., v. 47, p. 814-29, 1961. 47. COOK, J. Asymmetry of the craniofacial skeleton. Brit. J. Orthodont., v. 7, p. 33-8, 1980. 48. COUSLEY, R. R. J. Diagnosis of hemifacial microsomia. Dent. Update, p. 416-9, 1993. 49. DAHAN, J.; DOMBROWSKY, K. J.; OEHLER, K. Static and dynamic morphology of the temporomandibular joint before and after functional treatment with the activator. Trans. Europ. Orthodont. Soc., v. 45, p. 255-74, 1969. 50. DAHLBERG, G. Statistical methods for medical and biological students. New York, Interscience, 1940. 51. DAVID, D. J.; MAHATUMARAT, C.; COOTER, R. D. Hemifacial Microsomia: a multisystem classification. Plast. reconstr. Surg., v. 80, n. 4, p. 525-33, 1987. 52. DAWSON, P. E. Evaluation, diagnosis, and treatment of occlusal problems. St. Louis, C. V. Mosby Co., 1974. 53. DUNN, P. Congenital postural deformities. Brit. Med. Bull., v. 32, p. 71-6, 1976. 54. ELGOYHEN, J. C. et al. Craniofacial adaptation to protrusive function 223 Referências Bibliográficas in young rhesus monkeys. Amer. J. Orthodont., v. 62, p. 46980, Nov. 1972. 55. ENGEL, M. B.; BRODIE, A. G. Condylar growth and mandibular deformities. Surgery, v. 22, p. 976-92, 1947. 56. ENLOW, D. H. Role of the TMJ on facial growth and development. In: The Presidents Symposium on the Temporomandibular Joint., American Dental Association, 1982. 57. ENLOW, D. H. Facial growth. 3 ed. Philadelphia, WB Saunders, 1990. 58. ENLOW, D. H.; KURODA, T.; LEWIS, A. B. The morphological and morphogenetic basis for craniofacial form and pattern. Angle Orthodont., v. 41, p. 161-88, 1971. 59. FERGUSON, J. W. Cephalometric interpretation and assessment of facial asymmetry secondary to congenital torticollis. Int. J. oral Maxillofac. Surg., v. 22, p. 7-10, 1993. 60. FERRARIO, V. F. et al. Craniofacial morphometry by photographic evaluations. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 103, n. 4, p. 327-37, Apr. 1993. 61. FERRARIO, V. F. et al. Distance from symmetry: a three-dimensional evaluation of facial asymmetry. J. oral Maxillofac. Surg., v. 52, p. 1126-32, 1994. 62. FISCHER, B. Asymmetry of the dentofacial complex. Orthodont., v. 24, p. 192-7, 1954. Angle Referências Bibliográficas 63. 224 FORSBERG, C. T.; BURSTONE, C. J.; HANLEY, K. J. Diagnosis and treatment planning of skeletal asymmetry with the submental- vertical radiograph. Amer. J. Orthodont., v. 85, n. 3, p. 224-37, Mar. 1984. 64. FRIEL, S. The diagnosis of malocclusion of the teeth. Dent. Cosmos, v. 56, p. 825-33, 1914. 65. GARN, S. M.; LEWIS, A. B.; KEREWSKY, R. S. bilateral asymmetry in the permanent The meaning of dentition. Angle Orthodont., v. 36, n. 1, p. 55-62, 1966. 66. GIAMBATTISTINI, C. Evaluation of accuracy of the 45º oblique and corrected oblique in assessing mandibular asymmetry. Toronto, 1997. 130 p. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 67. GIANELLY, A. A.; COZZANI, M.; BOFFA, J. maxillary first premolar extraction. Condylar position and Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 99, n. 5, p. 473-6, May. 1991. 68. GIANELLY, A. A.; PAUL, I. A. A. A procedure for midline correction. Amer. J. Orthodont., v. 58, p. 264-7, 1970. 69. GILBERT, D. H. A radiographic method of basilar cephalometrics. Amer. J. Orthodont., v. 46, p. 384-5, May. 1960. 70. GRABER, T. M. Extra-oral force—facts and fallacies. Amer. J. Referências Bibliográficas 225 Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 41, p. 490-505, 1955. 71. GRAVELY, J. F.; BENZIES, P. M. The clinical significance of tracing error in cephalometry. Brit. J. Orthodont., v. 1, p. 95-101, 1974. 72. GRAYSON, B. H. et al. Basilar multiplane cephalometric analysis. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 88, n. 6, p. 503-16, Jun. 1985. 73. GRAYSON, B. H.; MCCARTHY, J. G.; BOOKSTEIN, F. craniofacial asymmetry by multiplane Analysis of cephalometry. Amer. J. Orthodont., v. 84, n. 3, p. 217-24, Sep. 1983. 74. GROVES, C. P.; HUMPHREY, N. K. Asymmetry in gorilla skulls: evidence of lateralized brain function. Nature (Lond.), v. 244, p. 53-4, 1973. 75. GRUMMONS, D. C.; VAN DE COPPELLO, M. A. K. A frontal asymmetry analysis. J. Clin. Orthodont., v. 21, n. 7, p. 448-65, Jul. 1987. 76. GUNDARA, N.; ZIVANOVIC, S. Asymmetry in east African skulls. Amer. J. phys. Anthrop., v. 28, p. 331-8, 1968. 77. HABERLE, F. E. A quantitative study of the malocclusion and correction in the posterior segment of the arches of 16 patients. Chicago, 1937. Masters Thesis - Northwestern University. Referências Bibliográficas 78. 226 HAMERLING, K.; NAEIJE, C.; MYRBERG, N. Mandibular function in children with a lateral forced bite. Europ. J. Orthodont., v. 13, p. 35-42, 1991. 79. HARVOLD, E. P. The asymmetries of the upper facial skeleton and their morphological significance. Trans. Europ. Orthodont. Soc., p. 63-9, 1951. 80. HARVOLD, E. P. A roentgen study of the postnatal morphogenesis of the facial skeleton in cleft palate. Oslo, 1954. Masters Thesis Department of Anthropology and Norwegian Dental School, Anatomical Institute, University of Oslo. 81. HARVOLD, E. P. The activator in interceptive orthodontics. St. Louis, CV Mosby Company, 1974. 82. HARVOLD, E. P. The theoretical basis for the treatment of hemifacial microsomia. In: HARVOLD E. P.; VARGERVIK K. et al., eds. Treatment of hemifacial microsomia. New York, Alan R. Liss, 1983. 83. HARVOLD, E. P.; TRUGUE, M.; VILORIA, J. O. Establishing the median plane in posteroanterior cephalograms. In: SALZMAN J. A., ed. Roentgenographic Cephalometrics. 2. ed. Philadelphia, J. B. Lippincott Company, 1959. 84. HARVOLD, E. P.; VARGERVIK, K. Morphogenetic response to activator treatment. Amer. J. Orthodont., v. 60, n. 5, p. 478-90, Nov. 1971. 227 Referências Bibliográficas 85. HATTON, M. E.; GRAINGER, R. M. Reliability of measurements from cephalograms at the Burlington Orthodontic Research Centre. J. dent. Res., v. 37, n. 5, p. 853-9, 1958. 86. HECHTER, F. J. Symmetry of the form and dimension dental arches of orthodontically treated patients. of the Winnipeg, 1975. Masters Thesis - University of Manitoba. 87. HELLMAN, M. Some facial features and their orthodontic implications. Amer. J. Orthodont. oral Surg., v. 25, p. 927-51, 1939. 88. HENRIQUES, J. F. C. Estudo cefalométrico comparativo de três tipos de ancoragem extrabucal, sobre as estruturas dentoesqueléticas, em pacientes com Classe II, primeira divisão. Bauru, 1993. 168 p. Tese (Livre-Docência) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. 89. HENRIQUES, J. F. C.; FREITAS, M. R.; PINZAN, A. cefalométrico comparativo, de dois tipos de Estudo ancoragem extrabucal, (cervical e associado com o ativador), em pacientes com Classe II, 1a divisão (parte II). Ortodontia, v. 28, n. 3, p. 20-30, 1995. 90. HERSCHCOPF, S. A. Class II, Division 2 malocclusion— Nonextraction. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 97, n. 5, p. 374-80, May. 1990. 228 Referências Bibliográficas 91. HINKLE, F. G. Surgical treatment of Class II, Division 2 malocclusion. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 95, n. 3, p. 185-91, Mar. 1989. 92. HINTON, R. Changes in articular eminence morphology with dental function. Amer. J. phys. Anthrop., v. 54, p. 439-55, 1981. 93. HIRSCHFELDER, U.; HIRSCHFELDER, H. Struktur des Unterkiefers mit Darstellung von Form und der Computertomographie. Fortschr. Kieferorthop., v. 46, p. 138-48, 1985. 94. HOUSTON, W. J. B. Analysis of errors in orthodontic measurements. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 83, n. 5, p. 382-90, May. 1983. 95. HUGGARE, J.; PIRTTINIEMI, P.; SERLO, W. Head posture and dentofacial morphology in subjects treated for scoliosis. Proc. Fin. dent. Soc., v. 87, p. 151-8, 1991. 96. HUNTER, W. S. Lateral asymmetries of 93 maxillary arches. Acta odont. scand., v. 11, p. 95-9, 1953. 97. HUTCHISON, L. G. Herbst appliance therapy in adolescent children: stability of skeletal and dental adaptation. Toronto, 1982. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 98. INGERVALL, B.; THILANDER, B. Activity of temporal and masseter muscles in children with a lateral forced bite. Angle Orthodont., v. 45, p. 249-58, 1975. Referências Bibliográficas 99. 229 ISHIKAWA, H. The effect of anchorage bends and Class II elastics on the lower anterior teeth and the anchor molars with the Begg technique. Odontology, v. 65, p. 628-46, 1977. 100. JACKSON, A. F. Facts, fictions and fallacies in orthodontia. Amer. J. Orthodont., v. 23, p. 1073-95, 1937. 101. JAKOBSSON, S. Cephalometric evaluation of treatment effect on Class II, Division 1 malocclusions. Amer. J. Orthodont., v. 53, p. 446-57, 1967. 102. JAMES, D. Maxillofacial injuries in children. In: ROWE N. L.; L W. J., eds. Maxillofacial injuries. Edinburgh, Churchill-Livingstone, 1985. v.1, p. 538-60. 103. JANSON, G. R. P.; MARTINS, D. R. Análise funcional e ajuste oclusal em Ortodontia: estudo clínico. Ortodontia, v. 23, n. 1, p. 4-15, 1990. 104. JANSON, G. R. P.; METAXAS, A.; WOODSIDE, D. G. Variation in maxillary and mandibular molar and incisor vertical dimension in 12-year-old subjects with excess, normal, and short lower anterior face height. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 106, n. 4, p. 409-18, Oct. 1994. 105. JANSON, G. R. P. et al. Cephalometric evaluation of the eruption guidance appliance in Class II, division 1 treatment. Orthodont., v. 31, n. 5, p. 299-306, May. 1997. J. Clin. 230 Referências Bibliográficas 106. JANSON, G. R. P. et al. A assimetria dentária e suas implicações no tratamento ortodôntico: Apresentação de um caso clínico. Ortodontia, v. 26, n. 3, p. 68-73, 1995. 107. JASPER, J. J.; MCNAMARA JUNIOR, J. A. The correction of interarch malocclusions using a fixed force module. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 108, n. 6, p. 641-50, Dec. 1995. 108. JENSEN, G. M. A study of the dentoalveolar morphology and developmental changes in Downs' syndrome (Trisomy 21). Winnipeg, 1972. Masters Thesis - University of Manitoba apud ALAVI, D. G.; BEGOLE, E. A.; SCHNEIDER, B. J.4 109. JERROLD, L.; LOWENSTEIN, J. The midline: diagnosis and treatment. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 97, n. 6, p. 453-62, Jun. 1990. 110. JOHO, J. P. Changes in form and size of the mandible in the orthopaedically treated Macaca irus (an experimental study). Europ. Orthodont. Soc. Rep. Congr., v. 44, p. 161-73, 1968. 111. KAMEDA, A. The Begg technique in Japan, 1961-1979. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 82, n. 3, p. 209-28, Sep. 1982. 112. KANTOMAA, T. Effect of increased upward displacement of the glenoid fossa on mandibular growth. Europ. J. Orthodont., v. 6, p. 183-91, 1984. 113. KATZBERG, R. W. et al. Internal derangements of the Referências Bibliográficas 231 temporomandibular joint: findings in the pediatric age group. Radiology, v. 154, p. 125, 1985. 114. KLOEHN, S. J. Kloehn SJ. Guiding alveolar growth and eruption of teeth to reduce treatment time and produce a more balanced denture and face. Angle Orthodont., v. 17, p. 10-23, 1947. 115. LEE, C. Y. S. et al. Sequelae of unrecognized, untreated mandibular condylar fractures. Pediat. Dent., v. 14, n. 3, p. 205, 1992. 116. LETZER, G. M.; KRONMAN, J. H. A postero-anterior cephalometric evaluation of craniofacial asymmetry. Angle Orthodont., v. 37, p. 205-11, Jul. 1967. 117. LEW, K. K. K.; TAY, D. K. L. Submentovertex cephalometric norms in male Chinese subjects. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 103, n. 3, p. 247-52, Mar. 1993. 118. LEWIS, D. The deviated midline. Amer. J. Orthodont., v. 70, p. 60116, 1976. 119. LIEB, G. Application of the activator in rhesus monkey. Eur Orthod Soc Rep Congr. Europ. Orthodont. Soc. Rep. Congr., v. 44, p. 141-8, 1968. 120. LINDAHL, L.; HOLLENDER, L. Condylar fractures of the mandible. II. A radiographic study temporomandibular joint. 1977. of remodeling processes in the Int. J. oral Surg., v. 6, p. 153-65, Referências Bibliográficas 121. LITT, R. A.; et al. 232 Class II, div 2 malocclusion. To extract or not extract? Angle Orthodont., v. 54, n. 2, p. 123-38, Apr. 1984. 122. LIVIERATOS, F. A.; JOHNSTON, L. E. A comparison of one-stage and two-stage nonextraction alternatives in matched Class II samples. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 108, n. 2, p. 118-31, Aug. 1995. 123. LONG, J. R.; et al. Corrective methods for Class II patients. Pediat. Dent., v. 10, n. 4, p. 342-4, Dec. 1988. 124. LUNDSTROM, A. Some asymmetry of the dental arches, jaws, and skull, and their etiologic significance. Amer. J. Orthod, v. 47, p. 81-106, Feb. 1961. 125. MANLY, R. S.; SHIERE, F. R. The effect of dental deficiency on masticatory and food preference. Oral Surg, v. 3, p. 674-85, 1950. 126. MANSOUR, S.; BURSTONE, C.; LEGAN, H. An evaluation of soft- tissue changes resulting from Le Fort I maxillary surgery. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 84, n. 1, p. 37-47, Jul. 1983. 127. MARMARY, Y.; ZILBERMAN, Y.; MIRSKY, Y. Use of foramina spinosa to determine skull midlines. Angle Orthodont., v. 49, p. 263-8, Oct. 1979. 128. MARTINS DE ARAÚJO,T.;SCHIRMER,W.R.; ALMEIDA, M. A. Skeletal 233 Referências Bibliográficas and dental arch asymmetries in Class II, division1, subdivision malocclusions. J. clin. pediat. Dent.,v.18,n.3,p. 181-5, 1994. 129. MARTINS DE ARAÚJO, T.; SCHIRMER, W. R.; ALMEIDA, M. A. Skeletal and dental arch asymmetries in individuals with normal dental occlusions. Int. J. Adult Orthodont. Orthognat. Surg., v. 9, p. 111-8, 1994. 130. MARTINS, L. P. et al. Erro da reprodutibilidade das medidas das análises cefalométricas de Steiner e Ricketts pelos métodos convencional e computadorizado. Ortodontia, v. 28, n. 1, p. 417, 1995. 131. MAYERS, C. A. Asymmetry of the maxillary and mandibular dentition with respect to the palatine raphe. Masters Thesis - Cleveland, Ohio, 1977. Case Western Reserve University apud ARNOLD, T. G.; ANDERSON, G. C.; LILYEMARK, W. F.12 132. MCNAMARA, J. A.; CARLSON, D. S. Quantitative analysis of temporomandibular joint adaptations to protrusive function. Amer. J. Orthodont., v. 76, p. 593-611, 1979. 133. MELNIK, A. K. A cephalometric study of mandibular asymmetry in a longitudinally followed sample of growing children. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 101, n. 4, p. 355-66, Apr. 1992. 134. MELSEN, B. etiology, Asymmetric development of the craniofacial skeleton: pathogenesis Symposium on and Feeding treatment. and Proceedings, Chicago, 1988. p. 37. In: Dentofacial II International Development,. Referências Bibliográficas 135. MELSEN, B.; BJERREGAARD, J.; BUNDGAARD, M. 234 The effect of treatment with functional appliance on a pathologic growth pattern of the condyle. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 90, n. 6, p. 503-12, Dec. 1986. 136. MERCER, W. Dento-facial adaptation to protrusive function in adolescent children with a modified Herbst appliance. Toronto, 1981. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 137. MERRILL, V. Atlas of roentgenographic positions. St. Louis, The C. V. Mosby Company, 1949. 138. METAXAS, A. A radiographic study for the assessment of mandibular asymmetry. Athens, 1993. PhD. Thesis - University of Athens. 139. MIZUNO, A.; et al. Treatment of an asymmetric mandibular prognathism in an acromegalic patient. J. oral Maxillofac. Surg., v. 46, n. 4, p. 314-20, Apr. 1988. 140. MONGINI, F. Remodeling of the temporomandibular condyle in the adult and its relationship to the conditions of the dental arch. Acta Anat, v. 92, p. 292-300, 1972. 141. MONGINI, F. Condylar remodeling after occlusal therapy. J. prosth. Dent., v. 43, p. 568-77, 1980. 142. MONGINI, F.; SCHMID, W. Treatment of mandibular asymmetries Referências Bibliográficas 235 during growth. A longitudinal study. Europ. J. Orthodont., v. 9, p. 51-67, 1987. 143. MOSS, M. I.; SALENTIJN, I. Differences between the functional matrices in anterior open bite and in deep overbite. Amer. J. Orthodont., v. 60, p. 264-80, Sep. 1971. 144. MULICK, J. An investigation of craniofacial asymmetry using the twin study method. Amer. J. Orthodont., v. 51, p. 442-59, Feb. 1965. 145. MULICK, J. F. Clinical use of the frontal headfilm. Angle Orthodont., v. 35, p. 299-304, Oct. 1965. 146. NICKERSON, J. W.; MOYSTAD, A. Observations on individuals with radiographic bilateral condylar remodeling. J. Craniomand. Pract., v. 1, p. 21, 1982. 147. O´REILLY, M. T.; NANDA, S. K.; CLOSE, J. Cervical and oblique headgear: a comparison of treatment effects. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 103, n. 6, p. 504-9, Jun. 1993. 148. O'BYRN, B. L. et al. An evaluation of mandibular asymmetry in adults with unilateral posterior crossbite. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 107, n. 4, p. 394-400, Apr. 1995. 149. OGAARD, B.; KROGSTAD, O. Craniofacial structure and soft tissue profile in patients with severe hypodontia. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 108, n. 5, p. 472-7, Nov. 1995. Referências Bibliográficas 150. OKESON, J. P. 236 Management of temporomandibular disorders and occlusion. 2 ed. St. Louis, C. V. Mosby, 1989. 151. OSBORNE, R. The treatment of the underdeveloped ascending ramus. Brit. J. plast. Surg., v. 17, p. 376-88, 1964. 152. PADWA, B. L.; EVANS, C. A.; PILLEMER, F. C. Psychosocial adjustment in children with hemifacial microsomia and other craniofacial deformities. Cleft palate craniofac. J., v. 28, n. 4, p. 354-9, 1991. 153. PANCHERZ, H. Treatment of Class II malocclusions by jumping the bite with the Herbst appliance: A cephalometric investigation. Amer. J. Orthodont., v. 76, p. 423-42, 1979. 154. PANCHERZ, H. The mechanism of Class II correction in Herbst appliance treatment. Amer. J. Orthodont., v. 82, n. 2, p. 10413, Aug. 1982. 155. PANCHERZ, H. The nature of Class II relapse after Herbst appliance treatment: A cephalometric long-term investigation. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 100, n. 3, p. 220-33, Sep. 1991. 156. PAQUETTE, D. E.; BEATTIE, J. R.; JOHNSTON JUNIOR, L. E. A longterm comparison of nonextraction and premolar extraction edgewise therapy in "borderline" Class II patients. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 102, n. 1, p. 1-14, Jul. 1992. 237 Referências Bibliográficas 157. PAYNE, G. S. The effect of intermaxillary elastic force on the temporomandibular articulation in the growing macaque monkey. Amer. J. Orthodont., v. 60, p. 491-504, 1971. 158. PEARSON, K.; WOO, T. L. Further investigation of the morphometric characters of individual bones of the human skull. Biometrika, v. 2, p. 242-65, 1935. 159. PECK, S.; PECK, L.; KATAJA, M. Skeletal asymmetry in esthetically pleasing faces. Angle Orthodont., v. 6, n. 1, p. 43-8, 1991. 160. PELTOLA, J. S.; KONUNEN, M.; NYSTROM, M. Radiographic characteristics in mandibular condyles of orthodontic patients before treatment. Europ. J. Orthodont., v. 17, p. 69-77, 1995. 161. PEPE, S. H. Polynomial and catenary curve fits to human dental arches. J. dent. Res., v. 54, p. 1124-32, Nov-Dec. 1975. 162. PERSSON, M. Mandibular asymmetry of hereditary origin. Amer. J. Orthodont., v. 63, p. 1-11, 1973. 163. PETROVIC, A. Control of postnatal growth of secondary cartilages of the mandible by mechanisms regulating occlusion. Cybernetic model. Trans. Europ. Orthodont. Soc., v. 50, p. 69-75, 1974. 164. PIRTTINIEMI, P.; KANTOMAA, T.; LAHTELA, P. Relationship between craniofacial and condyle path asymmetry in unilateral cross-bite patients. Europ. J. Orthodont., v. 12, p. 408-13, 1990. 165. PIRTTINIEMI, P. M. Associations of mandibular and facial Referências Bibliográficas 238 asymmetries. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 106, n. 2, p. 191-200, Aug. 1994. 166. PLINT, D. A.; ELLISDON, P. Facial asymmetries and mandibular displacements. Brit. J. Orthodont., v. 1, n. 5, p. 227-35, 1974. 167. POLLARD, L. E.; MAMANDRAS, A. H. Male postpubertal facial growth in Class II malocclusions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 108, n. 1, p. 62-8, Jul. 1995. 168. PONYI, S.; SZABÓ, G.; NYILASI, J. Asymmetry of mandibular dimensions in European Skulls. Proc. Fin. dent. Soc., v. 87, n. 3, p. 321-7, 1991. 169. POSEN, A. L. Vertical height of the body of the mandible and the occlusal level of the teeth in individuals with cleft and non-cleft palates. J. Calif. Dent. Ass., p. 211-8, 1958. 170. POSWILLO, D. E. The late effects of mandibular condylectomy. Oral Surg., v. 33, p. 500-11, Apr. 1972. 171. POULTON, D. L. The influence of extraoral traction. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 53, p. 1-18, 1967. 172. PROFFIT, W. Contemporary Orthodontics. St. Louis, Mosby, 1986. 173. PROFFIT, W. R.; TURVEY, T. Augmentation genioplasty as an adjunct to conservative orthodontic treatment. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 79, n. 5, p. 473-91, May. 1981. Referências Bibliográficas 239 174. PROFFIT, W. R.; VIG, K. W. L.; TURVEY, T. A. Early fracture of the mandibular condyles: Frequently and unsuspected cause of growth disturbances. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 78, n. 1, p. 1-24, Jul. 1980. 175. PRUIM, G. J. Asymmetries of bilateral static bite forces in different locations on the human mandible. J. dent. Res., v. 58, p. 16857, 1979. 176. PULLINGER, A. G. et al. Relationship of mandibular condylar position to dental occlusion factors in an asymptomatic population. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 91, n. 3, p. 200-6, Mar. 1987. 177. RAY, L. J. Cranial contours in the Australian Aboriginal. Amer. J. phys. Anthrop., v. 18, p. 313-20, 1960. 178. RICHARDSON, A. An investigation into the reproducibility of some points, planes, and lines used in cephalometric analysis. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 52, p. 637-51, 1966. 179. RICHARDSON, A. A comparison of traditional and computerized method of cephalometric analysis. Europ. J. Orthodont., v. 3, p. 15-20, 1981. 180. RICKETTS, R. M. JCO Interviews. On early treatment (Part 2). J. Clin. Orthodont., v. 13, n. 2, p. 115-27, Jan. 1979. Referências Bibliográficas 240 181. RITUCCI, R.; BURSTONE, C. J. Use of submental vertical radiograph in the assessment of asymmetry. Farmington, 1981. Certificate in Orthodontics - Department of Orthodontics, University of Connecticut apud ARNOLD, T. G.; ANDERSON, G. C.; LILYEMARK, W. F.12 182. ROSE, J. M. et al. Mandibular skeletal and dental asymmetry in Class II subdivision malocclusions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 105, n. 5, p. 489-95, May. 1994. 183. ROSEN, M. D.; BUTCHER, E. O.; SILVERMAN, S. I. Muscle and skull developmental changes in dogs with induced unilateral anodontia. Oral Surg., v. 20, p. 672-5, Nov. 1965. 184. ROTH, R. H. Functional Occlusion for the orthodontist - Part 3. J. Clin. Orthodont., v. 3, p. 174-98, Mar. 1981. 185. ROTH, R. H. Functional occlusion for the orthodontist. Part 1. J. Clin. Orthodont., v. 15, n. 1, p. 32-51, Jan. 1981. 186. ROTH, R. H.; ROLFS, D. A. Functional occlusion for the orthodontist. Part 2. J. Clin. Orthodont., v. 15, n. 2, p. 100-23, Feb. 1981. 187. RUNE, B. et al. Roentgen stereometry with the aid of metallic implants in hemifacial microsomia. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 84, n. 3, p. 231-47, Sep. 1983. 188. SARNAS, K. V. et al. Hemifacial microsomia treated with the Herbst appliance. Report of a case analyzed by means of roentgen Referências Bibliográficas stereometry and metallic implants. 241 Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 82, n. 1, p. 68-74, Jul. 1982. 189. SCAVONE JÚNIOR, H. O perfil facial tegumentar dos 13 aos 18 anos de idade. Bauru, 1996. 217 p. Tese (Mestrado) - Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. 190. SCHELLHAS, K. P. Internal derangement of the temporomandibular joint: radiologic staging with clinical surgical and pathologic correlation. Magnetic Resonance Imaging, v. 7, n. 5, p. 495- 515, 1989. 191. SCHELLHAS, K. P. et al. Mandibular retrusion, temporomandibular joint derangement, and orthognathic surgery planning. Plast. reconstr. Surg., 1992. 192. SCHELLHAS, K. P.; PIPER, M. A.; OMILE, M. R. Facial skeleton remodeling due to temporomandibular joint degeneration: an imaging study of 100 patients. Amer. J. Neuroradiol., v. 11, n. 3, p. 541-51, May-Jun. 1990. 193. SCHELLHAS, K. P.; POLLEI, S. R.; WILKES, C. H. Pediatric internal derangements of the temporomandibular joint: Effect on facial development. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 104, n. 1, p. 51-9, Jul. 1993. 194. SCHELLHAS, K. P. et al. MRI of osteochondritis dissecans and avascular necrosis of the mandibular condyle. Amer. J. Neuroradiol., v. 10, p. 3-12, 1989. 195. SCHMID, W.; MONGINI, F.; FELISIO, A. A computer-based Referências Bibliográficas 242 assessment of structural and displacement asymmetries of the mandible. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 100, n. 1, p. 19-34, Jul. 1991. 196. SCHOKKER, R. P. et al. Craniomandibular asymmetry in headache patients. J. craniomandibular dis. fac. oral pain, v. 4, n. 3, p. 205-9, 1990. 197. SCHUELLER, A. Die Schaedelbasis in Roentgenbild. Fortschr. Geb. Roentgenstr., v. 11, 1905. 198. SHAH, S. M.; JOSHI, M. R. An assessment of asymmetry in the normal craniofacial complex. Angle Orthodont., v. 48, p. 141-7, Apr. 1978. 199. SHIERE, F. R.; MANLY, R. S. The effect of the changing dentition on masticatory function. J. dent. Res., v. 31, p. 526-34, 1952. 200. SHORE, I. L. A cephalometric study of facial symmetry. Pittsburgh, 1959. Masters Thesis - University of Pittsburgh. 201. SINCLAIR, P. M. The reader's corner. J. Clin. Orthodont., v. 27, n. 4, p. 221-3, Apr. 1993. 202. SKOLNICK, J. et al. Prepubertal trauma and mandibular asymmetry in orthognathic surgery and orthodontic patients. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 105, n. 1, p. 73-7, Jan. 1994. 243 Referências Bibliográficas 203. SLAVICEK, R. JCO Interviews: on Clinical and Instrumental Functional Analysis for Diagnosis and Treatment Planning (Part 1). J. Clin. Orthodont., v. 22, n. 6, p. 358-70, Jun. 1988. 204. SOLBERG, W. K. et al. Malocclusion associated with temporomandibular joint changes in young adult at autopsy. Amer. J. Orthodont., v. 89, n. 4, p. 326-30, Apr. 1986. 205. SOLLAS, W. J. The sagittal section of the human skull. J. Roy. Anthrop. Inst., v. 63, p. 389-431, 1933. 206. SOUYRIS, F.; et al. Facial asymmetry of developmental etiology. A report of nineteen cases. Oral Surg., v. 56, n. 2, p. 113-24, Aug. 1983. 207. SPECULAND, B. Unilateral condylar hypoplasia with ankylosis. Radiographic findings. Brit. J. oral Surg., v. 20, p. 1-13, 1982. 208. SPRINZ, R. Healing of fractures on the neck of the mandible in rats with detachment of the lateral pterygoid muscle. Arch. oral Biol., v. 15, p. 1219-29, 1970. 209. STABRUN, A. E. et al. Reduced mandibular dimensions and asymmetry in juvenile rheumatoid arthritis: pathogenetic factors. Arthritis Rheum., v. 31, p. 602-11, May. 1988. 210. STABRUN, A. E. et al. Impaired mandibular function and its possible effects on mandibular growth in juvenile rheumatoid arthritis. Europ. J. Orthodont., v. 9, p. 43-50, 1987. Referências Bibliográficas 211. STAGGERS, J. A. 244 Vertical changes following first premolar extractions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 105, n. 1, p. 19-24, Jan. 1994. 212. STOCKLI, P. W.; DIETRICH, U. C. Sensation and morphogenesis: experimental and clinical findings following functional forward displacement of the mandible. Trans. Europ. Orthodont. Soc., p. 435-42, 1973. 213. STOCKLI, P. W.; WILLERT, H. G. Tissue reactions in the temporomandibular joint resulting from anterior displacement of the mandible in the monkey. Amer. J. Orthodont., v. 60, p. 14255, Aug. 1971. 214. STRELZOW, A. G. Herbst appliance therapy: its effects on the structure and function of the temporomandibular joint in adolescent children. Toronto, 1986. Masters Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 215. SUTTON, P. R. N. Lateral facial asymmetry - methods of assessment. Angle Orthodont., v. 38, p. 82-92, 1968. 216. SVANHOLT, P.; SOLOW, B. Assessment of midiline discrepancies on the posteroanterior cephalometric radiograph. Trans. Europ. Orthodont. Soc., p. 261-70, 1977. 217. TALLENTS, R. H. et al. Angular and linear comparisons with unilateral mandibular asymmetry. J. craniomandibular dis. fac. oral pain, v. Referências Bibliográficas 245 5, n. 2, p. 135-42, May. 1991. 218. TERRY, H. K. The labiolingual appliance. Amer. J. Orthodont., v. 55, p. 168-87, 1969. 219. TILDESLEY, M. L. A first study of the Burmese skull. Biometrika, v. 13, p. 176-262, 1921. 220. TILDESLEY, M. L. A critical analysis of investigations into facial growth changes. Int. J. Orthodont. Oral Surg. Radiol., v. 18, p. 1131-69, 1932. 221. TRUQUE, M. G. A study of the asymmetries of the maxillary dental arch in relation to raphe palatinus and the mediastinal plane of the upper facial skeleton. Ann Arbor, 1956. Masters Thesis - University of Michigan apud ARNOLD, T. G.; ANDERSON, G. C.; LILYEMARK, W. F.12 222. UNITED STATES DEPARTMENT OF HEALTH, EDUCATION AND WELFARE. An assessment of the occlusion of the teeth of youths 12-17 years. Rockville, Maryland: United States: National Center for Health Statistics, 1977. 223. VADEN, J. L. Sequential directional forces treatment: two Class II case reports. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 99, n. 6, p. 491-504, Jun. 1991. 224. VADEN, J. L.; HARRIS, E. F.; SINCLAIR, P. M. Clinical ramifications Referências Bibliográficas 246 of posterior and anterior facial height changes between treated and untreated Class II samples. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 105, n. 5, p. 438-43, May. 1994. 225. VAN DER MEULEN, J. et al. A morphogenetic classification of craniofacial malformations. Plast. reconstr. Surg., v. 71, p. 56072, 1983. 226. VAN SICKELS, J. E.; LARSEN, A. J.; THRASH, W. J. A retrospective study of relapse in rigidly fixated sagittal split osteotomies: Contributing factors. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 93, n. 5, p. 413-8, May. 1988. 227. VARGERVIK, K.; HARVOLD, E. Response to activator treatment in Class II malocclusions. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 88, n. 3, p. 242-51, Sep. 1985. 228. VARGERVIK, K.; OUSTERHOUT, D. K.; FARIAS, M. Factors affecting long-term results in hemifacial microsomia. Cleft palate J., v. 23, n. Suppl, p. 53-68, 1986. 229. VAZQUEZ, F.; GROSTIC, J. D.; FONDER, A. C. Eccentricity of the skull; correlation with malocclusion. Angle Orthodont., v. 52, p. 144-8, Apr. 1982. 230. VIG, P.; HEWITT, A. B. Is craniofacial asymmetry and adaptation for masticatory function an evolutionary process? Nature (Lond.), v. 248, p. 165, 1974. 247 Referências Bibliográficas 231. VIG, P. S.; HEWITT, A. B. Asymmetry of the human facial skeleton. Angle Orthodont., v. 45, p. 125-9, Apr. 1975. 232. VOUDOURIS, J. Glenoid fossa and condylar remodelling following progressive mandibular protrusion in juvenile Macaca Fascicularis. A computerized histomorphometric, cephalometric and electromyographic investigation. Toronto, 1988. Master's Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 233. WATSON, W. A computerized appraisal of high-pull headgear. Amer. J. Orthodont., v. 62, p. 561-79, 1972. 234. WERTZ, R. A. Diagnosis and treatment planning of unilateral Class II malocclusion. Angle Orthodont., v. 45, p. 85-94, 1975. 235. WHITE, J. C. A study of craniofacial asymmetry. Cleveland, 1982. Masters Thesis - Case Western Reserve University. 236. WILKES, C. Internal derangements of the temporomandibular joint: pathologic variations. Arch. Otolaryng. head neck Surg., v. 115, p. 469-77, 1989. 237. WILKINSON, L. et al. Systat for Windows: Statistics. Version 5 ed. Evanston, Il, 1992., p.750. (Systat I., ed. 238. WILLIAMS, S.; MELSEN, B. Condylar development and mandibular rotation and displacement during activator treatment. An implant study. Amer. J. Orthodont., v. 81, n. 4, p. 322-6, Apr. 1982. 248 Referências Bibliográficas 239. WILLIAMSON, E. H. JCO interviews: on occlusion and TMJ dysfunction (Part 1). J. Clin. Orthodont., v. 15, n. 5, p. 333-50, May. 1981. 240. WILLIAMSON, E. H. JCO interviews: on occlusion and TMJ dysfunction (Part 2). J. Clin. Orthodont., v. 15, n. 6, p. 393- 410, Jun. 1981. 241. WILLIAMSON, E. H.; SIMMONS, M. D. Mandibular asymmetry and its relation to pain dysfunction. Amer. J. Orthodont., v. 76, p. 6127, Dec. 1976. 242. WILLIAMSON, E. H.; WILSON, C. W. analysis for producing quality Use of a submental-vertex temporomandibular joint laminagraphs. Amer. J. Orthodont., v. 70, p. 200-7, Aug. 1976. 243. WOO, T. J. The asymmetry of human skull. Biometrika, v. 22, p. 324-52, 1931. 244. WOODSIDE, D. G. Distance, velocity and relative growth rate standards for mandibular growth for Canadian males and females aged three to twenty years. Toronto, 1968. PhD. Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 245. WOODSIDE, D. G. The Harvold-Woodside activator. In: GRABER T. M.; NEWMAN B., eds. Removable orthodontic appliances. Philadelphia, WB Saunders, 1984. p. 244-309. 246. WOODSIDE, D. G. The diagnosis and treatment of mandibular Referências Bibliográficas asymmetry. 249 University of Toronto: Department of continuing education, 1990 apud GIAMBATTISTINI, C.66 p.46. 247. WOODSIDE, D. G. A serial study of mandibular growth - Accelerations in a large population of Canadian males and females aged three to twenty years. In: HOSL E.; BALDAUF A., eds. Mechanical and Biological Basis in Orthodontic Therapy. Heidelberg, Huthig, 1991. 248. WOODSIDE, D. G.; ALTUNA, G.; HARVOLD, E. Primate experiments in malocclusion and bone induction. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 83, n. 6, p. 460-8, Jun. 1983. 249. WOODSIDE, D. G.; HARVOLD, E. P. The radiographic assessment of facial asymmetry. Toronto: Faculty of Dentistry, University of Toronto, Department of Orthodontics, 1988: 250. WOODSIDE, D. G.; METAXAS, A.; ALTUNA, G. The influence of functional appliance therapy on glenoid fossa remodeling. Amer. J. Orthodont. Dentofac. Orthop., v. 92, n. 1, p. 181-98, Sep. 1987. 251. WOODSIDE, D. G. et al. Some effects of activator treatment on the growth rate of the mandible and position of the midface. International Orthodontic Congress, 3, s. l., 1973. Transactions. Saint Louis, Mosby, 1973. 252. YAILLEN, D. M. Correction of mandibular asymmetric prognathism. Angle Orthodont., v. 64, n. 2, p. 99-104, 1994. 253. YAMIN, C. L. Effects of functional appliances on the Referências Bibliográficas 250 temporomandibular joint and masticatory muscles in Macaca Fascicularis. Toronto, 1991. Master's Thesis - Faculty of Dentistry, University of Toronto. 249 Abstract Abstract 250 ABSTRACT The objective of this work was to determine if any significant differences existed with regard to dental and skeletal asymmetries between subjects with Angle's Class II subdivision malocclusions, and subjects with normal occlusions. The sample consisted of 30 subjects in each of the two groups. All possessed a full complement of permanent teeth including first molars. The average age of subjects was 15.76 and 22.42 years in the Class II, subdivision group and in the normal occlusion group, respectively. Measurements were obtained from submentovertex, and corrected obliques posteroanterior cephalometric radiographs. With the submentovertex radiographs, symmetry was assessed by measuring the relative difference in spatial position of dental and skeletal landmarks in both ântero-posterior and transverse dimensions as determined by coordinate systems representing the mandible, cranial floor, maxilla, mandibular and maxillary dentitions. Variables were analyzed with the t test and with the multivariate logistic regression analysis. Results demonstrated that the primary contributor to the difference between the two groups is the distal positioning of the first mandibular molars on the Class II side in a mandible with normal skeletal asymmetry and no unusual positional asymmetry. A secondary contributor was the mesial positioning of the first maxillary molars on the Class II side. As a consequence of this more frequent distal positioning of the mandibular molars on the Class II side, than the mesial positioning of the maxillary molars on this side, the lower dental midline also presents a deviation to the Class II side more frequently than does the upper dental midline to the opposite side, as evaluated on the PA radiograph. The Class II malocclusion group presented greater dental arch asymmetries than the normal occlusion group.