sinais radiográficos mais frequentes da relação do terceiro molar
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sinais radiográficos mais frequentes da relação do terceiro molar
SINAIS RADIOGRÁFICOS MAIS FREQUENTES DA RELAÇÃO DO TERCEIRO MOLAR INFERIOR INCLUSO COM O CANAL MANDIBULAR Antoniel da Silva Soares (Bolsista PIBIC/UFPI), Walter Leal de Moura (Orientador do Depto. de Patologia e Clínica Odontológica – UFPI) INTRODUÇÃO O nervo alveolar inferior, ramo do nervo mandibular, transita no interior do canal da mandíbula e é responsável pela sensibilidade da polpa dos dentes inferiores, tecido ósseo, papilas interdentais, periodonto, lábio inferior, mucosa e gengiva vestibular dos dentes anteriores. A posição do canal da mandíbula é de interesse óbvio para o cirurgião dentista que realiza procedimentos cirúrgicos mandibulares como cirurgias ortognáticas, reconstruções mandibulares, exodontias de terceiros molares inferiores ou ainda procedimentos de implantodontia (MARZOLA, 2005). Considerando que a moderna odontologia se fundamenta no pensamento conservador e, visando a saúde dos pacientes que necessitam da remoção cirúrgica dos terceiros molares, em especial daqueles que apresentam sinais de proximidade das raízes com o nervo alveolar inferior, a referida pesquisa representa grande avanço nos estudos de fatores envolvidos na cirurgia dos terceiros molares, registrando dados para análise e relação como os sinais e sintomas clínicos e radiográficos pré-operatórios envolvidos em cada caso, já que a existência do sinal radiográfico positivo está referida na literatura como um fator de risco para o aparecimento de lesões nervosas (DÍAZ-TORREZ et al. 1990; ROCA-PIQUÉ et al.1955). METODOLOGIA Foram selecionadas 16 radiografias panorâmicas de pacientes do serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal do Piauí, que apresentavam algum tipo de sinal radiográfico de íntima relação entre os ápices dos terceiros molares inferiores retidos e o canal mandibular. Foram incluídas fichas de pacientes com faixa de idade variando de 18 e 35 anos atendidos pelos alunos do Curso de Especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da UFPI. Os fatores raça, sexo, condição financeira e estilo de vida não foram considerados para participação na amostra. As fichas que não apresentavam as radiografias panorâmicas como parte da documentação foram excluídas da pesquisa. O nome dos pacientes não foram divulgados em qualquer fase da pesquisa, o que garantiu seu anonimato. Não foi cobrado nada e não houve gastos nem riscos na participação neste estudo. No total foram analisados 31 radiografias, cujos dentes tinham imagem sugestiva de íntima relação com o canal mandibular. Do total da amostra, 16 dentes (52%) eram esquerdos e 15 (48%) eram direitos. De acordo com o gênero, 7 eram do sexo masculino (44%) e 9 do sexo feminino (56%) Para o estudo radiográfico utilizou-se radiografia panorâmica dos maxilares a fim de avaliar a região de terceiro molar. Para avaliação, a radiografia panorâmica foi colocada sobre um negatoscópio e em seguida, foi determinado o tipo de sinal radiográfico de íntima relação conforme a classificação de Félez-Gutiérrez et al. (1997), modificada por Gomes (2001) e foram observadas as raízes do terceiro molar em questão e o canal mandibular que são: escurecimento dos ápices, desvio dos ápices, estreitamento dos ápices, ápices bífidos sobre o canal mandibular, desvio da canal mandibular, estreitamento do canal mandibular e ápice em ilha. Todos os casos foram avaliados pelo mesmo pesquisador. RESULTADOS E DISCUSSÕES O tipo de sinal radiográfico de íntima relação com o canal mandibular apresenta-se em ordem crescente de frequências (gráfico 1). O tipo de sinal radiográfico mais frequente encontrado na pesquisa foi o obscurecimento dos ápices com 13 casos (42%), a freqüência dos outros 6 tipos de sinal variaram de 5, no máximo, até 2 casos. O desaparecimento das duas corticais do canal mandibular, sugerindo a presença do ápice em ilha, ocorreu em 3 casos. Gráfico 1-Sinais radiográficos da relação entre os ápices da raízes dos terceiros molares inferiores inclusos e o canal mandibular. Em uma pesquisa realizada por Gomes, Vasconcelos, Dias, Albert, onde foram avaliados 31 dentes com imagem sugestiva de íntima relação dos ápices do terceiro molar inferiores retidos com o canal mandibular através de ortopantomografia, 45,2% dos casos encontrou-se obscurecimento do ápices, 18,3% ápice em ilha, 12,8 estreitamento do canal mandibular, 9,6% reflexão dos ápices, 5,4% estreitamento dos ápices, 5,4% ápices bífidos sobre o canal mandibular e 3,3% desvio do canal mandibular, corroborando que o escurecimento dos ápices radiculares são os tipos mais frequentemente encontrados e o desvio do canal, os menos encontrados. Os outros sinais, tiveram variações quanto a ordem. Blaeser et al. (2003) afirmam que os sinais obtidos através da radiografia, como o escurecimento dos ápices dos terceiros molares mandibulares, a interrupção da cortical da linha branca do canal mandibular, sugerindo ápice em ilha e o desvio do canal mandibular estão relacionados com lesão do nervo alveolar inferior quando da exodontia desses elementos dentários. No presente estudo foi verificado que esses sinais foram verificados, registrando assim, a importância de um diagnóstico radiográfico preciso, para que a técnica cirúrgica seja feita da forma menos traumática possível. Se não forem observados sinais de íntima relação, considera-se que a informação anatômica obtida é suficiente para se planejar a técnica cirúrgica (ROCA-PIQUÉ et al. 1995). Nos casos onde essa avaliação é positiva, é necessário se verificar o tipo de relação, pois na presença do tipo ápice em ilha, o nervo alveolar inferior provavelmente está aprisionado e a exérese do dente pode ocasionar uma neurotmese (DÍAZ-TORRES et al. 1990). O desaparecimento das duas corticais do canal mandibular, sugerindo a presença do ápice em ilha, ocorreu em 3 casos (10%). Porém Swanson (1991) discorda dessa filosofia afirmando não existir uma correlação direta entre as imagens radiográficas de proximidade entre as raízes do dente com o canal mandibular e a exposição do feixe vásculo-nervoso, na ocorrência de déficit sensorial. CONCLUSÃO O sinal radiográfico mais frequente foi o escurecimento dos ápices, seguido por estreitamento do canal mandibular, sinais estes que podem estar relacionados à lesões ao nervo alveolar inferior. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BLAESER, B. F.; AUGUST, M. A.; DODSON, T. B. Radiographic risk factor for inferior alveolar nerve injury during third molar extraction, Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, 2003; Vol. 61, p. 417. 2. DÍAZ-TORRES M.J et al. Fatores clínicos y radiológicos de “verdadera relación” entre el nervio dentario y el tercer molar. Revista Española de Cirurgia Oral y Maxillofacial. 1990;12(2):51-57. 3. GOMES A.C et al. Verificação dos sinais radiográficos mais freqüentes da relação do terceiro molar inferior com o canal mandibular. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-MaxiloFacial.2004;4(4):252-57. 4. MARZOLA C. Fundamentos de Cirurgia Buco Maxilo Facial. CDR, Bauru: Ed. Independente, 2005. 5. ROCA-PIQUÉ, L. et al. Técnicas radiológicas para la identificación anatómica del conducto dentário inferior respecto al tercer molar inferior. Anales de Odontoestomatologia, 2/1995. 6. SWANSON, A. E. Incidence of inferior alveolar nerve injury in mandibular third molar surgery. J Am Dent Association, v. 57, n. 4, p. 327-8, 1991. PALAVRAS-CHAVE: Acidentes e complicações. Radiografia panorâmica. Terceiro Molar.
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