m capa outubro 2003

Transcrição

m capa outubro 2003
Capa
Titelbericht
Agribu
SÔNIA SALGUEIRO
brasileiro no topo do mundo
Opção Brasil Imagens
As estatísticas não param de
ser superadas. Tanto na
agricultura quanto na
pecuária, o Brasil colhe
fartura e excelência. As
exportações deverão chegar
a US$ 28 bilhões este ano,
um crescimento de
37% sobre 2002
10
Maior produtor do planeta de cana-deaçúcar, de café e de suco de laranja, e o
segundo em soja, atrás apenas dos Estados Unidos. Também é o número dois
na produção de carne bovina e está entre os três principais fornecedores de carnes suína, de frango e de peru. Com tantas credenciais, o Brasil ainda consegue
se superar. Dono de um rebanho de 170
milhões de bovinos, o maior do mundo,
o País ultrapassou nos últimos meses a
Austrália no ranking de maiores exportadores de carne bovina e, na queda de
braço com os norte-americanos, abocanhou este ano o título de principal
exportador de soja. “Temos uma participação no mercado internacional de
3% na agricultura e commodities agrícolas e há perspectiva de crescimento em
quase todos os
setores”,
destaca o
Ministro
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Roberto Rodrigues.
Segundo estatísticas da Associação
Brasileira do Agribusiness (Abag), o
agronegócio responde por 27% do
Produto Interno Bruto (PIB) do País,
por 37% dos empregos e por 40% das
exportações locais. “O Brasil está
mostrando uma competência fantástica”, afirma Carlo Lovatelli, Presidente da Abag e também da Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Ve-
getais (Abiove). “O carro-chefe ainda é a soja, mas outras culturas e produtos estão crescendo.”
Recordes e diversificação – O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Mapa, indica que a produção nacional de grãos totalizará 122,38 milhões de
toneladas na safra 2002-2003, um avanço de 26,5% sobre as 96,76 milhões de
toneladas colhidas na safra passada. A soja
é a maior responsável pela safra recorde
deste ano, tendo registrado, sozinha, uma
produção de 52 milhões de toneladas, ou
42% do total. Essa performance foi 24%
superior à da safra 2001-2002.
Mas outras culturas estão se destacando. A produção de milho cresceu 34% e
a safra de trigo é 76% maior que a anterior, mostra a Conab. O trigo, aliás, tem
proporcionado boa economia de divisas
ao País, anota Getúlio Pernambuco, Chefe do Departamento Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA). “Até pouco tempo atrás,
éramos os maiores importadores de trigo do mundo”, diz ele. “Em meados da
década passada, importávamos cerca de
80% do nosso consumo”, ilustra Fernando
Homem de Melo, Professor Titular da
Faculdade de Economia e Administração
da Universidade de São Paulo (FEAUSP). Neste ano a safra de 5,12 milhões
de toneladas cobrirá, praticamente, metade do consumo nacional, estimado em
10,7 milhões de toneladas de trigo, reduzindo a importação da commodity.
BRASIL-ALEMANHA
siness
SÔNIA SALGUEIRO
Brasilianisches
Agrobusiness
an der Weltspitze
Die Statistiken werden immer besser.
In Ackerbau und Viehzucht verzeichnet
Brasilien Überschüsse und
Rekordergebnisse. Die Exporte werden
dieses Jahr vermutlich US$ 28 Mrd.
erreichen, 37% mehr als im Jahr 2002.
Brasilien ist weltweit der größte Produzent von Zukkerrohr, Kaffee und Orangensaft und – nach den USA –
zweitgrößter Hersteller von Soja. Auch bei Rindfleisch
steht das Land auf Platz zwei, bei Schweinefleisch, Huhn
und Truthahn auf Platz drei. Und es wird noch besser.
Mit einem Rinderbestand von 170 Mio. Tieren, der größten Herde der Welt, hat das Land in den letzten Monaten
Australien im Ranking der Rindfleischexporteure überholt und lief außerdem in diesem Jahr den USA den Rang
als größter Sojaexporteur ab. „Wir haben in der Landwirtschaft und bei den Agrarrohstoffen einen Weltmarktanteil von 3%, und in fast allen Bereichen bestehen
Wachstumsaussichten“, betont der Minister für Landwirtschaft, Viehzucht und Versorgung, Roberto Rodrigues.
Laut Zahlen des Brasilianischen Agrobusinessverbands
ABAG ist das Agrobusiness für 27% des brasilianischen
Bruttoinlandsprodukts (BIP) verantwortlich, für 37% der
Arbeitsplätze und 40% der Exporte. „Brasilien zeigt eine
fantastische Kompetenz“, bestätigt Carlo Lovatelli, Präsident der ABAG und des Brasilianischen Verbandes der
Pflanzenölindustrie (ABIOVE). „Flaggschiff ist immer
noch Soja, aber auch andere Kulturen und Produkte weisen Wachstum auf.“
OUTUBRO 2003
11
Opção Brasil Imagens
Capa
Titelbericht
Ministro Roberto Rodrigues:
confiança no desempenho
do agribusiness brasileiro
Minister Roberto Rodrigues:
Vertrauen in die Leistung
des brasilianischen
Agrobusiness
Exportações - O crescimento contínuo da produção agrícola e pecuária
está gerando bons dividendos ao Brasil no comércio internacional. De janeiro a julho as vendas externas do
agribusiness totalizaram US$ 16,2 bilhões, uma alta de 32% sobre o mesmo
período do ano passado. Isso representa
uma participação de 41,5% nas exportações totais do País. Além disso, o superávit do agronegócio evoluiu 40,3%,
indo de US$ 9,6 bilhões para US$ 13,4
bilhões entre os dois períodos analisados.
Nas contas da CNA, o setor fechará o
ano com exportações de US$ 28 bilhões,
ante os US$ 20,4 bilhões de 2002. “O
saldo comercial deve ficar na casa dos
US$ 24 bilhões, um superávit 38% superior ao de 2002”, prevê o Presidente
da entidade, Antonio Ernesto de Salvo.
O complexo soja continuará dando
sua contribuição. De janeiro a julho,
grão, farelo e óleo de soja já geraram
divisas de US$ 4,47 bilhões ao País
(76% acima de idêntico período de
2002). Até o final do ano, prevê
Lovatelli, da Abag e Abiove, as exportações do setor chegarão aos US$ 8
bilhões, saltando provavelmente para
US$ 9 bilhões no próximo exercício.
Isso abre boas perspectivas para o Brasil, que é muito competitivo em soja. Enquanto nossa produtividade é de 2,85
toneladas por hectare, a dos EUA é de
2,54. Além disso, o clima tem dado uma
ajuda extra aos produtores locais. Em
sua última previsão de safra, por causa
12
123,38 MILHÕES
DE TONELADAS DE
GRÃOS É A SAFRA
BRASILEIRA DE
2002-2003
BRASILIANISCHE
ERNTE 2002-2003
BRACHTE 123,38 MIO.
TONNEN GETREIDE
da seca, o Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos (USDA) rebaixou de
78 milhões para 71 milhões de toneladas a previsão da safra norte-americana de soja para o período 2003-2004.
Produtividade até na pecuária Clima, água e sol em abundância ajudam, mas é a produtividade que tem
desempatado o jogo a favor da agricultura brasileira. “De 1990 a 2003,
nossa área plantada cresceu 12% e a
produção aumentou 140%”, informa
João de Almeida Sampaio Filho, Presidente da Sociedade Rural Brasileira.
“Enquanto o mundo desenvolvido baseia sua competitividade em protecionismos e subsídios, aqui ela é baseada
em produtividade”, compara o professor Homem de Melo, da USP.
O mesmo vale para a pecuária, garante Sampaio Filho. “Antes se abatia
o boi com quatro ou cinco anos. Hoje
Divulgação
Opção Brasil Imagens
Rekordernten und Diversifizierung
- Nach der letzten Erhebung der staatlichen Versorgungsgesellschaft CONAB,
die an das Landwirtschaftsministerium
angeschlossen ist, wird die Getreideproduktion in der Ernte 2002-2003 insgesamt 122,38 Mio. Tonnen erreichen,
26,5% mehr als die 96,76 Mio. Tonnen
der letzten Ernte. Dieser Rekord ist
hauptsächlich der Sojaernte zu verdanken, die mit 52 Mio. Tonnen –24% mehr
als in der Ernte 2001-2002 – 42% der
Gesamternte ausmachte.
Aber auch bei anderen Kulturen wurden
Erfolge verzeichnet. Die Maisproduktion
ist um 34% gestiegen, die Weizenernte
war 76% höher als im letzten Erntejahr,
so die Daten der CONAB. Weizen hat es
dem Land übrigens ermöglicht, viele
Devisen einzusparen, bemerkt Getúlio
Pernambuco, Leiter der Wirtschaftsabteilung des Landwirtschaftsdachverbands
CNA. „Bis vor kurzem waren wir der
weltweit größte Weizenimporteur“, so
Pernambuco. „Mitte der 90er Jahr haben
wir etwa 80% unseres Weizenverbrauchs
importiert“, bestätigt Fernando Homem
de Melo, Professor an der Wirtschaftsfakultät der Universität São Paulo (FEAUSP). In diesem Jahr wird die Ernte von
5,12 Mio. Tonnen fast die Hälfte des
Verbrauchs decken, der auf 10,7 Mio.
Tonnen geschätzt wird. Die Importe werden also zurückgehen.
BRASIL-ALEMANHA
Capa
Titelbericht
em dia, aos 24 meses”, compara. Esse
ganho de produtividade faz o País superar outros grandes produtores mundiais,
como a Austrália, no quesito exportação.
A conquista de novos mercados também
tem ajudado. Recentemente o País fez
seu primeiro embarque de 400 toneladas
de carne bovina para a Argélia, país com
potencial para absorver 100 mil toneladas do produto. Os fabricantes de carne
bovina também acabam de ingressar na
China, mercado que consome miudezas
desprezadas internamente, como tendão
e bucho. O próximo passo, informa
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, exMinistro da Agricultura e hoje presidindo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), é
vender carne in natura aos Estados Unidos, país onde o Brasil só pode
comercializar carne industrializada.
A carne bovina nacional segue para 103
países. No ano passado, os fornecimentos
externos geraram divisas de US$ 1,08 bi-
lhão. Para este ano, a previsão é de exportações de US$ 1,5 bilhão. Pratini de
Moraes credita o avanço à prioridade que
a iniciativa privada e os órgãos de governo
têm dado à vigilância sanitária. “O Brasil
também passou a ser mais agressivo na
defesa de seus mercados”, acrescenta ele.
Entraves na logística - Apesar dos progressos do agronegócio, ainda há alguns
obstáculos a serem vencidos. O maior
empecilho é de origem logística. Há problemas de armazenagem, as rodovias estão em péssimo estado, faltam ferrovias e
o escoamento da mercadoria é difícil. “Perde-se muito dinheiro com infra-estrutura”,
comenta Amaryllis Romano, Economista
da Tendências Consultoria Integrada.
A situação é mais crítica no Centrooeste e no Norte, segundo o professor
Homem de Melo, da USP. “Nas regiões
Sul e Sudeste a estrutura é razoavelmente bem consolidada, mas a expansão da
fronteira agrícola rumo ao Norte agravou a deficiência logística.”
E as soluções têm que vir rápido, avisa Carlo Lovatelli, da Abag e da Abiove.
“Se não forem tomadas providências no
curtíssimo prazo, teremos problemas
sérios já a partir do ano que vem”, prevê. Segundo o dirigente, a previsão é
de que, até 2010, cerca de 55 milhões
de toneladas de grãos serão adicionadas à safra agrícola brasileira. “Grande parte desse crescimento virá do Centro-oeste e, se não se consertar estradas e não se estimular o transporte
multimodal, teremos dificuldades”.
Lovatelli lembra que 72% da safra brasileira é transportada por via rodoviária
e que a velocidade média dos caminhões
caiu 40% nos últimos três anos. Com
isso, argumenta ele, o País perde competitividade, especialmente frente a países como os EUA, onde 70% dos grãos
são transportados por trens. O presidente da Abiove dá uma idéia do tamanho
dessas perdas: “Nós somos 22% mais
competitivos no campo do que os Estados Unidos, mas quando a nossa soja
chega ao porto de Roterdã (Holanda),
nossa competitividade cai para 7%”.
Pelos cálculos de Lovatelli, as melhorias logísticas mais urgentes exigiriam
um investimento de R$ 6 bilhões nos próximos 12 a 18 meses.
Agência Estado
A maior parte da safra brasileira - 72%
- é transportada por via rodoviária
Der größte Teil der Ernte - 72% wird mit Lastwagen transportiert
14
BRASIL-ALEMANHA
konnte Brasilien in die USA nur industriell verarbeitetes Fleisch exportieren.
Brasilianisches Rindfleisch wird in
103 Länder exportiert. Im vergangenen
Jahr erreichten die Exporte einen Wert
von US$ 1,08 Mrd. In diesem Jahr werden US$ 1,5 Mrd. erwartet. Pratini de
Moraes schreibt diesen Fortschritt der
Tatsache zu, dass sowohl die Privatwirtschaft als auch Regierungsbehörden der
Hygieneüberwachung Priorität einräumen. „Brasilien verteidigt seine Märkte
inzwischen entschiedener“, fügt er hinzu.
Engpässe in der Logistik - Trotz der
Fortschritte im Agrobusiness gilt es, noch
einige Hindernisse zu überwinden, und
zwar besonders in der Logistik. Es gibt
Probleme in der Lagerung, die Straßen
sind in äußerst schlechtem Zustand, das
Schienenetz ist unzureichend ausgebaut
und die Warenbeförderung schwierig
„Durch die Infrastruktur geht viel Geld
verloren“, so Amaryllis Romano, Volkswirt bei der Unternehmensberatung
Tendências Consultoria Integrada.
Besonders schlecht sieht es laut Prof.
Homem de Melo von der USP im Mittleren Westen und im Norden aus. „Im
Süden und Südosten ist die Infrastruktur
noch recht gut, aber mit der Erschließung
Divulgação
Produktivität auch in der Viehzucht
- Das Klima sowie ausreichend Wasser
und Sonne haben ihren Beitrag geleistet;
aber die Produktivität hat den Ausschlag
zugunsten Brasiliens gegeben. „Von 1990
bis 2003 ist unsere Anbaufläche um 12%
gewachsen, während die Produktivität um
140% gestiegen ist“, erklärt João de
Almeida Sampaio Filho, Präsident der Brasilianischen Agrargesellschaft (Sociedade
Rural Brasileira). „Während die Industrieländer ihre Wettbewerbsfähigkeit auf
Protektionismus und Subventionen gründen, basiert sie hier auf Produktivität“,
so Prof. Homem de Melo von der USP.
Dasselbe gilt für die Viehzucht, versichert Sampaio Filho. „Früher wurden
Rinder im Alter von vier oder fünf Jahren geschlachtet. Heute sind es zwei Jahre“, vergleicht er. Dieser Produktivitätszuwachs ermöglicht es, dass Brasilien
andere große Hersteller, wie z.B. Australien, bei den Exporten überholt. Die Eroberung neuer Märkte war ebenfalls
von Vorteil. Vor kurzem hat Brasilien
die ersten 400 Tonnen Rindfleisch nach
Algerien geliefert, ein Land mit einem
Konsumpotential von 100.000 Tonnen
pro Jahr. Die Rindfleischproduzenten
haben auch gerade den chinesischen
Markt gewonnen, auf dem Eingeweide
(z.B. Mägen) und Sehnen konsumiert
werden, die sich in Brasilien keiner Beliebtheit erfreuen. Der nächste Schritt,
erklärt Marcus Vinicius Pratini de
Moraes, ehemaliger Landwirtschaftsminister und heute Präsident des Verbandes der Fleischexporteure (ABIEC),
ist der Verkauf von Fleisch in natura
in die Vereinigten Staaten. Bisher
Opção Brasil Imagens
Export - Das zunehmende Wachstum in
Agrarproduktion und Viehzucht sorgt für
gute Einnahmen aus dem Welthandel.
Die Agrarexporte von Januar bis Juli
beliefen sich auf US$ 16,2 Mrd., 32%
mehr als im selben Vorjahreszeitraum.
Der Anteil des Agrobusiness an den Gesamtexporten Brasiliens liegt bei 41,5%.
Der Überschuss im Agrobusiness ist in
der Zeit um 40,3%, von US$ 9,6 Mrd.
auf US$ 13,4 Mrd., gestiegen.
Nach Berechnungen der CNA wird der
Sektor das Jahr mit Exporten im Wert
von US$ 28 Mrd. abschließen, im Vergleich zu US$ 20,4 Mrd. im Jahr 2002.
„Der Handelssaldo wird vermutlich bei
US$ 24 Mrd. liegen, ein um 38% höherer
Überschuss als im Jahr 2002“, so CNAPräsident Antonio Ernesto de Salvo.
Soja wird weiterhin zu den Exporten
beitragen. Von Januar bis Juli haben Sojabohnen, Sojaöl und Sojaschrot bereits
US$ 4,47 Mrd. Devisen ins Land gebracht (76% mehr als im selben Vorjahreszeitraum). Bis zum Jahresende
rechnet Lovatelli von der ABAG und der
ABIOVE mit Exporten im Wert von US$
8 Mrd., im nächsten Jahr werden es seiner Voraussicht nach US$ 9 Mrd.
Das eröffnet gute Perspektiven für Brasilien, denn die Sojaproduktion ist sehr
wettbewerbsfähig. Die Produktivität liegt
bei 2,85 Tonnen pro Hektar, während es
in den USA nur 2,54 Tonnen sind. Außerdem ist das Klima für die brasilianischen Produzenten günstig. Das USLandwirtschaftministerium hat aufgrund
der Trockenheit die Ernteprognosen für
Soja von 78 auf 71 Mio. Tonnen im Zeitraum 2003-2004 nach unten korrigiert.
Pratini de Moraes: carne bovina
brasileira chega a 103 países
Pratini de Moraes: Brasilianisches
Rindfleisch wird in 103 Länder exportiert
OUTUBRO 2003
15
Capa
Titelbericht
FRUTAS, FLORES
E MADEIRAS
TÊM POTENCIAL
INEXPLORADO
von Land immer weiter nördlich entstehen
zunehmend Engpässe in der Logistik.“
Und Lösungen müssen schnell gefunden werden, rät Lovatelli von ABAG und
ABIOVE. „Wenn nicht sehr bald Vorkehrungen getroffen werden, stehen wir spätestens nächstes Jahr vor großen Problemen“, so seine Einschätzung. Bis 2010
werde erwartet, dass sich die Getreideernte um etwa 55 Mio. Tonnen erhöhe.
„Ein Großteil davon kommt aus dem
Mittleren Westen, und wenn die Straßen
nicht repariert und Anreize für den Ausbau aller Verkehrsträger gegeben werden,
bekommen wir Schwierigkeiten.“
Lovatelli erinnert daran, dass 72% der
brasilianischen Ernte per Lastwagen
transportiert werden, und dass die Durchschnittsgeschwindigkeit der Lkw in den
letzten drei Jahren um 40% zurückgegangen sei. Damit verliere das Land an Wettbewerbsfähigkeit, besonders im Vergleich
zu Ländern wie den USA, wo 70% des
Getreides auf der Schiene transportiert
werden. Der ABIOVE-Präsident nennt
einige Zahlen: „Auf dem Feld sind wir
um 22% wettbewerbsfähiger als die USA;
aber bis unsere Sojaexporte den Hafen von
Rotterdam erreichen, ist unsere Wettbewerbsfähigkeit auf 7% zurückgegangen.“
Nach Lovatellis Berechnungen erfordern
die dringendsten Verbesserungen in der
Logistik Investitionen von R$ 6 Mrd. in
den nächsten 12 bis 18 Monaten.
OBST, BLUMEN
UND HOLZ
BIETEN NOCH
UNGENUTZTES
POTENTIAL
conta que um documento básico elaborado no México será analisado ponto por ponto para ser defendido em
dezembro próximo, quando deve ocorrer, em Genebra, o primeiro encontro
que dará seqüência à rodada.
Potenciais - Ao mesmo tempo em que
apara essas arestas externas, o governo e os produtores seguem apostando
que o País pode explorar melhor áreas
hoje ainda sub-aproveitadas. “Temos
alguns produtos que têm uma participação tímida no mercado mundial”, reconhece o Ministro Roberto Rodrigues.
Um desses segmentos, diz ele, é o de
frutas tropicais. “O Vale do São Francisco dá para fazer dois Chiles, mas
Opção Brasil Imagens
Barreiras e negociações internacionais - Outro grande entrave ao
maior desenvolvimento do agronegócio brasileiro são os subsídios e o
protecionismo dos países desenvolvidos. “Há barreiras de todos os tipos,
como picos tarifários, barreiras sanitárias e instituição de cotas, especialmente por parte dos países ricos”, diz Salvo, da CNA. Comenta-se que os subsídios à agricultura dados pelas grandes potências, principalmente Estados
Unidos e União Européia, chegam a
US$ 1 bilhão por dia. “Isso é uma pedra no sapato do agronegócio brasileiro”, diz Lovatelli, da Abag, para quem
a recente criação do G-22, liderado
pelo Brasil, tem tudo para reverter esse
estado de coisas. “O grupo tem como
principal objetivo lutar pelo fim dos
subsídios às exportações, além de melhorar as condições de acesso a mercado”, confirma o Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
O G-22 foi lançado na última rodada de negociações da Organização
Mundial do Comércio (OMC), realizada no mês passado em Cancún (México). Não se chegou a qualquer conclusão quanto às negociações agrícolas,
mas, de acordo com o ministro, o saldo foi positivo por mostrar ao mundo
que os países em desenvolvimento não
aceitam que a agricultura fique de fora
das discussões da OMC. Rodrigues
170 milhões de bovinos: o Brasil é
dono do maior rebanho do mundo
170 Mio. Rinder: Brasilien hat
die größte Herde der Welt
16
Hindernisse und internationale
Verhandlungen - Ein weiteres großes
Entwicklungshindernis für das brasilianische Agrobusiness sind die Subventionen und der Protektionismus der Industrieländer. „Es gibt Schranken aller Art,
darunter tarifäre Handelsschranken,
Hygieneauflagen und Einfuhrquoten, besonders bei den reichen Ländern”, so Salvo
von der CNA. Die Agrarsubventionen der
Wirtschaftsmächte, besonders der USA
und der Europäischen Union, werden auf
insgesamt US$ 1 Mrd. pro Tag geschätzt.
„Das ist ein Hemmschuh für das brasilianische Agrobusiness“, so Lovatelli
von der ABAG. Die jüngst erfolgte Gründung der von Brasilien geleiteten G-22
hält er für eine vielversprechende Möglichkeit, die Situation zu ändern. „Hauptziel
der Gruppe ist es, den Exportsubventionen ein Ende zu setzen und den MarktBRASIL-ALEMANHA
Capa
Titelbericht
hoje o Chile exporta acima de US$ 1,2
bilhão por ano de frutas, enquanto o Brasil exporta pouco mais de US$ 250 milhões”, compara. Na opinião de Sampaio
Filho, da Sociedade Rural Brasileira, a
pecuária de corte bovina também tem
muito a crescer, assim como os setores
de flores e de madeiras. Ele ilustra dizendo que, no País, as árvores crescem
bem mais rápido do que em outros países. “ A Teca, por exemplo, leva 150 anos
para chegar à época de corte na Oceania,
de onde é originária.“Aqui, em 20 a 25
anos ela está perfeita para o corte.”
As perspectivas do agronegócio são
muito boas daqui para a frente. “Temos
condições de adicionar 5% de produção
ao ano, porque ainda temos muita área
no Centro-oeste e no Norte”, considera
a economista Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria Integrada. Também
o Professor Homem de Melo, da USP,
acha que é possível crescer de 4% a 5%
por ano, dependendo do acesso aos mercados, de a economia brasileira voltar a
crescer e, é claro, dos investimentos em
infra-estrutura. Mais otimista, Lovatelli,
da Abag, acha que, pelo menos no médio prazo, o aumento pode ser maior. “O
agronegócio tem tudo para se expandir
cerca de 10% nos próximos três anos.”
zugang zu erleichtern“; erklärt Landwirtschaftsminister Roberto Rodrigues.
Die G-22 wurde während der letzten
Verhandlungsrunde der Welthandelsorganisation (WHO) gegründet, die vergangenen Monat in Cancún, Mexiko, stattfand. Bezüglich der Agrarverhandlungen
wurde noch kein gemeinsamer Standpunkt
definiert, aber, so der Minister, die Entwicklungsländer haben deutlich gemacht, dass sie das Außer-Acht-Lassen
der Landwirtschaft bei den WHO-Verhandlungen nicht länger hinnehmen werden. Rodrigues berichtet, ein in Mexiko
ausgearbeitetes Grundlagendokument
werde Punkt für Punkt analysiert, um es
im Dezember, wenn die Verhandlungsrunde in Genf fortgesetzt wird, vorzulegen.
Potential - Neben den Bemühungen,
genannte Hindernisse aus dem Weg zu
räumen, setzen Regierung und Produzenten weiterhin darauf, noch
suboptimal genutzte Bereiche besser
auszubauen. „Einige unserer Produkte
haben noch einen sehr kleinen
Weltmarktanteil“, gibt Landwirtschaftsminister Rodrigues zu. Dazu zählen auch
die Tropenfrüchte. „Im São-Franciso-Tal
wird doppelt so viel geerntet wie in Chile, aber Chile exportiert Obst im Wert
von über US$ 1,2 Mrd. pro Jahr, Brasilien kaum mehr als US$ 250 Mio.“, so
sein Vergleich. Nach Ansicht von
Sampaio Filho von der Brasilianischen
Agrargesellschaft zeigen sich starke
Wachstumstendenzen in der Rinderzucht
sowie bei Blumen und Hölzern. Er erklärt, in Brasilien wüchsen die Bäume
wesentlich schneller als in anderen Ländern: „Teakholzbäume beispielweise
können in Ozeanien, ihrem Ursprungsland, erst nach 150 Jahren gefällt werden. Hier genügen 20 bis 25 Jahre.“
Die Zukunftsaussichten für das
Agrobusiness sind bestens. „Wir können
die Produktion um 5% jährlich erhöhen,
denn wir haben noch viel Fläche im
Mittleren Westen und im Norden“, erklärt Amaryllis Romano von Tendências
Consultoria Integrada. Auch Prof.
Homem de Melo von der USP hält ein
jährliches Wachstum von 4% bis 5% für
möglich, abhängig vom Marktzugang,
vom Wirtschaftswachstum im Allgemeinen und natürlich von den Investitionen
in die Infrastruktur. Lovetelli von der
ABAG gibt sich optimistischer und erwartet mittelfristig ein höheres Wachstum. „Das Agrobusiness erfüllt alle Voraussetzungen, um in den nächsten drei
Jahren um etwa 10% zu wachsen.“
Variação nas exportações do principais produtos do agronegócio brasileiro / Agrarexporte
Produtos / Produkte
Jan-Jul 2002
Jan-Jul 2003
Variação / Veränderung (%)
Complexo soja / Soja
2.533,1
4.472,6
76,6
Madeiras e subprodutos /
Holz und Nebenprodukte
2.261,2
3.007,2
33,0
Complexo carnes / Fleisch
1.626,6
2.078,4
27,8
Café / Kaffee
647,3
813,0
25,6
Suco de laranja / Orangensaft
519,6
634,6
22,1
Algodão / Baumwolle
427,6
519,1
21,4
Peixes e crustáceos / Fische und Krustentiere
192,3
238,8
24,1
90,1
173,4
92,4
102,2
146,0
42,9
12.272,2
16.214,4
32,1
Cacau e preparações /
Kakao und Kakaoprodukte
Frutas / Obst
Total do Agronegócio* /
Agrobusiness insgesamt*
(em US$ milhões / in Mio. US$)
Fonte: CNA, com dados básicos da Secex/Mdic
Quelle: CNA, Basisdaten vom Außenhandelssekretariat im Ministerium für Entwicklung, Industrie und Außenhandel – SECEX/MDIC
18 *O valor total do agronegócio inclui: couros e peleteria, açúcar e álcool, fumo, algodão, peixes e crustáceos e milho BRASIL-ALEMANHA