Volume 2, número 01 - UFRA

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Volume 2, número 01 - UFRA
ZOOTECNIA
Em Foco
ISSN: 2446-8398
Paragominas-PA, Volume 2, n. 01, janeiro/fevereiro de 2016
https://www.facebook.com/zootecnia JZ
[email protected]
COOPERATIVISMO COMO MÉTODO
DE DESENVOLVIMENTO DE PEQUENOS
PRODUTORES DE LEITE
A organização dos produtores na forma de cooperativa agropecuária desempenha importante
papel no desenvolvimento econômico e social de seus associados.
ENTREVISTA
ENTREVISTA cont.
ENTREVISTA COM O
ZOOTECNISTA HENRIQUE
LUÍS TAVARES
ESPAÇO SANIDADE ANIMAL
PARASITISMO EM BOVINOS
ENTREVISTA COM O
ZOOTECNISTA HENRIQUE
LUÍS TAVARES
p4
ESPAÇO ANIMAIS DE COMPANHIA
ADESTRAMENTO DE CÃES:
IMPORTÂNCIA E PERFIL
DO PROFISSIONAL
p7
ESPAÇO REPRODUÇÃO ANIMAL
ESTAÇÃO DE MONTA NA
BOVINOCULTURA
DE CORTE
p10
p3
p5
ESPAÇO MELH. GENÉTICO
ASPECTOS IMPORTANTES
NA SELEÇÃO DE TOUROS
DE APTIDÃO PARA CORTE
PELA AVALIAÇÃO
MORFOLÓGICA
p6
ESPAÇO NUTRIÇÃO ANIMAL
PRODUÇÃO DE MILHO
(Zea mays L.) PARA
CONFECÇÃO DE SILAGEM
p8
ESPAÇO FORRAGICULTURA
PRINCIPAIS CUIDADOS
NA IMPLANTAÇÃO
DE PASTAGEM
p11
p9
CONGRESSOS E EVENTOS
CURSO TÉCNICO EM
AGRONEGÓCIO DA REDE
E-TEC BRASIL É
OFERTADO EM
PARAGOMINAS-PA
p12
EDITORIAL
TÉCNICAS DO CAMPO
Zootecnia em Foco
Volume 2, n.1, janeiro/fevereiro de 2016
Realização:
grupo de pesquisa em andrologia,
inseminação ar ficial, sanidade e
melhoramento gené co de bovinos
e bubalinos
Colaboração:
Editores:
Bruno C. Soares
Prof. MSc. UFRA/Paragominas
Natália da Silva e Silva
Profª Dra. UFRA/Paragominas
Núbia F. A. dos Santos
Profª Dra. UFRA/Paragominas
P
rezados leitores é com
imenso prazer que
divulgamos a quinta edição
do “Zootecnia em Foco” o qual
surgiu da necessidade de difundir
informações técnicas aos
produtores rurais e divulgar ações
ligadas a Zootecnia. Dessa forma,
o presente informativo se torna um
elo entre o grupo de estudos e a
sociedade. Assim, procuramos
selecionar temas de interesses correlatos a Produção
Animal.
Nessa primeira edição de 2016, trazemos para os
nossos leitores temas como “Cooperativismo como
método de desenvolvimento de pequenos produtores de
leite”, “Entrevista com o zootecnista Henrique Luís
Tavares”, “Parasitismo em bovinos”, “Adestramento de
cães: importância e perfil profissional”, “Aspectos
importantes na seleção de touros de aptidão para corte pela
avaliação morfológica”, “Produção de milho (Zea mays L.)
para confecção de Silagem”, “Estação de monta na
bovinocultura de corte”, “Principais cuidados na
implantação da pastagem”, “Curso Técnico em
agronegócio da rede E-TEC Brasil é ofertado em
Paragominas-PA.
Rinaldo B. Viana
Prof. Dr. UFRA/ Belém
Waldjânio O. Melo
Zootecnista, MSc. UFRA/Paragominas
Jane P. Felipe
Engenheira Agrônoma
Everton S. Sousa
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Janiele B. Barbosa
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Karolina B. Moura
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Marcelo C. Morais
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Marcos Benedito C. Reis
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Ricardo Cézar Barros Santos
Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
s
Rômulo Henrique B. Holanda Acadêmico Curso Zootecnia UFRA/Paragominas
Arte Gráfica
Jane P.Felipe - Mestranda em Genética e
Melhoramento de Plantas UENF/RJ
Contato:
E-mail: [email protected]
E
nd.: Rodovia PA 256, km 6, Nova Conquista - Paragominas-PA
p2
EM DESTAQUE
COOPERATIVISMO COMO MÉTODO DE
DESENVOLVIMENTO DE PEQUENOS
PRODUTORES DE LEITE
Jaqueline Valéria de S. Araújo
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
Waldjanio de O. Melo
Zootecnista MSc. UFRA/PARAGOMINAS
O
Brasil vem apresentando evolução
gradativa na produção leiteira, entretanto,
verifica-se que está vinculado ao aumento
de rebanho e não ao aumento de produtividade. A
pecuária leiteira brasileira ainda vem enfrentando
dificuldades atribuídas ao baixo nível tecnológico de
pequenos produtores que são a grande maioria, ao alto
custo de produção quando comparado ao pequeno
poder aquisitivo da população, às baixas produção e
produtividade do rebanho principalmente na pequena
propriedade, às importações erráticas e à falta de
política para o setor.
Para reverter essa situação e conseguir se firmar
num mercado competitivo, os produtores brasileiros
precisam adotar mecanismos para aumentar a
produtividade, diminuir custos de produção e
melhorar a qualidade dos produtos. Porém, vários
pequenos pecuaristas não possuem acesso à
assistência técnica e/ou ao credito, o que dificulta
alcançar níveis satisfatórios de produção e
rentabilidade.
Dentre as soluções para fortalecer a cadeia
produtiva, está à organização dos produtores na forma
de cooperativa agropecuária, onde desempenha
importante papel no desenvolvimento econômico e
social de seus associados. Os retornos econômicos
originam-se da inserção dos pequenos e médios
produtores em mercados concentrados e da agregação
de valor à sua produção. Além da importância
econômica, é relevante frisar a importância social
atribuída a essas organizações, que são, em certos
municípios e regiões, a única forma de organizar e
comercializar a produção dos agricultores.
Através da cooperativa, os pecuaristas podem
comprar os insumos (ração, adubo, combustível,
dentre outros) diretamente das fábricas adquirindo
descontos, além disso, quando se juntam para vender
os produtos, conseguem melhores valores de
mercado.
Dentre as ações de uma cooperativa de pequenos
produtores de leite, pode-se destacar a contração de
um profissional como o zootecnista para dar
assistência técnica nas fazendas cooperadas, compra
de sêmen e até reprodutores para fazer rodizio entre as
propriedades, compra de maquinas e implementos
agrícolas além de sementes e adubos para implantação
do pasto, beneficiamento do leite no local agregando
valor aos produtos e gerando mais empregos e
negociação direta com o consumidor conseguindo
assim, melhores valores de mercado.
A cooperativa exige responsabilidade,
comprometimento e participação de todos os
cooperados dentro de uma estrutura de decisão
democrática. Caso o resultado seja positivo, todos
ganham caso negativo, todos deixam de ganhar. Dessa
forma, é fundamental que estejam em constante
capacitação e que tenham conhecimento de forma
clara seus direitos e deveres.
REFERÊNCIAS
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÉSTICA. Indicadores IBGE – Estatística da
Produção Pecuária Junho de 2013. Disponível em: <
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/
agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leitecouro-ovos_201301_publ_completa.pdf>. Acesso
em: 01 de março de 2016.
MONDAINI, I. A rentabilidade da atividade leiteira:
um caso de produtores no médio Paraíba do Estado do
Rio de Janeiro. Lavras: UFLA, 1996. Dissertação
(Mestrado em Administração Rural). Universidade
Federal de lavras, 1996.83 p.
SERVIÇO NACIONAL DE APREDIZAGEM
RURAL-SENAR. Administração da Empresa Rural:
ambiente. SENAR, Brasilia-DF, 2009. 46p. Coleção
Senar 139.
SOUZA, U.R.; BRAGA, M.J. Diversificação
concêntrica na cooperativa agropecuária: um estudo
de caso da COMIGO. Gestão & Produção, São
Carlos, v. 14, n. 1, p. 169-179, jan.-abr. 2007.
p3
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ENTREVISTA
ENTREVISTA COM O ZOOTECNISTA
HENRIQUE LUÍS TAVARES
Marcelo C. Morais
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
Possui graduação em
Zootecnia na Universidade
Federal Rural do Rio de
Janeiro - UFRRJ (2002).
Zootecnia em foco: Qual seu
local de trabalho e função?
Zootecnista Henrique
Tavares: Atualmente atuo
como Zootecnista da
Fundação Parque Zoológico
de São Paulo (FPZSP) no
cargo de Chefe do Setor de Alimentação e Nutrição
Animal.
Zootecnia em foco: Como se deu a escolha da
Zootecnia como profissão?
Zootecnista Henrique Tavares: Desde criança tenho
contato e grande afinidade com animais e interesse em
qualquer espécie deles. Já criei peixes, aves, coelhos,
cães, gatos, répteis e até insetos. Na adolescência
comecei a pesquisar as profissões ligadas ao mundo
animal e encontrei na Zootecnia um curso completo,
complexo e dinâmico que me proporcionou uma
formação técnica especializada para atuar na criação
racional de qualquer animal.
Zootecnia em foco: O senhor se sente feliz e
plenamente realizado com essa escolha? Por quê?
Zootecnista Henrique Tavares: Profissionalmente
estou plenamente realizado, pois atuo na área que
sempre almejei desde o inicio de minha graduação na
UFRRJ. Não vejo nada mais fascinante na zootecnia
do que esta área que trabalho atualmente. Tudo o que
eu conquistei até hoje foi graças à profissão que
escolhi.
Zootecnia em foco: Como zootecnista, o senhor atua
em qual área? Qual o motivo dessa escolha?
Zootecnista Henrique Tavares: Meu sonho
profissional foi sempre atuar com Nutrição Animal e
com Animais Silvestres, e no ano de 2006 vi a chance
de concretizar este sonho, pois abriu concurso público
para vaga de Zootecnista da Fundação Parque
Zoológico de São Paulo no qual me encontro até hoje,
atualmente como Chefe do Setor de Alimentação e
Nutrição Animal onde sou o Técnico Responsável
pela nutrição de 4000 animais, de um Biotério e da
Fabrica de Ração (o Zoo de SP é o único zoológico do
mundo com uma Fábrica de Ração própria).
Os conhecimentos adquiridos na UFRRJ em nutrição
de bovinos, caprinos e ovinos me permitiram estipular
uma dieta correta para girafas, camelos e cervídeos, a
nutrição de suínos – dos javalis, catetos e queixadas,
nutrição de cães e gatos me deu conhecimentos para
balancear dieta de lobos e tigres, nutrição equina me
permitiu formular dietas desde zebras até para
elefantes e assim por diante por que a fisiologia animal
que aprendemos no curso de zootecnia é comparada
nos permitindo atuar em qualquer espécie animal seja
de produção, companhia, esporte, lazer e silvestres
como no meu caso.
O motivo da escolha em atuar nesta área foi ter
percebido ainda na Universidade que o sucesso dos
programas de conservação e preservação da fauna
silvestre está diretamente relacionado a uma
alimentação e nutrição adequada das diferentes
espécies. O trabalho do zootecnista no fornecimento
de dieta balanceada é fator preponderante ao bem estar
animal, imunidade e resistência a doenças,
crescimento saudável, sucesso reprodutivo e
longevidade de animais silvestres.
Zootecnia em foco: Qual a diferença entre animais
exóticos e silvestres?
Zootecnista Henrique Tavares: Animal exótico é
todo aquele, terrestre ou aquático, cujo ciclo de vida
natural ocorre em território distinto daquele utilizado
como referência, ou então, do local onde o animal se
encontra no momento. Por exemplo: um leão é um
animal exótico ao Brasil, pois é originário do
continente africano e não ocorre naturalmente nas
florestas nacionais. Já o sagui-do-tufo-branco,
bastante encontrado em parques e florestas de São
Paulo, é considerado um animal exótico ao Estado,
apesar de ser de uma espécie natural do Nordeste do
país. Como exemplos de exóticos: girafas, elefantes,
avestruzes, crocodilos entre outros.
Animal silvestre nativo é todo aquele de espécie
terrestre ou aquática, migratória ou não, cujo ciclo de
vida ocorre dentro dos limites de sua distribuição
natural. Por exemplo, podemos ter um animal silvestre
nativo para o território nacional, se utilizarmos o país
como referência; ou nativo para o território paulista, se
a referência for o Estado de São Paulo. Os animais
silvestres nativos são protegidos por lei, sendo
proibida sua caça, destruição, comercialização ou
criação, sem autorização do órgão ambiental
competente. Como exemplos de silvestres nativos:
tamanduás, tatus, onças, araras, lagartos teiús entre
outros.
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ENTREVISTA
ENTREVISTA COM O ZOOTECNISTA
HENRIQUE LUÍS TAVARES
Zootecnia em foco: Quais são os principais cuidados
que devemos ter na criação de animais silvestre e
exóticos?
Z o o t e c n i s t a H e n r i q u e Ta v a re s : U m a d a s
considerações mais importantes para a manutenção de
animais selvagens em cativeiro é proporcionar uma
dieta apropriada para manter as espécies saudáveis e
com potencial reprodutivo adequado. Na criação de
qualquer animal devemos sempre respeitar os
conceitos da ciência de Bem Estar Animal,
conhecendo, avaliando e garantindo as condições para
satisfação de suas necessidades básicas desde o
momento que passam a viver, por diferentes motivos,
sob nosso domínio. Os animais
devem ter sempre acesso à água
fresca e uma alimentação
balanceada adequada às suas
necessidades para se manterem
saudáveis e fisicamente bem.
Devem ter condições de
alojamento e ambientes
adequados às suas necessidades e
confortáveis de acordo com as
suas características. Devem ter a
sua saúde protegida, através da
prevenção de doenças, ferimentos
e dor. Devem ter espaço adequado
que lhes permitam expressar o seu
comportamento natural e
potencial genético. Enfim, os
animais devem ser mantidos e
tratados de modo a evitar que
sofram psicológica e
emocionalmente.
Zootecnia em foco: Qual a importância da atuação
do zootecnista na criação de animais silvestres e
exóticos?
Zootecnista Henrique Tavares: Não é somente o
gado, ovinos, caprinos, suínos, cães, gatos, equinos,
coelhos, aves e tantos outros animais domesticados
para produção, esporte ou companhia que estão sobre
os cuidados técnicos dos zootecnistas. É cada vez mais
comum encontrarmos estes profissionais atuantes na
pesquisa ou assistência técnica dos diferentes sistemas
de conservação e preservação de fauna em cativeiro.
Os atuais empreendimentos de uso e manejo da fauna
silvestre têm contratado zootecnistas como
responsáveis técnicos visando atender às finalidades
socioculturais, de pesquisa científica, de conservação,
de exposição, de manutenção, de criação, de
reprodução, de comercialização, de abate ou de
beneficiamento de produtos e subprodutos deste tipo
de criação.
O zootecnista atua não só com alimentação e nutrição
(como no meu caso no Zoo de São Paulo), mas
também no fomento de programas de reprodução e
melhoramento genético das diferentes espécies
animais de interesse de conservação e preservação, no
desenvolvimento de novas biotecnologias, no
planejamento e execução de projetos de construções
de recintos, etologia, enriquecimento
comportamental, bem estar animal, educação e
licenciamento ambiental.
Zootecnia em foco: Quais são os
critérios determinados pelo
IBAMA para a criação desses
animais?
Zootecnista Henrique Tavares:
Os critérios para a criação de
animais silvestres estão descritos
na INSTRUÇÃO NORMATIVA
IBAMA Nº 7, de 30 de abril de
2015, onde foi instituído e
normatizado as categorias de uso e
manejo da fauna silvestre em
cativeiro, e definido, no âmbito do
IBAMA, os procedimentos
autorizativos para as categorias
estabelecidas.
Com a edição da Lei
Complementar nº 140/2011, que
estabeleceu a divisão de
competências entre a União, os
Estados e os Municípios em relação à proteção e
preservação do meio ambiente, o IBAMA e o Governo
de alguns Estados Brasileiros, tem firmado Acordo de
Cooperação Técnica, prevendo que a gestão da fauna
silvestre em território dentro de cada Estado passasse a
ser atribuição do Estado e não mais da Federação.
Diante disso, pessoas físicas ou jurídicas, interessadas
em obter autorizações, destes Empreendimentos de
Manutenção de Animais Silvestres Cativos, assim
como os interessados em obter autorizações para
ações de manejo de fauna silvestre in situ (vida livre)
devem procurar a Secretária Estadual do Meio
Ambiente para orientações de como obter a
Autorização de Uso e Manejo da Fauna.
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO SANIDADE ANIMAL
PARASITISMO EM BOVINOS
Vitor de O. Araújo
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
O
Brasil possui 217,4 milhões de Bovinos,
constituindo um dos maiores rebanhos
comerciais do mundo. No que tange a
produção de carne bovina o país ocupa a segunda
posição no ranking mundial de países produtores,
sendo precedido pelos Estados Unidos.
A pecuária brasileira vem buscando adaptar-se às
duas maiores exigências dos mercados consumidores:
competitividade e qualidade do produto. Portanto, o
principal desafio dos sistemas de produção de proteína
animal é a obtenção de um produto com a quantidade,
a qualidade e o preço que o mercado consumidor
exige. Alguns fatores contribuem para a redução da
produção e produtividade do rebanho, entre estes
estão, as carências nutricionais, o manejo inadequado
e alta incidência de parasitoses.
Foto: Karolina B. Moura, 2015
piretróides ou organofosforados além de fármacos
injetáveis e também na forma biológica como o uso de
besouros africanos (Digitonthophagus gazela)
conhecidos vulgarmente como rola bosta.
Mas devido à falta de assistência técnica e ao
pouco conhecimento do produtor rural no uso correto
destes medicamentos, os parasitas desenvolveram
resistência aos produtos e a eficácia diminuiu
consideravelmente. Com isso, os animais apresentam
alto grau de infestação, ocasionando perdas
significativas de produção.
REFERÊNCIAS
Foto: Waldjanio O. Melo, 2009
O parasitismo pode ser externo (ectoparasitismo)
como aquele exercido por carrapatos, moscas do
chifre, bernes e piolhos ou interno (endoparasitismo)
como o exercido pelos vermes gastrointestinais. É
responsável por expressivas perdas econômicas na
pecuária mundial devido ao atraso no
desenvolvimento, baixa produtividade de carne e
leite, prejuízo na qualidade do couro, gastos com
tratamento, profilaxia, mão de obra e manejo e, em
casos mais severos, pela mortalidade dos animais.
A incidência e distribuição dos parasitas
apresentam variações regionais e sazonais,
dependendo de vários fatores como regime pluvial,
clima, temperatura, umidade relativa, manejo, tipo de
pastagem, nutrição, lotação animal, raça, idade e
estádio fisiológico dos animais, onde animais jovens
são mais sensíveis que os adultos. Dependendo do
parasita, o controle pode ser realizado na forma
química administrada em banho de imersão,
pulverização, aspersão, pour on, aditivos alimentares
ministrados para atuarem sobre as larvas depositadas
nas fezes, brincos impregnados com inseticidas
AZEVEDO, D.M.M.R.; ALVES, A.A.; SALES, R.O.
Principais Ecto e Endoparasitas que Acometem Bovinos
Leiteiros no Brasil: Uma Revisão. Rev. Bras. de Higiene e
Sanidade Animal, v.2, n.1, p.43-55, 2008.
BARBOSA, W.S. A influência de ecto e endoparasitas na
produção bovina. Brasilia, 2009.Monografia
(Especialização em Reprodução e Produção em Bovinos).
Universidade Castelo Branco, 2009.
COLDITZ, I.G.; WATSON, D.L.; GRAY, G.D.; EADY,
S.J. Some relationships between age, immune
responsiveness and resistance to parasites in ruminants. Int.
Journal for Parasitology, v. 26, p. 869-877, 1996.
FRAGA, A.B.; ALENCAR, M.M.; FIGUEIREDO, L.A.;
RAZOOK, A.G.; CYRILLO, J.N.S.G. Análise de fatores
genéticos e ambientais que afetam a infestação e fêmeas
bovinas da raça caracu por carrapatos (Boophilus
microplus). Rev. Bras. Zoot., v. 32, p.1578-1586, 2003.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Abate de animais, produção de leite, couro e ovos.
D i s p o n í v e l
e m :
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/
agropecuaria/producaoagropecuaria> Acesso
em: 12 março 2016.
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO ANIMAIS DE COMPANHIA
TÉCNICAS DO CAMPO
ADESTRAMENTO DE CÃES: IMPORTÂNCIA
E PERFIL DO PROFISSIONAL
Ivan Pedrosa
Zootecnista CRMV-RJ 804/Z (CINOTEC - Adestramento de Cães)
A
população de cães cresce acentuadamente no país, contamos hoje com uma população de 52 milhões de
cães, o que corresponde a quase um cão a cada dois domicílios. Historicamente, além de toda serventia
como animal de trabalho, os cães sempre despertaram no homem uma relação afetiva, mas em tempos
modernos, podemos observar essa relação ainda mais intensa e com boas doses de antropomorfismo. Os cães
representam muito mais do que um animal de companhia, ocupam lugar de destaque e status de membros da família,
como filhos. No entanto, a intensificação da relação entre cães e homens, comumente gera problemas de convívio.
Muitos proprietários de cães encontram dificuldades para manejar seus animais de maneira correta, e os reflexos são
encontrados em forma de problemas de adaptação e comportamento, assim como o comprometimento do bem estar.
Foto: Ivan Pedrosa, 2016
Frente à demanda gerada pelo crescente número de proprietários de cães que enfrentam problemas de adaptação
e comportamento, podemos observar um potencial campo de trabalho para profissionais que queiram investir nesta
área. O profissional que queira se especializar em de treinamento de cães, necessita ter conhecimentos plenos em
comportamento e bem estar desses animais. Zootecnistas que ingressam na atividade costumam prosperar com
destaque pelos conhecimentos em genética, nutrição e manejo desses animais, sendo capazes de adaptar e aplicar
conhecimentos obtidos em sua formação em prol da atividade.
A maior causa de comportamentos indesejáveis observados em cães são frutos de manejo inadequado e falta de
exercícios. O fornecimento de manejo correto, rotina de exercícios e sessões de adestramento, promovem qualidade
de vida para cães e proprietários.
O adestramento beneficia a relação entre cães e homens, através de exercícios que estimulam os animais física e
mentalmente em atividades planejadas e objetivadas em promover comunicações estabelecidas para melhorarem o
convívio e inserir os cães em ambientes domésticos e na sociedade.
O adestramento se torna a principal ferramenta para estabelecer o estreitamento
da relação interespécie, e assim, possibilitar qualidade de vida para nossos cães.
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO MELHORAMENTO GENÉTICO
TÉCNICAS DO CAMPO
ASPECTOS IMPORTANTES NA SELEÇÃO
DE TOUROS DE APTIDÃO PARA CORTE
PELA AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA Waldjanio de O. Melo
MSc Zootecnista UFRA/PARAGOMINAS
O
mercado de bovinos no Brasil é bastante
diversificado, vai desde a compra de
reprodutores ou sêmen até a venda de
animais para o abate. Enquanto alguns produtores
compram bezerros para continuidade da produção em
sua fazenda outros adquiram reprodutores com
genética superior para multiplica-la.Na evolução das
raças bovinas de corte no país, ressalta-se a
preocupação atual dos criadores e técnicos na busca de
animais equilibrados, em sintonia com os sistemas de
p r o d u ção , em b u s ca d e ad ap tab ilid ad e, e,
especialmente, de eficiência econômica. Nesse
aspecto, características tais
como fertilidade, taxas de
crescimento e conformação
frigorifica, além daquelas
relacionadas à qualidade do
produto final, passam a ser
cada vez mais trabalhadas
num ritmo que depende,
naturalmente, da
praticidade e dos custos da
coleta de dados de campo.
Os reprodutores
juntamente com as
matrizes são responsáveis
pela perpetuação do
material genético, dessa
forma, o sucesso
reprodutivo da fazenda
começa com a identificação de bons touros no
momento da seleção. Na avaliação desses animais, são
consideradas características do desempenho (ganho
de peso do animal e/ou de suas progênies),
características reprodutivas (libido e produção
espermática) e morfológicas (padrão racial, aprumos e
conformação).
A avaliação morfológica (exterior do animal) é
fundamental na seleção de touros onde verifica-se a
presença de características desejáveis para produção
de carne e padrão racial, basicamente devem ser
avaliadas a parte da cabeça, conformação muscular,
pelagem, pele e aprumos. O animal deverá apresentar
caracterização da raça que pertence, ressaltando que
se tratando de conforto térmico em regiões tropicais
como o Brasil, o ideal é optar por reprodutores que
possuem pelos claros e pele pigmentada (escura) onde
lhes acometem menor estresse por radiação solar.
Aprumos consistem na direção que os membros
tomam na sustentação do corpo em toda extensão.
Animais que não têm aprumos normais como
cambaios, cambotas e jarrete fechado, possuem
dificuldades de locomoção diminuindo o consumo de
forragem quando criados a pasto e realização da
monta, interferindo negativamente nos índices
reprodutivos.
Em relação à seleção para aptidão para corte,
deseja-se que tenham o corpo em forma de bloco
compacto, largo, profundo e moderadamente
comprido com boa musculatura. A linha superior deve
ser reta, larga e bem musculada desde o pescoço até a
cauda. O quarto anterior deve ser largo, profundo
cheio e visto de frente deve
apresentar bom espaço
entre os membros, já o
quarto posterior deve ser
comprido, largo e profundo,
ancas cheias, garupa bem
cheia em toda a extensão,
longa e larga. A Cauda deve
ser grossa na base,
afinando-se para a
extremidade, saindo em
nível com a garupa e
formando um ângulo reto. O
costado deve ser
moderadamente longo, com
costelas compridas e
arredondadas indicando boa
capacidade respiratória e
deposito de musculo.
Na avaliação visual da fertilidade, deve observar
se o animal possui a cabeça marcadamente masculina,
pescoço largo e acentuadamente masculino com pelos
fortes e mais escuros (caracteres sexuais secundários
no macho), espáduas bem musculadas e com a
musculatura bem definida e peito carnudo. A bainha
prepucial não deve ser muito pendente, abertura não
muito larga, com pelos na bainha prepucial, os
testículos bem conformados, suspensos e não muito
fortes nem pendentes.
REFERÊNCIAS
SILVA, L.O.C.; MARTIN NIETO, L.; ROSA, A.N. Programas
de identificação e utilização de animais geneticamente
superiores. In: FIGUEIREDO, F.C.; MAGALHAES, K.A.;
BARROS, L.V.; DINIZ, L,L.; MARCONDES, M.I.;
CHIZZOTTI, M.L.; FONSECA, M.A.; BENEDETI, P.D.B.;
PAULINO, M.F.; VALADARES FILHO, S.C. Anais
do V Simpósio de Produção de Gado de Corte
–SIMCORTE, Viçosa-MG, 2006.
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO NUTRIÇÃO ANIMAL
PRODUÇÃO DE MILHO (Zea mays L.)
PARA CONFECÇÃO DE SILAGEM
Karolina B. Moura
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
Q
uando se pensa em alimento para fornecer
aos animais no período seco, a primeira
alternativa que vem em mente é a silagem, e
com ela muitas dúvidas sobre o processo de produção.
A baixa disponibilidade e valor nutritivo das
pastagens, no período seco, são os fatores que mais
contribuem para a perda de peso e diminuição de
produção de leite e carne dos animais. E por isso a
conservação de alimentos (volumosos), tem sido
utilizada como uma técnica que permite a utilização
desses alimentos em qualquer época do ano.
A princípio à produção de silagem se dar pela
escolha do local onde será instalada a cultura, realizar
a preparação do solo, devendo este ser plano, pouco
inclinado e próximo do local onde será armazenado o
material. Existem muitos materiais recomendados,
todos os anos, tanto de milho convencional como
transgênico, pois nem sempre o híbrido que se destaca
na produção de grãos será o melhor na produção de
silagem da planta inteira, devendo ser observado a
genética do vegetal ou híbrido a ser plantado. A
escolha correta proporciona uma silagem com valores
bromatológicos superiores. E a produção por área
também é um fator determinante para redução dos
custos, pois quanto mais produtivo em massa
verde/ha, melhor. O critério da presença/ausência do
“dente” não é seguro para decidir o momento de
ensilar, pois muitos materiais têm grãos dentados e
macios, e outros não apresentam “dente” e os grãos
são extremamente duros. Deve-se evitar plantar
híbrido de genética de grão duro, pois quanto mais
duro for a genética do grão presente na silagem, menor
será sua digestibilidade, verificado na prática pela
grande quantidade de grãos nas fezes dos ruminantes.
Considerando a planta de milho para ensilagem, o
ponto de colheita correto é quando a forrageira atinge
30 a 35% de matéria seca (MS). Essa avaliação pode
ser feita considerando a umidade no grão do milho
através da chamada “linha do leite”. O ponto ideal de
ensilagem é quando a parte “dura” da linha de leite
represente metade do grão, sendo avaliado quebrandose uma espiga ao meio e apertando o grão com a unha.
Nesse ponto a textura do grão, quando amassado é
de pastoso a farináceo/mole, e a planta já apresenta as
folhas da base secas e a palha da espiga amarelada.
Vale lembrar que cortar o milho antes do ponto pode
comprometer a qualidade da silagem pelo excesso de
umidade.
Jane P. Felipe
Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas
UENF/Campos dos Goytacazes-RJ
Fonte: www.nrcca.cals.cornell.edu
Para a silagem da planta inteira (mais usada), a
planta do milho é cortada próximo à superfície do solo.
Espera-se que a silagem tenha alta qualidade, sem
necessidade de aditivos para estimular a fermentação,
pois, no ponto da colheita correto, o teor de MS em
torno de 35% inibe as fermentações indesejáveis. Para
silagem da espiga, o corte é feito da espiga para cima.
A colheita será feita mais tardiamente que o normal,
quando os grãos de milho já estão maduros
fisiologicamente, embora ainda com umidade elevada
(média de 40%). O corte é feito a 0,8 m de altura em
relação à superfície do solo. E para a silagem de grão
úmido é feita apenas com os grãos do milho. Consiste
na colheita do milho quando os grãos apresentarem
entre 35% a 40% de umidade.
O tamanho da partícula ideal é entre 5 a 10 mm ou
0,5 a 1,0 cm, para facilitar a ingestão, compactação,
reduz percas e economiza alimento.
A silagem é o produto resultante da fermentação,
realizada por bactérias, de forrageiras em processo de
anaerobiose, picadas, compactadas e acondicionadas
em silos, utilizada na alimentação de animais,
principalmente bovinos. Em confinamento é muito
usada junto com os grãos e farelos. O processo de
produção de silagem denomina-se ensilagem e
quando feito adequadamente, seu valor nutritivo é
semelhante ao da forrageira verde.
REFERÊNCIAS
NOVINSKI, C. O. Produção de silagem de milho em
pequenas propriedades rurais. Disponível em:
<http://www.ensilagem.com.br/producao-desilagem-de-milho-em-pequenas-propriedadesrurais/> Acesso em: 26/01/2016.
OLIVEIRA; P.S.; OLIVEIRA, J.S. Produção de
Silagem de Milho para Suplementação do
Rebanho Leiteiro. Comunicado Técnico
nº74, Juiz de Fora-MG, 2014.
Fonte: www.milkpoint.com.br
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO REPRODUÇÃO ANIMAL
TÉCNICAS DO CAMPO
ESTAÇÃO DE MONTA NA BOVINOCULTURA
DE CORTE
Everton S. Sousa
Estudante de Zootecnia/UFRA PARAGOMINAS
Q
atualmente nas propriedades de diversos tamanhos.
uando se fala em estação de monta (EM)
A monta natural ainda é bastante utilizada no
logo se pensa no objetivo principal,
Brasil, nesse sistema os reprodutores permanecem
maximização da eficiência reprodutiva do
com as fêmeas, seja por um tempo determinado na EM
rebanho que está diretamente associada a palavra
ou durante todo o ano. Tem como vantagem, menores
sincronismo. O que se pretende é sincronizar o período
custos com mão de obra e infraestrutura, porém,
de maior requerimento nutricional da vaca, que é o
proporciona menor eficiência do sistema produtivo,
período de lactação e com esse manejo pode-se
não há controle de paternidade e padronização do
conseguir melhores índices reprodutivos da vaca e
nascimento dos bezerros, dificultando a organização
ganho de peso do bezerro submetido ao desmame.
das atividades da fazenda e seleção dos animais com
Para a implantação da EM deve-se levar em
maior potencial.
consideração alguns pontos, como a condição
A IA tem sido adotada por ser um processo de
nutricional dos animais, que é primordial para o
reprodução utilizando o sêmen de touros
sucesso reprodutivo do rebanho, diagnóstico das
geneticamente superiores. O sucesso dessa biotécnica
condições uterina/ovarianas por um médico
reprodutiva dos aspectos sanitários e nutricionais dos
veterinário e avaliação do escore corporal das
animais, apresenta como
matrizes. A escolha do
limitante a necessidade de
período para a EM pode
observação de cio, que e um
variar de uma região para
trabalho desgastante para o
outra, a época de maior oferta
funcionário e para o
de forragem é que vai
proprietário que terá que
determinar seu início e fim.
desloca um funcionário para a
Em regiões tropicais se
função.
verifica uma maior
Já a inseminação artificial
concentração da EM no
em tempo fixo (IATF) vem
início das chuvas quando se
ganhando espaço nas
tem a rebrota da forragem o
fazendas brasileiras em
que proporciona melhores
virtude de tentar sanar a
condições nutricionais para o
necessidade da observação de
bezerro e para as vacas que
cio, ao proporcionar a
tendem a apresentarem maior
número de cio em resposta as
Foto: Waldjanio O. Oliveira, 2009 s i n c r o n i z a ç ã o ( c i o e
ovulação) com o uso de
melhores condições do
hormônios
independente
das condições foliculares
ambiente criatório.
dos animais.
Dentre as vantagens da adoção dessa técnica de
manejo destacam-se:
REFERÊNCIAS
- Otimizar os trabalhos de inseminação artificial
AYRES, H.; TORRES-JÚNIOR, J. R. S.; PENTEADO, L.;
(IA) e de monta natural;
SOUZA, A.H.; BARUSELLI, P. S. Efeito do momento da
- Proporcionar melhor organização das atividades
inseminação e do tratamento com GnRH na IATF sobre a
da fazenda;
taxa
de concepção de vacas de corte lactantes sincronizadas
- Determinar melhores épocas para o nascimento e
com
norgestomet e valerato de estradiol. Acta Scientiae
o desmame de bezerros, pois animais que nascem em
Veterinariae, v.34, p.408, 2006.
épocas inadequadas acabam sofrendo mais devido às
parasitas, pastagens de baixa qualidade para as
CARVALHO, A. S.; ZAPPA, V. Estação de monta bovina.
matrizes, entre outros;
Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v.7,
- Facilita o controle zootécnico e sanitário do
n. 12, p.1-6, 2009.
rebanho, devido à uniformidade do lote de bezerros;
- Permite selecionar as fêmeas e machos que
TORRES-JÚNIOR, J. R. S.; MELO, W. O.; ELIAS, A. K.
S.; RODRIGUES, L. S.; PENTEADO, L.; BARUSELLI, P.
permanecerão no rebanho.
S. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução
Dentre as técnicas de reprodução animal mais
assistida
em gado de corte. Revista
utilizadas durante a EM, destacam-se, a monta natural,
Brasileira
de Reprodução Animal, v.33,
inseminação artificial (IA) e inseminação artificial em
n.1,
p.53-58,
2009.
tempo fixo (IATF), por serem bastante empregadas
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
ESPAÇO FORRAGICULTURA
PRINCIPAIS CUIDADOS NA
IMPLANTAÇÃO DE PASTAGEM
Ricardo Cézar B. Santos
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
A
pecuária brasileira está fundamentada na
exploração de pastagem pelo fato de ser a
fonte mais barata e prática para a
alimentação de ruminantes. O investimento inicial
para a implantação de pastagem é alto, porém seu
resultado se sobressai nos primeiros anos, desde que
cuidados importantes sejam considerados em sua
formação e manutenção.
O primeiro passo para a implantação da pastagem
em qualquer propriedade é analisar a área em que se
vai trabalhar. O solo ali presente e o clima são fatores
básicos. A escolha da forrageira é o segundo passo a
se seguir, e baseia-se em quatro quesitos:
- Potencial produtivo e estacionalidade de
produção;
- Valor nutritivo;
- Adaptação a fatores climáticos, edáficos e
bióticos;
- E flexibilidade de uso.
Dando continuidade ao processo de implantação,
deve ser feita a limpeza da vegetação existente na área
por meios de correntões, laminas, ou até mesmo
manualmente, e em seguida entrar com o arado para
que os restos orgânicos incorporem no solo. A
queimada da vegetação da área em que se deseja
implantar a pastagem não é uma boa opção, pois com a
queima há perdas de carbono (C), nitrogênio (N), e
fosforo (P), nutrientes fundamentais para o
desenvolvimento da forrageira.
É fundamental realizar a análise do solo, pois
somente assim, poderá identificar a necessidade de
correção de acidez e/ou adubação da área. A correção
de acidez do solo deve se feita de dois a três meses
antes do plantio, o ideal é que seja no início das chuvas
para que haja uma incorporação de 20 a 30 centímetros
no solo, e que se tenha uma gradagem de
uniformização.
Já a adubação do solo pode ser feita antes, ou
durante o plantio, e tem como principal finalidade
ceder N, P e K para a pastagem. Anualmente uma
Foto: Waldjanio O. Melo; 2015
adubação de manutenção deve ser feita, coisa que
muitos produtores não faz.
No plantio deve-se atentar à regulagem dos
implementos para que não haja excesso ou carência de
semente por área, à qualidade da semente (valor
cultural conhecido) e à taxa de semeadura. É
fundamental que seja adquirido sementes de empresas
idôneas que tenham certificação do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pois,
adotam sistema de padrão de qualidade confiável.
A melhor época para o plantio é ainda no inicio do
período chuvoso, devido precisar de contínua
umidade no solo da semeadura e emergência das
plântulas até o completo estabelecimento.
É importante que se faça um pastejo de
uniformização na pastagem iniciado de 60 a 90 dias
após a emergência das plântulas, para eliminar a maior
parte das gemas apicais, estimulando a emissão de
novos perfilhos e raízes, além de evitar o acamamento
das planta. Este manejo proporciona uma mais rápida
e completa cobertura do solo. Dessa forma, a
implantação do pasto juntamente com manejo
adequado dos animais, garantem maior produtividade
e longevidade da forragem.
REFERÊNCIAS
EVANGELISTA, A.R. Formação e manejo de
pastagens tropicais, UFLA, Lavras-MG, P.5-45, 2000.
KICHEL, A. N.; KICHEL, A. G. Requisitos básicos
para boa formação e persistência de pastagens. Campo
Grande: Embrapa Gado de Corte, Campo Grande-MS,
2001. Documento 52.
QUADROS, D. G. Formação e reforma de pastagens.
In: CURSO DE FORMAÇAO E REFORMA DE
PASTAGENS, 2002, Barreiras. Barreiras: Núcleo de
Estudo e Pesquisa em Produção Animal, Universidade
do Estado da Bahia, 2002.
p11
Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA
CONGRESSOS E EVENTOS
CURSO TÉCNICO EM AGRONEGÓCIO DA
REDE E-TEC BRASIL É OFERTADO
EM PARAGOMINAS-PA
Rafael A. Oliveira
Estudante de Zootecnia UFRA/PARAGOMINAS
S
indicato dos Produtores Rurais de
Paragominas em parceria com o SENAR
esteve lançando o Curso Técnico em
Agronegócio da Rede e-tec Brasil, primeiro curso
técnico de nível médio na modalidade a distância
oferecido pelo SENAR, com certificado reconhecido
pelo MEC totalmente gratuito.
Com duração quatro semestres e carga horária
Total de 1.230 horas, o curso prepara técnicos
capacitados a atuar no mercado do agronegócio local e
nacional com o intuito de difundir conhecimentos
técnicos e cientifico, aumentando o nível tecnológico
nos diferentes seguimentos da cadeia produtiva
regional. O técnico de nível médio em agronegócio
habilita profissionais na aplicação de procedimentos
de gestão e de comercialização do agronegócio,
visando a maior grau tecnológico da cadeia produtiva
e assim tornar o agronegócio mais competitivo,
rentável e ambientalmente sustentável.
A grande vantagem para quem segue o caminho
do curso técnico é chegar mais cedo ao mercado de
trabalho. No caso do curso Técnico em Agronegócio
entra num mercado que não para de crescer e que,
atualmente, é o carro-chefe da economia brasileira.
O mercado, principalmente no meio rural, está
totalmente aberto a novos profissionais com
conhecimento técnico, um perfil valorizado e ainda
em falta no país. O técnico recém-formado poderá
trabalhar tanto em propriedades rurais, indústrias,
federações e associações, como em empresas de
pesquisa e fomento.
CEBRAN-UFPA OFERTA CURSO DE
CAPACITAÇÃO EM INSEMINAÇÃO
ARTIFICIAL EM CASTANHAL-PA
A
CEBRAN- Central de Biotecnologia da
Reprodução Animal da UFPA de
Castanhal no mês de janeiro lançou o
calendário anual do curso de inseminação artificial em
bovinos e bubalinos. O curso é aberto à comunidade
que tem interesse em aprender técnicas de reprodução
animal, visando o melhoramento das espécies,
assegurar o bem estar e a sanidade dos animais com
manejo racional durante os procedimentos. A taxa de
inscrição é de R$ 300,00 (Trezentos Reais), o curso
comtempla uma carga de 40 horas, sendo ofertadas
vagas de janeiro a dezembro
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Zootecnia em foco. Vol. 2, n. 1, jan/fev 2016, Paragominas-PA