ATELIÊ 5

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ATELIÊ 5
JORNADAS INTERNATIONAIS FICPM - ASSIS -
ATELIÊ
2-5 Maio 2013
5 “A Estrada”
OS ASPECTOS PASTORAIS DA COMUNIDADE CRISTÄ PARA
ACOMPANHAR OS CASAIS EM DIFICULDADE. QUAL A
CATEQUESE MAIS CONVENIENTE?
Abordar o conflito.
Conflitualidade como oportunidade de crescimento
Coordenadores: Paola e Corrado Galaverna – Retrouvaille
Turim (Itália)
Paola : Mãe e mulher, foi Flower Designer. Com o seu marido Corrado a partir de 2002
empenhou-se com todas as suas energias na Association Retrouvaille (Descoberta) em Itália,
que apoia e ajuda os casais com grandes dificuldades na sua relação.
Corrado: Perito informático. Com a sua mulher Paola está comprometido nas actividades que
o Programa Retrouvaille propõe.
Em casal: casados há 26 anos, habitam perto de Turim, têm três filhos entre 25 e 13 anos e
são avós dum neto de 2 anos. Em 2005 começam o seu caminho em Retrouvaille enquanto
casal em crise, a um passo da separação. Após o caminho para reconstruir o seu casal,
decidem empenhar-se ao serviço do programa Retrouvaille. Presentemente são os
coordenadores nacionais da Retrouvaille Itália.
Pode-se definir o conflito como a tensão emotiva que nasce da incompatibilidade entre
necessidades, expectativas, interesses ou valores não expressos e o receio de que os
outros nos impeçam de os realizar ou de os satisfazer. O conflito é também a tensão
emotiva que resulta das necessidades emocionais que não foi possível satisfazer. Não
se pode gerir um conflito, e menos ainda resolvê-lo, se não pusermos antes de mais
em destaque o que está realmente em jogo. Somente depois de ter compreendido a
origem do conflito podemos tentar resolvê-lo.
A relação de casal é um encontro entre duas pessoas singulares e únicas,
absolutamente diferentes uma da outra, que desejam construir um caminho comum.
A originalidade e a diferença não devem significar que o matrimónio seja um caminho
fácil para o egoísmo e para a procura individual da sua própria satisfação; estas
atitudes são, pelo contrário, hoje em dia, as causas mais comuns do desmoronamento
dos matrimónios.
O laço do matrimónio fica reforçado quando se está consciente de que as
vulnerabilidades e as necessidades são diferentes e por conseguinte que cada um no
casal é um indivíduo único.
Tratar desta forma o nosso cônjuge conduz à plena realização de nós mesmos.
Estamos bem conscientes de todas as dificuldades que existem entre dois indivíduos
totalmente diferentes, cada um com as suas experiências formativas únicas; por
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conseguinte é impossível que a integração recíproca aconteça de uma forma
espontânea e sem sofrimento.
Frequentemente damos como certo que o outro compreende as nossas necessidades,
sem mesmo lhas termos comunicado. Em nós nascem expectativas sobre o outro, que
muitas vezes calamos, e que se tornam então numa fonte de frustrações e de
desilusões.
As frustrações e desilusões implicam frequentemente críticas que ferem e observações
cortantes e assim colocamo-nos sempre mais na defensiva. Não há matrimónios sem
expectativas goradas, mas pode-se tentar reduzir a sua incidência.
Marido e mulher são dois indivíduos muito diferentes, vêem a vida sob prismas
diferentes, o que leva a que estas posições se tornem muitas vezes um elemento de
conflito. Estar em conflito indica que estamos implicados numa relação que é muito
importante e que significa muito para nós.
Nas situações de conflito há atitudes típicas de conduta, que se revelam destrutivas
para a relação. Na nossa vida do dia-a-dia temos muitas possibilidades de escolher
como abordar o conflito. O mais importante é estarmos disponíveis para aprofundar
as causas que estão na base do conflito na nossa relação.
O conflito pode tornar-se numa oportunidade de crescimento da nossa relação, desde
que o abordemos de uma forma construtiva com a finalidade de o resolver.
Abordar o conflito de maneira construtiva pode levar a uma melhor compreensão
mútua. Quando falamos de “gerir os nossos conflitos”, encaramos uma atitude que
transforma uma experiência, que corre o risco de ser negativa, numa experiência
positiva para a vida. Trata-se de um estilo de gestão do conflito que nos conduz a
uma relação mais sã, graças ao que aprendemos pela exploração dos nossos pontos
fracos e das nossas dificuldades. Abordar os nossos conflitos é uma experiência que
nos ensina a conhecermo-nos melhor, e por conseguinte é o que queremos
verdadeiramente na nossa vida de casal.
Paola e Corrado Galaverna
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